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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Agentes públicos (cont.) ......................................................................................... 3
1.1 Direito de greve ................................................................................................ 3
1.2 Nepotismo......................................................................................................... 3
2. Licitações ................................................................................................................ 7
2.1 Conceito de licitação ......................................................................................... 8
2.2 Finalidades ........................................................................................................ 8
2.3 Fundamento constitucional da licitação ........................................................... 8
2.4 Pressupostos da Licitação ................................................................................. 9
2.5 Pessoas sujeitas a licitação ............................................................................. 10
2.5.1 Situações Especiais .................................................................................... 11
2.5.1.1 Organizações sociais .......................................................................... 11
2.5.1.2 Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) .......... 12
2.5.1.3 Serviços Sociais – Sistema “S” ............................................................ 12
2.5.1.4 Conselhos de Classe ........................................................................... 13
2.5.1.5 Empresas públicas e sociedades de economia mista ........................ 13
2.5.1.6 Fundos Especiais ................................................................................ 15
2.6 Competência para legislar sobre licitação ...................................................... 15
2.7 Princípios específicos da licitação ................................................................... 17
2.7.1 Princípio da vinculação a um instrumento convocatório .......................... 18
2.7.2 Princípio do julgamento objetivo .............................................................. 18
2.7.3 Princípio do sigilo das propostas ............................................................... 18
2.7.4 Princípio da competitividade ..................................................................... 19
2.7.5 Princípio da indistinção.............................................................................. 20
2.7.6 Princípio da inalterabilidade do edital....................................................... 22
2.7.7 Princípio do formalismo procedimental .................................................... 22
2.7.8 Princípio da adjudicação compulsória ....................................................... 22
2.8 Modalidades de licitação ................................................................................ 23
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Ocorre que esta lei não foi editada e, por isso, iniciou-se uma discussão doutrinária. A
doutrina entende que esta seria uma norma de eficácia limitada. Norma de eficácia limitada
é aquela que exige regulamentação em lei para produzir efeitos, sendo assim, o art. 37, VII,
CRFB não é autoaplicável.
Então, para o exercício do direito de greve seria necessária a edição de uma lei
prevendo e regulado a greve. Esta lei não foi editada, o Supremo declarou o Congresso
Nacional em mora por diversas vezes e, no julgamento de três mandados de injunção, o STF
resolveu dar uma solução para o problema.
No julgamento dos Mandados de Injunção n. 670, 708 e 712 o Supremo declarou a
omissão do Congresso Nacional e foi além, adotando a chamada “teoria concretista geral”.
Ou seja, estende os efeitos do MI para todos. Determina que, por analogia, seja aplicada aos
servidores públicos a lei que rege o direito de greve na iniciativa privada, que é a Lei n.
7783/89. Agora, a aplicação da lei deve sofrer adaptações necessárias, sempre à luz do caso
concreto tendo em vista o princípio da continuidade dos serviços públicos.
Observação1. A jurisprudência recente diz que não se pode punir/demitir servidor
público em estágio probatório por ter aderido à greve. Então, mesmo aqueles que estão em
estágio probatório, não podem ser punidos e nem demitidos por terem aderido à greve, pois
a greve é direito previsto constitucionalmente.
Observação2. O art. 142, § 3º, CRFB veda o exercício do direito de greve aos militares.
Observação3. STF e STJ entendem que, quando a greve dos servidores públicos
representar uma paralização nacional, o órgão nacional competente para decidir este direito
será o STJ.
1.2 Nepotismo
Nepotismo é termo utilizado para se referir ao favorecimento de parentes ou de
amigos próximos em detrimento de outras pessoas, que seriam mais qualificadas para o
cargo. Normalmente é termo utilizado para se referir à nomeação ou à elevação em cargos
públicos.
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Ainda nesta linha, é preciso saber que o Supremo editou a súmula vinculante n. 13.
Esta súmula é bastante criticada, porque até a sua edição não existiam muitas decisões
sobre o assunto. Ademais, é criticada por seu texto confuso:
STF. Súm. Vin. n. 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta(1),
colateral(2) ou por afinidade(3), até o terceiro grau(4), inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes
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2. Licitações
Recomendação inicial: indica-se a leitura dos seguintes diplomas legislativos
sobre a matéria, é bom lembrar que o texto de lei é sempre muito cobrado em
prova.
- Lei n. 8666/93 – Lei de Licitações;
- Lei n. 10.520/02 – Lei do Pregão;
- Decreto n. 5450/05 – regulamento federal do pregão eletrônico;
- Lei n. 12.232/10 – licitação para serviços de publicidade;
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2.2 Finalidades
1) Escolha da proposta mais vantajosa para o poder público.
Proposta mais vantajosa não é necessariamente a proposta mais barata.
2) Oferecer iguais condições a todos que queiram contratar com a Administração
Pública.
A licitação é uma projeção concretizadora do princípio da impessoalidade, permite
uma escolha impessoal. Assemelha-se, neste ponto, ao concurso público.
3) Promover o desenvolvimento nacional sustentável.
Este terceiro objetivo foi incluído recentemente na Lei n. 8.666/93, através da Lei n.
12.349/10.
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Neste inciso XXI está previsto o procedimento licitatório para estas compras e para a
contratação de serviços.
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A contratação direta é permitida quando a licitação não puder ser repetida sem
prejuízo para a administração. A licitação deserta ocorre quando o procedimento licitatório
ocorreu, mas não atraiu nenhum interessado em contratar com o poder público.
Celso Antônio cita mais um caso de ausência de pressuposto fático para a licitação, é
a situação em que a administração pública pretende contratar um jurista famoso para
elaborar um parecer, ou um advogado famoso para fazer sustentações orais.
Como regra geral, toda a administração pública direta e indireta é obrigada a licitar.
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Assim, v.g., se a pessoa jurídica é classificada como organização social pela União, o
ente federado não precisará licitar para contratar com ela. Isto se reproduz nas demais
esferas, desde que, a organização social seja contratada para desempenhar atividades
contempladas em contrato de gestão.
O art. 24, XXIV da Lei n. 8.666/93 dispensa licitação para quem?
R. Primeiro, o dispositivo não estabelece dispensa para a “organização social”
contratar com outras pessoas, o art. 24, XXXIV, da Lei n. 8.666/93 se destina à administração
pública. Aplicável quando a administração pública for contratar com organizações sociais.
É preciso lembrar que as organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado.
A princípio, as organizações sociais não precisam licitar, porque estão fora da estrutura da
administração pública, não existe regra que as obriguem licitar. Assim, a dispensa do art. 24,
XXIV é dirigida à administração pública, quando a mesma contrata com uma organização
social.
Regra geral: organização social não é obrigada a fazer licitação, mas temos uma
exceção prevista no Decreto n. 5504/2005:
Art. 1º Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de convênios,
instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam repasse voluntário de
recursos públicos da União deverão conter cláusula que determine que as obras,
compras, serviços e alienações a serem realizadas por entes públicos ou privados, com os
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Este parágrafo único prevê que os fundos especiais deverão realizar licitação. Ocorre
que esta referência não faz sentido. Isto é um equivoco legislativo. Um fundo é uma reserva
monetária, os fundos especiais são despidos de personalidade jurídica, são reservas
financeiras criadas pela lei que sempre outorga a sua administração a algum órgão público,
que, por sua vez, está obrigado a licitar.
Observação. As empresas privadas não estão sujeitas ao dever de licitar, nem as
permissionárias, nem as concessionárias de serviços públicos.
Dica de prova: na dúvida se o ente deve licitar ou não, verifique se este ente
recebe ou não recursos públicos. Quando o ente recebe recursos públicos,
normalmente precisará licitar.
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isto, não há problema de estados e municípios vedarem esta situação. Ademais, a vedação
está de acordo com os princípios da moralidade e da impessoalidade.
Licitação: lei orgânica e restrição – 1 A 2ª Turma deu provimento a recurso
extraordinário para declarar a constitucionalidade do art. 36 da Lei Orgânica do
Município de Brumadinho/MG, que proibiria agentes políticos e seus parentes de
contratar com o município (“ O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores, os ocupantes de
cargo em comissão ou função de confiança, as pessoas ligadas a qualquer deles por
matrimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o 2º grau, ou por adoção e os
servidores e empregados públicos municipais, não poderão contratar com o Município,
subsistindo a proibição até seis meses após findas as respectivas funções”). Asseverou-se
que a Constituição outorgaria à União a competência para editar normas gerais sobre
licitação (CF, art. 22, XXVII) e permitiria que estados-membros e municípios
legislassem para complementar as normas gerais e adaptá-las às suas realidades.
Afirmou-se que essa discricionariedade existiria para preservar interesse público
fundamental, de modo a possibilitar efetiva, real e isonômica competição. Assim, as
leis locais deveriam observar o art. 37, XXI, da CF, para assegurar “a igualdade de
condições de todos os concorrentes”. RE 423560/MG, rel. Min.Joaquim Barbosa,
29.5.2012. (RE-423560)
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eficiência, etc. Porém, além dos princípios gerais, há também a incidência de princípios
específicos.
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O mais importante é saber que existem exceções a este princípio, aliás são mais
cobradas em prova que o próprio princípio. A primeira dela está no art. 3º, § 5º e seguintes
da Lei n. 8.666/93. Esta primeira exceção permite que se dê preferência para produtos
manufaturados e nacionais, significa que estes produtos podem ser até um pouco mais caros
se for estabelecida esta “margem de preferência”.
Art. 3º. § 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecido
margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que
atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
Decreto nº 7.546, de 2011)
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No mesmo sentido o art. 3º, § 1º, I e II, da Lei n. 8.666/93 prevê que se pode dar
preferência para produtos de informática e automação produzidos por empresas de capital
nacional.
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto
nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de
1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no
que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte
e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
Uma das exceções mais importantes é a prevista no art. 3º, § 2º, da Lei n. 8.666/93.
Este dispositivo estabelece o critério de desempate, traz vários critérios sucessivos: 1)
preferência de bens e serviços produzidos no Brasil; 2) bens e serviços produzidos/prestados
por empresas brasileiras; 3) bens e serviços produzidos/prestados por empresas que
invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no Brasil.
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aivide a compra em dois lotes de modo que sejam duas compras que se adequem a faixa do
convite. A administração não pode fazer este procedimento.
Se houver fracionamento do objeto, divisão do objeto, cada parte licitada deve
utilizar a modalidade cabível para o valor integral. Esta regra visa proibir que o
fracionamento de objeto seja utilizado como forma de “fugir” da modalidade correta de
licitação.
O TCU entende que não há problema dividir o objeto e comprar em dois lotes, mas
não se pode fugir da modalidade exigida para o valor integral, porque implica em fraude a
licitação.
Observação3. Admite-se que o legislador estadual ou municipal estabeleça a
concorrência como única modalidade em sua esfera legislativa. Viu-se que não há problemas
em utilizar a modalidade mais gravosa que a devida. De todas as modalidades, a
concorrência é a mais gravosa. Ademais, estados e municípios editam regras específicas para
atender as suas peculiaridades.
Observação4. Após realizada a licitação e celebrado o contrato este não poderá ser
alterado para além do valor da modalidade.
Exemplo: A administração celebra contrato para serviço de engenharia no valor de
150 mil reais, foi utilizada a modalidade convite, que só pode ser utilizada até justamente o
valor de 150 mil reais. Se este é o teto da modalidade, não será possível alterar o contrato
resultado de licitação na modalidade convite, já que o valor está no limite.
É por isto que, em muitos casos, o administrador utiliza modalidades de licitação
acima, justamente para poder realizar ajustes futuros no contrato, que ultrapassem aquela
margem.
2.8.2 Concurso
Modalidade licitatória também prevista na Lei n. 8.666/93. Ele se destina a um
trabalho técnico, científico ou artístico. Em contrapartida, paga-se à pessoa um prêmio ou
remuneração.
Observação. Não confundir o concurso previsto na Lei n. 8.666/93 com o concurso
voltado para o provimento de cargos previsto na Constituição.
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2.8.3 Leilão
Também previsto na Lei de Licitações, modalidade licitatória que só serve para uma
coisa: alienação. Ela ocorre quando a administração pública pretende vender alguns de seus
bens.
Lei n. 8.666/93. Art. 22. § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação.
2.8.4 Consulta
Prevista no art. 55 da Lei n. 9.472/97, é modalidade de licitação exclusiva da ANATEL.
É modalidade de licitação específica prevista na lei da ANATEL, que será realizada por
procedimento especificado através de atos normativos da própria ANATEL. Este
procedimento não poderá ser utilizado para a contratação de serviços de engenharia.
Art. 55. A consulta e o pregão serão disciplinados pela Agência, observadas as
disposições desta Lei e, especialmente: (Vide Lei nº 9.986, de 2000)
I - a finalidade do procedimento licitatório é, por meio de disputa justa entre
interessados, obter um contrato econômico, satisfatório e seguro para a Agência;
II - o instrumento convocatório identificará o objeto do certame, circunscreverá o
universo de proponentes, estabelecerá critérios para aceitação e julgamento de
propostas, regulará o procedimento, indicará as sanções aplicáveis e fixará as cláusulas
do contrato;
III - o objeto será determinado de forma precisa, suficiente e clara, sem especificações
que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;
IV - a qualificação, exigida indistintamente dos proponentes, deverá ser compatível e
proporcional ao objeto, visando à garantia do cumprimento das futuras obrigações;
V - como condição de aceitação da proposta, o interessado declarará estar em situação
regular perante as Fazendas Públicas e a Seguridade Social, fornecendo seus códigos de
inscrição, exigida a comprovação como condição indispensável à assinatura do contrato;
VI - o julgamento observará os princípios de vinculação ao instrumento convocatório,
comparação objetiva e justo preço, sendo o empate resolvido por sorteio;
VII - as regras procedimentais assegurarão adequada divulgação do instrumento
convocatório, prazos razoáveis para o preparo de propostas, os direitos ao contraditório
e ao recurso, bem como a transparência e fiscalização;
VIII - a habilitação e o julgamento das propostas poderão ser decididos em uma única
fase, podendo a habilitação, no caso de pregão, ser verificada apenas em relação ao
licitante vencedor;
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2.8.5 Pregão
O pregão está previsto em lei própria, qual seja, a Lei n. 10.520/02. O pregão é
modalidade licitatória obrigatória para a União e facultativa para os demais entes, no que
tange a aquisição de bens comuns ou contratação de serviços comuns.
O que são bens e serviços comuns?
R. São aqueles que podem ser objetivamente conceituados no edital com expressão
usual no mercado, v.g., guardanapo, papel ofício.
Atenção! Um bem/serviço comum não é necessariamente um bem/serviço simples,
pode ser bem/serviço complexo, v.g., refrigerador, máquina de cópias. O decreto que
regulamenta a pregão, Decreto n. 3555/2000, traz uma lista de bens/serviços comuns.
O pregão pode ser presencial ou eletrônico (aquele que é feito em ambiente virtual).
Sobre pregão, vide material auxiliar que a professora disponibilizará.
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Observação4. No art. 45, § 5º, a Lei n. 8.666/93 proíbe a utilização de qualquer outro
critério para o julgamento das propostas.
Art. 45. (...) § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste
artigo.
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Tipo é o menor preço, Rito dá ideia de sequência, então não será critério de
melhor técnica, são julgamento, pode-se falar em concorrência, tomada de preços
critérios. ou convite.
Critérios Modalidade
Além disto, o art. 49 da Lei n. 8.666/93 diz que a autoridade competente para anular
o procedimento é a mesma autoridade competente para aprovar este procedimento.
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá
revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
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E o art. 49, § 2º, da Lei n. 8.666/93 diz que a nulidade do procedimento licitatório
induz a nulidade do contrato.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto
no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
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hipóteses previstas no art. 49 da Lei n. 8.666/93. É por isto que para a Lei de Licitações fala-
se em “revogação condicionada”.
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá
revogar a licitação por razões de interesse público(1) decorrente de fato superveniente (2)
devidamente comprovado, pertinente e suficiente(3) para justificar tal conduta, devendo
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado(4). (...)
(1) A primeira exigência é que a revogação seja feita em razão de interesse público.
(2) A segunda exigência, a revogação da licitação não poderá ocorrer por um fato
anterior, só pode acontecer por fato superveniente.
(3) Além de ser fato superveniente, o fato dever ser devidamente comprovado,
pertinente e suficiente, o que exige um ônus argumentativo da administração pública na
caracterização do fato.
(4) O quarto requisito é o parecer devidamente fundamentado.
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II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na
alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei,
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
É preciso saber também que quando a contratação é feita por consórcio público,
sociedade de economia mista, empresa pública, autarquia ou fundação qualificada na lei
como agência executiva, a previsão do limite para a dispensa irá dobrar, art. 24, § 1º, da Lei
n. 8.666/93. Então a depender de quem contrata os limites podem dobrar.
Art. 24. § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20%
(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos,
sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de
2012)
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Sobre a dispensa de licitação do inciso IV, algumas coisas precisam ser observadas
para evitar burla ao procedimento licitatório.
Observação1. O contrato emergencial decorre de um eminente perigo, mas este
perigo não pode ser uma situação criada pelo administrador, seja por desídia, seja por
descuido ou por má-fé.
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Mas há uma situação em que a licitação fracassada pode dispensar a licitação, está
no art. 24, VII, da Lei n. 8.666/93. É o caso de licitação fracassada em que, mesmo depois de
concedido o prazo de adequação pela administração, os concorrentes não conseguem se
adequar. Somente nesta hipótese a administração poderá optar pela contratação direta.
Art. 24. (...) VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados
pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
(Vide § 3º do art. 48)
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O art. 17 da Lei n. 8.666/93 traz as hipóteses de licitação dispensada, ele versa sobre
a alienação de bens da administração pública, fala de bens móveis e imóveis e também dos
requisitos para a alienação.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
Enquanto o art. 17, I fala dos bens imóveis, o inciso II trata dos bens móveis. Para os
móveis já não precisa de autorização legislativa, precisa apenas de avaliação prévia e de
licitação. O inciso II também traz hipótese de dispensa.
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