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Augusto Tasso Fragoso
HISTÓRIA DA GUERRA
ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA
E O PARAGUAI
A história dessa campanha oferece vasto repositório de fatos
que encerram as mais proveitosas lições para uma educa-
ção militar. Mas, para que assim aconteça, é indispensável
que sejam esses fatos analisados criteriosamente e sem pre-
venções de qualquer natureza, o que está ainda por fazer.
Capa
MURILLO MACHADO
Revisão
ELLIS PINHEIRO, FABIANE MONTEIRO,
MARCIO COSTA E SUZANA DE FRANÇA
ISBN 978-85-7011-430-3
CDD 981.04492
* * *
Vários são os aspectos que podem ser assinalados na História da guerra
entre a Tríplice Aliança e o Paraguai, segundo a ótica do autor. Sem nenhum
8 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
ca: uma análise estratégica e tática — frequentemente mais tática que estra-
tégica — do conflito, à luz do desenvolvimento quotidiano das operações.
Mérito da obra é também a preocupação de assinalar o que hoje cha-
maríamos, no âmbito da pesquisa das ciências sociais, de “questões em aber-
to”, apontando para futuras investigações.
* * *
A História da guerra entre a Tríplice Aliança e o Brasil é livro denso, que
parte da seguinte proposta:
“Procurei inspirar-me em documentos dignos de fé e apreciar os acon-
tecimentos com a mais absoluta serenidade. Pus o máximo empenho em
explanar esses acontecimentos nas suas grandes linhas, de modo que certas
questões estratégicas e táticas ganhassem o merecido relevo.”
Dificilmente poder-se-á dizer que a primeira sentença não teve seus
objetivos atingidos. A documentação compulsada é extensa e relevante, e a
apreciação das situações foi realizada com critério e isenção, mesmo no caso
de juízos sobre os quais possam pairar dúvidas, o que faz parte de qualquer
interpretação no campo dos estudos históricos.
No segundo aspecto, tem sido discutido não o empenho, mas o resulta-
do. Por vezes as grandes linhas se esmaecem no caudal dos acontecimentos,
soterrados de pormenores que, se satisfazem a consciência erudita de qual-
quer autor, podem, entretanto, prejudicar a visão de conjunto do leitor, mes-
mo especializado. Talvez a avaliação da Dezembrada, em seu pleno sentido
estratégico, tenha sofrido pela adoção desse enfoque.
Várias vezes, ao percorrermos as páginas desta História, sentimo-nos como
Funes, “el memorioso”, de Jorge Luis Borges: um homem inteiramente absorvi-
do pelos detalhes da memória. Em uma escala quase 1:1, os acontecimentos
obscurecem as grandes linhas, se não temos um fio condutor que os sustente.
Diga-se que com muitos historiadores, de sua geração ou não, empolga-
dos pela colossal massa documental que compulsaram, ocorreu o mesmo.
Lembremos de outro grande historiador, Afonso Taunay, seu contemporâneo
sete anos mais moço, que escreveu duas alentadas histórias, uma do café no
Brasil, outra das bandeiras paulistas, sobre as quais pode fazer-se idêntico juízo.
Não há dúvida de que Paula Cidade tinha razão em cobrar de Tasso
Fragoso mais concisão e menos detalhes. Contudo, esse reparo, embora subs-
tantivo, não retira o caráter monumental da obra e sua singular contribuição
10 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Arno Wehling
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Membro do Conselho Editorial da Bibliex
À memória do Marechal Floriano Peixoto,
soldado glorioso da Guerra da Tríplice Aliança e meu
inolvidável e generoso amigo.
12 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
O leitor estimará decerto conhecer, no limiar deste trabalho e sem lhe con-
sultar o respectivo índice, como os assuntos foram nele concatenados, pois
dessa forma adquirirá de relance uma visão de conjunto, que servirá de
orientá-lo na penosa tarefa a que se vai entregar.
O autor compraz-se em dizer-lhe em poucas linhas.
Esta História da Guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai consta de
cinco volumes.
No primeiro, estudam-se os antecedentes históricos, inclusive a nossa
intervenção no Uruguai em 1864, e depois a invasão paraguaia na Província
de Mato Grosso, levada a cabo por López quando o Brasil ainda não havia
terminado aquela intervenção. Recordam-se particularmente os fatos capitais
da história do Uruguai, da Argentina, do Paraguai e do Brasil, que tenham
influído no conflito armado entre esses países ou que possam esclarecê-lo.
No segundo, descrevem-se as operações na mesopotâmia argentina e
no Rio Grande do Sul. Inicia-se nele o estudo da guerra propriamente dita,
isto é, dos sucessos no teatro principal. Explica-se a formação da Tríplice Ali-
ança e seu plano de operações, cotejam-se as forças em presença, lança-se rápi-
da mirada ao terreno, relata-se a invasão paraguaia às Províncias de Corrientes
e do Rio Grande do Sul, e todas as operações dos aliados para bater os invaso-
res e obrigá-los a voltar a seu país, repassando-lhe a fronteira fluvial. Descre-
ve-se a seguir a travessia do Paraná pelas tropas da Aliança, ato preparatório
da invasão do território inimigo, e depois a marcha delas contra Humaitá.
O terceiro ocupa-se com as operações realizadas em torno de Hu-
maitá para a conquista da extensa e forte posição defensiva que os paraguaios
ali haviam organizado e termina com a queda de tal defensiva.
O quarto explica como os aliados marcharam de Humaitá para As-
sunção, ao longo do Rio Paraguai, recalcando em sua frente as tropas de
CAPÍTULO I 13
Pelo que acabo de referir, vê-se que me não ocupei nem da retirada da
Laguna nem dos incidentes diplomáticos ocorridos durante a guerra entre os
aliados e outros povos, sobretudo da América do Sul.
A invasão do Paraguai por um pequeno destacamento brasileiro, que
avançou até Laguna e de lá retirou, voltando novamente ao território mato-
grossense, de onde havia partido, nenhuma influência exerceu no desenlace
da guerra travada no teatro principal. É episódio secundário na trama das
operações, embora de grande relevo sentimental para os brasileiros. Já foi
perfeitamente narrado pelo Visconde de Taunay em seu belo livro A Retirada
da Laguna, a que o leitor poderá recorrer. Embora fosse meu propósito
ocupar-me do assunto no fim desta obra, acabei renunciando a ele.
Quanto aos incidentes diplomáticos, deixei-os de lado. Se os interpolas-
se na narrativa dos eventos militares, interromperia a continuidade dessa
narrativa e teria de me estender ainda mais. Não faltará no Exército ou no
corpo diplomático quem se proponha, dentro em pouco, a preencher tão
pequena lacuna (I).
Cumpre-me agora fazer uma confissão ao leitor:
Ia depor a pena, quando me lembrei de que, na parte relativa aos ante-
cedentes históricos, não havia dito com respeito ao Brasil tudo quanto dese-
jara, tomado de receio de ser prolixo. Passei ao largo de alguns assuntos e
outros apenas tangenciei.
No entanto, perguntei a mim mesmo se não haveria proveito para os
jovens camaradas, notadamente para os que frequentam as escolas militares,
em lhes proporcionar uma notícia célere sobre a história do Brasil desde a sua
independência até a guerra com o Paraguai. Lembrei-me das dificuldades com
as quais me deparei quando, ainda jovem oficial, precisei conhecer o nosso
passado. Quantos — disse entre mim — não se encontrarão hoje em idênticas
condições! Mas, por outro lado, refleti que isso avolumaria ainda mais a minha
modesta narrativa histórica da guerra. Ademais disso, restava saber onde fica-
ria mais bem colocada essa notícia histórica, se no começo ou no fim do livro.
Declaro, sem acanhamento, que me conservei indeciso durante largo
período de tempo.
Afinal, resolvi juntar a esta obra, como seu complemento, um Resumo
sintético da história do Brasil no século XIX até a Guerra do Paraguai.
É óbvio que se trata de estudo superficial e, provavelmente, com múl-
tiplos defeitos. Senti-me, todavia, arrebatado pela ideia de sobrevoar o as-
CAPÍTULO I 15
Tasso Fragoso
General de Divisão
16 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
EXPLICAÇÃO PRÉVIA
suas grandes linhas, de modo que certas questões estratégicas e táticas ga-
nhassem o merecido relevo. Como o meu trabalho destina-se particular-
mente aos camaradas, eles dirão se logrei alcançar o meu objetivo, o qual é
afinal o mesmo que me propus quando escrevi a Batalha do Passo do Rosário.
Junto, como apêndice, a enumeração de todas as fontes a que recorri
e por onde será fácil verificar as minhas citações.
Devo, porém, declarar desde já que me utilizei, com imenso proveito,
da documentação existente no Arquivo Nacional.
CAPÍTULO I 19
PRIMEIRA PARTE
OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS E A INVASÃO
DE MATO GROSSO PELOS PARAGUAIOS
20 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CAPÍTULO I
praticado pela libertação da terra encantadora e fecunda que lhes fora ber-
ço. O sonho de Artigas cristalizara em realidade; o herói imortal das coxilhas,
mesmo de longe, podia experimentar os frêmitos da alegria provocada pelo
renascimento da Pátria, de cujo âmbito a cobiça da dinastia portuguesa o
havia banido, mas que ele impulsionara para a liberdade pela persistência
de seus ideais e pela energia do seu braço.
O Exército argentino-uruguaio, que havia lutado contra o Brasil, es-
tava na fronteira sob o comando de Lavalleja, quando o espectro da guerra
estrangeira desaparecia dos lares uruguaios. Montevidéu continuava sob o
poder das tropas do Brasil, a quem havia sido entregue pelo Síndico Bianchi,
no dia 20 de fevereiro de 1817, isto é, há cerca de 11 anos e meio, mas o tratado
marcava o prazo em que elas deveriam abandoná-la.
Era de suma importância e gravidade o problema que se antojava aos
patriotas uruguaios. Urgia organizar o país, dar-lhe uma constituição polí-
tica e normalizar-lhe a administração.
Quem deveria guiá-lo nesses primeiros passos. Quem disporia de bas-
tante prestígio para ampará-la nesse lance?
Lavalleja cuidou logo de providenciar para a reunião de uma Assem-
bleia Constituinte, dando assim mostras de desejar submeter-se a um poder
superior legalmente organizado. A Assembleia escolheu José Rondeau para
governador provisório do Uruguai. A sua entrada em Montevidéu efetuou-
se em 1o de maio de 1829, ou poucos dias depois de se haverem retirado dessa
cidade as últimas tropas estrangeiras. Em 10 de setembro desse mesmo ano,
aprovava-se a Constituição e era mandada aos governos do Brasil e da Ar-
gentina, a fim de que estes verificassem, conforme preceituava o art. 7o da
Convenção Preliminar, se nela se continha “artigo ou artigos que se opuses-
sem à segurança de seus respectivos Estados”. No dia 18 de julho de 1830, era
jurada solenemente.
Tudo parecia disposto para que se colhessem os benefícios indiscutí-
veis de uma organização política elaborada com absoluta liberdade e inspi-
rada em salutar patriotismo. Mas a vaidade e ambição dos homens tentam,
por vezes, contrapor-se à marcha fatal dos acontecimentos. Lavalleja nutria
aspirações de mando e atribuía-se direitos oriundos do papel que lhe havia
tocado na repulsa da invasão estrangeira. Fructuoso Rivera, seu êmulo, ins-
pirava-se nos mesmos sentimentos. Não pelejara no Exército argentino-uru-
guaio, mas organizara por seu livre alvedrio a invasão de parte do Rio Grande
22 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
elas repeliram. Na verdade, em seu art. 132, dizia-se que cada governador de
província seria nomeado pelo presidente e escolhido em uma lista tríplice,
apresentada pelo conselho de administração.
Era, pois, completo o malogro da tentativa reconstrutora. Em junho
de 1827, Rivadavia renuncia à cadeira presidencial, sobretudo em consequência
da paz que seu enviado, Manuel Garcia, assentara no Rio com o Imperador e
pela qual se manteria na dependência do Império a Província Cisplatina. Bue-
nos Aires reconquistou logo a sua autonomia e escolheu Dorrego para seu go-
vernador. Ficaram assim anulados os atos de Rivadavia, mas assentou-se que
ao governador de Buenos Aires caberia a função de delegado nacional para
tratar de assuntos exteriores e de guerra. Assim, foi com esse general que o Brasil
teve de concertar as suas primeiras negociações para o restabelecimento da paz.
Apesar do seu mau êxito, o partido unitário não desanimou. Logo que
Lavalle, um de seus poderosos aderentes, desembarcou em Buenos Aires com
as primeiras tropas argentinas que se recolhiam do Uruguai depois da guerra
contra o Brasil, utilizou-se de seus comandados para derrubar Dorrego. A
sublevação militar irrompeu em Buenos Aires, em 1o de dezembro de 1828.
Estava associado a esse levante o General Paz, companheiro de Lavalle na
guerra contra o Brasil, e cuja missão seria operar no interior.
Baldo de forças para resistir na capital, Dorrego abandona furtivamente
a casa do governo e vai ao encontro de Juan Manuel Rosas, comandante-
geral da campanha, com o intuito de organizar com ele a reconquista do seu
posto. Ambos reúnem cerca de 2.000 homens. Alcançados por Lavalle, que
lhes sai em perseguição, são batidos em Navarro. Os escapos da peleja fogem
para o norte. Rosas separa-se de Dorrego e encaminha-se a Santa Fé, em
busca da ajuda de Estanislao López (VII). Dorrego é entregue a Lavalle por
traição. Recebendo o seu desventurado camarada, Lavalle não hesita sequer
um instante: previne-o de que o fuzilará dentro de duas horas e pratica de fato
essa crueldade. Porém, Rosas e López volvem sobre ele e derrotam-no (com-
bate de Puente de Márquez). Lavalle confessa-se batido e entrega o campo
aos contendores. A legislatura elege então Rosas governador de Buenos Aires.
O governo de Rosas
Tal foi o modo por que esse inqualificável ditador ascendeu ao posto
que tanto deslustrou. Governou primeiro três anos (dezembro de 1829 a
28 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
A República de Piratini
em se libertar do jugo de Rosas. Quem sabe, por outro lado, se lhe não repug-
nava, como parece, a aliança com os brasileiros! Um historiador argentino,
Ricardo Levene, escreve: “Talvez Urquiza demorasse algum tempo o pro-
nunciamento ante o fato de ter de unir-se ao Brasil para derrubar o tirano.”
Não estavam, pois, mortas as prevenções contra nós nos espíritos dos
chefes portenhos que mais de perto deviam conhecer-nos.
Em fim de 1849, ocorre um fato que abala o Império e o impele de
novo para o lado do Prata. Oribe dominava a campanha do Estado Oriental
e não hesitava diante de quaisquer violências para alimentar a guerra a que
presidia. Nessas condições não é de estranhar que gente sua assolasse as es-
tâncias de brasileiros sitas na campanha oriental, nem que transpusesse a
nossa fronteira do Rio Grande para praticar depredações em nosso próprio
território. A fim de castigar esses assaltos, o Coronel Francisco Pedro de Abreu,
Barão de Jacuí, passa o Quaraí em dezembro de 1849, à testa de um grupo de
brasileiros. O Barão explicou o seu procedimento em uma proclamação que
dirigiu aos seus compatriotas e na qual exclamava (XXVI):
“Brasileiros! É tempo de correr às armas e despertar do letargo em
que jazeis. Uma série não interrompida de fatos horrorosos que têm cometi-
do esses selvagens invasores no Estado limítrofe para com os nossos patrícios
e propriedades não vos são ocultos; e reconhecendo o vosso valor e patrio-
tismo, o chefe que firma vos convida a reunir-vos no ponto marcado e destarte
salvarmos a honra nacional e as nossas propriedades extorquidas; e creio
que não sereis indiferentes a este sagrado dever.
“Brasileiros! Marchemos em socorro de nossos irmãos, ali mostra-
remos que somos dignos das benções da Pátria” (26 de dezembro de 1849).
Oribe mandou o Coronel Lamas contra o Barão de Jacuí, que foi obriga-
do a repassar a fronteira para dentro do Brasil. Os representantes do gover-
no no Rio Grande do Sul esforçaram-se por manter a neutralidade. O Barão
foi detido por forças do governo, mas logo depois liberto pelos seus partidá-
rios; pôde assim executar novas incursões no território vizinho.
Ao governo central preocupava-o a ideia de patentear a sua neutrali-
dade. Com esse intuito, nomeou Pimenta Bueno (XXVII) Presidente da Pro-
víncia e o General Caldwell (XXVIII) Comandante das Armas. As provi-
dências tomadas por eles produziram resultado decisivo: em maio de 1850,
o Barão de Jacuí chegava a Porto Alegre, e cessavam de vez as suas correrias.
Ficava, todavia, o fermento da cooperação indireta aos sitiados de Montevidéu.
50 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
nos auxiliasse nas águas do Prata. A nossa força de linha no Rio Grande
numerava, nessa ocasião, apenas 5.136 praças; a maior parte do exército
nacional havia sido deslocada para a pacificação de Pernambuco. Urgia,
portanto, improvisar um exército no sul. O governo teve a feliz ideia de
nomear Caxias para comandá-lo. Em 20 de junho de 1851, ele partia para o
Rio Grande do Sul, a fim de meter ombros à delicada empresa, de que se saiu
de modo brilhante. Para comandante da nossa esquadra no Prata designou
o governo o Almirante Greenfell (XXIX), que, em abril de 1851, já se punha
a caminho, levando consigo uma fragata, duas corvetas, um brigue e dois
vapores, para reforçar a divisão que ali se encontrava, composta de duas
corvetas, um brigue, um brigue-escuna e um vapor.
Caxias desenvolveu nessa conjuntura as qualidades de organizador e
de chefe que tanto o singularizavam. Atendeu com tal critério a todos os
assuntos, reuniu com tanta energia e prontidão os elementos aproveitáveis
(homens e material) e expediu ordens tão oportunas, que ao cabo de dois
meses, isto é, em 4 de setembro de 1851, dispunha de 16.200 homens prontos
a operar (6.500 de infantaria, 8.900 de cavalaria, 800 de artilharia e 23 bocas
de fogo) e iniciava a sua marcha na direção do inimigo.
O seu exército compunha-se de quatro divisões subdivididas em briga-
das. Avançou em duas colunas: uma, formando o grosso, irrompeu das vizi-
nhanças de Santana do Livramento; a outra, reduzida à 3a Divisão e constitu-
indo uma flancoguarda, saiu de Jaguarão. A marcha das duas foi convergente
e na direção geral de Montevidéu; a reunião de todo o Exército Brasileiro
efetuou-se em 22 de outubro de 1851, no Passo do Cuello (Rio Santa Lucía).
Urquiza reuniu as suas tropas em dois grupos: um devia operar contra
Oribe sob seu comando imediato; outro (exército de reserva: 7.500 homens),
sob o comando de Virasoro, tinha por missão ficar em Corrientes (Diaman-
te) para lhe garantir a retaguarda e enfrentar qualquer ataque de Rosas no
período em que o primeiro estivesse em campanha.
Com esse primeiro grupo, enfrentou Urquiza o Rio Uruguai e o trans-
pôs em três pontos diferentes (Paysandu-Passo Hervidero-Passo del Hijo).
No dia 20 de julho, estava na margem esquerda do rio, em pleno território
da República Oriental. Sempre recebendo adesões e trânsfugas das forças
de Oribe, marchou para leste e até o Arroio Malo, afluente do Rio Negro.
Foram insignificantes as resistências que se lhe depararam. O exército de
Caxias ainda não havia abalado. Urquiza não quis esperá-lo; avançou para
CAPÍTULO I 53
Urquiza dizer esta frase: “Como iria eu consentir que eles (os brasileiros)
tomassem parte na rendição de orientais e argentinos?!”14
Em livro recente sobre a história argentina, lê-se o seguinte:
“Inspirado em um sentimento previsor de egoísmo nacional argenti-
no e fiel, por outro lado, a seu pensamento primitivo, Urquiza prescinde,
para obter a pacificação da República Oriental, do concurso militar imedia-
to dos brasileiros. E assim o tratado celebrado entre os orientais e conhecido
por pacto de 8 de outubro de 1851, que se efetuou sob a mediação fraternal-
mente e amistosa do governador de Entre Ríos, põe fim à guerra grande.”15
Logo que Rosas percebeu que o Brasil intervinha francamente contra
Oribe de colaboração com Urquiza, extravasou a sua ira lançando contra
ambos os qualificativos mais deprimentes e menos protocolares. Em respos-
ta ao ministro inglês, que lhe lembrava certas cláusulas da Convenção de
1828 e se oferecia como mediador, declarou, em 18 de agosto de 1851, que a
nossa atitude, acometendo Oribe, tornava inevitável a guerra e avisou que
ia apelar para as armas. Em 20 de setembro do mesmo ano, a Sala dos Repre-
sentantes de Buenos Aires sancionava de modo explícito a sua decisão, pois
lhe dava os recursos materiais para a submissão do louco, traidor e selvagem
unitário Urquiza e aplaudia a guerra que Rosas energicamente havia declara-
do ao Brasil pelas notas de 18 de agosto.
Verificava-se, por conseguinte, a previsão contida no artigo 15 da Con-
venção de 29 de agosto de 1851(XXX). Restava consubstanciar em disposi-
ções claras e terminantes a ação conjunta do Brasil, do Uruguai, de Entre
Ríos e de Corrientes contra o governador de Buenos Aires. O Brasil mandou
sem detença ao Rio da Prata o Conselheiro de Estado Honório Hermeto
Carneiro Leão, em outubro de 1851, para representá-lo e encaminhar con-
venientemente as negociações (XXXI).
Dessa forma, firmou-se em Montevidéu, no dia 21 de novembro de
1851, o convênio especial de aliança entre os Estados já referidos, contra o
tirano que os ameaçava. Estipulava-se nele que o objeto da ação material era
libertar o povo argentino da opressão do referido tirano e auxiliá-lo para que
se organizasse livre e solidamente. Urquiza tomaria a direção da campanha. O
Brasil proporcionaria um contingente de 3.000 homens, um regimento de
cavalaria e duas baterias de artilharia. A sua esquadra colaboraria nas opera-
ções a juízo de seu respectivo chefe. O grosso do seu exército permaneceria em
ponto conveniente da costa do Uruguai, mas poderia passar para o teatro de
CAPÍTULO I 55
Apreciação sintética
López propôs esses limites (art. 5o): “Desde a barra do Iguaçu no Paraná
até o Salto Grande desse rio, a linha divisória entre o Império do Brasil e a
República do Paraguai será o leito ou canal do mesmo Paraná. Do Salto Gran-
de seguirá a dita linha até dar com o cume da Serra do Amambaí, que se encon-
tra à margem direita do Paraná; continuará pelo referido cume, bem como
pelo da Serra de Maracaju, até as vertentes do Rio Branco, e depois pelo curso
desse rio até a sua confluência no Paraguai, a qual fica à margem esquerda
desse rio, a 20o e minutos de latitude, e um pouco mais abaixo do Forte Olimpo,
antigamente Bourbon.
Do lado do Chaco, o limite seria o Arroio ou Rio Negro, que deságua
no Paraguai um pouco mais acima do Forte Olimpo.”
Queria López que se neutralizasse o terreno entre o Apa e o Branco.
Nele não seria permitido aos dois países erigir fortalezas, postos militares ou
estabelecimentos permanentes, de modo que os brasileiros não levassem os seus
estabelecimentos a mais de duas léguas da margem esquerda do Branco e os
paraguaios os seus a igual distância da margem direita do Apa. Sem embar-
go, brasileiros e paraguaios poderiam ter licença, em certas condições, para
explorar na zona neutra bosques de palmeiras, madeiras de lei e pedreiras.
As disposições mais interessantes da proposta paraguaia eram as
do art. 3o:
“Em vista do convencionado nos artigos anteriores, e como entre os
rios Uruguai e Paraná (desde as vertentes ou cabeceiras do Arroio Aguapey,
onde deve terminar a linha que, tirada de Tranquera de Loreto, forma o
limite entre a República do Paraguai e a Província Argentina de Corrientes)
existe um campo despovoado e deserto, que só serve de receptáculo e abrigo a
alguns vagabundos e malfeitores de todos os países vizinhos, ambas as altas
partes concordam em que das sobreditas vertentes ou cabeceiras do Arroio
Aguapey se tirará uma linha pelo mais alto do terreno que se encontre entre
o Paraná e o Uruguai, até a foz do Iguaçu nesse último rio, ficando perten-
cendo ao Império do Brasil todas as vertentes que descem para o Uruguai e
à República do Paraguai todas as que se dirigem ao Paraná.”
López, como vê o leitor, pretendia dividir fraternalmente entre o Brasil
e o Paraguai o que é hoje o território argentino de Missões.
É claro que o Império não poderia firmar um tratado desse teor.
Um escritor paraguaio22 afirma que essa atitude do Brasil induziu
Carlos López a fazer propostas de aliança com Rosas (outubro de 1849), às
70 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
(XLIII) e cerca de dois meses e meio mais tarde o General Rivera. Venancio
Flores ficava sozinho. Os seus adversários não permanecem todavia descui-
dados e logo se alçam em armas contra ele. Flores sai a campo para enfrentá-
los e logra batê-los. Convoca uma assembleia e é eleito para completar o
tempo de Giró.
Alguns escritores platenses acusam o Brasil de ter sido conivente na
revolução que derrubou o Presidente Giró, e de assim haver procedido leva-
do pelo desejo de vingar-se da sua oposição aos tratados de outubro de 1851.
A meditação severa dos sucessos patenteia, ao revés disso, que o Império fez
quanto em si coube para que os uruguaios decidissem por si mesmos as suas
questões internas e não almejou outra coisa além da rápida e duradoura
harmonia entre eles.
Sempre que se viu ameaçado pela oposição, dirigiu-se Giró ao repre-
sentante do Brasil para lhe solicitar o apoio prometido no tratado de alian-
ça em 12 de outubro de 1851.24
Sobre o assunto dizia o tratado:
Art. 5o – Para fortificar a nacionalidade oriental por meio da paz
interior e dos hábitos constitucionais, o governo de Sua Majestade, o Impe-
rador do Brasil se compromete a prestar eficaz apoio ao que tem de eleger-se
constitucionalmente na República Oriental pelos quatro anos de sua dura-
ção legal.
Art. 6o – Este auxílio será prestado pelas forças de mar e terra do
Império, à requisição do mesmo governo constitucional da República Ori-
ental, nos casos seguintes:
1o) No de qualquer movimento armado contra sua existência ou au-
toridade, seja qual for o pretexto dos sublevados.
2o) No da deposição do Presidente por meios inconstitucionais.
Art. 7o – O Governo imperial não poderá, sob nenhum pretexto, recu-
sar o seu auxílio em qualquer dos casos do artigo precedente.
Os compromissos eram, sem dúvida, formais; haviam sido tomados
boamente, em um momento de grandes esperanças, mas dentro em pouco
renasciam os conflitos e as rivalidades políticas no seio da família oriental.
Seria proveitoso intervir neles? Ou essa intervenção serviria apenas para
dificultar a concórdia tão ambicionada?
Hoje que podemos refletir com serenidade sobre esse período histórico,
compreendemos perfeitamente as inquietações do Governo imperial e os seus
CAPÍTULO I 73
de-se cortar com a espada as dificuldades que antes seria fácil desatar. Apesar
de tudo informa que o Governo do Brasil já mandara concentrar uma divi-
são de 5.000 praças de todas as armas na fronteira de Bagé e aumentar a
estação naval com mais um vapor de guerra. “Recebi ordem” — afirma Pa-
ranhos — “para declarar a V.Exa. que pode confiar no apoio das forças
navais brasileiras e das de terra que devem marchar para a fronteira, assim
como na disposição em que se acha o mesmo governo de cumprir religiosa-
mente o tratado de aliança empregando todos os esforços a fim de que
restabelecida seja a autoridade constitucional de V.Exa.”
Mas é óbvio que o momento oportuno já havia passado; além disso, o
governo provisório ganhava terreno, e Giró sentia-se sem o necessário apoio
da maioria de seus concidadãos.
Nada obstante, tomou o Império as providências necessárias para sa-
tisfazer os compromissos contraídos; em circular dirigida ao corpo diplo-
mático do Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1854, expendeu as razões do
seu procedimento.
Mandou ao Rio da Prata o Dr. José Maria do Amaral, para substituir a
Paranhos, que se havia recolhido ao Rio de Janeiro com licença (XLV).
A situação política de Montevidéu sofreu entrementes grande mudança.
O Império percebeu que teria de impor Giró com as armas do Brasil e
recuou diante dessa violência, pois compreendeu que dessa forma embara-
çaria ainda mais a solução definitiva do problema político. Fê-lo, porém,
com absoluta lealdade. Em 30 de janeiro de 1854, dirigiu Amaral uma nota
a Giró em que se lê este trecho:
“O Governo imperial, portanto, induzido por tão graves considera-
ções, reconhecendo que a obrigação contida nos artigos 5o e 6o do tratado de
aliança não foi estipulada para destruir a independência do país e subjulgá-lo
e vendo que é isso o que aconteceria se o Governo imperial se propusesse
impor a República por meio das armas um governo que ela repelia, resolveu
entender-se com o governo que se acha estabelecido na capital e declarar a V.Exa.
que, à vista da nova situação, não se julga mais no dever de prestar a Vossa
Excelência o auxílio a que se referem os citados artigos do tratado de aliança.”
Cerca de três meses depois, em 28 de abril de 1854, dizia ainda Limpo
de Abreu em ofício a Amaral:
“O estabelecimento da autoridade do Sr. Giró não seria possível sem
que o Brasil levasse a guerra ao território da República Oriental. Não é por
76 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
meio da guerra que o tratado de aliança quer que se firme a paz e se fortifi-
quem os hábitos constitucionais no Estado Oriental. Uma política seme-
lhante, além de absurda, já havia sido condenada pela guerra de nove anos
que acabou com a tirania do General Oribe e deu esplêndido triunfo à causa
da liberdade e civilização que se pelejava dentro dos muros da heroica cidade
de Montevidéu.”
A situação oriental era ainda, porém, tão instável que muitos ansia-
vam pela intervenção do Brasil para garantir a ordem pública. Flores era o
primeiro a pensar assim e por isso pediu ao Ministro Amaral que uma divi-
são brasileira penetrasse em território uruguaio no dia 30 de março de 1854.26
Amaral respondeu em 9 de fevereiro desse ano, prometendo satisfa-
zer-lhe os desejos.
Em 20 de março, o Senado e a Câmara uruguaios aprovavam a entra-
da no território nacional de uma divisão brasileira de 4.000 homens.
Atendendo ao pedido, fez o Brasil partir de Piraí Grande, porto de Bagé,
um destacamento denominado exército auxiliar (cinco batalhões de infan-
taria, oito bocas de fogo, três regimentos de cavalaria de guardas nacionais),
sob comando do Brigadeiro Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto (XLVI).
Em fins de março, ela cruzava a fronteira oriental e um mês depois
chegava ao seu destino, tendo atravessado o Rio Negro no Passo do Valente.
Ao iniciar as suas marchas, proclamava em ordem do dia o general
brasileiro:
“Não temos inimigos que combater, nem desfraldamos a bandeira de
nenhum partido; vamos, sim, prestar o nosso auxílio aos homens honrados
de todos os partidos que dele necessitam.”
A expedição de Pereira Pinto constitui outro capítulo predileto de
acusação ao Brasil. No entanto, pode-se ler em um compêndio de História
Uruguaia o seguinte juízo espontâneo e insuspeito:
“Esse procedimento do governo (pedindo o auxílio militar do Bra-
sil), justo é reconhecê-lo, foi prestigiado por elementos de significação social
e política dentro e fora da coletividade dominante, pois se acreditava que a
intervenção armada nos daria as garantias necessárias para tornar efetiva a
paz, a ordem e o império das instituições.”27
A presença de tropas brasileiras em Montevidéu justamente no mo-
mento em que os ódios platinos renasciam entranhava um perigo para o Im-
pério e punha à prova a sabedoria política e a prudência de seus estadistas.
CAPÍTULO I 77
referia, lhe custava muito ouro e muita erva. Em vista desse desenlace, a Mis-
são Peña deixou Assunção, salvando en lo possible las formas oficiales, confor-
me escreveu o seu secretário.
Narrando os acontecimentos ocorridos durante as gestões, Victorica
ministra alguns pormenores dignos de reprodução, pois servem para carac-
terizar o Paraguai daquela época e o seu dominador. Este informe, por exem-
plo, não deve ser esquecido:
“Muito teria que dizer sobre a vida naquela cidade ao tempo de Carlos
López. Limitar-me-ei a recordar o célebre decreto, então vigente, que proi-
bia transitar sem lanterna, de modo que todos saíam à noite com o seu
respectivo farol; e, como em cada esquina havia uma sentinela armada que
ordenava alto, era preciso responder às perguntas de quem vive e quem é,
com estas respostas: República e republicano. E isso reproduzia-se à entrada
de cada rua.
Os que passavam pela quadra do palácio presidencial deviam cami-
nhar pelo meio da rua e de chapéu na mão. Sem embargo, os paraguaios
pareciam contentes e divertiam-se muito: com pouca coisa satisfaziam as
suas necessidades.”32
A disposição simpática de López com respeito a Urquiza provinha de
um fato anterior, que convém lembrar sem demora.
Nos primeiros dias de 1859, chegava ao Rio da Prata uma esquadra
americana de 18 navios, com 191 canhões, 257 oficiais e 2.400 soldados, ao
mando do Comodoro William Schubrick, para exigir de López satisfação pe-
los desaires que havia inflingido aos Estados Unidos da América do Norte.
López era acusado sobretudo, e com razão, de haver desrespeitado os direitos
de uma empresa americana estabelecida com o seu apoio aparente, de haver
maltratado súditos americanos e de ter repelido à bala o navio de guerra
Water Witch, quando avançava pelo Paraná e enfrentava Itapiru.
Nessa conjuntura, a sua situação era evidentemente crítica, embora
ele dissesse mais tarde que nada temera, pois dispunha de muito mais gente
do que os seus adversários.
Urquiza, naquele momento presidente da Confederação Argentina, pro-
curou orientar-se sobre o assunto e, com esse fim, entrou logo em contato com
os americanos por intermédio do General Guido. Inspirado em sentimentos
dignos de aplausos, ofereceu-se aos recém-vindos como mediador. Vendo acei-
tos os seus serviços, partiu em 12 de janeiro de 1859 para Assunção, levando
CAPÍTULO I 85
dos Estados do Rio da Prata, “de manter a livre navegação dos rios Paraná,
Uruguai e Paraguai, na parte que lhes pertencessem”; finalmente pelo XX
assentavam convidar o Paraguai a aderir a todas as estipulações feitas.
A mais ligeira reflexão logo mostra que as combinações do tratado de
1856 tinham importância capital, tanto para o Brasil como para a Argenti-
na, e levavam em consideração os acontecimentos que porventura se pudes-
sem desdobrar no Prata. Providenciando sobre a integridade dos territórios
e a navegabilidade dos grandes rios mesmo em um caso de guerra, revela-
vam os dois governos contratantes visão larga e sabiamente previsora de um
futuro não muito remoto.
Embora a Província de Buenos Aires se houvesse de novo reunido às
suas irmãs, qualquer espírito conhecedor da situação e dos seus antecedentes
estaria habilitado a afirmar com segurança que a harmonia momentanea-
mente conseguida não poderia durar largo tempo. De fato, como lhe seria
possível admitir fosse outra cidade que não a sua metrópole a sede do governo
da Confederação? Não só razões históricas, senão também econômicas, pa-
tenteavam caber-lhe essa honra, e contra essa fatalidade teriam de ser inefica-
zes todas as medidas de caráter político. A própria questão partidária não esta-
va terminada; a sujeição de Buenos Aires pela força das armas ao conjunto da
Confederação aparecia aos unitários como um derradeiro resquício de derrota.
Em fins de 1860, rebenta o esperado conflito.
Como Virasoro, governador da província de S. Juan, fora assassinado,
o Governo nacional resolveu nomear o Coronel Juan Saa interventor na mes-
ma província. Quando ele se apresentou à frente de tropas, que em caminho
havia reunido, os detentores do poder na província conflagrada não quise-
ram entregar-lhe; foi mister apelar para as armas; feriu-se então a Batalha de
Pocito, em 11 de janeiro de 1861, em que o referido interventor ficou vitorioso
e aprisionou o Dr. Aberastain, governador recalcitrante (LIV). Infelizmente,
no dia seguinte, era este último fuzilado, por ordem do Coronel Clarevo, a
quem estava entregue. Mitre, e com ele todo o país, protestou contra a tão des-
necessária iniquidade (LV).
Era a primeira fagulha.
A segunda gerou-se do não reconhecimento dos deputados de Buenos
Aires ao Congresso Nacional do Paraná sob o fundamento de haverem sido
eleitos pela lei provincial e não pela da Confederação. Mitre achou que a
exigência importava humilhação e por isso negou-se a respeitá-la. Começa-
CAPÍTULO I 87
notícia de que este governo armava uma expedição com o fim de atacar o novo
forte que se diz estarem construindo os brasileiros no lugar denominado Fe-
cho dos Morros, tem buscado dissuadir o Governo da República de um ato que,
além de hostil, compromete e dificulta grandemente um arranjo definitivo das
questões que se agitam nesta parte do mundo.” Propunha em seguida que o Gover-
no do Paraguai adiasse qualquer hostilidade antes de entender-se o ministro
com o presidente de Mato Grosso para a desocupação do porto, e que obtida ela
as forças paraguaias da expedição, voltassem aos seus antigos destinos. Responden-
do aquele presidente pela negativa, estribado na ordem anterior do Ministério
da Guerra e a despeito dos conselhos da Legação Brasileira em Assunção para
que se aguardasse a tal respeito uma solução do gabinete imperial, o Paraguai
ordenou o conflito. O chefe daquela legação queixou-se ao presidente da Re-
pública pela realização de tal atentado, e não querendo provocar um rompi-
mento dos dois países em circunstâncias tão críticas, resolveu fazer uma via-
gem à Província de São Pedro do Sul para aguardar as ordens de seu governo.
“Aí recebeu as Instruções que o incumbiam de celebrar o tratado de
1850, bem como a ordem para a evacuação do Pão de Açúcar expedida anteri-
ormente à notícia da citada agressão. Voltando a seu posto e comunicando ao
Governo do Paraguai, por nota confidencial de 26 de dezembro de 1850, aque-
la desocupação até que se decidissem as dúvidas que ocorriam sobre limites ao
norte da República com a província de Mato Grosso, acrescentava: “E convencido
o abaixo assinado de que esta ordem, sem prejudicar em nada os direitos do
Brasil, concorra poderosamente para manter a boa inteligência e harmonia
entre os dois países, amigos e ligados por tantos interesses recíprocos, passa a
remeter a referida ordem a Cuiabá e a participar ao Governo imperial o pací-
fico desfecho daquela passageira desinteligência”.”
Em 1852, o Paraguai renova propostas ao Rio, por intermédio do seu
Cônsul Manuel Moreira de Castro (LIX). Sugere sempre a ideia da neutrali-
zação da zona entre o Apa e o Branco, e este último rio como parte da raia
setentrional. O Império resiste; continua firme nas suas ideias; deseja esta li-
nha: Iguatemi, Serra de Maracaju e Apa, e disso faz sabedor o Governo pa-
raguaio por intermédio do agente diplomático em Assunção, Filipe José Perei-
ra Leal. O seu desejo era aproveitar a vigência do art. 15 do tratado de 25 de
dezembro de 1850, em que se previa a nomeação de plenipotenciários para
finalizar as duas graves questões pendentes. Mas López protelava o desenlace.
Compreendendo quanto urgia para nós a livre navegação dos rios, única
CAPÍTULO I 91
saída para Mato Grosso, jogava com essa circunstância declarando nada com-
binar sobre limites sem acordo prévio no tocante ao livre trânsito fluvial. E,
quando convidado para resolver o primeiro ponto, formulava sobre ele exi-
gências a que não podíamos submeter.
“O Governo imperial” — dizia o Ministro dos Estrangeiros Limpo de
Abreu, no seu relatório à Assembleia-Geral, em 1855 — “facilitou a aceita-
ção deste último ajuste (de limites), fazendo ao da República as mais amplas
propostas e fundando o seu direito em títulos que não podiam ser contesta-
dos; mas não pôde chegar a um acordo nessa questão, de cuja solução fazia
dependente o Governo da República quaisquer outros ajustes, em vista das
pretensões absolutamente inadmissíveis do mesmo governo.”
Em 1853, sobreveio um grave incidente entre Carlos López e o encar-
regado de negócios do Império em Assunção, Filipe José Pereira Leal (LX).
No decorrer de uma entrevista dos dois, López, traindo a linha de um chefe
de governo e sobretudo de homem bem educado, tratou desatenciosamente
o representante brasileiro. Em nota de 10 de agosto de 1853, imputou-lhe
fatos inverídicos e acusou-o de dedicar-se a intrigas e a imposturas por ódio
ao supremo Governo do Estado. Rematou todas essas agressões intempestivas
e injustificáveis mandando-lhe os seus passaportes.
“Quando o encarregado de negócios Filipe José Pereira Leal” — refere
Limpo de Abreu no já citado relatório — “instava pelo cumprimento das
obrigações expressas e solenemente contraídas pelo Governo do Paraguai,
mandou-lhe este os seus passaportes por um modo violento e insólito, pre-
textando ofensas e agravos que não existiam, e nunca poderiam justificar se-
melhante procedimento e seus efeitos. Assim é que os ajustes sobre comércio,
navegação e limites ficaram adiados indefinidamente e trancados os rios da
República à navegação brasileira.”
É óbvio que o Império não podia tragar sem protesto semelhante afron-
ta. Daí a sua resolução, que pôs em obra sem demora, de mandar ao Paraguai
um novo representante, mas amparado em força militar para se impor ao
respeito de Carlos López.
fazer mais tarde o que lhe aprouvesse. Em nota de 8 de julho de 1855, José
Maria da Silva Paranhos, então Ministro das Relações Exteriores, comuni-
cou a José Falcón, seu colega paraguaio, que o Imperador não ratificava o
tratado de 27 de abril.
Nesse documento, assim se expressou Paranhos:
“O tratado de amizade, comércio e navegação, assinado na capital da
República pelos respectivos plenipotenciários, em 27 de abril do corrente
ano, seria aceito e ratificado por Sua Majestade o Imperador se pela cláusula
do art. 21 e pela convenção adicional da mesma data não ficasse dependente,
para a sua validade e efeitos, da solução das questões de limites.
Essa questão continua pendente, e o Governo da República nem se-
quer adiantou um só passo para a sua solução.
O Governo imperial espera e solicita que o da República envie quanto
antes um plenipotenciário à Corte do Rio de Janeiro, com as instruções con-
venientes para chegar a um acordo que ponha termo à questão de limites já tão
demorada, e que pode ser causa de desagradáveis dissenções entre os dois países.”
Ainda que pese ao patriotismo brasileiro, cumpre confessar ter sido um
desastre a missão de Pedro de Oliveira. Não quisemos, e a meu ver com razão,
recorrer a medidas de violência. Mas então por que nos apresentarmos na
boca do Rio Paraguai com aquela ostentação de força? López compreendeu
sem detença os verdadeiros sentimentos pacíficos que nos inspiravam e por
isso divertiu-se à nossa custa.
Buenos Aires e a Confederação Argentina levantaram dúvidas sobre
o trânsito da expedição Pedro de Oliveira sem licença prévia. Fácil, porém,
foi ao Império demonstrar que os tratados de 1851 não se opunham ao
referido trânsito, antes o facultavam.
rinamente seu filho Francisco Solano López, que ele próprio havia desig-
nado de antemão, em testamento, para seu sucessor. Logo depois, o Con-
gresso confirmava por eleição a previdente escolha paterna. Daí o conceito
de Alberdi:
“O atual presidente do Paraguai recebeu o poder por testamento pa-
terno. A vontade livre e uniforme do Paraguai, consultada mais tarde, man-
teve o referido poder nas mãos em que o finado presidente a tinha deixado
em sua última vontade e em que se encontrava quando o voto a confirmou.”
Mariano Olleros escreve:
“Na noite de 10 de setembro de 1862, Carlos Antonio mandou cha-
mar por um ajudante do General López, o presbítero Fidel Maiz, que se
encontrava no Seminário Conciliar. Carlos Antonio havia-se confessado
com o Deão da Catedral, Deodoro Escobar, mas desejou que o Padre Maiz
lhe prestasse os últimos auxílios espirituais.
Quando o sacerdote concluiu a sua missão, o enfermo mostrou-se
tranquilo e, dirigindo-se a seu filho Francisco, ali presente, disse-lhe:
Há muitas questões pendentes a ventilar; não trate, porém, de resolvê-
las com a espada, senão com a pena, principalmente com o Brasil.”39
O Padre Maiz estava ainda vivo quando Olleros referiu este pormenor
(1905) e deu-se pressa em confirmar a frase final atribuída a Carlos López.
Ajuntou ainda: “O general guardou efetivamente silêncio, nada res-
pondeu ao pai, que, depois de falar, também não tornou a pronunciar
palavra. Momentos depois fez movimentos levemente convulsivos, pre-
cursores imediatos do desenlace fatal da vida. Não tardou em exalar o
último suspiro.”
Cecilio Báez — historiador paraguaio — afirma que durante o tem-
po do seu governo Carlos López exerceu o poder onímodo, sem limitação de
nenhuma espécie, e despótico como o do seu antecessor Francia. Opina ain-
da que era homem de caráter áspero, intratável e arisco; tão zeloso de sua
autoridade que não permitia se lhe fizesse nenhum desacato. “Irritava-se
pela coisa mais leve e nesse estado tratava mal a toda a gente, até aos diplo-
matas, agentes estrangeiros que se encontravam nessa época no Paraguai.
Por isso indispôs-se com o Brasil e os Estados Unidos.”
“López” — escreve ainda Báez — “não era amigo da ilustração. Ele
próprio era homem atrasado e com ninguém se aconselhava. Não havia
parlamento no Paraguai, nem opinião pública nem imprensa que a ilustras-
102 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CAPÍTULO II
déu, Flores repassa o Rio Negro para o norte e avança na direção de Paysandu.
Medina segue-lhe no encalço.
Nesse instante, recebe reforços de correntinos (Coronel Waldino
Urquiza), que invadem pelo Passo de Hervidero; um grupo de brasileiros
(Coronel Fidélis Pais da Silva) opera em seu proveito no Departamento
de Tacuarembó.
Sem nada intentar de sério contra Paysandu, Flores retorna ao sul (1o
de novembro de 1863), iniciando outro circuito. Evita um choque decisivo
com Medina e orienta-se outra vez para o norte. Medina persegue-o; pouco
depois é substituído pelo General Servando Gómez.
Flores inicia o primeiro sítio a Paysandu (janeiro de 1864), cuja defesa
está confiada ao Coronel Leandro Gómez. À aproximação do grosso do exér-
cito governista, levanta prudentemente o sítio (18 de janeiro de 1864) e livra-
se mais uma vez dos seus inimigos. Depois de várias jornadas, e já refeito de
cavalos, circunda as pontas do Daymán, vadeia o Rio Negro no Passo dos
Touros e, nos primeiros dias de fevereiro de 1864, encontra-se no Departa-
mento de S. José. Em princípios de março está acampado nas costas do Santa
Lucía, onde se detivera para aguardar a mudança do Governo da República.
De fato no dia 1o de março de 1864, havia Berro terminado o seu mandato e,
como não tinha sido possível proceder-se à eleição, em vista do estado de
desordem em que se encontrava quase todo o país, passou a desempenhar o
cargo de presidente da República o Presidente do Senado Atanasio Cruz Aguirre.
Presidente Berro manteve-se firme na crença de que ela contava com a pro-
teção eficaz do Governo da República Argentina. O mesmo ocorreu depois
com o Presidente Aguirre.
Respondendo a Lamas (13 de maio de 1862), então agente confiden-
cial do Uruguai em Buenos Aires, dizia Rufino Elizalde, Ministro das Rela-
ções Exteriores de Mitre:
“Assegura o Sr. comissionado ter o General Venancio Flores — que
servia no Exército de Buenos Aires como general argentino e cujos planos
haviam sido levados ao conhecimento do meu governo — saído daqui acom-
panhado de vários indivíduos armados e conduzindo armamento, deixan-
do assim burladas as seguranças dadas pelo Governo argentino e em que
descansava a República.
A saída do General Venancio Flores desta cidade, ocultamente em
uma baleeira, com dois ou três homens, únicos que o acompanharam, é fato
evidente e notório, e que o Sr. Lamas não pode ignorar. E tal fato não falou
mais eloquentemente ao Sr. agente confidencial do que quanto raciocínio se
pudesse fazer sobre o caso?
O General Flores havia prestado à República os mais distintos ser-
viços, que o colocavam à altura do mais notável dos seus concidadãos;
saindo do país como saiu, demonstrou ter levado a sua delicadeza ao ex-
tremo de não lançar sobre a República a mínima responsabilidade dos
seus atos.
Ele não precisava abandonar o país a ocultas. Mais do que ninguém,
podia sair não só livremente, como cercado das considerações que a Repú-
blica lhe devia e que o governo se houvera honrado em tributar-lhe. Se ao
deixar o país tinha a intenção de ir à República Oriental, não cabia ao gover-
no nem indagá-lo nem impedi-lo.”
A Argentina não poderia, portanto, garantir — declarava Elizalde —
que Flores não deixaria o seu território; ao revés disso, nunca se prestou a
tomar medidas contra a pessoa dele.
Em maio de 1863, irrompeu grave incidente entre os dois países.
Em 31 desse mês chegou a Fray Bentos o vapor mercante argentino
Salto e atracou ao vapor de guerra oriental Villa del Salto, para lhe entre-
gar 30 toneladas de carvão que lhe enviara o Governo uruguaio. Tendo o
comandante do segundo desses vapores recebido denúncia de que o Salto
trazia armamento e munição para os rebeldes, resolveu apossar-se do
CAPÍTULO II 109
vembro de 1863), explicava ele o seu procedimento dizendo ter sido Lamas,
e não o Governo argentino, quem propusera o nome do Imperador. Seu
governo achava preferível assentar o arbitramento, sem mencionar nome
de árbitro, porém cedeu. Constava-lhe que o Uruguai já havia anunciado a
escolha do Imperador à Legação do Brasil. Como se poderia agora voltar
atrás? Isso seria falta de decoro ao Imperador. Poder-se-ia fazer nova combi-
nação com a supressão de nomes, mas, em vista do que já ocorrera, a Argen-
tina, em caso de necessidade, só aceitaria um árbitro: o Imperador do Brasil.
Berro respondeu alegando que a escolha nominal do árbitro fora obra
exclusiva de Lamas, que sobre ela não consultara previamente o Governo
oriental. Em vista do exposto, compreende-se que a situação tinha de conti-
nuar inalterada. O Uruguai, sempre irritado contra a Argentina, insistia em
reclamar-lhe neutralidade na luta interna que o afligia; a Argentina, embo-
ra afirmando essa neutralidade, mostrava-se cada vez mais ciosa das suas
prerrogativas como nação independente e desconfiada dos manejos do Go-
verno oriental junto aos paraguaios.
Eis, porém, que rebenta novo incidente: O Coronel Rebollo, à frente de
uma expedição revolucionária, aproxima-se da margem esquerda do Uru-
guai para desembarcar. Percebido por embarcações orientais que policia-
vam o rio, busca refúgio em uma das ilhas do Uruguai, de jurisdição argen-
tina. O General oriental Moreno vai até lá, captura vários expedicionários e
apodera-se do armamento e da munição que lhes deviam servir.
Em nota de 15 de novembro de 1863, Herrera comunicou o fato ao
Governo argentino.
Depois de se referir nessa nota — escreve Eduardo Acevedo — “às ex-
pedições armadas saídas de Buenos Aires com o fito de engrossar os bandos
do caudilho que partira em abril dessa mesma cidade para trazer a guerra a
este país amigo da República Argentina”, dizia o nosso chanceler que as au-
toridades orientais, ao receber aviso da expedição Rebollo, haviam toma-
do todas as medidas para impedi-la; que os expedicionários desembarca-
ram na Ilha Mini, de jurisdição argentina, e atravessaram para a costa orien-
tal, mas que, advertidos da proximidade do vapor Artigas, regressaram ao
ponto de partida, subindo então alguns deles a bordo do barco perseguidor.
“A nota da nossa chancelaria cruzou-se com outra em que o Dr. Elizalde
protestava contra a violação do território argentino, acusando as forças do
General Moreno de mortes, prisões e captura de embarcações, e pedia a
112 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
havia pouco do sul para o fim expresso de solicitar do Governo imperial o seu
auxílio a 40.000 de seus súditos que lá viviam padecendo vexames e perseguições.
“Só a partir do ano de 1852” — disse o Visconde de Ouro Preto, no seu
livro A Marinha de Outrora — “tinham sido cometidos contra súditos do Bra-
sil nada menos de 63 homicídios, sequestros, roubos e outros atentados, al-
guns revestidos de circunstâncias horrorosas, série de fatos fora do comum,
reveladores da propositada e sistemática perseguição por parte das próprias
autoridades, não raro autores e réus em tais crimes.
Não houve em todo o Brasil opinião discorde — ajunta ainda o mes-
mo ilustre brasileiro. A indignação foi geral; a tribuna e a imprensa unâni-
mes clamaram pelas mais enérgicas e decisivas medidas, que nenhum governo
digno desse nome deixaria de adotar, diante de tão anormal e odioso estado
de coisas.
Inspirando-se no sentimento público e compartindo seus nobilíssimos
estímulos, o gabinete de S. Cristóvão, a cuja frente se achava o ilustre Zacarias
de Góis e Vasconcelos, resolveu enviar ao Estado Oriental uma missão extra-
ordinária para obter reparação de tamanhos agravos.”
A escolha do governo recaiu acertadamente no Conselheiro José An-
tônio Saraiva.
Com este primeiro passo decisivo, vamos dar novos pretextos a López
para realizar as suas ambições.
A Missão Saraiva
A essa nota juntou Saraiva um quadro incompleto, dizia ele, das vio-
lências sofridas pelos brasileiros.
Abriu-se assim grave e solene discussão sobre as reclamações brasileiras.
Herrera replicou afirmando sem rebuço que a invasão de Flores tinha
sido meditada, organizada e armada no território argentino e no brasileiro,
e que até aquele momento nenhuma autoridade desses territórios lhe havi-
am posto paradeiro. Lícito seria, pois, ao Governo oriental fechar ouvidos
até que fossem completamente desagravadas a justiça, a nação e o direito da
República. Mas não o fará; prestará atenção a toda queixa justificada, contanto
que o não coloquem, por ameaças ou desconhecimento de seu direito, em
situação desesperada. É inexato que muitas das reclamações do Brasil hou-
vessem sido desatendidas, que outras não tivessem alcançado solução e que
as demais estejam pendentes. Em muitos casos não se chegou à certeza dos
fatos articulados, e a Legação calou-se; a múltiplos outros deu-se solução.
As reclamações do Império contrapõe as que a República pode articular. É
certo de que Saraiva atribui o procedimento dos brasileiros a vexames que
as autoridades uruguaias lhes infligiram anteriormente à invasão. Mas, ain-
da que isso fosse verdade, não justificaria o levante do estrangeiro contra as
leis e as autoridades supremas do país. Antes da revolução, a população
brasileira, laboriosa e pacífica, gozava da proteção das leis e da autoridade
no mesmo pé de igualdade que os nacionais. O brasileiro, como qualquer
outro estrangeiro que se hospede na República, aceita ipso facto a situação
em que as leis e as autoridades colocam todos os habitantes. Se, portanto, a
vida lhe parece aí intolerável, o que lhe cumpre fazer é abandoná-la, nunca,
porém, arrogar-se o direito de se rebelar e atentar contra esse estado de
coisas, a que ninguém o obrigava e que livre e espontaneamente escolheu. É
possível que alguma vez os dependentes da autoridade governamental ha-
jam faltado aos seus deveres com relação aos brasileiros. Mas isso, que pode
ocorrer em qualquer país, terá sido uma exceção. Saraiva fala de 12 anos de
perseguições, vexames e crimes contra milhares de brasileiros. Admito seja
isso verdade, por que se tolerou até agora essa situação? Por que mais de uma
vez concorreu o Governo do Brasil, por atos internacionais reveladores de
harmonia e amizade, para a conservação dessa autoridade?
A acusação é falsa, di-lo, com o Governo oriental, o procedimento
observado para com este, durante 12 anos, pelo Governo do Brasil. Compu-
ta-se em 40.000 almas a população brasileira existente na República. Em 12
120 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
anos deu azo a 63 reclamações, isto é, a cinco por ano, que justificariam uma
invasão e um levantamento. Que deveria ter acontecido no Império, no qual
algumas centenas de orientais que nele vivem provocaram, em período mui-
to menor, 48 reclamações? Flores também tem argentinos a seu lado. E, no
entanto, nem a Argentina nem a ninguém lembrou desculpar a atitude deles
como consequência dos abusos das autoridades orientais. A população la-
boriosa, tanto argentina como brasileira, domiciliada na República, é estra-
nha à revolução. A invasão argentino-brasileira de 1863 não teve outra ra-
zão de ser senão a perspectiva de roubos no território da República. O cau-
dilho oriental invasor, de índole perversa, e as influências argentino-brasi-
leiras que o coadjuvaram recorreram ao mau elemento da fronteira para
satisfazer a sua ambição pessoal. O vínculo que liga o mau elemento da fron-
teira argentina e brasileira explica-se pela identidade de índole, comunidade
de instintos e cumplicidade no crime. São elementos de barbárie sempre
prontos a qualquer atentado; hoje no território oriental, amanhã talvez no
vizinho. A República vivia pacífica e entregue ao trabalho. No entanto, o
caudilho Flores saiu de Buenos Aires, pisou-lhe o solo e dirigiu-se às frontei-
ras do Brasil com a Argentina e o Uruguai em busca da preparada coopera-
ção. Canabarro e Cáceres (LXVII) já ali o esperavam. Para quê? Para as ca-
lifórnias no Estado Oriental. O vocábulo califórnia tudo explica. Sabedores
das consequências que esse movimento entranhava, alguns proprietários
brasileiros domiciliados na República denunciaram-no com muita antece-
dência. Baseado nesse aviso, o Governo oriental tomou as medidas necessá-
rias e pediu à Legação do Brasil que lhe auxiliasse a ação em território brasi-
leiro, ponto de reunião e de conluio dos que preparavam a partida. O Go-
verno oriental não foi acreditado. Depois do exposto, pergunta Herrera:
Como aceitar o Governo da República a proposta da Missão Especial, na
qual se dá a entender que, para poder desarmar os brasileiros em armas com
Venancio Flores contra a autoridade e as leis do país, é preciso desaparece-
rem as causas que produziram, por atos da autoridade, na população brasi-
leira laboriosa e pacífica, a determinação de armar-se? O que se pede seria a
imolação do princípio de ordem e de autoridade, e o Governo da República
há de salvá-lo ou se há de perder atido a esse princípio salvador da naciona-
lidade que representa. O que se pretende estabeleceria o mais funesto prece-
dente. Equivaleria a dizer que o Governo oriental foi o culpado, que lhe cabe
dar satisfações e que, só depois destas, poderia e deveria o governo do Brasil
CAPÍTULO II 121
causas desse movimento promanam para os homens sensatos dos erros co-
metidos desde há muitos anos na gerência dos negócios internos da Repúbli-
ca. Tais erros são provações fatais das instituições livres, mas pela sua gravi-
dade e reincidência criaram para o Estado Oriental, o Brasil e a República
Argentina a deplorável situação presente, cuja responsabilidade V.Exa. quer
atirar sobre os vizinhos. O presidente da República Argentina indicou-os
em sua última mensagem ao Congresso. O exclusivismo ardente e a intole-
rância política são as causas da guerra civil. Nessas condições — continua
Saraiva — cumpre-me, em nome do Governo imperial, insistir pelas provi-
dências reclamadas para defender os brasileiros, não já das calamidades
inerentes às comoções políticas, mas das violências e crimes, que com esse
pretexto, ou sem ele, foram e continuam a ser praticados pelos próprios
agentes do Governo da República. O Governo imperial viu-se na necessi-
dade de alterar a sua política e pedir com energia providências prontas e
eficazes, que oferecessem aos seus súditos a segurança e as garantias sempre
prometidas e nunca realizadas. A demissão e efetiva responsabilidade dos
agentes do governo, que abusaram da sua autoridade, era certamente medi-
da eloquente para indicar a todos que o Governo oriental se acha no propó-
sito de não consentir a continuação dos abusos e o castigo dos criminosos de
data mais ou menos recente, o que poderia conter e reprimir as violências
desenvolvidas com a guerra civil e que ainda não puderam ser trazidas à
consideração do Governo oriental. A satisfação, se não de todas, ao menos
da maior parte das reclamações antigas e modernas, melhoraria considera-
velmente a sorte dos brasileiros e teria por certo um valor de atualidade e de
futuro, que não escapará seguramente a todos os que compreendem a im-
portância do exemplo e os benefícios da ação enérgica dos governos em
relação aos desmandos dos seus propósitos. Que outro procedimento pode-
ria ter o Governo imperial? Entrar em ajustes que modificassem as conven-
ções internacionais, o direito privado dos dois países, com o fim de dar
seguranças futuras aos brasileiros, como V.Exa. pareceu indicar? Mas isso não
cabe em um presente cheio de incertezas. Continuar na política de longa-
nimidade e expectativa, que até aqui não deu resultado proveitoso? Seria,
porém, abandonar a própria sorte dos brasileiros, que protestavam contra a
condescendência do seu governo e a confiança em promessas que não se cum-
priam e em castigos que eram sempre iludidos. Aguardar o termo da guerra?
Mas fora o mesmo que pedir remédio para os males que nos afligem depois de
124 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
de outro modo, tendo chegado ao termo de suas ilusões e crendo, como crê,
que a sua política de condescendência tem sido interpretada como fraqueza
e irresolução, a cujo favor pode o Governo oriental liquidar as questões
pendentes com todos os que lhe opõem embaraços sérios, menos com o
Brasil, Estado vizinho e que considera dever sagrado respeitar a indepen-
dência e integridade do território da República.” Salienta não haver nunca a
população gozado da proteção das leis no grau que o ministro afirma. O
simulacro de poder judiciário concentrado na capital deixa incertos os di-
reitos do estrangeiro nos departamentos. Diz ter sido informado naquele
momento de que o General Neto estava sendo processado e cita o assassínio
em Durazno de um brasileiro e sua filha de 16 anos. Se o governo não punir
os criminosos, então a sua situação é extrema. “Em tais condições o Governo
imperial deve e pode cuidar de garantir por si mesmo, e pelos meios que o
direito das gentes lhe permite, aos seus concidadãos.” E termina deste modo:
“Respondida por esta forma a nota de V.Exa., dou-me por inteirado de não
poder e de não estar disposto o Governo oriental nas atuais circunstâncias a
satisfazer as solicitações amigáveis que o Governo imperial lhe fez por meu
intermédio. E não me deixando a nota de V.Exa. esperança de conseguir
aquilo de que o meu governo não pode prescindir sem faltar aos mais sa-
grados deveres, tenho por conseguinte de levar todo o ocorrido à presença
de S. M. o Imperador e aguardar as suas ordens.”
As coisas chegavam assim a um ponto crítico em que se tornava ine-
vitável e imediato o rompimento entre os dos países. Um acontecimento
promissor veio, todavia, demorá-lo.
Tentativa de pacificação
clarou que achava aceitáveis as ditas condições e que, se Flores insistisse por
outras inaceitáveis, considerá-lo-ia causador do prolongamento da guerra
e daria ao governo o apoio moral possível.
Aguirre manifestou-se de acordo com as gestões de paz.
Dessa forma, tudo corria bem. Faltava só abordar o General Flores e
ouvi-lo. Os mediadores e mais os dois representantes do Governo oriental
(Andrés Lamas e Florentino Castellanos) marcharam ao encontro do gene-
ral revolucionário, que os esperava em Puntas del Rosario. Aí os mediadores
lograram chegar a um acordo com ele (18 de junho de 1864). Todos os orien-
tais readquiririam a plenitude dos seus direitos civis e políticos quaisquer
que fossem as suas opiniões anteriores. O desarmamento far-se-ia de acordo
com Flores. Ficariam confirmados os postos militares. Seriam reconhecidas
como dívida nacional as despesas de revolução até 500.000 pesos. Conside-
rar-se-iam como tendo entrado para o tesouro público as contribuições
cobradas pelos revolucionários.
Tudo isso foi aceito ad referendum pelos representantes do governo.
No dia 23 de junho, Aguirre recebeu os mediadores, que lhe fizeram
entrega de uma carta do general revolucionário. Comunicou-lhes que acei-
tava com leve modificação as bases convencionadas. No dia 25 visitou Sarai-
va, em cuja companhia estavam Thornton e Elizalde, e a todos patenteou a
sua gratidão. Nesse mesmo dia, fez pública aos seus concidadãos a notícia do
convênio de paz.
Sem embargo, dentro de poucos dias, tudo isso se malograva. Por
quê? Porque Aguirre não quis cumprir pontualmente o que havia sido com-
binado. Moveu-o provavelmente a isso a intransigência dos seus correligio-
nários, e quiçá a esperança de uma intervenção do Paraguai, que a República
Oriental havia muito solicitava, como adiante se verá.
Além das bases de pacificação combinadas, havia uma carta de Flo-
res dirigida a Aguirre — parte essencial do convênio — e na qual dizia aque-
le general:
“Depois de haver dado por minha parte as provas mas positivas do
meu ardente anelo pela pacificação do meu país, aceitando as condições que
me foram apresentadas pelos senhores ministros da República Argentina,
do Brasil e da Inglaterra, creio de meu dever fazer presente a V.Exa. que con-
senti nessas condições, convencido de que V.Exa. em seu patriotismo com-
preenderia que elas seriam estéreis e dariam lugar a novas discórdias se não
128 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
mos inútil todo esforço para que Flores se desarmasse, pois que se lhe faltava
com a promessa sob a qual tinha tratado, a saber: que o Sr. Aguirre seria o
chefe de todos os orientais e não de um partido, e que por meio de um
ministério moderado e sincero iniciaria a política da paz ou, antes, da ga-
rantia para todos.
“O seu fim iniciando uma negociação de paz” — comenta Saraiva —
“não foi outra senão obstar, mediante enganadoras promessas, ao desarma-
mento de Flores, e depois volver à sua política fatal, a de extermínio de todos
os adversários.”
Nesse mesmo dia (7 de julho), Thornton e Elizalde regressaram a
Buenos Aires; Saraiva oficiou a Herrera comunicando ter cessado a media-
ção. No dia 8, embarcou para Buenos Aires.
Na manhã de 4 de julho, recebeu Flores comunicação, enviada pelos
mediadores, do malogro das negociações de paz. Oficiou logo ao General
Lucas Moreno avisando-o de que, dentro de 48 horas, isto é, às 10h30min da
noite de 6 de julho, iriam recomeçar as hostilidades, suspensas desde o dia 9
do mês anterior.
Todos devemos hoje lamentar sinceramente que o Presidente Aguirre
houvesse desprezado aquela oportunidade para restabelecer a harmonia
entre os seus compatriotas.
“A necessidade de tomar conselhos” — observou Saraiva — “com ho-
mens presos à situação por suas malversações ou cego espírito de partido é o
que faz do Sr. Aguirre o homem mais indeciso e fraco que a desgraça desta
República colocou na cadeira da presidência.”4
Uma vez em Buenos Aires, buscou Saraiva pôr-se em contato com
Mitre. Trocaram ideias sobre a situação (11 de julho). Achava Mitre que a
pacificação da República Oriental era o único meio de vencer as dificuldades
da situação. Poder-se-ia conseguir isso direta ou indiretamente. Diretamen-
te pela ação conjunta do Brasil e da Argentina para combater o partido
hostil à paz e promover a formação de novo governo. Indiretamente prosse-
guindo o Brasil na exigência de satisfação pelos agravos recebidos, o que
obrigaria o Governo oriental a entrar resolutamente no caminho da paz. O
primeiro meio encontrava embaraços nas convenções internacionais e teria
consideráveis dificuldades práticas, sendo uma delas acarretar aos dois go-
vernos interventores a responsabilidade dos erros cometidos pela nova ad-
ministração e das reações inevitáveis em tais circunstâncias. O meio indireto
130 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
ver seu declarar ao Governo oriental a última palavra do Império, isto é, que
o Brasil iria proceder a represálias e que o nosso exército penetraria no Estado
Oriental para castigar quaisquer atos atentatórios da vida e propriedade
dos brasileiros.5 “Não tenho, porém” — escrevia ele ao ministro dos Estran-
geiros, em 13 de julho —, “a segurança de achar-se o nosso exército organi-
zado e bem distribuído na fronteira, pois que, segundo as últimas notícias, o
Sr. Presidente do Rio Grande do Sul se acha empenhado em constituí-lo e
colocá-lo nos pontos mais convenientes. E, pois, sem essa segurança não
devo tomar uma deliberação grave, que, a não ser com mais ou menos bre-
vidade acompanhada de atos de execução, não pode influir eficazmente no
ânimo do Governo oriental. Parece-me indispensável que seja o governo
quem delibere clara e positivamente acerca do emprego das represálias, que
dê as ordens para as autoridades do Rio Grande do Sul e escolha as pessoas
que devem desempenhar tais ordens. É ainda necessário que, quando eu
significar ao Estado Oriental a deliberação do Governo imperial a esse res-
peito, já tenham sido expedidas para aquela Província as instruções relati-
vas ao assunto. A nossa esquadra pouco pode fazer no Rio da Prata sem ferir
os interesses estrangeiros e despertar reclamações contra os nossos atos. Co-
municando, porém, ao Governo oriental o nosso propósito de proceder a
represálias nos termos e pelo modo que V.Exa. deliberar, colocaremos as
canhoneiras no Uruguai e imporemos por meio delas às autoridades de
Paysandu e Salto o respeito devido aos brasileiros, ficando no porto de Mon-
tevidéu os nossos navios maiores para garantirem os nossos compatriotas
que habitam esta cidade e suas imediações.”
Saraiva participava ter oficiado na mesma ocasião o Presidente do
Rio Grande do Sul, dizendo-lhe como imaginava que as forças da fronteira
deveriam proceder a represálias. A ocupação do território oriental tinha
para ele grandes inconvenientes e só seria justificável por uma declaração de
guerra. E isso não devemos fazer — acrescentava —, pois a guerra atual ao
Uruguai seria a guerra ao nosso comércio e a nós mesmos e traria maiores
complicações, salvo se quiséssemos apoiar-nos em um partido e elevá-lo ao
poder, o que seria também grave mal para os nossos interesses futuros.6
“A V.Exa.” — dizia ainda Saraiva — “compete examinar se os recursos
de que dispomos habilitam o Governo imperial para o emprego de meios
mais enérgicos do que aqueles que constituem simples represálias e se deve-
mos aventurar-nos em uma política mais forte e de mais coação para com o
132 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Estado vizinho. O meu parecer, porém, é que, ainda quando possamos dis-
por de tais recursos, devemos principiar de modo menos violento e ir gra-
dualmente procedendo com mais energia e decisão, se for necessário.”
Noticioso dos acontecimentos, oficiou o ministro dos Estrangeiros a
Saraiva nestes termos (21 de julho de 1864):
“De tudo inteirado, cabe-me, em resposta, dizer a V.Exa. que visto
terem-se malogrado inteiramente os esforços empregados para a paz, medi-
ante a qual, restituindo o sossego à República Oriental, podíamos melhor
conseguir do seu governo as satisfações e reparações a que temos direito
pelas ofensas ali praticadas contra súditos brasileiros, entende o Governo
imperial que, estando, como está o Governo da República Argentina, certo
das nossas boas intenções, nada mais resta fazer que regressar V.Exa. a Mon-
tevidéu, e aí, reatando a negociação que encetara, e na qual, por amor das
esperanças de paz, sobresteve, marcar ao Governo da República um prazo
mais ou menos breve, segundo as circunstâncias aconselharem, dentro do
qual o mesmo governo possa dar as satisfações exigidas na forma das instru-
ções de que foi V. Exa. munido, sob a cominação nele estabelecida de passar-
mos a fazer pelas nossas próprias mãos a justiça que nos é negada, visto não
termos outro recurso e não ser possível o Governo imperial tolerar por mais
tempo os vexames e perseguições feitas aos súditos de sua nação.”
Dizia ainda julgar o Governo imperial ser conveniente que o Almirante
Tamandaré tomasse logo posição no Uruguai, e que nessa conformidade ele
iria receber as precisas instruções do Ministério da Marinha (LXVIII). De-
terminava também que a Legação Brasileira permanecesse em Montevi-
déu, “mesmo no caso de rompimento das represálias”, pois que “não signifi-
cam necessariamente a guerra”. Comunicava já ter dado ordens ao presidente do
Rio Grande do Sul para que as tropas da fronteira estivessem prontas a operar.
Ultimato de Saraiva
ou dar outro destino a esses navios. É natural que a disputa entre o Brasil e o
Uruguai preocupasse seriamente a atenção da República Argentina, em-
bora estivessem fracassadas as suas relações com o vizinho do outro lado do
Prata. As prevenções históricas contra o Império, sempre acusado de alimen-
tar projetos de conquista, e as estipulações da Convenção de 1828 levaram-
na a interessar-se pelos acontecimentos, seguindo-os com solicitude em
seus pormenores.
Já vimos os esforços que ela desenvolveu, por intermédio do Ministro
Elizalde e juntamente com Thornton e Saraiva, para restaurar a paz na Re-
pública Oriental, apesar da situação delicada em que se encontrava em face
do governo deste país.
O Brasil, porém, tinha todo o interesse em deixar bem clara a lisura
do seu procedimento e a ausência de qualquer preocupação de apossar-se de
terras que não lhe pertenciam ou de exercer sobre elas um protetorado de
que nenhum benefício poderia colher. Já referi os fatos capitais da conversa
de Saraiva com Mitre depois do insucesso da pacificação.
Após a entrega do ultimato, há nova permuta de ideias com o Gover-
no da Argentina, as quais são afinal protocoladas no dia 22 de agosto de
1864. Em documento oficial, assinado por Saraiva e Rufino de Elizalde, de-
claravam os dois países, de comum acordo, que a paz da República do Uru-
guai era condição indispensável para a solução das suas questões interna-
cionais, e que qualquer deles poderia proceder com essa República, nos ca-
sos de desinteligência, recorrendo aos meios que o direito das gentes reputa
lícitos, só com a limitação de serem sempre respeitados os tratados garanti-
dores da sua independência, integridade territorial e soberania.
ação, tanto que só em 1o de dezembro desse mesmo ano, isto é, meses depois,
cruzaram a nossa fronteira internando-se no território uruguaio. Nessas
condições só podíamos lançar mão da esquadra de Tamandaré e dos corpos
que se encontravam mais vizinhos da fronteira terrestre para a execução
imediata das represálias anunciadas.
De que natureza, porém, seriam estas?
Não era fácil prevê-lo. As represálias não comportam por si mesmas
nenhuma definição precisa, de modo que teríamos de ser, até certo ponto,
orientados passivamente pelos sucessos posteriores. Em todo o caso, ne-
nhum espírito sensato teve dúvida de que nos encontrávamos a dois passos
de uma guerra, e de que a nossa ação coercitiva, como disse, no Senado, o
Visconde do Rio Branco, se traduziria, malgrado os desejos do Governo
imperial, como auxílio à revolução de Flores. Este, que até então não tinha
logrado vencer, logo divisou na intervenção do Brasil o único concurso
material e moral capaz de lhe permitir lançar por terra o governo de Aguirre
e entrar triunfante na capital do país. O Brasil tinha de vê-lo com a simpa-
tia que sempre despertam reciprocamente os que se batem contra um mes-
mo adversário. Sem dúvida não era a guerra a sua intenção. Mas ser-lhe-ia
possível evitá-la?
Apesar de tudo isso, procurou o Governo do Brasil orientar os ele-
mentos navais e terrestres chamados a atuar naquele momento. No mesmo
dia (21 de julho) em que ordenou a Saraiva a entrega do ultimato, expediu
instruções a Tamandaré e por intermédio do presidente do Rio Grande do
Sul às forças estacionadas na fronteira dessa província.
A estas dizia o ministro da Guerra: “1o) a divisão situada em Bagé
deverá estar sempre pronta para expedir forças em todas as direções de nos-
sa fronteira e preparada para marchar para a República Oriental, se suceder
que alguma força considerável da mesma República ameace algum ponto de
nossa fronteira; 2o) a fronteira de Quaraí e Santana do Livramento continu-
ará guarnecida do melhor modo que for possível, e as forças que nela estaci-
onarem se conservarão sempre em perfeito estado de mobilidade, de sorte
que possam operar juntamente. O mesmo se procurará observar a respeito
das forças que guarnecem a fronteira do Jaguarão. A fronteira do Chuí
convém que seja bem guarnecida e comandada por um oficial de inteira
confiança, a quem se prescreverá toda a vigilância e cuidado de sua defesa, a
qual não deverá ser confiada somente à guarda de forças de cavalaria, atenta
136 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
cumbe: 1o) dar proteção aos brasileiros, defendendo-os até mesmo com força,
contra as perseguições que lhe forem feitas, e auxiliando, com os recursos à sua
disposição, as requisições que lhe dirigirem os nossos agentes diplomáticos e
consulares; 2o) fazer estacionar no Salto, em Paysandu, em Maldonado, ou em
qualquer outro ponto, as canhoneiras que forem necessárias, em ordem a
prestar o mais eficaz amparo e proteção aos súditos do Império e apoiar a
ação das forças, incumbidas de represálias pela fronteira do Chuí e do Quaraí.”
Aos respectivos comandantes incumbe: “1o) velar pela guarda das pes-
soas dos brasileiros residentes nessas localidades e prestar todo o auxílio que
lhes for possível; 2o) empregar a força que for compatível com os meios de
sua ação, para repelir as agressões feitas a súditos brasileiros, capturando
aqueles que forem autores desses atentados, ou sejam autoridades, ou sim-
ples cidadãos da República Oriental.”
De posse de suas instruções, Tamandaré tratou de cumpri-las. Exigiu
que o Governo oriental reduzisse a completa imobilidade o vapor de guerra
General Artigas, o que ele fez, e mandou que a sua terceira divisão fosse ope-
rar no Rio Uruguai. Nomeou para comandar o seu chefe de estado-maior, o
Capitão de Mar e Guerra Francisco Pereira Pinto. Esse oficial deveria sair de
Montevidéu com a Jequitinhonha e a Araguari (LXXI) e juntar-se no Uruguai
à Belmonte (LXXII), que se encontrava em Paysandu. Esse porto — dizia
Tamandaré em 22 de agosto — deverá ser o centro de sua estação; daí expe-
dirá um ou mais navios, ou toda a força, para operar nas localidades em que
for reclamado o seu auxílio.
Cumpria-lhe, e aos comandantes dos navios, o seguinte:
1o) Velar na guarda das pessoas dos brasileiros residentes nessas loca-
lidades, prestando todo o apoio que lhes for devido;
2o) Empregar a força que for compatível com os meios especiais de sua
ação, para repelir as agressões que forem feitas a súditos brasileiros, captu-
rando os autores desses atentados quer sejam autoridades, quer simples ci-
dadãos da República Oriental;
3o) Prestar toda a coadjuvação aos cônsules e vice-cônsules brasileiros.
Tinham também direito à nossa proteção os estrangeiros que por
qualquer motivo se apresentassem a bordo dos navios solicitando-a.
Pereira Pinto deveria pôr-se em contato com os comandantes milita-
res e as autoridades civis das povoações do Rio Uruguai e exigir delas a pro-
messa de respeito e proteção aos brasileiros, bem como a imobilização e o
138 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
seguinte recomendação: Que não fazemos nem queremos fazer mal à Re-
pública Oriental e só hostilizamos o atual Governo de Montevidéu e seus
agentes, únicos responsáveis da desgraçada situação em que se acham os
seus conterrâneos e os estrangeiros pacíficos residentes no país.”
Saraiva ajunta ainda ser dever nosso não demorar as operações indi-
cadas; o Governo imperial teria tempo de desenvolver as medidas que ele
aponta antes de completamente realizadas.
Previne que Flores passou para o norte do Rio Negro e vai atacar Salto.
Não poderá, porém, tomar Paysandu por falta de material. Convém andar
depressa para não perder a oportunidade de castigar em Paysandu os chefes
e agentes do Governo de Montevidéu.
Como vê o leitor, Saraiva quer a ofensiva imediata, e para isso esboça
um ligeiro plano de operações: O Exército Brasileiro penetrará no território
uruguaio e atacará Salto, Paysandu e Cerro Largo, auxiliado pela esquadra
onde isso for exequível.
No mês de outubro, os acontecimentos precipitam-se e definem-se
com precisão as nossas relações com Venancio Flores. Até aí as represálias
haviam sido feitas por intermédio da esquadra; nesse mês começa a entrar
em cena parte do exército do Rio Grande do Sul. Convém, portanto, minis-
trar alguns informes sobre a sua organização.
O exército do sul
não dever ser menor de 4.000 homens. A lei de fixação de forças que vigora-
va autorizava o governo a destacar até 5.000 praças da Guarda Nacional
em circunstâncias extraordinárias.
Nesta Província já estavam destacadas 1.134 praças em serviço de guar-
nição e fronteiras, e eu sabia que não era pouca a que estava destacada nas
províncias do norte, apesar de todos os esforços do Governo imperial para
dispensar a Guarda Nacional do serviço de destacamento.
Pequena, por consequência, era a margem que podia haver e por
isso julguei que devia limitar-me a destacar 1.624, formando quatro corpos
provisórios por contingentes distribuídos por seis comandos superiores.
Posteriormente, comunicando-me a missão especial o malogro das
negociações para a paz na República Oriental e qual era o estado das rela-
ções diplomáticas com o governo daquele país, deliberei chamar a destaca-
mento mais 2.418 praças da Guarda Nacional, formando seis corpos provi-
sórios, dos quais um mandei que reforçasse a guarnição da fronteira de
Missões e os cinco, formando duas brigadas, mandei incorporar à Divisão
de Observação.”
Tal era o estado de preparação militar em que nos encontrávamos
quando nos apresentamos no Prata para apoiar pela força as nossas recla-
mações. Faltava-nos tudo e tivemos de improvisar no meio da agitação
que lances como esse em que nos víamos empenhados sempre ocasionam.
Na realidade colhíamos outra vez, como em 1851, os frutos do nosso
descuido pela defesa nacional.
Conforme acabamos de vez, a providência capital tomada no Rio
Grande consistiu na organização perto da fronteira (em Piraí Grande, não
longe de Bagé) de um núcleo de forças, capaz de operar depois, em qualquer
direção, no interior do território vizinho.
É óbvio que isso teria de ser obra lenta, em vista da míngua de recur-
sos disponíveis. O acampamento de Piraí Grande não foi, por conseguin-
te, uma simples zona de concentração, senão que serviu para tudo: con-
centração, organização e instrução. Compreende-se assim facilmente por
que só em 1o de dezembro de 1864 pôde o General João Propício Mena
Barreto, comandante do chamado Exército do Sul, transpor a fronteira
para secundar as operações a que Tamandaré já nos havia associado,
conforme dentro em breve demonstrarei. Em julho de 1864, tínhamos na
zona da fronteira da República Oriental estas unidades de linha:
144 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
{
ARTILHARIA { 1o REGIMENTO
EM BAGÉ
CAVALARIA { 3o REGIMENTO
5o REGIMENTO
{
4o BATALHÃO
INFANTARIA 6o BATALHÃO
12o BATALHÃO
{ 4o REGIMENTO
{
CAVALARIA
EM JAGUARÃO
INFANTARIA { DESTACAMENTO DO 3o BATALHÃO
13o BATALHÃO
{
2a REGIMENTO DE CAVALARIA
TENENTE-CORONEL
JOSÉ FERREIRA DA SILVA JÚNIOR
3a REGIMENTO DE CAVALARIA
{
a
1 BRIGADA DE CAVALARIA CORONEL VITORINO
CORONEL CÂNDIDO JOSÉ CARNEIRO MONTEIRO
JOSÉ SANCHES DA SILVA 4a REGIMENTO DE CAVALARIA
BRANDÃO CORONEL GRADUADO AUGUSTO
FREDERICO PACHECO
5a REGIMENTO DE CAVALARIA
MAJOR AUGUSTO CÉSAR
DE ARAÚJO BASTOS
1a DIVISÃO
{
DE INFANTARIA 3a BATALHÃO DE INFANTARIA
BRIGADEIRO TENENTE-CORONEL ANDRÉ ALVES
2a BRIGADA DE INFANTARIA
MANOEL LUIZ LEITE DE OLIVEIRA BELO
TENENTE-CORONEL
OSORIO 13a BATALHÃO DE INFANTARIA
CARLOS RESIN
MAJOR JOAQUIM JOÃO
DE MENESES DÓRIA
{
4a BATALHÃO DE INFANTARIA
TENENTE-CORONEL SALUSTIANO
JERÔNIMO DOS REIS
3a BRIGADA DE INFANTARIA
CORONEL ANTÔNIO 6a BATALHÃO DE INFANTARIA
MAJOR ANTÔNIO
DE SAMPAIO
DA SILVA PARANHOS
{
5a CORPO CORPO PROVISÓRIO
DE GUARDAS NACIONAIS
{
3a BRIGADA DE CAVALARIA TENENTE-CORONEL VICENTE DE
BRIGADEIRO HONORÁRIO SIQUEIRA LEITÃO
JOSÉ JOAQUIM 6a CORPO PROVISÓRIO DE
DE ANDRADE NEVES GUARDAS NACIONAIS
2a DIVISÃO TENENTE-CORONEL FIDÉLIS DE
DE INFANTARIA ABREU E SILVA
BRIGADEIRO
BRIGADA DE CAVALARIA
JOSÉ LUÍS
MENA BARRETO
BRIGADEIRO HONORÁRIO
JOSÉ GOMES PORTINHO
{ TRÊS CORPOS PROVISÓRIOS DE
GUARDAS NACIONAIS
BRIGADA DE CAVALARIA
CORONEL JOSÉ
ALVES VALENÇA { TRÊS CORPOS PROVISÓRIOS DE
GUARDAS NACIONAIS
Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.00012
Foi ainda nesse mês de outubro (no dia 12) que uma brigada brasilei-
ra destacada das forças do Marechal João Propício Mena Barreto penetrou
na República Oriental em direção à vila de Melo, capital do departamento
desse nome, a fim de aí garantir os interesses brasileiros e fazer represálias.
Compunha-se de um batalhão de infantaria e dois corpos de cavalaria
e estava sob o comando do Brigadeiro José Luís Mena Barreto.
Em 14 de outubro chegava a destino e expulsava os defensores gover-
nistas, dirigidos pelo Coronel Angel Moniz (LXXVII). Terminada a diversão,
voltava a reunir-se às tropas do Piraí Grande.
Aguirre indignou-se com essa profanação do solo pátrio e publicou
um manifesto incitando a ira popular contra o Império.
Militarmente nada ganhamos com essa incursão, porque logo desem-
paramos a nossa presa e regressamos ao ponto de partida.
marchar por terra a fazer junção com V.Exa. no ponto acima indicado.”
Mena Barreto submeteu-se ao plano assentado — escreveu ele — para não
criar dificuldades.
No dia 17 de janeiro, partiu por via fluvial para a barra do Santa
Lucía, depois de ordenar a Osorio que ali se lhe fosse juntar. Em 22, estava
em frente à Colônia do Sacramento, de onde oficiava ao ministro da Guer-
ra dizendo dispor de 3.200 a 3.300 homens de infantaria. “Esta declaração
basta” — aduz Mena Barreto — “para V.Exa. conhecer a insuficiência desta
força para atacar uma praça que devemos contar defendida pelo menos
com 5.000.”
Em Colônia do Sacramento deixou um contingente de 50 praças para
providenciar sobre fornecimento, saber dos movimentos de Saa e de Fernando
Gomes e buscar notícias de Flores (LXXXIV).
A esquadra desembarcou os infantes nas costas do Rio Santa Lucía,
para onde também Osorio se encaminhou.22 Daí avançaram todos sobre
Montevidéu. Em fins de janeiro iniciavam o sítio pelo lado de terra, de combi-
nação com as forças do General Flores. Este estabelecera o seu quartel-
general em Cerrito e Mena Barreto na Villa de la Unión. Nos primeiros
dias de fevereiro fechavam o sítio pelo lado do mar, mediante o bloqueio
da esquadra de Tamandaré.
CAPÍTULO III
duas Repúblicas” e que, como se tem visto no Uruguai, busca apoio no es-
trangeiro para triunfar, pouco se lhe dando de que com isso facilite a
prepotência da Confederação e do Brasil. Cabia-lhe ainda fazer sentir a
preponderância que a Espanha ia tomando e a possibilidade de entrar com o
resto da Europa em combinações perigosas para estas repúblicas. Finalmente
conviria que se esforçasse para melhorar a situação comercial do Uruguai
com o Paraguai, de modo que a importação uruguaia fosse direta, assim como
a exportação paraguaia também o fosse para os portos do Uruguai e não por
intermédio de Buenos Aires.
Chegando a Assunção, Herrera pôs-se logo em contato com o Gene-
ral Francisco Solano López, então Ministro da Guerra, e a seguir com Carlos
Antonio López, seu progenitor e Presidente da República. A conversação
com este último é cheia de interesse porque nos pinta a sua mentalidade
estreita e a perene desconfiança que reinava no Paraguai quer contra nós,
quer contra a Argentina. Herrera abordou com o presidente o tema da
demagogia americana. López declarou que a “necessidade primordial destes
países assim ameaçados era trabalhar sem descanso e em recíproca coadju-
vação para solidificar o governo da ordem”; que sem ordem interna forte e
respeitável nada seria possível. Lamentava não terem os homens públicos da
Confederação Argentina esses propósitos. Lembrou a tentativa da Costa
Rica para assegurar os Estados americanos de origem espanhola mediante
uma combinação hispano-americana. Ao Paraguai — disse ele — não lhe é
possível descuidar-se um só momento dos perigos imediatos que o rodeiam
nas suas fronteiras. De um lado tem os mais incorrigíveis anarquistas e do
outro, os macacos, sempre traiçoeiros e simuladores.1 As forças do Paraguai
estavam sempre reunidas para fazer frente a um dos dois, ou a ambos juntos.
Os anarquistas eram os homens mais falsos e mais corrompidos; nunca aban-
donaram a ideia de absorver o Paraguai; mas ele, López, os esperava. O pro-
cedimento de Urquiza havia sido infame. Mitre era o chefe dos anarquistas.
Os macacos eram os inimigos mais tenazes, porém ao mesmo tempo os mais
covardes. Estava preparado para recebê-los, ainda que fizessem aliança com
os anarquistas. Flores havia de invadir o Estado Oriental com o apoio de
Mitre, embora este simulasse o contrário.
Tais foram os tópicos capitais dessa conversação, que desenha com
absoluta nitidez o sentimento de ódio e de prevenção contra o Brasil e con-
tra a Argentina, de que então se achava imbuído o Governo do Paraguai.
164 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Prata e até na correção previdente da sua geografia política. Essa liga moral
encontraria ocasião, no decurso dos sucessos argentinos, de obter a adesão
de alguns dos Estados da grande Confederação vizinha e de aumentar deste
lado do Paraná os seus elementos de unidade, poder e influência.
É palpável a alusão aqui feita a Entre Ríos e Corrientes.
“Repito a V.Exa.” — escreve Herrera — “que estamos dispostos à aber-
tura do debate amplo e amistoso, sobre essa questão tão transcendental.
Diga isso ao governante amigo, a quem V.Exa. vai apertar a mão. Mas se, por
causa da direção política que rege no Paraguai, dos métodos de diplomacia
ali em uso ou por outra qualquer razão, não se julgasse oportuno iniciarem
ambos os países unidos, franca e decididamente, ante o Brasil e a República
Argentina, a combinação de um equilíbrio que produz forças e influências
em garantia de autonomia recíproca, sempre será o caso de buscar-se preli-
minarmente o acordo sobre esse propósito e também com o fim especial
sobre algumas eventualidades ou emergências que a história do passado e as
paixões do dia não nos revelam como possíveis.
Herrera formula esta pergunta:
Se sobreviesse, da parte de Buenos Aires ou do Brasil, ou de ambos em
aliança, um ataque à independência, integridade ou soberania de uma das
duas repúblicas, qual deveria ser a atitude da outra? O Uruguai veria em um
ataque à independência do Paraguai por intromissão estranha no seu gover-
no interno uma ameaça à sua própria independência e às suas próprias prer-
rogativas soberanas. Protestaria firmemente contra isso e não trepidaria em
se pôr de acordo com a nação amiga ameaçada para anular a pretensão e
resistir ao ataque.
E o Paraguai faria o mesmo, caso sobreviesse tal eventualidade à Re-
pública Oriental?
Quais os meios a adotar para a cooperação recíproca? Herrera men-
ciona dois: um tratado de aliança ofensiva-defensiva ou só defensiva e uma
convenção referente a tal ou qual ponto de política internacional assente
em bases gerais discutidas e combinadas sob a forma de notas reversais. É
possível que o Paraguai prefira a segunda solução. O Governo oriental
reputa bastante por enquanto o acordo sobre o princípio; dele se derivari-
am, à medida que as circunstâncias o reclamassem, as alianças e ligas ulte-
riores. Esse acordo, pedestal do equilíbrio a fundar, seria de resultado
eficaz, sem comprometer a política externa de cada contratante. Investiria
168 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
García não fosse propriedade usurpada por quem nela faz tremular a ban-
deira argentina. Foi essa a razão por que a República Oriental, adiando a
questão do domínio, se preocupou há anos em neutralizá-la, já que pode-
ria converter-se em obstáculo à livre navegação.”
Embora as suas instruções datassem de 3 de março de 1863, Lapido
só partiu para Assunção em 1o de julho desse mesmo ano e ali desembar-
cou no dia 9. Nesse intervalo de tempo haviam-se agravado as relações
entre o Uruguai e a Argentina por causa dos sucessos sobrevindos: Flores
invadira aquela República; dera-se a detenção do vapor argentino Salto
pelos uruguaios e a do General Artigas pelos argentinos. As coisas iam,
pois, tomando caráter mais grave e reclamando combinações mais deci-
sivas. Lapido vai escudar-se nesses incidentes para pleitear a cooperação
do Paraguai.
A sua primeira entrevista com o Marechal Francisco Solano López
ocorreu em 14 de julho de 1863.2 Lapido expôs-lhe a situação delicada em
que se debatia o Uruguai em face da República Argentina. López concordou
com ele de tal forma que o induziu a acreditar na aceitação pelo Paraguai
de um acordo recíproco dos dois países para a segurança da sua indepen-
dência e soberania e o desenvolvimento dos seus interesses econômicos.
Dias depois (dia 18) conversou com Berges, Ministro de Estrangeiros de
López, a quem fez francamente esta pergunta: Se a Argentina declarasse a
guerra ou continuasse as hostilidades contra a República Oriental, estaria o Go-
verno do Paraguai disposto a cooperar de qualquer maneira para a sua defesa?
Diante dessa interpelação tão franca e decisiva, Berges achou necessário
ouvir previamente o presidente e por isso prometeu a resposta para depois.
Em 20 de julho deu-a, de fato, a Lapido, que, nesse mesmo dia, oficiou
a Herrera comunicando-lhe. O Presidente López encarregara-o de lhe dizer
que “enquanto não soubesse a atitude assumida pelo Governo argentino
depois do ajuste projetado com o oriental, cujo resultado todavia ignorava,
não dispunha dos elementos necessários para fazer a declaração que se lhe pe-
dia. Que só com esses elementos poderia saber se era ou não chegado o caso
de o Governo do Paraguai pedir explicações ao da Argentina, de protestar,
de oferecer a sua mediação, ou de ir mais adiante, se as circunstâncias o
exigissem. Que nessa mesma ocasião Mitre protestava ao Governo do
Paraguai a sua resolução de guardar a mais absoluta neutralidade nas ques-
tões da República Oriental, e que o Governo do Paraguai não podia fazer
170 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
verno uruguaio tem motivos sérios para acreditar que a revolução de Flores
envolve a intenção decidida, por parte do Governo argentino, de atentar
contra a independência da República, e levará à prática o projeto já conhecido
da incorporação.
Cumpre, pois, a Lapido, sem perda de tempo, chamar para o fato a
atenção do Governo paraguaio e convidá-lo a prestar ao Uruguai a sua
cooperação para estorvar o projeto de Mitre. Insistia nisso — ajunta Herrera.
No pé em que libram as coisas, o concurso do Paraguai, franco e sinceramen-
te manifestado, seria decisivo para remediar os males destes países. Está ou
não está o Paraguai interessado em que a Argentina não desenvolva os seus
planos de usurpação? Se o está, não deve repugnar-lhe fazer uma aliança
para se opor a eles. Mas, mesmo sem aliança, poderia o Paraguai dar à Repú-
blica o seu apoio moral decisivo, patenteando-se à Argentina como nação
disposta a não tolerar certas subversões políticas no Rio da Prata. Quererá
ele, o mais interessado, guardar silêncio e não assumir a posição com que
pode e deve pesar nos destinos desta parte do continente? Não enviará ao
menos um representante para dizer ao Governo argentino que o seu proce-
dimento internacional inspira receios e que o Paraguai não consentirá que se
levem a cabo projetos de anexaçao e sujeição? Não mandará uma esquadra
às águas do Prata a fim de que a sua palavra seja ouvida como deve sê-lo?
Empenhe-se V.Exa. nisso, continua Herrera.
Lapido escreve a Herrera em 20 de agosto. Já iniciou as negociações de
acordo internacional com Berges. Fá-lo primeiro em caráter privado; de-
pois entrará em negociações oficiais. Redigiu umas bases que entregou a
Berges. Foi além do apoio moral; foi até à aliança, até à cooperação material
de todas as forças.
Nesse mesmo dia remete oficialmente a Herrera as ditas bases.
Herrera responde-lhe em 31 de agosto. Faz diversas reflexões sobre
essas bases e propõe leves alterações. Acha que conviria mencionar a nature-
za da cooperação paraguaia; deveria ser moral e material, por meios maríti-
mos e terrestres. Quanto à Ilha de Martín García, deveria ser pelo menos
neutralizada em tempo de guerra no Prata.
A situação — pondera Herrera — torna-se cada vez mais assustado-
ra. O Governo argentino parece decidido a fazer-se beligerante e a sua van-
guarda, capitaneada por Flores, vai receber a qualquer momento reforço
considerável. Em que disposição deverá Buenos Aires encontrar o Paraguai?
172 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
O governo deste país está destinado, para glória sua, a levar o Paraguai à
posição que lhe corresponde pela sua força, pelo seu direito e pela ilustração de
sua política previsora. Agora não basta estabelecer doutrina, é necessária
outra atitude. Pelas bases de Lapido, que Herrera acredita sejam aceitas do
Paraguai, estabelece-se que o governo deste combinará, em convênio poste-
rior, o emprego dos meios práticos para a defesa da mútua independência.
Proponha — diz Herrera a Lapido — que essa combinação seja imediata, ou
no mínimo simultânea com o tratado. Convém ainda que se intercale no texto,
como causa determinante de ação comum das duas repúblicas, esta cláusula:
“Quando uma nação estrangeira pretender por si só, ou aliando-se a
outra ou auxiliando uma revolução intervir, mudar a forma de governo da
República Oriental do Uruguai ou da do Paraguai, ou pôr obstáculos ao
pleno exercício dos seus poderes constitucionais, absolutamente soberanos
como são.”
O que Herrera afinal deseja é a imediata colaboração material.
Se — reflete ele — Lapido achar que o Paraguai resiste a intervir desde
logo para defender a independência do Uruguai ameaçada, pois destarte causa-
ria um agravo prematuro à Argentina, deve fazer sentir ao Governo para-
guaio que a ocupação da Ilha de Martín García pode justificar-se plenamente
pelo fato notório de que dessa ilha, e contra cláusulas expressas dos tratados
vigentes entre o Brasil, o Prata e as potências europeias, se põem em perigo
os direitos do Paraguai à livre navegação dos rios. Faça saber — continua
Herrera — que o Governo uruguaio, parte contratante nos aludidos con-
vênios, acharia e declararia justificada a ocupação eventual dessa parte do
seu território.
Não contente com essas explicações, Herrera mandou a Lapido no
mesmo dia (31 de agosto) um ofício reservadíssimo para lhe significar as
últimas decisões do Governo oriental.
O Governo da República — escreve o ministro de Berro — está de-
cidido a resistir a toda imposição do Governo argentino e a resolver pelas
armas qualquer novo conflito que se lhe prepare. A luta será a de um povo
pela sua independência. Tem o apoio imediato da diplomacia europeia, que
se traduzirá em cooperação prática quando a contenda assumir caráter in-
ternacional. O Brasil especialmente terá de tomar parte ativa nele, se conser-
var fidelidade aos tratados. O Governo do Uruguai convida o do Paraguai a
que também coopere. Para que essa cooperação lhe proporcione desde logo
CAPÍTULO III 173
um apelo ao arbitramento. Seu objetivo foi lançar sobre ela “a maior soma
de responsabilidade pelos atos” hostis que sem dúvida já terá hoje posto em
prática no Rio “Uruguai sob o nome de medidas coercitivas”. A verdadeira
significação do que está ocorrendo encontra-se — afirma Herrera — nessa
condensação alarmante de ameaças e perigos, não é outra senão isto: a guer-
ra está em pé, o concurso do Paraguai hoje torna-se oportuníssimo. Del Pino
recebe ordem de comunicar tudo a Berges.
Dias depois (16 de dezembro), Herrera oficia a Berges acusando
recebida a nota deste do dia 6 e as cópias dos documentos que ele remeteu
por intermédio de Del Pino. Ocupa-se novamente do insucesso das nego-
ciações uruguaio-argentinas. Como Berges o informa de que López não
aceitaria a função de árbitro, prevista no protocolo Elizalde–Lamas, aliás
já malogrado, diz que o Governo oriental respeita os sentimentos nobres
que ditaram essa decisão. “O Governo uruguaio tem em alto valor a decla-
ração que encerra o ofício de Berges de 6 do corrente, de que a República
do Paraguai inspirando-se no interesse comum continuará velando com
solícita atenção pelos acontecimentos internacionais que surjam no Rio
da Prata, assim como de que considera a conservação e independência da
Nação Oriental como condição de equilíbrio para os Estados desta parte
do continente.” Tratando das exigências de Mármol, diz que o resultado
que se buscava era “um rompimento de relações, que em qualquer mo-
mento poderia ser convertido em situação de guerra”. Ao mesmo tempo
em que a Argentina mandava a Montevidéu um agente confidencial “com
propósitos pacíficos aparentes, fortificava a Ilha de Martín García, reunia
tropas em Buenos Aires, armava navios” e punha termo à negociação “sem
responder sequer à proposta do Governo oriental para que as divergên-
cias existentes fossem resolvidas por qualquer dos governos amigos ou de
seus representantes do Rio da Prata, à escolha do próprio Governo argen-
tino”. Em vista dessa situação, espera o Governo uruguaio, sem fraquear,
que as gestões do Paraguai tomarão o caráter que os graves sucessos estão
reclamando e que Berges dará a conhecer a atitude que o Governo paraguaio
esteja resolvido a assumir.
A Argentina continuava silenciosa em face do Paraguai.
López escreve a Mitre, em 5 de dezembro, estranhando esse silêncio,
cuja causa, qualquer que seja, espera “não debilitará as relações de since-
ra amizade e consideração entre os dois governos”. Mitre responde-lhe no
182 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
dia 15. Acha que o melhor caminho, sem prejuízo da resposta oficial às notas
paraguaias, é a ida a Assunção de um agente confidencial, que se entenda
verbalmente com o governo de López sobre a questão e aplane as dificulda-
des. Já pensou em confirmar essa missão ao Dr. Lorenzo Torres.
Em 6 de dezembro, Berges faz nova investida contra a Argentina. Diz
a Elizalde que lhe enviou uma nota em 21 de outubro, em resposta à do dia
2 desse mês, mas que até agora não logrou resposta. Recebeu novos informes
do governo de Montevidéu, que comprovavam a conivência do comandan-
te do Pampero na revolução de Flores. De Buenos Aires saiu a expedição do
Coronel Juan P. Rebollo e a do Coronel Gregorio Conde. A primeira embar-
cou em 28 de outubro e a segunda em 3 de novembro, e foram capturadas
por navios de guerra orientais. “Sucessos tão desagradáveis” — comenta
Berges — “não puderam deixar de chamar a atenção do governo do abaixo
assinado e, se forem verídicos, ficam muito particularmente agravados pelas
datas que se invocam. O governo desta República nutre a confiança que o de
V.Exa. se apressará em lhe dar as explicações do caso e repete aqui a sua
esperança de que tais explicações serão de molde a desvanecer a impressão
que os aludidos sucessos têm produzidos em seus ânimos.”
Francamente irritada com o procedimento do Governo uruguaio jun-
to a López, resolve a Argentina esclarecer a situação,
Em 16 de dezembro, Elizalde oficia a Berges dizendo que seria agradá-
vel ao seu governo ter oportunidade de dar ao Paraguai explicações amisto-
sas sobre a sua política na questão interna da República Oriental, mas que,
quando se preparava para isso, chegou-lhe ao conhecimento ter o Governo
do Uruguai buscado criar-lhe junto ao do Paraguai as mais sérias complica-
ções. Confiava que a ilustração e retidão desse governo o fariam recusar-se a
praticar qualquer ato comprometedor das relações de amizade entre os dois
países. Todavia, ante a política do Governo oriental, tinha de colocar-se em
situação que não comprometesse sequer de longe nem a dignidade nem a
soberania da República. Por isso o Presidente Mitre lhe havia ordenado se
dirigisse a Berges expressando-lhe que, para responder convenientemente às
suas notas de 21 de outubro e 6 de dezembro, desejaria que o instruíssem do
que o Governo oriental solicitou do Paraguai relativamente à sua política para
com a Argentina.
Conforme ressalta da linguagem desta nota, é agora a Argentina quem
deseja explicações prévias do Paraguai, para saber quais os verdadeiros sen-
CAPÍTULO III 183
timentos que inspiram esse país e qual a influência que no assunto em debate
está exercendo sobre ele a República Oriental.
López responde no dia 20 de dezembro à carta de Mitre do dia 5 desse
mês. Salienta a tradicional política paraguaia de neutralidade e abstenção
nas questões internas dos vizinhos, mas observa que isso não é absoluto,
máxime em vista da situação geográfica do Paraguai. Em todo o caso ainda não
chegou o momento de abrir exceção por causa dos negócios orientais. Ao
contrário disso, o pedido de explicações feito ao Governo argentino é teste-
munho de amizade para com esse governo, sem esquecer o direito que assiste
ao Governo oriental de comunicar ao do Paraguai os embaraços de sua
posição, nem o dever deste de receber a comunicação como provinha de
governo amigo. “Não vejo dificuldade na resposta” — ajunta López — “ou a
necessidade de uma missão para dar as explicações solicitadas, sob a con-
dição de considerar-se como não expedida a nota de 21 de outubro.” Sem
embargo receberá a missão que vier. Passa depois a tratar da recusa do seu
nome como árbitro e formula as suas queixas contra Mitre, defendendo a
dignidade do seu governo. E termina deste feitio: “Informado de que V.Exa.
estava mandando fortificar a Ilha de Martín García e deslocando para o
litoral as forças de linha das províncias interiores, este governo vai dirigir
uma nota a V.Exa. manifestando a confiança que me assiste de que tais
disposições não terão penosa influência nos negócios internacionais com a
República Oriental.”
Esse aviso de López cumpre-se logo no dia seguinte. Em 21 de dezem-
bro, Berges oficia a Elizalde. Declara não ter ainda recebido resposta da nota
de 21 de outubro e já haver endereçado outra no dia 6 do corrente (de-
zembro). Depois disso chegaram notícias pouco satisfatórias da paz. “Entre-
tanto” — prossegue Berges — “o meu governo está informado de que o de
V.Exa. mandou fortificar a Ilha de Martín García e de que o Exército ar-
gentino, que se encontrava nas províncias interiores, recebeu ordens de se
acercar do litoral. O meu governo confia que medidas tão significativas,
que não podiam deixar de chamar-lhe a atenção, não terão sido ditadas
senão pela disponibilidade em que lhe parece terão ficado aquelas forças
com a morte do General Peñaloza, a quem combatiam e que a presença
delas no litoral, junto com os aprestos bélicos que se fazem na Ilha de Martín
García, não influirá na terminação pacífica das questões que subsistem
entre essa República e a do Uruguai e que em nada comprometerá a mais
184 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
quer entre os Estados do Prata, quer entre um deles e qualquer outra potên-
cia, em utilidade comum e como garantia da navegação dos referidos rios.
A mesma garantia tornou-se extensiva, pelos tratados de S. José de
Flores, de 10 de julho de 1853, à França, Inglaterra e Estados Unidos.
As estipulações a que acabo de aludir tiveram por fim, sem prejulgar
a questão do domínio e soberania, que tinha de ser resolvida exclusivamente
entre os Estados do Rio da Prata, assegurar, quanto fosse possível, a
neutralização da Ilha de Martín García e prevenir que fosse ela ocupada por
qualquer deles, estorvando a navegação daquele rio e de seus confluentes
declarados livres por tratados os mais solenes.
Não se impediu, nem se permitiu o seu armamento: houve apenas um
voto e um acordo entre as partes contratantes para obter daquele que esti-
vesse de posse da ilha o consentir na sua neutralização em tempo de guerra.
Discutiu-se este assunto, pela primeira vez formalmente, em 1859,
quando a Província de Buenos Aires, em desinteligência com a Confedera-
ção e a República Oriental, armou e fortificou a Ilha de Martín García com
a intenção manifesta de fazer dela a base de suas operações militares.
Dando os governos da Confederação e Estado Oriental a este fato um
alcance internacional que não tinha, exigiram do Governo imperial que
interviesse para o desarmamento da ilha e empregasse mesmo a força, se a
sua intimação não fosse atendida.
Conquanto o Governo imperial não se julgasse autorizado por virtu-
des dos tratados existentes a empregar meios coercitivos para obrigar Buenos
Aires a desarmar e desocupar Martín García, pois que a tanto não se eleva-
ram os efeitos dos compromissos contraídos por esses atos internacionais,
todavia, apreciando devidamente o seu alcance e reconhecendo que o arma-
mento poderia atrair para ali hostilidades que prejudicassem a navegação e
o comércio dos neutros, procurou por todos os meios convencer o Governo
de Buenos Aires das vantagens de neutralizá-la.
Nenhum resultado, porém, teve esta negociação. Sobreveio a conven-
ção de paz de 11 de novembro de 1859; reorganizou-se a República Argenti-
na e manteve esta o direito de ocupar e armar a ilha, sem nenhum outro
corretivo mais do que torná-la inteiramente inofensiva à livre navegação
dos rios Uruguai e Paraná.
No conceito do ministro das Relações Exteriores do Estado Oriental,
a posição que ali tomou ultimamente o Governo argentino constitui uma
CAPÍTULO III 193
* * *
No dia 1o de março de 1864, Atanasio Cruz Aguirre assumiu, como
vimos, a Presidência do Estado Oriental em substituição a Berro. A política
internacional da República não sofreu, porém, nenhuma alteração. As rela-
ções com a Argentina continuaram inamistosas e as com o Império do Brasil
194 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
foram-se complicando em vista das reclamações deste país em prol dos bra-
sileiros que habitavam o territorio oriental.
Logo que Aguirre teve notícia da próxima vinda de Saraiva em missão
especial, compreendeu que a situação poderia tornar-se grave de um momen-
to para o outro e, portanto, que lhe convinha fazer novo apelo ao governo de
López para acudir naquela emergência à República Oriental.
Resolveu por isso mandar ao Paraguai como seu representante diplomá-
tico o Dr. José Vásquez Sagastume, para prosseguir nas negociações de Lapido.13
Em 1o de maio de 1864, deu-lhe Herrera as necessárias instruções.
V.Exa. — diz ele — parte em um momento grave, em que se presagiam
perigos para a paz do continente sul-americano. Deve com urgência convidar
o governo de López a pensar nisso e a entrar em combinações. “Há um ano que
se debate no território oriental uma questão entre a autoridade nacional e
Flores, a qual, bem estudada, devemos considerar não como simples questão
de distúrbios intestinos ou de guerra civil, mas como questão argentino-ori-
ental, em que o Brasil também é parte.” A luta atual apresenta o mesmo caráter
das anteriores, suscitadas ora na República Argentina, ora no Brasil. “A Repúbli-
ca do Paraguai inscreveu em seu direito político e deu-o a conhecer à República
Argentina, ao Brasil e à Europa que a independência do Estado Oriental é condi-
ção de existência própria, porque é condição necessária ao equilíbrio político do
continente em que está situada.” Essa declaração foi ato espontâneo seu. Os
perigos que a determinaram provinham então da Argentina, mas o que ocor-
re atualmente no Prata não só com esse país, senão também com o Brasil, deve
convencer o Paraguai da necessidade “de adiantar e acentuar as suas manifesta-
ções e de empregar meios práticos para fazê-las valer”. O Brasil alimenta os ban-
dos de Flores e, ao mesmo tempo que dá vigor às suas gestões diplomáticas
ante o Governo oriental, manda uma frota às águas da República e um exérci-
to às suas fronteiras. Sagastume deve solicitar o seguinte do governo de López:
1o) Uma gestão diplomática paraguaia ante o Brasil, análoga à que se
fez ante o Governo argentino, para dar a conhecer àquele país que, toda vez
que se atente contra a independência e soberania do Estado Oriental, o Paraguai
reputará de seu dever e interesse empregar meios de resistência, pois considera
tal ataque contrário ao equilíbrio das nacionalidades do continente de que ele
Paraguai forma parte.
2o) O envio às águas do Uruguai e do Prata de alguns navios de guerra
que correspondam ao aparato bélico brasileiro em águas orientais.
CAPÍTULO III 195
3o) O envio de uma força de uns dois mil homens de infantaria e arti-
lharia, que deverá desembarcar na margem oriental do Uruguai e será utili-
zada para guarnecer os povos dessas margens, visto ter o Governo uruguaio
de lançar mão das guarnições daí para formar o exército de observação da
fronteira do Brasil, cuja missão será opor-se, em qualquer hipótese, ao exér-
cito que o Governo brasileiro está organizando em seu território e na mes-
ma fronteira. Não pode assegurar se será pacífico o resultado da missão
brasileira. Assim, porém, como o Brasil a envia com grande aparato de
força, também convém ao Governo oriental e ao paraguaio dar a impressão
de resistência armada, que muito pesará no ânimo do Governo imperial,
tanto mais precavido e pusilâmine quanto neste caso procede com complacên-
cia timoratas para com os politiqueiros e caudilhos do Rio Grande do Sul. Se a
solução for a guerra, estaremos preparados para a devida resistência; se for
a paz, o desenvolvimento de forças do Paraguai, além de haver influído
para o seu desenlace, firmará um precedente e a resolução da República
irmã de não se deixar excluir doravante do concerto dos interesses políticos
do Prata. “É de crer que o Paraguai perceba ser de seu interesse, sob mais de
um aspecto, assumir a posição para que o convidamos.” Sagastume deve ser
sóbrio na escrita e evitar por enquanto prender a República com pactos, que
nem são oportunos pela urgência dos sucessos nem convêm à República,
depois de tanto tempo perdido em pourpalers. Sem embargo, se o Governo
paraguaio atender às solicitações orientais, pode Sagastume dirigir reserva-
damente as notas convenientes, participando com toda a discrição os temo-
res do Governo oriental.
Herrera continua partidário decidido de uma ação imediata do
Paraguai; quer agora que a sua esquadra venha ao Prata e cerca de 2.000 de
seus soldados sejam mandados para a beira do Uruguai.
Já prevenido contra as indiscrições de López a Mitre, suscetíveis de
comprometerem o Governo oriental, ordena a Sagastume que economize
manifestações escritas e dê às suas notas o caráter de reservadas.
Chegando a Assunção, teve Sagastume de liquidar preliminarmente o
incidente havido com o vapor de guerra paraguaio Paraguarí.
Em 3 de junho de 1864, deu as explicações necessárias a Berges, que
respondeu no dia seguinte conformando-se com as mesmas em nome do
seu governo.14 Em 13 de junho de 1864, dirigiu-se Sagastume ao Ministro
Berges e pediu-lhe a mediação do Paraguai nas questões de que viera tratar
196 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
conquista territorial; este aspira a chegar com os seus lindes até o Rio Negro
e aquela a apossar-se do restante das terras uruguaias. E tudo isso não repre-
sentaria mais do que o primeiro passo para a absorção posterior da Repú-
blica do Paraguai. O meio de resistir a tal plano é a cooperação imediata de
López. Um poderoso exército paraguaio deveria atravessar as antigas Mis-
sões e marchar contra a fronteira brasileira definida pelo Rio Paraná. Outro
exército viria ao Prata obrar de acordo com os orientais. Acenava-se a López
com a pronta adesão de Entre Ríos e Corrientes. À testa de todos esses ele-
mentos, o presidente paraguaio ficaria senhor da situação no Prata e isolava
Buenos Aires.
Em uma palavra: Aliança do Paraguai, do Uruguai e de algumas provín-
cias argentinas, para resistir ao Império, dissociar a Confederação, anular Buenos
Aires e investir López da função tutelar de supremo árbitro das coisas do Prata.
Tal era o plano diabólico.
Berges acusou a Carreras o recebimento do seu memorando (4 de
agosto de 1864). Achou que ele solicitava resoluções graves, mais próprias
de negociações oficiais do que de uma missão confidencial e privada. “Em tal
situação” — escreveu o representante de López — “é indispensável a este
ministério saber até que ponto deve atribuir caráter oficial a esses atos e à
Legação Oriental, a fim de que o meu governo possa tomar em consideração
o memorando e seus objetos.”
Carreras respondeu no dia imediato, dizendo que escrevera o memo-
rando a pedido de López. Praticara um ato privado, mas sendo sua missão
preparar o terreno para as negociações, não lhe era possível deixar de tocar
nos meios mais conducentes a salvar as atuais dificuldades e garantir o por-
vir. Declara que o ministro do Uruguai em Assunção estava plenamente
autorizado a abrir negociações no sentido das ideias do memorando, logo
que López o desejasse.
* * *
Entrementes, os acontecimentos no Uruguai iam-se desenvolvendo
conforme já referi. Em 4 de agosto de 1864, Saraiva apresentava o seu ulti-
mato ao governo de Aguirre. Em 25 desse mês, Sagastume entregava a Berges
uma cópia desse documento.
É então que López se decide a fazer o mínimo de quanto lhe solicitava
de há muito, com verdadeira ansiedade, o Governo da República Oriental;
CAPÍTULO III 203
Em sua resposta não escondeu López a mágoa pela repulsa de sua media-
ção. “O Paraguai” — disse ele — “não deve aceitar por mais tempo a presci-
dência que se tem feito do seu concurso quando se agitam no Estado vizinho
questões internacionais que têm influído, mais ou menos diretamente, para
o menoscabo de seus mais caros direitos... Vossa união e patriotismo e o
virtuoso exército da República hão de sustentar-me em todas as emergências
para que eu proceda de modo adequado a uma nação zelosa de seus direitos
e cheia do seu grandioso porvir. Foi no desempenho de meus deveres que
chamei a atenção do Imperador do Brasil para a sua política no Rio da Prata
e quero todavia esperar que, apreciando a nova prova de moderação e ami-
zade que lhe professo, escute a minha voz. Mas se, desgraçadamente, isso não
se der e falharem as minhas esperanças, apelarei para o vosso concurso,
certo de que a decisão patriótica de que estais animado não há de faltar-me
para o triunfo da causa nacional...”
Formou-se depois dessa cerimônia uma procissão cívica, que mar-
chou do palácio à praça principal, onde se arvorou a bandeira paraguaia ao
estampido de 21 tiros. Seguiram-se festas e bailes públicos.
Pereira Pinto, mandou que Berges escrevesse uma nota a Viana de Lima
sobre o incidente (14 de setembro).
Berges relata-o salientando que desse atentado resultou não poder
chegar ao seu destino o Villa del Salto, que levava os “elementos necessários
aos defensores de Mercedes”, razão por que lograra Flores apoderar-se desse
ponto em 27 de agosto e passar em 28 para o norte do Rio Negro, “com a
intenção de alcançar a povoação de Paysandu, a cujo porto também tinham
chegado as canhoneiras brasileiras”.
“Fatos tão significativos como os que a Legação Oriental denun-
ciou” — rematava Berges — “consumados em apoio de uma rebelião com
olvido dos princípios de legalidade, base dos direitos de dinastia dos gover-
nos monárquicos, impressionaram profundamente o governo do abaixo
assinado, que não pode deixar de corroborar por esta comunicação as suas de-
clarações de 30 de agosto e de 3 do corrente.”
Apesar dessas disposições belicosas de López e da inconveniência de
que havia sofrido, continuou o Uruguai a sua propaganda junto dele para
atiçar a discórdia. Um dos documentos comprobatórios dessa verdade é o
memorando confidencial que Sagastume endereçou a Berges, em 28 de outu-
bro de 1864.15
Nele o plenipotenciário uruguaio em Assunção repete a história, já
sabida, da crise que infelicita o Estado Oriental, reedita as velhas intrigas e
giza um plano de cooperação material dos dois países. É o derradeiro apelo
do governo de Aguirre para salvar-se da morte que o aguarda.
Impossibilitada a República Oriental — escreve Sagastume — de do-
minar o território e de poder, nas suas fronteiras, dar a mão ao Paraguai,
tem de concentrar os seus elementos de defesa em um ponto, em que “impere
a bandeira de sua nacionalidade e a legitimidade do seu governo”.
“Cabe, pois, ao Paraguai, a glória invejável de levar seu poder e suas
armas ao próprio teatro dos acontecimentos, para libertar o grande princí-
pio da independência e o futuro destes povos.
Como se garantirá o resultado da empresa, justificando ao mesmo tem-
po diante do mundo o bom direito do que procede a República do Paraguai?”
Esse direito foi estabelecido “pela sã doutrina do equilíbrio ‘político
do Prata’ e não contraria a conservação das nacionalidades ali existentes”. As
primeiras explicações pedidas à Argentina pelo Paraguai por causa dos auxí-
lios a Flores foram respondidas, ficando dessa forma reconhecido o direito
210 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CAPÍTULO IV
muito tempo para reforçar o seu; julgava ainda que eles não estariam dispostos
a sustentar uma guerra prolongada. Dizia de si para si que, se não se aproveitasse
daquela conjuntura para apresentar guerra ao Brasil, este poderia fazer-lhe em
ocasião mais desfavorável para o Paraguai. Mandou por conseguinte, em loco-
motiva expressa, um dos seus ajudantes a Assunção com ordem para que o
Tacuarí (o vapor mais rápido do Rio da Prata) alcançasse o Marquês de Olinda,
que havia seguido viagem, e o trouxesse a Assunção.”2
No dia 13 de novembro, soube o ministro brasileiro da captura do
Marquês de Olinda e pediu ao Governo da República as devidas explicações.
Recebeu então uma nota, datada do dia anterior, na qual o Governo para-
guaio salientava a desatenção às suas declarações de agosto e setembro, pois
que o Exército imperial tinha invadido o Uruguai e ocupado a vila de Melo, no
dia 16 de outubro, e concluía:
“Em consequência de uma provocação tão direta, devo declarar à
V.Exa. que ficam rotas as relações entre este governo e o de S.M. o Imperador,
impedida a navegação das águas da República para a bandeira de guerra e
mercante do Império do Brasil, sob qualquer pretexto ou denominação que
seja, e permitida a navegação do Rio Paraguai, para o comércio da Província
de Mato Grosso, à bandeira mercante de todas as nações amigas, com as
reservas autorizadas pelo direito das gentes.”
Era a declaração de guerra.
Afinal triunfava a política internacional de Berro e de Aguirre, mas só
na aparência, como veremos. O auxílio que eles tanto ambicionavam, e que
não se cansaram de solicitar, chegava tardiamente e em nada lhes aproveitaria.
Viana de Lima protestou, em nota de 14 de novembro de 1864, contra a
violência injustificável do Governo paraguaio e pediu logo os seus passapor-
tes. Só em 29 de novembro conseguiu deixar Assunção, em um vapor paraguaio,
graças à intervenção amistosa do Ministro dos Estados Unidos, Washburn.
De Buenos Aires comunicou ao seu governo os acontecimentos excepcionais
ocorridos no Paraguai e lançou esta profecia, que o futuro havia de justificar:
“Tenho a firme convicção de que o Brasil inteiro se erguerá para lavar esta afronta.”
AUSENTES DA
DESTACADOS
PRONTOS E
PROVÍNCIA
PRESOS E
DOENTES
TOTAL
CORPOS
ESTADO-MAIOR 2 1 0 0 0 3
ENGENHEIROS 0 1 0 0 0 1
CORPO DE SAÚDE 7 1 0 0 0 7
REPARTIÇÃO ECLESIÁSTICA 4 1 0 0 0 4
2O BATALHÃO DE ARTILHARIA A PÉ 76 29 42 38 22 205
ARTILHARIA CORPO DE ARTILHARIA DE
74 9 82 18 2 185
MATO GROSSO
COMPANHIA DE ARTÍFICES 4 6 6 6 2 28
CORPO DE CAVALARIA DE
CAVALARIA 79 36 2 2 16 128
MATO GROSSO
BATALHÃO DE CAÇADORES
INFANTARIA 196 68 18 30 2 314
DEMATO GROSSO
SOMA 442 148 150 94 41 875
CAPÍTULO IV 223
ESTADO-MAIOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
CORPO DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
REPARTIÇÃO ECLESIÁSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2O BATALHÃO DE ARTILHARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
CORPO DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
REPARTIÇÃO ECLESIÁSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
COMPANHIA DE ARTÍFICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
CORPO DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
REPARTIÇÃO ECLESIÁSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
COMPANHIA DE ARTÍFICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
224 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CORPO DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2o DE ARTILHARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
CORUMBÁ
CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
5
ESTADO-MAIOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
CORPO DE ARTILHARIA DE MATO GROSSO . . . . . . . . . . . . 43
NOVA-COIMBRA
COMPANHIA DE ARTÍFICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
46
ALBUQUERQUE CORPO DE ARTILHARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
TAQUARI CORPO DE ARTILHARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
CORPO DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
NIOAQUE REPARTIÇÃO ECLESIÁSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
CORPO DE ARTILHARIA DE MATO GROSSO . . . . . . . . . . . . . 2
4
2o DE ARTILHARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
COLÔNIA DE
CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
DOURADOS
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
18
CORPO DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
VILA MIRANDA 2o DE ARTILHARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
41
FAZENDA BETIONE CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
CAVALHADA CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
COMPANHIA DE ARTÍFICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
COLÔNIA DE MIRANDA CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
BATALHÃO DE CAÇADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
11
POSTO SANTA ROSA CORPO DE CAVALARIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
CAPÍTULO IV 225
* * *
Antes de passar a outro teatro, convém referir a peregrinação dos dois
grupos de tropas que desembarcaram respectivamente em Sará e nas ime-
diações da fazenda do Mangabal, aquele sob a direção do comandante das
Armas e este do 2o Tenente Oliveira Melo.
O primeiro alcançou Cuiabá no dia 6 de março de 1865, depois de ter
atravessado em canoas os pantanais do Rio S. Lourenço e Cuiabá. Constava
CAPÍTULO IV 233
A expedição terrestre
seu regimento na direção do sul. Fê-lo quatro horas depois. Logo que trans-
pôs o Rio Nioaque, mandou avançar a vanguarda (1 alferes e 20 praças), sob
o comando do Capitão Pedro José Rufino (CVI). O seu efetivo total não
excedia de 130 praças, inclusive alguns paisanos. Às 8h da manhã de 31,
chegou com o grosso ao Rio Desbarrancado. A vanguarda detivera-se na
margem oposta do Rio Feio, meia légua adiante do Desbarrancado. Soube
por ela que o inimigo estava do outro lado do Feio. Reuniu-se à vanguarda.
Aí recebeu “um recado do comandante da força inimiga, em que ele lhe fazia
conhecer o desejo de falar-lhe sobre negócios de paz”. Transpôs o Feio e
aguardou do outro lado o referido comandante. Como este não viesse, man-
dou-lhe um bilhete a lápis, cientificando-o de que “nutria iguais desejos, a
fim de explicar-lhe as instruções que tinha do seu governo sobre o fato de
que se ocupavam”. Recebeu esta resposta escrita de Resquín:
* * *
Resta-me explicar qual a repercussão desses acontecimentos na capi-
tal da província. No dia 6 de janeiro de 1865, soube-se em Cuiabá da evacua-
CAPÍTULO IV 241
meses que ali estiveram, até que, baixando as águas, se desvanecesse de todo
a probabilidade de ataque pela via fluvial.”
A fim de inspecionar a posição de Melgaço, Albino de Carvalho visi-
tou-a em 3 de fevereiro.
“Havia ali nessa época, como tropa: 500 homens; do 3o da Guarda
Nacional, 98 praças de linha e a Companhia de Artífices (67 praças) guarne-
cendo seis peças de calibre 6 e dois obuses de calibe 4½ polegadas; e como
elemento naval: os pequenos vapores Cuiabá, Corumbá e Jauru, cada um
com dois rodízios; o Alfa e o pequeno Cuiabá da Companhia de Navegação
do Alto Paraguai, sem artilharia.” (CX)
Em 28 de fevereiro, já havia em Cuiabá 970 guardas nacionais e em
Melgaço, 653, afora outros pequenos contingentes em Poconé e na fronteira
de Vila Maria.
Em 12 de maio, já estavam em armas e aquartelados os batalhões da
Guarda Nacional números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8.41
Logo que Albino de Carvalho soube da ocupação de Coxim, tratou
de precatar-se desse lado; organizou uma divisão de operações de 2.000
homens, composta de duas brigadas, uma da força de linha disponível e
outra da Guarda Nacional e mandou-a ocupar um ponto do Rio Aricá “a
fim de opor-se ao inimigo quando este tentasse vir pela estrada de Piquiri
a Cuiabá”.
“Mandou mais em seguida” — conta Leverger — “ocupar por um
forte destacamento a difícil passagem do Rio S. Lourenço e estabelecer
comunicação fluvial com este, importante ponto por meio dos nossos pe-
quenos vapores, que, pela Baía de S. Félix, podiam chegar até não grande
distância da referida passagem.”
Infere-se do que acabei de referir que os paraguaios se assenhorearam
do Sul de Mato Grosso, onde implantaram o terror e arrebanharam tudo
quanto lhes poderia ser de proveito. As duas expedições, a fluvial e a terres-
tre, isto é, Barrios e Resquín, não conseguiram chegar a Cuiabá, se é que
tinham essa intenção; não lograram sequer juntar-se na marcha para o nor-
te. A expedição fluvial esbarrou pouco acima do Sará e a terrestre nos pan-
tanais do Piquiri. Em todo o caso, estava realizado o sonho de López; o
terreno que ele pretendia ser paraguaio ficava, embora momentaneamente,
sob o seu incontestável domínio. Suas tropas ocupavam, no Rio Paraguai, o
Forte de Coimbra, Albuquerque, Corumbá e Dourados e, na região entre o
CAPÍTULO IV 243
CAPÍTULO V
* * *
Enquanto se passavam esses acontecimentos no Estado Oriental, já
sabemos que López rompia brutalmente conosco e invadia a nossa Pro-
víncia de Mato Grosso. Urgia que o Brasil revelasse às nações civilizadas
essa agressão e anunciasse o procedimento que diante dela seria obrigado
a ter dentro em curto prazo. No dia 26 de janeiro de 1865, o Visconde do Rio
CAPÍTULO V 247
* * *
Deixamos o Exército Brasileiro no momento em que procurava insta-
lar-se nas imediações de Montevidéu, para começar o sítio desta cidade, de
acordo com as tropas de Flores.
A situação cada dia piorava para Aguirre; dentro de pouco tempo é
óbvio que ele ficaria isolado na capital; as tropas de Flores e Mena Barreto
por terra e a esquadra de Tamandaré por mar preparavam-lhe um cerco de
que certamente não lograria escapar. López não vinha socorrê-lo; preferira
invadir Mato Grosso.
Premido pelas circunstâncias, Aguirre apela para o Corpo Diplomá-
tico acreditado junto ao seu governo (11 de janeiro) solicitando-lhe uma
248 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
que, confundindo o seu sangue com o dos orientais, soube afastar justos
ressentimentos para ajudar-nos a cimentar o triunfo das instituições sem
nova efusão de sangue.”
Escrevendo ao Imperador, assim se exprimiu:
“Os orientais reconhecem que a paz de que hoje começa a gozar a Re-
pública e as esperanças de prosperidade de ordem que renasce com a nova
situação política são em grande parte obra da aliança que Vossa Majestade
Imperial se dignou mais uma vez conceder-nos.
“Em nome dos orientais, Senhor, agradecemos ao Brasil e ao seu
excelso Monarca tão grande, benéfico e honroso concurso, protestando
igualmente que a nossa gratidão será sem limites.”
o tirano do Paraguai? Eis a que ele deu no seu ofício a Paranhos, datado em
7 de março de 1865:
“A deficiência do convênio, de 20 de fevereiro em relação aos ultrajes
cometidos contra a dignidade do Império pelo Governo de Montevidéu, no
último período da administração Aguirre, foi parte para que o mesmo con-
vênio não merecesse do Governo imperial plena aprovação. Nas circuns-
tâncias graves do nosso país, cumpria o Governo imperial manifestar com
franqueza, e desde logo, o seu pensamento sobre tão importante aconteci-
mento, daí a necessidade para o serviço público da desoneração de V.Exa.”
As acusações do governo não tinham a mínima justificação; a de-
missão de Paranhos equivalia a uma injustiça inqualificável. Pouco tempo
depois, o ilustre brasileiro defendia-se brilhantemente da tribuna do Sena-
do em três notáveis discursos (sessões de 5, 26 e 28 de junho de 1865). Me-
recem ser lidos, pois caracterizam a elevação, saber e serenidade dos ho-
mens eminentes que serviram aos interesses reais do Brasil durante o regi-
me monárquico.
Passado o primeiro momento de dúvida e hesitações, recebeu Paranhos
as provas mais inequívocas dos aplausos de todo o país pela sua atuação
irrepreensível na guerra do Estado Oriental.
O ilustre negociador logrou provar exuberantemente que os atenta-
dos de Muñoz e Aparicio estavam compreendidos no convênio e que até já se
havia providenciado sobre eles, conforme ressaltava do ofício do ministro
de Estrangeiros do Uruguai, de 12 de Março de 1865, que os insultos à ban-
deira haviam sido reparados pelo acordo reservado de 20 de fevereiro e que
a falta de punição aos defensores de Paysandu, que haviam dado a sua pala-
vra de não empunharem de novo armas contra o Brasil e depois a violaram,
também não tinha fundamento, visto como tal compromisso nunca fora
tomado por esses defensores.
Paranhos pulverizou assim todas as acusações levantadas contra si e
abateu os seus detratores, alguns dos quais se inspiraram na inveja da glória
que com justiça ele havia alcançado em um dos lances mais graves da histó-
ria do Brasil. O sentimento de partidarismo político exerceu sem dúvida
influência nessa questão, como em todas as que se agitaram no tempo do
Império. Paranhos era conservador e fora desempenhar uma missão da mais
elevada confiança com um gabinete liberal. Quem lê hoje os debates do Sena-
do naquelas sessões memoráveis tem a percepção nítida do vulto gigantesco
256 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
cer, pedia que Rohan enviasse instruções ao chefe do exército, a fim de “se enten-
desse e conformasse com o pensamento do almirante que comanda as forças de mar
sobre os movimentos que deveriam ter as de terra, quer fosse para ocupar, quer para
evacuar o território oriental, quando se julgasse necessário”. E acrescentava: “Além
de que é o Barão de Tamandaré mais graduado na hierarquia militar, acresce que
se acha encarregado da parte da questão e mais próximo da capital, onde os acon-
tecimentos poderão aconselhar-lhe resoluções que aliás a distância não per-
mitiria que fossem pelo comandantes em chefe das forças terrestres.” (CXVI)
Beaurepaire Rohan oficiou no mesmo dia a João Propício Mena Barreto
nestes termos:
“De ordem de S.M. o Imperador, declaro a V.S. para seu conhecimento
e execução que, no caso em que as nossas forcas de terra e mar tenham de operar
de combinação, deverá V.S. cumprir as ordens do Almirante Barão de Tamandaré,
atenta à superioridade de sua patente...”
Depois do Convênio de 20 de fevereiro, dizia Tamandaré ao ministro
da Marinha, em ofício de 3 de março de 1865:
“Encarregado pelo Governo imperial da espinhosa missão de exercer
represálias contra o Governo oriental desde que se retirou do Rio da Prata, o
Sr. Conselheiro Saraiva e incumbido depois disso de dirigir a guerra contra o
mesmo governo, cumpre-me comunicar a V.Exa, agora que se acha terminada
essa campanha que muito valiosa me foi desde o princípio a cooperação
ilustrada e ativa do nosso ministro residente em Buenos Aires, Sr. Felipe José
Pereira Leal, a quem, fazendo plena justiça, posso atribuir em grande parte o
brilhante êxito da missão que desempenhei nestas águas e que Sua Majestade o
Imperador aprouve recompensar.”
Não há, pois, a mínima dúvida de que até a chegada de Paranhos estava
Tamandaré encarregado da direção militar e política da guerra.
Embora ressalvando os seus serviços e o seu inquebrantável patriotis-
mo, somos obrigados a reconhecer que ele agravou a atitude belicosa do Im-
pério. Mas, por outro lado, devemos confessar que, se não fosse a sua iniciativa
de aliar-nos francamente com Flores, talvez não alcançássemos tão rapida-
mente o desenlace que nos proporcionou o convênio Paranhos.
* * *
As perturbações militares do Prata poderiam ter ficado aí, mas a ambi-
ção incoercível e o orgulho desmesurado de Francisco Solano López, ditador da
260 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
NOTAS
Capítulo I
1
Foi durante a rebelião de Rivera que apareceram as divisas brancas e vermelhas (colora-
das), nomes com que depois passaram a ser conhecidos os partidos políticos uruguaios.
2
Em 31 de dezembro de 1838, D. Santiago Vasquez, ministro de Rivera, e o Coronel
Olazábal, representante de Berón de Astrada, Governador de Corrientes, assinavam
um tratado de aliança ofensiva e defensiva contra Rosas. O Uruguai tomava o com-
promisso de pôr em campo um exército de 2.000 homens e a Confederação outro de
4.000. (V)
3
Manual de la Historia Argentina, p. 396.
4
História Argentina, v. II, p. 8.
5
História Argentina, v. II, p.170
6
Eduardo Acevedo.
7
ACEVEDO, Eduardo. Historia del Uruguay.
8
PÔRTO, Aurélio. Influência do caudilhismo uruguaio no Rio Grande do Sul.
9
Idem.
10
ARARIPE, Tristão de Alencar. Guerra Civil no Rio Grande do Sul.
11
Documento do Arquivo Público, citado pelo Dr. Fernando Osorio na Vida do General
Osorio (XXIV)
12
Documento do Arquivo Público, citado pelo Dr. Fernando Osorio na Vida do General
Osorio. (XXV).
13
O artigo 19 dizia: “O Governo oriental nomeará o General D. Engenio Garzón a Gene-
ral em chefe do Exército da República, assim que o dito general tenha reconhecido no
Governo de Montevidéu o governo da República.”
14
SARMIENTO. Obras. Tomo XIV, p. 113–114.
15
LEVENE, Ricardo. Lecciones de Historia Argentina, 2o v., p. 376–377.
262 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
16
Rosas passou da legação inglesa para bordo do Ceutaur e deste para o Conflict, ambos
navios de guerra da Marinha da Inglaterra. Partiu no segundo para a Europa e foi residir
em Southampton, onde faleceu, em março de 1877, aos 84 anos de idade.
17
SARMIENTO. Obras. Tomo XIV, p. 270.
18
IBARGUREM, Carlos. Juan Manuel de Rosas. Su vida, Su tiempo, Su drama. Buenos
Aires, 1930.
19
SARMIENTO, Obras. Tomo XIV. p. 286.
20
El Dictador del Paraguay José Gaspar Francia, Concordia, 1923. (XXXVII)
21
Art. 12 — “Fica garantida para as duas potências, seus súditos a navegação dos rios
Paraná e Paraguai, em toda a extensão dos dois Estados e domínios.”
22
Cecilio Báez, no seu livro Resumen de Ia Historia del Paraguay, que me proporcionou
numerosas informações.
23
Findaria, portanto, em 26 de abril de 1857, pois que a troca das ratificações se operou
em Assunção, no dia 26 de abril de 1851.
24
Tinha sido firmado no Rio de Janeiro, por Honório Hermeto Carneiro Leão e Antônio
Paulino Limpo de Abreu, como representantes do Brasil. Pouco tempo depois (23 de
outubro de 1851), partia Carneiro Leão para o Rio da Prata, no caráter de enviado
extraordinário e Ministro Plenipotenciário, levando como secretário o Dr. José Maria
da Silva Paranhos, futuro Visconde do Rio Branco. Quando, meses depois, ele deixou
esse cargo, foi Paranhos nomeado para substituí-lo (9 de abril de 1852) e assim per-
maneceu no Rio da Prata até dezembro de 1853. Era, portanto, Paranhos o represen-
tante do Brasil em Montevidéu quando sobrevieram os levantes que acabaram apean-
do Giró do poder, e foi por isso a ele que o mesmo Giró encaminhou os seus apelos.
25
Biografia de José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco, em Revista Ame-
ricana, v. XIV.
26
Durante o seu governo, Flores também solicitou do Brasil um auxílio pecuniário,
que ele prestou mediante a entrega de 60.000 patacões mensais. A Lei no 723, de 30 de
setembro de 1853, autorizara o Governo imperial a fazer esse empréstimo durante
um ano; a sua prorrogação exigiria nova autorização legislativa. A primeira mensa-
lidade foi paga em dezembro de 1853 e a última em dezembro de 1854.
27
Juliano Miranda, p. 121.
28
Veja-se a Historia del Uruguay, de Eduardo Acevedo, IV tomo.
29
PELLIZA, Mariano. Historia Argentina. Tomo II, p. 438.
30
Solano López deixou Assunção a bordo do vapor de guerra Tacuarí, investido do
cargo de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário. Acompanhou-o um pes-
soal de legação numeroso. Levou como adidos militares Isidoro Resquín, Antonio
Estigarribia, José E. Díaz e outros. De passagem em Rosario entreteve-se com Urquiza.
NOTAS 263
Em 12 de outubro, estava em Buenos Aires e dava logo começo à sua tarefa. Houve
várias conferências, mas afinal a renúncia de Alsina aplanou as dificuldades. Em 29 de
novembro de 1859, tornou a embarcar no Tacuarí para regressar a Assunção. Logo
que esse vapor levantou âncora, passaram-lhe pela proa as duas canhoneiras inglesas
Buzzard e Grappler com demonstrações hostis (LI). Afirmam que López deu ordens
para que se resistisse; diante, porém, das reflexões do comandante, que era inglês, bem
como das dos maquinistas, que também o eram, resolveu desistir do intento e desem-
barcar. Dias depois seguiu por terra até Paraná e de lá por via fluvial, a bordo do Igurey,
até Assunção. O procedimento inamistoso dos ingleses provinha do fato de estarem
estremecidas naquela época as relações entre o Paraguai e a Inglaterra, em vista da
prisão, como conspirador, de um indivíduo chamado Santiago Canstatt. O cônsul
inglês em Assunção protestou contra esse ato, correndo em auxílio de um cidadão que
ele considerava súdito inglês, embora o Paraguai lhe contestasse essa nacionalidade.
López não admitiu a intervenção e declarou que iria tratar diretamente com o governo
de sua majestade britânica. O cônsul replicou dizendo-se autorizado para a nego-
ciação direta e formulando certas exigências. López repeliu-as e entregou-lhe os
passaportes. As boas relações entre os dois países só foram restabelecidas pela conven-
ção de 14 de setembro de 1862, firmada por Francisco Sánchez, Ministro de Estrangei-
ros do Paraguai, e Thornton, Ministro inglês enviado em missão especial a este país.
31
Consulte-se o livro desse último, denominado Urquiza e Mitre.
32
Victorica — Obra citada.
33
Foi ratificado na cidade do Paraná, em 14 de junho de 1856, por Joaquim Tomás do
Amaral, representante do Brasil, e Juan Maria Gutiérrez, da Confederação (LIII).
34
Relatório do ministro das Relações Exteriores do Brasil.
35
Nota de 14 de abril de 1855.
36
Relatório do Visconde do Rio Branco.
37
Raia pelo Paraná à foz do Iguatemi, depois por este e o galho principal (deixando o
Escopil ao norte), pela Serra de Maracaju, pelo Apa e pelo Rio Paraguai.
38
Relatório do Ministério das Relações Exteriores de 1857.
39
ALBERDI, Olleros. p. 294–295.
40
Resumen de la Historia del Paraguay, p. 118 e 119 — 1910.
Capítulo II
1
História del Uruguay.
2
Em ofício de 14 de maio, Saraiva já havia dito ao ministro dos Estrangeiros do Brasil: “Es-
tou persuadido, Sr. Conselheiro, que, se por qualquer modo e por uma ação combinada
264 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
com a República Argentina, dermos a paz a este Estado, a nossa tarefa facilitar-se-ia,
o Brasil teria muito que ganhar e nada que perder.”
3
Ministro do Interior de Aguirre.
4
Anos depois (1894), rebatendo da Bahia acusações injustas articuladas contra ele
pelo Dr. Vásquez Sagastume, escreveu Saraiva: “Resigne-se, portanto, V.Exa., a car-
regar sozinho com a responsabilidade que assumiu indo ao Paraguai, em 1864,
como enviado do Presidente Aguirre, intrigar o Brasil com López e convencê-lo da
existência de um tratado secreto do Império com a Confederação Argentina. Não é,
porém, essa a menor falta do Sr. Sagastume, como chefe da facção mais exaltada do
Partido Blanco. Os meetings numerosos, que lhe valeram a denominação temporá-
ria da cidade de Montevidéu e constrangeram o Sr. Presidente Aguirre a romper o
acordo com Flores, constituem a sua maior responsabilidade para com a sua pátria,
para com o seu partido e para com o Brasil, de cujas intenções, então como hoje, não
podia duvidar”.
5
Em ofício de 7 de julho, escrevia-lhe o ministro dos Estrangeiros: “Se os meios pací-
ficos e diplomáticos não medrarem, se o Governo oriental persistir em sua recusa
procrastinando ou iludindo o nosso último apelo amigável, será forçoso e impres-
cindível prosseguir para diante, fazendo-nos justiça por nossas mãos, sejam quais
forem as consequências.”
6
Mais tarde (26 de julho) pronunciava-se deste teor em ofício ao ministro dos Es-
trangeiros. “O que sobretudo convém é organizar o nosso exército e preparar-nos
para qualquer eventualidade. De um dia para outro, quando menos se espere, pode
dar-se o caso de ser indispensável precipitar os acontecimentos e evitar complicações
mais graves e embaraços que depois não seja possível superar. V.Exa. compreende
também quanto importa que a ação do desforço individual na fronteira não venha
a preceder e substituir a do governo. Vale mais certamente que entre o Exército
imperial no território do Estado vizinho, com o fim de pacificar o país, do que
consentir que os brasileiros o façam por sua própria conta. O primeiro expediente
dará resultados prontos; o segundo, desvirtuando as nossas intervenções e signifi-
cando que o Governo do Brasil não exerce sobre os seus súditos a influência que
merece por sua regularidade e organização.”
7
Pela revisão feita em 1862, a força da Guarda Nacional qualificada no Rio Grande do
Sul era: Do serviço ativo: Cavalaria (24.878), Infantaria (2.274), Artilharia (344); Do
serviço de reserva: Infantaria (11.309). Total do efetivo: 38.805 homens. (Relatório
do Presidente da Província — 1o de março de 1863).
8
Relatório do ministro da Guerra e relatório do presidente da província.
9
Em outros documentos também aparece a denominação Exército do Rio Grande do Sul.
NOTAS 265
10
Mapa enviado pelo presidente da província ao ministro das Relações Exteriores e
datado de 27 de julho de 1864.
11
Doze peças: La Hitte, calibre 4, e Paixhans, calibre 6. (LXXIV)
12
Informes dados por Homem de Melo na biografia do Barão do Triunfo.
13
O Dr. Fernando Osorio informa que o efetivo era, em princípio, de 800 homens e afinal
alcançou 1.500. Formavam-no brasileiros que residiam na República Oriental.
14
Historia del Uruguai.
15
Devemo-los ao Dr. Fernando Osorio (História do General Osorio); são reproduzidas
quase textualmente. (LXXXII)
16
Informações do Dr. Fernando Osorio.
17
Seria interessante traçar com precisão o itinerário dos brasileiros. Quando o Major
Francisco Gil Castelo Branco exercia o cargo de adido militar à legação do Brasil em
Montevidéu, pedi-lhe que estudasse esse problema (LXXXIII).
O major foi a Paysandu e Salto e percorreu parte da região, buscando informações
locais. Soube que Félix Vergara e o Capitão Claro, ambos já mortos, serviram de
vaqueanos ao exército invasor. Um neto de Vergara, com quem ele pôde conversar,
transmitiu-lhe os informes orais que múltiplas vezes ouvira ao avô. Resumem-se
nisto: “Os brasileiros partiram do Piraí e procuraram a Coxilha de Santana, por
cima da qual vieram até chegar a Guarda de Graviju, onde atualmente existe um
marco de linha divisória. Desse sítio penetraram no território oriental e cruzaram o
Departamento de Rivera (que naquele tempo fazia parte do Tacuarembó) até cingi-
rem a Coxilha do Haedo, na parte compreendida entre os Cerros de Lunarejo e de
Inbernillo. Nessa cruzada através de Rivera deixaram S. Fructuoso (hoje Tacua-
rembó), à esquerda (sul). Não vieram diretamente da fronteira de Bagé (Arroio S.
Luís) a S. Fructuoso porque o caminho direto a essa povoação era mau e o solo
muito pedregoso em todo o percurso. Atingida a Coxilha do Haedo, continuaram
para o sul, por cima desse divisor de águas. Como apareceu na tropa uma epidemia
de tifo, o general brasileiro procurou encurtar o caminho e evitar a grande volta que
faz a Coxilha do Haedo antes de tomar o rumo de oeste (Paysandu). Abandonou,
por isso, a Coxilha do Haedo, demandando o Cerro do Arbolito e seguiu depois
pelo divisor que separa as águas do Queguay Chico das do Arroio Corrales. Cruza-
ram o Rio Queguay Grande pelo Passo de Andrés Peres e encontraram novamente a
Coxilha do Haedo, que acompanharam até a Coxilha del Rabón, por cima da qual
chegaram a Paysandu.” Depois de registar estes informes de Gonçalves, pondera o
Major Castelo Branco que uma carta de Mena Barreto a Flores, de 24 de dezembro,
foi escrita do acampamento brasileiro, “nas pontas do Arroio Tres Arboles”, o que
parece indicar que o General Propício acompanhou a Coxilha do Haedo em todo o
266 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
seu percurso, contrariamente ao que afirma Gonçalves. “Com efeito” — escreve o Major
Castelo — “segundo Gonçalves, a coluna cruzou o Queguay pelo Passo de Andrés Peres
e retomou, portanto, a Coxilha do Haedo muito mais a oeste do acampamento que
ocupou o General João Propício em 24 de dezembro. Talvez o desvio Arbolito-Passo de
Andrés Peres fosse o percorrido por alguma flanco-guarda, mandada prudente-
mente pelo General Mena Barreto. O nosso general em chefe só deveria ter sabido da
derrota de Saa ao chegar às pontas do Arroio Tres Arboles (como o prova a sua resposta
a Flores) e tudo aconselhava o chefe brasileiro a cobrir a sua direita, pois uma das
missões dadas a Lança Seca poderia bem ser a de inquietar a marcha dos invasores.”
Pelas cartas de Mena Barreto a Tamandaré, o autor deste livro verificou que o Exército
do Sul estava:
Em 8 de dezembro, na costa do Arroio Hospital;
Em 13 de dezembro, no Arroio Seival;
Em 19 de dezembro, nas pontas do Clara;
Em 21 de dezembro, no Arroio da Quebrada;
Em 22 de dezembro, nas pontas do Salsipuedes.
18
Parte do General João Propício Mena Barreto.
19
Parte do General João Propício Mena Barreto.
20
No cálculo das perdas vali-me das relações mandadas ao governo pelo General João
Propício e das informações de Rio Branco.
21
Copiado de uma nota do Barão do Rio Branco à obra de Schneider.
22
Em Fray Bentos recebeu Mena Barreto um reforço de três batalhões de infantaria
com 1.700 homens, enviados do Rio de Janeiro.
Capítulo III
1
Diz Herrera na sua nota ao Governo uruguaio (16 de março de 1862) de que extraio
estes informes e dada a lume na obra La Diplomacia Oriental en el Paraguay, de Luís
Alberto Herrera, que López nunca pronunciou os vocábulos argentinos ou portenhos
e brasileiros, e sempre se referia a esses povos chamando-lhes respectivamente anar-
quistas e macacos.
2
Cumpre advertir que Carlos Antonio López morrera no dia 10 de setembro de 1862 e
fora substituído na magistratura suprema do país por seu filho Francisco Solano López.
3
O leitor há de lembrar-se, como já lhe mostrei, de que o governo de Berro devia terminar
em 1o de março de 1864.
4
Berges junta cópia de todos esses documentos à sua nota.
5
Logo que Lapido soube o teor da nota de 6 de setembro e que o Paraguai também ia
NOTAS 267
mandar à Argentina cópias das notas que a República Oriental lhe havia dirigido,
ficou receoso de que essa denúncia das gestões do Uruguai junto a López acarretasse
novas complicações para o seu país. Esforçou-se, por isso, com Berges para demovê-
lo de juntá-las, mas Berges a nada cedeu. Pediu-lhe sobrestivesse na expedição da sua
nota, naturalmente para ter tempo de consultar Herrera. Berges esperou alguns
dias, porém em 13 de setembro declarou-lhe que a referida nota seguiria no paquete
de 21, como de fato seguiu.
6
Em 1o de outubro de 1863, dizia Herrera a Lapido que o Governo oriental estranhara
houvesse o Paraguai enviado as cópias para Buenos Aires sem esperar a resposta da
consulta que ele, Lapido, havia feito ao seu governo. Informa-o de que foi preciso
habilitar o ministro oriental em Buenos Aires para salvar o dito governo “da acusação
que forçosamente lhe faria o ministro do Brasil, ao saber que o Governo argentino
conhecera por uma revelação paraguaia o despacho do Governo uruguaio dirigido a
Loureiro, comunicação que este diplomata tinha o direito de considerar desconhecida
de todos, estando pendentes, como estavam, as gestões a que deu lugar”. A inconveni-
ência do procedimento do Governo paraguaio obrigou-me —prossegue Herrera — a
munir o Sr. Lamas dos dados necessários para desvirtuar a acusação de indiscrição
que poderia recair sobre a chancelaria do Governo da República.
7
Já sabemos como explicar a demora. Berges só a expediu em 21 de setembro, por
haver cedido em parte ao pedido de adiamento de Lapido.
8
Lapido havia-se ausentado de Assunção e deixara Del Pino, seu secretário, substi-
tuindo-o.
9
A Egusquiza determinou que o Tacuarí fosse para Buenos Aires logo que o Igurey
chegasse a Montevidéu. Quando aquele aportasse à capital argentina, Egusquiza
devia oficiar a Elizalde avisando-o disso para receber a resposta. Se dentro de oito
dias não viesse, oficiaria outra vez, declarando que o Tacuarí não poderia esperar
mais tempo. Caso lhe fosse pedida prorrogação, só deveria conceder três dias. López
cuidava provavelmente que destarte forçaria a Argentina a manifestar-se.
10
Já sabemos que Lapido se havia retirado, porém estava ali o encarregado de negócios.
11
Ministro brasileiro em Montevidéu.
12
João Pedro Dias Vieira.
13
Tendo Lapido passado a ministro de Estado, foi dispensado do cargo que exercia em
Assunção. Herrera notificou isso a López em ofício de 14 de março de 1864.
14
Resume-se este incidente no seguinte: O Paraguarí chegou a Montevidéu em 27 de
fevereiro de 1864, levando como passageiros três orientais desterrados. Logo depois
entrou a bordo um comissário de polícia oriental, mandou que todas as pessoas
estranhas ao navio desembarcassem imediatamente e proibiu que os três orientais se
268 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Capítulo IV
1
Anos depois (1894), estava Sagastume no Rio de Janeiro quando o Jornal do Commercio
publicou um artigo sobre o Forte de Coimbra em que havia este trecho:
“O Sr. Barão do Rio Branco pensa que Solano López não se tinha armado com o fim
de fazer a guerra ao Brasil nem mesmo com o pensamento de alargar seus domínios
para o sul, e que talvez se armasse somente para ganhar fama militar e influência nas
questões do Prata, mas, levado pelas sugestões do Ministro oriental Vásquez Sagastume,
que conseguiu fazê-lo acreditar na existência de um tratado secreto entre o Brasil e a
República Argentina, lançou-se na guerra contra nós.”
Para rebater essas afirmações, escreveu Sagastume uma carta a Quintino Bocaiúva
(19 de junho de 1894), que a publicou em O Paiz.
“É uma apreciação histórica” — diz nela Sagastume — “que devo retificar para libertar
o meu nome da responsabilidade que se pretende impor-lhe...” “O Barão do Rio
Branco foi mal informado. Nunca sugeri ao Marechal Solano López a ideia do tratado
secreto a que alude. O modo desusado, impertinente e violento com que o Conselheiro
NOTAS 269
José Antônio Saraiva iniciou a sua missão diplomática em Montevidéu no ano de 1864,
despertou sérios temores sobre a autonomia do Estado Oriental. Acreditou-se geral-
mente que a sua independência estava ameaçada, e esta crença, confirmada pela nega-
tiva do Sr. Saraiva a todo e qualquer acordo amigável e justo, além disso a pretensão de
se ingerir no governo interno do país, sublevou a opinião de muitos dos melhores
amigos do Brasil. O Paraguai, julgando também que corria perigo o equilíbrio político
do Prata, que era de vital importância para os seus interesses e relações internacionais,
ofereceu a sua mediação. A repulsa dessa mediação deu lugar ao protesto de 30 de
agosto, no qual declarou que a invasão do território oriental por forças do Exército
Brasileiro seria considerada pelo Paraguai casus beli. Esse protesto foi desatendido, a
invasão do território oriental efetivou-se e dái resultou a guerra.
Esta é a história.
Foi uma desgraçada escolha a do Sr. Saraiva. Qualquer outro teria evitado a guerra,
procedendo com menos vaidade e mais acerto. A César o que é de César. O leitor
dispõe agora das peças do processo e pode sentenciar que essa não é a história. Depois
das instruções que recebeu de Herrera em 1o de maio de 1864 e do memorando que
dirigiu a Berges em 28 de outubro, ninguém poderia imaginar que Sagastume tivesse o
ousio, abusando da ignorância habitual do público quanto a minúcias da política
internacional, de vir desculpar-se diante dos brasileiros da grave falta, senão do crime
que havia cometido atiçando com inverdades a guerra contra nós e contra a Argentina,
nem que se aproveitasse da oportunidade para agredir o nosso plenipotenciário na
questão oriental. Felizmente Saraiva ainda vivia quando ele teve esse desplante e, da
Bahia, onde se encontrava, revidou-lhe com a altivez e a energia que merecia o agressor.
No folheto que então deu a lume, e de que extraio esses informes (*), diz Saraiva:
“Em 1880, era eu Presidente do Conselho e tive a honra de receber a visita do Sr. Sagas-
tume, ministro oriental. Antes de tomar assento na cadeira que lhe ofereci, perfi-
lou-se diante de mim e proferiu as seguintes palavras: Senhor ministro — Tem V.Exa.
diante de si o homem que foi em 1864 o maior inimigo do Brasil e que hoje é o seu mais
sincero e dedicado amigo.” A primeira afirmação é positivamente verdadeira como o
leitor acaba de verificar. Quanto à segunda, não duvido se houvesse ele arrependido
das injustiças revoltantes que praticara contra o Brasil. O esforço com que tentou
dissimular a verdade em 1894 parece sintoma característico de que se sentia realmen-
te envergonhado das intrigas que urdira em Assunção.
(*) Resposta do Conselheiro José Antônio Saraiva ao Dr. Vásquez Sagastume, Bahia, 1894.
2
THOMPSON, George. A Guerra do Paraguai.
3
Os batalhões 6o e 7o tinham estado empregados durante muitos anos na preparação
do leito da única linha férrea que então possuía o Paraguai. “Eram os dois melhores
270 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
trutor de artilharia do Exército dessa República, por ocasião das desinteligências com
Rosas. O próprio Solano López foi seu discípulo e lhe chamava mi maestro. O Tenente
Vilagran Cabrita, morto por uma bala paraguaia em 10 de abril de 1866, na Ilha de
Redenção, em frente a Itapiru, foi também instrutor do Exército paraguaio e era
ajudante de Pôrto Carrero. Na mesma época, tínhamos no Paraguai como encarrega-
do de negócios do Brasil um outro engenheiro distinto, o General Pedro de Alcântara
Bellegarde.”(XCV)
10
No dia 25 havia Pôrto Carrero efetuado um exercício de tiro para treinar a guarni-
ção, o qual não passou despercebido aos atacantes na sua marcha fluvial de aproxi-
mação. “A expedição de Barrios” — escreve Rio Branco — “havia ancorado no dia 25
a curta distância do forte, para dar lugar a que se lhe juntassem os navios mais atrasa-
dos, e do sítio que então ocupavam, ouviram os invasores um fogo bem sustentado de
artilharia e fuzilaria. Barrios ordenou que um dos seus vapores se adiantasse para
reconhecer o forte, e os exploradores voltaram com a notícia de que a guarnição fazia
exercícios e atirava ao alvo. Com efeito, apesar de não acreditar no rompimento do
Paraguai, o Coronel Pôrto Carrero quis preparar para a defesa os seus soldados, que,
perfeitos no manejo das armas de infantaria, pela maior parte deixavam muito a
desejar como artilheiros, e no dia 25 fez um exercício geral, simulando-se que o forte
era atacado, tomando toda a guarnição seus postos de combate e atirando-se à bala
sobre alvos colocados na margem fronteira e em vários pontos da margem direita.”
11
Barrios informa que mandou romper o fogo às 11h30min da manhã.
12
Estavam montadas em seu interior 11 peças, mas só cinco laboraram, porque só
havia 35 artilheiros disponíveis (Rio Branco).
13
Não consegui apurar se os paraguaios desembarcaram artilharia na margem direita.
Um trecho da parte de Pôrto Carrero dá a entender que sim. Em todo o caso, a prepa-
ração de artilharia foi feita pelos navios, pelas baterias flutuantes ou chatas e pelas peças
das baterias levadas para a base do morro da Marinha. Sobre a ação destas, escreve o
General Melo Rêgo: “Nem com a artilharia que para ali levaram colheram os paraguaios
vantagem de tão boa posição. As suas balas, quando não feriam os seus, passavam por
cima do forte para se perderem na encosta do morro.”
14
Pela parte de Barrios parece que as tropas que desembarcaram no dia 28 e tentaram o
assalto do forte pertenciam aos batalhões 6o e 7o. Rio Branco, talvez repetindo Thompson,
diz que eram do 6o batalhão, forte de 750 homens.
15
“Barrios em sua parte oficial diz que a guarnição abandonou a bandeira que flutuava
no forte e a do Corpo de Artilharia de Mato Grosso. Inteiramente inexato. A bandeira
do forte foi levada para Cuiabá pelo Coronel Pôrto Carrero, e a do Corpo de Arti-
lharia chegou à mesma capital no dia 31 de abril, quando ali entrou o 2o Tenente
272 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Oliveira Melo. A única bandeira tomada pelos paraguaios em Mato Grosso foi a do
vapor Anhambaí. Barrios só enviou de Coimbra pedaços de uma bandeira velha,
que por esquecimento não foram inutilizados.” (Rio Branco).
16
“A 14 léguas acima de Coimbra está situada a povoação de Albuquerque, que em 1810
era apenas uma fazenda de gado da Nação, foi-se tornando em povoação até 1833,
elevando-se depois a freguesia. Aí conservava o governo sempre algumas praças
aguarteladas, como sinal de que reconhecia que esse ponto devia ser o centro das forças da
Província, prontas a acudir ao primeiro reclamo do Forte de Coimbra ou do de Miranda.
Infelizmente, na ocasião precisa em Albuquerque, não exista mais que meia dúzia de
praças.” (Notícia da Província de Mato Grosso, de Joaquim Ferreira Moutinho) (XCIX)
17
Fê-lo, segundo afirma Schneider, porque ia muito carregado. Rio Branco confirma
esse desembarque, que me parece inexplicável, em vista da presença do Jauru e do
Corumbá. Não encontrei as partes referentes ao caso.
18
Vinham mais na Jacobina 51 praças do 2o Batalhão de Artilharia a Pé, sete da Companhia
de Artífices, guardas da Alfândega, diversos paisanos e grande número de mulheres e
crianças de ambos os sexos. (Parte do 2o Tenente João de Oliveira Melo).
19
Segundo Barrios, mais ou menos seis léguas acima de Corumbá.
20
Parte de Barrios.
21
Rio Branco.
22
Parte de Barrios.
23
Ficava no Rio Paraguai, 30 léguas acima de Corumbá e não muito longe da foz do S.
Lourenço. Aí tinha o governo alguns armazéns com artigos de marinha. Era também
conhecido pelo denominação de Estaleiro dos Dourados. O 2o Tenente da Marinha
Durocher, três praças e o escrivão, que nele se encontravam, retiraram-se para Corumbá
logo que souberam da invasão dos paraguaios. (Ferreira Moutinho, na sua Notícia
sobre a Província de Mato Grosso, e Rio Branco). (C)
24
O Yporá fora a Corumbá levar a notícia do aprisionamento do Anhambaí.
25
Na tarde de 6 de Janeiro, conta Barrios, chegaram a Corumbá um cabo e dois solda-
dos, que vinham da vila de Miranda, em canoa, com correspondência. Traziam comu-
nicações sobre o que os paraguaios já haviam praticado na Colônia de Miranda e na
de Dourados. Tinham saído daquela vila no dia 1o e cruzado em caminho com outro
correio que levava notícia sobre os sucessos de Coimbra e Albuquerque.
26
O 2o Tenente Luciano fora deixado na fazenda do Bananal, em 28 de janeiro de 1865,
pelo Tenente-Coronel Carlos de Morais Camisão, para reunir dispersos do bata-
lhão que andavam pelo pantanal. Rio Branco confessa não ter podido encontrar
nem a parte do comandante das Armas nem a do 2o Tenente Luciano. Também eu
não o consegui. Apenas me deparou no Arquivo Nacional a parte do Tenente Melo.
NOTAS 273
27
São muito escassos os informes relativos às operações dessa coluna, como aliás sobre
toda a invasão paraguaia em Mato Grosso. O próprio Resquín apenas lhe dedicou
poucas linhas nos seus Datos históricos de la guerra del Paraguay con la Triple Alianza.
Rio Branco, sempre escrupuloso e verídico, investigou o assunto e tomou vários apon-
tamentos em conversa com o General Caballero, que servira às ordens de Resquín, as
quais combinam, segundo ele afirma, com as partes oficiais paraguaias publicadas no
Semanario e com o relatório de Leverger, depois Barão de Melgaço, quando Presidente
da Província (17 de outubro de 1865). (CIV) Felizmente encontrei no Arquivo Na-
cional, não as duas primeiras partes do Tenente-Coronel Dias da Silva (30 de dezem-
bro de 1864 e 2 de janeiro de 1865), mas a terceira (31 de janeiro de 1865), escrita do seu
campo volante em Camaquã, na qual ele diz que faz nova descrição minuciosa do desaca-
to traiçoeiro dos paraguaios. Guio-me por ela. Quanto ao que ocorreu na Colônia de
Dourados, reproduzo por vezes literalmente alguns trechos de Rio Branco.
28
Rio Branco.
29
Tal é a curta narrativa de Urbieta, sem dúvida a que dá mais lustre ao patriotismo e à
bravura de Antônio João, porque promana do adversário. A morte do heroico co-
mandante de Dourados e o aprisionamento dos seus comandados que lhe sobrevive-
ram impediram-no de conhecer hoje todos os pormenores da luta. “As duas praças
feridas” — escreve Rio Branco — “e mais 10 outras ficaram prisioneiras, o que impor-
ta dizer que não escapou um só dos 16 homens de que se compunha o destacamento:
três foram mortos e 12 prisioneiros, entre os quais os dois feridos; o soldado que
faltava havia seguido antes para a colônia militar de Miranda com ofícios do Tenente
Antônio João e foi aprisionado perto dessa colônia pelas forças de Resquín. Todos os
prisioneiros morreram no Paraguai, antes de terminada a guerra”. Urbieta declarou
em sua parte só ter tido dois feridos: um oficial (Tenente Benigno Diaz) e um soldado.
30
No momento em que redigia essa parte (31 de janeiro de 1865), Dias da Silva só tinha
consigo 10 oficiais e 27 praças do seu corpo. Rio Branco diz que em uma comunicação
desse oficial ao ministro da Guerra, de 5 de julho, ele informa que dispunha no Rio
Feio de 130 homens, inclusive 20 paisanos voluntários, que foi perseguido por espaço
de três léguas e que nas guerrilhas que sustentou foram mortos dois cabos, cinco
soldados e um voluntário. Não logrei encontrar a parte de 5 de julho.
31
Em Miranda, estava-se organizando o 7o Batalhão da Guarda Nacional.
32
Relativamente a esse vocábulo, lê-se no Dicionário de Domingos Vieira: “Todo o apa-
relho de fazer diligência em viagem, como bestas de tiro, coches, embarcações ligeiras,
de onde saem postilhões, correios etc., etc.”
33
Parte do Capitão Manuel Alves Pereira da Mota. Em 5 de maio, Dias da Silva já estava
em Santana do Paranaíba. Escrevendo ao ministro da Guerra nesse dia, comunicava
274 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
41
Convém deixar aqui consignado que o General Albino de Carvalho, não se tendo
conformado com o procedimento do Coronel Carlos Augusto de Oliveira aban-
donando Corumbá sem fazer rosto ao inimigo, tomou em 3 de março de 1865 a
seguinte resolução:
“O Presidente da Província considerando que o Coronel Carlos Augusto de Oliveira,
Comandante das Armas da mesma Província, não pode mais desempenhar este cargo
com proveito do serviço público depois do desastroso abandono que fez do impor-
tante e florescente ponto de Corumbá sem ter visto o inimigo, inutilizando e desmora-
lizando assim as forças de linha sob seu comando, a qual até hoje anda dispersa e
fugitiva por esses pantanais ínvios, por onde se meteu o mesmo Comandante das
Armas com parte dela, e que à vista do seu procedimento é indispensável e urgente a
sua substituição por um oficial superior que tenha as qualidades correspondentes a
semelhante cargo, na melindrosa situação presente; resolve, em virtude do art. 5o, §
8o da Lei no 38, de 3 de outubro de 1834, suspender o mencionado Coronel Carlos
Augusto de Oliveira do exercício de Comandante das Armas desta Província para ser
responsabilizado no fórum competente pelo seu procedimento; e outrossim que assu-
ma inteiramente o exercício do cargo de Comandante das Armas, logo que chegue a
esta capital, o tenente-coronel Carlos de Morais Camisão; visto acharem-se impe-
didos os outros, dois tenentes-coronéis mais antigos existentes na Província.” (CXI)
42
O Semanario de 1o de abril de 1865 noticia a chegada a Assunção de uma parte das
forças expedicionárias do norte.
43
O Visconde de Taunay descreveu de modo incomparável e emocionante essa tentativa
de ofensiva pelo norte do Paraguai no seu livro Retirada da Laguna. (CXIII)
44
Os acontecimentos de Mato Grosso formam o que se poderia chamar a guerra no
teatro secundário. Sua influência foi quase nula sobre os que se desenrolaram no Rio
Grande do Sul, em Corrientes e no Paraguai, isto é, no teatro principal. Limitei-me
aqui a historiar a invasão da Província e a dar, por antecipação, rápidos esclarecimen-
tos sobre os sucessos posteriores. A reconquista do Sul de Mato Grosso será objeto de
um capítulo complementar de história da guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai.
Capítulo V
1
História do General Osorio, 2o v., p. 20–21.
2
História do General Osorio, 2o v., p. 20–21.
3
MIRANDA, Julián. Compendio de Historia Nacional. p. 173.
4
Biografia de José Maria da Silva Paranhos (Visconde do Rio Branco), pelo Barão do
Rio Branco, seu filho, em Revista Americana, ano VI.
276 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Médano e participou de outros encontros das lutas civis. Lutou nas fileiras dos
unitários até a queda de Rosas.
(VI) Nascido em 23 de abril de 1815, em Buenos Aires. Falecido em 30 de agosto de 1903,
em sua cidade natal. Filho de Vicente López y Planes, autor do Hino Nacional Ar-
gentino, e mencionado nesta obra (v.). Obrigado a emigrar para o Chile em 1840,
ali teve de ganhar seu sustento como mestre-escola em estabelecimento fundado
com Sarmiento.Voltou para sua pátria quando se preparava a campanha definitiva
contra Rosas. Serviu então à causa nacional liderada por Urquiza. Político, viu-se
obrigado a expatriar-se, desta vez para Montevidéu, onde ensinou Economia Po-
lítica. Regressou anos mais tarde para Buenos Aires, dedicando-se à advocacia e às
suas obras literárias. Sempre influente na vida política, graças ao seu exemplo pes-
soal e às suas ideias liberais, abordou problemas de relevo para o país, dando efetiva
ajuda para a sua solução. É vasta a sua bibliografia histórica, científica e puramente
literária. O Manual de la Historia Argentina, aqui citado, é uma sinopse destinada ao
ensino, de sua monumental Historia de la Republica Argentina, su origen, su revolución
y su desarrollo político hasta 1852, em 10 volumes, publicada em 1883–93.
(VII) Nascido em 22 de novembro de 1788, na cidade de Santa Fé e falecido em 15 de
junho de 1838, em sua cidade natal.Caudilho de prestígio e personagem de relevo
entre os federais.Governador vitalício de Santa Fé. Saiu vencedor nos encontros de
Barrancas, Cañada de la Cruz, Gamonal. Foi vencido em Paso de Aguirre, Herradura,
Pavón e em outros combates.
(VIII) Mármol nasceu em 2 de dezembro de 1818, em Buenos Aires, e faleceu em 9 de
agosto de 1871. Poeta e escritor, educou-se nos centros mais cultos da época. Preso
arbitrariamente e sem motivo pelos esbirros de Rosas, logo que se viu livre emigrou
para o Brasil, de onde passou a combater energicamente contra a tirania rosista.
Radicou-se depois em Montevidéu. Ao derrubar Rosas, regressou para o seu país,
tendo sido eleito Senador de sua Província. Exerceu outros cargos de destaque e
com distinção.
(IX) Esse nome foi dado à Sociedade Popular Restauradora, cuja organização iniciou-se
em 1833, com o fim de levar Rosas ao poder, pelo poeta Rivera Indarte, em princípio
partidário do tirano e depois seu ferrenho opositor. É o nome da espiga de milho e
indicava que os partidários de Rosas deviam estar unidos como os grãos na espiga.
Tornou-se a Mazorca cada vez mais terrorista e seus crimes foram inumeráveis. Suas
temíveis atividades eram orientadas pelo ditador e por sua filha.
(X) É vasta a bibliografia sobre Caxias, conforme bem se pode ver do trabalho de Tan-
credo de Barros Paiva, “Caxias na Bibliografia Brasileira”, Revista Militar Brasileira,
número especial dedicada a Caxias, 1936. Destacamos aqui, entre outras, no tocante
278 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
à vida militar do ilustre Duque, antes de 1851 e à sua ação na campanha contra Oribe
e Rosas, os seguintes trabalhos, respectivamente: O Combate de Santa Lucia e Revo-
lução Farroupilha, do General Augusto Tasso Fragoso (o primeiro em anexo ao V
volume desta obra e o segundo em edição da Biblioteca do Exército, 1939), e o
trabalho, já clássico, de Genserico de Vasconcelos, Campanha de 1851–52. Síntese
interessante da vida de Caxias é a obra de Afonso de Carvalho (Caxias, Biblioteca do
Exército, 1939), narrativa agradável que se recomenda para os que desejarem tomar
um primeiro contato com a personalidade do grande brasileiro. Entre os civis, te-
mos como pesquisador e estudioso do grande Chefe o Dr. Eugênio Vilhena de
Morais, cuja lista de trabalhos sobre Caxias é longa. Quanto ao nome de Caxias, é
assunto controvertido. Sem dúvida ele assinava comumente Luis Alves de Lima.
Todavia, em documentos oficiais, um dos quais relacionado com seu batismo, apa-
rece Luís Alves de Lima e Silva. É justamente por isso que preferimos, aqui, do ponto
de vista histórico, esse último nome.
(XI) David José Martins Canabarro, nascido em 22 de agosto de 1796, na cidade de
Taquari – RS e falecido em 22 de agosto de 1867, no Rio Grande do Sul, é um dos
chefes militares da Revolução dos Farrapos. Em 1836, à frente de numeroso grupo
de revolucionários, cerca e obriga à rendição do Coronel João da Silva Tavares, em
Arroio Grande, o qual se achava com alguns oficiais e praças da Guarda Nacional.
Foi nessa ocasião que acrescentou Canabarro ao seu nome. Em 1839, comanda a
Força Terrestre no combate de Laguna, localidade que foi obrigado a evacuar, pas-
sando-se para o sul. Quatro anos depois, comandando com Bento Gonçalves, o
exército republicano, este é repelido em Ponche Verde pelo General Bento Manuel
Ribeiro. Também o foi Canabarro, em Alegrete, pouco tempo depois. Em 1844, seu
acampamento de Porongos foi surpreendido pela força sob o comando de Francis-
co Pedro de Abreu. No ano seguinte, como chefe dos rebeldes, e depois de reunido
um conselho de todos os seus oficiais, resolveu aceitar a anistia ampla oferecida
pelo decreto de 18 de dezembro de 1844. Fez a campanha de 1851–52 contra Oribe
e Rosas, comandando uma divisão de cavalaria da Guarda Nacional. Ainda o
citaremos no volume II por ocasião da invasão paraguaia do Rio Grande do Sul.
(XII) César Hipólito Bacle era um litógrafo genebrino. Chegou à Argentina em 1825 e
pôs-se logo a trabalhar intensamente com sua oficina de impressão e litografia.
Suas litografias de aspectos da vida argentina constituem documentos preciosos
para o estudo da época a que se referem. Era também caricaturista, pintor, crítico
literário, imprimia letras de câmbio e editava um Boletín del Comercio. Escreveu e
editou obras importantes e dispunha de influência social e econômica, além de ser
bastante estimado. Embora estrangeiro, era grande o seu amor à terra argentina.
NOTAS ORGANIZADAS POR FRANCISCO RUAS SANTOS 279
A acusação de espionagem com que foi mimoseado pelo ditador “não passou de
uma calúnia de Rosas para perseguir a um homem cujo único delito era o de ser
amigo de alguns intelectuais unitários”. (GANDIA, Historia, p. 503)
(XIII) Esse combate foi travado nas margens da lagoa Chascomús. Na 1a edição apa-
rece Chascamus.
(XIV) O General Pacheco nasceu em 14 de junho de 1793, em Buenos Aires, e faleceu em
28 de setembro de 1869. Combateu na jornada de San Lorenzo, participou de
várias ações militares no Alto Peru, ingressou no Exército dos Andes e esteve pre-
sente nas jornadas de Putaendo, Chacabuco, Cancha Rayada e outras. Fez parte
da campanha da Cisplatina, quando participou de várias ações, entre as quais a
Batalha do Passo do Rosário. Serviu na campanha do interior contra o General
Paz. Mais tarde foi Ministro da Guerra e Deputado, além de haver ocupado outros
postos de relevo. Combateu os unitários, mas não se achou ao lado de Rosas na
Batalha de Caseros, pois não se achava em boas relações com o ditador.
(XV) O nome do local dessa batalha é Cerro de las Ánimas. Na 1a edição consta Cerro
das Ánimas.
(XVI) Abrantes nasceu na Vila de Santo Amaro, Bahia, no dia 26 de outubro de 1794,
e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de outubro de 1865. “Seus serviços à Pátria
começaram por ocasião da Guerra da Independência, sendo ele então membro do
último governo provisório de Cachoeira. Deputado pela Bahia desde a Constitu-
inte, entrou para o Senado em 1840. Foi por vezes Ministro da Fazenda (1827–
1829, 1837–1839, 1841–1843) e dos Negócios Estrangeiros (1829–1830, 1862–1864)
e desempenhou uma missão diplomática na Europa de 1844 a 1846, de que pro-
duziu a intervenção anglo-francesa no Rio da Prata contra o ditador Rosas. Era
Ministro dos Negócios Estrangeiros quando os insultos do Ministro Christie obri-
garam o Império a romper as relações diplomáticas com a Grã-Bretanha. Essa
desinteligência teve solução honrosa para o Brasil, por decisão arbitral do Rei dos
belgas. O Marquês de Abrantes será sempre contado entre os melhores estadistas
e oradores parlamentares, que tem tido o Brasil”. (Rio Branco, Efemérides, 5 de
outubro de 1865).
(XVII) Sinimbu nasceu em 20 de novembro de 1810, em Alagoas. Faleceu em 22 de
dezembro de 1906, no Rio de Janeiro. Exerceu papel de grande destaque durante o
Segundo Reinado. Dotado de grande caráter e de cultura europeia, não teve a sorte
de angariar a popularidade que sorriu a muitos dos seus contemporâneos aos quais
sobrepujava intelectualmente.
(XVIII) Um dos mais destacados vultos argentinos do século XIX. Teve seu batismo de
fogo durante as invasões inglesas de Buenos Aires. Tomou parte nos acontecimentos
280 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
do ano de 1810. Tendo sido nomeado por Moreno, seu secretário na missão à In-
glaterra em 1811, foi confidente dos últimos pensamentos do ilustre argentino. Foi
o autor (1816) de uma memória, demonstrando a possibilidade e indicando os
meios para uma campanha libertadora do Chile. Nomeado representante da Argen-
tina nesse país, preparou a expedição ao Peru. San Martin, do qual fora primeiro
ajudante de campo, confiou-lhe importantes missões, que levou a cabo com êxito.
Conselheiro de Estado, Ministro da Guerra e da Marinha, chefe militar e político
no Peru. Colaborou com Bolívar, Sucre e La Mar na obra da independência sul-
americana. Em 1826 retornou à sua pátria, tendo sido um dos signatários da paz
com o Brasil em seguida à Guerra da Cisplatina. Faleceu em sua cidade natal
(Buenos Aires), no dia 14 de setembro de 1866.
(XIX) Waleski era filho de Napoleão I e da Condessa Maria Waleska da Polônia, tendo
aí nascido em 1810. Veio para a França por ocasião da Restauração. Ganhou a
confiança do Duque de Orleans, depois Luís Felipe, tendo desempenhado outras
missões diplomáticas além da que lhe foi confiada no Prata. Sua carreira começou
realmente sob Napoleão III, quando foi Ministro de Estrangeiros, Ministro de
Estado, Senador e Presidente do Corpo Legislativo. Foi também literato. Faleceu
em 1868 na Alemanha.
(XX) Manuel Ribeiro nasceu em 1783, em Sorocaba, São Paulo, e faleceu em 30 de maio
de 1855, em Porto Alegre. Sua vida militar pode muito bem ser resumida conforme
o fez o Barão de Rio Branco ao dizer que “tomou parte em todas as guerras do Sul,
desde 1801 até 1851” e foi “um dos mais famosos comandantes de Cavalaria que
tivemos”. Se rebuscarmos alguns dos feitos em que se destacou, veremos que em
1811, à frente de uma pequena tropa, surpreende e toma Paysandu. Daí por diante o
vemos alcançar as vitórias de Calera de Barquín, Perucho Berna, Arroyo de la China,
Arroyo Grande (este sobre Rivera, em 1819) e participar da perseguição às tropas
batidas em Tacuarembó (1820), à frente de uma coluna de cavalaria. Segundo o
citado Rio Branco, “esse foi o período brilhante de sua vida de soldado, quando
seguia os preceitos de disciplina ensinados e mantidos pelo ilustre General Curado”.
Na campanha de 1825–1828 variou a sua fortuna. Assim é que à frente de uma Bda
C derrota em Arbolito seu antigo adversário Fructuoso Rivera e, junto a Rosario
de Meriñay (Corrientes), o Coronel Pedro Gomes Toribio. E é derrotado em Sarandí,
tendo participado das operações que culminaram com a jornada de Passo do
Rosaário. Tendo ficado inicialmente do lado legal na Revolução Farroupilha, ven-
ceu o adversario na Batalha de Fanfa (1836). Bandeando-se no ano seguinte, marcou
sua defecção com a prisão do Presidente da Província do Rio Grande, Antero José
Ferreira de Brito. Obteve depois alguns sucessos sobre os legais, como em Pedras
NOTAS ORGANIZADAS POR FRANCISCO RUAS SANTOS 281
Derrota em Seival (1836) o Coronel Silva Tavares. Foi atacado em Pedras Altas
(1837), sendo obrigado a retirar-se e transpor a fronteira da República do Uruguai,
regressando ao território brasileiro pela fronteira do Piraí. Em abril do mesmo ano,
ocupa Caçapava com suas forças. Saiu vencedor do combate de Triunfo, alguns
meses depois. Surpreendido por Francisco Pedro de Abreu, na Estância do Salgado
(1840), consegue fugir, com perdas. Novamente derrotado por Abreu em Canguçu
(dois combates, 1843), achando-se em companhia de Bento Gonçalves. Participou
do combate dos Cerros de Porongos (1844), no qual as forças dos Farrapos, sob
o comando de Canabarro, foram surpreendidas e derrotadas pelo citado Abreu.
(XXIV) V. nota LXXXII.
(XXV) V. nota LXXXII.
(XXVI) O Barão de Jacuí, oficial da Guarda Nacional (major, tenente-coronel e coro-
nel), combatendo ao lado da legalidade, distinguiu-se pela sua ação pessoal e
vitórias que alcançou sobre os Farrapos em Santo Amaro e Arroio Pitim (1838),
Arroio dos Ratos, Rio Pardo e Caí (1839), Passo do Vigário, Roça Velha, Capivara,
Estância do Salgado e Sanga da Bananeira (1840), Banhado do Inhatium, Rio
Bonito e São Gabriel (1841), Passo do Camaquã (1842), Canguçu (dois comba-
tes), Piratini (1843) e Arroio Grande (1844).Destacou-se sobremodo surpreen-
dendo o acampamento de David Canabarro junto aos Cerros de Porongos em
1844. Falando desse feito darmas, um dos últimos da guerra civil, disse Caxias: “É’
sem dúvida a primeira vez que David Canabarro é surpreendido, o que até agora
parecia impossível pela sua incansável vigilância.” (Rio Branco, Efemérides, dia 14
de novembro.). Foi ferido no encontro do Arroio Patim. Foi ferido e rechaçado
(1839) quando atacava Garibaldi, que se encerrara em uma casa na barra do
Camaquã, Lagoa dos Patos. Ferido novamente, com dois golpes de espada na cabe-
ça e um de lança na mão direita, quando, entrincheirado, em uma cerca de pedra,
junto ao Arroio Santa Maria Chica, resistia (1843) heroicamente, com 150 guardas
nacionais, ao ataque de 600 farrapos. Durante a campanha contra Oribe (1851)
ataca e dispersa, meia légua ao norte, do Cerro Largo, a divisão do Cel Dionísio
Coronel, das tropas daquele caudilho uruguaio.
(XXVII) Nasceu em 4 de dezembro de 1803, na cidade de São Paulo, e faleceu em 19 de
fevereiro de 1878, no Rio de Janeiro. Doutor em Direito pela Faculdade de São Paulo.
Magistrado. Presidiu as Províncias de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Deputado
(1845–1847) e Senador (1853) por São Paulo. Conselheiro de Estado (1859). Minis-
tro da Justiça em 1847 e 1848 nos gabinetes Alves Branco e Macaé, e dos Estrangeiros
no primeiro. Chefe do 24o Gabinete, de setembro de 1870 a março de 1871, nele
ocupou também a pasta de Estrangeiros. Apresentou um programa de reformas,
NOTAS ORGANIZADAS POR FRANCISCO RUAS SANTOS 283
(XLIX) Na 1a edição aparece Tages, sem dúvida por um erro tipográfico. Esse oficial é
tido em seu país como militar distinto.
(L) Nasceu em 3 de maio de 1784, em Buenos Aires, e faleceu em 10 de outubro de 1856
em sua cidade natal. Político, professor, deputado, ministro e administrador, foi
Presidente da República em 1827, Ministro da Fazenda no ano seguinte e Presiden-
te do Superior Tribunal de Justiça até a queda de Rosas. Urquiza o encarregou de
organizar o governo provisório e, em seguida, foi eleito Governador da Província
de Buenos Aires. Autor da canção de guerra que, transformada no Hino Nacional
Argentino, deu-lhe imortalidade.
(LI) Deve ter havido aqui um erro tipográfico na 1a edição. O nome certo é Grappler.
(LII) Quanto ao que interessa à nossa intervenção na Argentina (1851-1852), deixou,
como Ministro do Exterior da Confederação, as seguintes obras: El Tratado de Paz
entre el Director Provisorio de Ia Confederación Argentina y el Gobierno de Buenos
Aires, en 9 de Marzo de 1853 (Buenos Aires, 1853).
(LIII) O Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Império do Brasil e a
Confederação Argentina foi concluído e assinado na cidade do Paraná, no dia 7 de
março de 1856, pelos plenipotenciários Paulino Limpo de Abreu, Visconde de
Abaeté, por parte do Brasil, e Dr. Juan Maria Gutiérrez, por parte da Confederação
Argentina. O Decreto no 1.781, de 14 de julho de 1856, assinado pelo Imperador e
por José Maria da Silva Paranhos, mandou que fosse o dito tratado observado e
cumprido, “tão inteiramente como nele se contém.”
(LIV) O combate foi encarniçado e durou três horas. Houve cerca de 400 mortos de
ambos os lados, 300 prisioneiros e mais de 100 feridos. O número de feridos
comparado com o de mortos indica de modo evidente que estes foram vítimas da
lama seca (lança seca), isto é, assassinados depois de feitos prisioneiros e não mortos
durante a luta.
(LV) Havia o Dr. Aberastain assumido o poder após o assassinato de Virasoro. Deci-
dida a intervenção na província pelo Presidente Derqui, de acordo com Mitre, fora
designado interventor Juan Saa, Governador de San Luís, tendo como adjuntos os
Coronéis Paunero e Conesa, filiados à corrente política de Mitre. O Presidente
Derqui desaprovou a conduta do interventor que havia ordenado o fuzilamento
de Aberastain. O nome da batalha ou combate é Pocito (Levene), ou da Rinconada
de Pocito. Em um outro manual de História da Argentina aparece Antonino
Aberastain em lugar de Antonio Aberastain. Em uma outra fonte consultada sur-
gem os dois nomes. O Dr. Aberastain pertencia à família distinta da Província de
San Juan, havendo ele próprio se distinguido como intelectual e jurista. Viveu no
exílio no Chile, durante a tirania de Rosas, tendo sido ali secretário da Intendência
288 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Escola de Arquitetos Medidores de Niterói, cuja direção teve por algum tempo e
onde lecionou em mais de uma cadeira. Também para facilitar o estudo de seus
alunos escreveu: Compêndio de Topografia, 1839, Noções de Geometria Descritiva,
1840, Compêndio de Arquitetura Civil e Hidráulica, 1848, e Estatística Prática.
Sócio fundador do Instituto Histórico Brasileiro. Pleiteou, juntamente com o Co-
ronel Niemeyer, autorização para o arrasamento do morro do Castelo, empreen-
dimento que só seria realizado cerca de oito lustros depois de apresentado seu
projeto. Ainda com Niemeyer, trabalhou no abastecimento d’água para Recife
(1841). Credenciado com a publicação de Noções Elementares do Direito das Gentes
(1845), foi enviado pelo Governo ao Paraguai como encarregado de negócios
(1845). No desempenho dessa missão logrou impressionar favoravelmente a Carlos
Antonio López. De regresso, dirigiu o Arsenal de Guerra quando foi chamado a
participar do ministério de conciliação, na pasta da Guerra, por indicação de
Caxias. Nos seus dois anos de ministro, organizou o Batalhão de Engenheiros e a
Escola de Aplicação, além de levar a cabo outros empreendimentos. Ao deixar o
ministério, executou trabalhos corográficos, geográficos e de cartografia. Já mare-
chal-de-campo, em 2 de dezembro de 1860, ingressou no gabinete Araújo Lima,
ocupando a pasta da Agricultura (1863) de modo efêmero, pois muito pequena foi
a duração desse ministério. Eleito deputado pelo Rio de Janeiro, faleceu antes de
tomar posse de sua cadeira.
(LIX) Segundo H. Sánchez Quell (Política Internacional del Paraguay, 2a edição, Buenos
Aires), Moreira de Castro era então plenipotenciário do Paraguai no Rio de Janeiro.
(LX) Pereira Leal, além de acusado de intrigante por C. A. López, o tem sido por mais
de um autor fora do Brasil. Evidentemente, as paixões e os interesses podem
deformar certas iniciativas e tomar como falsidade o que nada mais é do que a
legítima defesa de interesse do próprio país. O Itamarati possui uma Biografia do
Conselheiro Felipe José Pereira Leal (Rio de Janeiro, 1880), cuja autoria acredita
Argeu Guimarães (Dicionário Bibliográfico Brasileiro, Rio, 1938) ser de José Antô-
nio Pereira Leal.
(LXI) Eis alguns dados sobre os navios dessa esquadra: Amazonas — Fragata a vapor,
construída na Inglaterra. Lançada ao mar em 25 de setembro de 1851. Mastreada
a brigue-barca, deslocamento de 1.800t, 56,88m de comprimento, 9,81m de boca e
4,45m de calado; máquina de 350HP. De rodas, possuía 4 canhões calibre 32, em
bateria, e 2 de 70 em rodízios. Primeiro comandante Elisiário Antônio dos Santos
(depois Barão de Angra). Mostra de armamento em 7 de abril de 1852. Chegou ao
Rio de Janeiro em 2 de junho de 1852.Vamos reencontrá-la nas operações de 1865,
quando foi a capitânea de Barroso na Batalha do Riachuelo. Quarto navio da
290 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Armada com esse nome; Beberibe — Corveta mista a hélice, de 559t, 172 pés de
comprimento, 25 de boca, 15 de pontal e 11 de calado. Máquina de 130HP, 6 peças
de calibre 32, em bateria, e 1 rodízio de 68. Lançada ao mar em 4 de agosto de 1853,
do estaleiro de Green, Blackward, Londres. Mostra de armamento em 7 de feverei-
ro de 1854. Primeiro comandante José Secundino de Gomensoro. Aportou em
Pernambuco em 21 de abril de 1854, vindo de Londres, com 26 dias de viagem;
Berenice — Corveta construída em Fiume, antes denominada Confederación Ar-
gentina, comprada em 29 de setembro de 1846. 118 pés de comprimento, 32 de
boca e 12 de pontal. 362t de deslocamento. 14 canhões de calibre 30 e 8 outros
menores. Mostra de armamento em 22 de maio de 1847. Primeiro comandante
Francisco Pereira Pinto. Comandada por José Antônio de Siqueira, fez parte da
esquadra que, sob o comando do Chefe John Pascoe Grenfell, chegou a Montevi-
déu em março de 1851, tomando parte no bloqueio destinado a interceptar a
retirada de Oribe; Camaquã — Pequeno vapor de rodas, de 90HP, 108 pés de
comprimento, 19 de boca, 10 de pontal e 8 de calado. Comprado em 23 de dezem-
bro de 1854, no Rio Grande do Sul, onde era utilizado como rebocador na barra
do Rio Grande. Foi armado com 1 canhão Paixhans de calibre 30 e 2 caronadas de
calibre 24. Em 1855 (jan-ago) esteve incorporado à divisão naval do Rio da Prata,
tendo sido um dos 10 vapores componentes da esquadra da missão Pedro Ferreira
de Oliveira; Imperial Marinheiro — Corveta (brigue-barca), construída pelo Arse-
nal de Marinha do Rio de Janeiro. Quilha posta no estaleiro em 1o de agosto de
1850. Lançada ao mar em 27 de agosto de 1851. 120 pés de comprimento, 32 de
boca, 13,5 de pontal e 11 de calado. 14 canhões Paixhans de calibre 30. Mostra de
armamento em 21 de janeiro de 1852. Primeiro comandante Francisco Manuel
Barroso da Silva (depois Alte e Barão do Amazonas, vencedor de Riachuelo). Em
1852 fez uma viagem às Malvinas. Em 1857–1858 fez uma viagem de instrução à
Europa. Naufragou na restinga da Marambaia, em 24 de junho de 1865; Ipiranga
— Vapor, posteriormente classificado “canhoneira”, construído pelo Arsenal de
Marinha do Rio de Janeiro. Lançado ao mar em 23 de setembro de 1854. Desloca-
mento 350t; 39,04m de comprimento, 5,52m de boca, 2,76m de pontal, 2,63m de
calado. Máquina de 70HP para 9 milhas de velocidade. Mostra de armamento
em 19 de outubro de 1854. Em 1855 é comandada pelo Vitório José Barbosa da
Lomba. Reencontraremos ambos posteriormente. Foi o terceiro navio da Esqua-
dra com esse nome; Jequitinhonha — Corveta a vapor, construída na Inglaterra.
637t, 175 pés de comprimento, 26 de boca, 12,5 de calado. 130HP. 6 peças de calibre
32, em bateria, e 1 rodízio de calibre 68. Chegou ao Recife em 25 de setembro de
1854, vinda de Londres, com 18 dias de viagem. Primeiro comandante Joaquim
NOTAS ORGANIZADAS POR FRANCISCO RUAS SANTOS 291
demais volumes desta obra. Essa biografia acha-se inserta no volume do mesmo
autor e com aquele título, publicado pela Biblioteca do Exército (vol. LI. 1942).
Ten-Cel Emílio Luís Mallet
Mais tarde oficial-general e Barão de Itapevi
Patrono da Artilharia brasileira justamente devido à sua ação nas campanhas de
1864 e do Paraguai.
Vamos reencontrá-lo mais tarde, quando apresentaremos outras notas a seu respeito.
Ten-Cel José Ferreira da Silva Júnior
Pr 27 Nov 1839; Alf 27 Mal 1842, com antiguidade de 18 Jul 1841; Ten 30 Set 1846;
Maj 2 Dez 1855.
Arma de Cavalaria.
Maj Joaquim João de Meneses Dória
Pr. 13 Nov 1837 (Almanaque de 1859);
Pr 17 Mai 1839 (Almanaque de 1848);
Alf 2 Dez 1839;
Ten 27 Mai 1842 com antiguidade de 18 Jul 1841;
Cap Grad 2 Dez 1847;
Maj 2 Dez 1858.
Na 1a edição aparece como Joaquim José de Meneses Dória.
Brig José Luís Mena Barreto
Muitos dados sobre sua vida estão coligidos no livro do Ten-Cel João de Deus
Mena Barreto Os Mena Barreto — Seis Gerações de Soldados, 1769-1950.
Cel Luís Antônio Ferraz
Pr 18 Nov 1819; Alf 28 Mar 1827; Ten 20 Ago 1838; Cap 2 Dez 1839; Maj Gr 23 Jul
1844; Maj Ef 3 Mar 1852.
Arma de Infantaria.
Ten-Cel Salustiano Jerônimo dos Reis
Barão de Camaquã por Decreto de 2 Mar 1889.
Um resumo de sua existência acha-se no livro Os Generais do Exército Brasileiro de
1860 a 1889, de autoria de Laurênio Lago (Biblioteca do Exército, vol. LIX, 1942).
Cel Vitorino José Carneiro Monteiro
Barão de São Borja por Decreto de 18 Mai 1870.
Vamos reencontrá-lo frequentemente durante a campanha do Paraguai. Lembramos,
todavia, que existe um resumo de sua existência no livro Os Generais do Exército Brasi-
leiro de 1860 a 1889 de autoria de Laurênio Lago (Biblioteca do Exército, vol. LIX, 1942).
(LXXIV) Alguns dados sobre esse material de artilharia foram insertos pelo autor em
anexo ao 5o volume.
NOTAS ORGANIZADAS POR FRANCISCO RUAS SANTOS 295
(LXXV) Além de militar, político e homem de letras. Mereceu lugar na galeria de vultos da
Geografia do Brasa (Revista Brasileira de Geografia, ano III, n. 2), com retrato e
resumo biográfico de autoria de Maria Fagundes de Sousa Doca. Um outro resumo
biográfico acha-se no livro Generais do Exército Brasileiro, de autoria do Capitão
Alfredo Pretextato (2o vol., 2a edição pela Biblioteca do Exército, XXXII, 1940).
(LXXVI) Vapor, classificado como “corveta”, mandado construir por conta do gover-
no no estaleiro da Ponta da Areia, e lançado ao mar em 29 de setembro de 1849. 166
pés de comprimento, 23 de boca e 15 de pontal. 2 colubrinas Paixhans de calibre 30
e 2 caronadas do mesmo calibre, armamento mais tarde reduzido para apenas 2
bocas de fogo. Movido a rodas. 150HP. Mostra de armamento em 7 de novembro
de 1850. Primeiro comandante 1o Ten Tomaz da Cunha Vasconcelos. Fez parte da
esquadra do Chefe John Pascoe Grenfell na guerra contra Rosas, tendo forçado o
passo de Tonelero (17 de dezembro de 1852). Esteve no sítio e tomada de Paysandu
e durante a guerra fará outras viagens como transporte. Foi o navio em que viajou
preso, para o sul, D. Frei Vital Maria de Oliveira, por ocasião da célebre questão
religiosa. Baixa definitiva em Pernambuco, onde servia como quartel da Com-
panhia de Aprendizes Marinheiros, em 1880, quando foi mandado vender em
hasta pública.
(LXXVII) Parece que se trata do mesmo chefe militar uruguaio referido com o nome de
Angelo Muniz. Sem dúvida, é a mesma pessoa, ou Angel Muniz.
(LXXVIII) Há um lapso qualquer quanto ao navio mencionado com o nome de Itaguaí.
Trata-se, certamente, da canhoneira Itajaí, construída na Europa sob inspeção do
Almirante Tamandaré. Armada em maio de 1858. Primeiro comandante 1o Tenente
Inácio Joaquim da Fonseca. Chegou a Recife em 14 de junho de 1858, de Londres,
por Lisboa, onde participou da festa da chegada, a Portugal, da Rainha D. Estefânia.
O repertório de navios da Esquadra, que vimos seguindo, não consigna nenhum
com o nome de Itaguaí. Quanto aos demais, temos: Mearim, canhoneira construída
na Inglaterra, em 1858, sob inspeção do Almirante Tamandaré. 415t de desloca-
mento, 150 pés de comprimento, 23 de boca e 7,5 de pontal. Máquina de 100HP. 4
peças de calibre 32 e 2 rodízios de calibre 68. Chegou ao Recife em 14 de junho de
1858, vinda de Londres. Será reencontrada posteriormente; Maracanã, v. nota LXI.
(LXXIX) V. notas LIV e LV.
(LXXX) Eis alguns dados sobre:
Ivaí: canhoneira, construída na Europa. Chegou em Recife em 31 de julho de 1858,
vinda de Plymouth, com 23 dias de viagem. Primeiro comandante 1o Tenente Gui-
lherme José Pereira dos Santos. Chegou ao Rio de Janeiro em 23 de agosto do mesmo
ano; Parnaíba, corveta mista, a hélice, de 602, 120HP, 1 canhão de Whiteworth de 70,
296 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
Organizado por
FRANCISCO RUAS SANTOS
Esclarecimentos e abreviaturas
ÍNDICE ANALÍTICO
ABAETÉ, Visconde de
V. ABREU, Antônio Paulino Limpo de, 77/78/287 (nota)
ABERASTAIN, Dr.
V. notas LIV e LV.
Governador de San Juan, resiste ao interventor Juan Saa, é aprisionado por este
na Batalha de Pocitos e fuzilado no dia seguinte por ordem do Cel Clavero, 86.
ACAMPAMENTO DE PORONGOS
Entendimentos para a pacificação do Rio Grande do Sul aí realizados, 47-48.
ACEVEDO, Eduardo
Transc. da Historia del Uruguay, 32,111-112.
Cit., idem, 40,147.
Cit., 42, 79.
ACORDO
V. também convenções, convênios, pactos e tratados.
AGAXÊ, MT
V. nota CIX.
Ref. 274.
AGUEPEY, Arroio
Ref. 69.
em sua integridade, e tudo isso porque se sente ameaçado de uma invasão e não
confia nem na Argentina nem no Brasil, 161.
Envia a Assunção o Dr. Antonio de Las Carreras, 197, 199.
Desprezo que ao seu governo tem Francisco Solano López, 217.
Vitória de sua política internacional, 219.
Resolve organizar coluna para efetuar incursão no Rio Grande do Sul, 245.
Sua situação piora dia a dia, apela para o Corpo Diplomático, 247.
Ref . 135, 139, 150, 193, 196, 199, 201, 202, 209, 247, 256, 258.
ALBUQUERQUE, Dr.
Morto em ação (Jan 1865), 232.
ALBUQUERQUE, Loc. MT
Destacamento em 1864, 224.
Reforço, 226.
Histórico, 230.
Ref. 270, 272, 272, 234, 238, 242.
ALFA
V. nota XCI.
Valor militar, 225.
Contribui para a defesa de Melgaço, 242.
ALGAÑARAZ
Suas forças rebeldes são desarmadas e internadas por ordem de Canabarro, decla-
ra Saraiva em nota a Herrera, 121.
ALIANÇA
V. também tratados.
ALSINA, Valentín
Chefia revolução em Buenos Aires, em consequência da qual esta fica praticamen-
te separada das demais províncias, 81.
Renuncia, por exigência de Urquiza, após a Batalha de Cepeda, 82.
AMAGALOBIDA, Loc. MT
Ref. 274.
AMAMBAÍ, Serra de
V. também em limites e tratados com o Paraguai.
Ref. 69, 88, 90, 243.
AMAZONAS
V. nota LXI.
Integra a esquadra da missão Pedro de Oliveira, 92.
Conduz ao Prata o enviado especial do Brasil, José Antônio Saraiva (Abril de
1864), 117.
ANARQUISTAS
Designação que C. A. López dá aos argentinos do partido de Mitre, 163-164.
ANAYA, Carlos
Como Presidente do Senado, empunha as rédeas do governo até nova eleição
(1834), 22.
ANHAMBAÍ
V. nota XCI.
Valor militar, 225.
Ação em Coimbra, 228-229.
Sobe o Rio Paraguai, 229-231.
Caça e captura pelos paraguaios, 231-232
Tropa desembarcada, 233.
Ref. 234, 238 e 243.
APA, Rio
V. também em limites e tratados.
Índios guaicurus tomam aí gados, cavalos etc. aos paraguaios, 89.
Ref. 234, 274, 243, 244 e 244.
APA, Vapor
V. nota CXIV.
Ação durante a incursão de Muñoz, 246.
AQUIDABÁN, Escuna
Participa da expedição fluvial paraguaia contra Mato Grosso, 221.
AQUIDAUANA, Rio, MT
Ref . 238, 238 e 239.
ARAPEY, Rio, Ur
Rivera avança até aí (outubro de 1837), 23.
312 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
ARAGUARI
V. nota LXXI.
Missão recebida (agosto de 1864), 137.
Participação nas operações contra Paysandu (dezembro de 1864), 152.
ARGENTINA
Evolução política (1825-1829), 25-27.
Governo de Rosas, 27-30.
Reação da França contra Rosas, 31-32.
Reações militares contra Rosas, 32-34.
Intervenção do Brasil contra Rosas, 47-58.
Tentativa de organização depois da queda de Rosas, Cepeda e Pavón, vitória
definitiva de Buenos Aires, 80-87.
Síntese de sua história (1828-1860), 102-103.
Acusada pelo Governo de Montevidéu, de parcialidade em favor de Flores, 107-114.
Juízo a respeito de seus esforços para pacificar o Uruguai (1864), 134.
Neutralidade no Uruguai (1864-1865), 159-161.
Juízo que a seu respeito faz o Governo do Uruguai (1862), 163-164.
Atitude em relação ao Uruguai (1810-1828), segundo Herrera em instruções a
Lapido (3 de março de 1863), 165 e 168.
O Governo de Montevidéu tem motivos sérios para acreditar que a revolução de
Flores envolve a intenção do Governo argentino de atentar contra a independência
da República, diz Herrera em nota a Lapido (1863), 170-171.
O Paraguai pede explicações sobre sua atitude em face do Uruguai (nota de 6 de
setembro de 1863), 174-176.
Repercussão dessa nota e resposta argentina, 177-178.
Atitude em face do Uruguai, segundo Elizalde em nota ao Paraguai (2 de outubro
de 1863), 178.
Acusação do Paraguai de não guardar neutralidade no Uruguai durante a revolução
de Flores, ao qual favorece (nota de Berges a Elizalde, 21 de outubro de 1863), 178-179.
Acusações que lhe faz Herrera, em ofício a Berges (16 de dezembro de 1863), de
atitude dúbia no Prata, 181-182.
López estranha (5 de dezembro de 1863) o silêncio do Governo argentino, e Mitre
sugere a ida de um agente confidencial a Assunção, 181.
ÍNDICE ANALÍTICO 313
ARICÁ, Loc., MT
Ref. 233.
ARICÁ, Rio, MT
Ref. 242.
ARIRANHA, Rio, MT
Ref. 243.
ARRASCAETA, Enrique de
Firma instruções (25 de fevereiro de 1862) entregues por Berro a Herrera, quando
este vai em missão diplomática ao Paraguai, 162-163.
314 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
ASSUNÇÃO, Par
V. também em missões e tratados.
Chegada aí das forças expedicionárias do norte, 284.
Ref. 12, 262, 262, 84, 90, 93, 93, 163, 168, 267, 195, 199, 201, 202, 208, 268, 218, 219,
220 e 244.
ASTRADA, Berón de
V. Berón de Astrada.
ÁUSTRIA
Esforço do Brasil para que reconheça a independência do Paraguai, 67.
AVAÍ, Par
Ref. 13.
AVALOS
Ref. 24.
AZAMBUJA, Tristão de
Ref. do Marquês de Abrantes aos abusos ocorridos no Departamento de Tacuarembó
durante sua administração, 115.
BÁEZ, Cecilio
Transc. de Resumen de Ia Historia del Paraguay, 101 e 262.
Juízo a respeito de Carlos Antonio López, 101.
BAGÉ, Loc., RS
Missão (21 de julho de 1864) à divisão aí estacionada, 135.
Unidades aí estacionadas em julho de 1864, 144.
Informações sobre suprimento dessas unidades, 144-145. Ref. 265.
316 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
BAIANA, Corveta
V. nota CXV.
Salvou a bandeira uruguaia, 253.
BAÍA NEGRA
Ref. 94.
BANDA ORIENTAL
V. Uruguai.
BATALHA DE...
V. também Combate de...
BATALHA DE AVAÍ
Ref. 13.
BATALHA DE CASEROS
Ref. 28, 56 e 61.
BATALHA DE MORÓN
V. Batalha de Caseros.
BATALHA DE RIACHUELO
Ref. 221.
ÍNDICE ANALÍTICO 319
BATALHÃO...
V. nota LXII.
Sob o comando do Ten-Cel Vítor de Melo e Albuquerque, vai embarcado na
esquadra da missão Pedro de Oliveira ao Paraguai, 92.
BATALHÃO DE ARTILHARIA A PÉ – 2o
Efetivo (14 de agosto de 1864), 222.
Tropa destacada no Distrito Militar de Cuiabá (14 de agosto de 1864), 223.
Idem, no Distrito Militar do Baixo Paraguai e no Distrito Militar de Miranda, 224.
Desloca-se para a fronteira do Baixo Paraguai e estaciona em Corumbá (1864), 226.
Retirada de Corumbá para o norte (janeiro-abril de 1865), 231-234.
Ref. 222.
BATALHÃO DE INFANTARIA – 3o
Em março de 1864 está no Rio Grande do Sul, 141.
BATALHÃO DE INFANTARIA – 3°
Em março de 1864 está no Rio Grande do Sul, 141.
Em julho de 1864 tem um destacamento em Jaguarão, 144.
Integra a 2a Bda, 1a DI do Exército do Sul; seu comandante, 145.
BATALHÃO DE INFANTARIA – 4o
Mandado seguir para o Rio Grande do Sul e efetivo, 142.
Em julho de 1864 está em Bagé, 144.
Integra a 3a Bda, 1a DI do Exército do Sul, e seu comandante, 145.
Entra em Montevidéu (22 de fevereiro de 1865), 253.
BATALHÃO DE INFANTARIA – 6o
Em março de 1864 está no Rio Grande do Sul, 141.
Em julho de 1864 está em Bagé, 144.
Integra a 3a Bda, 1a DI, do Exército do Sul, e seu comandante, 145.
Entra em Montevidéu (22 de fevereiro de 1865), 253.
BEBERIBE, Corveta
V. nota LXII.
Integra a esquadra da missão Pedro de Oliveira ao Paraguai, 91-92.
BELGRANO, Manuel
Expedição contra o Paraguai, 63.
Volta a esse país em missão diplomática juntamente com Echevarría e resultado
obtido, 63-64.
BELMONTE
V. nota LXXII.
Situação e missão atribuída (agosto de 1864), 137.
Participação nas operações contra Paysandu (dezembro de 1864), 152.
BENITES, Gregorio
V. nota LXIII.
Transc. de trecho sobre a missão Pedro de Oliveira ao Paraguai, 92 e 93.
Idem, a respeito de acontecimentos ligados a essa missão, 92.
Cit., 92.
Transc. de trecho do livro Primeras batallas contra la Triple Alianza, 270.
BERENICE, Corveta
V. nota LXI.
Integra a esquadra da missão Pedro de Oliveira ao Paraguai, 92.
BERGES, José
V. também Elizalde, Sagastume, Lapido, Mitre, Herrera (Juan José), Pino (Brito
Del) e Carreras.
Trecho de protocolo de conferência (1856) com Paranhos, relativo ao incidente de
Fecho dos Morros, 89.
Enviado por Carlos Antonio López em missão diplomática ao Rio de Janeiro, a
fim de resolver questões pendentes entre o Brasil e o Paraguai, e gestões, 96-97.
Parte tomada nas negociações diplomáticas em 1863 e 1864, nas quais figuram
ÍNDICE ANALÍTICO 323
Elizalde, Lapido, Herrera, Brito, Del Pino, Las Carreras e Sagastume, 169-170,
174-176, 267, 181, 183, 185-186, 187-189, 196, 199-202.
Correspondência com Viana de Lima a respeito da intervenção do Brasil no
Uruguai, 203-205.
Correspondência com Sagastume a propósito dos negócios do Prata (30 de agos-
to de 1864), 205-208.
Idem, com Lapido (1863), 205.
Nota a Viana de Lima sobre o incidente do Villa del Salto, 209.
Memorando confidencial de Sagastume (28 de outubro de 1864), 209-215.
Resposta a este, em nome de López, 215-217.
Ref . 96 e 269.
BERRO, Aureliano
Cit., 110.
BERRO, Bernardo P.
Como Presidente do Senado uruguaio, recebe o poder supremo de Suárez (1852), 60.
Política de reação como ministro de Giró, provoca com isso a revolução que depôs
esse Presidente, 73.
Substitui a Gabriel Pereira como Presidente do Uruguai (1860), 79.
Medidas do seu governo para enfrentar a invasão de Flores, 106.
Atitude ante propostas de negociações com o chefe rebelde, 106.
Término de seu mandato (1 Mar 1864), 107.
Acredita que Flores tenha apoio do Governo da Argentina, 108.
Seu governo rompe relações com o de Buenos Aires, 109.
Correspondência de Mitre a respeito da escolha de árbitro na questão entre os
respectivos países, 110-111.
Sentindo-se ameaçado por uma invasão e não confiando na Argentina nem no
Brasil, tem o pensamento de recorrer ao Paraguai, para associá-lo ao seu destino,
incutindo-lhe a falsa crença de que a República do Uruguai está ameaçada em sua
integridade, 161.
Nomeia (Fevereiro de 1862) Juan José de Herrera representante diplomático do
324 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
BETIONE, Fazenda, MT
Ref. 224.
BIANCHI (Síndico)
Entrega Montevidéu ao Brasil, 21.
BLANCOS do Uruguai
Origem do nome, 261.
Ref. 71 e 103.
BLAZ, Juan
Ação durante a incursão de Muñoz contra Jaguarão, 246.
BLOQUEIO DO BUCEO
Ref. 40.
BLOQUEIO DE MONTEVIDÉU
Ref. 32, 40, 159 e 248.
BOCAIÚVA, Quintino
Publica em O Paiz carta que lhe escreveu Sagastume, 268.
BOLÍVAR, Simón
Resposta recebida de Francia a um apelo que lhe fizera para que o Paraguai se
unisse aos demais países sul-americanos na resistência aos espanhóis, 65.
ÍNDICE ANALÍTICO 325
BOLÍVIA
Ref. 200.
BOMPLAND, Aimé
V. nota. XXXVI.
Retido prisioneiro por Francia, depois de haver sido mandada destruir a colônia
que fundara em Candelária, 65.
BONITO, Loc., MT
Ref. 274.
BRACINHO, Fazenda, MT
Ref. 233.
BRANCO, Rio, MT
Ref. 69, 88, 90 e 274.
BRASIL
Declara guerra às Províncias Unidas (10 de dezembro de 1825), 26.
Intervenção em prol do Uruguai e contra Rosas, 47-58.
Tratados com o Uruguai, 58-59.
Evolução política (1822-1852), 62-63.
Atitude em face do Paraguai, 67-68.
326 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
BRILHANTE, Rio, MT
Ref. 239.
BRIGADA DE CAVALARIA – 1a
Organização e comandante; integra a 1a DI do Exército do Sul, 145.
Faz parte do primeiro escalão que inicia a marcha em 25 de novembro de 1864,
marcha, 153.
BRIGADA DE CAVALARIA – 3a
Organização e comandante; integra a 2a DI do Exército do Sul, 146.
Chega (3 de dezembro de 1864) à margem do arroio Hospital, 154.
BRIGADA DE INFANTARIA – 2a
Organização e comandante; integra a 1a DI do Exército do Sul, 145.
Faz parte do primeiro escalão que inicia a marcha (25 de novembro de 1864);
marcha, 153-154.
Ataque a Paysandu (31 de dezembro de 1864-1o de janeiro de 1865), 155.
BRIGADA DE INFANTARIA – 3a
Organização e comandante; integra a 1a DI do Exército do Sul, 145.
Ataque a Paysandu (31 de dezembro de 1864-1o de janeiro de 1865), 155.
BRIGADA DE INFANTARIA – 5a
Entra em Montevidéu (22 de fevereiro de 1865), 253.
BRONZIQUE, Barbosa
Ref. 274.
BROWN, Alte
V. nota III.
Nomeado comandante da esquadra de guerra uruguaia, 23.
Encarregado de bloquear Montevidéu, 32.
Opera contra os orientais, 35.
Apresenta-se em Montevidéu com sua esquadrilha, para bombardear a cidade
(janeiro de 1843), mas nada pode fazer, em vista da intervenção dos chefes das
estações navais da Inglaterra e França; sua esquadrilha é tomada pelos interventores
franceses e ingleses, 39-40.
BUZZARD, Canhoneira
Uma das canhoneiras inglesas que interceptam o Tamari em frente a Buenos
Aires, quando esse navio tinha a bordo Francisco Solano López, 263.
CAÁGUIJURU, Par
Ref. 13.
CÁCERES, Nicanor
V. nota LXVII.
Cooperação com Flores, segundo Herrera em nota a Saraiva, 120.
CACHOEIRA, Vapor
Ação durante a incursão de Muñoz, 246.
CADIUÉUS, índios, MT
V. notas XLIII e CIX.
Auxiliam a defesa do Forte de Coimbra, 261.
Ref. 274.
CAGANCHA
Ref. 35,
ÍNDICE ANALÍTICO 331
CAMAQUÃ, Loc, MT
Ref. 239.
CAMAQUÃ
V. nota, LXI.
Integra a esquadra da missão Pedro de Oliveira, 92.
CAMPOS DE CAMAPUÃ, MT
Ref. 243.
CANDELARIA, Par
Mandada destruir por Francia colônia aí fundada por Aimé Bompland, 65.
CANGUÇU, RS
Aí tem Bento Gonçalves o seu QG (1842), 45.
CANSTATT, Santiago
Causa de incidente diplomático entre o Paraguai e a Inglaterra, e outras informações, 263.
CARAVIA, Juan
Candidato à substituição de Aguirre pelos partidários da continuação da guerra, 250.
ÍNDICE ANALÍTICO 333
CARPINTERIA, Ur
Ref. 22.
CASALVASCO, Loc., MT
Destacamento (1864), 219.
CASEROS, Batalha de
Também conhecida como de Monte Caseros, Morón e dos Santos Lugares.
Ref. 24, 52 e 57.
CASTELLANOS, Florentino
Demissão do cargo de ministro de Giró, 69.
334 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CAUDILHOS ARGENTINOS
Espírito localista, 21.
CAXIAS, Luís Alves de Lima e Silva, Barão, Conde, Marquês e Duque de, Mar
V. nota X.
Cit. do Diário, 9
Juízo sobre sua ação no sentido de obter submissão dos Farrapos, 26.
Rivera lhe dirige como mediador (30 de setembro de 1844) na luta farroupilha,
mas é cortesmente repelido, por escrito, e, verbalmente, por intermédio de Manoel
Luiz Osorio, 42-43.
Feita a pacificação do Rio Grande, seu exército está disponível para qualquer ação
além fronteiras, 43.
Nomeado comandante do Exército do Sul, parte para o Rio Grande (20 de
junho de 1851); desenvolve qualidades de organizador e de chefe; em 4 de setem-
bro de 1851, com seu exército organizado, inicia a marcha na direção do inimigo;
ÍNDICE ANALÍTICO 335
composição e marcha de suas forças; chegada destas à margem do Santa Lucía, 48.
Juízo sobre sua marcha, 48-49.
Ruma para oeste, estaciona, com seu grosso, na Colônia do Sacramento; designa
a 1a Divisão para representar o Brasil na nova campanha sob a direção de Urquiza, 51.
CEPEDA, Arg
Ref. 80, 82, 85 e 104.
CERCO DE...
V. Sítio de...
CERRITO, Ur
O Gen Flores aí acampa (1864), saúda Montevidéu com 21 tiros e interna-se na
campanha, 147.
QG de Flores durante o sítio de Montevidéu (1865), 159.
CERRO DO ARBOLITO, Ur
Ref. 265.
CERRO INBERNILHO, Ur
Ref. 234.
336 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CERRO LARGO, Ur
Sugestão de Saraiva (7 de setembro de 1864) ao Presidente do Rio Grande do Sul
para que o Exército Brasileiro expulse da localidade as forças governistas uru-
guaias; informações sobre a praça e necessidades para o ataque, 139-140.
Outras instruções de Saraiva a respeito do ataque sugerido, 140.
Saraiva quer o ataque à localidade, 141.
O Governo imperial aprova as instruções de Saraiva no sentido de que forças
brasileiras dela se apoderem, 147-148.
O Min G, em instruções (26 de setembro de 1864) ao Gen J. P. Mena Barreto,
determina que este se apodere dela, 148-149.
Parte daí a incursão de Basílio Muñoz contra o Rio Grande do Sul (janeiro de
1865), 245 e 258.
CERRO LUNAREJO, Ur
Ref . 265.
CERROS BLANCOS, Ur
Ref. 172 e 154.
CHACO, Reg
Ref. 69.
CHANÉ, Índios, MT
Aldeias no Distrito Militar de Miranda, 274.
CHAPADA, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
CHASCOMÚS, Arg
V. nota XIII.
Ref. 33.
CHIRIGUELO, Par
Ref . 234
CISPLATINA, Província da
V. Uruguai.
CLARA, Arroio, Ur
Ref. 266.
CLARO, Cap
Vaqueano do Exército do Sul, 265.
CLAVERO, Cel
Ordena o fuzilamento do Dr. Aberastain, 86.
COELHO, Passo do
V. Passo do Cuello.
COLIGAÇÃO DO NORTE
Suas forças são completamente aniquiladas pelos rosistas em Famaillá e Rodeo
del Medio (19 e 24 de setembro de 1841), pelas forças comandadas por Pacheco e
Oribe, 33.
COLÔMBIA
Ref. 65.
COLÔNIA, Loc., Ur
Ofício de Saraiva a Tamandaré (Agosto de 1864) lembrando a vantagem de haver
aí navios de guerra brasileiros, 133.
Mena Barreto acha-se à frente da localidade (22 de janeiro de 1865), aí deixa um
contingente para suprimentos e saber dos movimentos de Juan Saa e Gómez, e
buscar notícias de Flores, 159.
COLÔNIA DE DOURADOS, MT
Destacamento (1864), 224.
Ataque paraguaio (dezembro de 1864), 234-235.
Perdas, 243.
Ref. 272, 273, 235 e 243.
COLÔNIA DE MIRANDA, MT
Destacamento (1864), 257.
Ref. 233, 273, 235 e 242.
dois colorados não podem obter do presidente e dos demais ministros as providências
esperadas, 73.
Sua luta com os Blancos, 103.
Ref. 71.
COMBATE DE...
V. também Batalha de...
COMBATE DE AVALOS
Ref. 24.
COMBATE DE DURAZNO
Ref. 23.
COMBATE DE POCITO
V. Batalha de Pocito
COMISSÃO ARGENTINA
Ref. 33.
CONCORDIA, Loc.
Ref. 35.
CONCORDIA, Porto de
Ref. 138.
CONFEDERACIÓN ARGENTINA
V. Argentina
CONGRESSO DE PARIS
Ref . 203.
CONGRESSO DE VIENA
Ref. 40.
CONSTITUCIÓN, Ur
Ref. 106.
CONSTITUIÇÃO ARGENTINA
Unitária, votada pelo Congresso (19 de julho de 1826), 26.
Elaboração e promulgação, 81.
A Província de Buenos Aires promete aceitá-la e jurá-la, o que faz, 82-83.
CONVENÇÃO...
V. também convênio, pacto e tratado de...
CONVENÇÃO DE AUXÍLIOS
Firmada entre representante de Rivera e o dos Farrapos (28 de dezembro de
1841); seus termos; ratificação por Bento Gonçalves, 44-45.
CONVÊNIO
V. também convenção, pacto e tratado.
344 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
CONVÊNIO DE ALCARAZ
Celebrado por Urquiza com Juan Madariaga, Governador de Corrientes, 67.
CONVÊNIO DE UNIÃO
V. Convênio de S. José de Flores.
COQUIMBO, Ur
Ref. 102.
CORIXA, Loc., MT
Destacamento (1864), 219.
CORRALES, Arroio, Ur
Ref. 261.
CORRENTE, MT
Ref. 229.
CORUMBÁ, Loc., MT
Destacamento (1864), 224.
Reforço, 226.
Trazido para aí o 2o Btl Art, 226.
Peças tomadas pelos paraguaios, 243.
Ref. 226, 270, 229, 230, 231, 232, 238, 240 e 244.
CORUMBÁ, Canhoneira
V. nota, XCI.
Valor militar, 225.
Chega a Cuiabá (10 de outubro de 1864), 225.
Mandado para as imediações de Corumbá, 225.
Transporta reforço de Corumbá, 230.
Presença em Melgaço, 242.
Ref. 225.
COSTA RICA
Referência de Carlos Antonio López a Herrera sobre sua tentativa de conseguir
uma combinação entre os Estados americanos de origem espanhola, 163.
COXILHA DE HAEDO, Ur
Ref. 265.
348 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
COXILHA DO RABÓN, Ur
Ref. 265.
COXILHA DE SANTANA
Ref. 265.
COXIM, Loc., MT
Chegam aí forças que se retiram do Sul de Mato Grosso, 234.
Atingida por incursão paraguaia, 240, 240, 242 e 243.
Ref. 234 e 239.
COXIPÓ, Loc., MT
Ref. 233.
CUIABÁ, Loc., MT
Guarnição militar, 223.
Defesa (1865), 241, 242 e 244.
Ref. 221, 225, 271, 230, 232, 233, 234, 274, 240 e 242.
CUIABÁ, Canhoneira
V. nota XCI.
ÍNDICE ANALÍTICO 349
CUIABÁ, Rio, MT
Ref. 241.
CUÑAPIRÚ, Ur
Ref. 115.
DABOCO (?), MT
Ref. 239.
DAYMÁN, Rio, Ur
Ref. 107.
DEFFAUDIS, Barão
Ref. 39-40.
350 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
DELAMARE, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
DESBARRANCADO, Rio, MT
Ref. 274, 275, 277, 284 e 285.
DIAMANTINA, MT
Destacamento (1864), 256.
DÍAZ, José E.
Acompanha Francisco Solano López em sua missão diplomática de mediação no
conflito entre Buenos Aires e a Confederação, 88.
ÍNDICE ANALÍTICO 351
DIVISÃO – 1a
Pertencente ao Exército comandado por Caxias; seu comandante o Brig Manuel
Marques de Sousa; designada para representar o Brasil na campanha contra
Rosas; seu transporte para Diamante, 56.
352 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
DIVISÃO – 3a
Pertencente ao Exército comandado por Caxias (1851), marcha até o Santa Lucía, 53.
DIVISÃO DE BAGÉ
Instruções do Min G (Julho de 1864) ao Presidente da Província do Rio Grande do
Sul dando à unidade missão a cumprir na fronteira, 135.
DIVISÃO AUXILIADORA
Comandada pelo Gen Neto e organizada para auxiliar Rivera na sua luta contra
Rosas, não devendo, entretanto, ir além de Entre Ríos, 42.
DIVISÃO DE INFANTARIA – 1a
Organização, comandante; integra o Exército do Sul, 145.
DIVISÃO DE INFANTARIA – 2a
Organização, comandante; integra o Exército do Sul, 146.
Faz parte do segundo escalão de marcha; informações diversas, 153.
Em 10 de dezembro de 1864, está em Islas de S. Luís; assume o comando o Brig J.
L. Mena Barreto, 154.
DIVISÃO DO NORTE
Partida, composição e operações, 221-222.
Operações, 234-237.
DIVISÃO DE OBSERVAÇÃO
Ou Exército do Sul (V. este)
DIVISÃO DF OPERAÇÕES, MT
Organizada pelo Presidente da Província (1865), 242.
ÍNDICE ANALÍTICO 353
DOLORES, Arg
Ref. 33.
DORREGO, Manuel
Chefia os federalistas; oposição à lei de capitalização, de Buenos Aires, 26.
Governador de Buenos Aires; negocia a paz com o Brasil, 27.
Rebelião de Lavalle contra si (1828); abandona Buenos Aires e vai encontrar-se
com Rosas; batido por Lavalle em Navarro, é entregue a ele traiçoeiramente e
fuzilado, 27.
DOURADOS, Rio, MT
Ref. 239.
DURAZNO, Ur
Conquistada por Flores (1864), 139.
Ref. 23 e 147.
EGUSQUIZA, Félix
Instruções de Berges a respeito de navios, 185.
ELIZALDE, Rufino de
Apresenta-se em Montevidéu (6 de junho de 1864) em companhia de Thornton:
acercam-se os dois de Saraiva e trocam com este ideias sobre a situação no Prata;
é recebido, juntamente com Saraiva, por Aguirre, fazendo ambos sentir a este a
necessidade de concórdia; reúne-se com Thornton, Saraiva e Lapido em casa de
Herrera; parte que tomou nessas conversações, 125-127.
Entrega que lhe fez Aguirre da carta de Flores; participação nas ulteriores negoci-
ações; regresso para Buenos Aires, uma vez malogrados os esforços dos media-
dores, 128-129.
Declarações, juntamente com Saraiva, a respeito da paz na República do Uruguai, 134.
Nota de Berges (6 de setembro de 1863), pedindo explicações sobre a atitude da
Argentina em face do Uruguai, 174-176.
Resposta a Berges (2 de outubro de 1863), 178.
López não se satisfaz e responde-lhe por intermédio de Berges (21 de outubro de
1863), 178.
Nota de Berges a respeito de conivência da Argentina na revolução de Flores (6 de
dezembro de 1863), 182.
Oficia a Berges (16 de dezembro de 1863), pedindo explicações sobre solicitação
do Uruguai ao Paraguai, 182.
Ofício de Berges (21 de dezembro de 1863) sobre fortificação da Ilha de Martín
Garcia e deslocamento de tropas argentinas; responde a Berges (31 de dezembro de
1863), esclarecendo tratar-se de medida de precaução em face do Uruguai, 183-184.
ÍNDICE ANALÍTICO 355
Ref. à sua nota de 31 de dezembro de 1863, com a qual não se conforma López, 184.
Nota de Berges a respeito (6 de janeiro de 1864), 185.
Nota de Berges (6 de fevereiro de 1864), como rompimento de relações por parte
do Paraguai, 186-189.
Correspondência do ministro brasileiro em Buenos Aires sobre a Ilha de Martín
Garcia (5 de fevereiro de 1864), 193.
Ref. 134, 180, 181, 193, 196-197 e 207..
ELLAURI, José
Ministro das Relações Exteriores do Uruguai, é enviado em missão à Europa, por
Rivera, mas nada obtém na França e na Inglaterra, 32.
EPONADIGO, Loc., MT
V. nota CIX.
Ref. 274.
356 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
ESCALVADO. Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
ESCOBAR, Deodoro
Deão da catedral de Assunção, confessa a Carlos Antonio López moribundo, 101.
ESPANHA
Lembrada por Herrera a Saraiva como árbitro na questão entre o Brasil e o
Uruguai (1864), 133.
Alusão do Uruguai (1862) à predominância que ia tomando no Continente e à
possibilidade de entrar em combinações perigosas para as Repúblicas do Uruguai
e do Paraguai, 163.
Ref. 66.
ESPENIDIO, Loc., MT
V. nota CXII.
Ref. 243.
ESPINA, Mariano
Representante do Uruguai na Argentina, tem conversações a respeito da posição
da Argentina em face da invasão de Flores, 107.
ESTADO ORIENTAL
V. Uruguai.
ESTADOS UNIDOS
Envia ao Prata (1859) esquadra destinada a exigir satisfações do Paraguai pelo inciden-
te com o navio americano Water Witen; desenvolvimento e desenlace do caso, 84-85.
ÍNDICE ANALÍTICO 357
ESTIGARRIBIA, Antonio
Acompanha Francisco Solano López em sua missão diplomática de mediação no
conflito entre Buenos Aires e a Confederação, 262.
ESTIVAS, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
Ref. 226
ESTRADA, Berón de
V. Berón de Estrada.
EXÉRCITO AUXILIAR
Composição, partida de Piraí Grande (1854), permanência no Uruguai, regresso
para o Brasil (1855) e conduta, 76-78.
EXÉRCITO BRASILEIRO
Efetivo em 1864, 141.
EXÉRCITO DE CAXIAS
Organização e composição (1851), 52.
Marcha até o Santa Lucía, 52.
EXÉRCITO DA LIGA
Operações, 35.
Derrotado em Arroyo Grande, 35.
358 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
EXÉRCITO DO SUL
Informações diversas (1864), 141-146.
Núcleo, 142.
Razão de ter começado a operar somente em dezembro de 1864, 143.
Marcha e composição, 145-146.
Uma brigada destacada penetra no Uruguai em direção à vila de Melo e regressa
para o Brasil, 151.
Marcha do acampamento de Piraí Grande até Paysandu (novembro-dezembro
de 1864), 153-154.
Participação no segundo ataque a Paysandu, 154-155.
Marcha e transporte via fluvial para Montevidéu, 158-159.
Em 13 de janeiro de 1865, está acampado na margem do arroio Negro, 158.
Sitia Montevidéu, 159.
EXPEDIÇÃO CONDE
Ref. 182 e 207.
EXPEDIÇÃO REBOLLO
Ref. 111, 182 e 207.
FALCÓN, José
Resposta ao Chefe de Esquadra Pedro Ferreira de Oliveira, 93.
Comunicação que lhe endereçou Paranhos (8 de julho de 1855), então ministro
de estrangeiros, a respeito de tratado de amizade, comércio e navegação desse
ano, 96.
FAMAILLÁ
Ref. 33.
ÍNDICE ANALÍTICO 359
FAZENDA DO BANANAL, MT
Ref. 272.
FAZENDA BRACINHO, MT
Ref. 233.
FAZENDA CAIÇARA, MT
Destacamento (1864), 223.
FAZENDA MANGABAL, MT
Ref. 231 e 232.
FEDERALISMO ARGENTINO
Ref. 25 e 80.
FEIO, Rio, MT
Ref. 236, 236, 273 e 243.
FIUZA, Comissário
Morto em ação (janeiro de 1865), 232.
O Brasil alimenta seus bandos armados, diz Herrera (31 de maio de 1864), 194.
O Brasil e a Argentina têm interesse em dar-lhe a vitória, declara Carreras, e
razões disso, acrescenta, 199.
O Governo imperial deseja colocá-lo no poder, 251.
Firma o convênio de paz (20 de fevereiro de 1865), 251.
Desagrava a bandeira do Brasil, 253.
Entra em Montevidéu com as primeiras forças (21 de fevereiro de 1865), 253.
Ref . 264, 148, 148, 175, 175, 180, 182, 188, 209, 213, 215, 230, 245, 247, 249, 253, 253,
256, 257 e 258.
FLORIDA, Loc., Ur
Atacada e conquistada por Flores (4 de agosto de 1864), 155.
Ref. 166.
FOGUETES A CONGRÈVE
V. nota LXXXIX.
Ref . 221.
FORQUILHA, Loc., MT
Ref. 243.
FORTE DE COIMBRA, MT
V. nota CIII.
Efetivo (14 de agosto de 1864), 224.
Reforço recebido, 226.
Comandante, efetivo (dezembro de 1864) e descrição; providências para a sua
defesa, 227-228.
Ação contra os paraguaios nos dias 26, 27 e 28 de dezembro de 1864, 228-229.
ÍNDICE ANALÍTICO 363
Evacuação, 229.
Perdas, 243-244.
Ref. 225, 230, 238, 241 e 242.
FORTE DE COIMBRA
Artigo em O Jornal do Comércio (1894), com esse título, 268.
FORTE DE S. JOSÉ, Ur
Salva a bandeira brasileira, 253.
FRANÇA
Reação contra Rosas, 31-32.
Manda ao Prata o Alte Mackau, que firma (outubro de 1840) tratado de paz com
Rosas, abandonando Rivera, 32.
Intervenção para fazer cessar a guerra no Prata e ultimato a Rosas, 39.
Envia missão ao Prata juntamente com a Inglaterra, 39.
Fica sozinha na manutenção do bloqueio dos portos rosistas, 41.
Novo interventor no Prata, fracassam as novas negociações, sua esquadra levanta o
bloqueio, faz empréstimo a Montevidéu; nova mediação (Missão Le-Predour), 41-42.
Fracasso do tratado negociado e nova tentativa de Le-Predour, também sem resultado, 42.
Suspende subsídio ao Governo de Montevidéu (julho de 1850), 50.
Lembrada por Herrera a Saraiva como árbitro na questão entre o Brasil e o Uruguai, 133.
Ref. a tratado com a Argentina, 85.
FREGUESIA, Loc., MT
Incendiada pelos paraguaios, 234.
GARCÍA, Manuel
Enviado argentino ao Rio de Janeiro, a fim de tratar da paz com o Brasil, 27.
GARIBALDI, Gioseppe
Comanda a reduzida flotilha oriental, 35.
GOIÁS, Prov., Br
Ref. 244.
366 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
GOMES, Fernando
V. nota LXXXIV.
Busca de informes sobre seus movimentos (janeiro de 1865), 159.
GONÇALVES, Loc., MT
Ref. 233.
GONÇALVES
Informante do Maj Francisco Gil Castelo Branco a respeito do itinerário do
Exército do Sul em sua marcha pelo Uruguai, 265.
GONÇALVES, Bento
Simpatia com Lavalleja, emigrado no Rio Grande do Sul, e não inspira confiança
ao governo provincial, 43.
Termos da “convenção de auxílios” firmada com Rivera (1841) e que ratifica;
previne aquele da próxima partida do Gen Neto à testa da Divisão Auxiliadora,
ÍNDICE ANALÍTICO 367
pede-lhe que esta regresse o mais cedo possível e aumente o seu efetivo; exprime o
desejo de ver Entre Ríos libertada logo da tirania de Rosas; juízo que faz sobre este;
instruções a Neto (3 de março de 1842), 44-45.
GORE Robert
Interventor inglês no Prata (1848), fracassa em suas negociações, 41.
GRÃ-BRETANHA
V. Inglaterra
GROS, Barão
Interventor francês no Prata (1848), fracassa em suas negociações, 41.
GUAICURUS, Índios, MT
Ações suas no Sul da Província dão lugar a que o governo se descuide de tomar
certas providências defensivas e a que os cuiabanos se julguem garantidos, 88-89.
Ref. 274.
368 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
GUANÁS, índios. MT
Ref. 274.
GUARDA DE GRAVIJU
Ref. 265.
GUARDA NACIONAL
Proporciona contingente precioso de combatentes, 141.
Força no Rio Grande do Sul (1862), 264.
Distribuição de suas unidades no Rio Grande do Sul em julho de 1864 e informações
sobre o seu suprimento, 144-145.
GUERRILHAS
Na região de Miranda, durante a invasão paraguaia de 1864, 273.
ÍNDICE ANALÍTICO 369
GUIDO, Tomás
V. nota XVIII.
Representante de Rosas no Rio de Janeiro, protesta em nome deste contra preten-
dida aliança entre o Brasil e o Governo de Montevidéu, pede seus passaportes e
retira-se (agosto de 1845), 39.
Representante de Rosas no Rio de Janeiro, reclama, a mando do ditador, contra a
parcialidade do Governo imperial na luta platina; retira-se, por ordem de Rosas;
chegando ao Prata (13 de outubro de 1850), não é recebido pelo ditador; seu juízo
sobre este, 50.
Ministro plenipotenciário da Argentina, protesta contra o reconhecimento da
independência do Paraguai por parte do Brasil (20 de fevereiro de 1845), 67.
Resposta do Brasil a esse protesto (29 de julho de 1845), 67-68.
Como representante de Urquiza, entra em ligação com a esquadra americana
enviada ao Paraguai, 84
HERÓI DO DESERTO
V. Rosas, Juan Manuel de
HOSPITAL. Arroio
No dia 2 de dezembro de 1864, o Exército do Sul acampa em sua margem, 154.
Ref. 266.
HUMAITÁ, Lanchão
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
IBARGUREN, Carlos
Transc. de sua obra Juan Manuel de Rosas – Su vida – Su tiempo – Su drama, Buenos
Aires, 1930, 57-58.
IGUAÇU, Rio
Ref. 69.
IGUATEMI, Rio, MT
Ref. 90, 94 e 263.
IGUREY, Vapor
Conduz Francisco Solano López de volta ao Paraguai, desde o Paraná, 263.
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
Ref. 267.
INCIDENTE DE CUÑAPIRÚ, Ur
Ref. 115.
INCIDENTE DO PAMPERO
V. Pampero.
INCIDENTES DE TACUAREMBÓ
Ref. 115.
INDEPENDÊNCIA, Escuna
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
INGLATERRA
Plano de Rivera para se lhe aliar, 31.
Ante apelo de Rivera, toma algumas medidas no sentido de pacificar o Uruguai, 38/39.
Intervenção para fazer cessar a Guerra no Prata (1842); ultimato a Rosas, 39.
Envia Missão ao Prata, juntamente com a França, 39.
Envia ao Prata, como interventor, a Samuel Hood, amigo de Rosas e Oribe, o qual
nada consegue, 40.
Novas negociações por intermédio do Howden, 41.
Envia novo interventor, Gove, e, depois, Southern, fazendo este com Rosas um
tratado (1849) não aceito pelos orientais, 41.
Incidente com o Paraguai por motivo da prisão de Canstatt, 263.
Lembrada por Herrera a Saraiva como árbitro na questão entre o Brasil e o Uruguai, 133.
Resposta de seu representante em Montevidéu à comunicação de Tamandaré de
376 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
IPEGUE, LOC. MT
V. nota.
Ref. 274.
IPIRANGA
V. nota LXI.
Integra a esquadra da missão Pedro de Oliveira, 92.
IPORÁ, Vapor
V. YPORÁ.
ITAGUAÍ, Canhoneira
É a seguinte; v. nota respectiva, 151.
ITAJAÍ, Canhoneira
V. nota LXXVIII.
Integrante da 3a Divisão, destacada pelo Comandante Pereira Pinto para operar
contra Salto; bloqueia esse porto (novembro de 1864), 151.
ITÁLIA
V. também Barbolani, Rafael Ulysses.
Lembrada por Herrera a Saraiva como árbitro na questão entre o Brasil e o
Uruguai (1864), 133.
Ref. 207 e 248.
ITAPIRU, Par
O navio de guerra americano Water Witch é repelido à bala quando avançava pelo
Paraná e enfrentava essa posição, o que dá causa a incidente com os Estados Unidos, 84.
Ref. 271.
ITIQUIRA, Loc., MT
Ref. 233.
378 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
ITORORÓ, Par,
Ref. 13.
IVAÍ
V. nota LXXX.
Participação nas operações contra Paysandu, 152.
JACUÍ, Barão de
V. Abreu, Francisco Pedro de
JAGUARÃO, Loc., RS
Instruções do Min G (21 de julho de 1864) sobre guarda da fronteira e represálias,
135-136.
Unidades aí estacionadas em julho de 1864, 144.
Incursão de Basílio Muñoz (janeiro de 1865), 245/246.
Ref. 250.
JAGUARÃO, Rio
Atravessado no dia 27 de janeiro de 1865 pela força incursionadora de Basílio
Muñoz contra Jaguarão, 245.
JAQUIRANA, Rio
Ref. 270.
JAURU, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
JAURU, Navio
V. nota XCI.
Valor militar, 225.
Mandado de Corumbá para Coimbra, 230.
Mandado pelo Cel. Pôrto Carrero para Corumbá, 230.
Papel na retirada para Cuiabá, 231.
Perseguição pelos paraguaios, 230.
Prosseguimento para Cuiabá depois do desembarque de tropa, 231.
Informações levadas a Cuiabá, 241.
Participa da defesa de Melgaço, 242.
JAVARI, Navio
Ref. 270.
JEQUITINHONHA, Fragata
V. nota LXI.
Integra a esquadra da Missão Pedro de Oliveira, 92.
Missão recebida em agosto de 1864, 137.
KINIKINAUS, índios, MT
V. nota CVIII.
Ref. 239 e 274.
LA HITTE, Canhões
V. nota LXXIV.
Ref. 265.
380 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
LAIANOS, Índios, MT
Ref. 274.
LAJES, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
LALIMA, Loc., MT
Ref. 274.
LAMAS, Andrés
Representante do Governo de Montevidéu no Rio de Janeiro, atua no sentido de
que o Brasil abandone sua atitude de neutralidade no Prata, 48.
Continua no seu trabalho em prol da intervenção do Império no Prata, 50.
Nota ao Governo brasileiro (18 de agosto de 1851) sobre negociações diplomáti-
cas entre o Uruguai e o Brasil, 59.
Juízo a respeito da ideia de conquista do Uruguai pelo Brasil, 103.
Representante do Uruguai na Argentina; resposta que lhe dá (13 de maio de
1862) o Ministro das Relações Exteriores da Argentina a respeito da ajuda desse
país a Flores; ação para justificar procedimento de seu governo no caso do
vapor Salto, 107/109.
Protocolo com Elizalde (29 de junho de 1863) encerrando o incidente do Salto;
recebe ordem de Herrera para protestar contra atos de hostilidade do Governo
de Buenos Aires; pondera junto a Herrera, mas este reitera a ordem para pro-
testar, 109.
Concerta novo protocolo com Elizalde (20 de outubro de 1863), propõe designa-
ção de árbitro (o Imperador do Brasil), 110-111.
Berro declara que a escolha do Imperador como árbitro havia sido obra pessoal
de Lamas, 111.
Como representante do Governo oriental, acompanha os medidores (Thornton,
Saraiva e Elizalde), quando estes vão ao encontro de Flores, 127.
Comunicação, juntamente com Castellanos, aos mediadores, sobre a intenção de
Aguirre quanto à reorganização do ministério; resposta de Saraiva; tido como
político moderado do partido de Aguirre, 128.
Pede ao Governo imperial a devolução de umas das bandeiras tomadas pelos
brasileiros na campanha do Uruguai (1864-1865), 157.
Intrigas e atitudes em Buenos Aires, segundo Carreras, 201.
Ref. 59, 267, 179, 180, 181, 206 e 207.
ÍNDICE ANALÍTICO 381
LAMAS, Pedro
Transc. de Etapas de una gran política, 59.
LANÇA SECA
Apelido do Gen Juan Saa (V), 152.
LAPIDO, Octavio, Dr
Representante do Uruguai na Argentina, tem conversações a respeito da posição
da Argentina na invasão de Flores, 107.
Compromisso contraído com o Governo do Paraguai a respeito de parte a de-
sempenhar com relação aos demais governos, faz gestões em Assunção a fim de
obter a aliança do Paraguai com o Uruguai, contra a Argentina, 110.
Reunião com Saraiva, Elizalde e Thornton, em casa de Herrera (8 de junho de
1863), para as primeiras negociações de pacificação do Uruguai, 126.
Parte nas conversações então desenvolvidas, 126.
V. também Herrera, Juan José de, para as negociações com o Paraguai.
Mandado ao Paraguai a fim de continuar as gestões de Herrera; instruções rece-
bidas deste, 165/169.
Partida para Assunção e chegada a essa capital, 169.
Primeira entrevista com F. S. López e conversação com Berges, 169.
Correspondência com Herrera, 169/171.
Notas que este lhe expede (17 de agosto de 1863), 170/171.
Correspondência com Herrera (20 de agosto de 1863) e resposta deste, 171/173.
Nota ao Governo paraguaio (2 de setembro de 1863), 173/174.
382 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
LAS CAÑAS, Ur
Ref. 106.
LAS PIEDRAS, Ur
Ref. 106.
LÁUIAD, Loc., MT
V. nota CIX.
Ref. 274.
sobre Echagüe, mas é derrotado três meses depois em Sauce Grande; passa a operar
na Província de Buenos Aires, é alcançado em Quebracho Herrado, onde sofre
completa derrota; incorpora os restos de suas forças às da Coligação do Norte,
sendo estas totalmente aniquiladas em Famaillá e Rodeo del Medio (1841), 33.
Oposição a Rosas, 62.
LAVRINHAS, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
LEBLANC, Alte
Ultimato a Rosas e bloqueio dos portos argentinos (1838), 31.
LEGIÃO LIBERTADORA
Ref. 33.
LE-PREDOUR, Alte
Acompanha o Ministro francês Waleski, enviado como negociador ao Prata, 41.
Entra em negociações em prol de mediação; ajusta um tratado com Rosas e outro
com Oribe, os quais não são ratificados na França; retoma as negociações, nada
conseguindo ainda, 42.
LEVENE, Ricardo
Transc. 48.
Transc. de Leciones de História Argentina, 2o vol. 54 e 261.
LIGA DO INTERIOR
Formada contra Rosas, sob os auspícios do Gen. Paz, 29.
Do tratado proposto por Gelly, porém não aceito pelo Império, 68-69.
Cogitados em 1852, 90.
Propostos pela Missão Pedro Ferreira de Oliveira e recusados por F. S. López, 94/95.
Objeto de convenção assinada em 6 de abril de 1856, segundo a qual, dentro do
prazo do Tratado de Amizade, Navegação e Comércio, entre o Brasil e o Paraguai,
seriam nomeados os plenipotenciários que deviam examinar e reconhecer definiti-
vamente a linha limítrofe entre os dois países, 96-97.
Lindes propostos em 1856, 97.
Adiada a solução da questão pela convenção de 1858, 99.
No entender de Herrera (maio de 1862), a questão ainda se encontra longe de
solução e melhor seria que os dois países mantivessem o statu quo, 164-165.
Reivindicação do Paraguai, pelas armas (1864), 221.
que lhe faz o ditador argentino; aproxima-se novamente do Brasil e firma com o
Império um tratado de aliança defensiva (25 de dezembro de 1850), 69/70.
Mediador entre Buenos Aires e a Confederação durante o conflito de 1859, é
representado por seu filho F. S. López, 82.
Razões de sua interferência como mediador, 84/85.
Vida no Paraguai ao tempo de seu governo, 84.
Acusado de haver desrespeitado direitos de uma empresa americana e de ter repelido
à bala o navio Water Witch, dando causa a incidente com os Estados Unidos; envio
por esse país de uma esquadra ao Prata; desenvolvimento e desenlace do caso. 84/85.
Difícil dizer quais os seus sentimentos reais quanto ao Brasil, tudo induz a crer que
variavam ao sabor dos acontecimentos, 87.
O Governo imperial contenta-se com as explicações que dá a respeito do ataque à
guarnição brasileira de Fecho dos Morros, 88.
Protela o desenlace da questão de limites e navegação com o Brasil, 90.
Incidente com Felipe José Pereira Leal, 91.
Manda evacuar o acampamento militar de Passo da Pátria para Humaitá, ao saber
que a esquadra da Missão Ferreira de Oliveira estava em Corrientes, 92.
Atendendo a uma sugestão do Brasil, manda ao Rio de Janeiro seu Ministro das
Relações Exteriores, José Berges, para resolver questões pendentes com o Brasil, 96.
Escudado no art. 6o do Tratado de 6 de abril de 1956 com o Brasil, baixa regulamentos
especiais para a navegação fluvial, visando diretamente ao Império, 97.
Estado de espírito quando da chegada de Paranhos (1858), 99.
Falecimento e traços de sua personalidade, 100/102.
Contato com Herrera, durante o qual fica patente a sua desconfiança para com os
brasileiros e argentinos; segundo contato, no qual se tratou das relações entre o
Uruguai e o Paraguai, mas López não se compromete; opinião de Herrera a respeito
do que pensava com relação à situação internacional, 163.
Opinião de Herrera a seu respeito e de seu governo, 164.
Ref. 98 e 266.
LÓPEZ, Estanislao
V. nota VII.
Rosas em busca de sua ajuda, 27.
MACACOS,
Designação que C. A. López dava aos brasileiros, 163.
MADARIAGA, Joaquín
Governador de Corrientes, comanda exército antirrosista derrotado em Vences
por Urquiza (27 de novembro de 1847), 34.
Exército formado para combater Rosas, 36.
Ref. 67.
MADARIAGA, Juan
V. nota XXXVIII.
Comandando a retaguarda do exército do Gen Paz, em sua retirada para o norte
da Província de Corrientes, é acossado e feito prisioneiro por Urquiza, com o qual
passa a confabular, 66-67.
MAGÉ, Corveta
V. nota LXT
Integra a esquadra da Missão Pedro Ferreira de Oliveira, 92.
MALDONADO, Loc., Ur
Instruções do Min M a Tamandaré para fazer aí estacionar as canhoneiras neces-
sárias para proteger os brasileiros e apoiar as forças da fronteira, 137.
MANGABAL, Fazenda, MT
Forças brasileiras em retirada aí desembarcam, 232.
Ref. 231.
MARACAJU, Serra de
Ref. 69, 88, 90, 94, 263, 239.
MARACANÃ
V. nota LXT.
Integra a esquadra da Missão Pedro Ferreira de Oliveira, 92.
Enviada (19 de outubro de 1864) para reforçar as canhoneiras Itaguaí e Mearim
quando da operação contra Salto, 151.
MÁRMOL, José
V. nota VIII.
392 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
MARTÍNEZ
Tido como político moderado do partido de Aguirre, 128.
MAZORCA
V. nota IX. Ref. 29.
394 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
MBOTETEY
V. Miranda, Rio, MT
MEARIM, Canhoneira
V. nota LXXVIII.
Integrante da 3a Divisão, é destacada (outubro de 1864) pelo Cmt Pereira Pinto
para operar contra Salto, 151.
MELGAÇO, Barão
V. Leverger, Augusto.
MELGAÇO, Loc., MT
Ref. 241.
MENEZES, F. C. de Castro, CF
Comandante da força naval de Mato Grosso e força disponível (1864), 225.
Trecho de sua parte de combate, 232.
MERCEDES, Loc, Ur
O Villa del Salto não pôde levar elementos de combate para seus defensores, alega
Herrera a Saraiva (nota de 30 de agosto de 1864), 138.
Os governistas uruguaios retraem-se (1864) para aí, depois de evacuarem Fray
Bentos, 139.
Pref. 147, 150 e 209.
MINAS Prov., Br
Ref. 244.
MINAS, Ur
Ref. 79.
MINI, Ilha
Segundo Herrera, revolucionários uruguaios do Cel Rebollo aí desembarcam e
transformam-na em base de partida para invasão do Uruguai, o que dá margem
a novo incidente entre a Argentina e o Uruguai, 111.
MINIÊ, Espingarda
V. nota XCVII.
Ref. 229.
MIRANDA, MT
Base de partida para invasão do Paraguai por índios da Província, 89.
MIRANDA, Rio, MT
Reconhecimento paraguaio (1865), 230.
Os paraguaios postam guarda em sua foz (janeiro de 1865), 232.
Ref. 237, 239 e 243.
MIRANDA, Arroio, MT
Ref. 237.
MIRANDA, Julián
Transc. de trecho de seu compêndio de Historia Uruguaya, 173.
Cit. 246, 275.
MISSÃO MÁRMOL
V. Mármol, José.
Ref. 207.
MISSÕES, Território de
Proposta de C. A. López, por intermédio de Gelly, para dividir esse território com
o Brasil, 69.
Ref. 201.
MISSÕES DIPLOMÁTICAS
V. pelo nome do encarregado.
MONIZ, Angel
V. nota LXXVII.
MONTEVIDÉU, Ur
Resistência heroica e acontecimentos durante o sítio, 36/38.
Empréstimo francês, 40.
Dividida em dois grupos contendores (1855), 77.
O Gen Venancio Flores abandonando o sítio de Paysandu, dirige-se velozmente
400 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
MUNDELL, José
Intermediário do Barão de Mauá junto ao Gen V. Flores para a consecução da paz
no Uruguai (1863), 106.
NABILEKE, MT
V. nota (CIX).
Ref. 274.
NABUCO, Joaquim
Transc. 257-258.
NAVARRO, Arg
Ref. 27.
NAVEGAÇÃO, Questões de
V. em convenções, convênios, tratados, Ilha de Martín Garcia e rios Paraná, Paraguai
e Uruguai.
NAXEDAXE, MT
V. nota CIX.
Ref. 274.
NEGRO, Arroio
Em de 13 de janeiro de 1865, o Exército do Sul está aí acampado, 158.
402 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
NEGRO, Rio, Ur
V. também Transposição do...
Transposto pelo Exército Auxiliar (1854), 76.
Novo limite entre a Argentina e o Uruguai, segundo Carreras (1864), 200 e 202.
Ref. 52, 79, 150, 150, 152, 153, 171, 209 e 213.
NIOAQUE, Loc., MT
Destacamento (1864), 224.
ÍNDICE ANALÍTICO 403
NIOAQUE, Rio MT
Ref. 236-243.
NITERÓI, Corveta
V. nota LXIX.
Conduz (11 de agosto de 1864) Saraiva de volta para Buenos Aires, depois da
entrega do ultimato de 6 de agosto de 1864, 133.
Recebe (31 de agosto de 1864) a legação brasileira de Montevidéu que se recolhe
em Buenos Aires, 139.
NOVA COIMBRA
V. Forte de Coimbra.
NOVA TROIA
Ref. 102.
OIAPOQUE, Vapor
Posto à disposição de Mena Barreto por Tamandaré a fim de transportar o Exército
do Sul até o Santa Lucía; achava-se (15 de janeiro de 1865) fundeado no Chaim, 158.
OLLEROS, Mariano L.
Ref. a documentos publicados em seu livro Alberdi, (V.), 99.
Transc. de trecho do seu livro Alberdi (V.) a respeito da morte de C. A. López, 101.
ONÇAS, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
OTTONI, Teófilo,
Ref. 257.
OUSELEY, WILLIAM
Ref. 39-40.
OUSELEY-DEFFAUDIS, Missão
Informações diversas, 39-40.
PACTO DO LITORAL
Objetivo, 29.
PAIXHANS, Canhões
V. nota LXXIV.
Ref. 265.
PALOMAR, Ur
V. nota II.
Ref. 23.
PALOMEQUE, Cel
Defensor de Salto, capitula (28 de novembro de 1864), 152.
PALOMEQUE, Alberto
V. nota LXXXV.
Cit. 152.
PÃO DE AÇÚCAR, MT
V. Fecho dos Morros.
PARAGUAI
Rosas deseja incorporá-lo às Províncias Unidas, 37.
Rápida mirada à sua história (1810-1845), 63-67.
Atitude do Brasil (1824-1845), 67-68.
Esforços do Brasil para celebrar tratados e referências a estes, 68-71.
Vida no país no tempo de C. A. López, 84.
Relações com o Brasil e novos esforços para obtenção de tratados, notadamente
de limites (1850-1853), 87-91.
Morte de C. A. López; ascensão de F. S. López; situação do país durante o governo
do primeiro, 100-102.
Juízo a respeito, 103.
A esperança de sua intervenção no Uruguai talvez tenha influído no espírito de
Aguirre no sentido de não cumprir totalmente o acordo de 18 de junho de 1864, 127.
Razões pelas quais Berro e Aguirre recorrem ao país, procurando associá-lo ao
seu destino, 161.
Intriga diplomática em que foi envolvido entre 1862 e 1864 contra o Brasil e a
Argentina, 162-205 e 205-217.
Opinião de J. J. de Herrera sobre seu governo (1862), 164.
Estado (1862) de suas relações com o Brasil, segundo Herrera, 164-165.
Relações de caráter político e econômico com o Uruguai, e interesses recíprocos
(em instruções de Herrera a Lapido, 3 de março de 1863), 165-169.
Perigos à sua integridade; meios de afastá-los; alusão a uma liga com alguns estados
da Confederação Argentina (em instruções de Herrera a Lapido, 3 de março de
1863), 187-191.
Relações com o Uruguai em 1863, segundo Lapido, 165-169.
Pontos a incluir no convênio com o Uruguai, segundo Herrera em nota de 17 de
agosto de 1863, 170.
Bases entregues por Lapido a Berges para o acordo com o Uruguai, modificações de
Herrera (31 de agosto de 1863), segundo as quais o que este deseja logo é a imediata
cooperação material do Paraguai, 171-172.
Deve cooperar com o Uruguai ocupando Martín Garcia (ofício de Herrera a Lapido,
31 de agosto de 1863), 195-196.
Primeiro passo para intervir no Prata (6 de setembro de 1863), 172-173.
Atitude que tomará na questão entre o Uruguai e a Argentina, motivada pela revolução
410 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
de Flores (nota de López ao Corpo Diplomático de Assunção); seu governo, diz López,
considera a independência do Uruguai condição do equilíbrio dos países platinos, 180.
Nova tentativa de coação do Uruguai (correspondência de 13 de janeiro de 1864 de
Herrera), no sentido de atuarem os dois países energicamente no Prata, 186.
Rompimento de relações com a Argentina, nota de 6 de fevereiro de 1864, de Berges
a Elizalde), 186-188.
Novo convite do Uruguai (instruções de Herrera a Sagastume, de 1o de maio de
1864) para entrar em combinação no Prata, 194-195.
Auxílio pretendido pelo Uruguai, conforme declarações de Herrera a Sagastume e
nas instruções a Carreras (julho de 1864), 197-199.
Decide-se intervir na questão do Uruguai (nota de López ao Brasil, de 30 de agosto
de 1864), 203-204.
Intrigas diplomáticas com o Uruguai, a partir de agosto de 1864, 205-217.
Exército em 1864, segundo Thompson, 220.
Pretexto para o rompimento com o Brasil, 247.
PARAGUAI, Rio
Navegação, 68, 85, 88, 97, e 99.
Ref. 67, 69, 94, 94, 98, 165, 217, 232, 234, 238, 241, 242, 244.
PARAGUARÍ, Par
Ref. 64.
PARANÁ, Rio
V. também Alto Paraná.
Navegação, 68, 85, 86, 88, 97, 98, 99, 192.
Ref. 12, 55, 67, 69, 69, 84, 94, 176, 201, 214.
ÍNDICE ANALÍTICO 411
PARANÁ, Navio
V. nota XCI.
Valor militar, 225, 270.
PARANÁ, Visconde de
V. Leão, Honório Hermeto Carneiro.
PARNAÍBA
V. nota LXXX.
Participação nas operações contra Paysandu (Dez 1864), 152.
PARTIDO CONSERVADOR, Ur
Com ex-partidários do Gen Flores, em oposição a este; vê na subida de Bustamante
ao poder supremo uma continuação do governo de Flores; pratica um motim (25
de novembro de 1855), 77.
Apoia César Díaz contra Gabriel Pereira, à Presidência do Uruguai, 78.
PASSAGEM DE TONELERO
Ref. 55.
ÍNDICE ANALÍTICO 413
PASSO DO AQUIDAUANA, MT
Ref. 238 e 239.
PASSO DA ARMADA, RS
Ref. 245.
PASSO DO VIOLA
Ref. 153.
PAVÓN, Arg
Ref. 80, 104 e 105.
414 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
PAYSANDU, Loc., Ur
V. também Ataque a...
Uma parte das forças de Urquiza transpõe por aí o Rio Uruguai, 52.
Ofício de Saraiva a Tamandaré (agosto de 1864), lembrando a vantagem de haver
aí navios de guerra brasileiros, 133.
Instruções do Min M a Tamandaré para fazer estacionar aí o número de canhoneiras
necessário para proteger os brasileiros e apoiar as forças da fronteira, 137.
Centro de estação da 3a Divisão da Esquadra (instruções de Tamandaré a Pereira
Pinto, 1864), 137.
Flores tem a intenção de atacá-la, diz Herrera a Saraiva, 138.
Um dos centros capitais de resistência de Aguirre, e vigilância da esquadra de
Tamandaré, 139.
Sugestão de Saraiva ao Presidente do Rio Grande do Sul (7 de setembro de 1864) no
sentido de que o exército expulse da localidade as forças do Governo de Montevidéu
que nela se encontram; informações sobre a praça e necessidades para o ataque, 140.
Outras informações de Saraiva sobre o ataque brasileiro, 141.
Insta Saraiva para que a ofensiva contra a localidade se faça com urgência, 141.
Intenção de Flores de sitiá-la, 147.
O Governo brasileiro aprova instruções para a sua ocupação por forças brasilei-
ras, 147.
Instruções (26 de setembro de 1864) do Min G ao Gen J. P. Mena Barreto no sentido
de que dela se apodere, 148-149.
Tamandaré anuncia (26 de outubro de 1864) que vai bloqueá-la, 151.
Ataque combinado de Flores e Tamandaré (dezembro de 1864), 151-153.
Segundo ataque (31 de dezembro de 1864-1o de janeiro de 1865), 154-155.
Fuzilamento de Leandro Gómez e informações sobre sua rendição, 155-157.
Não resistirá à ofensiva do Brasil, diz Sagastume, e previsão para o caso de retira-
da de sua guarnição (nota de 28 de outubro de 1864 a Berges), 213.
Ref. 154, 265, 230, 245, 248, 255 e 258.
PAZ, Marcos
Eleito Vice-Presidente da Argentina, 87.
PAZ, Gen
Associado com Lavalle, luta contra Dorrego, 27.
Forma a Liga do Interior contra Rosas, 29.
Organiza força antirrosista (1841) e obtém a vitória de Caáguazú (28 de novembro de
ÍNDICE ANALÍTICO 415
PEDRO I
Ref. 22.
PEDRO II
Lembrado seu nome por Andrés Lamas para árbitro entre a Argentina e o Uruguai,
este apresenta o de F. S. López para funcionar como árbitro juntamente com o do
Imperador; Mitre não aceita a alteração lembrada, 110.
Berro declara que a escolha de seu nome fora obra exclusiva de Lamas, 110-111.
Demite Paranhos (3 de março de 1865), 254.
Manifestações de regozijo recebidas no Rio (3 de março de 1865), 254.
PELOTAS, Loc., RS
Papel no suprimento de forças da fronteira, 145.
Ref. 144.
PEDERNEIRAS, Loc., MT
Destacamento (1864), 223.
PELLIZA, Mariano
Transc. de História Argentina, 26, 29-30, 81 e 262.
Cit. 50 e 82.
416 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
PENALOZA, Gen
Ref. 183.
PEQUENO, Arroio, MT
Ref. 237.
PERU
Ref. 65 e 270.
PIMENTEL, Barros
Como deputado, reclama (1864) medidas enérgicas para a proteção dos súditos
brasileiros no Uruguai, 116.
PIQUIRI, Loc., MT
V. nota CI.
Ref. 233, 240, 242 e 242.
PIRAÍ GRANDE, RS
Acampamento das forças brasileiras (1864); papel, 143.
Forças aí estacionadas, 143-146.
Ref. 151, 153, 153 e 265.
PIRATINI,
V. Rio Grande do Sul.
POCITOS, Arg
Ref. 86.
POCONÉ, Loc., MT
Ref. 242 e 223.
PONADIGO, Aldeia, M
V. Eponadigo.
PONCHE VERDE, RS
Ref. 31.
PONTE, Arroio, MT
Ref. 237.
PORONGOS, Loc., Ur
Conquistada por Flores (1864), 139.
Ref. 147.
PÔRTO, Aurélio
Transc. de Influência do Caudilhismo Uruguaio no Rio Grande do Sul, 43 e 261.
PORTO ALEGRE, RS
Ref. 49.
ÍNDICE ANALÍTICO 419
PORTUGAL
Lembrado como árbitro (por Herrera a Saraiva) na questão entre o Brasil e o
Uruguai, 133.
Ref. 165.
PRATA
V. Rio da Prata.
PRINCESA IMPERIAL
V. Izabel, Princesa Imperial
PRONUNCIAMENTO DE DOLORES
Ref. 33.
PROVÍNCIA CISPLATINA
V. Uruguai.
PROVÍNCIAS UNIDAS
V. Argentina.
PRÚSSIA
Lembrada (por Herrera a Saraiva) como árbitro na questão entre o Uruguai e o
Brasil, 133.
QUARAÍ, Loc., RS
Unidades aí estacionadas em julho de 1864, 144.
QUARAÍ, Fronteira do
Instruções do Min G (21 de julho de 1864) sobre sua guarda e represálias, 135-136.
Apoio a prestar pela Marinha às forças aí estacionadas, em ofício do Min M a
Tamandaré (1864), 137.
Forças aí estacionadas, 144-145.
QUARAÍ, Rio
Flores chega até as imediações, em sua marcha pelo Uruguai durante sua invasão
de 1863, 105.
ÍNDICE ANALÍTICO 421
QUEBRADA, Arroio, Ur
Ref. 266.
QUEBRACHO HERRADO
Ref. 33.
QUESTÕES
De limites (em convenções, convênios, limites e tratados).
De navegação (nos rios e em convenções, convênios e tratados).
QUINTEROS, Hecatombe de
Flores vem vingá-la em sua invasão do Uruguai em 1863, 105.
Ref. 79-80 e 139.
RABÓN, Ur
Flores avança até aí, vindo de Paysandu (dezembro de 1864), 153.
RECIFE, Corveta
V. nota LXXV.
A seu bordo, na barra do Santa Lucía, encontra-se o Alte Tamandaré quando do
convênio com Flores (outubro de 1864), 149.
Participação nas operações contra Paysandu (dezembro de 1864), 152.
REGIMENTO DE CAVALARIA – 2o
Em março de 1864, está no Rio Grande do Sul, 141.
Integra a 1a Bda, 1a DI, do Exército do Sul; seu comandante, 145.
Ref. 153.
ÍNDICE ANALÍTICO 423
REGIMENTO DE CAVALARIA – 3o
Em março de 1864, está no Rio Grande do Sul, 141.
Em julho, está em Bagé, 143-144.
Integra a 1a Bda, 1a DI, Exército do Sul; seu comandante, 145.
REGIMENTO DE CAVALARIA – 4o
Em março de 1864, está no Rio Grande do Sul, 141.
Em julho, em Jaguarão, 143-144.
Integra a 1a Bda, 1a DI, Exército do Sul, 145.
REGIMENTO DE CAVALARIA – 5o
Em março de 1864, está no Rio Grande do Sul, 141.
Em julho, em Bagé, 143-144.
Integra a 1a Bda, 1a DI, Exército do Sul; seu comandante, 145.
REPÚBLICA DE PIRATINI
V. Rio Grande do Sul.
REVISTA AMERICANA
Transc. de biografia de J. M. S. Paranhos, de autoria do Barão do Rio Branco (vol.
XIV, 79), 252-253 e 262.
ÍNDICE ANALÍTICO 425
RIACHUELO, Batalha de
Ref. 221.
RIO APA
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
Mandado reconhecer a foz do Miranda e perseguir embarcações brasileiras, 230.
RIO DA PRATA
Ref. 168, 168, 171, 171, 172, 173, 177, 179, 180, 184, 189, 191, 192, 194, 200, 201, 206,
208, 214 e 215.
RIVADAVIA, Bernardino
Eleito Presidente das Províncias Unidas, 26.
Apresenta a lei de capitalização de Buenos Aires e outras referências, 26.
Renuncia à cadeira presidencial; anulação de atos seus, 27.
RONDEAU, José
Escolhido governador provisório do Uruguai, 21.
ROSÁRIO, Patacho
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
Samuel Hood, seu amigo, é mandado ao Prata como interventor; marcha dos
negócios no Prata, 40-41.
Obriga a Oribe a recuar nos ajustes feitos com a França e a Inglaterra (1848); combina
com esta um tratado (1849) equivalente à sua vitória no Prata; ajusta um outro
com a França, 41-42.
Não tendo sido ratificado o ajuste com a França, reata as negociações com o Alte
Le-Predour, também sem resultado, 42.
Rivera busca apoio do Rio Grande do Sul para investir contra si (1841), 44.
Como é visto por Bento Gonçalves, 45.
Oribe invade o Uruguai à frente de tropas suas e executa planos seus; o Império vê
em si um auxiliar inestimável para apagar o incêndio que lavra no Rio Grande do
Sul; atitude ante o Brasil (1843); tratado com este, que não ratifica quando vê afastado
o perigo de intervenção estrangeira e a Oribe sitiando Montevidéu, 45-46.
O Brasil declara ao seu representante do Rio de Janeiro (nota de abril de 1847)
que não reconhece Oribe como Presidente do Uruguai, só acatando o Governo de
Montevidéu, e que não continuará em neutralidade inativa, 48.
Ordena ao seu representante no Rio de Janeiro, Gen Guido, que reclame do Gover-
no imperial sua parcialidade no Prata, tolerando que os rio-grandeses, em com-
binação com os unitários, hostilizem e façam guerra contra os governos aliados
do Prata; não recebendo a resposta que desejava, ordena ao Gen Guido que peça
os passaportes e se retire; recusa-se a receber seu representante; juízo deste a seu
respeito, 50.
Golpe mortal no seu prestígio com a declaração de Urquiza e a de Virasoro (abril e
maio de 1851); forma-se coligação do Brasil, Uruguai e Entre Ríos contra seu aliado
Oribe (29 de maio de 1851), 50-51.
Ira contra o Brasil e manifestações contra este e Urquiza, 54.
Derrota (1852), partida para o exílio e morte, 56 e 262.
Juízo sobre sua tirania, 57-58.
Operações do 7o exército libertador formado contra si, 66-67.
Lança Urquiza contra esse exército, 66.
Ante proposta de aliança feita por C. A. López, recebe autorização da Assembleia
para reincorporar o Paraguai à Confederação Argentina; consequências políticas
desse ato de força, 69-70.
C. A. López aplaude a guerra que lhe movem Entre Ríos, o Uruguai e o Brasil, 71.
Problema da organização política argentina ressurgido com sua queda, 80.
Buenos Aires perde sua supremacia depois de sua queda, 80.
Relações com o Brasil, a propósito do incidente de Fecho dos Morros, 87 e 88.
ÍNDICE ANALÍTICO 431
ROSAS, Prudencio
Derrota exército antirrosista em Chascomús, 33.
SALOBRA, Loc., MT
Ref. 238 e 239.
SALSIPUEDES, Arroio, Ur
Ref. 266.
SALTO, Loc., Ur
V. também ataque a...
Vantagem de haver aí navios de guerra brasileiros (em oficio de Saraiva a
Tamandaré, agosto de 1864), 133-134.
Instruções do Min M a Tamandaré (1864) para fazer estacionar aí as canhoneiras
que forem necessárias para proteger os brasileiros e apoiar ação das forças da
fronteira, 136-137.
Um dos centros capitais da resistência de Aguirre e vigilância que exerce a esqua-
dra de Tamandaré, 139.
Sugestão de Saraiva (7 de setembro de 1864) ao Presidente do Rio Grande do Sul
para que o Exército Brasileiro expulse da localidade as forças do Governo de
Montevidéu que aí se encontram; informações sobre a praça e necessidades para
o ataque, 139-140.
Outras informações de Saraiva sobre o mesmo ataque, 141.
Saraiva quer o ataque à localidade, 141.
O Governo imperial aprova instruções de Saraiva para que seja ocupada por
forças brasileiras, 147.
ÍNDICE ANALÍTICO 433
SALVATILHA
Suas forças rebeldes são desarmadas e internadas por ordem de Canabarro, declara
Saraiva em nota a Herrera, 121.
SANCHEZ, Francisco
Ministro de estrangeiros do Paraguai, firma convenção com o Ministro inglês
Thornton (1862) restabelecendo relações com a Inglaterra, 263.
434 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
SAN FRUCTUOSO, Ur
Ref. 265.
SANTA ROSA
Ligações por aí das forças terrestres brasileiras com a Esquadra (instruções de
Saraiva ao Presidente do Rio Grande do Sul, ofício de 7 de setembro de 1864), 140.
SÃO PAULO, Br
Ref. 244.
SAUCE GRANDE
Ref. 33.
SCHNEIDER, L
Cit. 272 e 230.
Ref. 266, 178 e 253.
SEMANÁRIO
Cit. 229, 273, 275, 284 e 243.
Ref. 102.
438 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
SÍTIO DE PAYSANDU
Posto pelo Gen Flores, pouco depois é levantado (janeiro de 1863), 107.
SOUTHERN, Henry
Ministro especial enviado pela Inglaterra ao Prata, a fim de servir de mediador
entre os rosistas e o Governo de Montevidéu, combina com Rosas um tratado (24
de novembro de 1849), ratificado pela Inglaterra, mas repelido pelos sitiados, 41-42.
SUÁREZ, Joaquín
Como Presidente do Senado, dirige um apelo ao povo para a salvação do Uruguai, 35.
Fica desempenhando as funções de Presidente do Uruguai, ao término do mandado
de Rivera (1o de março de 1831), 36.
Passa o poder supremo do Uruguai ao Presidente do Senado (Berro), 60.
TABOCO, Loc., MT
Ref. 239.
TACUAREMBÓ, Departamento, Ur
Ref. 265 e 154.
TACUARÍ, Vapor
Conduz F. S. López quando este vem servir de mediador entre a Confederação e
Buenos Aires; incidente com navios ingleses, 82, 262-263.
Conduz Urquiza de volta do Paraguai, quando ali fora como mediador entre esse
país e os Estados Unidos, 85.
Ordem de movimento e outras referências, 185 e 267.
Papel no aprisionamento do Marquês de Olinda, 218-219.
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
Reforça o Yporá e o Apa, 230.
Está no porto de Dourados, 232.
TAMANDARÉ, Loc, MT
V. nota CI.,
TAMANDUÁ, Loc., MT
V. nota CI.
Ref. 233 e 299.
442 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
TAQUARI, Loc., MT
Destacamento (1864), 224.
Ref. 226.
TAQUARI, Rio, MT
Ref. 233 e 243.
TERENOS, Indios, MT
Ref. 274 e 240.
THOMPSON, George
Cit. 204, 218-219, 269-270, 221.
Transc. 220, 221 e 229.
THORNTON, Edward
Enviado da Inglaterra em missão especial ao Paraguai, assina com esse país (14 de
setembro de 1862) convenção restabelecendo relações entre os dois países, 82 e 263.
Como representante da Inglaterra na Argentina, oferece seus bons ofícios para
restabelecer a harmonia entre a Argentina e o Uruguai, o que é aceito, mas nada
consegue (dezembro de 1863-janeiro de 1864), 113-114.
Novos esforços nesse sentido (junho de 1864), vai a Montevidéu, juntamente com
Elizalde, acercam-se de Saraiva, reúnem-se os três e Lapido em casa de Herrera,
125-126.
Está, juntamente com Elizalde, em companhia de Saraiva quando este recebe a
visita de Aguirre, 127-128.
Regressa a Buenos Aires (7 de julho de 1864), malograda a tentativa de pacificação, 129.
Ref. 130, 134, 184, 187 e 196.
TIBAGI
Integra a esquadra da Missão Pedro de Oliveira, 92.
TONELERO
V. nota LXI.
Integra a esquadra da Missão Pedro de Oliveira, 92.
TORRES, Lorenzo, Dr
Mitre já pensara em confiar-lhe missão confidencial junto a López (declaração de
Mitre a este, 15 de dezembro de 1863), 181-182.
Explicações dadas a Mitre, 184.
TRANQUERA DE LORETO
Ref. no tratado de limites proposto por Gelly ao Brasil, 69.
TRATADO
V. também convenção, convênio e pacto.
TREINTA Y TRES
Participação no incidente do Paraguarí, 267-268, 195.
Ref. 157.
TRIUNFO, Barão do
V. Neves, José Joaquim de Andrade, Brig Hon
UBAJAY, Corrientes
Ref. 34.
ÍNDICE ANALÍTICO 447
UNITARISMO ARGENTINO
Ref. 25 e 80.
UNIVERSIDADE DE CÓRDOBA
Ref. 64.
Lançado, por Rosas contra o exército do Gen Paz, obriga a este a retirar-se para o
norte da Província de Corrientes até Ubajay; faz prisioneira a retaguarda sob o
comando de Juan Madariaga; apela para a manobra política, entra em confabulação
com esse chefe; retira-se para o sul e com ele pacta o convênio de Alcaraz, 66-67.
Sob seu governo é reconhecida a independência do Paraguai pela Argentina, 71.
Visto com suspeição por muitos dos unitários que o haviam acompanhado em
sua campanha contra Rosas; ação política em seguida a Caseros; diretor provisó-
rio da Confederação e chefe de todas as suas forças militares pelo acordo de San
Nicolás, 80-81.
Ação militar contra Buenos Aires; promulga a Constituição; eleito Presidente da
Argentina, 81.
Comandando o exército da Confederação, derrota o de Buenos Aires, sob o
comando de Mitre, na Batalha de Cepeda (23 de outubro de 1859); exige a saída
de Alsina; auxílio de C. A. López no sentido de obter a volta de Buenos Aires ao
seio da Confederação, 82.
Razões dessa atitude de C. A. López, 82-85.
Término do seu mandato (1860) e juízo sobre seu governo, 85.
Novo conflito entre Buenos Aires e a Confederação; Batalha de Pavón (1861), na
qual é o comandante das forças da Confederação, 86-87.
Mitre quer anular sua influência em Entre Ríos e Corrientes, declara Carreras, 200.
Atitude em caso de guerra no Prata, segundo Segastume, (nota a Berges, de 28 de
outubro de 1864), 212.
Ref. 38.
URUGUAI
Evolução política (1828-1839), 20-24.
Participação nas reações militares contra Rosas, 32-34.
Segunda presidência de Rivera, 34-36.
Resistência heroica de sua capital, 36-38.
Intervenção europeia em seus negócios, 38-42.
ÍNDICE ANALÍTICO 449
URUGUAI, Rio
Transposto por Urquiza, 52.
Navegação, 85, 98 e 192.
Avanço de Flores paralelamente ao seu curso, 105.
Ref. 69, 195, 214 e 258.
URUGUAIANA, Loc., RS
Ligação por aí das forças terrestres brasileiras com a Esquadra de Tamandaré
(em instruções de Saraiva ao presidente da Província do Rio Grande do Sul, 7 de
setembro de 1864), 140.
UTI POSSIDETIS
Invocado pela Missão Pedro Ferreira de Oliveira ao fazer proposta de limites entre
o Brasil e o Paraguai, 94.
Aceita a sua base por F. S. López e novas referências, 94.
Ref. 103.
VALLOVERA, Cap
Ref. 270.
VARAS, Federico
Dirige, com Atanagildo Saldaña, grupo de rebeldes uruguaios que desembarca em
Fray Bentos, o que dá origem a novo incidente entre o Uruguai e a Argentina, 109.
ÍNDICE ANALÍTICO 451
VARELA, Florencio, Dr
Enviado pelo Governo de Montevidéu à Europa (1843), em busca de apoio, porém
nada consegue, 39.
VÁSQUEZ, Santiago
Como representante de Rivera, assina tratado de aliança ofensiva e defensiva com
Rosas (1838), 261 e 24.
VEIGA, Ferreira da
Dirige apelo (1864) ao Governo do Brasil para que ampare os súditos brasileiros
no Uruguai, 116.
VENCES, Combate de
Ref. 34.
VERA, Félix, Alf ou 2o Ten Ex Par
Comandante da guarnição deixada em Albuquerque (janeiro de 1865), 230.
VERGARA, Félix
Vaqueano do Exército do Sul, 265.
VIAMÃO, Corveta
V. nota LXI.
Integra a esquadra da Missão Pedro de Oliveira, 92.
452 HISTÓRIA DA GUERRA ENTRE A TRÍPLICE ALIANÇA E O PARAGUAI
VICTORICA, Julio
Secretário de Luis de la Peña, quando da missão deste ao Paraguai; referência ao
seu livro Urquiza y Mitre e à atitude de López em face de Urquiza, 83 e 263.
Transc. de trecho desse livro, 84 e 263.
VIEIRA, Domingos
Transc. de trecho do seu Dicionário, 238 e 273.
VIENA, Loc., Au
Ref . 67.
VILLALBA, Tomás
Tido como um dos homens moderados do partido de Aguirre, 128.
Candidato à sucessão de Aguirre pelos partidários da paz, 250.
Eleito Presidente do Senado, assume (15 de fevereiro de 1865) a Presidência da
República, 250.
Parte nas gestões de paz, 250-251.
Suprime a legação oriental no Paraguai e firma o convênio de paz de 20 de feverei-
ro de 1865, 253.
VILLANUEVA
Dissolve-se aí o exército do General Paz, 67.
VILASBOA, Arroio, MT
Ref. 239.
VIRASORO, Benjamin
Dirige-se aos governadores de províncias, contra Rosas, 51
Missão na campanha contra Oribe, 52.
WISNER, Enrique
Transc. de sua obra El Dictador del Paraguai José Gaspar de Francia (Concordia,
1923), 65-66, 262.
YÍ, Rio, Ur
Os adversários de Rivera dispõem aí de um grupo de forças (1837), 23.
YPORÁ, Vapor
Participação na expedição fluvial contra Mato Grosso, 221.
Mandado em perseguição à embarcação brasileira, 230.
Caça ao Anhambaí, 231-232.
Foi a Corumbá levar a notícia do aprisionamento do Anhambaí, 232 e 272.
YUCUTUJÁ, Ur
Ref. 23.
ZACARIAS, Conselheiro
V. Vasconcelos, Zacarias de Góis e