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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Camareira

2
emprego

T u r i s m o e h o s p i ta l i da d e

C a m a re ir a

2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia
Secretário

Nelson Baeta Neves Filho


Secretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes Victorino


Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani Neto


Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação do Projeto Equipe Técnica


Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.
e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa Equipe Técnica


Diretor Executivo Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias
e Laís Schalch
Márgara Raquel Cunha
Diretora de Políticas Sociais
Textos de Referência
Coordenação Executiva do Projeto Selma Venco, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão
José Lucas Cordeiro Pichoneri e Paula Marcia Ciacco da Silva Dias

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Antonio Rafael Namur Muscat Gestão Editorial


Presidente da Diretoria Executiva Denise Blanes
Equipe de Produção
Alberto Wunderler Ramos
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas
de Araújo, Amanda Bonuccelli Voivodic, Beatriz Chaves,
Beatriz Ramos Bevilacqua, Bruno de Pontes Barrio,
Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação
Camila De Pieri Fernandes, Carolina Pedro Soares,
Cláudia Letícia Vendrame Santos, Lívia Andersen França,
Direção da Área Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente,
Guilherme Ary Plonski Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e
Coordenação Executiva do Projeto Tatiana Pavanelli Valsi

Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,


Beatriz Blay, Fernanda Catalão, Juliana Prado, Olívia Vieira
Gestão do Portal da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e
Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Roberto Polacov
Wilder Rogério de Oliveira Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto,
Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e
Gestão de Comunicação Vanessa Leite Rios
Ane do Valle Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Fabiana Zichia, Leticia Coscelli, Linson Hotel, Maristela de Souza Goto Sugiyama, Melissa Galdino de Souza, Quality Suites
Imperial Hall, Robson Alexandre Divino, Roseli Mendes e Transamérica Prime The World
Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa


Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio
negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-
sional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)
Chegamos a uma nova etapa deste curso, na qual você aprofundará os conhecimen-
tos específicos sobre a ocupação de camareira.
Na Unidade 6, vamos aprender como preencher os diversos formulários que fazem
parte do cotidiano da camareira e conhecer as diferenças entre os tipos de aposento
dos hotéis.
Na Unidade 7, serão abordados temas voltados para as tarefas de arrumação e
limpeza diárias, os equipamentos e materiais utilizados, bem como os cuidados para
preservar a saúde no trabalho.
Na Unidade 8, os temas serão situações imprevistas ou que podem gerar constran-
gimentos, assédio e ética no trabalho. A discussão também girará em torno de
atividades tidas como exclusivas para mulheres ou homens.
Na Unidade 9, você fará um balanço dos conhecimentos adquiridos no curso,
listando aquilo que considera importante aprofundar no futuro, e elaborará seu
currículo profissional.
Boa sorte!
Sumário
Unidade 6
9
Conhecimentos específicos da camareira
Unidade 7
31
Arrumação e limpeza diárias
Unidade 8
55
Situações emergenciais e constrangedoras
Unidade 9
65
Revendo seus conhecimentos
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via
Rápida Emprego: turismo e hospitalidade: camareira, v.2. São Paulo: SDECT, 2013.
il. - - (Série Arco Ocupacional Turismo e Hospitalidade)

ISBN: 978-85-65278-97-3 (Impresso)


978-85-8312-005-6 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Turismo e Hospitalidade – Qualificação Técnica 3. Camareira –


Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II.
Título III. Série.

CDD: 647.941

FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 6
Conhecimentos
específicos da camareira

© Cultura Creative/AFP/Getty Images


Camareira realiza o check-list diário.

Até este momento do curso, você estudou assuntos importantes


relacionados à história, à comunicação, a atitudes pessoais e
profissionais da camareira.
Aprendeu que ela representa um dos cartões de visita do hotel
e que seu relacionamento com a equipe e com os demais fun-
cionários é indispensável para levar o estabelecimento ao cami-
nho do sucesso, almejado por todos.
Agora, vamos aprender como executar algumas funções espe-
cíficas da ocupação, como preencher formulários e check-lists
(fala-se “chéquilists”), além de identificar a diferença entre os
tipos de aposento dos hotéis.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 9


Preenchimento de formulários
A seguir, encontram-se exemplos de alguns formulários de controle utilizados em
hotéis. É preciso lembrar que esses formulários variam de um hotel para outro e,
geralmente, são digitalizados e impressos.

Livro ou relatório de ocorrências


É um instrumento muito importante, podendo estar sob a guarda e responsabili-
dade do supervisor ou da própria camareira, mas ao qual todos os funcionários das
áreas que mantêm contato direto com os hóspedes têm acesso. Nele são registrados
os acontecimentos e imprevistos que ocorreram em cada turno de trabalho, de modo
que é possível saber o que houve no turno anterior, caso seja necessário.
© Paulo Savala

Relatório de arrumação
O relatório de arrumação é um formulário que deve ser preenchido todos os dias
pela camareira ao fazer a vistoria ou arrumação dos apartamentos. Esse relatório é
emitido pelo sistema computadorizado do hotel e indica qual a situação dos apar-
tamentos. Se o hotel não dispõe desse sistema, utiliza-se um relatório que é preen-
chido manualmente. Nesse caso, a recepção envia ao setor de governança o formu-

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lário com uma relação de siglas indicando como se
encontram os apartamentos, ou seja, se estão vagos,
ocupados, reservados, limpos, sujos, em manutenção, o
número de pessoas que está ocupando cada aposento, as
datas de check-in (fala-se “chéquín”) e check-out (fala-se
“chécáut”) dos hóspedes.
Além dessas informações, a recepção pode acrescentar Sigla: Conjunto das letras
alguns cuidados especiais que devem ser tomados na iniciais de uma denominação
arrumação dos apartamentos, como o caso de pessoas composta de duas ou mais
palavras, formando ou não
alérgicas. A governanta ou supervisora responsável pelo uma palavra.
setor transcreve essas informações para o relatório de © iDicionário Aulete.
<www.aulete. com.br>
arrumação, que é direcionado à camareira.

Fotos: © Paulo Savala

Placas indicam um quarto liberado para arrumação e outro ainda ocupado por hóspede.

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A camareira deve observar atentamente o estado em que se encontra cada aposento
e, no caso de haver alguma irregularidade ou avaria, registrar a ocorrência na colu-
na “Observações” e também a passar para a ordem de serviço, que será vista adian-
te. Pode acontecer que o relatório de arrumação gerado pela recepção contenha
informações discordantes ou discrepantes em relação ao que a camareira encontrou
em algum quarto. Nesse caso, a camareira deve fazer as devidas observações no
relatório de arrumação, no campo próprio para tal ou na coluna “Observações”,
indicando quais informações estavam equivocadas. Com base nesses dados forne-
cidos pela camareira, a governanta ou a supervisora atualiza as informações, geran-
do, assim, o relatório de discrepância, que é passado para a recepção, a qual deve
corrigir as inconsistências no sistema do estabelecimento ou no seu controle manu-
al. Veja a seguir um exemplo de relatório de arrumação.
© Daniel Beneventi

GOVERNANÇA - RELATÓRIO DE ARRUMAÇÃO (ANDAR)


Geração:19/03/2013 (14:59)
Andar: 19
Apto Categoria Situação Hóspede PAX Check-in Check-out PaxGov Limpo P.V NQA D.F. S.B. P.B. M.B. Observações
901 LX1N INSPEÇÃO
902 COND VAGO LIMPO

OCUPADO
903 COND
LIMPO
LUCAS MIGUEL 1 04/12/2012 31/12/2013 Torneira quebrada

OCUPADO
904 COND AIRTON SALES 1 13/03/2013 31/10/2013
LIMPO

OCUPADO PATRICIA
905 COND 2 30/11/2011 29/05/2013
LIMPO CONDE

906 LX1N VAGO SUJO

OCUPADO BEATRIZ DA
907 COND
LIMPO SILVA
2 19/01/2013 19/03/2013 Ar-condicionado ruim

OCUPADO MARIA
908 COND LIMPO 1 04/03/2013 03/06/2013
MAGALHÃES

909 LX1N VAGO SUJO Hóspede quebrou a luminária


OCUPADO JOÃO
910 LX2F 2 18/03/2013 20/03/2013
LIMPO NOGUEIRA

OCUPADO CARLOS
911 COND 1 18/03/2013 27/04/2013
LIMPO PEREIRA

OCUPADO FRANCISCO
912 COND DOMINGUES 1 01/11/2010 30/01/2014
LIMPO

Siglas:
• LX1N = luxo;
• COND = condomínio de proprietários, no caso de apart-hotel;
• LX2F = essa sigla é bem específica de cada hotel, conforme o parâmetro e nome
dado a cada uma das suas suítes. Esta, por exemplo, é uma suíte luxo;
• DF = o hóspede dormiu fora na noite anterior;

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• NQA = não quis arrumação;
• PV = em alguns hotéis, PV significa placa vermelha,
ou seja, favor não incomodar ou não perturbe, pois o
apartamento ainda está ocupado pelo hóspede;
• PAX = também é uma sigla que pode mudar, depen-
dendo do hotel. Neste caso, significa o número de
hóspedes cadastrados no apartamento;
• MB = muita bagagem;
• PB = pouca bagagem;
• SB = sem bagagem;
• PaxGov = sigla também variável, dependendo do hotel.
Nesse caso, indica se o número de hóspedes informados
no check-in é o mesmo conferido pela governança ao
checar o apartamento.
É importante observar que, quando desejar enviar roupas Dependendo do hotel, o serviço de
lavanderia é terceirizado para lavar
para lavar, o hóspede deve separar as peças, colocá-las em e passar enxoval de cama, mesa e
banho, tapetes, cortinas, ou seja, toda
saco próprio para esse fim, preencher e assinar o rol de a roupa mais pesada. Mas é mantido
um sistema de lavanderia menor, em
lavanderia. A camareira tem como função verificar se esse suas dependências, para os demais
atendimentos e emergências.
formulário foi devidamente preenchido e assinado, e Quando o serviço é terceirizado, a
equipe de lavanderia é responsável
encaminhá-lo ao setor de rouparia ou lavanderia. pelo controle rigoroso de entrada e
saída da roupa, bem como da
qualidade do serviço prestado pela
terceirizada, que deve manter o
© Boston Globe/Getty Images

padrão exigido pelo hotel.


Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 13


Atividade 1
Atuando durante um evento

1. Organizem-se em grupo de quatro ou cinco participantes e imaginem que hoje


é o dia de um evento importante em sua cidade e muitos turistas hospedaram-se
no hotel em que vocês trabalham como camareiras. Vocês precisam preencher o
relatório de arrumação depois de terminada a arrumação de cinco apartamentos
de um dos andares do hotel.

RELATÓRIO DE ARRUMAÇÃO

Andar:________________________
Apto. Categoria Situação Hóspede PAX Check-in Check-out PaxGov Limpo P.V. NQA D.F. S.B. P.B. M.B. Obs.:

2. Agora, exponham o resultado do preenchimento do relatório. Feitas as apresen-


tações, verifiquem se as respostas dadas por seu grupo foram suficientes ou se
faltou alguma informação.
3. Em seguida, com o mesmo grupo inicial, procurem preencher o relatório de
ocorrências a seguir, imaginando uma situação imprevista encontrada pela ca-
mareira e que deve ser comunicada à equipe do turno seguinte.

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Data: ________

Apartamento Ocorrência

Além do preenchimento desses relatórios, faz parte das atribuições e tarefas da


camareira preencher outros formulários após a arrumação do quarto, como os
descritos a seguir.

Ordem de serviço (OS)


Este relatório deve ser preenchido toda vez que a camareira encontrar uma irregu-
laridade nos móveis, nos revestimentos, na decoração e no funcionamento dos
equipamentos que necessitem de conserto ou substituição por danos causados por
desgaste, mau uso ou por algum hóspede. O relatório deverá ser entregue para a
governanta, que solicitará o serviço à equipe de manutenção.
© Daniel Beneventi

SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO - GOVERNANÇA

Local: Torre 1

Apto / Local: Apto 54

Especificação da solicitação: Ar-condicionado não esta

refrigerando o ar.

Solicitado em: 20 05 13 Retirado em:


Data Data

Hora da solicitação: Virginia Moraes Hora da retirada:


14 35 Solicitante Manutenção

MANUTENÇÃO

Especificação do serviço:

Executado em: Conferido em:

Data Assinatura do executor Data Assinatura do chefe de


manutenção

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Check-list do minibar
É um formulário contendo uma lista de itens que devem ser checados. Traz a
relação de produtos constantes no minibar e que têm de ser repostos todos os dias.
A camareira deve anotar os que foram consumidos. A despesa será cobrada do
hóspede no momento do check-out. Quando o serviço é terceirizado, esse controle
é feito pelo restaurante.
Fotos: © Paulo Savala

Exemplo de minibar organizado por tipo de produto.

Formulário de achados e perdidos


É um formulário no qual a camareira registra os objetos esquecidos pelos hóspedes.
Nele é descrito o objeto e são informados a data e o número do apartamento no qual
foi encontrado e o nome da camareira que o encontrou. Ele é anexado ao objeto
que, ao chegar à governança, será registrado em livro ou sistema informatizado e

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guardado até que o hóspede reclame pelo pertence. Não se deve entrar em contato
com o hóspede informando a perda por uma questão de respeito à privacidade, vi-
sando evitar constrangimentos.

© Daniel Beneventi
ACHADOS E PERDIDOS

Data: 20 05 13

Apto: 105

Camareira: Clara dos Santos

Descrição do objeto:

Camiseta branca tamanho M.

Atividade 2
O rdem de serviço e check- list do minibar

1. No mesmo grupo da atividade anterior, vocês devem agora preencher uma ordem
de serviço, pois encontraram alguns móveis do quarto e equipamentos do ba-
nheiro que precisam de reparos. Em seguida, confiram com os demais grupos e
verifiquem se os resultados de seu grupo são suficientes ou se faltou alguma
informação.

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ORDEM DE SERVIÇO

SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO

Local:
Apartamento:
Especificação da solicitação:

Solicitado em: ____/____/____ Retirado em: ____/____/____


_____________________ _____________________
SOLICITANTE Manutenção
Hora da solicitação: _____:_____ Hora da retirada: _____:_____

MANUTENÇÃO

Especificação do serviço:

Executado em: ____ /____ /____ Conferido em: ____ /____ /____

_______________________________ __________________________________
ASSINATURA DO EXECUTOR ASSINATURA DO CHEFE DE
MANUTENÇÃO

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2. Preencham agora o check-list do minibar. Escolham oito produtos consumidos
pelo hóspede, variando as quantidades de alguns deles. Quando terminarem,
procedam da mesma maneira que no exercício anterior.

CHECK-LIST DO MINIBAR
Apartamento: ________

Consumo do Preço
Código Artigo Importância (R$)
apartamento unitário

01 Água mineral copo


02 Água mineral pet com gás
03 Água mineral pet sem gás
04 Refrigerante
05 Refrigerante diet
06 Cerveja
07 Suco de frutas
08 Água de coco
09 Chá gelado
10 Castanha de caju
11 Chocolate
12 Confeitos de chocolate
13 Batata frita
14 Barra de cereal
15 Cookies
16 Biscoito salgado
17 Chiclete
18 Espumante
19 Energético

TOTAL:

DATA: ____ / ____ / ____ HORA: ____ : ____

_________________________ _________________________
EMITENTE HÓSPEDE

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Tipos de aposento
Geralmente, os estabelecimentos de hospedagem utilizam um sistema para nomear
os aposentos conforme a estrutura do ambiente, dos equipamentos e dos serviços
ofertados, como apresentado a seguir.
• Quarto: aposento sem banheiro privativo.
• Apartamento: quarto com banheiro privativo.
• Apartamento conjugado: dois apartamentos interligados.
• Suíte: apartamento com quarto e sala no mesmo ambiente.
• Suíte single (fala-se “síngol”): ocupada por apenas uma pessoa, mesmo que
contenha uma, duas e, às vezes, três camas de solteiro, ou uma cama de casal.
© Paulo Savala

• Suíte dupla ou double (fala-se “dãbol”): ocupada por duas pessoas. Pode ter uma
cama de casal ou duas camas de solteiro que podem ser ajustadas formando uma
cama de casal sendo que neste caso o apartamento é nomeado twin (fala-se “tuin”).
© Paulo Savala

© Jörg Carstensen/dpa/Corbis/Latinstock

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• Suíte tripla: ocupada por três pessoas. Pode ter uma cama de casal e uma de
solteiro ou três camas de solteiro.

© Viacheslav Khmelnytskyi/Alamy/Glow Images

© Hotelpix/Alamy/Glow Images
• Suíte presidencial: apartamento amplo e luxuoso, que inclui sala. Oferece enxoval
de cama e de banho especiais, como lençóis de algodão importado, roupões, pantu-
fas, produtos de cortesia e do minibar mais refinados, além de serviço de mordomo.

© Louis Laurent Grandadam/Corbis/Latinstock

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 21


• Aposento especial: adaptado para pessoas cadeiran-
tes, isto é, que se locomovem em cadeiras de rodas.
As portas são mais largas permitindo a livre circulação.
O mobiliário e os equipamentos têm dimensões es-
pecialmente planejadas, tanto no dormitório como
no banheiro, que tem barras de apoio no boxe e no
sanitário.
Fotos: © Paulo Savala

Você sabia?
Assim como em outros
países, existem leis e nor-
mas brasileiras para garan-
tir a pessoas portadoras
de deficiência (PPD) o di-
reito de se locomover com
autonomia e segurança e
ter livre acesso a edifica-
ções, espaços, mobiliários
e equipamentos urbanos.
Especialmente em estabe-
lecimentos de hospeda-
gem, é necessário que
haja adaptações adequa-
das, sobretudo a cadeiran-
tes. É obrigatório haver
uma quantidade de quar-
tos reservados a PPD es-
tabelecida conforme o
número de apartamentos
do hotel. (Lei federal nº
7.853, de 24 de outubro
de 1989, regulamentada
pelos artigos 3º e 4º do
Decreto nº 3.289 e nor-
malizada pela NBR 9050
da ABNT.)

22 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


© Paulo Savala

A arrumação dos quartos é feita de acordo com os turnos.


No turno da manhã, são realizadas a limpeza, a higie-
nização e a arrumação geral. No turno da tarde, é feita
a chamada “abertura da cama”, que consiste em repassar Dependendo da categoria do hotel,
são colocados alguns mimos
a arrumação feita de manhã e preparar a cama para a especiais sobre a cama ou o
travesseiro, como uma flor, um
noite, a fim de demonstrar ao hóspede que ele está sendo bombom, ou uma jarra de água com
copos diferentes daqueles do minibar
acolhido cuidadosa e atenciosamente. sobre o aparador, por exemplo.

A preservação da saúde e os cuidados


com a postura
Você já pensou na carga de trabalho a que nosso corpo
é submetido no dia a dia? Não é sem razão que pode-
mos sentir dores musculares e sofrer lesões por esforço

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 23


demasiado ou repetitivo, principalmente no trabalho e
[...] “Sabemos que grande
parte da população mun- durante as tarefas rotineiras de limpeza e arrumação.
dial convive com dores nas
costas. Segundo a OMS A limpeza e a arrumação do mobiliário e de todos os
(Organização Mundial de objetos que compõem a decoração dos apartamentos, como
Saúde), cerca de 80% dos
adultos sofrerão pelo camas, mesas, mesinhas de cabeceira, vasos sanitários, pia,
menos uma crise aguda banheira, pisos, carpete, armários, sofás, cadeiras, colchões
durante sua vida e 90%
dessas pessoas apresen- etc., influenciam a postura da camareira, o que pode tra-
tarão mais de um episódio zer riscos para sua saúde.
nesse mesmo período”,
alerta o fisioterapeuta Também interfere na postura a força aplicada no manuseio
Francis Trombini de Sou-
za, do Laboratório de Bio- do carrinho de limpeza, do aspirador de pó, de vassouras e
mecânica do Movimento de colchões, que precisam ser levantados ou deslocados ao
e Postura Humana da
Faculdade de Medicina da
fazer a troca dos lençóis ou na adaptação de camas, conforme
USP (Universidade de São a necessidade apontada pelo cliente no momento da reserva.
Paulo). Segundo o fisiote-
rapeuta, esse cenário re- Para evitar que a realização dessas atividades traga sérias
sulta da má postura, do
sedentarismo e das posi- consequências para a saúde, é necessário tomar algumas
ções incorretas no am- precauções, assim como adquirir hábitos de postura ade-
biente de trabalho e duran-
te os afazeres domésticos.
quados. Veja a seguir algumas dicas para as situações
[...] mais comuns do dia a dia.
BUENO, Chris. Atividades do • Arrumar a cama: é preciso adotar cuidados especiais.
dia a dia que pedem esforço
físico podem comprometer a Ao elevar o colchão para prender o lençol, mantenha
postura e a saúde. UOL
Notícias: Saúde, 6 dez. 2012. o abdome contraído como se fosse encostar o umbigo
Disponível em: <http://noticias.
uol.com.br/saude/ultimas- nas costas. Flexione os joelhos e evite levar o corpo
noticias/redacao/2012/12/06/
atividades-do-dia-a-dia-que- para frente curvando a coluna.
pedem-esforco-fisico-podem-
comprometer-a-postura-e-a-
© Paulo Savala

saude.htm>. Acesso em:


11 jun. 2013.

24 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


• Abaixar para pegar alguma coisa: flexione os joelhos, mantendo a coluna reta e
o abdome contraído. Levante estendendo as pernas com cuidado, mantendo a
contração da coluna e do abdome.

Fotos: © Paulo Savala

• Pegar, arrastar ou suspender móveis ou objetos mais pesados: abaixe e flexione os


joelhos para dividir o peso do corpo e da carga entre as duas pernas. Mantenha os
joelhos semiflexionados, os pés afastados para dar mais equilíbrio e o abdome
contraído. Traga o objeto com as duas mãos junto ao corpo, mantendo os cotove-
los semiflexionados. Se o móvel for muito pesado, peça ajuda para outra pessoa.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 25


• Varrer o chão ou passar o aspirador: use cabos longos e não curve demais a colu-
na para frente ou para trás. Para varrer ou aspirar o pó por baixo dos móveis,
agache e mantenha os músculos abdominais contraídos.

Fotos: © Paulo Savala

• Limpar ou pegar objetos de lugares altos: use banquinhos próprios ou escadas,


com muito cuidado, para evitar quedas.

26 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


• Limpar paredes, janelas e móveis grandes: mantenha o tronco firme e movimen-
te os braços para o lado e para cima. Alterne o uso dos braços para não sobrecar-
regar apenas um deles e causar danos por esforço repetitivo. Use escadas seguras
para prevenir quedas.

Fotos: © Paulo Savala

• Se encontrar objetos de vidro quebrados, antes de jogá-los no lixo, embrulhe-os


em papel para não ferir as mãos.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 27


• Aparelhos elétricos devem ser desligados da tomada para evitar choques ao limpá-
-los com as mãos molhadas. Não puxe o fio, e sim o plugue, para não danificar o
aparelho.

Fotos: © Paulo Savala

Uma boa prática para aliviar a tensão, relaxando os músculos e a coluna, é adquirir
o hábito de fazer exercícios de alongamento, principalmente no início e no fim da
jornada de trabalho. Os exercícios a seguir são bons exemplos. Faça-os sempre com
o abdome contraído para não forçar a coluna.
• De pé, estique os braços na frente do corpo e una as mãos com a palma para fora.
Levante os braços bem esticados acima da cabeça. Alongue o corpo até seu limi-
te em direção ao teto e conte até quatro, inspirando e expirando lentamente.
Volte devagar à posição inicial.

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• Sentada, apoie a coluna no encosto da cadeira e os pés no chão. Apoie os braços
no colo com os cotovelos dobrados. Eleve os ombros até a altura das orelhas
inspirando e solte-os expirando. Repita o movimento quatro vezes.

Fotos: © Paulo Savala


• Faça quatro movimentos circulares com os ombros. Inverta o movimento, gi-
rando os ombros mais quatro vezes. Acompanhe os movimentos inspirando e
expirando lentamente.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 29


• Massageie os pés e a região do pescoço com uma bolinha de pingue-pongue ou
outra não muito grande. Para relaxar os pés, pise na bola e role-a em toda a ex-
tensão do pé, um de cada vez.

© Paulo Savala

Atividade 3
E vitando riscos

1. Em trio, preparem uma encenação por meio de mímica dos tópicos indicados em “A
preservação da saúde e os cuidados com a postura”, que vocês acabaram de ler. Uma
pessoa representa a camareira com postura correta; outra, a com postura incorreta;
a terceira, a supervisora, que corrige a postura inadequada e aplaude a correta. Não
se esqueçam de providenciar vassouras, caixas que aparentem ser pesadas, cadeiras,
uma mesa etc. O cenário deve lembrar o ambiente de trabalho da camareira.
2. Troquem os papéis, mas dessa vez vocês podem fazer uma dramatização, não se
esquecendo de antes preparar um roteiro com os diálogos, os cenários e o que
mais acharem interessante representar. Também podem criar o texto de impro-
viso, no momento da encenação, assim vocês deixam a imaginação livre e exer-
citam a criatividade.
3. Após as encenações, façam uma breve discussão sobre o que de mais importan-
te, positivo ou negativo, foi observado.

30 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


Unidade 7
Arrumação e limpeza
diárias

© Paulo Savala

A partir de agora, você vai aprender como realizar a arrumação


e a limpeza diárias passo a passo, desde sua entrada no quarto
até o momento em que terminar sua tarefa e sair dele.

Entrando no quarto
Para entrar em um aposento, na maioria dos hotéis, os hóspedes
e os funcionários do setor de governança têm acesso a cartões
magnéticos com os dados do hóspede, que funcionam como
chaves em fechaduras eletrônicas.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 31


Ao ser introduzido na fechadura, além de abrir a porta,
o cartão aciona o sistema elétrico do quarto. Quando a
porta é fechada por dentro, o usuário introduz o cartão
novamente na fechadura e o sistema eletrônico é ligado.
Do mesmo modo, ao sair e remover o cartão, o sistema
elétrico é desligado, impedindo desperdício de energia
ou acidentes causados por aparelhos eletroeletrônicos,
Sempre que for necessário entrar no enquanto o local está vazio. No entanto, algumas pou-
apartamento, deve-se antes bater na
porta três vezes e anunciar: sadas e hotéis mais antigos ainda possuem chaves.
“Camareira. Com licença,
posso entrar?”.

A camareira recebe no início do turno os cartões magnéticos dos


quartos ou o molho de chaves e a chave mestra, que ficam sob sua
responsabilidade, tendo de devolvê-los no fim do seu expediente à
governanta.
© Nick Koudis/The Image Bank/Getty Images

Checagem pré-limpeza e arrumação


Veja a seguir como proceder corretamente antes de iniciar
a limpeza de um quarto.
1. Assim que entrar no recinto, acenda as luzes, verifique
o funcionamento do ar-condicionado, da televisão e
dos demais aparelhos eletrônicos, bem como se há
lâmpadas queimadas. Se houver necessidade de repo-
sição ou reparo, registre na ordem de serviço.

32 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


2. Abra todas as cortinas e janelas, incluindo as do banheiro (caso tenha). Além de
proteger sua saúde pela entrada de ar, essa abertura dispersa cheiros fortes. Caso
o hotel tenha sido construído de modo que as janelas não possam ser abertas,
mantenha as luzes acesas.

Fotos: © Paulo Savala


3. Se houver roupas sobre a cama ou nos móveis, dobre-as ou pendure-as no armá-
rio, mas isso também depende das normas de organização de cada hotel. Há
situações em que o hóspede solicita à governanta ou ao mordomo um serviço
especial, como arrumar as malas e organizar a bagagem.

4. Arrume e organize papéis, jornais e revistas, e deixe-os perto do mesmo lugar


em que os encontrou. Não jogue nada no lixo, pois podem ser papéis, anotações,
objetos importantes para o hóspede.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 33


5. Recolha copos usados e, caso contenham restos de
bebida, esvazie-os no vaso sanitário. Dependendo do
regulamento do hotel, providencie para que sejam
lavados e repostos no minibar ou no aparador.
6. Recolha as roupas de banho usadas e coloque-as no saco
da lavanderia no carrinho, segundo as normas do hotel.
Os hotéis quatro estrelas, por exemplo, trocam o enxo-
val de banho todos os dias. No entanto, há outros que
trocam as toalhas só se estiverem no chão, o que deve
ser informado ao hóspede e ter o seu consentimento.
7. Retire a roupa de cama e coloque-a no saco próprio
do carrinho. Da mesma forma que as toalhas, muitos
hotéis trocam os lençóis e as fronhas todos os dias,
mas há alguns que só os trocam caso estejam sujos ou
manchados, se o hóspede solicitar à governança ou se
a estada for prolongada – nesse caso, obedecendo a
uma periodicidade preestabelecida. Ainda, se algum
Cuidado para não misturar, no objeto do hóspede estiver no meio da roupa de cama,
carrinho, roupas de cama e banho
limpas com roupas sujas, que deverão deve ser colocado sobre a mesa em lugar bem visível,
ser enviadas para a lavanderia.
mas se o hóspede já saiu do hotel, registre no formu-
lário de achados e perdidos – cada hotel tem seu for-
mulário próprio – e comunique à governança.
© Paulo Savala

Se você, por algum motivo, precisar


se afastar do andar, comunique a
governanta para obter autorização, 8. Examine o colchão, veja se há manchas ou qualquer
seja pelo ramal do andar, seja por
celular com ramal ou por outra irregularidade e comunique à governança.
radiotransmissor. O carrinho deve ser
deixado em lugar seguro, longe da
vista dos hóspedes. O carrinho 9. Verifique o minibar: veja se a temperatura está ade-
abastecido é de inteira
responsabilidade da camareira. quada e se precisa ser limpo internamente, retire os

34 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


produtos e limpe-os com um pano úmido sem produto de limpeza. Limpe tam-
bém a parte externa. Registre no check-list do minibar os produtos consumidos
pelo hóspede. Caso seja procedimento do hotel, reponha-os.

Atividade 1
P rodutos de limpeza

1. Em sua opinião, quais são os equipamentos e utensílios de limpeza utilizados


pela camareira? Registre sua resposta.

2. Agora, em grupo de cinco pessoas, comentem suas respostas. Um de vocês pode


anotar as conclusões de seu grupo. Depois disso, troquem suas impressões com
o restante da classe.

Recursos para limpeza dos aposentos


Nunca é demais reforçar que o aposento para a acomodação do hóspede no final do
dia, em seu momento de repouso e higiene, reflete todo o esforço, cuidado e atenção
que o hotel dedica ao cliente durante sua permanência. Por consequência, a camarei-
ra acaba por ser uma das ocupações de maior visibilidade. O resultado do trabalho de
toda a equipe vai causar a impressão de maior impacto no hóspede, já que é no apar-
tamento que ele passa a maior parte do tempo de sua estada no estabelecimento.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 35


Para realizar a arrumação dos aposentos, a camareira uti-
liza vários utensílios e produtos de limpeza, que devem ser
organizados antes e limpos depois da arrumação. Observe
que os mais utilizados são de uso comum em nossas casas:
• desentupidor de pia e de vaso sanitário;
• rodo;
• baldes;
• pulverizadores com produtos para limpeza leve, pesa-
da e de vidros;
• escovas de limpeza para vaso sanitário;
• esponjas de limpeza para banheiro;
• panos de limpeza para banheiro;
• panos de limpeza para quartos (flanelas e panos de chão);
• vassoura para banheiro;
• vassoura para quarto;
• limpador de carpete;
• sacos para roupa usada e para lixo.
© Paulo Savala

Em razão de suas dimensões, o


carrinho fica estacionado no
corredor, obrigando a camareira a ir e
vir para apanhar os artigos de que
necessita. Por isso, é muito
importante que, antes de iniciar o
trabalho em cada corredor, você
organize o carrinho e calcule com
muita atenção tudo o que utilizará Os equipamentos e produtos que serão utilizados são
conforme o número de unidades
(quartos, salas, banheiros) a serem acomodados diretamente no carrinho ou em recipiente
limpas. Dessa forma, não precisará se
deslocar até a rouparia ou o depósito que facilite seu transporte. No exemplo mostrado na foto,
de materiais para apanhar algum
produto e completar sua tarefa, a camareira organizou os produtos de limpeza em uma
o que ocasionará perda de tempo e
cansaço desnecessários. cesta plástica.

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O carrinho é equipado também com um compartimento para roupa usada e outro
para o lixo. Além de itens de limpeza, nele são levados os amenities oferecidos pelo
hotel, os relatórios de controle, que são preenchidos antes e depois da arrumação de
cada apartamento, e itens de cama e banho.

Fotos: © Paulo Savala


1. Saco para lixo. 2. Saco para roupa suja. 3. Lençóis. 4. Fronhas. 5. Toalhas de rosto. 6. Toalhas de banho. 7. Pisos para banho.

1. Rolos de papel higiênico. 2. Sabonetes e toucas de banho. 3. Sacos de lavanderia. 4. Xampus e condicionadores.
5. Cremes hidratantes.

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Os itens de cama e banho mais comuns em hotéis são:
• lençóis e fronhas;
• toalhas de banho e de rosto;
• pisos para banho;
• sacolas de lavanderia.

Você já deve ter ouvido dizer que ambientes em más condições de limpeza e higiene são fonte de bacté-
rias nocivas à saúde. Mesmo quando estão aparentemente limpas, as superfícies de objetos e móveis
escondem microrganismos causadores de doenças.
Fungos e bactérias, como ácaros, alojam-se em colchões, cortinas, cobertores, travesseiros, aparelhos de
ar-condicionado e são responsáveis por doenças respiratórias, como rinite e asma, e alergias.
Outros pontos críticos são: rejuntes de piso e azulejos de banheiro, interior de freezers e geladeiras, ob-
jetos manuseados com frequência, como: maçanetas, interruptores, controles remotos, celulares e tele-
fones, lixeiras, boxes, torneiras, assentos de vaso sanitário e botões de descarga, entre outros.
Fotos: © Paulo Savala

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Limpando o banheiro
Veja a seguir o passo a passo de limpeza do banheiro comumente usado pelos esta-
belecimentos de hospedagem.
Os produtos de limpeza e higiene, bem como os procedimentos sobre como utilizá-
-los, são fornecidos pelo hotel. Caso os procedimentos não sejam fornecidos, leia
com atenção o rótulo das embalagens dos produtos disponíveis e siga as instruções
especificadas de dosagem e cuidados a serem tomados.
Antes de tudo, coloque as luvas de limpeza, cujo uso é obrigatório para essas tarefas.
1. Retire as lixeiras, esvazie-as e deixe-as de lado para recolocá-las ao finalizar a limpeza.

Fotos: © Paulo Savala

2. Use os materiais de limpeza com cuidado e separe os produtos utilizados para


limpeza do vaso sanitário.
3. Limpe e lave o banheiro utilizando um balde com a água do chuveiro. Se ele não
estiver funcionando direito, comunique à manutenção.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 39


4. Comece pelo boxe, dedicando especial atenção aos
rejuntes de pisos e azulejos. Passe um pano seco para
dar brilho aos azulejos, ao vidro e às torneiras. Caso
haja banheira, proceda da mesma forma, utilizando
esponja do lado macio e secando.

Fotos: © Paulo Savala

5. Lave ou limpe o piso com produto próprio (desin-


fetante bactericida). Esfregue bem com vassoura.
Depois da limpeza do banheiro,
especialmente da banheira, seque Atente para os cantos e retire qualquer resíduo. Se-
muito bem o piso. O chão
molhado e escorregadio pode causar que muito bem o piso.
quedas com graves consequências à
saúde. Esse cuidado deve ser tomado
por todas as pessoas quando tomam
banho, em banheira ou no boxe
do chuveiro.

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6. Limpe o vaso sanitário com escova e pano próprio. Use o desentupidor, caso
necessário, ou chame a manutenção. Limpe e desinfete o assento, não se esque-
cendo da válvula ou botão da descarga. Finalize com desinfetante próprio.

Fotos: © Paulo Savala

7. Retire da bancada os pertences do hóspede, com muito cuidado para não


quebrá-los, e limpe o espelho com produto próprio, secando com pano para
dar brilho.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 41


8. Limpe a bancada, a pia e as torneiras, secando tudo. Não se esqueça dos espelhos
de luz e das tomadas.

Fotos: © Paulo Savala

9. Recoloque na bancada os pertences do hóspede, mantendo-os no mesmo lugar


em que os encontrou.
10. Limpe a porta retirando as manchas. Não se esqueça das esquadrias, dobradiças
e maçanetas.

11. Ponha as toalhas nos locais recomendados pelo hotel.

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Limpando o quarto
Para a limpeza do quarto, proceda da seguinte maneira:
1. Limpe o piso com um pano ou use o aspirador de pó.

Fotos: © Paulo Savala

2. Limpe espelhos, móveis, lixeiras e objetos de decoração, repondo-os no


mesmo lugar.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 43


3. Recolha e organize os objetos de uso pessoal do hóspede.

Fotos: © Paulo Savala

4. Ao terminar a limpeza do quarto, observe e verifique todos os detalhes, corri-


gindo algo que tenha passado despercebido, como ter se esquecido de repor ou
retirar algum produto.

5. Retire o cartão magnético, quando houver, ou apague as luzes.


6. Saia e feche a porta conferindo se está bem trancada.

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Independentemente do porte ou da categoria do hotel, são disponibilizados aos
hóspedes os amenities. O kit básico é composto, em geral, de sabonete, touca de
banho, xampu e condicionador. Além de ser um agrado ao cliente, trazem im-
presso o nome do hotel nas embalagens, servindo também como propaganda do
estabelecimento.
Os amenities podem ser levados pelo hóspede, enquanto outros itens, como toalhas,
secador de cabelo etc., pertencem ao hotel, podendo, às vezes, ser comprados como
lembrança. Entretanto, pode acontecer que um cliente mal-intencionado ou distraído
coloque um desses itens na bagagem, caso em que o check-out poderá revelar seu desa-
parecimento e o produto será cobrado na conta ao final da estada.
Relembrando, a camareira deve ficar muito atenta ao conferir nos aposentos o que per-
tence ao patrimônio do hotel e, no caso de alguma irregularidade, comunicá-la imedia-
tamente à governança, mais ainda quando fizer a vistoria no momento do check-out.

Limpeza de outras áreas


Além dos quartos e corredores, a camareira poderá ser responsável pela limpeza de
outras áreas. Veja a seguir.
• Rouparia: independentemente do porte do hotel, existe uma área denominada
rouparia dos andares, destinada a guardar e estocar o enxoval, ou seja, roupas de
cama e banho, travesseiros, cobertores, uniformes, toalhas etc. Além dessa rou-
paria, em geral, nos hotéis de médio e grande portes, há uma rouparia central,
onde são armazenados utensílios e materiais de limpeza, amenities etc. Em alguns
hotéis, as camareiras são responsáveis por manter a organização e a limpeza da
rouparia. Embora as normas e os procedimentos variem de um hotel para outro,
as camareiras também podem ser encarregadas de verificar o estado de conserva-
ção das roupas quando realizam suas tarefas diárias, seja na arrumação dos car-
rinhos, seja na dos aposentos.
• Áreas comuns: caso o hotel não tenha faxineiros ou equipe de serviços gerais, as
camareiras poderão ser encarregadas da limpeza e arrumação da recepção, do hall,
dos elevadores, dos corredores etc., em horários de pouca circulação de hóspedes.

Cuidados com o enxoval


Todos nós gostamos de nos enxugar com toalhas macias e cheirosas, dormir em
lençóis confortáveis e fronhas que não arranhem o rosto, mais ainda um hóspede,
que paga para ter conforto e bem-estar no hotel.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 45


O enxoval pode fazer toda a diferença na qualidade da hospedagem, portanto as
peças devem ser lavadas, passadas e armazenadas com todo o cuidado e capricho.
Geralmente, a responsabilidade de cuidar do enxoval recai sobre a camareira. Por
essa razão, é preciso que ela verifique o estado de conservação das peças toda vez
que manuseá-las, seja no carrinho, ao trocar a roupa de cama, seja na rouparia.
A composição de um enxoval básico é a seguinte:
• para cama de casal – um jogo de cama de casal, contendo dois lençóis, duas
fronhas, um cobertor, uma colcha e dois travesseiros;
• para cama de solteiro – um jogo de cama de solteiro, contendo dois lençóis, uma
fronha, um cobertor, uma colcha e um travesseiro;
• um jogo de banho por pessoa, composto de uma toalha de banho, uma toalha
de rosto e um piso.
Fotos: © Paulo Savala

Esse é considerado o mínimo necessário para compor um enxoval, mas, dependen-


do da categoria e da orientação do estabelecimento, são acrescentados outros itens
para oferecer ao hóspede mais conforto e comodidade.

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Atividade 2
Q uantos jogos de cama e banho vão no carrinho?

1. Em dupla, calculem a quantidade de jogos de cama que deverá ser colocada no


carrinho para a arrumação de seis quartos com uma cama de solteiro cada.

2. Agora, calculem a quantidade de jogos de cama que deverá ser colocada no


carrinho para a arrumação de 12 quartos com uma cama de casal cada um.

3. Calculem agora a quantidade de jogos de cama que deverá ser colocada no


carrinho para a arrumação de oito quartos com uma cama de casal e uma de
solteiro cada um.

4. Confiram os resultados com as outras duplas e com o monitor.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 47


Arrumação das camas
Arrumar a cama requer o uso de uma técnica que faci-
lita o trabalho, economiza tempo e esforço físico, evita
dores nas costas ou outros danos à saúde. Veja o passo
a passo, lembrando que os lençóis vêm da lavanderia
dobrados sempre da mesma maneira.
Para aumentar a durabilidade do 1. Afaste o colchão da cabeceira e estenda o protetor do
colchão, vire-o de acordo com o
tempo recomendado pelo fabricante colchão, ajustando os quatro cantos. Lembre-se de
ou estipulado pelo hotel. Alterne as
formas de virada: uma vez virando a contrair o abdome para preservar a coluna.
parte de baixo para cima, na outra
girando a cabeceira para os pés. Fixe
uma etiqueta em um dos lados do 2. Posicione-se aos pés da cama. Estenda o lençol cen-
colchão para indicar a data em que foi
virado. Geralmente é necessária a tralizando-o no colchão. Continue estendendo o
ajuda de alguém por causa do
peso do colchão. lençol aos poucos.
3. Repita esses movimentos para o outro lado, até estender
o lençol por completo.
Fotos: © Paulo Savala

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4. Dê a volta, rodeando a cama, colocando o lençol debaixo do colchão e esticando-o
muito bem para não deixar nenhuma ruguinha.

Fotos: © Paulo Savala

5. Estenda o lençol de cima pelo avesso e bem centralizado. Na cabeceira deve sobrar
um pouco de comprimento para fazer a vira, ou uma dobra.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 49


6. Coloque a fronha limpa no travesseiro sem encostá-lo em você. Por questão de
higiene, deixe-o sobre a cama para vesti-lo.

Fotos: © Paulo Savala

7. Estenda a colcha (ou cobre-leito, também chamado edredom), como fez com o
lençol de cima, e ajeite-a sobre os travesseiros de forma que fique bem encaixada
por baixo deles. A colcha deve ser lavada periodicamente, com a frequência de-
terminada pelo hotel.

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Atividade 3
E xercitando também se aprende

1. Em casa, exercite a arrumação de sua cama seguindo os passos apresentados


neste Caderno, até ficar satisfeita com o resultado. Peça a opinião sincera de al-
guém da casa ou de uma vizinha para avaliar seu trabalho.
2. Na classe, relate a experiência para os colegas. Em seguida, escreva um texto para
registrar seu aprendizado, se foi fácil ou difícil, quantas vezes teve de refazer etc.
Dê um título ao seu texto.

Atividade 4
C omo evitar doenças

1. Em dupla, leiam o texto a seguir. Se necessário, consultem o dicionário para


obter o significado de alguma palavra desconhecida.

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Banheiros públicos: use-os com segurança
Estratégias para evitar a transmissão de doenças

© Joseph Clark/Photonica/Getty Images

Provavelmente, toda mulher gostaria de poder carregar um banheiro


na bolsa para não ter que utilizar banheiros públicos. Pilhas de papel
higiênico acumulado e assentos sujos e úmidos fazem com que mui-
tas tenham que usar toda a flexibilidade do corpo para evitar a trans-
missão de doenças. E será que isto realmente adianta?

Renata Aranha, ginecologista do Hospital Universitário Pedro Ernes-


to, dá a resposta. Segundo ela, a transmissão de doenças por contágio
em sanitários é rara. Ocorre, principalmente, quando uma pessoa
contaminada entra em contato direto com outra. “No entanto, existem
dois fatores que contribuem para qualquer contaminação, inclusive
em banheiros públicos. O primeiro é a perda da integridade da pele
devido ao aparecimento de feridas e úlceras, que funcionam como
porta de entrada para micro-organismos. Outro é a diminuição da
capacidade de defesa do indivíduo (baixa imunidade), que aumenta
as chances de adquirir doenças”, alerta.

Sendo assim, o risco é remoto, mas existe. E as doenças que podem


ser adquiridas desta forma são o HPV (Papiloma Vírus Humano) e o

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herpes genital. “Ambos podem contaminar também quando se com-
partilham objetos pessoais (como toalhas), mas bactérias e vírus so-
brevivem por pouco tempo fora da secreção do hospedeiro e deixam
de estar viáveis para contaminar depois de um período prolongado”,
esclarece a médica, e afirma: “sífilis e gonorreia não são transmitidas
dessa forma”.

Afinal de contas, é necessário fazer malabarismos com o corpo para


evitar contato direto com o sanitário? A resposta é afirmativa, segun-
do Renata Aranha. “O ideal é não encostar no local que apresenta
secreções e fluidos. Desta forma, não há chance de transmissão”, diz.
De acordo com a ginecologista, o primeiro passo para utilizar estes
sanitários com segurança, sem adquirir doenças, é avaliar a limpeza
do local e a integridade da própria pele. “Se a mulher apresentar uma
ferida é bom que o contato direto com essas superfícies seja realmen-
te evitado, pois o risco aumenta. Ela pode tentar ficar agachada sem
tocar no sanitário”, recomenda.

A médica ainda lembra que há uma proteção pouco comercializada


no Brasil, que permite que as mulheres não se exponham ao contato
com o vaso. “Trata-se de um cone, que simula um pênis e se acopla
na vulva da mulher. A urina pode correr por esse tubo de papel duro
até cair no vaso sanitário. Assim as mulheres não ficam em posição
desconfortável e nem sujam o banheiro”, conta. Outra alternativa
possível é forrar o assento com papel e protetores.

Renata Aranha ainda ressalta que o perigo de contaminação não vem


só pelo sanitário. É necessário ter cuidado com as maçanetas das
portas ou torneiras. “Elas podem estar contaminadas por agentes que
causam gastrenterite. Portanto, é fundamental lavar bem as mãos
(especialmente das crianças, que podem levá-las à boca) e usar toalha
de papel descartável. Todos esses cuidados são formas importantes
de higiene, mas não devemos esquecer que a maior forma de trans-
missão dessas doenças por contato é a relação sexual”, destaca.

Banheiros públicos: use-os com segurança. Estratégias para evitar a transmissão


de doenças. Unimed-Rio. Sua saúde. Disponível em: <http://www.unimedrio.com.
br/CalandraRedirect/?temp=6&proj=NovaInternet&pub=T&db=&nome=SuaSaude
Materia&docid=B48F199C3F6071598325746400771A2D&nivel=Para%20toda%20
Familia>. Acesso em: 11 jun. 2013.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 53


2. Respondam às questões.
a) O que vocês acharam do texto?

b) Há no texto muitas informações importantes que vocês desconheciam? Quais?

c) Vocês costumam compartilhar toalhas de banho com outras pessoas?

d) Vocês acham que os homens também estão sujeitos a essas doenças mencionadas
no texto? Por quê?

e) Como mulheres, vocês tomam essas precauções quando usam banheiros públicos?

3. No laboratório de informática, pesquisem sobre uma doença sexualmente trans-


missível, como HIV, HPV, herpes genital etc.
4. Na classe, façam uma apresentação com o resultado da pesquisa. Elaborem
cartazes com figuras e legendas e os deixem em exposição.

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Unidade 8
Situações emergenciais
e constrangedoras
Todos nós estamos sujeitos a passar por situações emergenciais
e constrangedoras. O modo como devemos nos comportar
diante delas exige muita calma, sensatez e profissionalismo. A
camareira, mais que outros trabalhadores da área, está exposta
a enfrentar tais situações em razão de sua função, que a obriga
a entrar no quarto e, por assim dizer, na intimidade do hóspe-
de, mesmo que ele não esteja presente.

Como agir diante dessas situações ou evitá-las


Você viu na história da roupeira Renata, no Caderno 1, que,
certa vez, apesar de ter chamado e não ter ouvido resposta, ao
entrar no quarto deparou com uma hóspede, causando em-
baraço a ambas. Verifique a seguir algumas situações que
podem acontecer durante seu turno de trabalho e como se
comportar diante delas, lembrando que cada hotel tem suas
regras e seus procedimentos.
• Se o hóspede permanecer no quarto durante a limpeza, ado-
te uma atitude discreta, comunique à governanta e siga suas
instruções.
• Se perceber que alguma coisa dos aposentos foi danificada,
não proceda à arrumação: comunique imediatamente à gover-
nanta e à recepção para que sejam cobrados os danos materiais,
se for o caso. Preencha também o relatório de ocorrências.
• Se, ao entrar no quarto, perceber que a pia ou a banheira
transbordou, comunique imediatamente à manutenção, pre-
enchendo a ordem de serviço. Em casos mais graves, o quar-
to será interditado para que sejam executados os reparos
necessários.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 55


• Às vezes, o hóspede poderá ter um desconforto esto-
macal ou desarranjo intestinal. Se você o encontrar
doente, pergunte se ele deseja que seja providenciado
atendimento médico e, se ele consentir, comunique a
governanta para as devidas providências. Se encontrar
vômito ou outras secreções, como fezes e saliva, use os
equipamentos de proteção e segurança obrigatórios da
camareira, que o hotel tem de disponibilizar, como
luvas, avental e máscara descartável.
• Caso encontre o hóspede no quarto e ele esteja
visivelmente alcoolizado ou com indícios de estar
drogado, lembre-se de que ele poderá estar fora de
controle. Nessa situação, retire-se imediatamente e
comunique o ocorrido à governanta, pois isso fará
com que outros funcionários fiquem atentos ao
comportamento desse hóspede. Mas, se durante o
tempo entre verificar a situação e resolver sair o
hóspede se tornar inconveniente e agressivo, retire-se
e comunique em seguida o fato à governança para
registro e acompanhamento do caso.

Assédio sexual e assédio moral


Outra situação constrangedora é tornar-se vítima de
assédio sexual ou moral. Os casos de assédio sexual,
por serem mais divulgados, são mais facilmente identi-
Assédio sexual: Tentativa ficados. Já o assédio moral, além de pouco divulgado, é
de forçar um relacionamento
sexual, especialmente aque- mais difícil de identificar. Em ambas as situações, a
la em que se usa a posição pessoa sente-se humilhada, com baixa autoestima, en-
hierárquica como forma de
pressão. vergonhada, revoltada, ofendida, com raiva de tudo e
© iDicionário Aulete. de todos, enfim, uma série de sentimentos que podem
<www.aulete.com.br>
levá-la a adoecer física e psicologicamente.
O assédio sexual pode partir tanto de hóspedes como
de superiores hierárquicos ou de colegas de trabalho.
Já o assédio moral costuma ser praticado por superio-
res hierárquicos e, até mesmo, por clientes, o que
prejudica o funcionário e deteriora as suas relações de
trabalho.

56 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


O assédio moral se caracteriza por submeter o funcionário repetidamente, por dias
ou meses, a situações de isolamento, depreciação ou desvalorização das tarefas
executadas, com a intenção de levar a pessoa a pedir demissão.
Em ambos os casos de assédio, a pessoa, por estar sensibilizada, pode entregar-se
ao uso de drogas e, com mais frequência, ao álcool. Pesquisas indicam que os
homens também passam por essas situações, mas o número de mulheres assediadas
é bem maior.
Fonte: Assédio moral no trabalho. Disponível em:
<http://www.assediomoral.org>. Acesso em: 22 jul. 2013.

Atividade 1
C omo sair dessa situação

Reflita sobre o texto lido e responda às seguintes questões.

1. O que é assédio sexual? E assédio moral?

2. Você ou alguém que você conhece já passou por uma situação de assédio moral?
Caso sim, alguma providência foi tomada? Qual?

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 57


3. E por uma situação de assédio sexual? Caso sim, você ou alguém tomou alguma
providência? Qual?

4. Em sua opinião, quem sofre mais assédio sexual e moral, a mulher ou o homem?
Por quê?

Entre os direitos sociais do trabalhador assegurados por lei, ressaltam-se a proteção e a justiça contra o
assédio, seja sexual ou moral. No entanto, em ambos os casos, nem sempre o agressor é denunciado.
No assédio sexual, a vítima, geralmente mulher, sente-se insegura, envergonhada e dominada pelo agres-
sor. Já no assédio moral, nem sempre a vítima reconhece ou consegue comprovar o assédio, o que torna
a denúncia ainda mais rara. Esse tipo de violência psicológica, que se caracteriza pela exposição do tra-
balhador a situações humilhantes, por vezes frequentes e prolongadas, pode acarretar sérios danos à
saúde física e mental, levando o profissional agredido até mesmo a pedir demissão do emprego.
O ambiente de trabalho ausente de riscos e violência, tanto para a saúde como para a segurança e o
bem-estar, deve ser responsabilidade de todos. Isso só é possível na medida em que os trabalhadores
conhecem os direitos que garantem a dignidade e o respeito, necessários ao convívio saudável e à plena
cidadania, e, principalmente, exigem que esses direitos lhes sejam assegurados.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT). Educação de Jovens e
Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Geografia, História e Trabalho. 8º ano do Ensino Fundamental. São Paulo: SDECT, 2013.

58 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


Ética no trabalho
Você já deve ter ouvido muitas vezes que fulano não foi ético ou que sicrano não
tem comportamento ético. Ética é uma palavra que tem origem no idioma grego,
ethiké, e significa caráter, comportamento.
O estudo da ética pertence a uma área da filosofia e, conforme o Dicionário Aurélio
(Editora Positivo/Aurélio Buarque de Holanda Ferreira), significa o conjunto de
princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se estabeleça um com-
portamento moral exemplar. A palavra moral vem do latim, mores, que significa cos-
tumes, e é definida por esse mesmo dicionário como o conjunto de regras e princípios
de decência que orientam a conduta dos indivíduos de um grupo social ou sociedade.

Atividade 2
C omunicar é preciso

1. Em dupla, observem a charge a seguir.

© Ivan Cabral

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 59


2. Respondam às perguntas com base no que acabaram de observar.
a) Em sua opinião, o que o autor da charge quis comunicar?

b) Vocês acham que essa charge é uma piada ou uma crítica?

c) Escrevam com suas palavras o que significa a palavra ética e deem exemplos.

Atividade 3
É tica e antiética

1. Em grupo de três ou quatro participantes, respondam às seguintes questões:

60 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


a) Algum de vocês conhece alguma situação em que, em sua opinião, uma pessoa
demonstrou comportamento antiético? Caso sim, como você reagiu?

b) Você ou alguém que você conhece já foi acusado de falta de ética? Caso sim,
relate como e que atitude tomou.

2. Terminada a discussão, registrem um resumo do fato que, na opinião do grupo,


foi o mais significativo.

3. Ouçam o relato dos outros grupos e verifiquem se houve semelhanças e diferen-


ças em relação ao que seu grupo relatou.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 61


Trabalho feminino ou masculino?
Existem ocupações específicas para homens e para mulheres?
Vamos pensar nas possibilidades de trabalho para camareira.
Será que os homens têm lugar nesse mercado ou essa é uma ocupação exclusiva-
mente de mulheres?
É comum vermos mulheres mais do que homens nesse posto de trabalho. Porém,
os homens têm conquistado cada vez mais espaço em ocupações tradicionalmente
vinculadas ao universo feminino, e as mulheres também estão abrindo espaços que
antes eram exclusivamente masculinos. Veja, por exemplo, o número crescente de
homens cabeleireiros, faxineiros, empregados domésticos, entre outros, ou de mu-
lheres trabalhando como motoristas, pedreiras, eletricistas etc.
Enfim, nada impede que o mercado se abra mais para os homens também nessa
área, embora, neste momento, o desafio deles para ingressar nesse mercado seja
maior.

As mulheres no mercado de trabalho


Embora as mulheres tenham ganhado espaço no mercado de trabalho, até a
2a Guerra Mundial (1939-1945), conflito que envolveu vários países do mundo, elas
não costumavam trabalhar nas indústrias.
Foi nessa época, com a convocação dos homens para a guerra, que elas começaram
a ocupar vagas nas fábricas de armas e de peças e motores para aviões.
Muita coisa mudou desde esse momento. A participação feminina no mercado de
trabalho cresceu muito. Mesmo assim, pesquisas desenvolvidas pela Fundação Seade
do governo do Estado de São Paulo mostram que a participação feminina ainda é
inferior à masculina.
Além disso, as estatísticas mostram que as mulheres, em geral:
• ganham salários menores que os dos homens, executando o mesmo trabalho;
• ocupam menos cargos de chefia;
• não são consideradas aptas para trabalhar em algumas áreas, como mecânica,
construção civil etc.
Na década de 1950, as mulheres tinham participação limitada no mercado de tra-
balho: apenas 14,6% delas eram economicamente ativas. Mesmo 20 anos depois,

62 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


essa participação ainda era de 18,6%. É o mesmo que dizer que em cada grupo de
dez mulheres, uma mulher e meia estava no mercado de trabalho na década de 1950
e, em 1970, pouco menos de duas. Desde então essa situação tem mudado rápida e
progressivamente. Segundo dados do IBGE, entre 1976 e 2010 houve um acréscimo
de mais de 10 milhões de mulheres trabalhadoras no mercado de trabalho. O Mi-
nistério do Trabalho e Emprego (MTE), de acordo com a Relação Anual de Infor-
mações Sociais (Rais), indica um aumento de 5,34% na mão de obra feminina, em
comparação a 3,87% de mão de obra masculina nos últimos anos.
Fontes: CARDOSO, Irede. Mulher e trabalho: as discriminações e as barreiras no mercado de trabalho. São
Paulo: Cortez, 1980; QUIRINO, Raquel; ARANHA, Antônia Vitória Soares. O trabalho da mulher no Brasil nos
últimos 40 anos. In: IV Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade. Curitiba, 2011. Disponível em:
<http://www.esocite.org.br/eventos/tecsoc2011/cd-anais/arquivos/pdfs/artigos/gt021-otrabalho.pdf>.
Acesso em: 16 jul. 2013.

Atividade 4
A mulher e o trabalho

1. Em grupo, discutam:
a) Qual era o papel da mulher na sociedade nos anos 1950? Procurem pensar em
termos de trabalho dentro e fora de casa, no cuidado com os filhos, os idosos e
os enfermos.
b) E na atualidade: Qual é o papel da mulher? O que houve de transformação? O
que ainda permanece igual?
c) Por que homens e mulheres têm salários diferentes quando fazem o mesmo
trabalho?
d) Por que há menos mulheres em cargos de chefia?
e) Há trabalhos que devem ser feitos apenas por mulheres e outros que devem ser
feitos exclusivamente por homens? Quais são? Por quê?

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 63


f) Um homem é mais ou menos capaz do que uma mulher para ser camareiro?
Por quê?
g) Estamos preparados para admitir mulheres em trabalhos considerados masculi-
nos e homens em trabalhos considerados femininos?
2. Organizem uma dramatização sobre o tema. Para isso, sigam alguns passos:
• Onde a cena acontece?
• Quem são os personagens?
• Qual é a mensagem que querem transmitir para a turma?
• Quem registra os diálogos? O que cada personagem dirá?

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT). Educação de Jovens e
Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Geografia, História e Trabalho. 7º ano do Ensino Fundamental. São Paulo: SDECT, 2012.

64 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


Unidade 9
Revendo seus
conhecimentos
Com esta Unidade, chegamos ao fim deste curso. É hora de
rever tudo aquilo que você aprendeu nesse período em que se
dedicou à formação básica na ocupação de camareira. É impor-
tante que consiga identificar o que sabe sobre essa ocupação e
que se sinta preparada para buscar uma vaga no mercado de
trabalho.

Atividade 1
R evisite seus conhecimentos

No Caderno 1, você refletiu sobre alguns conhecimentos na


área de turismo e hospitalidade, indicando o que sabia ou não
fazer. Neste momento, propomos que você pense de novo sobre
esse assunto e liste o que aprendeu no curso. Essa será a base
tanto para você fazer seu currículo e buscar inserção no merca-
do como para identificar lacunas e procurar novas formas de
aprimoramento na ocupação.
Se quiser, consulte diretamente a CBO para ver com detalhes
os conhecimentos necessários à ocupação, antes de preencher o
quadro a seguir.

O que já sabia O que aprendi no O que ainda


fazer curso preciso aprender

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 65


O que ainda preciso
O que já sabia fazer O que aprendi no curso
aprender

O importante é não ficar parado


Analisando a última coluna do quadro, há ainda coisas que você considera neces-
sário aprender? Sim? Isso é normal e você não deve desanimar.
Muitos conhecimentos sobre a ocupação você aprenderá na prática, com a experiência.
Outros você vai adquirir estudando mais, fazendo novos cursos, informando-se das
mais diversas maneiras.
Assim, planeje o que fará para dar sequência ao seu aprendizado e como ampliará
seus conhecimentos na área:
• voltar a estudar;
• procurar um novo curso nessa área;
• ler revistas e livros especializados;
• procurar na internet mais informações sobre as práticas de camareira.
Só você poderá escolher o que fazer. Não há certo ou errado nessa hora. O impor-
tante é não deixar o tempo passar para não perder o ânimo e se programar para
realizar as atividades escolhidas de forma organizada.
O planejamento é um instrumento que deve ser revisto de tempos em tempos para
não se tornar ultrapassado. Ações e prazos podem, e devem, ser sempre atualizados.
Não adianta prever muitas ações difíceis de ser executadas. A chance de você desa-
nimar, nesse caso, é muito grande.

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Atividade 2
P laneje seus próximos aprendizados

Para fazer o seu planejamento, utilize o quadro a seguir.


O que fazer? Por quê? Como? Quando?

Prepare-se para o mercado de trabalho


Além de aprimorar os seus aprendizados, é importante preparar-se para obter um
lugar no mercado de trabalho. Para iniciar a procura, você deve organizar seus
documentos e fazer seu currículo.
Para montar o currículo, comece organizando documentos que comprovem tudo o
que você sabe fazer ou já fez e que esteja relacionado com a área em que você pre-
tende atuar. Ou seja, mesmo que você nunca tenha atuado na área de turismo e
hospitalidade, pense em trabalhos – mesmo informais – que você tenha feito e que
envolveram limpeza, organização, arrumação etc.
Esses documentos, assim como uma cópia dos documentos pessoais, devem ser
colocados de forma organizada em uma pasta. Ela serve para sua apresentação nos
locais onde você vai procurar emprego e deve conter:
• comprovação de sua escolaridade formal – diplomas;
• certificados de cursos que você fez – incluindo este;
• comprovação de suas experiências de trabalho, que podem incluir registros infor-
mais, declarações, fotos etc.;
• cartas de recomendação.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 67


No currículo, você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez e tudo o que sabe.
Antigamente, os currículos eram longos e com informações bastante detalhadas.
Atualmente, eles são curtos e objetivos. Vão direto ao ponto e, de preferência, res-
saltam os conhecimentos e as práticas relacionados à ocupação ou ao cargo que a
pessoa pretende.
Os dados que sempre devem constar em um currículo para tornar sua apresentação
mais adequada são:

• dados pessoais – nome, endereço, telefone e email;


• escolaridade – a indicação de seu grau de escolaridade;
• objetivo – a vaga em que você tem interesse;
• conhecimentos e práticas adequados ao trabalho pretendido;
• experiência profissional – os trabalhos que já teve. Se você não teve emprego
formal, escreva: “Principais experiências”. Siga a ordem cronológica inversa:
comece pelo mais atual e siga em ordem até o mais antigo.
© Fernando Chaves

Jovem orientando uma colega a elaborar o currículo.

68 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


Atividade 3
C omo fazer um currículo

1. Com base nas informações anteriores, elabore uma


primeira versão de seu currículo, escrevendo as infor-
mações principais.

Nem sempre os anúncios de vagas


para essa ocupação no mercado de
trabalho especificam o salário inicial;
a maioria dos contratantes prefere
combinar o valor na entrevista de
emprego. Por isso, para saber a
estimativa de salário inicial, o
melhor é realizar uma pesquisa em
hotéis de sua região ou fazer uma
busca na internet.

2. Troque ideias com os colegas e com o monitor do


curso, verificando se há alguma mudança a fazer.
3. Agora, no laboratório de informática, digite e forma-
Você pode recordar como preparar
te seu currículo no computador, deixando-o bem arquivos no computador voltando ao
Caderno do Trabalhador 3 – Conteúdos
apresentável para que seja enviado para possíveis Gerais – “ABC da Informática”.
Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.
empregadores. br>. Acesso em: 11 jun. 2013.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 69


Trabalho autônomo
Atuar como profissional autônomo nessa ocupação é mais difícil. Mas nada impe-
de que você utilize o que aprendeu aqui como um primeiro passo para conhecer
outras ocupações da área de turismo e hospitalidade – como recepcionista, garço-
nete, governanta – e buscar, posteriormente, trabalhar como autônoma.
Nesse caso, não se esqueça de fazer seu cadastro como microempreendedor indi-
vidual, o que lhe garante o acesso a alguns direitos previdenciários, como o da
aposentadoria. Outra possibilidade é participar de uma cooperativa de trabalho,
pois, quando há eventos importantes, os hotéis necessitam de mais funcionários e
recorrem a essas cooperativas para contratos temporários.

Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se
legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário
faturar no máximo até R$ 60 000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como
sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mí-
nimo ou o piso da categoria.

Portal do Empreendedor. Microempreendedor Individual (MEI). Disponível em: <http://www.


portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual>. Acesso em: 11 jun. 2013.

Última etapa
A última etapa a enfrentar é a entrevista ou a seleção para o emprego que você
pretende.
Para muitos, essa etapa causa certa ansiedade, outros a encaram como mais um
desafio ou obstáculo a transpor entre muitos que já foram enfrentados na vida. É
importante lembrar que tanto o entrevistador como o candidato ficam, de início,
mais contraídos, mas, à medida que a entrevista vai transcorrendo, ambos vão se
sentindo mais confortáveis.
Hoje em dia, os entrevistadores estão mais acessíveis, demonstrando uma atitude
mais acolhedora do que aparentavam anos atrás, pois o mercado de trabalho tem
apresentado maior demanda por profissionais qualificados.
Quando você for convidada para uma entrevista, procure manter a calma e esteja
confiante. Se você foi chamada é porque, entre tantos outros, seu currículo apresentou
as qualificações de que a empresa precisa. No entanto, outros candidatos também foram
chamados e será escolhido aquele que preencher mais adequadamente as condições
requeridas pela empresa e pelo posto de trabalho oferecido. Isso faz parte do jogo!

70 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


Veja a seguir algumas dicas que os especialistas dão aos
candidatos.
• Prepare-se para a entrevista planejando tudo antecipa-
damente, reunindo os documentos em uma pasta. Leve
também uma cópia do currículo; o entrevistador nem
sempre tem uma consigo e pode solicitar a sua.
• Verifique o endereço e calcule o tempo para chegar,
no mínimo, 15 minutos antes.
• Vista-se adequadamente, use roupas discretas, cabelos
bem penteados, acessórios e maquiagem apropriados
à situação.
• Alguns minutos antes da entrevista, faça exercícios de
alongamento, eles ajudam a relaxar.
• Seja sincera e coerente com as informações que colocou
no currículo, elas sempre podem ser checadas.
• Exponha com clareza o que sabe fazer na área de tu-
rismo e hospitalidade e fale também um pouco sobre
suas atitudes e seu jeito de ser.
• Mostre-se confiante com relação ao que sabe, mas não
queira parecer mais do que é. Seja honesta em dizer
que não sabe algo que lhe seja perguntado.
• Caso não seja selecionada, não desanime, mantenha a
confiança e procure outras oportunidades, pois certa-
mente virão.
Chegamos ao fim deste curso de qualificação de cama-
reira. Nele você teve a chance de aprimorar seus conhe-
cimentos e praticar algumas técnicas específicas dessa
ocupação. Fez novos contatos e ampliou seus conheci-
mentos sobre diversos assuntos importantes e necessários No filme Encontro de amor (Maid in
Manhattan, direção de Wayne Wang,
para integrar-se ao mundo do trabalho. Procure conti- 2002), Marisa Ventura é uma
camareira que trabalha em um
nuar estudando e aprendendo sempre, faça outros cursos, luxuoso hotel. O filme retrata uma
situação romantizada estadunidense,
aperfeiçoe-se cada vez mais. no entanto é dos poucos cuja
personagem principal é uma
camareira e o setor da governança é
Boa sorte! mostrado em seus vários aspectos,
que servem de exemplo para quem
deseja saber mais sobre a área.

Camareira 2 A rco O c u pac i on a l T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e 71


Referências bibliográficas
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CASTELLI, Geraldo. Administração hoteleira. 7. ed. Caxias do Sul: Educs, 2000.
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perspectivas da hotelaria: um estudo compreensivo. Dissertação (Mestrado em Turis-
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(SDECT). Educação de Jovens e Adultos (EJA) ‒ Mundo do Trabalho: Geografia,
História e Trabalho: 7o ano do Ensino Fundamental. São Paulo: SDECT, 2012.
________. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(SDECT). Educação de Jovens e Adultos (EJA) ‒ Mundo do Trabalho: Geografia,
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Sites
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php>. Acesso em: 11 jun. 2013.

74 A rco Oc upacio nal T u r i s m o e H o s p i ta l i d a d e C a m a r e i r a 2


via rápida emprego

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