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LD268 PDF
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autor do original
FABIANO GONÇALVES DOS SANTOS
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial durval corrêa meirelles, mara alves braile, marcia mitie durante
maemura, luiz alberto gravina belmiro, ornella pacífi co
Diagramação fabrico
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
ISBN 978-85-60923-36-6
Prefácio 9
Levantamento de processos 64
Ciclo de vida da modelagem de processos 65
Modelos 66
Mapa de Processos 69
Ferramentas de modelagem de Processos 71
Fluxograma 76
Metodologia de modelagem de processo 83
Planejamento do levantamento 84
Execução do levantamento 85
Análise e simplificação do processo 85
Estabelecimento das medidas do processo 86
Padronização do processo 86
Implantação e ajustes 87
9
1
Introdução a Gestão
de Processos e
Negócios
1 Introdução a Gestão de Processos e
Negócios
OBJETIVOS
Neste capítulo, iremos estudar os seguintes tópicos:
• Definição de processos;
• Processo x projeto;
• O que são processos de negócio;
• Definições de gestão por processo;
• Organização funcional x organização por processo;
• Identificação dos processos;
• Classificação dos processos;
• A organização e suas unidades de negócio.
12 • capítulo 1
REFLEXÃO
Você já deve ter estudado ou visto em algum lugar comentários sobre sistema, certo? Não?
Então, leia o artigo a seguir, disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/sistema>. Depois,
faça uma busca na literatura recomendada na Web e em outros meios que julgar interessan-
te. Depois, quero que você compare comigo, em nossa disciplina, o conceito de sistema e o
conceito de processo, principal item de estudo no capítulo 1. Vamos ao trabalho?
Introdução
De maneira bem resumida, poderíamos dizer que processo é tudo o que ocorre
através de uma sequência de ações. A chuva é um processo de transformação
da água em vapor d´água e do vapor que está no ar em gotículas de água no-
vamente. Estas gotículas cairão devido ao seu peso, no formato de chuva. Um
outro processo seria a atividade de fritar um ovo. Se descrevêssemos isto em
passos veríamos uma sequência de ações que resultariam num ovo frito ou um
omelete, dependendo da sua preferência.
Assim como nossos exemplos anteriores, ao comprar na internet um arte-
fato num site de comércio eletrônico você está participando ativamente de um
processo de compra via e-commerce. Algumas etapas do processo são visíveis a
você como: a escolha do produto, a inserção de suas informações pessoais (seu
capítulo 1 • 13
endereço e as informações de seu cartão de crédito). Outras etapas são transpa-
rentes a você como: a aprovação que sua operadora de cartão de crédito precisa-
rá fazer para que a compra se concretize e a entrega que será feita pelos correios
ou por outra agência de transportes até que o artefato esteja na sua casa.
Se começarmos a classificar as atividades de um processo veremos que ele
possui, claramente, ao menos três divisões: entradas, transformações e saídas.
(MARANHÃO e MACIEIRA, 2004).
Entradas Saídas
Processo
(transformações)
• Materiais • Materiais
• Serviços • Serviços
• Informações • Informações
Entradas Saídas
Processo
Matéria-prima, serviços, Pessoas que utilizam materiais,
informações, dados, matérias-primas, equipamentos, Produtos e serviços
requisitos etc informações num conjunto de
atividades, visando a transformar
entradas em saídas e a atender
às necessidades dos clientes.
14 • capítulo 1
Perceba que as entradas são matérias-primas, informações, serviços. O pro-
cesso descreve as atividades a serem realizadas e as saídas são os resultados.
CONEXÃO
Leia o artigo a seguir para se aprofundar no conceito de sistema e processo:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_geral_de_sistemas>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Processo>
A1 A2 A3
I A1 A2
S N
F D A3
O termo processo possui diversas definições como podemos ver na tabela a seguir:
capítulo 1 • 15
FONTE BIBLIOGRÁFICA DEFINIÇÃO DE PROCESSO
Conjunto de atividades, funções ou tarefas identifi-
Integration Definition for Mo-
cadas, que ocorrem em um período de tempo e que
deling of Process – IDEF0
produzem algum resultado.
16 • capítulo 1
Processos, quanto à existência, são a introdução de insumos (entradas) num ambien-
te, formado por procedimentos, normas e regras, que, ao processarem os insumos,
transformam-nos em resultados que serão enviados (saídas) aos clientes do processo.
(CRUZ, 2005).
1 Conexão: <http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI4074-10142,00-VW+APRESENT
A+NOVO+SISTEMA+PARA+BANCO+DO+FOX.html>
capítulo 1 • 17
Podemos, ainda, classificar os processos quanto à sua natureza. Eles podem
ser industriais ou administrativos (CRUZ, 2005).
ATENÇÃO
Core Business ou Core Competence
Trata-se do “negócio principal” da empresa. O conceito surgiu pela primeira vez em 1990, na Harvard
Business Review, num artigo intitulado ´The Core Competence of the Corporation, cuja autoria é de Gary
Hamel e C. K. Prahalad.
18 • capítulo 1
1.3 Reunião e decomposição dos processos
Em geral, todo processo está contido num processo maior, assim como todo
processo pode ser decomposto. Dessa forma, não existem fronteiras bem defi-
nidas a um processo e isto dependerá de quem fará o mapeamento e a mode-
lagem dos mesmos. Para delimitação do tema e melhor compreensão, vamos
trabalhar com a denominação macroprocesso quando estivermos falando de
processos maiores, mais abrangentes; Se dividirmos um macroprocesso tere-
mos processos e teremos subprocessos, quando subdividirmos um processo
(figura 1.4). (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004).
Macroprocesso
Entradas Saídas
Subprocessos Processos
capítulo 1 • 19
Benchmarking
Alocação de Recursos
Metas Mão de obra
A organização
PMC Processo X
Saídas Lógicas
Entradas Lógicas
Tecnologia da Informação
Diretrizes Diretrizes
Gerente do processo
Medição de Desempenho
20 • capítulo 1
1.3.2 Clientes do processo
CONCEITO
Relacionar aos tipos de entradas (lógicas e físicas)
Na definição de entradas, sejam físicas ou lógicas, é importante destacar os possíveis forne-
cedores ou o fornecedor fixo para melhor detalhamento do processo.
capítulo 1 • 21
1.3.6 Saídas lógicas
1.3.7 Diretrizes
Para que um processo funcione são necessárias direções, ou seja, o que deve ser
feito. Chamamos isto de diretrizes e, normalmente, estão ligadas aos planos
operacionais e estratégicos da empresa.
1.3.9 Benchmarking
22 • capítulo 1
Um exemplo seria visitar uma empresa que possua excelência na produção
de algum produto ou avaliar depoimentos de clientes desta empresa, analisan-
do os motivos de tal desempenho, comparando e buscando melhorias signifi-
cativas na empresa alvo de mudanças.
1.3.10 Metas
Os processos necessitam de pessoas para sua operação. Mesmo que alguns se-
jam automáticos, farão parte de um macroprocesso onde há a necessidade de
pessoas. É possível categorizar o pessoal envolvido nos processos. Por exemplo,
num processo de fabricação de televisores poderíamos alocar a seguinte mão
de obra (CRUZ, 2005):
• 2% de pessoal administrativo – coordenam as atividades, gerentes, etc;
• 10% de pessoal técnico – engenheiros elétricos, físicos, etc;
• 8% de pessoal terceirizado – especialistas em componentes do televisor;
• 80% de pessoal qualificado na linha de montagem.
capítulo 1 • 23
após a produção de produtos eletrônicos, pode-se submeter uma amostra para tes-
tes e visar uma margem de defeitos de menos de 0,01%2 para garantia de qualidade.
Existe uma questão que permeia muitos administradores: uma pequena con-
fusão entre projeto e processo. Essa questão está bastante relacionada com o
desempenho da organização.
O conflito ocorre porque existe um dilema: organizar a empresa por projetos ou
por processos? Resumidamente, a Gestão de Projetos afirma que projeto é um con-
junto de atividades e recursos com um objetivo específico, porém, já vimos aqui
que processo é outro conceito, ou seja, são conjuntos de atividades contínuas que
buscam os mesmos resultados.
Por exemplo: uma montadora de carros, que se mantém fabricando e ven-
dendo carros. A produção dos carros é uma tarefa contínua que busca sempre
os mesmos resultados, portanto é um processo. Já a venda pode ser considerada
um projeto, pois, a cada lançamento de um novo modelo, existe a necessidade
de ser criada uma campanha de lançamento nova, com outros prazos e datas.
2 No caso de fabrição de televisores, a margem de defeitos esperada é de 0,0000000001% dos que forem
produzidos. (CRUZ, 2005)
24 • capítulo 1
Projeto e processo, entretanto, possuem características em comum. A pri-
meira é que ambos são desenvolvidos por pessoas, portanto a administração
de recursos humanos é um fator importante no sucesso de cada abordagem.
Outra característica é que ambos possuem recursos limitados e restritos na
maioria das vezes. A outra em comum é que ambos devem ser planejados, exe-
cutados e controlados.
Vamos usar outro exemplo para poder entender e finalizar o inter-relacio-
namento que existe entre processo e projeto.
Imagine uma empresa que desenvolve software sob demanda, ou seja, o
cliente precisa de um determinado tipo de sistema, e esta empresa desenvolve
o pedido de acordo com a necessidade.
Empresas de desenvolvimento como essa são chamadas de software house e
normalmente possuem internamente uma forma de desenvolver software. Essa
forma é chamada de metodologia e provém de vários estudos de engenharia
de software. A metodologia dispõe de levantamento de requisitos, formas e téc-
nicas de produção de software, esquemas de entrega e manutenção, ou seja,
possuem um processo de software.
Quando a software house é alocada a um determinado sistema de um clien-
te, ela fica alocada a um projeto, pois este possui peculiaridades, prazos e recur-
sos que justificam o acompanhamento por uma equipe de gestão de projetos.
Basicamente, a figura a seguir representa esta situação:
Sistema X (Projeto X)
Processo-padrão
Sistema Y (Projeto Y)
de desenvolvimento
Sistema Z (Projeto Z)
capítulo 1 • 25
É bem provável que o volume de recursos envolvidos na fabricação de um para-
fuso seja muito pequeno para que a gestão seja feita em lotes ou bateladas, elimi-
nando os parafusos defeituosos no final da linha, por exemplo. Por outro lado, se
na produção de software fosse avaliado e administrado cada um dos projetos em lo-
tes de 100, 1000 unidades, os acionistas da empresa não ficariam nada satisfeitos.
ATIVIDADE
1. Analise cada um dos processos abaixo, classificando-os em simples ou complexo. Expli-
que sua classificação. Use o espaço reservado para descrever como você imagina que
este processo deve ser realizado (informalmente, narrando o processo).
a) Acesso ao ambiente virtual de aprendizagem.
( ) Simples ( ) Complexo
b) Preencher um cheque.
( ) Simples ( ) Complexo
c) Fazer uma transferência bancária.
( ) Simples ( ) Complexo
d) Comprar passagem aérea pela internet.
( ) Simples ( ) Complexo
e) Financiar um veículo.
( ) Simples ( ) Complexo
f) Cancelar um celular pelo 0800.
( ) Simples ( ) Complexo
g) Programar conteúdo da TV a cabo.
( ) Simples ( ) Complexo
h) Controlar a entrada e saída de mercadorias num estoque (manualmente, sem software).
( ) Simples ( ) Complexo
i) Controlar o pós-venda de um produto/serviço.
( ) Simples ( ) Complexo
j) Trocar um pneu de carro.
( ) Simples ( ) Complexo
k) Fazer café.
( ) Simples ( ) Complexo
l) Estacionar um carro.
( ) Simples ( ) Complexo
m) Realizar uma cirurgia cardíaca.
( ) Simples ( ) Complexo
26 • capítulo 1
2. Classifique os processos abaixo em industriais ou administrativos. Explique sua resposta.
a) Produção de cana-de-açúcar.
( ) Industrial ( ) Administrativo
b) Manufatura de móveis de madeira.
( ) Industrial ( ) Administrativo
c) Ensino na Escola (colégio técnico, por exemplo).
( ) Industrial ( ) Administrativo.
d) Gerenciar o relacionamento com o cliente.
( ) Industrial ( ) Administrativo
e) Gestão das contas a pagar.
( ) Industrial ( ) Administrativo
f) Gestão de logística.
( ) Industrial ( ) Administrativo
g) Recall de Produtos.
( ) Industrial ( ) Administrativo
capítulo 1 • 27
REFLEXÃO
Nesse capítulo apresentamos diversos conceitos importantes e introdutórios sobre proces-
sos. Vimos que existem muitas informações associadas a um processo em sua visão macro
(macrofluxo). Todas estas informações servem para o gestor tomar decisões acerca dos
processos, pois, como vimos, os processos possuem movimento, são dinâmicos, e estas in-
formações sofrerão variações.
LEITURA
Artigo: O que é um negócio?
Autor: Marcelo Nakagawa – Consultor e professor de empreendedorismo e inovação
Disponível em: <http://www.brasileconomico.com.br/noticias/o-que-e-um-nego-
cio_98744.html>
Resenha3:
Baseada em mais de 20 anos de pesquisa, projetos de aplicação e testes, esta é uma obra
imprescindível para acadêmicos e profissionais. Os autores Vinícius Cardoso e Heitor Caulli-
raux são docentes da Escola Politécnica e COPPE, ambas da UFRJ, que hospeda o principal
curso de gestão de processos do Brasil e conta com alunos em toda a América Latina e outros
continentes; Rafael Paim é docente do CEFET-RJ e sócio da Enjourney e Rafael Clemente é
aluno de doutorado do Programa de Engenharia de Produção da COPPE / UFRJ. Todos são
pesquisadores do Grupo de Produção Integrada da UFRJ. O livro tem uma abordagem inédita
em termos de rigor, profundidade e abrangência sobre o tema; concilia bases conceituais
com usos e aplicações da gestão de processos. A fartura de ilustrações e imagens facilitam o
entendimento do leitor, diferenciando com clareza e simplicidade conceitos como gestão de
processos e gestão por processos, estrutura organizacional funcional e estrutura por proces-
sos, divisão do trabalho e coordenação do trabalho, entre muitos outros que são essenciais
para a correta apreensão da tecnologia de gerir processos de negócio. Além disso, sua visão
28 • capítulo 1
multidisciplinar, típica da Engenharia de Produção, articula uma série de temas e concilia múl-
tiplos interesses para diferentes públicos-alvo, tais quais:
- gestores (visão gerencial de processos de negócio);
- consultores (métodos e técnicas de gestão de processos);
- docentes (fonte e base conceitual para a disciplina);
- alunos de graduação e leigos (entender o que são processos e como geri-los, casos e
exemplos).
Este livro define o que é gerenciar processos e como fazê-lo de modo eficaz. Foram realiza-
das buscas bibliográficas, aplicação de questionários em profissionais de mercado, estudos
de caso, visitas e coletas de dados de benchmarking, projetos de consultoria e entrevistas
com acadêmicos para alcançar este objetivo. O livro traz exemplos e casos que ilustram os
conceitos e propostas apresentados. Enfim, é uma obra essencial para todos os profissionais
envolvidos com a Gestão de Processos e já começa a se consolidar como uma da principais
referências no tema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, T. Sistemas, métodos & processos: administrando organizações por meio de proces-
sos de negócio. São Paulo - SP: Atlas. 2005.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos estudar um pouco os conceitos da gestão de processos e como
eles afetam a gestão estratégica da empresa. Até lá!
capítulo 1 • 29
2
Visão Estratégica e
Modelagem dos
Processos de
Negócio
2 Visão Estratégica e Modelagem dos Processos
de Negócio
OBJETIVOS
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes tópicos:
• Definições de gestão por processo;
• Organização funcional x organização por processo;
• Identificação dos processos;
• Classificação dos processos;
• A organização e suas unidades de negócios;
• Estratégia empresarial;
• Os processos e a cadeia de valor agregado;
• A gestão de processos como diferencial competitivo;
• O papel dos processos para a implementação da estratégia.
REFLEXÃO
Qual é o conceito de gestão? O que significa gerenciar? Você se lembra? Não? Olhe os links
que deixei para você no Box Conexão.
CONEXÃO
Leia o artigo a seguir para lembrar os conceitos sobre sistema:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Gestão>
32 • capítulo 2
2.1 Origem dos processos de negócios
capítulo 2 • 33
Presidência
Diretoria executiva
TI Jurídico
RH
Corte e costura
Colagem
Embalagem
34 • capítulo 2
Presidência
Diretoria
TI Jurídico
RH
Administração
Almoxarifado Orçamento
das vendas
Atendimento ao
Manutenção Compras
cliente
Corte e costura
Colagem
Embalagem Pedido
capítulo 2 • 35
funcionam por meio de áreas funcionais, são chamadas de baseadas em funções.
Grandes companhias tradicionais orientadas a processos não deixam de ter seus
“silos”, no entanto, a visão gerencial, a descrição de fluxos de atividades, as métri-
cas e demais aspectos do negócio são descritos dentro da visão de processos.
A orientação a processos também é tida como uma estrutura horizontal, cujo
foco é o cliente e a operação é sobre uma estrutura matricial. Gerentes do antigo
modelo de hierarquias são substituídos por “donos” de processos que possuem
responsabilidade e autonomia sobre a toda a operação, não necessariamente de-
pendente da hierarquia da empresa (vista pelo modelo funcional).
Como podemos ver na figura 2.3, os típicos silos funcionais “servem” aos
processos de negócio definidos pela empresa, formando a matriz citada ante-
riormente.
& desenv.
Pesquisa
Produção
Compras
Finanças
Logística
Processos de negócios
Gerenciamento do relacionamento Registro de Específic. Fluxo das Planejam. Gerenc. Custo dos
com fornecedores pedidos materiais moviment. integrado forneced. materiais
Figura 2.3 – Participação das áreas funcionais nos processo de negócios de uma empresa
de manufaturas.
Fonte: (LAMBERT et al., 2001) apud (SORDI, 2005) p.6 I12
36 • capítulo 2
Assim, o desenvolvimento de um produto, por exemplo, exige esforços da
área comercial que deverá estudar a aceitação de mercado ou mesmo receber
o pedido de um cliente; da área industrial que realizará a efetiva produção do
bem e da área financeira que, por exemplo, fará a compra dos materiais neces-
sários, o registro da venda e do pagamento é realizado por isto.
Desenvolver um produto
capítulo 2 • 37
• funcionário exerce função e pensa em ganhar nova função, só isto. Não
entende sua importância nos processos da empresa;
• existem diversos processos inúteis sendo realizados sem que ninguém
questione o porquê.
38 • capítulo 2
Notamos então que a divisão das atividades em tarefas é uma definição que
se assemelha à divisão dos processos dentre as partes funcionais nas empresas.
Daí, podemos definir que processos de negócios são composições de atividades
que atendem objetivos bem definidos.
Através dos estudos dos procedimentos de trabalho, Frederick Taylor
aprimorou o entendimento da complexidade dos processos e introduziu
conceitos como eficiência, especialização e medição de processos. São con-
ceitos que deram origem de comportamentos administrativos atuais como
medição de desempenho de processos com base em indicadores.
Segundo estas teorias, Taylor sugeriu que os processos estavam implícitos
nas práticas de trabalho. Estes estudos influenciaram o modelo produtivo im-
plantado por Henry Ford.
A competição mundial gerada pela globalização e a recessão mundial na
década de 1980 levaram as grandes multinacionais a reverem seus modelos
de negócio. As empresas então passaram a buscar novos modelos e os en-
contraram, principalmente nos modelos japoneses, como o caso da Toyota,
referência até os dias atuais. O Japão havia introduzido o modelo de produ-
ção em massa, desenvolvido por Taylor e praticado por Ford.
As adaptações necessárias nos modelos japoneses para o “mundo ociden-
tal” acabaram por gerar o que se conhece hoje como práticas de qualidade total
(total quality management – TQM) (SORDI, 2005).
capítulo 2 • 39
Clientes externos
Processo
Subprocesso
Atividade Atividade
Atividade Atividade
• Ocorrência
• Clientes internos
A B Procedimentos • Papéis funcionais
• Procedimentos
• Tarefas
1 2 1 2 3 Tarefas • Metas
• Indicadores de
desempenho (métricas)
• Regras de negócio
• Exceções
• Anomalias
• Tempos
• Rotas
Figura 2.5 – Componentes do processo de negócio.
Fonte: (CRUZ, 2005, p. 75)
Para as pessoas que não têm muito contato com processos, todo processo é
complicado. Na prática não existem processos complicados. Dizer se um proces-
so é simples ou complexo depende de diversos fatores. O que comumente se faz é
desdobrar processos mais complexos (macroprocessos) em processos menores.
Alguns autores classificam a complexidade de um processo de acordo com
o número de atividades que o mesmo comporta.
Mas, vamos analisar o processo de negócio do ponto de vista de seus ele-
mentos constituintes (CRUZ, 2005).
40 • capítulo 2
rios que, não necessariamente, adquiriram bens da empresa, mas precisam de
algum processo de suporte para alguma informação ou atendimento.
2.3.2 Ocorrências
2.3.3 Atividades
• Atividades Latentes
• Internas: são aquelas presentes em processos que não ocorrem
com frequência. Um exemplo é o recall das montadoras de veícu-
lo, como citado no capítulo 1.
• Externas: são aquelas que podem participar de processos primários,
secundários e latentes, mas são externas em relação a empresa.
capítulo 2 • 41
A figura 2.6 mostra o que é chamado de cadeia de valor: um conjunto de
atividades coordenadas na execução de um processo.
Cadeia de valor
Informação
Vamos a um exemplo:
1 De maneira resumida, podemos dizer que um software de Workflow envolve a automatização de processos de
negócio.
42 • capítulo 2
O comprador, ao receber tal ocorrência, escolheu quais fornecedores deve-
ria mandar essa cotação (às vezes, isto pode ser automático).
Pela internet ou por uma extranet, os fornecedores receberão a ocorrência
e emitirão a resposta de acordo com as regras de negócio estabelecidas com
a empresa que a enviou. Caso infrinjam tais regras (como demorar e perder o
prazo de resposta), podem perder a chance de vender (e até perder o cliente!).
Como vimos, todas as atividades participam de processos de negócio. As
atividades podem participar de maneira direta ou indireta. A participação di-
reta significa que a atividade (primária ou secundária) sempre está inserida no
processo. A participação indireta significa que a atividade participa de maneira
esporádica num processo, ou seja, é executada eventualmente.
Por exemplo:
capítulo 2 • 43
Figura 2.7 – Representação do CHAOS.
Fonte: (CRUZ, 2005, p. 82)
44 • capítulo 2
Influenciadores externos
Acionistas Leis
tivo Obje
Obje tivo
Economia ONGs
tivo
Obje
Meta
Obje
Meta Meta
tivo
Mercados Meta Planos Meta Clientes
operacionais
Obje
Meta Meta
tivo
Meta
Obje
tivo
Concorrência Governos
tivo Obje
Obje tivo
Tecnologia Clima
Figura 2.8 – Influenciadores da meta.
Fonte: (CRUZ, 2005, p. 84)
São tão importantes quanto os clientes externos, pois são a forma como os ex-
ternos obterão o produto ou serviço que desejam. Os clientes internos são os
próprios funcionários vistos com um olhar diferente. São clientes de processos
e atuam esperando respostas e produtos. Claro que também são funcionários e
terão papéis funcionais, como veremos logo abaixo.
capítulo 2 • 45
CONEXÃO
Para entender melhor os conceitos de cliente interno e cliente externo, leia o artigo “Cliente
Interno e cliente externo: qual a diferença?”, disponível no link <http://www.portaleducacao.
com.br/administracao/artigos/51053/cliente-interno-e-externo-qual-a-diferenca>
CONEXÃO
As redes de empresas configuram-se numa forma das pequenas e médias empresas enfren-
taremum mercado cada vez mais competitivo. Leia o artigo “Redes de Cooperação Produtiva:
uma estratégia de competitividade e sobrevivência para pequenas e médias empresas” e en-
tenda melhor como as redes formadas por estes portes de empresa, mesmo que somente
para a produção, auxiliam as empresas a criarem e manterem vantagem competitiva. Acesse:
<http://www.scielo.br/pdf/gp/v8n3/v8n3a06.pdf>.
46 • capítulo 2
Atividade Contas a Receber
Função da atividade: cobrar os recebíveis da empresa (títulos à vista, a prazo, cobran-
ça bancária, etc).
Papel funcional: responsável pelos recebíveis, mantendo as metas estabelecidas pela
gerência. O número de 20 dias marcará o valor de medição para medida de desempe-
nho dessa atividade.
Papéis funcionais
Enquanto a definição de cargos é função dos Recursos Humanos, a definição de papéis
funcionais é função do analista de processos. Os dois devem trabalhar juntos e cooperarem
para que o contrato da empresa saiba exatamente o que deve fazer e o que se espera dele.
2.4.1 Procedimentos
Procedimentos
Papel funcional é diferente de procedimento; a diferença está na direção da responsa-
bilidade. O papel funcional define a responsabilidade do funcionário sobre a atividade;
define a responsabilidade atividade em si.
capítulo 2 • 47
2.4.2 Tarefas
Procedimento
De acordo com a norma ISO 8402 a atividade Contas a Receber tem a função de criar,
manter e operar as tarefas que garantem o recebimento dos títulos devidos à empresa.
O papel funcional “Contas a Receber” é o responsável por tal atividade e esta lotado na
área financeira. Terá seu desempenho avaliado pelo índice de dias recebíveis.
Tarefas
Trata-se da menor parte de um processo de negócio, detalhando ao máximo uma atividade.
O funcionário deve entrar pela manhã nos bancos onde a empresa possui conta e checar:
• títulos pagos até o dia anterior;
• títulos vencidos;
• há mais de 7 dias;
• há mais de 30 dias;
• checar saldos das contas;
• emitir carta de cobrança para os títulos vencidos há mais de 7 dias;
• executar trâmites legais para títulos vencidos há mais de 30 dias;
• gerar relatórios de entrada em caixa por cada banco e enviá-los ao tesoureiro.
48 • capítulo 2
2.4.3 Regras de negócio
2.4.4 Exceções
2.4.5 Anomalias
2.4.6 Tempos
capítulo 2 • 49
O tempo pode ser caracterizado em processos de negócio como tempo de
ciclo, tempo de processamento e tempo de atraso.
O tempo de ciclo é o tempo decorrido entre cada execução de um processo e
suas atividades. É o somatório dos tempos de ciclo das atividades.
O tempo de processamento é o tempo de trabalho efetivo na atividade.
O tempo de atraso é o vilão nos processos. Pode ser algo identificado como
ficar esperando numa fila (tempo não produtivo) ou algum fator inexplicável.
2.4.7 Rotas
50 • capítulo 2
Já nas rotas paralelas, os processos podem desdobrar-se em caminhos ou
subprocessos (figura 2.11). Paralelizar implica custos de replicação de ativi-
dades, equipamentos e pessoal, mas pode trazer desempenhos consideráveis.
Tudo é uma questão de análise.
Rota 1
Atividade Atividade
Separar B C Mesclar
Rota 2
Rota 3
Atividade
F
Rota 1
Atividade Atividade
Decisão B C
Rota 2
Rota 3
Atividade
F
capítulo 2 • 51
Existem ainda as chamadas rotas concorrentes. Tratam-se de rotas parale-
las onde o início das atividades paralelas deve ser sincronizada. É uma variação
especial das rotas paralelas. Temos também as rotas críticas, onde podem ocor-
rer impactos negativos, como atividades que dependem de processos externos
podem ser influenciadas por perdas de prazos não controlada pela empresa em
questão. As rotas eventuais são aquelas que são executadas com frequência me-
nor que 1% do tempo total de execução. As Ad Hoc são rotas informais e devem
ser evitadas. Por fim, as rotas compostas são o tipo mais comum, pois são for-
madas pelos diversos outros tipos de rotas vistos.
Agora que desmembramos os processos de negócio em várias partes e co-
nhecemos o todo, vamos falar um pouco sobre o conceito de gestão.
Gerir e gerenciar são, por vezes, usados como sinônimos. Você já deve ter apren-
dido estes conceitos ao longo do curso, certo? Mas nunca é demais fazermos
uma pequena revisão.
“Gerenciar” refere-se às funções de monitoramento e controle de algum re-
curso, enquanto “Gerir” é um termo mais abrangente e compreende: planejar,
projetar, construir, implementar, utilizar, monitorar, identificar melhorias e
fazer ajustes. A Gestão de Recursos implica comprometer-se com a evolução do
mesmo que está sendo gerido por meio de processos (SORDI, 2005) .
Como podemos ver pela figura 2.13, a gestão de recursos envolve diversas
outras atividades. O planejamento é a atividade com forte vínculo no plano de
negócios. Afinal, são através dos objetivos principais e das estratégias traçadas
que a empresa deve começar a operar. No projeto realiza-se a definição das ne-
cessidades para que a operação do processo possa ocorrer. Devem ser identifi-
cadas, quantificadas e qualificadas as necessidades de material, equipamento,
sistemas de informação e pessoas.
52 • capítulo 2
Ajustes Planejamento
Oportunidades Projeto
Gestão de
recursos
Monitoramento Construção
Utilização Disponibilização
A fase de construção envolve uma série de outras atividades que visam co-
locar em prática o funcionamento da empresa através da montagem dos recur-
sos necessários e relatados no projeto. A implementação visa instalar, testar
e verificar se as funcionalidades estão sendo atingidas. Na utilização deve ser
assegurado que tudo está funcionando e sendo usado da maneira como foi
projetado. Também aguardam-se eventos que devem ser tratados. O monitora-
mento implica em haver mecanismos que informem aos gestores dos proces-
sos o quão eficaz e eficiente tais processos estão. Através de informações sobre
o desempenho dos recursos envolvidos nos processos podem ser identificadas
melhorias ou ajustes de acordo com as necessidades descobertas. Os ajustes
têm a ver com a melhoria do processo para adequação aos objetivos previstos
na fase de planejamento.
capítulo 2 • 53
Qualidade Jurídico Recursos Informática
Humanos
Padrões Aspectos legais Perfis Registro de eventos
Tempo Quantitativo RH Fluxo de dados
Normas Informação
Departamento A Departamento B
P6x
P1 P2 P3 P5 P2.1 P2.2
P6a P6b
Capital Cliente
Estratégia
Intelectual Processos
P6y
P4x P4v P4z de
Benchmarking P7 Objetivo
Negócios
(externo) P4a P4b Clientes
Melhores praticas Departamento A Outputs
(interno) Empresa parceira X
Ajustes Planejamento
Conhecimento
Estrutura
organizacional
Oportunidades Projeto
Recursos
Conhecimento
Políticas
e regras humanos
Conhecimento
Processo
de
negócios
Tecnologias Facilidades
Monitoramento Construção
Papéis e
responsabilidades
Conhecimento
Utilização Disponibilização
54 • capítulo 2
2.7 Estratégia empresarial
capítulo 2 • 55
• Estratégia como pretexto (ploy): a estratégia é vista como uma “tática” ou
manobra intencional para enganar o concorrente. Como exemplo, a fim de
inibir o concorrente de uma nova fábrica, por exemplo, a empresa anuncia
que vai fazer uma expansão apenas para diminuir as intenções do cliente.
• Estratégia como posição (position): é a forma como a empresa se posi-
ciona em relação ao ambiente externo e interno. Esta estratégia pode ser
combinada com as estratégias anteriores, pois pode ser pretendida por
meio de um plano e/ou atingida por meio de um padrão ou pretexto.
• Estratégia como perspectiva (perspective): é o conjunto de normas, valo-
res, comportamentos e outras abstrações que pertencem aos estrategis-
tas e fazem com que eles direcionem o modo de fazer as coisas.
O conceito de estratégia empresarial é diferente do contexto geral de estra-
tégia. Por exemplo, a estratégia de um produto, embora possa pertencer a um
conjunto mais amplo, da estratégia empresarial, é própria.
A análise da situação estratégica envolve o processo de analisar a estratégia
da organização de acordo com duas perspectivas:
• Analisar as decisões tomadas no passado que afetam a situação presente.
Isto é chamado de “posição estratégica” ou “situação
• estratégica”.
• Analisar as decisões que são tomadas no presente e que afetarão o futuro
56 • capítulo 2
A gestão de processos como diferencial competitivo
Vivemos em um ambiente empresarial altamente competitivo. Os concor-
rentes apresentam-se mais preparados, e por isso novos produtos e serviços
aparecem constantemente e cada vez melhores, além de encontrarmos clien-
tes cada vez mais exigentes e informados. Além disso, internamente existem
os funcionários da empresa que de certa forma também exercem pressões para
melhor ambiente de trabalho, condições etc..
Portanto, há necessidade de as empresas possuírem um diferencial compe-
titivo, concorda?
Há algum tempo, acreditava-se que a tecnologia seria esse diferencial, porém
atualmente, podemos perceber que, devido ao barateamento da tecnologia em ge-
ral e serviços em nuvem (cloud computing), a tecnologia está mais viável para as em-
presas. Até mesmo em termos de sistemas, podemos concordar que os softwares
estão ficando mais acessíveis. É um diferencial sim, porém não o principal.
Um outro fator que pode ser considerado é o fator humano, afinal são as
pessoas que movimentam o motor principal de uma empresa. Sem elas, a em-
presa não seria nada. Características como criatividade, proatividade e inova-
ção são fatores fundamentais para qualquer empresa e são essencialmente hu-
manos, porém temos de concordar que nem todo profissional tem o mesmo
poder de contribuir em qualquer área dentro de uma empresa, pois cada um
tem um perfil, uma qualidade diferente dos demais.
Logo, a frase “uma grande empresa é formada por grandes profissionais,
mas grandes profissionais nem sempre formam uma grande empresa” é verda-
deira neste contexto.
Mesmo com fatores humanos e tecnológicos alinhados e comprometidos,
podem ocorrer falhas mais simples como, por exemplo, dar informação errada
a um cliente, descumprir prazos de entrega, atrasar o envio de relatórios e ou-
tras. Estas falhas podem ocorrer por motivos de técnicos/tecnológicos, huma-
nos ou por ambas, o que evidencia que esses dois fatores não são garantia de
diferencial em uma empresa.
A diminuição dessas falhas, segundo CRUZ (2013), só ocorre quando a em-
presa administra seus recursos dentro de uma visão sistêmica e de forma in-
tegrada e voltada aos objetivos da organização, ou seja, por meio do domínio
operacional e gerencial de seus processos.
Atualmente, existem algumas metodologias e normas, além de conceitos
que têm como fundamento a gestão de processos, entre eles, o critério de exce-
capítulo 2 • 57
lência da FNQ (Fundação Nacional de Qualidade), as normas ISO, Lean Manu-
facturing, 6 Sigma, Balanced Scorecard e outras.
Porém, assim como ocorre com outros contextos, não vai ser o uso dessas
normas e metodologias que garantirá o almejado diferencial competitivo e a
melhor gestão de seus processos. A cultura da gestão de processos, segundo
CRUZ (2013) possui alguns fatores determinantes:
• apoio da alta direção;
• disciplina na execução dos processos por todos os envolvidos;
• monitoração constante por meio de indicadores;
• comunicação efetiva entre os colaboradores;
• uso efetivo dos recursos de tecnologia;
• prioridade da visão por processo em vez da visão por departamento;
• definição de responsáveis para os processos da organização a fim de con-
duzir as ações e análise além da melhoria dos processos. Essa pessoa ga-
rantiria a visão sistêmica desejada.
Portanto, o uso dessas práticas, que não são fáceis de manter e implemen-
tar, certamente garantirão um diferencial competitivo para as empresas que
adotarem a gestão por processos.
58 • capítulo 2
ATIVIDADE
4. Nós vimos a decomposição de Macrofluxos e a decomposição dos processos de negó-
cio. Tenho duas questões para você pensar:
a) Qual a diferença entre eles?
b) Até onde devemos nos preocupar com o detalhamento de processos de negócio?
(Lembre-se que o processo divide-se em atividades, procedimentos, tarefas e etc).
5. Vamos definir as principais diferenças na gestão por processos de negócio e na gestão
baseada em funções?
REFLEXÃO
A gestão por processos é uma tendência em muitas organizações e vimos nesse capítulo o
quanto os processos podem ser complexos de acordo com seus vários componentes. Será
que todo processo possui todos os elementos que foram tratados neste capítulo? Tente fazer
este exercício nos processos que você conhece.
LEITURA
Artigo: As empresas são grandes coleções de processos.
Disponível em: <http://rae.fgv.br/rae/vol40-num1-2000/empresas-sao-grandes-coleco-
es-processos>
Autor: José Ernesto Lima Gonçalves.
Resumo: A ideia de processo tem estado presente nos textos e nas discussões sobre Ad-
ministração de Empresas nos últimos anos. É praticamente impossível evitar temas como re-
desenho de processos, organização por processos e gestão por processos. Essa ideia, no en-
tanto, não é nova e tem raízes na tradição da engenharia industrial e no estudo dos sistemas
sociotécnicos. Embora muito presente, o conceito de processo não tem uma interpretação
única, e a variedade de significados encontrados tem gerado inúmeros mal-entendidos. Este
artigo propõe-se a facilitar a compreensão do assunto, oferecendo um quadro organizado de
definições e aplicações para o conceito de processo empresarial.
capítulo 2 • 59
Autor: José Osvaldo De Sordi.
Editora: Saraiva.
Resenha : A compreensão do vasto conjunto de conceitos, metodologias, práticas e siste-
mas tecnológicos voltados à competitividade empresarial é um dos desafios da administração
contemporânea. Nesta obra, o autor nos proporciona insights sobre a forma de estruturar as
organizações, aspecto estratégico, considerando-se que é justamente através da arquitetura
empresarial que se pode obter um diferencial competitivo difícil de ser copiado. Para apoiar
os negócios geridos por uma estrutura organizacional redesenhada e orientada a processos,
a tecnologia da informação é fundamental. Nesse contexto, é também indispensável operar
sobre um novo paradigma para arquitetura de sistemas de informação, em particular, para
a integração entre eles. Para facilitar o entendimento desses conceitos, o autor nos guia,
detalhadamente, através de vários temas relacionados ao suporte tecnológico necessário
à construção de um ambiente especializado para integração entre sistemas de informação,
que propicie a gestão por processos. A presente obra é um instrumento abrangente, com alto
potencial de agregação de valor aos profissionais de mercado (analistas de negócios, analis-
tas de sistemas e administradores) bem como aos pesquisadores e acadêmicos, por tratar de
um tema, ainda incipientemente explorado: a importância da integração dos sistemas de in-
formação aos negócios, em especial, às organizações orientadas por processos de negócios.
O assunto é explicitado tantodo ponto de vista tecnológico quanto de negócios, sendo, por-
tanto, recomendável aos leitores das áreas de administração e de sistemas de informação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, T. Sistemas, métodos & processos: administrando organizações por meio de processos de
negócio. São Paulo: Atlas, 2005.
LAMBERT, D. M. et al. The supply chain management processes. International Journal of Logisics
Management, v.12, 2001, p. 13 - 36.
60 • capítulo 2
SORDI, J. O. D. Gestão por Processos: uma abordagem da moderna administração. São Paulo:
Saraiva, 2005.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safari de estratégia: um roteiro pela selva do plane-
jamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.
TIFFANY, P.; PETERSON, S. Planejamento estratégico: o melhor roteiro para um planejamento es-
tratégico eficaz. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos estudar um assunto muito importante: a modelagem de proces-
sos de negócios.
capítulo 2 • 61
3
Modelagem de
Processos de
Negócio
3 Modelagem de Processos de Negócio
Até agora reunimos alguns conceitos teóricos importantes. Desmontamos um
processo de negócio em componentes menores, vimos a importância de cada
um deles. Mas e daí? Como vamos realmente entender se a gestão a partir de
processos de negócio é um “bom negócio”? Vamos pôr em prática!
Se vamos desenvolver softwares para gerenciamento do negócio ou se vamos
obter ganhos de competitividade a grande necessidade é conhecer como a em-
presa funciona. Para isto, precisamos usar técnicas de mapeamento, documen-
tação e modelagem de processos a fim de visualizar melhor os macroprocessos
empresariais e seus fluxos de funcionamento.
Ao aplicar a modelagem de processos, conseguiremos identificar problemas,
propor melhorias ou novas práticas, fazer testes de desempenho e realizar o
“sonho” de conhecer como o negócio funciona, realmente.
OBJETIVOS
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes tópicos:
• levantamento de processos;
• modelos;
• ferramentas de modelagem;
• metodologia de modelagem de processos.
REFLEXÃO
A modelagem de processos é um assunto muito importante para a área de processos em
geral. Por meio dela, é que os processos podem ser desenhados. Você já viu um fluxograma?
Vamos mostrar algumas alternativas existentes atualmente.
64 • capítulo 3
No levantamento de processos, é desenvolvido um fluxo de atividades que
existe dentro da organização e dos seus departamentos e, por meio deles, se
analisam áreas e funções onde gargalos podem ser identificados e até mesmo a
existência de duplicidade de atividades.
Nesse levantamento, é possível “desenhar” sistemicamente as atividades e
evidenciar que áreas e/ou funções participam do processo e que agregam ou
não valor ao negócio. Nesta etapa, até mesmo o trajeto físico é desenhado, pois
o caminho por onde passa o produto ou a informação muitas vezes é inadequa-
do e poderia ser evitado.
O ideal é que o levantamento de processos seja feito o mais rapidamente
possível, porém com qualidade e, para isso, existem técnicas que veremos a se-
guir. Desta forma, um desenho da situação pode ser feito rapidamente, evitan-
do que o processo mude ao longo do tempo e fique diferente do que era quando
foi inicialmente analisado.
Vamos estudar alguns modelos de mapeamento de processos que podem
ser muito úteis em situações práticas.
Todos os processos de negócio possuem um ciclo de vida que pode ser resumi-
do pela figura 3.1.
capítulo 3 • 65
Neste capítulo, nosso foco será no mapeamento e na modelagem dos pro-
cessos. O mapeamento dos processos de negócios é o conhecimento e a análi-
se dos processos e seus relacionamentos com dados, estruturados de maneira
top-down (do topo para a base) e detalhados até que seja possível compreendê-
-los totalmente (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004).
Para mapear os processos é preciso definir que o foco será o cliente deste. É
necessário buscar a integração entre os processos a serem definidos e mapea-
dos e estabelecer o uso de uma terminologia apropriada, a fim de se evitar con-
fusões. Também é preciso definir como será a documentação dos processos e o
mapeamento deve visar a forma não hierárquica, pois o fluxo é transversal para
o cliente, como já discutimos nos capítulos anteriores.
É muito comum a confusão dos limites de um processo com limites fun-
cionais, no entanto, devemos ouvir, cuidadosamente as pessoas envolvidas e
estabelecer seus papéis funcionais.
O mapeamento e a modelagem de processos devem ser encarados como
um projeto. Devem ser definidas as responsabilidades, prazos e as necessida-
des do projeto.
3.3 Modelos
66 • capítulo 3
Segundo CRUZ (2013), as atividades administrativas e de planejamento são
divididas assim:
• fluxo (planejamento e programação);
• instrução (descrição dos postos de trabalho);
• tempos e custos (acompanhamento dos tempos e dos custos de produção);
• disciplina (acompanhamento e disciplina).
Vantagens:
• quanto mais especialista for numa área, maior será a experiência, o que faz
com que os problemas encontrados nela fiquem conhecidos e tratáveis;
• é necessária uma habilidade para gerenciar outros em cada área de atua-
ção e dentro do contexto da especialização;
• de forma geral, não há gerenciamento abaixo do nível de superintendên-
cia e isso simplifica a sucessão.
Desvantagens:
• a cadeia de comando é mal definida;
• a responsabilidade pela falta de qualidade do produto é difícil de ser atri-
buída;
• a comunicação é difícil e de reação lenta.
capítulo 3 • 67
A figura 3.2 mostra uma estrutura hierárquica funcional.
Cons. de Coord.
e Planej.
68 • capítulo 3
Pesquisar clientes
<include>
<include>
Excluir clientes
<include> <include>
<include>
Salvar
Administrador Emitir relação clientes
Atualizar clientes
capítulo 3 • 69
• nível de competitividade;
• potencial do mercado;
• satisfação do cliente;
• eficácia ou efetividade.
Entrada Saída
produto antes do produto após o
processamento processamento
70 • capítulo 3
3.5 Ferramentas de modelagem de Processos
3.5.1 Fluxograma
A lâmpada não
funciona
Sim
Não
Comprar nova
lâmpada
capítulo 3 • 71
CONEXÃO
Para entender melhor o que é um fluxograma leia o artigo “Combinação entre as técnicas de
fluxograma e mapa de processo no mapeamento de um processo produtivo”, disponível em
<http://www.leansixsigma.com.br/ACERVO/ACERVO_12202512.PDF>
CONEXÃO
Aprenda mais sobre esta notação em: <www.idef.com>
Controls
Inputs
Manufacturing
function
Outputs
Mechanisms
72 • capítulo 3
3.5.3 BPMN - Business Process Modelling Notation
CONEXÃO
Para entender como funciona a notação IDEF0, leia o texto “Um estudo e a utilização de
padrões para integração da tecnologia de processos em ambientes de gerência de projetos
na web”, disponível em <http://www.fai-mg.br/portal/download/revista_cientifica_2009/
pub_dw_artigo_gerencia.pdf>
Rejected
Fill out
Employment
Candidate
Create Submit
Application Interview Forms
Application
+
Review
Offer
Application Interview
Rejected Offer Accept
Reject Offer
Rejected Application Offer
Application Hire
Prepare Submit
Recruiter
Candidate
Offer Offer +
Review Schedule
Company
Collect
Application Application Interview Feedback
Interviewer
Interview
Interview
capítulo 3 • 73
AS-IS* diz respeito ao estado atual do processo modelo, ou seja, como o processo
funciona de verdade.
TO-BE** será a modelagem do novo processo, geralmente após passar por melhorias.
Uma rede de Petri ou rede de transição é uma das várias representações ma-
temáticas para sistemas distribuídos discretos, inventada em 1962 por Carl
Adam Petri na sua tese de doutorado.
É possível usar uma rede de Petri como uma linguagem de modelagem, de-
finindo graficamente a estrutura de um sistema distribuído como um grafo di-
recionado com comentários. A rede possui nós de posição, nós de transição e
arcos direcionados conectando posições com transições.
Q I
74 • capítulo 3
CONEXÃO
Um artigo bem interessante sobre o uso de Redes de Petri em modelagem de processos de negó-
cio: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2004000100010>
Trata-se de uma cadeia de processos dirigida por eventos como o próprio nome
diz. É um método usado para modelagem de processos com grande aceitação no
mundo todo e, muitas vezes, associa-se à implantação de sistemas de ERP SAP/R3.
Nesse método, um processo é modelado segundo fluxo de eventos e funções.
O método é orientado a funções representando atividades, tarefas ou passos
do processo que precisam ser executadas. Além disto, funções são possivelmente
iniciadas ou habilitadas por eventos e, possivelmente, geram eventos. Funções
também consomem recursos, exigem gerenciamento, tempo e atenção.
Podemos dizer, neste método, que uma função representa:
• atividades tangíveis;
• decisões;
• processamento de Informações;
• eventos – situações ou estados do sistema, antes ou depois da execução
de uma função.
• conectores lógicos – permitem a unificação e separação de fluxos segun-
do os conceitos de E, OU ou OU-exclusivo.
• caminho – indica que um passo é descrito por meio de um diagrama
completo EPC.
capítulo 3 • 75
Event
Customer Output
Order
Input Received
Order Order
Request Form Confirmation
Check
Customer Order Customer
CRM Information Support Center
Organisation
Unit
Supporting
System Order Function
Confirmed
Result Event
3.6 Fluxograma
Manufatura de calçados
76 • capítulo 3
Para criar macrofluxos simples precisamos identificar o ponto de início e
fim do processo, descrever as principais fases e escrever o processo.
Sim
Sim
Envia nota para Nota foi
Início Fim
pagamento paga?
Não
Checar
pendências
Sim
Sim
Envia nota para Nota foi
Início Fim
pagamento paga?
Não
Checar
pendências
Dentre outras técnicas, o fluxograma é uma muito utilizada para fluxos de-
talhados. Trata-se de uma figura padronizada e textos articulados para mostrar
a sequência lógica de execução dos passos de um processo ou suas atividades.
capítulo 3 • 77
O fluxograma serve tanto para mapear processos existentes quanto para
estruturar novos processos, permitindo uma visão sistêmica sobre um pro-
blema e isto facilita a compreensão dos processos pelas equipes, trazendo
melhorias, sobretudo, na comunicação interpessoal dos envolvidos.
Os principais componentes de um fluxograma são os símbolos descritos na
figura 3.13.
– decisão
78 • capítulo 3
Conector de rotina ou de fluxo: permite simplificar a
vinculação de sub-rotinas ou fluxogramas sem necessi-
dade de intersecção de linhas. Dentro do símbolo deve
ser colocada uma letra ou número que permita a iden-
tificação de onde se encontra a continuação da rotina.
capítulo 3 • 79
3.6.1 Vantagens do fluxograma
80 • capítulo 3
Além disto, podemos dar algumas outras dicas:
• determine o conjunto de símbolos a ser usado;
• identifique cada atividade relacionada ao processo na ordem em que ocorre.
• pergunte: “O que ocorre depois?”;
• selecione o símbolo correto para cada ação e use-o para gravar os passos
do processo;
• use setas para indicar a direção do fluxo do processo;
• mantenha feedback, revise e edite antes da reprodução e distribuição.
ATENÇÃO
Procure por ferramentas como o Visio (da Microsoft) que oferece um período de avalia-
ção gratuito ou outras ferramentas como o Dia (Free - http://dia-installer.de/index_en.html).
Além disto, existem ferramentas que permitem acesso online como:
<http://creately.com>
<http://www.lucidchart.com>
<http://www.flowchart.com>
<http://www.gliffy.com>
capítulo 3 • 81
Além desta ferramenta, existem diversas outras que podem ser usadas na
modelagem de processos.
Solicitação 1
NÃO NÃO
Atingiu a Atingiu o ponto
temperatura? desejado?
SIM SIM
Está SIM
Descartar o ovo Servir o ovo
estragado?
NÃO
82 • capítulo 3
3.6.3 Fluxogramas funcionais
Dados do
Depto.
Cadastrar cliente
cliente
financeiro
Dados
Depto.
Faturar pedido
financeiro
Estoque
Registrar a baixa
no estoque
Logística
Enviar para o
Fim
cliente
capítulo 3 • 83
Vamos estudar o BPM posteriormente. Nesse momento vamos focar uma me-
todologia mais geral e que tenha bastante significado e praticidade.
Quando tratamos de metodologia, temos de entender que o método é um
assunto também bastante discutido entre os cientistas. Neste caso, qualquer
documentação sobre processos de negócio poderá ser construída por meio de
dois instrumentos igualmente importantes:
• a metodologia que será usada no mapeamento dos processos;
• a metodologia que será usada na pesquisa.
84 • capítulo 3
• Uso de questionários: este método usa formulários pré-impressos ou até
mesmo on-line que permitem uma considerável redução de tempo para
levantamento das informações necessárias. Os questionários podem ser
distribuídos e suas respostas serão posteriormente tabuladas.
• Os questionários possuem algumas vantagens, entre elas podemos citar:
• são menos dispendiosos;
• têm uma aplicação mais fácil;
• podem ser aplicados a um número maior de pessoas;
• apresentam maior uniformidade na mensuração;
• os respondentes podem ficar anônimos;
• possuem menor pressão sobre a resposta imediata.
• Entrevistas: é a técnica mais usada e a mais recomendável para levanta-
mento de informações que exigem maior reflexão, pois pode conduzir o
entrevistado a dar uma informação sobre um determinado assunto de
acordo com a discussão que é feita durante a entrevista.
• Observação direta: essa é uma técnica que precisa de um pouco mais de
prática do analista. A observação pode ser feita de forma aberta ou secre-
ta; esta última é feita no sentido de não influenciar o trabalho ou proces-
so na sua operação.
capítulo 3 • 85
Nessa etapa, dois pontos devem ser observados:
• todas as operações vistas nos diagramas (fluxogramas no caso), agregam
valor ao produto final?
• A sequência da operação é a melhor possível?
86 • capítulo 3
• Operacionais: focam na conformidade com os procedimentos estabeleci-
dos. Nesses padrões a responsabilidade da equipe operacional reside em:
• oferecer sugestões das melhores práticas durante a elaboração do
padrão
• atuar em conformidade com o padrão
• propor melhorias no padrão atual
• identificar não conformidades ao padrão
ATIVIDADE
1. Faça o fluxograma básico e depois o funcional para a seguinte empresa: “Uma empresa
que vende pizzas apenas pelo sistema de delivery; os pedidos são feitos por telefone ou
pela Internet. O cliente precisa ser cadastrado para fazer um pedido. O cadastramento
é feito apenas por telefone, ligando na pizzaria.” Se faltar alguma informação que julgar
pertinente você pode assumir uma premissa e desenvolver seu fluxograma.
2. Faça o fluxograma básico e o funcional para uma loja de móveis que recebe pedidos por
encomenda para construção de móveis sob medida. Pesquise sobre este processo e veri-
fique, por exemplo, que será necessário a loja realizar um briefing do pedido com o cliente..
capítulo 3 • 87
REFLEXÃO
Nesse capítulo observamos o quanto a visualização dos processos pode ser melhorada por
meio de diagramas. O uso de softwares para criar os diagramas é altamente recomendável
pois além dos desenhos é possível documentá-los. Será que as empresas usam estes dia-
gramas corretamente e os aplicam no dia a dia?
LEITURA
Artigo 1 – Modelagem de Processos: Um Caminho para o Sucesso da Organização
Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/articles/viewcomp.asp?comp=4785>
Autor: Methanias Colaço Júnior
Este site possui uma discussão sobre a importância da modelagem de processos.
Artigo 2: Mapeando Processos De Negógio
Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/mapeando-pro-
cessos-de-negocio/23853/>
88 • capítulo 3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, T. Organização, sistemas e métodos. São Paulo: Atlas, 2013
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos estudar alguns assuntos relacionados com a implantação do geren-
ciamento do processo e também com a avaliação de desempenho dos processos, partes inte-
grantes do BPM.
capítulo 3 • 89
4
Implantação e
Avaliação de
Desempenho
4 Implantação e Avaliação de Desempenho
Dentre as atividades da gestão por processos em uma organização, a escolha da
implantação é muito importante. Lembre-se que, em etapas anteriores, foi fei-
to um planejamento do que seria feito, de quais processos seriam analisados,
ou seja, antes de pôr a mão na massa foi feito um projeto. Implantar o projeto
não é uma tarefa fácil, é necessário disciplina para isso.
Depois dessa implantação, é importante estabelecer mecanismos de medição,
algo que gere números e formas de avaliar como os processos estão sendo exe-
cutados após sua implantação.
Para isso, neste capítulo vamos estudar um pouco mais o BPM (Business Process
Management) e aplicá-lo às técnicas tradicionais da gestão por processos.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes tópicos:
• escolha do processo;
• definição da estratégia;
• mapeamento das funções do processo;
• melhoria contínua do processo;
• avaliação de desempenho;
• indicadores.
REFLEXÃO
O que você conhece sobre ferramentas para análise e melhoria? Conhece algum ciclo de me-
lhoria? Programa de melhoria contínua?
Veremos que existem ferramentas que você já utiliza no dia a dia, mas que são aplicadas a
análise de processos. Vamos fundamentá-las e exemplifica-las.
92 • capítulo 4
4.1 Implantação do gerenciamento do processo
Figura 4.1 – Implantação da gestão por processos – CÂNDIDO, SILVA e ZUHLKE, 2008
capítulo 4 • 93
Abaixo seguem alguns exemplos:
• Treinamento técnico:
• gerência de processo
• definições de processos;
• mapeamento de processos;
• análise de processos – medição e avaliação;
• prioridades;
• desenvolvimento, teste e implantação de melhoria de processos.
• Quality function deployment – QFD – Desdobramento da função qualidade:
• conceituação da voz do cliente;
• a casa da qualidade;
• estudos de caso.
• Benchmarking
• histórico e conceituação do benchmarking;
• gerência de processos e benchmarking – processo de condução de
benchmarking;
• estudos de caso.
• Treinamentos comportamentais
• o papel do gerente e sua importância para o sucesso das organizações;
• o ambiente de mudanças;
• o processo de mudanças;
• a visão e o ambiente de trabalho em mudanças;
• o processo da comunicação humana.
• Análise de problemas e tomada de decisão
• identificação de problema;
• análise da causa raiz;
• identificação de soluções;
• priorização de soluções;
• tomada de decisões.
• Gerência do trabalho em equipe
• pressupostos do trabalho em equipe;
• conceito: formação do “eu” e do “nós”, quanto ao trabalho de equipe;
• facilitadores do trabalho em equipe;
• como e por que intervir no trabalho de uma equipe.
94 • capítulo 4
Uma vez que a equipe tenha sido capacitada e esteja a par de suas funções
dentro da gestão por processos, é necessário estabelecer uma forma de contro-
lar os processos por meio de indicadores. O estabelecimento de um conjunto
de indicadores é fundamental para que os processos possam gerar informa-
ções gerenciais para os gestores poderem fazer as avaliações corretamente e
tomar decisões de maneira mais precisa.
Para tanto, reuniões de controle e o uso de dashboards, ou painel de con-
trole, são utilizados para medir o desempenho. Esta prática também está as-
sociada à questão da melhoria contínua do processo.
A figura 4.2 mostra alguns exemplos de dashboards (painel de controle) com
alguns indicadores de desempenho.
capítulo 4 • 95
Processo AS-IS
Situação atual
Tarefa 1 Tarefa 2
Processo TO BE
Situação futura
Tarefa 2
+ +
Tarefa 1
Como vimos, o BPM não é uma ferramenta de desenho, mas o BPMN o é! Trata-
se de uma notação visual para representarmos fluxos de processos. O interes-
sante do BPMN é que a representação pode ser mapeada para alguma outra lin-
guagem que representa um formato de execução (ver BPEL). Assim, fica melhor
a implementação de processos.
O objetivo principal do BPMN é fornecer uma notação que facilite o en-
tendimento pelos envolvidos no processo de negócio, desde os analistas do
processo, até desenvolvedores de softwares que implementarão os processos.
96 • capítulo 4
O BPMN foi criado pelo Business Process Management Initiative (BPMI1) e a
versão 1.0 foi disponibilizada em 2004.
Vamos ver agora os elementos constituintes da notação BPMN e suas fun-
cionalidades. Um Diagrama de Processos de Negocio (Business Process Diagram)
é constituído de um conjunto de elementos gráficos que são usados para des-
crever o fluxo de processos. Muito parecido com os fluxogramas que já vimos,
oferecem maior poder de descrição e se assemelham a diagramas usados para
modelagem de software.
Os principais componentes estão a seguir:
capítulo 4 • 97
Existem também os componentes de conexão, como mostra a figura a seguir.
98 • capítulo 4
E os componentes que servem para organização do fluxo e discriminação.
Process 1
“POOL”
pante em um processo.
Lane 2
Usado para subdividir Pools,
Process 1
Lane 3
“LANE” pode representar papéis den-
tro dos Pools.
Lane 1
capítulo 4 • 99
Por fim, temos os componentes que descrevem artefatos:
100 • capítulo 4
Cartão débito
Digitar senha
Processo – Pagamento
Pegar recibo
Escolhe forma
de pagamento
Cartão crédito Assinar fatura
Serviço tarefa
Receber tarefa
Envio tarefa
Usuário tarefa
Script tarefa
Manual tarefa
Referência tarefa
capítulo 4 • 101
–– Tarefa de Recepção: uma tarefa simples que é elaborada para espe-
rar que uma mensagem chegue de algum participante externo. A
tarefa estará completa quando a mensagem for recebida.
–– Tarefa de Envio: uma tarefa feita para enviar uma mensagem
a um participante externo. A tarefa estará completa quando a
mensagem for enviada.
–– Tarefa de Script: uma tarefa executada por um mecanismo no pro-
cesso de negócio. A pessoa que implementar o script o fará usan-
do alguma linguagem que o mecanismo de execução do processo
possa executar quando a mesma for chamada.
–– Tarefa Manual: esta tarefa deverá ser executada sem o auxílio de
qualquer mecanismo no processo ou qualquer aplicativo. Por
exemplo, um técnico que vai a sua casa consertar seu computador.
–– Tarefa de Referência: é usada para referenciar outra atividade já
definida.
Subprocesso incorporado
Subprocesso reutilizável
Subprocesso de referência
102 • capítulo 4
Mensagem
Timer
Condicional
Sinal
Múltiplo
Mensagem
Timer
Compensação
Condicional
Link
Sinal
Múltiplo
capítulo 4 • 103
–– Evento Intermediário de Timer: respeita uma condição tempo-
ral. Pode ser usado para tratar exceções ou como retardo no pro-
cesso principal.
–– Evento Intermediário de Compensação: é usado tanto para ati-
var quanto para executar uma compensação.
–– Evento Intermediário Condicional: é acionado quando uma con-
dição é satisfeita.
–– Evento Intermediário Link: é um mecanismo para conectar duas
seções de um processo. Estes eventos podem ser usados para
criação de ciclos ou para podermos dividir o fluxo do processo
em mais de um diagrama.
–– Evento Intermediário Sinal: é usado para enviar e receber sinais.
–– Evento Intermediário Múltiplo: significa que há muitos aciona-
dores designados ao evento. Ele pode capturar acionadores ou
lança-los. Se usado em anexo a uma delimitação de atividade,
então só pode capturar o acionador.
Mensagem
Erro
Cancelar
Compensação
Sinal
Término
Múltiplo
104 • capítulo 4
–– Evento de Fim de Mensagem: indica que uma mensagem será
enviada a alguém no final de um processo.
–– Evento de Fim Erro: indica um erro ocorrido. O mais comum é
terminar o processo em execução.
–– Evento de Fim Cancelar: é usado dentro de um subprocesso, in-
dicando que uma transação deve ser cancelada e acionará um
evento intermediário de cancelamento. Deve também enviar
mensagens de cancelamento (como protocolo) às entidades en-
volvidas.
–– Evento de Fim Compensação: indica que será necessária uma
compensação.
–– Evento de Fim Sinal: indica que um sinal será emitido quando o
processo chegar ao fim. Útil para enviar entre Pools.
–– Evento de Fim Término: indica que todas as atividades do pro-
cesso devem terminar imediatamente.
–– Evento de Fim Múltiplo: indica múltiplas consequências no tér-
mino do processo.
Gateway inclusivo
Gateway complexo
Gateway paralelo
capítulo 4 • 105
gateway está. Um evento como recebimento de mensagem pode
ser usado para isto.
–– Gateway Inclusivo: neste caso a expressão resulta em mais de
uma possibilidade de caminho.
–– Gateway Complexo: usado para situações não facilmente trata-
das pelos outros gateways ou para combinar um conjunto de ga-
teways.
–– Gateway Paralelo: fornecem mecanismos para sincronização do
fluxo e criação de um novo paralelo.
Gera uma
Cliente
ordem de
compra
Fluxo de mensagem
Processo atendimento
pedido
106 • capítulo 4
Cliente
Mensagem Mensagem
Processo atendimento
pedido
4.4 BPMS
Uma solução BPMS é uma ferramenta que permite tanto a geração quanto o
controle de processos de negócio da empresa (REIS, 2008a).
CONEXÃO
Aprenda mais sobre Netbeans e BPEL em: http://soa.netbeans.org/soa/
Além disto, podemos realizar a execução dos modelos BPM usando o BPEL
e uma ferramenta para simulação ou desenvolvimento.
Muitos modelos BPEL podem ser exportados como modelos UML para a TI
ou usandos em orquestradores de processo como a implementação BPEL4WS
para o NetBeans.
capítulo 4 • 107
CONEXÃO
Estes são blogs de pessoas da área de negócios e TI, muito explicativos e interessantes, com
diversos assuntos relacionados ao tema:
• <http://blog.mhavila.com.br/2007/02/16/bpm-para-leigos>
• <http://blog.cryo.com.br/2009/01/19/os-beneficios-do-bpm/>
• <http://mundobpm.blogspot.com/2009_02_01_archive.html>
Basicamente, a vida ao nosso redor e, inclusive, dentro de nós, pode ser defi-
nida como uma sequência de solução de problemas. Em algum momento have-
rá uma falha em algum deles e morreremos (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004).
Problemas simples, em geral, são resolvidos de maneira simples. Já proble-
mas mais complexos, muitas vezes, exigem mais de uma pessoa para a solução.
Antigamente (podemos dizer antigamente, pois isto está sendo mudado),
os problemas complexos eram, quase sempre, atribuídos aos gerentes. Pessoas
que não possuíam cargos gerenciais eram os “braços” (mão de obra) e não eram
considerados seres inteligentes. Já os “cabeça de obra”, eram a força cognitiva.
Não apenas a gestão por processos, mas as melhorias proporcionadas pela tec-
nologia da informação estão mudando este “antigo” paradigma.
Um ambiente organizacional estruturado para a resolução de problemas
(de maneira racional) é composto por três tipos de recursos (MARANHÃO e MA-
CIEIRA, 2004):
• Recursos Humanos: treinados, interessados, compromissados em aju-
dar a empresa (humanware);
• Metodologias de trabalho (software);
• Infraestrutura, instalações, ferramentas, equipamentos adequados (har-
dware).
108 • capítulo 4
4.5 Brainstorming
• Estruturado: neste caso, todos os integrantes dão uma ideia quando che-
ga a sua vez na rodada ou, passam a vez, caso não queiram falar nada.
Isto evita confusões, ou confronto direto das ideias. Quando ninguém
mais tem algo a manifestar, o brainstorming termina.
• Não estruturado: aqui, qualquer pessoa pode lançar suas ideias em qual-
quer momento. O ambiente tende a ficar menos tenso, mas, os mais fa-
capítulo 4 • 109
lantes podem dominar a situação. É mais fácil agir com as ideias de ou-
tros participantes, já que não há uma ordem de discussão estabelecida.
Quando todos concordam em parar, chega-se ao fim desta modalidade.
110 • capítulo 4
O diagrama causa-efeito também é, por vezes, chamado de diagrama espi-
nha de peixe. Como vocês verão no exemplo da figura 4.7, a imagem explica o
motivo deste “apelido”.
O próprio Kaoru Ishikawa propôs algumas variações simples deste diagra-
ma, mas com aplicações específicas em determinados casos. Veremos um pou-
co de cada uma delas.
Atitude do
Espera
garçon
Longa espera para
Rude fechamento de conta
Confusa Computador
Apressado Muitas fora do ar
mesas Garçon inexperiente
Espera desconfortável por mesa
Assentos na
Mau atendimento Treinamento
área de espera
nas mesas inadequado
Efeito
Tapetes sujos
Comida servida fria
Treinamento Sala de jantar fria
Garçons incertos sobre
da faxineira
quando a comida esta pronta Programa
de limpeza inadequado
inadequado Janelas abertas
Sistema de notificação
do garçon inadequado
Comida Ambiente
capítulo 4 • 111
4.6.2 Diagrama de causa e efeito 4M
Causas Efeito
Água
engarrafada
Garrafa contaminada
Tampa
Água
Material Processo
contaminado contaminador
Material Método
Usado para processos sequenciais. Nesse caso, deve-se seguir os passos para a
criação convencional do diagrama de causa e efeito, mas com as ações aconte-
cendo em sequência.
112 • capítulo 4
4.7 5W-2H
INICIAL DA PALAVRA
FINALIDADE
INGLÊS PORTUGUÊS
capítulo 4 • 113
4.8 GUT
Pára-lama amassado 2 2 2 8 6°
114 • capítulo 4
DESCRIÇÃO DO PROBLEMA G U T GxUxT PRIORIDADE
Vazamento no freio 4 3 5 60 2°
Estofamento rasgado 2 1 1 2 7°
Se considerarmos G:
1 – dano mínimo;
2 – dano leve;
3 – dano regular;
4 – grande dano;
5 – dano gravíssimo.
U:
1 – prazo muito grande (dois ou mais meses);
2 – prazo grande (um mês);
3 – médio (uma quinzena);
4 – curto (uma semana);
5 – está ocorrendo.
T:
1 – desaparece;
2 – reduz-se ligeiramente;
3 – permanece;
4 – aumenta;
5 – piora muito.
capítulo 4 • 115
Perceba que para os valores expostos acima precisa haver uma concordân-
cia entre os envolvidos. Alguém pode “achar” que é mais importante verificar o
vazamento no freio acima de tudo.
CONEXÃO
Veja mais informações sobre Matriz de Priorização: <www.administradores.com.br/artigos/
matriz_de_priorizacao/25080>
4.9 Pareto
Nós vimos que o método GUT é interessante para casos onde não obtemos os
valores quantitativos. O método de Pareto, proposto por Vilfredo Pareto, um
economista e sociólogo italiano, estabelece o princípio ou Regra 80-20. É tam-
bém conhecido como trivial many/vital few (maiorias triviais / minorias essen-
ciais). (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004).
Este método pode ser resumido da seguinte forma:
• 80% das causas triviais são responsáveis por cerca de 20% dos resultados
mais importantes.
• 20% de causas essenciais são responsávies por 80% dos resultados mais
importantes.
A representação gráfica deste princípio está na figura abaixo.
Causas/ações Efeitos/resultados
20%
80%
Triviais
80%
20%
Vitais
116 • capítulo 4
Bom, vamos a um exemplo de aplicação do princípio de pareto. Temos abai-
xo uma planilha com as informações de coleta de dados de erros em formu-
lário, coletados num determinado processo (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004):
Vamos usar os passos propostos por Maranhão e Macieira (2004) para usar
este princípio:
• preparar uma planilha com os dados a serem avaliados;
• preenchê-la com os dados em ordem decrescente;
• calcular e registrar cada célula da planilha;
• registrar os valores da planilha num gráfico, usando uma boa escala para
facilitar a compreensão;
• desenhar os valores acumulados através de uma curva de porcentagem;
• fazer a análise e tomar uma decisão, focando a concentração de recursos:
eficácia.
CONEXÃO
Veja o artigo abaixo para mais informações sobre Pareto.
<www.infoblogs.com.br/view.action?contentId=33137&Utilizando-Pareto-na-gestao-de-
projetos.html>
capítulo 4 • 117
A planilha abaixo mostra a tabela com os dados registrados e os valores acu-
mulados.
Total 94 100 —
*As células com a marca (*) foram contabilizadas em conjunto como “outros” (O) por
serem significativas (triviais) em relação àquelas mais importantes (vitais).
118 • capítulo 4
A figura a seguir mostra como fica o gráfico de Pareto. Após isto é necessário
realizar a análise gerencial da situação apresentada.
Quantidade % de erros
de erros
94 100
90
90
80 (75)
(68) 80
70 70
(60)
60 60
(52)
50 50
40 37 40
30 30
20 19
15 20
8 8 7
10 10
F B G A E
Problemas
ros
Out
Figura 4.11 Gráfico de Pareto.
Fonte: (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004, p. 172).
4.10 Histograma
capítulo 4 • 119
AMOS-
RESULTADOS
TRA
1 24 27 25 27 25 23 25 27 25 19
2 30 25 23 17 21 27 29 23 30 23
3 27 18 27 28 26 24 23 28 39 25
4 23 25 33 24 19 28 17 24 23 21
5 29 29 21 30 22 21 26 19 29 27
AMOS-
RESULTADOS XMAX XMIN
TRA
1 24 27 25 27 25 23 25 27 25 19 27 19
2 30 25 23 17 21 27 29 23 30 23 30 17
3 27 18 27 28 26 24 23 28 39 25 39 18
4 23 25 33 24 19 28 17 24 23 21 33 17
5 29 29 21 30 22 21 26 19 29 27 30 19
EXTREMOS 39 17
120 • capítulo 4
Depois disto, definimos a amplitude da amostra subtraindo o valor mínimo do
máximo e determina-se o intervalo entre os valores obtidos (dividimos a amplitude
pela quantidade de pesquisas por linha). Com os intervalos obtidos, registramos os
intervalos de classe e fazemos uma contagem sobre cada valor pesquisado.
16 18 =2
18 20 =4
20 22 =5
22 24 =8
24 26 = 10
26 28 =9
28 30 =7
30 32 =3
32 34 =1
34 36 =0
36 38 =0
38 40 =1
Indivíduo
“fora da curva”
16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
X = 25
Magreza “Normailidade” Obesidade
LIE LSE
capítulo 4 • 121
Podemos perceber pelo histograma que a apresenta mostra uma tendên-
cia à obesidade, devido à deformação do gráfico (para a direita). O histograma
mostra também que há um indivíduo “fora da curva”, ou seja, alguém extrema-
mente obeso.
Com estas informações, torna-se possível a tomada de decisões como uma
campanha para redução da obesidade.
4.11 PDCA
122 • capítulo 4
Ciclo P-D-C-A
Action Plan
A P
etivo
Atuar Planejar
os
obj
étod
Definir
Atuar rm
corretivamente e fini os
D recurs
Definir
Educ
ar e
Medir/avaliar/ trein
ar
Exec
comparar
utar
Control C D Do
Verificar Executar
O PDCA foi projetado para ser usado como um modelo dinâmico. A conclu-
são de uma volta do ciclo nos levará diretamente para o próximo ciclo e assim
por diante. É por isto que o tratamos como um processo de melhoria contínua.
O PDCA é um método que nos exige trabalhar continuamente com plane-
jamento e compreender que as tarefas, por mais simples que pareçam, irão re-
querer algum planejamento, mesmo que não documentado.
Um “concorrente” típico do PDCA é o “testar e errar”. Nós acabamos por
classificar as tarefas como simples e ficamos com “preguiça” de seguir os prin-
cípios propostos. Pensamos que somos experts no assunto e esquecemos do
planejamento. No entanto, se nos habituarmos a planejar, as outras fases terão
grandes chances de fluírem com facilidade.
capítulo 4 • 123
Então, podemos definir nossas ações assim:
• Vamos ter que fazer algo, logo faremos o planejamento antes – P.
• Ao executar o que planejamos, é preciso organização e ter um mínimo de previsibili-
dade – D.
• Durante e depois da execução, precisamos checar os resultados, medi-los e compará-
-los com o que planejamos – C.
• Se verificarmos que há diferenças entre o planejamento e o executado então devemos
agir de maneira corretiva sobre o que foi feito e sobre o planejamento – A
Na conquista do objetivo
Ajuda Atrapalha
S W
(organização)
Interna
Forças Fraquezas
Origem do fator
O T
(ambiente)
Externa
Oportunidades Ameaças
124 • capítulo 4
CONCEITO
O termo SWOT é uma sigla do idioma inglês. E é um acrónimo de Forças (Strengths), Fraque-
zas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
Este método pode combinar diversos outros vistos no capítulo 4 e métodos no-
vos ou não abordados, como mostra a tabela abaixo.
BRAINSTORMING X X X X X X X X
CHECKLIST* X X X X X
CHECKSHEET X
DIAGRAMAS DE AFINIDADES** X X X X X X
DIAGRAMAS DE CAUSA E
X X X X X X X
EFEITO***
capítulo 4 • 125
PASSOS DA ESTRELA DECISÓRIA
NOME DA FERRAMENTA
1 2 3 4 5 6 7 8
DIAGRAMAS DE DISPERSÃO X X
FLUXOGRAMAS X X X
GUT X X X X
HISTOGRAMA X X
PARETO X X X
PLANEJAMENTO DE
X X
EXPERIMENTOS
REENGENHARIA X X X X
Veja que é um método muito parecido com o PDCA (unidade 4), mas possui maior
detalhamento de suas etapas.
Vamos falar um pouco sobre cada etapa da Estrela Decisória e, após isto, mos-
trar um caso prático da aplicação deste método (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004).
126 • capítulo 4
A definição do objetivo a alcançar permite que os esforços sejam dirigidos para
algo mais concreto, dimensionando e limitando as ações que serão tomadas.
Perceba que neste passo podemos usar algumas ferramentas vistas como o Brainstor-
ming e o Diagrama de Causa e Efeito.
capítulo 4 • 127
• O levantamento feito está de acordo com os objetivos formulados?
• Caso negativo, precisamos rever o levantamento até que o desejado seja alcançado.
• Se necessário, reformular objetivos e refazer (voltar ao passo 1).
• Análise é consistente?
• Está de acordo com os objetivos estabelecidos?
• Caso negativo, rever análise até obter resultados consistentes.
• Alternativamente, voltar ao passo 1 e recomeçar.
A partir das informações obtidas no passo 3, vamos ao passo crucial desta me-
todologia, pois o problema só terá um tratamento adequado a partir do estabe-
lecimento e entendimento das suas causas.
É importante nesta fase termos a habilidade de sintetizar as informações
obtidas. Primeiro, podemos analisar os fatores principais, depois analisamos o
comportamento entre eles. Assim, tentaremos unificar os fatores elencados e
as informações sobre eles e chegar a uma conclusão.
128 • capítulo 4
• Caso negativo, devemos esgotar as possibilidades até que a pergunta tenha uma
resposta afirmativa.
Como um problema pode ter mais do que uma solução possível é importante
identificar as alternativas de solução e depois optar por aquela que melhor sa-
tisfaça nossa necessidade.
Nesse caso, temos que ficar atentos às soluções elaboradas, desejando que
estas estejam relacionadas à solução do problema.
capítulo 4 • 129
4.13.7 Passo 7 – Decidir entre as soluções
A implementação, após todos estes passos, pode parecer fácil. Mas, devemos
tomar cuidado com isto e usar uma ferramenta que nos auxilie nesta tarefa,
como a 5W-2H.
Mesmo que a implementação pareça lenta, isto não necessariamente quer
dizer baixo desempenho. Podemos associar isto a, por exemplo, um cuidado
meticuloso.
Ao final dos passos da Estrela Decisória, podemos realimentá-la e, assim,
tem muito a ver com os princípios do PDCA.
130 • capítulo 4
ATIVIDADE
1. Imagine o seguinte problema:
Cenário: Uma pizzaria delivery.
O problema: diversos pedidos não estão sendo atendidos. Os clientes reclamam que não
recebem a pizza, o entregador diz que não havia pizza pronta com os dados do cliente, a
cozinha afirma não ter recebido o pedido e o pessoal do atendimento diz que anota tudo
em papéis e passa para a cozinha. A empresa não dispõe de um cadastro de clientes, o
que dificulta o atendimento de certa forma.
Veja como é o fluxograma da atividade de venda:
Cliente
Início
Atendimento
Receber 2 Registrar
pedido 1 pagamento Fim
Promoção
Não Sim
Fazer pizza Pizza pronta 3
3
Realizar 1
Logística
entrega
Cliente recebeu
corretamente? Sim Receber
Não pagamento
Relacionamento
com o cliente
Sim
Checar Verificar
Pedido correto?
problema produto
Não
2
capítulo 4 • 131
• Treinamento aos gerentes (ou ao gerente) para que coordene melhor a equipe
de atendimento.
• Documentar melhor o processo de atendimento para que as informações não
sejam perdidas.
Usando GUT para auxiliar na tomada de decisão foram calculados os seguintes pesos:
1 3 2 3
2 5 5 5
3 5 4 5
4 5 4 4
c) Faça o cálculo das prioridades com base nos pesos levantados. Comente os resulta-
dos obtidos para cada ação e por quais motivos obteve-se esta ordem de prioridade.
d) Após isto, você irá definir o plano de ação para a necessidade mais importante (mais
prioritária). Para isto, use a técnica 5W-2H.
• What? O quê?
• Who? Quem?
• Where? Onde?
• When? Quando?
• Why? Por quê?
• How? Como?
• How Much? Quanto Custa?
132 • capítulo 4
REFLEXÃO
Nós estudamos neste capítulo algumas ferramentas que possibilitam a análise e melhoria
dos processos nas empresas. Existem outras ferramentas não abordadas ou variações das
ferramentas apresentadas, como diagramas de dispersão, matriz de priorização, etc. Se você
tiver interesse em se aprofundar mais neste assunto, dê uma olhada nos links a seguir.
LEITURA
Artigo: Origem do 5S
Disponível em: <www.administradores.com.br/artigos/qual_a_origem_do_5s/28464/>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CÂNDIDO, R. M.; SILVA, M. D. T. F. M. E.; ZUHLKE, R. F. Implantação de gestão pro processos:
estudo de caso numa gerência de centro de pesquisas. Anais do XXVIII Enegep, Rio de Janeiro,
13 a 16 out. 2008.
CRUZ, T. Sistemas, métodos & processos: administrando organizações por meio de processos de
negócio. São Paulo - SP: Atlas. 2005.
SORDI, J. O. D. Gestão por processos: uma abordagem da moderna administração. São Paulo -
SP: Saraiva. 2005..
capítulo 4 • 133
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos estudar alguns assuntos relacionados à qualidade na gestão
de processos.
134 • capítulo 4
5
Tópicos em Gestão
de Processos
5 Tópicos em Gestão de Processos
Após estudar vários aspectos relacionados com a gestão de processos, nesta
unidade vamos tratar de alguns tópicos gerais sobre esta área.
Dentre os tópicos que merecem estudo, encontramos os profissionais que tra-
balham na área de processos e suas funções, competências e atividades. Como
as empresas têm cada vez mais dependência deste tipo de profissional, é im-
portante estudar alguns aspectos de suas atividades.
Além disso, existem padrões que estas pessoas utilizam para fazer a gestão dos
processos de negócio. Entre eles, temos a ISO 9000, o PNQ, a Anvisa e outros tão
importantes quanto estes aqui mencionados. Vamos estudá-los nesta unidade.
Bom estudo!.
OBJETIVOS
Neste capítulo, vamos estudar os seguintes assuntos:
• gestor do processo de negócio;
• escritório de gestão por processo e suas áreas de apoio;
• conceito de conformidade;
• referências de conformidade.
REFLEXÃO
Você já deve ter ouvido falar sobre qualidade, não é? Você já chegou a pensar o que é
qualidade? Será que um mesmo produto que você acha que tem qualidade tem o mesmo
significado para outra pessoa? Vamos estudar um pouco este assunto!
136 • capítulo 5
Já o gerente de processo é o responsável pela administração do mesmo.
O analista e o gerente de processos devem modernizar e simplificar a docu-
mentação interna das empresas com o objetivo de melhoria na produtividade,
eficiência e eficácia das atividades realizadas nos processos de negócio.
Podemos resumir o conjunto de qualidade do gerente e, de certa forma, do
analista, de acordo com (OLIVEIRA, 2007):
e) Autocontrole e autodisciplina.
f) Saber interagir com as competências básicas da empresa.
g) Ser criativo.
h) Ser capaz de oferecer a melhor solução total para o cliente através do co-
nhecimento maior de suas expectativas e necessidades.
i) Ter em mente que os resultados é que são importantes.
j) Saber trabalhar com a diversidade.
k) Saber administrar situações de crise.
l) Ter humildade.
m) Não ão ser um otimista exagerado, nem insensatamente pessimista.
n) Ser inteligente e saber trabalhar em empresas inteligentes.
o) Não acreditar muito em mudança de cultura.
p) Saber delegar com eficiência, eficácia e efetividade.
q) Ter pessoas de fora do sistema ou processo, foco nos estímulos ao desen-
volvimento e consolidação da administração de processos.
r) Compartilhar todas as informações.
s) Ter administração do tempo.
t) Ter atuação através de sistemas e processos autogeridos.
u) Trabalhar com pequenas vitórias de maneira gradativa e acumulativa.
v) Satisfação com o trabalho na administração de processos.
capítulo 5 • 137
O mercado de gestão de processos tem crescido bastante. Para os gestores de
processo, existem possibilidades profissionais interessantes, principalmente com
o aparecimento de certificações profissionais na área de gestão de processos.
As certificações profissionais podem ser interessantes para aqueles que
querem diferenciais em seu currículo. Normalmente, as certificações demons-
tram a habilidade e a experiência do profissional naquela área de conhecimen-
to e garantem maior credibilidade ao currículo profissional.
Algumas pesquisas apontam que os profissionais certificados possuem
chance de mais de 53% de conseguirem um novo emprego do que aqueles que
não possuem.
Porém, é necessário qualificação. O interessante é que mesmo o profissional
autodidata pode fazer a prova. Há aqueles que preferem frequentar cursos especí-
ficos de capacitação e qualificação para depois prestarem a prova. Enfim, há prós
e contras nesta caminhada. O importante é a melhoria contínua do profissional.
A formação acadêmica formal também não pode ser descartada e, aliada a isso,
a melhor alternativa para o profissional ganhar competitividade em pouco espaço
de tempo é obter uma certificação profissional das empresas mais significativas.
Entre as possibilidades de certificação na área de gestão de processos, pode-
mos destacar as duas principais:
• CBPP (Certified Business Process Professional): é uma das que têm ganha-
do mais destaque no Brasil. A unidade certificadora é a ABPMP. Esta cer-
tificação é renovável a cada três anos e tem valor internacional.
• OCEB (OMG Certified Expert in BPM): a OMG é a sigla para Object Manage-
ment Group, uma importante entidade que padroniza várias linguagens e
tecnologias, entre elas a UML que vimos anteriormente. A OMG é a enti-
dade que concede a certificação OCEB. Esta certificação verifica os conhe-
cimentos da BPMN2, que é a notação para BPM padronizada pela OMG.
138 • capítulo 5
Além das certificações concedidas para o conhecimento dos métodos e téc-
nicas relacionados com a gestão por processos, existem certificações especí-
ficas para as ferramentas de software sobre o assunto certificação processos”.
Estas certificações são também bastante valorizadas, porém são mais técni-
cas e voltadas para um produto específico.
Entre as empresas que certificam os profissionais que usam seus produtos,
podemos citar:
• Oracle BPM Suite;
• Bizagi BPM Suite;
• IBM Websphere Lombardi;
• TIBCO ActiveMatrix BPM.
CONEXÃO
Saiba mais sobre as certificações em processos:
• CBPP: <http://abpmp-br.org/index.php?option=com_content&view=article&id=72&Ite-
mid=148 e http://abpmp-br.org/>
• OCEB2: <http://www.omg.org/oceb-2/ e http://www.omg.org/>
• CBPMP: <http://www.bpminstitute.org/certification>
• CPBPM: <http://www.villanovau.com/online-certificates/bpm-certificate.aspx>
• P.BPM: <http://www.bpmcouncil.org/>
capítulo 5 • 139
Gestão de
pessoas
Clientes
Tecnologia
da
informação
Escritório Parceiros
de e
processos terceiros
Finanças
Gestão
da
Controladoria qualidade
A figura 5.1 mostra um exemplo das áreas com as quais o escritório de proces-
sos pode se relacionar. É claro que existem outras áreas, mas a figura mostra gra-
ficamente o quanto o escritório de processos influencia outras áreas da empresa.
Na figura, falta o relacionamento com órgãos externos como agências regu-
ladoras, conselhos, comitês e outros.
A figura mostra ainda a necessidade de se criar um lugar comum e com-
partilhado o qual pode apoiar cada uma das partes na administração de seus
processos e no objetivo global da organização.
Apesar de o escritório estar na parte central da figura, isso não significa que
este seja o centralizador da gestão de processos. O escritório auxilia na promoção
da articulação da gestão de processos segundo Pinho et al. (2008).
Normalmente, a definição de um escritório de processos caracteriza-o
como uma normativa e coordenadora, que se relaciona com outras áreas, pos-
sui métodos e ferramentas orientadores dos processos da empresa e atua como
ligação entre os setores envolvidos nos processos que estão sendo gerenciados.
140 • capítulo 5
O escritório de processos acaba tendo uma versão sistêmica sobre o proces-
so, que lhe permite melhor análise, propiciando-lhes condições de gerar suges-
tões de melhoria aos envolvidos, beneficiando o processo como um todo.
O objetivo do escritório de processos supera as tarefas sistemáticas de
modelagem e mapeamento, análise, proposta de melhorias e novos dese-
nhos dos processos. Ele se propõe a ser a instância da organização que será
responsável por inserir e gerir a prática de gestão por (ou de) processos na
cultura da organização. Não é uma tarefa fácil!
Sendo assim, o escritório deve conseguir priorizar alguns processos e não
necessariamente trabalhar com todos da organização. O foco pode residir
nos processos-chave ou usar algum método para decidir em quais processos
será feita a atuação.
Existe, porém um fator importante na adoção de um escritório de proces-
sos. Segundo Pinho et al. (2008), este tipo de abordagem funciona melhor
com organizações que possuam uma estrutura funcional departamentaliza-
da. Pela essência das organizações processuais não seria necessária a ado-
ção de um escritório de processos como ponto-chave de coordenação. Neste
caso, o escritório de processos teria sua atuação voltada para normatizar e
padronizar uma linguagem para representar os processos a fim de unifor-
mizá-los. Neste caso ainda, a coordenação dos processos é responsabilidade
das unidades gestoras de cada processo.
A figura 5.2 mostra um exemplo de estrutura funcional que trabalha com pro-
cessos transversais e possui um escritório de processos que cuida do ciclo de vida
do desenho de processos e possui atribuições de normatizar e de melhoria.
Compare-a com a figura 5.3. Ela mostra o exemplo de uma estrutura por
processos com alternativas para a atuação do escritório de processos. A pri-
meira mostra a separação das atribuições de normatização e melhoria e a
segunda mostra o escritório acumulando estas funções.
capítulo 5 • 141
142 •
Presidência
Escritório de
processos
capítulo 5
Escritório de Processos.
Fonte: (PINHO et al. 2005)
Áreas Funcionais
GP
Processo 1
GP
Processo 2
GP
Processo 3
GP
Processo N
GP = gestores de processos
Escritório de
processos (desenv.)
Processo 1
Processo 2
Processo 3
capítulo 5 • 143
5.3 Conceito de conformidade
[...] qualidade tem a ver, primordialmente, com o processo pelo qual os produtos ou ser-
viços são materializados. Se o processo for bem realizado, um bom produto final advirá
naturalmente. A qualidade reside no que se faz – aliás – em tudo o que se faz – e não
apenas no que se tem como consequência disso.
144 • capítulo 5
Parece uma tarefa simples, mas na prática não é.
Observe a figura 5.4. Trata-se de uma situação muito comum e fora do meio
empresarial, mas é um processo como outro qualquer. É um exemplo do pro-
cesso modelado usando a notação BPMN. A conformidade no nosso contexto
consiste na execução do processo tal qual está diagramado na figura.
refrigerante
pagamento
Entregar
Realizar
Sim
Possui dinheiro
Não
suficiente?
disponível
Verificar
dinheiro
Não
Sim
Refrigerante
disponível?
disponibilidade
refrigerante
Verificar
Solicitar
Cliente Balconista
Compra de refrigerante
capítulo 5 • 145
5.4 Referenciais de conformidade
146 • capítulo 5
O quadro 5.1 sintetiza os elementos abordados na série ISO 9000.
Enfoque do processo
INTRODUÇÃO
Relação com ISO 9004
Geral
ESCOPO
Aplicação
SISTEMA DA
Requisitos gerais
ADMINISTRAÇÃO DA
Requisitos
QUALIDADE
Comprometimento da administração
Foco no cliente
Política da qualidade
RESPONSABILIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO Planejamento
Provisão de recursos
Recursos humanos
ADMINISTRAÇÃO DE
RECURSOS Infraestrutura
Ambiente de trabalho
capítulo 5 • 147
SEÇÃO TÓPICOS PRINCIPAIS
Planejamento da realização do produto
Geral
Monitoramento e mensuração
MENSURAÇÃO, ANÁLISE E
Controle de produtos fora de conformidade
APRIMORAMENTO
Análise de dados
Aprimoramento
É importante deixar claro que a ISO não tem como missão controlar a apli-
cação de suas normas, que é uma questão de entendimento voluntário entre
fornecedores e seus clientes, ou de exigência que alguns compradores fazem a
seus fornecedores (MAXIMIANO, 2006).
Além disso, a organização não tem poder legal para obrigar que as empresas
adotem a ISO 9000 como sistema padrão de gestão da qualidade (CARAVAN-
TES, G.; PANNO, C.; KLOECKNER, 2005).
No entanto, devido ao alto grau de aceitação das normas da ISO 9000 pelas
empresas, estas normas passaram a ser adotadas voluntariamente como meca-
nismos mundiais de auditoria da qualidade. Dentro deste contexto, surgiram
empresas de auditoria especializadas nesse tipo de trabalho, que conferem cer-
tificados de conformidade com a ISO 9000 (MAXIMIANO, 2006).
148 • capítulo 5
CONEXÃO
Para ter acesso às empresas possuidoras de certificações ISO no Brasil, acesse o site
<http://www.inmetro.gov.br/gestao9000/ptexto.asp?Chamador=INMETROCB25> e veri-
fique a lista!
ATENÇÃO
Para compreender melhor a ação da Anvisa, visite sua home page: <portal.anvisa.gov.br/>
5.7 PNQ
capítulo 5 • 149
A Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ), entidade sem fins
lucrativos, foi fundada em 1991 por 39 organizações privadas e públicas para ad-
ministrar todas as atividades decorrentes do processo de premiação e para ser o
representante brasileiro do Prêmio Nacional da Qualidade.
A essência do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) é estimular a melhoria da
qualidade da gestão das empresas brasileiras, reconhecendo aquelas que atingi-
ram o nível de desempenho “classe mundial”, que significa organizações que são
destacadas pela gestão exemplar de suas práticas internas e externas e respecti-
vos resultados, promovendo produtos e serviços excelentes e, consequentemen-
te, contribuindo para a melhora da qualidade de vida do povo brasileiro.
ATENÇÃO
Para saber mais sobre a Fundação Nacional da Qualidade, visite sua home page: <http://
www.fnq.org.br/avalie-se/pnq>
150 • capítulo 5
empresas de qualquer setor ou porte e são úteis para o diagnóstico, a avaliação e o
desenvolvimento do sistema de gestão de qualidade em qualquer tipo de organiza-
ção, em função de sua flexibilidade e simplicidade de linguagem e, principalmen-
te, por não prescrever ferramentas e práticas de gestão específicas (FNQ, 2008).
Os critérios do PNQ, versão 2008 estão sintetizados no quadro 5.2. Eles po-
dem ser utilizados pelas empresas que desejam se candidatar ao PNQ ou sim-
plesmente como ferramenta de autoavaliação.
• Sistema de liderança
• Responsabilidade sócioambiental
SOCIEDADE
• Ética e desenvolvimento social
• Informações da organização
INFORMAÇÕES E
• Informações comparativas
CONHECIMENTO
• Ativos intangíveis
• Sistemas de trabalho
• Qualidade de vida
• Processos econômico-financeiros
capítulo 5 • 151
• Resultados econômico-financeiros
ATIVIDADE
2. Faça o download e a instalação de algum software de BPMS e conheça como o mesmo
permite a simulação de processos.
3. Pesquise e apresente mais informações sobre o perfil dos profissionais: Analista de Pro-
cessos e Gerente de Processos.
152 • capítulo 5
REFLEXÃO
Percebemos neste capítulo o quanto o profissional da área de processos pode ser valorizado. Um
bom gestor de processos tem que conhecer do negócio da empresa e atuar de forma a garantir a
eficiência e a melhoraria dos projetos, garantindo o sucesso da companhia. Esperamos que com
os conceitos deste capítulo possa estimular em você um maior estudo nesta área tão importante
e carente das empresas: a gestão por processos.
LEITURA
Artigo: Analistas de Processos de Negócio: 5 Competências Fundamentais
Disponível em: <http://www.gnosisbr.com.br/analistas-de-processos-de-negocios-5-com-
petencias-fundamentais>
Autor: Atila Belloquim
Livro: Controle Estatístico de Qualidade
Autores: Antonio Fernando Branco Costa, Eugênio Kahn Epprecht e Luiz Cesar Ribeiro
Carpinetti
Editora: Atlas.
Resenha1: Técnicas de controle estatístico de qualidade estão em uso por mais de meio
século e sob contínuo aprimoramento. Esta obra foi motivada pela carência de livros-textos
em português voltados para seu ensino no nível de profundidade e detalhamento demandado
pelos cursos universitários de Engenharia e de Estatística. O livro trata das técnicas estatísti-
cas criadas especialmente para o controle de processos, condição básica para a manutenção
da qualidade de bens e de serviços. É rigoroso nos conceitos, para garantir o correto apren-
dizado, porém didático, graças a um texto de leitura agradável e às muitas figuras, gráficos
e exemplos, especialmente elaborados para facilitar a compreensão.Escrito por autores com
anos de experiência no ensino e pesquisa no assunto, em contato com problemas reais, o
texto busca capacitar o leitor a atuar na realidade de hoje, de forma efetiva. Assim, enfatiza
a análise de desempenho e o projeto dos gráficos de controle (requisitos obrigatórios para o
uso eficiente dessas ferramentas) e inclui o monitoramento dos processos autocorrelaciona-
dos (comuns hoje em dia). Para fixação e avaliação do aprendizado, são fornecidos mais de
uma centena de exercícios com as respectivas respostas.
capítulo 5 • 153
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARAVANTES, G. R., PANNO, C. C., & KLOECKNER, M. C. Administração: teorias e processo.
São Paulo: Pearson, 2005.
CRUZ, T. Sistemas, métodos & processos: administrando organizações por meio de proces-
sos de negócio. São Paulo: Atlas, 2005.
PINHO, B.; CAPELLI, C.; BAIÃO, F.; SANTORO, F.; PAIM, R.; NUNES, V. Estruturação de es-
critório de processos. Relatórios técnicos do DIA/UNIRIO, Rio de Janeiro, Nº 0001/2008.
2008. Disponível em: <http://www.seer.unirio.br/index.php/monografiasppgi/article/
viewFile/216/221>. Data de acesso: 18 jun. 2014.
154 • capítulo 5