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Faefid - UFJF
Daniel Godoy Martinez
BASES
FISIOLÓGICAS
DO EXERCÍCIO
FÍSICO
Juiz de Fora
Cead/UFJF
2013
© 2013 by Eliana Lucia Ferreira (organizadora).
Direitos desta edição reservados ao NGIME/UFJF.
Inclui bibliografias.
ISBN 978-85-67380-07-0
CDD 796.109
PÁGINA DE CRÉDITOS
Apoio: SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Reitor
Henrique Duque de Miranda Chaves Filho
Vice-Reitor
José Luiz Rezende Pereira
Pró-Reitor de Pós-graduação
Fernando Monteiro Aarestrup
Coordenador do Cead
Flávio Takakura
1 BIOENERGÉTICA.......................................................................... 9
1.1 CONVERSÃO DE ENERGIA........................................................... 9
1.2 MACRONUTRIENTES.................................................................... 9
1.3 ADENOSINA TRIFOSFATO (ATP)................................................... 10
1.4 RESSÍNTESE DE ATP CREATINA FOSFATO.................................... 11
1.5 PRODUÇÃO DE ENERGIA PELOS CARBOIDRATOS........................ 11
1.6 PRODUÇÃO DE ENERGIA PELAS PROTEÍNAS............................... 16
1.7 INTERAÇÃO ENTRE OS MACRONUTRIENTES................................ 17
REFERÊNCIAS............................................................................. 65
1 BIOENERGÉTICA
1.1 CONVERSÃO DE ENERGIA
1.2 MACRONUTRIENTES
Os alimentos, após ingeridos, passam pelo sistema digestório no qual são proces-
sados, e os macronutrientes são colocados na corrente sanguínea para sua utili-
zação e metabolização. Dessa forma, os lipídios correspondem aos ácidos graxos
e glicerol, os carboidratos à glicose e glicogênio e, as proteínas aos aminoácidos.
9
1.3 ADENOSINA TRIFOSFATO (ATP)
Quadro 1 – xxx
Fonte – xxx
Pode ocorrer, mais raramente, de um novo fósforo ser separado do ADP para li-
beração de energia, resultando na adenosina monofosfato (AMP), ou seja, molé-
cula de adenosina ligada a apenas uma molécula de fósforo.
10
1.4 RESSÍNTESE DE ATP CREATINA FOSFATO
Com a hidrólise do ATP uma molécula de fósforo foi separada, a energia foi li-
berada e formou-se o ADP. É plausível imaginar que a junção de uma molécula
de fósforo no ADP poderia novamente sintetizar o ATP. De fato isso é possível,
graças à existência da creatina fosfato (PCr), fosfato de alta energia presente no
organismo. Na presença da enzima creatina quinase, a molécula de fosfato se
separa da creatina e se associa ao ADP, resultando de forma anaeróbia em ATP e
creatina. Observe na figura abaixo:
O ATP pode ser ressintetizado ainda pela associação de duas moléculas de ADP
catalisadas pela enzima adelina quinase. Observe na figura abaixo:
11
yy Glicólise
Durante a glicólise são produzidos 4 ATP, porém 2 ATP são utilizados durante o
processo da glicólise, o que remete a um balanço positivo de 2 ATP.
12
‒‒ oxaloacetato se combina com o radical Acetil da Acetil-CoA por meio da
enzima citrato sintase resultando em citrato;
‒‒ de citrato para cis-aconilato;
‒‒ de cis-aconilato para isocitrato;
‒‒ de isocitrato para oxalosuccinato;
‒‒ de oxalosuccinato para alfa-cetoglutarate;
‒‒ de alfa-cetoglutarate para succinil-CoA;
‒‒ de succinil-CoA para succinato;
‒‒ de succinato para fumarato por intermédio da enzima desidrogenase;
‒‒ de fumarato para malato;
‒‒ de malato para oxaloacetato, finalizando o ciclo.
Durante essa etapa, átomos de hidrogênio são transportados pela NAD+ e FAD
(NADH e FADH2) para a cadeia transportadora de elétrons culminando na fosfo-
rilação oxidativa.
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Em exercício de alta intensidade, quando a demanda metabólica está extre-
mamente alta e superior ao fornecimento de energia de forma aeróbia, o or-
ganismo se utiliza da fonte energética anaeróbia. Durante essa demanda me-
tabólica extremamente elevada, como por exemplo, durante o exercício físico
em alta intensidade, a cadeia transportadora de elétrons não acompanha to-
talmente esse aumento da demanda metabólica e das enzimas desidrogenases
NADH e FADH2. Além de atingirem o limite fisiológico de doação de hidrogênio
para o oxigênio formando água, as NADH e FADH2 começam a liberar o hidro-
gênio para o piruvato que, na presença da enzima desidrogenase lática, con-
verte-se em lactato.
yy Ciclo de Cori
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A utilização lipídica como fonte de energia ocorre em duas etapas, assim como na
utilização dos carboidratos como fonte energética. A primeira etapa, denominada
de lipólise, ocorre no adipócito, no qual uma molécula de triglicerídeo é converti-
da em glicerol e 3 moléculas de ácidos graxos por meio da catalisação da enzima
lipase sensível aos homônios (HSL). Observe na fórmula abaixo:
Além de favorecer a reação descrita acima, a enzima lipase sensível aos hormô-
nios estimula a transferência das 3 moléculas de ácidos graxos para a corrente
sanguínea, para que sejam direcionados aos tecidos em atividade. Porém, para
que ocorra esse transporte pela corrente sanguínea, os ácidos graxos se combi-
nam quase que completamente com a albumina plasmática, sendo transporta-
do no formato de ácidos graxos livres (AGL). O glicerol se desloca do adipócito
para a corrente sanguínea por meio da difusão.
Uma vez dentro da célula muscular, o ácido graxo livre pode ser estocado no
formato de triglicerídeo intramuscular ou servir de fonte energética se sofrer a
ação da enzima carnitina aciltransferase e o ácido graxo se adentrar na mito-
côndria. Dentro da mitocôndria tem início a segunda etapa da utilização da gor-
dura como fonte de energia, que compreende as fases de beta-oxidação seguida
do Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs e, por fim, da Cadeia Transportadora
de Elétrons.
15
superfície dos capilares, facilita a captação dos ácidos graxos como fonte ener-
gética imediata ou para estocagem intramuscular.
yy Ciclo Alanina-glicose
16
cose que, por sua vez, é devolvida à corrente sanguínea mantendo assim o nível
glicêmico durante o exercício físico e podendo servir de fonte energética para
a musculatura em atividade. Esse processo de formação de novas moléculas de
glicose pelo fígado é denominado de gliconeogênese hepática.
Além disso, a interação entre os macronutrientes pode ser vista quando o exces-
so de carboidrato ingerido na alimentação se converte em gordura e em amino-
ácidos não-essenciais. Por sua vez, a ingestão excessiva de proteína é conver-
tida em carboidratos e/ou gorduras. E, por fim, a gordura ingerida em excesso é
convertida em aminoácidos não-essenciais.
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2 FISIOLOGIA DA
CONTRAÇÃO MUSCULAR
Aprofundando o olhar para a fibra muscular notaremos que ela é formada por
miofibrilas, em especial a actina e a miosina. A disposição das miofibrilas actina
e miosina resultam na conformação dos sarcômeros, que são unidades básicas
para a contração muscular.
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Envolvidas junto à actina estão mais dois miofilamentos: tropomiosina e tropo-
nina. Dessa forma, especialmente os quatros miofilamentos actina, miosina, tro-
ponina e tropomiosina são essenciais para a contração muscular.
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promove uma mudança conformacional na tropomiosina, promovendo o con-
tato entre a actina e a miosina. Nesse momento, há a utilização da energia do
ATP já hidrolizado em ADP e Pi para que a cabeça da miosina se mova e puxe a
actina deslizando-a sobre a própria miosina. Após completar o movimento a ca-
beça da miosina fica fortemente presa à actina. Para que ocorra uma separação
entre a actina e miosina uma molécula de ATP deve estar presente na cabeça da
miosina e, assim, auxiliar no relaxamento muscular associada à recaptação de
cálcio pelo retículo sarcoplasmático. A recaptação de cálcio inibe a troponina
e favorece a interposição do complexo troponina-tropomiosina entre a actina e
miosina, caracterizando o relaxamento muscular. Assim é possível iniciar-se um
novo ciclo de contração e relaxamento.
O número de fibras inervadas pela unidade motora em média é de 150 a 200 fi-
bras. Esses valores são reduzidos quanto mais fino for o movimento executado
pelo músculo em específico. Por outro lado, a musculatura responsável por mo-
vimentos que não exigem um controle fino apresentam a unidade motora com
muitas fibras musculares. Além disso, essa formação de mais fibras por unidade
motora é importante para a força muscular, pois quanto mais fibras em uma uni-
dade motora maior será a produção de força pela mesma.
21
3 SISTEMA ENDÓCRINO E
EXERCÍCIO FÍSICO
23
O glucagon, que é produzido nas células-alfa das Ilhotas de Langerhans no pân-
creas, promove aumento da glicemia via glicogenólise (conversão de glicogênio
em glicose) e gliconeogênese (formação de novas moléculas de glicose) hepáti-
ca, além de estimular a lipólise no tecido adiposo.
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4 SISTEMA CARDIOVASCULAR
E EXERCÍCIO FÍSICO
25
lado, existem ajustes periféricos importantes durante o exercício físico. Dentre eles
está a redução da resistência vascular periférica (resistência ou dificuldade do san-
gue em trafegar pelos vasos periféricos) durante o teste de esforço.
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4.2 EFEITOS CRÔNICOS DO EXERCÍCIO FÍSICO DINÂMICO
AERÓBIO SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR
DURANTE TESTE PROGRESSIVO MÁXIMO
27
for normotenso os valores pressóricos de repouso se mantêm semelhantes aos
do período pré-treinamento físico. Reduções pressóricas de repouso após treina-
mento físico aeróbio são mais comuns em indivíduos hipertensos.
Observe na figura abaixo um sumário dos efeitos crônicos do exercício físico so-
bre o sistema cardiovascular durante o teste progressivo máximo.
Quadro 2 – xxx
Fonte – xxx.
28
de ventricular e aumento da massa cardíaca. Essas adaptações ao treinamento
físico comumente são referidas como “Coração de Atleta”.
Por outro lado, um atleta de esporte caracterizado como esporte de força, como
por exemplo, o levantamento de peso olímpico, normalmente apresenta hiper-
trofia concêntrica cardíaca que é caracterizada por aumento da espessura da
parede ventricular com manutenção da câmara do ventrículo esquerdo. Em li-
nhas gerais, o mecanismo envolvido na hipertrofia concêntrica cardíaca está
relacionada à sobrecarga de pressão nos ventrículos, principalmente no ventrí-
culo esquerdo. Dessa forma há aumento da pressão sistólica causando aumento
do estresse sistólico na parede ventricular. Esse estresse induz ao crescimento
transversal dos miócitos com adição em paralelo das novas miofibrilas, provo-
cando o espessamento da parede ventricular.
29
5 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA
E EXERCÍCIO FÍSICO
5.1 ESTRUTURA SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório pode ser dividido em via aérea superior e inferior. O limite
entre a via aérea superior e a via aérea inferior define-se pela cartilagem cricói-
de, aproximadamente na altura na vértebra C6.
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pneumócitos do tipo I são responsáveis e compõem a estrutura dos alvéolos; os
pneumócitos do tipo II são responsáveis pela produção do surfactante que se ca-
racteriza por ser uma mistura que reveste a superfície interna dos alvéolos sob
a forma de uma fina película de material tensoativo, essencial para manter sua
estabilidade. A ausência de surfactante pode contribuir para o colabamento (fe-
chamento) dos alvéolos devido ao aumento da tensão superficial gerado pelas
gotículas de água dentro do alvéolo.
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Na expiração o músculo diafragma relaxa e a estrutura elástica do pulmão ex-
pulsa o ar dos alvéolos. O músculo intercostal externo também é um músculo
extremamente importante na inspiração.
Esses músculos respiratórios conseguem exercer sua função devido a toda estru-
tura torácica e, principalmente, pela movimentação específica das costelas (mo-
vimento em alça de balde).
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seja, o volume minuto de repouso varia entre 6 e 10 litros por minuto. Em exercí-
cio físico intenso a frequência respiratória pode alcançar valores de 50 incursões
por minuto e o volume corrente a valores de 3 litros por minuto, perfazendo uma
ventilação minuto de até 150 litros por minuto.
Nem todo o ar inspirado chega aos alvéolos, cerca de 30% do volume corrente
fica no espaço morto. Dessa forma, a ventilação alveolar é a diferença entre o
volume minuto e o volume do espaço morto. Em repouso, considerando um vo-
lume corrente de 500ml, a ventilação alveolar fica em aproximadamente 350ml.
Em exercício físico a ventilação alveolar aumenta consideravelmente. Os me-
canismos de aumento da ventilação minuto e, por consequência, da ventilação
alveolar serão descritos a seguir.
34
tando o volume corrente e frequência respiratória que, em decorrência disso,
aumenta o volume minuto.
35
6 TESTES DE ESFORÇO:
ERGOMÉTRICO E
ERGOESPIROMÉTRICO
6.1 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO
37
ximo. Nesse tipo de protocolo de teste, o escalonado, o indivíduo entra em
estado de equilíbrio durante os 3 minutos de exercício físico com a mesma in-
tensidade, ou seja, há uma estabilização do aumento da frequência cardíaca
e do consumo de oxigênio. Observe a figura ilustrativa abaixo do protocolo
escalonado:
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yy coeficiente respiratório (RQ) ou razão de troca respiratória (RER) calcu-
lado pela razão entre produção de dióxido de carbono (VCO2) pelo con-
sumo de oxigênio (VO2), ou seja, VCO2/VO2;
39
No teste ergoespirométrico por mensurar o consumo de oxigênio (VO2), produção
de dióxido de carbono (VCO2) e ventilação pulmonar (VE) é possível observar a
interação dos sistemas respiratórios, sistema cardiovascular e sistema muscular,
tanto é que consumo de oxigênio pico (VO2 pico) é o produto entre o débito cardí-
aco (DC) pela diferença arteriovenosa de oxigênio (Dif. a-vO2). Observe na figura
abaixo a integração entre os sistemas respirtatórios, cardiovascular e muscular:
40
6.4 DETERMINAÇÃO DOS LIMIARES VENTILATÓRIOS
41
Para a identificação do segundo limiar, o ponto de compensação respiratório,
deve-se observar o momento da ocorrência de maior valor da pressão expirada
final de dióxido de carbono (PetCO2) antes de seu descenso e observar o menor
valor do equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2) antes de sua
ascensão. Outro fator que pode auxiliar na determinação do ponto de compen-
sação respiratória é o aumento abrupto da ventilação pulmonar. Em indivíduos
saudáveis o ponto de compensação respiratória (PCR) ocorre entre aproximada-
mente 65 e 90% do consumo de oxigênio máximo ou pico (VO2 máx ou VO2 pico).
Observe na figura abaixo a ilustração esquemática para a determinação dos li-
miares ventilatórios.
A prescrição de exercício físico pelo teste ergométrico pode ser pela porcenta-
gem da frequência cardíaca máxima atingida no teste ou pela porcentagem da
frequência cardíaca de reserva. A intensidade do exercício físico utilizada de-
42
penderá de fatores como: objetivo do treinamento físico, população exercitada,
presença ou não de doença cardiovascular entre outros. Observe abaixo as fór-
mulas para cálculo da intensidade do exercício físico observada pela frequência
cardíaca.
43
7 CONTROLE AUTONÔMICO
E EXERCÍCIO FÍSICO
45
rotransmissor pós-ganglionar. O sistema simpático utiliza a noradrenalina como
neurotransmissor pós-ganglionar direto no órgão- alvo, enquanto que o sistema
parassimpático utiliza a acetilcolina como neurotransmissor pós-ganglionar.
A diferença talvez mais marcante entre os sistemas esteja nas ações dos órgãos-
-alvo. Em linhas gerais os sistemas atuam de formas antagônicas, porém há cir-
cunstâncias em que eles atuam de forma sinergista, ou seja, atuam em conjun-
to para a mesma finalidade. Podemos citar exemplos de ações simpáticas e pa-
rassimpáticas. O sistema simpático promove taquicardia (aumento da frequência
cardíaca), broncodilatação (dilatação das vias aéreas), redução da secreção de
insulina pelo pâncreas, entre outras diversas funções. Entretanto, o sistema paras-
simpático promove bradicardia (redução da frequência cardíaca), broncoconstri-
ção (constrição das vias aéreas), estimula a secreção de insulina pelo pâncreas.
Dentre as poucas funções sinergistas entre os sistemas podemos citar a produção
de saliva pelas glândulas salivares. Ambos os sistemas estimulam a produção de
saliva pelas glândulas salivares, porém o sistema simpático estimula uma saliva-
ção viscosa e o sistema parassimpático estimula uma salivação fluida.
O coração para exercer seu papel de bomba sanguínea e garantir o débito cardí-
aco adequado para cada momento utiliza-se de 3 fatores para manter seu ritmo.
O primeiro é intrínseco às células miocárdicas e se caracteriza pela presença
das células de marca-passo no nó sinusal cardíaco. É também conhecida como
frequência cardíaca intrínseca.
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adrenérgica promove influxo de cálcio para os miócitos (células cardíacas)
que respondem com o aumento da frequência cardíaca e a força de contra-
ção cardíaca.
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8 EXERCÍCIO FÍSICO
E ALTITUDE
Para que tenhamos um bom fornecimento de oxigênio aos tecidos, com relação
à topografia, 3 quesitos são essenciais: pressão barométrica, concentrações re-
lativas dos gases e a pressão específica de oxigênio (PO2).
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Porém, em uma altitude de 3000 metros e 5000 metros, por exemplo, a PO2 reduz
para aproximadamente 107 mmHg e 85 mmHg, respectivamente, resultando em
reduções acentuadas da saturação de oxigênio. Cabe ressaltar que a curva de
dissociação da oxihemoglobina é em “S”, isso significa que em pequenas alti-
tudes há redução da PO2, porém com pouca redução da saturação de oxigênio.
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8.3 DOENÇA AGUDA DA MONTANHA
É uma condição que afeta 2% dos indivíduos que sobem rapidamente acima dos
3000 metros. Seus sintomas se iniciam entre 12 a 96 horas e se caracterizam por:
dor de cabeça e fadiga intensa, tosse com secreção rosada e espumosa, pele
cianótica, frequência cardíaca e respiratória elevada. O imediato retorno do in-
divíduo para altitudes menores ou se possível ao nível do mar é recomendado.
O edema cerebral em alta altitude afeta cerca de 1% das pessoas que se des-
locam para altitude acima de 2700 metros. A elevação da pressão hidrostática
capilar associada à excessiva vasodilatação cerebral são as causas do edema
cerebral. Seus sintomas se iniciam entre 12 a 96 horas de exposição à altitude
e se caracterizam por: fadiga severa, dispnéia aos esforços, tosse, dor e pressão
na área subesternal, dor de cabeça, náusea, visão turva, perda de coordenação,
paralisia de um lado do corpo, perda de reflexo e confusão mental. Nessa situ-
ação o imediato retorno do indivíduo para altitudes menores ou se possível ao
nível do mar é recomendado.
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8.6 RESPOSTAS CRÔNICAS À ALTITUDE
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local de oxigênio e otimizar as funções oxidativas. Adicionalmente, a perda de
peso corporal associada à redução de massa magra é observada.
Em linhas gerais, são necessários 15 dias para que ocorra a aclimatação do indi-
víduo à altitude de 2300 metros. Aconselha-se incluir mais uma semana de acli-
matação a cada 610 metros a mais de altitude.
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Dentre as estratégias mais conhecidas, está o fato de a equipe esportiva chegar
ao local de competição (em grande altitude) no dia da competição ou, se pos-
sível, com aproximadamente 15 dias de antecedência para aclimatação. Além
disso, a constante hidratação associada à suplementação alimentar de carboi-
drato pode ser importante para o melhor desempenho físico. Os treinamentos
que antecedem a competição devem ter sua intensidade diminuída; a queda
de rendimento dos atletas deve ser observada individualmente, sendo que, em
esportes coletivos, sua substituição pode ser necessária para um melhor rendi-
mento da equipe.
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Uma saída para essa situação de redução da carga absoluta de treinos na
altitude seria a realização do treinamento físico em altitudes mais baixas com
intensidade de treino semelhante ao executado no nível do mar, retornando para
viver em altitudes. Esse protocolo é conhecido como “viver no alto – treinar em-
baixo”. Entretanto, mais estudos conclusivos e com delineamento experimental
adequado são necessários para a comprovação de melhora de rendimento es-
portivo em decorrência do uso desse protocolo.
55
9 TERMORREGULAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO
57
o ambiente frio, sendo assim, o sangue quente redirecionado para regiões cen-
trais mais quentes.
58
9.5 RADIAÇÃO
Dessa forma, pela radiação o corpo pode tanto ganhar quanto perder calor,
vai depender se a temperatura corporal interna é superior ou inferior à dos
objetos localizados nas proximidades.
9.6 CONDUÇÃO
A perda de calor por condução ocorre por meio do aquecimento das moléculas
de ar e/ou as superfícies mais frias em contato com o corpo. Exemplos de perda
de calor por condução: entrar em uma piscina fria, deitar em um chão gelado,
entre outros. Por outro lado, se o objeto ou corpo que estiver em contato apre-
sentar uma temperatura superior, o organismo receberá esse calor e aumentará
a temperatura corporal. Exemplos de ganho de calor por condução: pisar em um
chão extremamente quente, sentar em um estofado que ficou em exposição ao
sol, entre outros.
9.7 CONVECÇÃO
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Exemplos de perda de calor por convecção: exposição do corpo aquecido ao
vento ou à água sendo ambos mais frios que o corpo. Caso não ocorra uma subs-
tituição das moléculas gasosas aquecidas, elas criarão uma zona de isolamento
e a perda de calor por convecção estará comprometida.
9.8 EVAPORAÇÃO
A quantidade de suor produzido e vaporizado pela pele e/ou das superfícies mu-
cosas é influenciado por três fatores: área de superfície exposta ao ambiente,
temperatura e umidade relativa do ar ambiente e correntes aéreas de convec-
ção ao redor do corpo.
60
9.9 REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR DURANTE
EXERCÍCIO FÍSICO
EM AMBIENTES QUENTES E FRIOS
9.10 DESIDRATAÇÃO
61
9.11 REIDRATAÇÃO
Em linha geral, quanto mais treinado for um indivíduo mais fácil é sua adapta-
ção ao estresse ambiental. Com relação à influência da idade na tolerância ao
exercício físico em ambientes quentes, podemos observar que indivíduos idosos
apresentam atraso no início da transpiração. Além disso, alterações na estrutura
e função da pele também dificultam transpiração.
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no controle da temperatura corporal quando comparados aos jovens, os idosos
apresentam um atraso no início da transpiração por meio de uma sensibilidade
modificada dos termorreceptores, pequena produção pelas glândulas sudorípa-
ras e/ou pequena produção de suor devido à desidratação com insuficiente re-
posição hídrica. Associado a esses fatores, alterações vasculares estão presentes
no envelhecimento e podem ser explicadas, como: dificuldade na diminuição do
tônus vasomotor associado a uma menor vasodilatação.
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9.13 EXERCÍCIO FÍSICO EM AMBIENTES FRIOS
Os indivíduos com excesso de gordura corporal parecem ter uma menor perda
de calor devido ao isolamento térmico da gordura. Assim, o desempenho físico
desse indivíduo obeso parece ser melhor em ambientes considerados frios. Por
outro lado, crianças não toleram ambientes frios para a prática de exercício fí-
sico e, para compensar sua superfície corporal grande em relação ao seu peso
corporal, utilizam-se de mecanismos como aumento do metabolismo energético
e vasoconstrição periférica mais efetiva.
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REFERÊNCIAS
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