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Ricardo Matheus
Estudante do Curso de Gestão de Políticas Públicas
Universidade de São Paulo – USP
Resumo: As Ferramentas Anti-Corrupção Online dos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e as
Consulta Pública Online e são uma nova forma, criada a partir da introdução e crescente uso das
Tecnologias da Informação (TICs) na administração pública para criar e realizar um canal onde o
controle social, accountability, processo de discussão, produção e tomada de decisão política sejam
feitas. As ferramentas anti-corrupção dos TCEs são programas que permitem o controle social a partir
de informações divulgadas em diferentes formatos dos tradicionais, geralmente disponibilizados em
páginas estáticas e com pouca interatividade. Atualmente as versões encontradas na pesquisa apontam
como tendência a criação de mapas interativos proveniente dos bancos de dados de informações
governamentais, fotografias de obras públicas, editais e outros documentos em um só local, facilitando
o acesso e aumentando a profundidade das informações oferecidas aos cidadãos. Já a consulta pública
online pode acarretar em uma inserção significativa da sociedade no processo da formulação das
políticas públicas, especialmente no âmbito federal. As consultas públicas online tiveram sua adoção
alargada em período recente no Brasil nas agências reguladoras e ministérios que instituíram esse
recurso como forma de ampliar e aprofundar não só a participação e a inserção da sociedade na
formulação das políticas públicas, mas também tentar aumentar a transparência e o controle social dos
órgãos implementadores. No estudo são analisadas algumas agências reguladoras e ministérios
brasileiros que optaram por ter a consulta pública online como ferramenta de sua gestão e ampliação da
participação cidadã e também alguns TCEs que foram indicados a partir de pesquisas anteriores, sendo
os únicos que apresentavam as ferramentas anti-corrupção. Iremos estudá-las e compará-los para
identificar qual é o nível de efetividade dessas consultas públicas online e das ferramentas anti-
corrupção, tanto em relação à sua real capacidade de influenciar o combate a corrupção, o controle
social, o accountability e em termos de ampliação de espaços participativos e envolvimento de atores
sociais.
Abstract: The Anti-Corruption Online Tools of Courts of Accounts of the States (TCEs) and the Public
Consultation Online and are a new form, created from the introduction and increasing use of
Information Technology (ICTs) in government to create and implement a channel where the social
control, accountability, the discussion process, production and political decision-making are made. The
anti-corruption tools of TCEs are programs that enable social control from information provided in
different formats of the traditional, usually available in static pages and with little interactivity.
Currently the versions found in the search trends show how the creation of interactive maps from the
databases of government information, photographs of public works, public and other documents in one
place, facilitating access and increasing the depth of information offered to citizens. Already the online
public consultation can result in a significant integration of society in the formulation of public
policies, especially in the federal. The online public consultation had extended its adoption in Brazil in
the recent period regulatory agencies and ministries which have established this feature as a way to
broaden and deepen not only the participation and integration of society in the formulation of public
policies, but also try to increase the transparency and control social implementers of their own bodies.
Study are analyzed in some regulatory agencies, ministries Brazilian who chose to have the online
public consultation as a tool for its management and expansion of citizen participation and some TCEs
that were indicated from previous studies, and the only tools that have the anti - corruption. We will
1
study them and compare them to identify what level of effectiveness of these public consultations
online tools and anti-corruption, both in its real capacity to influence the fight against corruption, social
control, and accountability in the expansion of spaces for participation and involvement of social
actors.
2
Sumário
1. Introdução ......................................................................................................................................... 4
2. Metodologia ...................................................................................................................................... 4
2.1. Referencial Teórico de Governo Eletrônico, Transparência, Combate à Corrupção, Controle
Social e Participação cidadão e Democracia Participativa ................................................................... 5
2.1.1. Governo Eletrônico ............................................................................................................. 5
2.1.2. Governança Eletrônica ........................................................................................................ 7
2.1.3. Combate à Corrupção, Transparência, Controle Social e Acountability............................. 8
2.1.3.1. Combate à Corrupção .................................................................................................. 8
2.1.3.2. Controle Social e Acountability ................................................................................... 8
2.1.3.3. Transparência ............................................................................................................... 9
2.1.3.4. Participação Cidadã e Democracia Eletrônica ............................................................. 9
2.2. O Quê são as Ferramentas Anti-Corrupção Online? ................................................................ 10
2.2.1. Ferramentas Anti-Corrupção Online aplicadas à promoção da Transparência, Combate à
Corrupção e Controle Social ........................................................................................................... 10
2.2.1.1. TCE Mato Grosso e a Ferramenta GEO-Obras ......................................................... 10
2.2.1.2. O TCE da Paraíba e a Ferramenta “SAGRES” ......................................................... 11
2.2.1.3. O TCE do Piauí e a Ferramenta “OBRAS-WEB” ..................................................... 11
2.2.1.4. O TCE do Paraná e a Ferramenta “Obras Públicas”.................................................. 11
2.2.1.5. O TCE de Santa Catarina e a Ferramenta “e-Sfinge” ................................................ 11
2.2.2. Cenário das Ferramentas Anti-Corrupção Online dos TCEs do Brasil ............................ 12
2.3. O quê são consultas públicas online? ....................................................................................... 13
2.3.1. Consultas Públicas Online nos Ministérios Brasileiros .................................................... 13
2.3.1.1. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ................................ 15
2.3.1.2. Ministério da Comunicação (MC) ............................................................................. 15
2.3.1.3. Ministério da Cultura (MinC) .................................................................................... 15
2.3.1.4. Ministério da Educação (MEC) ................................................................................. 15
2.3.1.5. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) ............................... 16
2.3.1.6. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) .......................... 16
2.3.1.7. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Secretaria de Logística e
Tecnologia de Informação (MPOG/SLTI) .................................................................................. 16
2.3.1.8. Ministério da Saúde (MS) .......................................................................................... 16
2.3.1.9. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ................................................................ 17
2.3.2. Consultas Públicas Online nas Agências Reguladoras Brasileiras ................................... 17
2.3.2.1. Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL ...................................................... 18
2.3.2.2. Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL ................................................ 19
3. Limites e Desafios de Aprimoramento das Ferramentas Anti-Corrupção Online e Consultas
Públicas Online no Brasil ........................................................................................................................ 19
4. Considerações Finais....................................................................................................................... 20
5. Bibliografia ..................................................................................................................................... 21
6. Anexos ............................................................................................................................................ 25
6.1. Endereços de Sites Interessantes .............................................................................................. 25
6.1.1. Consultas Públicas Online no Brasil ................................................................................. 25
6.1.2. Consulta Pública Online na Europa .................................................................................. 25
6.1.3. Governo Local Inglês ........................................................................................................ 26
3
1. Introdução
2. Metodologia
4
Nossa metodologia parte da premissa que uma pesquisa anterior a respeito das consultas
públicas online e das ferramentas anti-corrupção foi feita, descobrindo o atual Estado-da-Arte e os
casos de destaque no Brasil, tanto em nível nacional e subnacional. Portanto, nossa pesquisa inicia-se
no ponto da análise das ferramentas anti-corrupção dos TCEs, especialmente dos Estados de Mato-
Grosso, da Paraíba, do Piauí, do Paraná e de Santa Catarina e as Consultas Públicas Online do Governo
Federal e Agências Reguladoras, representadas pelo Governo Federal dos Ministérios da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Ministério da Comunicação (MC), o Ministério da Cultura
(MinC), o Ministério da Educação (MEC), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
(MDIC), o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Secretaria de Logística e tecnologia de
Informação (MPOG/SLTI) e o Ministério da Saúde. Além disso, também encontramos consultas
públicas online pelas Agências Reguladoras, especialmente com a Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), verificando quais as
limitações e os desafios de aprimoramento destas ferramentas da administração pública brasileira.
Para isso, iremos refazer a pesquisa exploratória, visitando novamente todas as ferramentas anti-
corrupção e consultas públicas online para confirmar antigas hipóteses de desafios, e, talvez, encontrar
novas limitações. Através disso iremos propor soluções para aprimorar as ferramentas e as consultas
públicas, especialmente do ponto de vista da participação cidadã, tentando ampliar o modelo de
participação cidadã, controle social e acesso à informação do Estado. Estes serão preceitos básicos de
direitos dos cidadãos que utilizamos como nosso referencial teórico.
Deste modo, achou-se necessária a construção de um referencial teórico sobre as temáticas
envolvidas no tema, sendo aprofundados os estudos sobre as referências bibliográficas das temáticas de
Governo Eletrônico, Transparência, Combate à Corrupção, Controle Social e Participação Cidadã e
Democracia Participativa.
6
TEIXEIRA (2004 :32-33) É a simples inclusão de modernos instrumentos de TICs que podem
oferecer maior interação entre governo e cidadãos, assim como
entre diferentes instâncias de governo e outras instituições públicas
e também privadas.
VAZ (2005) Aplicação intensiva da tecnologia de informação nos processos de
prestações de serviços e relacionamento dos governos com os
cidadãos pela intermediação eletrônica, contínua e remotamente.
Nosso estudo entende que o governo eletrônico não é definido basicamente pelo uso das TICs,
especialmente pela informatização do setor público e uso da internet como meio de comunicação, mas
também a utilização de outros meios de comunicação, sem somente focar-se no uso dos computadores.
Podemos apontar que o uso de celulares e smartphones, notoriamente através do envio de mensagens
de texto Short Message Send (Serviço de Mensagens Curtas), e a televisão, através de interação com a
televisão digital e novas tecnologias que deverão surgir em um futuro recente, podem ser adotados para
a promoção do governo eletrônico a toda a população, especialmente aqueles que possuem menos
tempo e recursos para o uso dos serviços e oportunidades de participação na gestão pública.
Apesar disso, existe um consenso de que o principal meio utilizado no governo eletrônico seja a
Internet, devido especialmente aos fatores tecnológicos, mas outros apontam que esta tendência
diminuirá ao longo do tempo, com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação (DAVIES,
2007).
Portanto, temos como conceito de e-gov o uso intensivo das TICs em processos de prestações
de serviços e de relacionamento entre governos e governo para com os cidadãos, com intermediação
eletrônica contínua e remota, podendo também ser ofertada de uma maneira mais acessível
especialmente aqueles que possuem menor tempo e recursos financeiros para seu acesso aos serviços
públicos e, além disso, a oportunidade da população de exercer controle social e acountability,
combatendo a corrupção através de ferramentas anti-corrupção e ofertando o direito de ser ouvido pela
gestão pública (VAZ, 2005), através das consultas públicas online.
A partir do conceito de governo eletrônico sendo entendido como promotor dos direitos de
cidadania, tais como o controle social, combate à corrupção e participação cidadã, o Estado pode
ampliar o uso do tradicional e-gov, baseado em melhoria de processos de arrecadação fiscal e
econômicos, para a ampliação do diálogo e atendimento das expectativas dos cidadãos. E é neste
momento que partimos para a governança eletrônica, outro conceito que também ainda está sem um
consenso prevalecendo no meio acadêmico.
A Governança eletrônica, ou e-governança (e-governance), segundo TEIXEIRA (2004: 34),
está relacionado a melhoria da qualidade, eficiência, eficácia, transparência e fiscalização dos entes
governamentais. Entretanto, segundo RIBEIRO (2008), a governança eletrônica pode ir além da
disponibilidade de informações dos governos, com a universalização da prestação de serviços públicos
e servindo como um canal de informação e comunicação ininterrupta e remota entre a gestão pública e
a população, com a vantagem da promoção da transparência, especialmente da área contábil, de todas
as esferas administrativas e poderes do Brasil, assim como ocorre no Portal da Transparência1.
No entanto, nosso conceito adotado revela que a governança eletrônica é um dos impactos da
introdução do governo eletrônico bem sucedido e a gestão pública oferta um canal de interlocução das
1
www.portaldatransparencia.gov.br – Site do Portal da Transparência do Governo Federal.
7
demandas da população e ações do governo, com maior legitimidade, notoriamente através da
divulgação das informações de todas as áreas da Administração Pública, com pleno acesso dos
cidadãos aos serviços prestados pela internet, celulares, televisão e a interação ininterrupta e remota,
para promoção de substancial aumento da transparência, não só dos boletins contábeis da
Administração Pública, mas também das ações praticadas por todos os Poderes e esferas
administrativas governamentais.
O Combate à corrupção no Brasil tem ganhado grande destaque através da maior vigilância de
instituições internas do governo como a controladoria Geral da União e os Tribunais de Contas de todo
o Brasil, assim como aponta TREVISAN et al (2003). Apesar da evolução do combate à corrupção
nestas instâncias, os autores descrevem que a participação popular é imprescindível para a diminuição
da corrupção, um conceito que também acreditamos estar de acordo com nossas expectativas, já que
sem o controle social e o accountability, não há como realmente diminuirmos ao máximo todos os
desvios e atos de corrupção dentro do país.
As TICs, particularmente a internet, podem aumentar o potencial de transparência nos processos
básicos feitos pelo e-gov. De acordo com CAMERER (2006), o bom uso da informação é a melhor
vacina para o combate a corrupção. Portanto, não há dúvidas que as ferramentas anti-corrupção online
não resolveram o problema da corrupção, mas certamente irão combatê-las. Reiteramos o papel de
outras instituições, como os TCEs e a Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União,
como grandes agências aliadas a promover o combate à corrupção através de seus dispositivos legais e
administrativos.
KAUFMANN (2002) recomenda a ampla disseminação dessas ferramentas online, que podem
prover o empoderamento das decisões políticas, assim como prevemos que as consultas públicas online
possam realizar este papel de oferecer espaço e „voz‟ no debate das políticas públicas subnacionais e
até mesmo nacionais, como exemplificaremos com as agências reguladoras e Ministérios do Brasil.
Este artigo entenderá como conceito de controle social a forma com a qual a sociedade
controlar diretamente o Estado, somando agências e instituições alternativas, como a controladoria
internas e Tribunais de Contas (GRABOSKY apud BRESSER PEREIRA & CUNILL GRAU, 1999,
p.24).
8
É consenso entre os autores que a participação cidadã é essencial para que Estado e outras
instituições socialmente construídas, se beneficiem através do sistema de participação cidadã. O Brasil
recentemente elaborou a Lei 10.257, chamada de Estatuto das Cidades que projeta a participação
população na decisão da gestão pública, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do Município
(RIBEIRO, 2008).
Entretanto, devemos apontar que ainda existe uma dificuldade de implantar sistemas de
participação cidadã devido à burocracia e a falta de cultura de participação cidadã no país, mas
reconhecidas internacionalmente, como o Orçamento Participativo Digital em Belo Horizonte
(PEIXOTO, 2008). Exatamente o que apontava CAMPOS (1990) há duas décadas atrás, questionando
quando o Brasil poderia realmente ter a participação cidadã para controle social e promovendo o
accountability.
Disso passamos a questionar os gestores públicos sobre seus atos, que apontamos como
acountability, referindo-se à prestação das contas e definições dos objetos de ações. No entanto, essa
ação cidadã necessita de informação, para questionarem seus governantes. AKUTSU (2005) ressalta a
interdependência entre accountability e controle social, sendo indispensável para a transparência da
tomada de decisões dos agentes públicos. Apesar disso, é necessário demonstrar que a administração
agiu com economia, eficiência e honestidade.
2.1.3.3. Transparência
O conceito de transparência pode ser entendido sob dois aspectos segundo RIBEIRO (2008). O
primeiro aspecto indica o conceito de transparência como sinônimo de publicidade, e o segundo, como
transparência além da disponibilidade dos dados, pensando a transparência com o acesso aos dados,
inclusão digital e disponibilidade dos dados, especialmente em relação à freqüência e atualização das
informações contidas em portais e sites governamentais, de acordo com palavras apontadas por VAZ
(2003b), reconhecendo a informação como direito público de todo cidadão. Além disso, alguns autores
apontam não existir nenhuma razão para que os gestores públicos não possuam seus atos, contas e
informações sem conteúdo de confidencialidade não estarem disponíveis para a população (SPECK,
2004).
Obviamente, existe uma regra sobre a publicidade dos atos da administração, previstas na
Constituição que permitem o sigilo de certas informações, especialmente imprescindíveis à segurança
da sociedade e do Estado, tais como os casos de segurança nacional, investigações policiais ou
interesse superior da Administração2.
Portanto, acreditamos que o verdadeiro significado de transparência é a abertura do
fornecimento de informações, de acesso livre e universal, de constante atualização, postadas em um
único canal de comunicação e interação com o cidadão e com ferramenta de busca para ajudar o
cidadão a encontrar a temática que queira rapidamente.
Segundo alguns autores, a participação em consultas públicas online requer algum pouco de
conhecimentos e informações, especialmente para a sustentação da hipótese que sugere o cidadão
(BERTI, 2009). O autor aponta que isso faz do ambiente mais consistente e podendo promover na
sociedade uma relevância no contexto.
2
Constituição Federal, art. 5 º, inciso XXXIII: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
9
No entanto, acreditamos que apesar das análises com cunho científico, ou seja, baseadas em
fatos e estatísticas, podemos levar em consideração que os cidadãos possuem o direito de levantar
questões pertinentes a sua realidade social. O governo eletrônico pode gerar um aumento da
participação cidadã e a democracia participativa através dos princípios estudados aqui, como o controle
social, a transparência (MELLO, 2008).
Muito pelo contrário, podemos apontar VAZ (2005) que sugere o direito do cidadão em ser
ouvido pelos governos. Isso nos caracterizaria como democracia mais colaborativa, ouvindo e,
obviamente, filtrando as demandas da sociedade. No entanto, a ferramenta de consulta pública online é
um elemento que pode, sim, melhorar a participação da sociedade na elaboração de programas, leis e
vários outros assuntos que o governo brasileiro, historicamente, tem feito sem a consulta popular
(PINHO, 2008).
DAVIES (2007) sugere que as TICs vieram para que os cidadãos pudessem se aproximar e
formar grupos de discussão de políticas públicas, fóruns e facilitando e legitimando a interação dentro
das comunidades, especialmente nos âmbitos subnacionais. FRICK (2005) aponta vários exemplos
internacionais do bom uso das consultas públicas online, de fóruns online e de outras ferramentas de
participação cidadã através de um modelo de democracia eletrônica. E nós cremos que esta seja uma
das vocações das ferramentas anti-corrupção e das consultas públicas online, as quais iremos descrever
logo abaixo.
Nesta seção iremos mostrar o resultado das análises dos sistemas de ferramentas anti-corrupção
online dos TCEs de alguns Estados que apresentaram tais sistemas de ferramentas. Este resultado é
oriundo de pesquisa anterior feita entre todos os TCEs brasileiros.
3
http://www.tce.mt.gov.br/
10
Para conhecer mais sobre esta ferramenta do TCE de Mato Grosso, ela está disponibilizada no
endereço: http://geoobras.tce.mt.gov.br/cidadao/.
4
http://www.tce.pb.gov.br/
5
http://sagres.tce.pb.gov.br/index.php
6
http://www.tce.pi.gov.br/
7
http://srvapp.tce.pi.gov.br/obrasweb/obrasweb_menu1.do;jsessionid=452C93449823ED1F2FF7279573F076F6?evento=co
okie
8
http://www.tce.pr.gov.br/
9
http://www.controlesocial.pr.gov.br/ObrasPublicasConsultar.aspx
11
Representando o seleto grupo de TCEs que utilizam as TICs para inovação, o TCE do Estado de
Santa Catarina também possui uma ferramenta anti-corrupção online, que mostra todas as obras
públicas feitas com dinheiro público, chamada de e-Sfinge. O portal do cidadão no Estado de Santa
Catarina é chamado de e-Sfinge10 e apresenta inovações semelhantes com as quais tratamos nos
Estados anteriormente citados. Há um sistema de buscas que permite identificar as obras do Estado e
dos Municípios de Santa Catarina.
Assim como outros programas, não há integração do sistema de ouvidoria com a ferramenta de
buscas, não existe uma facilidade para a produção do relatório final, já que a pesquisa gera um
documento em versão Portable Document Format (PDF), que não possui uma interface amigável e
pouco compreensível a todos os cidadãos que desejem ter a informação a respeito de tais obras em seu
Município ou no Estado de Santa Catarina.
Deste modo, temos um cenário de pouco uso das TICs para a promoção da transparência dos
dados e informações em um nível de profundidade de informações que colocamos em nosso referencial
teórico que não atende ao nível desejado para atingir toda a população dos Estados envolvidos. Disso
fizemos um quadro síntese das ferramentas estaduais, o nome dado pelo TCE para a ferramenta e
também um gráfico mostrando a situação dos Estados que possuem tal ferramenta e quais Estados não
utilizam as TICs para a promoção da transparência e ofertando a possibilidade de controle social da
população:
Tabela 2
Instituição Nome da Ferramenta Anti-Corrupção Online
TCE de Mato Grosso GEO-OBRAS
TCE da Paraíba SAGRES
TCE do Piauí OBRAS WEB
TCE da Paraná Obras Públicas
TCE de Santa Catarina e-Sfinge
Figura 1
10
http://esfinge.tce.sc.gov.br:8080/sco/Integrar.do?evento=iniciar&system=PORTAL_CIDADAO
12
Ferramentas Anti-Corrupção Online nos TCEs do Brasil
19%
SIM
NÃO
81%
Figura 2
Abaixo colocaremos o resultado das análises das consultas públicas online feita por cada
Ministério, divididas em capítulos:
11
www.governoeletronico.gov.br
16
Podemos destacar o Ministério da Saúde como um dos que mais avançou na área, tendo
inclusive um Portal para as Consultas Públicas Online do SUS12. Este portal, apesar de ter seu caráter
inovador e ser uma referência para outras estâncias administrativas e esferas de governo se inspirarem
para produzirem suas ferramentas de Consultas Públicas Online, ela ainda possui grandes desafios de
aprimoramento.
Como desafios, destacamos a falta de interatividade com o cidadão, um design pouco atraente e
com dificuldade de visibilidade das letras, é algo inovador na área. Abaixo o link para uma consulta
pública online feita no portal e em seguida, o link para a ferramenta criada pelo Ministério da Saúde:
http://www.mds.gov.br/noticias/programa-nacional-de-plantas-medicinais-e-fitoterapicos-
disponibiliza-consulta-publica-1/?searchterm=consulta pública
É importante destacar que as consultas públicas online encontradas no MTE foram no modelo
de envio das sugestões ao e-mail destinado especificamente a este fim. Através disso, entendemos essa
uma modalidade de consulta pública online, apesar de outras ferramentas encontradas em outros
Ministérios superem a qualidade, mas não a funcionalidade, que é mesma; oferecer o direito de ser
ouvido pelo governo através do uso das TICs.
Visitamos os sites destas agências reguladoras e percebemos que apenas duas delas
apresentavam consultas públicas online. Elaboramos um quadro de resumo, mostrado abaixo:
Tabela 3
Agência Reguladora Consulta Pública Online
1. ANAC NÃO
2. ANS NÃO
12
http://200.214.130.94/consultapublica/
13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consulta_publica/agencias_reguladoras.htm
17
3. ANA NÃO
4. ANTT NÃO
5. ANTAQ NÃO
6. ANP NÃO
7. ANVISA NÃO
8. ANATEL SIM
9. ANEEL SIM
Portanto, se apenas duas das 9 agências reguladoras apresentavam consultas públicas online,
podemos apontar que apenas 25% das agências reguladoras do Governo Federal brasileiro possuem a
ferramentas de consulta pública online. Apontando o pouco uso da ferramenta online que oferece o
direito de dar a voz ao cidadão. Abaixo um gráfico para elucidar melhor a questão.
Figura 3
No site da ANEEL encontramos bastante material sobre a consulta pública online. Até o
momento foram 29 consultas públicas feitas no ano. Foi um dos melhore resultados encontrados nesta
pesquisa.
Além da quantidade encontrada, podemos apontar que a qualidade do site é boa, remanejando o
cidadão a um link com todas as consultas públicas online feitas e que estão recebendo propostas da
sociedade. Também é possível encontrar um fórum de discussão que agrega valor as consultas públicas
online. Nos outros sites das agências isto não foi possível encontrar. Abaixo deixamos os endereços dos
links para acesso:
18
Fórum da Aneel sobre determinados assuntos; há como opinar
http://forum.aneel.gov.br/forums_sql/Thread.cfm?CFApp=1&IdeTopico=1034&mc=2
19
estudados, pois permite ao cidadão facilmente consegue ter as informações destacadas das plataformas
de soluções.
Outro ponto a ser superado é a criação de uma padronização nas consultas públicas online dos
Ministérios e Agências Reguladoras, especialmente a criação de um portal que identifique todas as
consultas públicas em andamento, encerradas e o histórico de todas elas.
A instalação de ferramentas online como buscas no site, para identificação de temáticas e
criação de listas de e-mails informando quais são as novas consultas públicas online podem fazer com
que a sociedade passe a se interessar pelas temáticas e que a disseminação das listas aumente a
probabilidade de participação cidadã através do uso da internet.
Os desafios de aprimoramento das ferramentas anti-corrupção dos TCEs estão baseadas na
produção de programas que consigam cada vez mais ampliar sua base de dados, já que as idéias estão
sendo implantadas, cabendo para um futuro próximo, conciliar mais bancos de dados ainda não
incluídos no sistema para a produção de mapas temáticos, gráficos e outros modelos não tradicionais
para atrair a sociedade a controlarem o setor público e as ações da administração pública.
4. Considerações Finais
A construção do referencial teórico permitiu observar que o e-gov pode influenciar no modelo
de Administração Pública que teremos no futuro, pois além da economia, agilidade e outras benesses
oriundas da introdução do e-gov em outras áreas da gestão pública, podemos melhorar também a oferta
de serviços públicos e da criação de um canal pleno e legítimo de comunicação entre governo e
cidadão.
Além disso, nosso estudo evidencia a promoção da mudança de perspectiva do controle social e
da transparência e da facilidade da inclusão de alguns atores políticos que atualmente não possuem
“voz” para participar das decisões da gestão pública e também promoverem o controle social.
É importante reiterar de que muitas vezes algumas ferramentas terão pouca procura pelos
cidadãos, entretanto, devemos considerar de que é um direito dom cidadão possuir a informação em
qualquer momento que queira, ou seja, o acesso à informação deve ser universal e livre a toda a
população, independentemente de sua procura ser maior ou menor.
Outro problema que deve ser superado está em relação ao conteúdo das informações e dos
dados que devem ser sempre ampliados e também possuir uma constante atualização. Sites
desatualizados não conseguem oferecer certa profundidade das informações para que o cidadão possa
estar controlando constantemente a Administração Pública.
Portanto, podemos apontar que as iniciativas estudadas podem, e devem, ser inspiração para
todos os estados e municípios a produzirem, a partir de suas peculiaridades, modelos semelhantes de
Ferramentas Anti-Corrupção Online e Consultas Públicas Online.
20
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6. Anexos
Abaixo temos alguns sites interessantes sobre as consultas públicas online no Brasil e também
algumas encontradas no resto do mundo. Autores que estejam estudando a temática pode ser um bom
referencial para que possam produzir suas pesquisas e aumentar a qualidade de seus trabalhos.
Já para os governos estaduais, fica a experiência Fo governo de Minas Gerias com a consulta
pública online que a Assembléia Legislativa do Estado está realizando. Ela questiona cidadãos e poder
público local para discutirem e efetuarem envio de sugestões sobre a educação pública de Minas
Gerais. Abaixo o Link:
http://www2.almg.gov.br/hotsites/planoEducacao/consultaPublica.html
União Européia promove consulta pública online sobre uso de animais em experiências
(Cobaias):
25
http://www.confagri.pt/NR/exeres/93D1AE2D-0D57-4DB9-9964-788DBFF33070.htm
FIA- Europa:
http://www.fiabrussels.org/en/news/archive/commission_consults_on_motor_insurance_issues_
01.htm
http://www.proni.gov.uk/index/about_proni/econsultation.htm
26