Durante a evolução humana a energia sempre foi reconhecida como um dos
pilares do desenvolvimento. Atualmente o mundo se encontra em franca procura de novas formas de energia, uma vez que as fontes convencionais são não renováveis e altamente poluidoras, contribuindo de forma significativa para as emissões de gases de efeito estufa.
O Protocolo de Kyoto vem em busca de melhorias no clima do planeta, desta
forma, os países desenvolvidos devem reduzir suas emissões de gases efeito estufa, podendo promover estas reduções fora do seu território. Para isso, podem desenvolver a alternativa do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL, e esta alternativa implica em assumir responsabilidade para reduzir as emissões de poluentes e promover o desenvolvimento sustentável. São mecanismos de investimentos pelos quais os países desenvolvidos tem metas de redução e emissão, e aplicação de recursos financeiros em projetos que venham reduzir a emissão de gases do efeito estufa. (RZYBOWSKI 2005). Acompanhando uma tendência mundial e especificações estabelecidas no protocolo de Kyoto ratificado em 1997 foram criadas políticas para pesquisa, desenvolvimento e incentivo de tecnologias que utilizam formas alternativas de energia como: eólica, solar, hidráulica ,biocombustível , biomassa, biogás e etc. O agravamento das condições climáticas no planeta nas ultimas décadas, evidenciou a necessidade de promover um desenvolvimento de forma sustentável. O surgimento do mercado do crédito de carbono, a partir do Protocolo de Kyoto, implantou limites de emissão dos gases efeito estufa para os países Industrializados. O acordo assinado em 1997 prevê a redução da emissão de gases que produzem o efeito estufa, foi estipulada uma redução média de 5,2% para os anos de 2008 até 2012, com base da emissão do ano de 1990. Os créditos de carbono são certificados que autorizam empresas de países desenvolvidos o direito de poluir, mas estas devem pagar por projetos (MDL) em países em desenvolvimento RZYBOWSKI (2005). Tendo em vista o desenvolvimento de fontes limpas de energia o biogás tornou –se uma das melhores alternativas pra tais fins. Sabendo que a matéria prima para sua obtenção são dejetos que iriam poluir o meio–ambiente e que com processos de digestão anaeróbica geram energia e biofertilizante, privando assim o planeta de mais poluição. Segundo SALOMON (2007), o processo de digestão anaeróbia apresenta-se como uma interessante opção de tratamento de resíduos aplicada ao setor rural, nas propriedades com criações de animais em confinamento. Como por exemplo, bovinocultura, suinocultura, avicultura e etc. O biogás consiste da fermentação de matéria orgânica e, é de cerca de 60% de metano, 35% de dióxido de carbono e 5% de uma mistura de hidrogênio, nitrogênio, amônia, ácido sulfídrico, monóxido de carbono, aminas voláteis e oxigênio. (WEREKO-BROBBY; HAGEN, 2000). Um dos grandes empecilhos para o uso em massa do biogás esta em sua composição que além do metano, sua principal fonte de energia, apresenta os demais componentes descritos acima que agem de forma a reduzir o seu potencial energético, como o gás carbônico, e contaminantes, como o sulfeto de hidrogênio, que é toxico e corrosivo. A partir disso em seu uso como combustível é necessário a realização de um processo de purificação para a redução dos contaminantes antes do processo de combustão. A inserção de tecnologias de digestão anaeróbica está em alta, o Brasil deu início a aplicação dessa tecnologia apenas nas últimas décadas, e principalmente em regiões de alta produção agropecuária, como a região Centro-Oeste (34,6%) e Norte (20,1%), maiores rebanhos bovinos do país, e as regiões Sul (47%) e Sudeste (18%), maiores rebanhos suínos (IBGE, Censo Agropecuário 2010). Segundo BECK (2007) as tecnologias mais sofisticadas de tratamento de dejetos, como por exemplo, a separação de fases, tratamentos biológicos (lagoas anaeróbias, e estabilizadoras), estão fora do alcance da grande maioria dos produtores, visto seu custo de aquisição. Tendo em vista esses fatores, e a baixa produção na agropecuária por causa do clima semiárido, a região Nordeste acaba sendo privada, em parte, de investimentos em relação às demais regiões do país. Desta forma uma implantação com uma baixa produção de biofertilizante e principalmente biogás seria possível desde que, todo o processo, envolvendo materiais, mão-de-obra e instalação fosse barateado, o que tornaria essa uma solução viável, inserindo assim essa região castigada pela seca e miséria, no contexto das novas tecnologias.