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4.11. TENSAO EM UM PLANO OBLiQUO SOB CARREGAMENTO AXIAL Nas sepes anteriores, vimos que forcas axiais aplicadas em um elemento ée barra (Fig. 1,282) provocavam tenses normais naquele componente (Fig. 1.286), enquanto forcas transversais agindo sobre parafusos e pinos (Fig. 1.29a) provocavam tenses de cisalhamento naqueles conexdes (Fig. 1.296). A razko pela qual se observou uma relagio entre forgas axiais e tenses nommais, por um lado, e forgas transversais ¢ tenses de cisalhamento, por outro lado, era porque as tensdes estavam sendo determinadas apenas em planos perpendicalares ao cixo ddo componente ou concxio. Conform seré visto nesta sega, forgas axiais provo- cai tenses normais e tens6es de cisalhamento em planos que no séo perpen- diculares a0 eixo do componente. Da mesma forma, forgas transversais agindo sobre um parafuso ou um pino provocam tensGes normais e tensGes de cisalha- ‘mento em planos que ndo sZo perpendiculares ao eixo do parafuso ou pir y ai we Bs ® Considere a barra da Fig, 1.28, que esté submetido as forgas axiais P ¢ P’. Se cortarmos a barra por um plano formando um ngulo @ com um plano nor. ‘mal (Fig, 1.30a) e desenharmos o diagrama de corpo livre da parte do compo nents Iocalizada & esqucrda daquela seco (Fig. 1.30B), encontramos pelas condigves de equilforio do compo livre que as forgas distribuidas agindo na seco ddevem ser equivalentes & forga P. Decompondo P nas suas componentes F e V, respectivamente normal e tan- encial & segao (Fig. 1.30), temos F=Pcosé V=Psend (2) A forga F representa a resultante das forgas normais distribuidas sobre a seco, © a forca V, a resultante das forgas tangenciais (Fig. 1.30d). Os valores médios das tensbes normal e de cisalhamento correspondentes sio obtides dividindo-se, respectivamente, F © V pela rea Ay da segiio: @ Fig. 1.29 v at (13) Substimindo F © V de (1.12) em (1.13), e observando da Fig, 1.30¢ que ‘4a = Ay cos 0, 011 Ay = Ag/208 8, onde Ay indica a érea de uma segio perpendi- euler ao eixo do componente, obtemos Pcosé . Psen@ Ao/cos Ap/cos @ ou F costo = sen cos 0 (1.14) Ag Notamos da primeira das EquagGes (1.14) que a tenso normal & maxima sstendo 6 = 0, ov scja, quando o plano da sesao é perpendicular ao eixo do com- mente, ¢ que ela se aproxima de zero & medida que 8 se aproxima de 90°. Veri- Ficamos que o valor de « quanto @ = 0 é is) (Gap. 1 Inecugao ~0 Canesto de Tensto 19 am p Fig. 1.28 Fig. 1.30 20 restrenein dos Materaie r (Oy Teno para? -0 Wa (e)Tensto pata = 45° res Fy como jd vimos anteriormente na Seedo 1.3. segunda das EquagGes (1.14) mostra ‘que a tensdo de cisalhamento 7 € zero para 6 = Oe @ = 90°, ¢ que para @ = 45° ela alcanga seu valor maximo 7 = Gta cont = (1.16) AA primeira das Equagées (1.14) indica que, quando @ = 45°, a tensdo normal o também é igual a P/2Ay. ain Os resultados obtidos nas Equagdes (1.15), (1.16) e (1:17) so mostrados sgraficamente na Fig. 131. Notamos que a mesma carga pode produzir uma ten- sto normal 0 = P/Ap ¢ nenhuma tensdo de cisalhamento (Fig. 1.35), ou uma ‘ensto normale de cisalhamento da mesma intensidade o = t, = P/2Ap (Fig. 1.31 © € d), dependendo da orientagio da sect. 1.12. TENSOES SOB CONDICOES GERAIS DE CARREGAMENTO; COMPONENTES DE TENSOES Os exemplos das seg5es anteriores estavam limitados a componentes sob car- regumento axial © conexdes sob carregamento transversal. Muitos componentes estruturais ¢ de méquinas estao sob condigdes de carregamento mais complexas. Considere um corpo sujeito a varias cargas P,, P, etc. (Fig. 132). Para en- tendermos a condicao de tensfo criada por essas cargas em algum ponto Q in- tern a0 corpo, vamos primeiro passar um corte através de Q, usando um plano paralelo ao plano yz, A parte do corpo a esquerda do corte esté sujeita a algu- ras das cargas originais, ¢ as forgas normais e cortantes distribufdas na segio, ‘Vamos indicar por AF e AV", respectivamente, as forgas normal e de cisalha- ‘mento agindo sobre uma pequena area AA que circunda o ponto @ (Fig. 1.33a). rc) o Fig. 1.39, Note que é usedo ¢ fastice superior x para indicar que as forgas AF* e AV" fagem sobre uma supecticie perpendicular ao eixo x. Enguanio a forga normal AF" tem uma dirego bem definida, a forga cortante AV" pode ter qualquer di- ego no plano da seco. Decompomos entiéo AV nas duas componentes de forga, AV} © Vem diregdes paralelas aos eixos y ¢ z, respectivamente (Fig, 1.334), Dividindo agora a intensidade de cada forga pela érea AA, e fazendo AA aproximar-se de zero, definimos as tx8s componentes de tensio mostradas na Fig. 1.34 ar o. de aa (1.18), = im Ta se KA Noumos que o prime fee em ot ¢ Fc sade pam india que a en- ses em consideracio so aplicados em uma superficie perpendicular ao eixo x. segundo indice em T. © 7. identifica a direedo da componente. A tensio nor- mal c, 6 positiva, se 0 sentido do vetor correspondente aponta para a direca0 positiva de x, isto é, se 0 corpo esté sendo tracionado, e negativa em caso con- trério, Analogamente, as componentes da tensGo de cisalhamento Ty € Ty, $40 positivas, se os sentidos dos vetores comrespondentes apontam, respectivamente, nas diregdes positivas de y & z ‘A anélise acima também pode ser feta considerando-se a parte do corpo lo- calizada & diteta do plano vertical através de Q (Fig, 1.35). As mesmas intensi- dades, mas com diregdes opostas, so obtidas para as forgas normal ¢ de cisa- Ihamento AF“, AV;, € AV. Portanto, os mesmos valores sio também obtidos para as componentes de tensao correspondentes; mas, como a seco na Fig. 1.35 ‘agora esta voltada para 0 lado negativo do eixo x, um sinal positivo para o,in- 3F,=0 (1.19) ‘Como hi forgas iguais e opostas &s forgas mostradas na Fig. 1.37 que atuam nas faces ocultas do cubo, esté claro que as Equagdes (1.19) ficam satisfeitas. Con- siderando agora 0s momentos das forcas em relagio aos eixos Or’ Qy’,e Qe’ de- senhados a partir dé Q em direcGes, respectivamente, paralclas a0s cix0S x, y€ z escrevemos as trés equagbes adicionais a seguir SMy=0 -BMy=0 OM, (2.20) Cap. 1 Intocugio © Concaito de Tensso 21

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