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Arte Gospem PDF
Arte Gospem PDF
PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0573-4
CDD 370.71
Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico
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A arte como um
todo: necessidade
e manifestação
Mas agora eu vou falar
Nas bravuras de Quirino
Este Quirino beiçola
Foi natural da Bahia
Das terras de chorrochó
Arte: conceito O berço da valentia
Lugar que é proibido
Segundo o dicionário Aurélio, arte é “a capa-
cidade ou atividade humana de criar plástica ou O homem ter covardia
musical, é habilidade, é engenho, é ofício”. O artista,
por sinal, é aquele “que revela sentimento artístico”. Altura: um metro e noventa
Nesse sentido, Leonardo da Vinci foi, realmente, um De quilos: cento e dezoito
grande artista. O mestre renascentista é um verda-
deiro ícone em matéria de arte. Há, no entanto, que Andava sempre risonho
se fazer uma ressalva à teoria de outros grandes Não mostrava ser afoito
mestres que se esquecem de outros tantos artistas. Nunca largou um punhal
Vejamos um exemplo da literatura e pensemos um Um facão, um trinta e oito
pouco sobre o assunto:
Vivia do seu trabalho
Domínio público.
Lampião, Rei do Cangaço 1981. p. 11). “Se eu ao menos soubesse para quê...”.
Esse questionamento ecoa no pensamento daqueles
Zé Garcia e Jesuíno que buscam a conceituação de Arte.
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Arte: manifestações (teatro), a câmera (cinema e fotografia), são alguns
dos instrumentos utilizados na construção do objeto
Assim dizia Bertold Brecht, um dos grandes artístico, que visa provocar uma reação no leitor.
pensadores da arte literária do século XX, a respeito
do teatro: Arte: necessidade
“Nosso teatro precisa estimular a avidez da
inteligência e instruir o povo no prazer de mudar a Para que serve a arte? Que tal afirmarmos que,
realidade. Nossas plateias precisam não apenas saber dentre outras funções, ela serve para nos fazer pensar
que Prometeu foi libertado, mas também precisam fa- e refletir sobre a nossa realidade? Nesse momento,
miliarizar-se com o prazer de libertá-lo. Nosso público você deve estar pensando: “eu não consigo pensar
precisa aprender a sentir no teatro toda a satisfação e nada quando vejo aqueles quadros abstratos das
a alegria experimentadas pelo inventor e pelo desco- salas de exposição”. Pois, se você pensa assim, está
bridor, todo o triunfo vivido pelo libertador”. a caminho de se tornar um perfeito crítico de arte.
(BRECHT, apud FISCHER, 1981, p. 14.) Se a arte contemporânea se mostra, às vezes,
tão abstrata, o que você acha que ela quer dizer com
isso? Das duas uma: ou estamos nos transformando
Digital Juice.
Traduzir-se
Uma parte de mim Uma parte de mim
Fazer rir, fazer chorar. Como a vida. O teatro pul- É todo mundo: almoça e janta:
sa, o palco tem batimentos cardíacos próprios, pelos Outra parte é ninguém: outra parte
corredores e fileiras de cadeiras, sangue e lágrimas Fundo sem fundo. Se espanta.
correm. É a realidade que está ali. É a provocação de
catarses em seu mais alto grau – isso é arte. Quando Uma parte de mim Uma parte de mim
se consegue chegar a esse estágio – o de provocar
É multidão: é permanente:
uma reação em quem está assistindo – aí sim se
chegou aonde se queria. Como nos diz o professor Outra parte estranheza outra parte
Pedro Manuel: E solidão. Se sabe de
repente.
“A unidade de arte reside no fato de que, não im-
porta se com palavras, sons melódicos, cores ou massa,
o artista cria imagens que exprimem seu sentimento Uma parte de mim Uma parte de mim
profundo do mundo.(...) Certo número de atividades Pesa, pondera: é só vertigem:
humanas – como a poesia, a pintura, a arquitetura, o Outra parte outra parte,
teatro, a música, a escultura – cria imagens que expri- Delira. Linguagem.
mem um modo de sentir, o qual, por sua vez, se traduz
numa forma correspondente (a obra de arte)”. Traduzir uma parte
(Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 2 v.) Na outra parte
– que é uma questão
Como podemos ver, a arte se manifesta de mui- de vida ou morte –
tas formas e, naturalmente, todas elas têm a função será arte?
de retratar (ou mimetizar) a realidade, a Vida.
As diferenças existentes entre as várias mani-
festações dizem respeito, na verdade, às ferramentas (GULLAR, Ferreira. Os Melhores Poemas de Ferreira Gullar.
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utilizadas pelos artistas para apresentar suas obras. 2. ed. São Paulo: Global, 1985.)
A linguagem (literatura), as tintas e os pincéis (pintu-
ra), o cinzel e o mármore (escultura), o texto e o palco
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A arte literária resta a alegria de estar só, e mudo.
De que se formam nossos poemas? Onde?
Você já parou para pensar na palavra “palavra”?
Que sonho envenenado lhes responde,
Já se imaginou desconstruindo o signo linguístico
tradicional e buscando um sentido diferente para se o poeta é ressentido, e o mais são
um termo não usual? nuvens?
“Palavras, palavras, palavras.” (In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética,
São Paulo: Abril Cultural, 1982.)
“No princípio era o verbo”.
(João, 1:1)
Domínio público.
“Uma palavra posta fora do lugar
estraga o pensamento mais bonito”.
“Palavra puxa palavra, uma ideia traz “Um artista só pode exprimir a
outra, e assim se faz um livro, um experiência daquilo que seu tempo e
governo, ou uma revolução; alguns dizem suas condições sociais têm para oferecer.
mesmo que assim é que a natureza (...)
compôs as suas espécies”. A experiência do artista precisa apreender
as novas relações sociais de
(Machado de Assis)
maneira a fazer que outros também
Dentro do processo de criação da arte literária, venham a tomar consciência delas.
a palavra ocupa, assim, um papel de destaque. Os (...)
escritores necessitam dela para poder compor sua Mesmo o mais subjetivo dos artistas
obra. E o processo que se dá é muito semelhante ao
trabalha em favor da sociedade. Pelo
garimpo, com suas mãos e mentes ávidas por des-
cobrir o mais puro dos diamantes – a palavra exata simples fato de descrever sentimentos,
para se encaixar no espaço exato de um texto, como relações e condições que não haviam
no poema de Carlos Drummond de Andrade: sido descritos anteriormente, ele
comaliza-os do seu ‘Eu’ aparentemente
Conclusão
isolado para um ‘Nós’; e este ‘Nós’
Os impactos de amor não são poesia
pode ser reconhecido até na subjetividade
(tentaram ser: aspiração noturna).
transbordante da personalidade de um
A memória infantil e o outono pobre artista.
vazam no verso de nossa urna diurna. (...)
Que é poesia, o belo? Não é poesia, A arte pode levar o homem de
e o que não é poesia não tem fala. um estado de fragmentação a um
Nem o mistério em si nem velhos nomes estado de ser íntegro, total. A arte
poesia são: coxa, fúria, cabala. capacita o homem para compreender
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(Djavan, Ao vivo, Vol. 1, 2000) oculta nas entrelinhas, também chamada de men-
sagem subliminar.
4
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`` Exemplo: c) Qual é o objetivo real da apresentação da figura fe-
minina segundo este molde?
Eleições 2004
Rosinha no governo? `` Solução:
Ou a César o que é de César? a) O poema de Vinícius de Moraes retrata o amor do
eu lírico pela mulher amada, num sentimento de
Verbas?
devoção espiritual e carnal.
Sim.
b) O poeta apresenta a mulher amada a partir de duas
Saúde. abordagens distintas: idealizada romanticamente
e sexualizada, com dois movimentos claros. Para
Não.
mostrar a natureza romântica da amada, ele apre-
Então? senta os vocábulos “flor” e “amor”. É, no entanto,
Marketing e divulgação. na apresentação da natureza erotizada da mulher
que a descrição atinge seu auge: “lúbrica”, “nomes
feios”, “marca dos meus dentes”, “uma cadela”.
Marco Antonio Pinheiro, escrito especialmente para esta publicação.
c) O eu lírico objetiva promover a desmistificação da
mulher amada e aproximá-la de uma realidade
mais nua e crua.
2. (Elite) Não há vagas
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
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Texto III 4. (Elite) Leia o texto abaixo e responda às questões que
seguem:
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega fingir, que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Texto IV
Não as duas que ele teve,
Invadido na Barra prédio inacabado há 30 anos.
Mas só a que eles não tem.
Cerca de 380 famílias da própria Zona Oeste e da
Baixada ocupam de madrugada torre projetada por
Niemayer E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Daniel Engelbercht, Júlia Dias Carneiro Esse comboio de corda
e Luiz Ernesto Magalhães Que se chama coração.
“Prédio que começou a ser construído na década de
1970 permanece inacabado e é invadido por pessoas O poeta constrói seu texto por meio de um jogo de
carentes”. palavras presente na primeira estrofe. Como se estrutura
“A frase, que bem que poderia ser a sinopse do filme esse jogo?
Redentor, em cartaz nos cinemas, retrata a situação
`` Solução:
vivida desde a madrugada de ontem numa das duas
torres projetadas por Oscar Niemeyer no Bosque O poeta trabalha coma as palavras “fingidor”, “finge”,
Marapendi, antigo Athaydeville, na Barra da Tijuca. Até “fingir” e “dor”, chegando mesmo a causar uma confusão
hoje sem vidros nas janelas nem instalações hidráulicas entre “fingidor” e “finge-dor”.
ou elétricas, o prédio Abraham Lincoln, na Avenida
5. (Elite) A partir das relações observadas entre os textos
das Américas 1.245, foi invadido por pelo menos 380
abaixo, responda à questão que segue:
famílias da própria Zona Oeste e da Baixada, segundo
os ocupantes.”
Texto I
(O GLOBO, 19 set. 2004)
Haiti
Questão:
Caetano Veloso e Gilberto Gil
Que relações podem ser observadas nos textos
citados, se pensarmos no conceito de Arte e suas quando você for convidado pra subir no adro
manifestações?
da fundação Casa de Jorge Amado
`` Solução: pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
A grande questão que envolve os quatro textos é temá- dando porrada na nuca de malandros pretos
tica. Existe uma realidade envolvida – a dos prédios em de ladrões mulatos e outros quase brancos
construção e da miséria que os cerca. Tratados como pretos
O fato real é apresentado pela reportagem do jornal O (e são quase todos pretos)
Globo. Os outros textos trabalham, de forma interdisci- e aos quase brancos pobres como pretos
plinar, o tema abordado, sempre conduzindo o leitor a
como é que pretos pobres e mulatos
um desfecho trágico, que parece ser o fio condutor dos
textos – por meio da poesia ou da pintura, na verdade, e quase brancos quase pretos de tão pobres são
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c) pelo colorido. 4. “Catar feijão se limita com escrever...”
d) pelo pormenor. João Cabral assegura que a técnica da composição é
também um(a):
e) pela originalidade.
a) agir instintivo.
2. (FGV) Ainda segundo o texto, a aproximação possível
entre Dacosta e Modigliani firma-se: b) constante atitude de renovação.
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10. O chumbo também é uma referência: 17. “...soprar nele, e jogar fora o leve e o oco, palha e
eco.”
a) ao valor dramático da palavra.
Estes dois infinitivos diferem dos demais no poema
b) à técnica da impressão gráfica.
porque possuem valor:
c) à dificuldade de escrever. a) optativo.
d) à monotonia linear da palavra escrita. b) nominal (substantivo).
e) à responsabilidade social do artista escritor. c) imperativo.
11. “...pois, para catar esse feijão, soprar nele...” referência d) hipotético.
à:
e) condicional.
a) oratória bombástica.
18. No penúltimo verso da 2.ª estrofe, o poeta utiliza um
b) clareza do estilo. curioso recurso estilístico:
c) ornamentação supérflua da frase. a) conjuga regularmente um verbo irregular.
d) depuração do estilo. b) dá valor concreto a uma palavra de sentido abs-
e) perigosa ambiguidade das palavras. trato.
12. Que palavra o poeta omite no 3.° verso da 1.ª estrofe? c) troca os sufixos das duas palavras aliterantes.
13. Essa omissão, bem característica do autor, produz um d) muda a classe gramatical de uma palavra.
expressivo efeito de natureza: e) emprega palavras do mesmo número de sílabas.
a) morfológica. 19. Tornadas sinônimas, as palavras fluviante e fluvial ca-
b) fônico-semântica. racterizam:
c) morfossintática. a) o estilo monótono, excessivamente claro e bem
comportado.
d) morfofonêmica.
b) o estilo romântico, etéreo, sonhador, de uma poesia
e) sintática. decadente.
14. O efeito produzido por essa omissão artesanal con- c) o hermetismo da poesia moderna.
siste:
d) as modernas inovações semânticas em que os
a) na aproximação de dois monossílabos átonos su- poetas buscam a originalidade.
gerindo, semanticamente, a folha branca de papel.
e) os achados gráficos da poesia concretista.
b) na supressão da palavra que possui vogais iguais
às das palavras que a cercam na frase. 20. O eco em palavras é o(a):
c) em fazer predominar os monossílabos átonos sobre a) tautologia.
as demais palavras do verso. b) rima.
d) na alteração semântica porque passou a palavra c) inexpressividade semântica.
folha.
d) gíria.
e) na ausência do verbo, sugerido pelo encontro das
duas combinações átonas. e) abuso de metáforas.
15. Os grãos que boiam: 21. As palavras-pedra, valorizadas pelo autor porque dão à
frase seu grão mais vivo, são aquelas que:
a) são pesados.
a) atraem o leitor pela sugestão plástica de beleza.
b) são duros.
b) surpreendem o leitor, rompendo, com a presença, a
c) estão descascados. estrutura semântica da frase.
d) estão murchos ou bichados. c) agradam o leitor, explicando passagens obscuras.
e) são verdes. d) estranham o leitor por serem muito pouco comuns
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e) entediam o leitor por dizer o que outras anteriores 20 elide sujeito e objeto.
já disseram.
Não dramatizes, não invoqueis,
22. Paronomásia: recurso estilístico que consiste na apro- Não indagues. Não percas tempo em mentir.
ximação intencional de palavras homônimas, parônimas,
Não te aborreças.
ou etimologicamente aparentadas.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
Ex.: De nada vale o meu vale!
25 vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de
O autor utilizou a paronomásia na:
/ família
a) 1.ª estrofe, 2.° verso.
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
b) 2.ª estrofe, 6.° verso.
Não recomponhas
c) 2.ª estrofe, 2.° verso. tua sepultada e merencória infância.
d) 2.ª estrofe, 4.° verso. Não oscilas entre o espelho e a memória em
dissipação.
e) 1.ª estrofe, 7.° verso.
30 Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Procura na Festa Estão paralisados, mas não há desespero,
1 Não faças versos sobre acontecimentos. 35 há calma e frescura na superfície intata.
Não há criação nem morte perante a poesia. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Diante dela, a vida é um sol estático, Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
não aquece nem ilumina. Tem paciência, se obscuro. Calma, se te provocam.
5 As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais Espera que cada um se realize e consume
/ não contam 40 com seu poder de palavra
Não faças poesia com o corpo, e seu poder de silêncio.
esse excelente, completo e confortável corpo, tão Não forces o poema a desprender-se do limbo.
/ infenso à efusão lírica. Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro Não adules o poema. Aceita-o
são indiferentes.
45 como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no
10 Nem me reveles teus sentimentos, espaço.
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa Chega mais perto e contempla as palavras.
viagem.
Cada uma
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
tem mil faces secretas sob a face neutra
15 Não é música ouvida de passagem; rumor do mar nas
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
/ ruas junto à linha de espuma. 50 pobre ou terrível que lhe deres:
O canto não é o movimento das máquinas nem o
Trouxeste a chave?
/ segredo das casas.
Repara:
Não é música ouvida de passagem; rumor do mar nas
ermas de melodia e conceito
/ ruas junto à linha de espuma.
elas se refugiaram na noite, as palavras.
O canto não é a natureza
55 Ainda úmidas e impregnadas de sono,
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
/ significam. (ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo.
A poesia (não tires poesia das coisas) In: Poesia Completa e Prosa – organizada pelo autor. 3. ed.
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1. Os versos que melhor sintetizam o tema do poema e 4. Assinale a melhor interpretação do símbolo “a longa,
fixam os conceitos, negativo e positivo, de poesia são: viagem”, no verso 11:
a) v. 1: Não faças versos sobre acontecimentos. a) a morte das pessoas.
v. 56: rolam num rio difícil e se transformam em des- b) a morte da obra literária.
prezo.
c) a imortalidade artística.
b) v. 19: A poesia (não tires poesia das coisas)
d) a sinceridade da expressão.
v. 20: elide sujeito e objeto.
e) a criação literária.
c) v. 12: O que pensas e sentes, isso ainda não é
5. Assinale a melhor interpretação dos v. 19-20: “A poesia
poesia.
...elide sujeito e objeto”:
v. 32: Penetra surdamente no reino das palavras.
a) A poesia pode ser ilógica, com a frase poética sem
d) v. 32: Penetra surdamente no reino das palavras. sujeito e sem objeto.
v. 44: Não adules o poema. Aceita-o. b) A poesia, depois de construída, é independente do
autor (sujeito) e da finalidade que ele teve em men-
e) v. 29: Não oscilas entre o espelho e a memória em
te (objeto).
dissipação.
c) A poesia não é pura expressão de estados d´alma
v. 30-31: Que se dissipou, não era poesia. /Que se
(sujeito) nem pura cópia da realidade (objeto).
partiu cristal não era.
d) A poesia não é o poeta (sujeito) nem o leitor (objeto).
2. Assinale a melhor afirmação sobre a posição de Drum-
mond nas numerosas negativas até o verso 32. e) A poesia não é apenas o espírito do poeta (sujeito),
mas também o corpo (objeto).
a) Drummond só admite poesia que tenha como
tema a própria palavra e não: acontecimentos, vida, 6. Assinale a melhor interpretação dos v. 29-30: “Não
morte, problemas pessoais, sentimentos, natureza, osciles entre o espelho e a / memória em dissipação”.
cidade, máquinas, sociedade, tragédias, sonhos,
a) Não osciles entre o mundo real e o mundo imagi-
infância etc.
nário.
b) Drummond não admite os temas acima, mas é
b) Não osciles entre o espírito e a matéria.
contraditório, pois toda a sua obra contém esses
temas. c) Não osciles entre o bem e o mal.
c) Drummond só não admite esses temas na poesia d) Não osciles entre o passado e o futuro.
moderna de sua geração, por certo aceita-os na
e) Não osciles entre o presente e o passado.
poesia de outras épocas.
7. Um símbolo pode admitir mais de uma interpretação.
d) Drummond não é contraditório; apenas quer frisar
Dentre as seguintes, só uma se poderia aceitar para o
que poesia é, acima, de tudo arte e não pura ex-
símbolo “rio difícil” do último verso, embora possa haver
pressão de sentimentos e ideias.
outras interpretações não indicadas aqui. Assinale-a.
e) Drummond não é contraditório, porque a partir de
a) A continuidade da obra literária através do tempo.
“A Rosa do Povo” mudou de temática, deixando de
explorar aqueles temas referidos acima. b) O conjunto de julgamentos do poema pelos críticos.
3. Assinale a palavra ou expressão do texto que não admite c) O fluxo do espírito do poeta na luta pela expressão.
de forma alguma o sentido metafórico indicado. d) A corrente das paixões vividas pelo poeta.
a) Limbo (v. 42): estado de perfeição. e) A dificuldade de compreensão do poema pela
b) Chave (v. 51): solução. grande massa dos leitores.
c) Iate de marfim, sapato de diamante (v. 24): as aspi- 8. “Procura da Poesia” é uma teoria poética ou metapoema.
rações, os sonhos. Assinale, dentre os seguintes conceitos de teoria literária,
o que não se encontra nessa poética.
d) Esqueletos de família (v. 25): as tradições.
a) A poesia não é apenas meio para comunicar algu-
e) Faces secretas (v. 48): as conotações das palavras
ma coisa, ela tem fim em si mesma.
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Historinha da Ambiguidade (I)
Acho que me
expressei
mal!!
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16. Não servem, são mais leves que os outros e devem ser
retirados do conjunto, não vão para a panela, da mesma
forma que as palavras vazias nada acrescentam.
1. E 17. C
2. D 18. C
3. E 19. A
4. D 20. C
5. C 21. B
6. A 22. C
7. E
8. A
9. C
10. B 1. C
11. C 2. D
13. B 4. C
14. A 5. C
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15. D 6. E
7. C
16
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8. E
9. E
10. C
11. E
12. D
13. A
14. B
15. A
16. A
17. D
18. E
19. B
20. C
21. D
22. A
23. E
24.
I. B
II. B
III.
a) Chutar a sua (cabeça).
b) Chutar a minha (cabeça).
IV. D
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