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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Campus Cornélio Procópio
Coordenação de Eletrotécnica

Amplificador Operacional e

Controladores Analógicos

Autor: Prof. Alessandro N. Vargas

Objetivo
Conhecer o funcionamento do Amplificador Operacional e desenvolver experimentalmente
circuitos somadores, inversores, Controladores analólogicos PID, e outros controladores rela-
cionados, empregando o Amplificador Operacional nos circuitos correspondentes.

1 Introdução
Amplificadores operacionais, ou simplesmente op-amp, oferece um modo conveniente
de construir, implementar, ou realizar funções de transferência contı́nuas ou no domı́nio de
Laplace s. Em sistemas de controle, op-amps são normalmente usados para implementar con-
troladores ou compensadores necessários para a realização do projeto de sistema de controle.
Uma apresentação mais aprofundada do funcionamento do op-amp pode ser obtida no livro
“Microeletrônica”, Autores Sedra e Smith, Ed. Makron Books.
Nosso objetivo é mostrar como implementar funções de transferência de 1a. ordem com op-
amps, mas lembrando que funções de maior ordem podem ser obtidas conectando-se através
da conexão em série elementos de 1a. ordem.

1.1 Op-amp ideal

+ −
v1
− +
+ + vo
v2 −

Figura 1: Diagrama esquemático de um op-amp.


1.1 Op-amp ideal 1 INTRODUÇÃO

Nesta nota de aula, assumimos que o op-amp é ideal. Um op-amp ideal possui diagrama
conforme Fig. 1. A entrada com sinal “−” é chamada entrada inversora, e aquela com sinal
“+” é chamada entrada não-inversora. O op-amp ideal possui as seguintes propriedades:

1. A tensão entre o terminal “+” e “−” é zero; ou seja, sempre ocorre v1 = v2 . Esta
propriedade é normalmente chamada de terra virtual.

2. As correntes entrando no terminal + e no terminal − são nulas. Logo a entrada de


impedância é infinita.

3. A impedância vista de dentro do terminal de saı́da é nula. Logo a saı́da é uma fonte de
tensão ideal.

4. A relação de entrada-saı́da é vo = A(v1 − v2 ), sendo que o ganho A se aproxima de


infinito.

A aplicação destas propriedades de op-amp ideal nos habilita a determinar a relação


entrada-saı́da de diversas configurações envolvendo op-amp. Ressalta-se que um op-amp não
pode ser usado como na Fig. 1. Ao invés, sempre é necessário adicionar uma realimentação
entre o sinal de saı́da e o terminal −. Ou seja, o circuito de realimentação deve estar conectado
entre o terminal de saı́da vo e a entrada inversora. Esta conexão resulta numa realimentação
negativa. A seguir apresentamos algumas configurações usuais de op-amp.
1.1.1 Configuração Inversora R2
Através de dedução e análise do circuito, consi-
derando o op-amp ideal, obtemos:
R1
+
vo R2 vI

=− .
vI R1 − +
+ vo
Note que o sinal de saı́da vo é igual ao sinal −

invertido da entrada vezes um fator de ganho


R2 /R1. Portanto se vI = +1 V e escolhemos
R1 = 100 Ω e R2 = 1K Ω, então vo = −10 V . Figura 2: Configuração inversora.

1.1.2 Configuração Não-Inversora


R2
Através de dedução e análise do circuito, consi-
derando o op-amp ideal, obtemos:
vo R1 + R2 R1
= . −
vI R1
+
Perceba que o ganho entre o sinal de entrada + vo
vI e de saı́da vo é sempre maior que 1. Nesta vI −

configuração não-inversora, o sinal da entrada e


da saı́da coincidem. Por exemplo, se vI = +1 V
e escolhemos R1 = 1K Ω e R2 = 1K Ω, então Figura 3: Configuração não-inversora.
vo = +2 V .

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1.1 Op-amp ideal 1 INTRODUÇÃO

1.1.3 Circuito Seguidor de Tensão


O circuito seguidor de tensão é muito útil para
conectar um estágio com alta impedância de
saı́da a uma carga de baixa impedância (usado −

como transformador de impedância ou amplifi- +


cador de potência). No circuito seguidor de ten- + vo
são, considerando o op-amp ideal, obtemos: vI −

vo
= 1.
vI Figura 4: Circuito Seguidor de Tensão.
Note que o sinal em vI é idêntico ao sinal em vo .

R2

1.1.4 Amplificador de diferenças


R1
No circuito amplificador de diferenças, deseja- v1 −
mos comparar as tensões v1 e v2 e mensurá-las R1 +
através de um ganho. Considerando o op-amp v2 + vo

ideal, obtemos:
R2
R2
vo = (v2 − v1 )
R1
Figura 5: Circuito Amplificador de Dife-
renças.

1.1.5 Somador
No circuito somador, o objetivo é somar todas
R1 Rf
as tensões de entrada v1 , v2 , . . . , vn e mensurar v
1
a sua soma através de um ganho. Considerando
o op-amp ideal, obtemos: R2
v2
 
Rf Rf Rf .. −
vo = − v1 + v2 + . . . + vn . .
R1 R2 Rn
Rn +
vn + vo
Note que ao adotar todas as resistências num −
valor idêntico, ou seja, adotanto

Rf = R1 = R2 = · · · Rn = R

então obtemos Figura 6: Circuito Somador de Tensões.

vo = −(v1 + v2 + . . . + vn ).

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1.1 Op-amp ideal 1 INTRODUÇÃO

1.1.6 Protoboard
Nos experimentos usaremos o Protoboard. Sua apresentação é feita na figura a seguir.
Possui conexões na horizontal e vertical, dependendo dos pontos a serem considerados.

Figura 7: Esquema da ligação fisica do protoboard.

ATENÇÃO
O Protoboard realiza a ligação fisica entre os elementos conectados nos furos
de acordo com o esquema da figura abaixo. Qualquer erro pode causar acidente!!!

Figura 8: Esquema da ligação fisica do protoboard.

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1.2 Experiência 1 – Op-amp 1 INTRODUÇÃO

1.2 Experiência 1 – Op-amp


Nesta seção desejamos verificar experimentalmente as propriedades do op-amp e suas
configurações através de projeto e implementação em laboratório. O op-amp que usaremos
possui código LM358. Na página abaixo pode-se acessar o seu datasheet:
http://electroschematics.com/wp-content/uploads/2008/11/lm358.pdf
O LM358 possui dois op-amps internos e estão dispostos conforme a Fig. 10.

Figura 9: Encapsulamento do LM358N.

Figura 10: Encapsulamento do LM358.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA
1. Desligue o módulo de alimentação.
2. Monte o circuito indicado e certifique-se de que todos os elementos seguem exatamente
o diagrama indicado no experimento.
3. Após autorização do monitor ou professor, ligue o módulo de alimentação.
4. Modificações no circuito devem ser feitas com módulo DESLIGADO.

1.2.1 Experiência 1A – Circuito seguidor de tensão


Monte no protoboard o circuito mostrado na Fig. 11. Use R1 = 15KΩ, P OT = 10KΩ.
Varie o cursor do potenciômetro e note que a tensão vi se altera. Preencha os valores da
tabela observando a tensão de entrada vi e a saı́da real medida no voltı́metro vo .

1.2.2 Experiência 1B – Circuito configuração inversora


Monte no protoboard o circuito mostrado na Fig. 12. Varie o cursor do potenciômetro e
preencha os valores da tabela observando a tensão de entrada vi , a tensão de saı́da teórica
vo = −R2 vi /R1 , e a saı́da real medida no voltı́metro vo .
(a) Use R1 = 10KΩ,R2 = 15KΩ, R3 = 15KΩ, P OT = 10KΩ.
(b) Substitua R2 = 10KΩ.

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1.2 Experiência 1 – Op-amp 1 INTRODUÇÃO

−12V +12V

R1 R1

POT

+12V
vi 2 8

1
+
3 + vo
4 −
−12V

Figura 11: Seguidor de tensão usando LM358.

Experiência 1A - Tabela de tensão de entrada vi × vO

vi −2.5V +2.5V
vo

−12V +12V

R3 R3
R2

POT

+12V
R1
vi 2 8

1
+
3 + vo
4 −
−12V

Figura 12: Configuração inversora usando LM358.

Experiência 1B - Tabela de tensão de entrada vi × vO [Use R2 = 15KΩ].

vi
vo = −R2 vi /R1
vo

Experiência 1B - Tabela de tensão de entrada vi × vO [Use R2 = 10KΩ].

vi
vo = −R2 vi /R1
vo

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1.2 Experiência 1 – Op-amp 1 INTRODUÇÃO

1.2.3 Experiência 1C – Circuito de acionamento do Servo-mecanismo


Monte no protoboard o circuito mostrado na Fig. 13 usando R1 = 10KΩ,R2 = 10KΩ,
R3 = 15KΩ, P OT = 10KΩ. Faça a ligação da saı́da do Op-amp (“pino 1”) com a entrada
+Vu do Kit Servo-mecanismo. No Kit Servo-mecanismo os pontos k1 e k2 devem estar em
curto-circuito e o cursor do Distúrbio deve estar todo a direita.
1. No Kit Servo-mecanismo o strap de seleção J1/J2 deve estar do lado direito.

2. Ligue o módulo e varie o cursor do potenciômetro. Perceba que a velocidade do meca-


nismo se modifica de maneira proporcional.

3. Ajuste a velocidade do sistema em um valor de baixa rotação. Varie o cursor do Distúr-


bio (este serve para provocar certas modificações de torque no servo-motor, represen-
tando variações de carga mecânica no sistema). Observe que a rotação do motor sofre
alteração (Obs: muitos sistemas estão sujeitos a distúrbios e a alteração da velocidade
devido a isto pode ser extremamente indesejável. Para evitar esta caracterı́stica
deve ser implementada uma estratégia de controle para manter a velocidade o mais
próximo possı́vel de um valor desejado de referência).

4. Preencha os valores da tabela observando a tensão de entrada vi , a tensão de entrada


do Servo-mecanismo +Vu , e a tensão de saı́da +VN (a tensão +VN é a representação da
velocidade angular ω(t) do Servo-mecanismo na relação 1 para 1. Ou seja +VN = 0.5V
significa ω(t) = 0.5rad/s; +VN = 2V significa ω(t) = 2.0rad/s; e assim sucessivamente.
Adiante veremos que a tensão VN será o elemento da realimentação, portanto sendo
muito útil para a implementação do mecanismo de controle).

−12V +12V

R3 R3
R2
POT

+12V
R1 k1 k2
vi 2
− 8
1 +Vu +VN
Servo-mecanismo
3 + −VN
4
−12V

Figura 13: Circuito de acionamento do Servo-mecanismo usando LM358.

Experiência 1C - Tabela de tensão de entrada-saı́da vi × VN

vi
+Vu
+VN

Relatório:
Apresente as tabelas das experiencias e gere os gráficos correspondentes.

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