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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

NOTAS DE AULAS DA DISCIPLINA


CONSTRUÇÃO CIVIL
ASSUNTO: REVESTIMENTOS
(última revisão em abril de 2002)

PROF. CARLAN SEILER ZULIAN


ELTON CUNHA DONÁ
CARLOS LUCIANO VARGAS

abril de 2002
28/

REVESTIMENTOS
1 – CONCEITO

2 – REVESTIMENTO DE PAREDES

3 – REVESTIMENTOS DE PISOS

4 – REVESTIMENTOS DE TETOS

GLOSSÁRIO
NORMAS TÉCNICAS
BIBLIOGRAFIA

1 – CONCEITO

Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na aplicação de materiais


de proteção e de acabamento sobre superfícies horizontais e verticais de uma
edificação ou obra de engenharia, tais como: alvenarias e estruturas. Nas
edificações, consideraram-se três tipos de revestimentos: revestimento de paredes,
revestimento de pisos e revestimento de tetos ou forro.
2 – REVESTIMENTO DE PAREDES

Os revestimentos de paredes têm por finalidade regularizar a superfície, proteger


contra intempéries, aumentar a resistência da parede e proporcionar estética e
acabamento. Os revestimentos de paredes são classificados de acordo com o
material utilizado em revestimentos argamassados e não-argamassados.
2.1 – Revestimentos argamassados
Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação
de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e
uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos
dos painéis e quando se trata de revestimentos externos, atuam como camada
de proteção contra a infiltração de águas de chuvas. O procedimento tradicional
e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas superpostas,
contínuas e uniformes: chapisco, emboço e reboco.
2.1.1 – Chapisco
Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou
1:4, bastante fluída, que aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas e
tem a propriedade de produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato
de aderência para a fixação de outro elemento.
2.1.2 – Emboço
O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização
da superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo
traço depende do que vier a ser executado como acabamento. É o elemento que
proporciona uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos e
cuja espessura não deve ser maior que 1,5 cm. O emboço é constituído de uma
argamassa grossa de cal e areia no traço 1:3. Usualmente adiciona-se cimento na
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argamassa do emboço constituindo uma argamassa mista, em geral nos traços 1/


2:1:5; 1:1:6; 1:2:9 (cimento, cal e areia).
Para a execução do emboço é necessário ter decorrido um tempo mínimo
de carência da aplicação do chapisco de 3 dias e que preferencialmente os
elementos embutidos das paredes tenham sido executados, as tubulações
hidráulicas e elétricas, os rasgos devidamente preenchidos, os batentes das portas
colocados ou com os tacos dos batentes assentados, contramarcos dos caixilhos
e preferencialmente o contrapiso executado (neste caso, cuidar de proteger o
contrapiso contra prováveis incrustações de argamassas). Antes, ainda, de iniciar
a execução do emboço é conveniente fazer uma limpeza da superfície, caso
não tenha sido feita antes da aplicação do chapisco, retirando sujeira acumulada
(poeiras, graxas, desmoldantes, tintas etc.). Nas figuras a seguir são mostradas as
etapas executivas do emboço.
a) Colocação dos tacos ou taliscas – são pequenas peças de madeira ou
de ladrilhos cerâmicos colocados sobe a superfície a ser revestida e que
servirá de referencia para o acabamento. Usa-se fixar os tacos com a
mesma argamassa que vai ser utilizada no emboço. Os tacos devem ser
aprumados e nivelados nas distâncias indicadas na figura, redobrando o
cuidado em relação ao alinhamento em que se encontram os registros,
as tomadas d’água, caixas dos interruptores e tomadas elétricas. Se
necessário, fazer os ajustes nesses elementos para obedecer o plano de
acabamento (prumo) desejado.
Taco
1 a 1,5 cm (talisca) Máximo
30 cm do teto

Chapada de
1,0 a 1,5 m

Parede chapiscada argamassa p/


fixar tacos

Máximo 30 cm 1,0 a 2,0 m Máximo


30 cm do piso

Etapa 1 - Colocação dos tacos aprumados e nivelados

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Tubulação

Plano de acabamento
Plano de acabamento
hidráulica
Eletroduto

Caixa de
tomada Registro
de gaveta

Cuidados na etapa 1 - definição do plano de acabamento (prumos)

b) Execução das mestras – depois que os tacos estiverem consolidados (2


dias, no mínimo), preenche-se o espaço entre as taliscas verticalmente
com a mesma argamassa do emboço e estando a massa firme com o uso
de uma régua de alumínio (desempenadeira), apruma-se as mestras que
servirão de guia para a execução do revestimento.
1 a 1,5 cm Mestras

Parede chapiscada

Etapa 2 - Execução das mestras


c) Emassamento da parede – depois de consolidados as mestras (mínimo
2 dias), executa-se o preenchimento dos vãos entre as mestras com
argamassa de revestimento em porções chapadas cuidando para
que fique um excesso em relação ao plano das mestras. No caso da
espessura do revestimento ficar maior que 2 a 3 cm, executar em
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camadas menores em intervalos de no mínimo 16 horas. As chapadas


deverão ser comprimidas com colher de pedreiro num primeiro
espalhamento, tomando o cuidado de recolher o excesso de argamassa
depositado sobre o piso antes que endureçam.

Chapadas de
argamassa

Etapa 3 - Emassamanto e espalhamento


d) Sarrafeamento – iniciar o sarrafeamento tão logo a argamassa tenha
atingido o ponto de sarrafeamento usando uma régua desempenadeira
de baixo para cima, retirando o excesso de material chapeado. Para
verificar o ponto de desempeno, que depende do tipo de argamassa
usada, da capacidade de sucção da base e das condições climáticas,
deve-se pressionar com o dedo a superfície chapeada. O ideal é quando
o dedo não mais penetra na argamassa (apenas uma leve deformação),
permanecendo praticamente limpo.
Argamassa chapeada
em ponto de desempeno

Superfície
Régua sarrafeada
desempenadeira

Etapa 4 - Sarrafeamento

e) Desempeno – dependendo do acabamento desejado pode-se executar o


desempeno da superfície com desempenadeira de mão adequada para
cada caso (madeira, aço ou feltro). Se a parede for receber revestimento
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cerâmico, basta um leve desempeno com desempenadeira de madeira,


cuidando para não deixar incrustações nos cantos e no piso próximo ao
rodapé.
2.1.3 – Reboco
É a argamassa básica de cal e areia fina, onde a nata de cal (água e cal hidratada)
adicionada em excesso no traço, constitui uma argamassa gorda, que tem a
característica de pequena espessura (na ordem de 2 mm) e de preparar a superfície,
com aspecto agradável, acetinado, com pouca porosidade, para a aplicação
de pintura. A aplicação é feita sobre a superfície do emboço, após 7 dias (sem
que tenha sido desempenado) com desempenadeira de mão, comprimindo-se
a massa contra a parede, arrastando de baixo para cima, dando o acabamento
(alisamento) com movimentos circulares tão logo esteja no ponto, trocando-se de
desempenadeira (aço, espuma, feltro) dependendo do acabamento desejado.
2.1.4 - Argamassas Especiais
São encontradas no mercado variadas argamassas industrializadas para aplicação
imediata, cujas características de preparo e recomendações especiais de aplicação
são fornecidas pelos fabricantes (detentores das patentes).
2.1.5 - Normas Gerais para Execução de Revestimentos Argamassados
a) as superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer
revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza,
permitindo as melhores condições de fixação do revestimento, com
a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o
desprendimento futuro da argamassa;
b) antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser instalados
os dutos embutidos dos sistemas elétricos, de comunicação, gás e hidro-
sanitários, devendo ser testadas as canalizações (sob pressão fluídica
ou com lançamento dos guias), permitindo que se façam reparos, se
necessários;
c) as superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão
previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias;
d)emboço só será aplicado após completa pega da argamassa de
assentamento das alvenarias e do chapisco, e as superfícies deverão ser
molhadas convenientemente antes do processo;
e) quando houver necessidade de espessura de emboço acima de 2 cm,
deverão ser executados em camadas, respeitando a espessura de 1,5 cm
cada;
f) a cal hidratada usada na confecção das argamassas para emboço, deve ser
peneirada, para eliminar os grãos de cal, que se existirem na argamassa
darão origem ao processo de hidratação higroscópica retardada, cuja
conseqüência é o aparecimento do vulgarmente chamado empipocamento do
revestimento;
g) uso da nata de cal na argamassa para reboco deve passar pelo processo de
hidratação completa, deixando-se o elemento descansar pelo menos 3 dias,
ou seja, 72 horas, em lugar protegido do sol e ventilação.

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2.2 – Outros tipos de revestimentos argamassados


Considerando o reboco como acabamento final do revestimento, citamos alguns
rebocos ou revestimentos argamassados que não recebem o tratamento do
recobrimento com pintura, quais sejam:
a) Reboco Hidrófugo – a adição de hidrofugantes na composição do reboco
impede a percolação de umidade oriunda de precipitação pluvial normal. O
mesmo não acontece, todavia, com a difusão do vapor d’água (condensação
por choque térmico);
b) Reboco Impermeável – reboco resistente à pressão d’água, geralmente
executada com argamassa de cimento com adição de aditivo
impermeabilizante, execução semelhante a barra lisa;
c) Barra Lisa de Cimento (cimento queimado) – trata-se do revestimento
executado com argamassa de cimento, na proporção de 1:3 ou 1:4, tendo o
cuidado do uso de areia fina peneirada (peneira de fubá). A aplicação deve
ser feita sobre emboço firme (1:4/8 – argamassa mista de cal) ou superfície
de concreto, onde coloca-se a massa na desempenadeira (talocha) de
madeira e comprime-se de baixo para cima de maneira que se obtenha uma
espessura mínima de 3 ou 4 mm. Em seguida, com movimento circular com
a desempenadeira procura-se desbastar a espessura e ao mesmo tempo
uniformizar o painel de maneira a se obter uma espessura final de 2 ou 3 mm,
lança-se o pó de cimento e em seguida com a broxa esborrifa-se água e com
a desempenadeira de aço, alisa-se o pó de cimento incrustado na argamassa,
caracterizando a chamada queima do cimento.
d) Estuque Lúcido (barra lustra ou barra lúcida) – é um revestimento
contínuo, impermeável, utilizado em banheiros, cozinhas e áreas em contato
com água, que substitui o azulejo e tem aparência de mármore. Por ser um
revestimento contínuo, não aceita reparos ou emendas. O trabalho deve
ser executado por mão de obra especializada, que aplica sobre o emboço,
um reboco desempenado com argamassa mista de cal (1:4/8), que após
completa secagem (2 dias), recebe uma capa de 2 mm de uma pasta especial
(3:3:2 ou 2:2:1 – pó de mármore, nata de cal, cimento branco, água e corante
a gosto) que deve ser queimada com desempenadeira de aço e após dá-se
o lustro com o polimento da superfície usando-se uma boneca de pano que
deve ser esfregada com energia junto com o talco, até atingir o polimento
desejado. Outro acabamento, utiliza passar óleo de linhaça e encerar com
cera de carnaúba. O resultado final é uma superfície muito lisa e brilhante,
comparável ao vidro e que na fase de queima pode receber um processo
artístico de impregnação de óxido de ferro diluído em água, formando veios
determinados por técnicas (uso de esponja ou pena de galinha) que imitam
mármore.
e) Reboco Travertino (massa tipo travertino) – revestimento semelhante ao
estuque lúcido. Essas massas são industrializadas, portanto patenteadas
sua composição. Aplica-se a massa sobre emboço de argamassa mista de
cal (1:4/12) molhado até a saturação, como se fosse reboco normal. Para a
imitação do mármore travertino, faz-se da seguinte maneira: com o reboco
ainda bem molhado, comprime-se com uma boneca de estopa limpa ou pano

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seco, de maneira que na superfície se determinam pequenos sulcos típicos


do mármore, desempena-se com a desempenadeira de aço levemente,
de maneira a não desmanchar os sulcos feitos. O filamento para imitação
das placas de mármore é feito com um ferro de 3/16” ou 1/4” na forma de
semicírculo, passado na superfície ainda úmida. O rendimento é de 10 kg/m².
f) Massa Lavada – semelhante a massa tipo travertino, é um material
industrializado e patenteado, onde a característica predominante está no
agregado que é composto de granas de granitos coloridos e quartzo. Aplicado
com uma espessura na ordem de 5 mm, o seu acabamento é feito com a
lavagem de solução de ácido muriático e água 1:6, lavando-se em seguida
com água limpa para remoção da solução ácida. Este processo é repetido
até aparecerem os grãos e granilhas de granito, limpos e brilhantes. O
rendimento é de 15 kg/m².
g) Reboco Raspado (massa raspada) – sua composição é feita com quartzo,
cimento ou cimento branco e corante, sendo os traços, patentes dos
fabricantes. A espessura do reboco não deve ser inferior a 3 mm, nem
superior a 5 mm. Os painéis devem ser executados de forma contínua,
sem emendas, existindo juntas determinadas por colher de pedreiro ou
fitas adesivas, entre os mesmos. O acabamento final é conseguido com a
passagem de um pente de aço ou pedaço de lâmina de serra, após 2 horas
aproximadamente da sua aplicação, removendo a parte superficial do reboco,
que deve ser lavada para a remoção do pó, como procedimento final.
h)Granilito ou Granitina – revestimento argamassado cujo acabamento
tem aparência de granito. É preparado no canteiro com cimento branco,
granas e granilhas de granito, mármore e corante. Executados em painéis
com espessura na ordem de 5 a 8 mm, com juntas de dilatação de latão,
alumínio ou plástico. A aplicação é feita da mesma maneira que o emboço,
por lançamento, batendo com a desempenadeira repetidas vezes para
melhor fixação, aí então sarrafeia-se e desempena-se. Após a secagem, dá-
se o polimento com máquina, podendo receber como acabamento final o
enceramento e lustro com flanela.
i) Massa Acrílica – são materiais industrializados, composto de granas de
granito, combinados com resinas acrílicas, que após aplicadas se constituem
em produto de alta resistência, monolítico e impermeável à ação do tempo. É
aplicado com desempenadeira de aço ou PVC, formando uma camada com
espessura de 3 mm, com rendimento na ordem de 4 kg/m².
2.3 – Não Argamassados
São revestimentos de paredes, constituídos por outros elementos naturais ou
artificiais, assentados sobre emboço de regularização, com argamassa colante
ou estruturas especiais de fixação. Esses produtos têm procedimentos de
assentamento ou fixação específicos, segundo as características de seus elementos.
Entre os mais utilizados estão:
a) Revestimento cerâmico;
b) Revestimento de pastilhas de porcelana;
c) Revestimento de pedras naturais;
d) Revestimento de mármores e granitos polidos;
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e) Revestimento de madeira;
f) Revestimento de plástico;
g) Revestimento de alumínio.
2.3.1 – Revestimentos Cerâmicos
São produtos industrializados com grande controle do processo de fabricação,
que exigem atenção desde a composição da massa, que utiliza argilas, filitos,
talcos, feldspatos (grês) e areias (quartzo), até a classificação final do material,
caracterizado por elementos cerâmicos, de grande variedade de cores, brilhantes e
acetinados, em diversos padrões, lisos e decorados, de alta vitrificação, ou sejam,
de grande coesão, resistência a compressão e abrasão. A espessura média é de 5,4
mm. A face posterior (tardoz) não é vidrada e apresenta saliências para aumentar a
capacidade de aderência da argamassa de assentamento.
2.3.1.1 – Finalidade e vantagens do revestimento cerâmico
a) proteção à alvenaria;
b) é anti-alérgico;
c) facilidade de limpeza (é higiênico);
d) beleza (possui inúmeras opções decorativas);
e) é durável (quando de boa qualidade);
f) é anti-inflamável.
Observação: O revestimento cerâmico não pode ser considerado elemento
impermeabilizante a ponto de conter coluna de água sobre ele, assim como a
cerâmica e a argamassa de rejuntamento.
2.3.1.2 – Elementos do revestimento cerâmico
Considerado como um sistema, tecnicamente, o revestimento cerâmico é
constituído por um conjunto de elementos distintos funcionando como uma estrutura
organizada. Esses elementos têm composições diferentes que geram esforços
diferentes, que devem apresentar, no final, um equilíbrio de todas as tensões
que atuam no sistema, para que não ocorra o comprometimento do revestimento
cerâmico. Os elementos do revestimento cerâmico são:
a) substrato ou base (emboço);
b) argamassa colante;
c) placa cerâmica;
d) diferentes tipos de juntas;
e) argamassa de rejuntamento.

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2.3.1.3 – Normas gerais para a execução de assentamento cerâmico


a) utilizar as ferramentas adequadas ao serviço;
b) fazer o planejamento de assentamento dos painéis para cada superfície ou
áreas de revestimento contínuo, elaborando projeto se necessário;
c) verificar nivelamento de forro e prumada do revestimento de emboço, que
deve ter sido executado 14 dias antes do serviço, conforme a NBR 8214;
d) marcar pontos de referência e pontos auxiliares em nível, em cada parede,
a uma altura cômoda para o trabalho, para o alinhamento das peças (fiada
mestra);
e) efetuar a montagem em bancada das peças, determinando sobre uma peça
de madeira ou alumínio, a “galga”, incluindo os espaçadores que definem a
dimensão das juntas;
f) instalar uma régua de alumínio com o auxílio da galga, logo acima do piso,
para o assentamento da primeira linha das placas cerâmicas inferiores,
aplicando-se duas peças nos cantos superiores para verificação ou correção
do prumo, com as peças já aplicadas nos cantos inferiores;
g) assentamento deve ser feito com argamassa colante, adesivos à base de
cimento aditivados, que proporcionam maior produtividade;
h) no assentamento deve ser observada a execução de juntas entre as peças,
de acordo com a Norma NBR 8214/83, que estabelecem as dimensões
mínimas de acordo com as dimensões das peças cerâmicas utilizadas. Essas
juntas se fazem necessárias para impedir a propagação de tensões entre
as peças e favorecem os ajustes no perfeito alinhamento que compensem
eventuais diferenças de dimensões entre as mesmas;

Material Dimensão Dimensão indicada


cerâmico (cm) para juntas (mm)

15x15 1,5
Azulejos 15x20 2,0

7,5x15 2,0
15x15 2,0
15x20 2,0
20x20 2,0
Ladrilhos
20x30 3,0 a 5,0
30x30 3,0 a 5,0
30x40 5,0 a 10,0

i) os tipos mais comuns de juntas são: estrutural, de assentamento, de


movimentação e de dessolidarização. Para as juntas de assentamento, usam-
se espaçadores de plástico, pregos ou palitos;
j) molhar o material antes do assentamento, mergulhando as peças cerâmicas
em um reservatório com água.

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Observação: antes de iniciar o assentamento de placas cerâmicas, verificar


nas etiquetas das caixas do material a ser aplicado, a uniformidade na
indicação do nome do produto, cor e tonalidade.

Guia de
prumo Teto ou
altura
do forro

Fiada mestra

Régua

2
1

1 - Contrapiso
2 - Piso acabado
Etapa 1 - Fixação da fiada mestra e guias de prumos

Teto ou
altura
do forro

Espaçadores

Fiada mestra

2
1

1 - Contrapiso
2 - Piso acabado
Etapa 2 - colocação dos ladrilhos acima da fiada mestra

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Teto ou
altura
do forro

Fiada mestra

2
1

1 - Contrapiso
2 - Piso acabado
Etapa 3 - colocação dos ladrilhos abaixo da fiada mestra

Emboço Azulejo

Argamassa
colante

Impermeabilização

Piso cerâmico

5 mm

Detalhe do arremate dos azulejos com o piso

2.3.1.4 – Características técnicas importantes das peças cerâmicas


a) EPU – expansão por umidade: a placa cerâmica absorve água após a saída
do forno e tende a expandir-se, isto é, aumentar de tamanho. Uma alta
EPU pode causar sérios problemas, como o deslocamento e o gretamento
(fissuramento da face) da placa. Recomenda-se usar em pisos e paredes
internas, cerâmicas com EPU de no máximo 0,60 mm / m. Em fachadas
recomenda-se usar cerâmicas com EPU de no máximo 0,40 mm / m.
b) PEI (Instituto de Esmaltes para Porcelana): é um índice usado como norma
internacional para indicar a resistência do esmalte da cerâmica ao desgaste
(abrasão) quando submetido à ação de sujeiras abrasivas em função do uso.
c) A classificação normalizada é a seguinte:

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PEI Tráfego Prováveis locais de uso


0 - paredes (desaconselhável para pisos)
1 baixo banheiros residenciais, quartos de dormir etc.
2 médio cômodos sem portas para o exterior e
banheiros
3 médio alto cozinhas, corredores, halls e sacadas
residenciais e quintais
4 alto residências, garagens, lojas, bares, bancos,
restaurantes, hospitais, hotéis e escritórios
5 altíssimo residências, áreas públicas, shoppings,
aeroportos, padarias e fast-foods
Fonte: Anfacer
d) Limpabilidade (ou resistência às manchas): são 5 classes:
Classe 1 – impossibilidade de remover manchas;
Classe 2, 3 e 4 – possibilidade de remover as manchas conforme o
agente aplicado e o produto de limpeza utilizado;
Classe 5 – corresponde à maior facilidade de limpeza.
e) Absorção de água (%):
B Ia – 0,0 < absorção > 0,5
B Ib – 0,5 < > 3,0
B IIa – 3,0 < > 6,0
B IIb – 6,0 < > 10,0
f) Classificação das placas esmaltadas (resistência ao ataque químico contidos
em produtos de limpeza e industrilização):
A – alta
B – média
C – baixa
g) Em função da superfície e do processo de fabricação, as placas cerâmicas
são classificadas em esmaltadas e não-esmaltadas, extrudadas e prensadas,
bioqueima, monoqueima ou monoporosa. Comercialmente as placas são
classificadas de acordo com as características de absorção de água,
conforme segue:
Tipo de cerâmica Características
Porcelanatos Baixa absorção e resistência mecânica alta
Grês Baixa absorção e resistência mecânica alta
Semi-grês Média absorção e resistência mecânica média
Semi-porosos Alta absorção e resistência mecânica baixa
Porosos Alta absorção e resistência mecânica baixa
Fonte: Anfacer

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h) Outras Características: coeficiente de atrito, resistência ao


congelamento, resistência ao impacto, módulo de flexão, coeficiente de
dilatação, entre outras.
2.3.1.5 – Tipos de juntas para aliviar as tensões entre as peças cerâmicas
Junta é definida como o espaço (fresta) regular entre duas peças de materiais
idênticos ou distintos. Os tipos mais comuns de juntas são: estrutural, de
assentamento, de movimentação e de dessolidarização.
Quanto a forma de aplicação, as peças podem ser assentadas com:
a) juntas paralelas ou a prumo;
b) juntas amarradas;
c) juntas em diagonal desencontradas;
d) juntas em diagonal paralelas.

a prumo amarradas

diagonais diagonais amarradas


Quanto a função, as juntas são classificadas em:
a) Junta Estrutural – é a fresta regular cuja função é aliviar tensões provocadas
pela movimentação da estrutura da obra. Devem ser respeitadas em posição
e largura, em toda espessura do revestimento;
b) Junta de Assentamento – é a fresta regular entre duas peças cerâmicas
adjacentes e tem a função de:
absorver parte das tensões provocadas pela EPU da cerâmica, pela
movimentação do substrato e pela dilatação térmica;

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compensar a variação de bitola da placa cerâmica, facilitando o


alinhamento;
garantir um perfeito preenchimento e estanqueidade;
facilitar eventuais trocas de peças cerâmicas;
estética;
A largura das juntas de assentamento deve obedecer a recomendação
do fabricante da cerâmica e estar de acordo com a NBR 8214/83, variando
com as dimensões das peças e local de aplicação, interna ou externa.
c) Junta de Movimentação – executada com a função de aliviar tensões
provocadas pela movimentação do revestimento e do substrato, nas linhas de
ligação entre as paredes de alvenarias e as estruturas de concreto.
d) Junta de Dessolidarização – é o espaço regular cuja função é separar a área
com revestimento de outras áreas (paredes, tetos, pisos, lajes e pilares),
para aliviar tensões provocadas pela movimentação do revestimento e/ou
substrato.

Observação: a execução de juntas e a posição das juntas de movimentação são


orientadas pelas seguintes normas:
NBR 13753 – em pisos internos e externos (expostos a insolação e/ou umidade);
NBR 13754 – em paredes internas;
NBR 13755 – em paredes externas.

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Junta
estrutural
(com enchimento flexível)

Pilares
Selante

Cerâmica

Emboço
Junta de
assentamento

Junta de
dessolidarização
Planta s/ esc .

2.3.2 – Revestimento de pastilhas de porcelana


É um produto cerâmico de grês (argila pura de alta vitrificação), produzido com
alta tecnologia, cuja característica principal é ter teor de absorção praticamente
0%. A sua aplicação requer mão de obra especializada (pastilheiro), cujo
assentamento poderá ser executado por dois métodos: convencional (sobre emboço
rústico sarrafeado) ou com argamassa colante (sobre emboço sarrafeado ou
desempenado).
No processo convencional, a base para aplicação é de emboço sarrafeado,
com acabamento rústico (se necessário, a superfície deverá ser escarificada)
de argamassa rica em cimento portland comum, isenta de impermeabilizantes,
devidamente curado (para evitar tensões de retração da argamassa sobre o
revestimento). A aplicação das pastilhas se fará sobre esta base, umedecida,
assentando-se com argamassa mista de cal e areia fina, no traço 1:3:9, em volume,
espalhando-se uma camada de 2 mm sobre uma área tal que possa ser revestida
com pastilhas antes do início do seu endurecimento. Ao mesmo tempo, sobre
cada placa, na face sem papel, estende-se uma fina camada de pasta de cimento
branco (sem caulim), no traço 2:1, fixando a placa sobre a argamassa fina e fresca,
pressionando para que haja a aderência das mesmas. Cuidar com o alinhamento e
esquadro das linhas de rejuntes.
No processo do uso de argamassa colante, o emboço deve ser cuidadosamente
sarrafeado e destorcido, e após curado, a placas de pastilhas são fixadas com
argamassa pré-fabricada, com aditivos especiais, bem dosada, mecanicamente
misturada e, portanto, com traço uniforme. A argamassa pré-fabricada permite
melhor acabamento, fazendo o rejuntamento com a própria argamassa e eliminando
o risco de desprendimento das pastilhas.

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2.3.3 – Revestimento com tijoletas cerâmicas (Tijolo aparente)


Para o revestimento de fachadas, lareiras, churrasqueiras e ambientes
internos pode-se usar tijoletas que imitam a face lateral de um tijolo de 2 furos.
Produzidas com mair controle de qualidade apresentam certa uniformidade no
tom, proporcionando ótimo acabamento se executada dentro da técnica. No
assentamento utiliza-se argamassa mista de cimento, cal e areia na proporção de
1:½:4 sobre parede chapiscada e 1:1/4:4 sobre parede emboçada.

Rejuntes
p/ dentro

8 a 12 mm

8 a 12 mm

Tijoletas para revestimento de tijolo aparente

2.3.4 – Revestimento de pedra natural


Utilizando rochas naturais, como: arenito, granito, folhelho, gnaisse, pedra mineira,
e outras, as unidades são cortadas ou serradas, constituindo peças irregulares ou
regulares, que são assentadas com argamassa mista de cimento, sobre superfícies
chapiscadas, procedendo-se antecipadamente o chapisco da contra-face na
aderência das peças, também. O serviço de assentamento deve ser executado por
pedreiro especializado, com treinamento na arte do preparo das peças, classificação
e montagem dos painéis.
2.3.5 – Revestimento de mármores e granitos polidos
Primeiramente, deve-se avaliar o material a ser empregado, quanto a sua
adequação estética e funcional, posteriormente, quanto a qualidade, relativa
a existência de manchas, impurezas, diferença de tonalidade e bicheiras. A
espessura das peças para aplicação como revestimento de parede é de 2 cm, e
a aplicação deve observar ao cuidado no levantamento das medidas da área de
revestimento, que gerará o detalhamento de painéis e/ou placas mais uniformes
possíveis, respeitando as disposições das manchas e veios das placas obtidas dos
desdobramentos dos blocos das rochas. Este procedimento resultará em um projeto
de montagem, onde as placas receberão uma numeração seqüencial para facilitar o
assentamento.
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Para o assentamento das placas com argamassa mista de cimento, é necessário


considerar a superfície se de tijolos ou de concreto, que deverão estar chapiscadas.
As placas destinadas a revestir superfície de concreto, deverão ter na contra face,
grapas de ferro chumbadas; nas que serão aplicadas sobre tijolos são dispensáveis,
não havendo também necessidade de argamassa de regularização das superfícies.
Em ambas as situações, a contra face das placas devem ser chapiscadas.
2.3.6 – Revestimento de madeira
O uso mais comum de revestimento em madeira para paredes é o lambril, peças em
madeira maciça com bordos em macho e fêmea, dimensão de 10 cm de largura e
½” de espessura, cuja fixação é feita sobre um tarugamento executado com caibros
(trapezoidais), fixos na parede em linhas paralelas com espaçamento de 50 cm,
ortogonalmente à posição de assentamento das peças.

2.3.7 – Revestimento de plástico ou vinílico


Produtos de alta tecnologia, são pouco usados, mais apresentam grandes
vantagens sobre outros materiais de revestimentos impermeáveis. Destacam-se
as chapas de PVC coloridas e as chapas de Laminado Decorativo de Alta Pressão
(LDAP), compostas de camadas de material fibroso, celulósico (papel, por exemplo),
impregnada com resinas termoestáveis, amínicas (melamínicas) e fenólicas,
montadas, prensadas sob condições de calor e alta pressão, em que as camadas
de superfície, em ambos os lados, são decorativas (exemplo: chapas fórmicas). No
mercado encontra-se 14 tipos de LDPA, com características especiais quanto ao
uso.
Os substratos recomendados para a fixação são: madeira aglomerada, compensada,
maciça, medium density fiberboard (MDF), superfícies metálicas e alvenarias
revestidas com argamassa queimada ou preparada como massa corrida, para
suportar a colagem do laminado. Os adesivos indicados para os diversos substratos
são: o termoendurecível uréia-formaldeído; a cola branca ou acetato de polivinila
(PVAc) e adesivo de contato à base de borracha sintética (policloropeno).

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2.3.8 – Revestimento de alumínio


Apresentado em chapas de alumínio, sua aplicação é restrita a indicação em
projetos sofisticados, que deverão ser orientados pelos fornecedores quanto aos
detalhes de fixação.
3 – REVESTIMENTO DE PISOS

Ao revestimento de pisos designa-se a denominação de pavimentação. Assim


sendo, pavimentação é definida como sendo uma superfície qualquer, continua ou
descontínua com finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve. São diversos os
materiais utilizados como pisos na construção civil, sendo que as qualidades gerais
da pavimentação são:
a) resistência ao desgaste ao trânsito;
b) apresentar atrito necessário do trânsito;
c) quanto a higiene necessária;
d) fácil conservação;
e) inalterabilidade (cor, dimensões, etc.);
f) função decorativa;
g) econômica.
3.1 – Classificação quanto ao tipo de material
a) em concreto: simples, armado ou em peças pré-moldadas intertravadas (tipo
paver) ou articuladas (tipo blokret);
b) em cerâmica: piso cerâmico não vidrado (lajota colonial) e piso cerâmico
vidrado de resistência variável (decorados e antiderrapantes);
c) em madeira: soalho (tábua), taco e parquete
d) em pedra:
Naturais – arenitos, granitos, mármores, mosaico português, etc.
Artificiais – granitina, ladrilho hidráulico e concreto
e) Vinílicos – Ladrilho vinílico semiflexível, em placas fabricadas como resinas de
PVC, plastificantes e pigmentos corantes;
f) Piso melamínico de alta pressão (PMAP) – são chapas para revestimentos
de substratos rígidos, compostas de material fibroso, celulósico, empregnado
com resinas termoestáveis, amínicas e fenólicas, prensadas por meio de calor
e alta pressão, constituindo um revestimento de elevado índice de resistência
ao desgaste, com espessura de 2 mm, produzidos em diferente versões,
específicas para cada aplicação e uso (convencional, fogo retardante,
reforçado etc.).
3.2 – Considerações gerais quanto aos cuidados na execução de
pavimentações
a)Para a execução de uma pavimentação, devemos considerar os
procedimentos de preparo da base que pode ocorrer sobre o solo ou em lajes
de concreto armado;
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b)Na pavimentação em que a base é o solo, deve-se ter o cuidado


com a compactação do aterro, execução de lastro para drenagem e
impermeabilização do contra-piso.
c) Deve-se ter o cuidado de planejar as declividades das superfícies externas,
na execução dos contra-pisos ou lastro de regularização, de acordo com a
orientação de captação d’água, do projeto hidráulico;
d) Nas áreas de garagens, não deixar de executar declividades mínimas para o
escoamento natural d’água.
e) Se possível, a cota do piso interno de uma edificação deve estar sempre
elevado em relação ao piso externo;
f) Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento das
redes de esgotos sob o piso;
g) Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas,
deve-se executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água
de amassamento infiltre na madeira, provocando distorção nas peças.
h) Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento da
rede de esgoto e dutos embutidos sob o piso;
i) A pavimentação com placas ou réguas de laminado plástico termoestável
– laminado fenólico-melamínico – devem ser executados sobre base de
cimento plastificado (argamassa de cimento 1:3 adicionado de acetato de
polivinila – PVC), para um perfeito nivelamento da superfície aplicado com
desempenadeira metálica;
j) Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas,
deve-se executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água
de amassamento infiltre na madeira, provocando distorção nas peças;
k) Na execução de pisos e contrapisos em concreto em concreto não se deve
esquecer de dimensionar o número de juntas e suas locações.
3.3 – Pisos em concreto pré-moldados
Além de pisos de concreto moldados in-loco em painéis de variados tamanhos
e tipos de juntas, é cada vez mais freqüente a execução de pisos diferentes
das tradicionais pedras portuguesas (petit-pavet). Atualmente, existem muitos
fornecedores de pisos para os mais diversos usos, tais como: pátios, calçadas,
passeios, quadras esportivas e playgrounds. A base de tais revestimentos
dependem do material utilizado e podem variar desde arenito apiloado até
um contrapiso de concreto (armado). A seguir é mostrado alguns dos tipos de
revestimentos feitos em concreto:

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Tipo “ blokret ” parati


Decorativo

Tipo “ Blokret ” articulado Decorativo

3.3.1 – Seqüências dos procedimentos para a execução do contrapiso


Os procedimentos a seguir são indicados para o caso de áreas internas sobre lajes
com contrapiso em painéis de 2,0x2,5 m e espessura mínima de 2,0 cm e espessura
máxima dependendo do desnível necessário ou da correção de nível exigida.
a) Antes de iniciar o contrapiso é necessário retirar todos os entulhos do
ambiente, assim como óleos, graxas, cola, tinta, material que possa soltar-se
(usar ponteiro);
b) Marcar o nível das mestras de acordo com o projeto (transferir o nível) usando
nível de mangueira, lembrando que nas áreas onde haverá escoamento de
água (ralo) prever um caimento mínimo de 1%;
c) Dois dias antes da execução do contrapiso colocar os tacos (taliscas)
conforme o nível determinado fixando-os com a mesma argamassa que
vai ser usada no contrapiso (depende do revestimento final que vai ser
colocado, conforme tabela a seguir). Molhar o local onde vai ser colocado
o taco e polvilhar com cimento comum para garantir a perfeita aderência da
argamassa com a base;
Traço da argamassa
Tipo de revestimento (cimento : areia média)
Água 10 %
Carpetes, madeira, vinílicos e 1:4a1:5
têxteis
Base para manta de 1:3a1:4
impermeabilização
Cerâmicas e pedras 1:5a1:6

d) Os tacos deverão ficar a uma distância máxima de 2 metros e após 2


dias, lavar bem a superfície (água em abundância) e executar as mestras,
adotando-se os mesmos cuidados de polvilhar cimento, inicialmente
nos locais das mestras e depois em toda a superfície que vai receber o
contrapiso, espalhando e misturando com a água para formar uma nata de
aderência;

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e) Espalhar a argamassa entre os tacos numa espessura um pouco acima da


altura dos tacos e compactando-a com um soquete (a argamassa deve estar
em ponto de farofa). Em seguida, usando os tacos como apoio, nivelar a
mestras com uma régua de alumínio (reguar) e retirar os tacos, preenchendo
o espaço com a mesma argamassa;
f) Logo após a execução das mestras lançar argamassa entre elas até
um pouco acima das mestras, espalhando com uma enxada ou rodo
(espessura máxima por camada de 5 cm), compactar da mesma forma que as
mestras, preenchendo os espaços que ficarem abaixo das mestras, sempre
compactando;
g) De forma idêntica ao sarrafeamento feito antes, cortar a argamassa com uma
régua de alumínio, fazendo o acabamento (cimento alisado ou desempenho)
de acordo com o tipo de revestimento que será executado;
h) Isolar a área por no mínimo 3 dias após o término do serviço e controlar
o trânsito de equipamentos que possam danificar o contrapiso. Liberar
para a execução do revestimento decorridos 28 dias de cura. Aos 14 dias
fazer a verificação e aderência com um ponteiro de aço. Testar, também, o
caimento jogando água com balde a fim de verificar empoçamento e caimento
inadequado. Refazer onde for necessário.

1 2 3 4 1 2 3 4

8 7 6 5 8 7 6 5

9 10 11 12 9 10 11 12

Lastro de Brita apiloada Concretagem dos


Colocação das sarrafos 1”x3” painéis ímpares

1 2 3 4 1 2 3 4

8 7 6 5 8 7 6 5

9 10 11 12 9 10 11 12

Retirada dos sarrafos Concretagem dos


40 horas depois painéis pares

Esquema para concretagem de pisos


de concreto em junta seca

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Soquete 8kg

Aplicar solução
betuminosa Régua p/ sarrafear

Manta de lona preta


Subbase de Brita apiloada
brita 1 (6 a 7 cm)

3.3.2 – Pisos de alta resistência em concreto armado


São pisos indicados para áreas de tráfego de veículos pesados, como pátios de
estacionamento de ônibus, carga e descarga de caminhões, postos de combustíveis
(não utilizar asfalto, pois este reage em contato com óleo diesel). A altura (h) deve
ser dimensionada em função do tipo de uso previsto. Na figura a seguir, é mostrado
um perfil de um piso de concreto armado, sendo o esquema de concretagem pode
seguir o sistema em xadrez, como foi mostrado no item anterior.
Tela soldada Junta com mastique

h/2

h/2 h/3

espaçador
Barra de
transferência

3.4 - Pisos de madeira


3.4.1 – Pisos de tábuas (assoalho)
São pavimentos feitos com madeira frisadas (com encaixe tipo macho e fêmea)
com larguras e comprimentos variáveis fixados sobre vigamento ou contrapiso.
Geralmente os de largura de 5 a 8 cm são pregados com a pregação ficando oculta
na mecha (encaixe). Para larguras maiores pode-se usar cola ou pregação aparente
ou ainda, parafusos. Veja na figura a seguir esquemas de fixação de assoalhos de
madeira:

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pontalete
Parede de
tábua e mata-junta

assoalho
O prego deve ser
cravado na parte mais
barrote espessa, inclinado e
escondido com
Máxima distância viga punção
entre barrotes
50 cm

Pilarete de
alvenaria

terreno

Assoalho sobre barroteamento com caixa de ar entre solo e piso

Passar cola de parafuso


madeira nos pontos
de contato
Bucha plastica
As emendas devem
ficar em linhas Corte AA
desencontradas
sempre sobre o Enchimento pode ser de
suporte serragem apiloada
A
assoalho

enchimento Suporte trapezoidal (ganzepe)

contrapiso
A

Máx 50 cm

Assoalho sobre contrapiso de concreto com enchimento (acústica)

4 – REVESTIMENTO DE TETOS (FORROS)

Elemento de acabamento interno da edificação, o forro é um sistema de


revestimento superior de um ambiente (cômodo). Caracterizado como forro falso
quando reveste abaixo do teto (que tecnicamente define o pé-direito), o forro é o
sistema que regula o espaço e o conforto do ambiente, possuindo uma relação
direta com a reverberação dos sons, o conforto térmico e lúminico. Para um
desempenho adequado, deve possibilitar fácil manutenção, ter praticidade na
instalação, e estar dentro dos padrões de resistência mecânica, de resistência
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à propagação de chamas e à ação de fungos e insetos. Um forro deve ainda


fornecer condições para a adaptação de luminárias, alarmes, sprinklers, dutos
de ar condicionado e outras instalações, se necessário. Os tipos de forros mais
comumente utilizados, segundo as características de fixação são: forros colados,
forros tarugados e forros suspensos.
De uma forma mais ampla os revestimentos de tetos podem ser resumidos como
segue:
a) Concreto aparente (laje aparente) – é o teto sem nenhum revestimento
especial, a não ser em alguns casos, uma pintura (verniz) diretamente sobre a
face inferior da laje de concreto;
b) Argamassados – é a aplicação de camadas de revestimento argamassados
da mesma forma com que se revestem as paredes (chapisco, emboço,
reboco etc.) sobre a face inferior de laje maciça, premoldada ou mista;
c) Madeira – executados como forro falso em chapas, réguas ou colméias,
fixados por meio de vigamentos, tarugamentos e contraventamento;
d)Gesso – em placas lisas, perfuradas ou estriadas, placas de gesso
acartonado (placas de 0,60x0,60 m) suspensas por arames galvanizados
fixados nas lajes por pino de aço cravado com pistola à pólvora. As placas
podem ser rejuntadas, lixadas e pintadas e receber arremates especiais
também em gesso ou outro material (plástico, PVC e isopor);
e) Fibras vegetais ou minerais – em placas prensadas de fibras de madeira
(pinus e eucalipto) e lã de vidro, rocha ou polietireno expandido (isopor),
caracterizando o chamado "forro pacote", que são fixados em estruturas de
perfis de alumínio, aço ou madeira atirantados ao teto, por meio de pendurais
de aço, ou chapas de alumínio;
f) Metal – principalmente alumínio e aço, apresentando as mais variadas
configurações e acabamentos;
g) PVC rígido – apresentados em réguas com encaixe tipo macho e fêmea,
fixados em tarugamentos de madeira.
GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS
Acabamento alisado – depois de reguado e desempenado a madeira, faz o
alisamento com desempenadeira metálica e polvilhamento de cimento.
Acabamento desempenado – logo após o sarrafeado, executado cuidadoso com
desempenadeira de madeira.
Acabamento sarrafeado ou reguado – é o acabamento do emboço feito por réguas
manuais ou vibratórias.
Áreas molhadas – são as dependências da edificação que estarão sujeitas a ação
de água (área de serviço, cozinha, banheiros e sacadas).
Bicheiras – são falhas de concretagem que devem ser preenchidas antes de iniciar o
revestimento.
Caimento – diz-se da necessidade de verificar o caimento das águas nas áreas
molhadas, ou seja, garantir que não ocorra empoçamento ou encaminhamento da
água para locais inadequados.
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Cavaletes – suportes de madeira ou metálicos para as plataformas de trabalho


(andaimes).
Chapisco rolado – chapisco comum adicionado de resina PVA e aplicado com rolo,
implicando em menores perdas e maior produtividade.
Contrapiso zero – diz-se quando o revestimento de piso é executado diretamente
sobre a laje sem a necessidade de contrapiso de regularização.
Duas massas – termo usado no norte do Paraná para designar revestimento com
emboço e reboco.
Encascar – é o enchimento necessário quando a espessura do revestimento é
superior a 3 cm. Nesses casos convém encascar com argamassa e pequenos
pedaços de tijolos antes de chapiscar. Geralmente é necessário para corrigir falha
de prumo ou mudança de projeto.
Fiada mestra – é a fiada de azulejos que serve de guia para as demais, é colocada
a partir do piso ou do teto, dependendo da paginação escolhida, mais ou menos na
atura de trabalho (um terço do pé-direito).
Galgas (na obra: garga) – tenazes feitos de ferro de construção usadas para firmar
formas dos revestimentos nos arremates.
Polvilhar cimento – é o procedimento de espalhar cimento sobre superfícies
molhadas para formar uma nata e garantir melhor aderência.
Ponteira – ferramenta usada para retirar com a marreta o excesso de material
encrustados.
Rejunte (rejuntamento) – é o enchimento dos sulcos entres as peças cerâmicas
(juntas) com argamassa apropriada.
Uma massa ou massa paulista – diz da execução de revestimento com emboço
desempenado.

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NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES


Título da norma Código Última atualização
Argamassa de alta resistência mecânica para pisos EB2100 1990
NBR 11801
Argamassa de alta resistência mecânica para pisos - MB3378 1990
Determinação da resistência à compressão simples e NBR 12041
tração por compressão diametral

Argamassa industrializada para assentamento de NBR 13281 1995


paredes e revestimento de paredes e tetos

Assentamento de azulejos NB796 1983


NBR 8214
Revestimento de paredes externas com placas NBR 13755 1996
cerâmicas e com utilização de argamassa colante -
procedimento
Revestimento de paredes internas com placas NBR 13754 1996
cerâmicas e com utilização de argamassa colante -
procedimento
Revestimento de pisos internos e externos com NBR 13753 1996
placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante - procedimento
Execução de revestimento de paredes e tetos de NB231 1998
argamassas inorgânicas - Procedimento NBR 7200

Pisos para revestimento de pavimentos CB102 1978


NBR 6137
Placa de mármore natural para revestimentos PB107 1969
superficiais verticais externos NBR 7205
Placa vinílica para revestimento de pisos e paredes - NBR 13855 1998
Determinação da estabilidade dimensional à imersão
em água
Placa vinílica semiflexível para revestimento de pisos EB961 1998
e paredes - Requisitos NBR 7374
Revestimentos têxteis de piso TB193 1982
NBR 7686
Sistemas de revestimentos de alto desempenho, à NBR 14050 1998
base de resinas epoxídicas e agregados minerais
- Projeto, execução e avaliação do desempenho -
Procedimento

NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO


NR – 11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais
NR – 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
LINKS NA INTERNET
Associação Nacional da Indústria Cerâmica http://www.anicer.com.br/
Materiais cerâmicos para construção http://geocities.com/ceramicauefs/
Associação Brasileira de Cerâmica http://www.abceram.org.br/
Associação Brasileira de Normas Técnicas http://www.abnt.org.br/
Instituto Nacional de Metrologia http://www.inmetro.gov.br/

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

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AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard
Blücher, 1987. 1178p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher,
1977. 182p.
BAUER, L A Falcão. Materiais de construção. 5ª edição. Rio de Janeiro: RJ. LTC-
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1994. 935p.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa:
DENGE, 2000.
DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas
da disciplina de Construção Civil (terceiro volume). Diversos autores. Revisor:
Lázaro A. R. Parellada. Apostíla. Curitiba: DAEP, 1997.
GUEDES, Milber Fernandes. Caderno de encargos. 3ª ed. atual. São Paulo: Pini,
1994. 662p.
KLOSS, Cesar Luiz. Materiais para construção civil. 2ª ed. Curitiba: Centro
Federal de Educação Tecnológica, 1996. 228p.
PETRUCCI, Eládio G R. Materiais de construção. 4ª edição. Porto Alegre- RS:
Editora Globo, 1979. 435p.
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. 3ª ed.rev. São Paulo: Pini,
1996. 168p.
RIPPER, Ernesto. Manual prático de materiais de construção. São Paulo: Pini,
1995. 253p.
SAMPAIO, José Carlos de A. Manual de aplicação da NR-18. São Paulo: Pini,
1998. 540p.
SOUZA, Roberto...[et al.]. Qualidade na aquisição de materiais e execução de
obras. São Paulo: Pini, 1996. 275p.
SOUZA, Roberto...[et al.]. Sistema de gestão da qualidade para empresas
construtoras. São Paulo: Pini, 1995. 247p.
VERÇOSA, Enio José. Materiais de construção. Porto Alegre: PUC.EMMA.1975.

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