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2º Encontro – 03/09/2018
Comentário Pessoal: Yazbek introduz seu texto tratando das características assumidas
pelos sistemas de proteção social no mundo. Antes de tratar das especificidades do
Brasil, a autora discute a capilarização da lógica de proteção social, que não se restringe
às políticas sociais, mas também faz referência a instituições privadas e tradicionais,
como a família. Contextualiza a emergência das intervenções estatais ante as expressões
da Questão Social. Com a industrialização das cidades, desenvolve-se também, de
forma análoga, a desigualdade e o pauperismo. Sobre essa matéria prima incide as
políticas sociais. Os consensos estabelecidos no contexto do segundo pós-guerra é o
cenário de emergência dos primeiros sistemas de proteção social universais. Aliada a
uma política econômica keynesiana de pleno emprego, esses sistemas propunham maior
acesso a políticas sociais, com vistas a redução da pobreza e desigualdade social.
Entretanto, com o processo de mudança da tendência econômica mundial esse quadro
passa a mudar. O contexto de pleno emprego se esgota e passa a viger um cenário de
intenso desemprego em função da tendência econômica neoliberal. Essa perspectiva
política restringe a natureza universalista dos sistemas de proteção social, retrocedendo
dos modelos de seguridade para os modelos de seguro social. Essa tendência terceiriza
as funções do Estado e fragiliza os compromissos consensuais de proteção social
assumidos pelo mesmo na década de 1940. Valoriza-se então a família, as relações
público-privadas, as organizações sociais, as empresas privadas e as fundações
empresariais como promotoras de políticas públicas(?); numa perspectiva
profundamente privatista e meritocrática.
Em seguida, Yazbek faz uma breve discussão sobre o lugar da proteção social
brasileira. Associa nossa proteção social às práticas de benemerência e assistencialismo
de comunidades religiosas. A partir da década de 1930, com a intensificação das
expressões da questão social, que, de forma restrita, passa-se a fornecer políticas sociais
que intervenham nessa realidade. Entretanto, ainda neste contexto há separações entre
os serviços públicos – oferecidos àqueles que estavam inseridos no mercado formal de
trabalho –, e os serviços privados – aqueles desempenhados pelas instituições de
caridade aos que não tinham carteira assinada. É deste período a criação das primeiras
políticas de proteção social do trabalhador (CLT, férias, décimo terceiro, etc.). A década
de 1950 teve uma forte tendência para desenvolver um projeto desenvolvimentista no
país, tendência que foi boicotada com o golpe de 1964. No contexto de início do
capitalismo monopolista no Brasil (décadas de 1960-70), há a expansão progressiva de
políticas sociais, entretanto trata-se de uma modernização conservadora, pois a lógica
do desenvolvimento voltava-se para fora. É apenas na década seguinte (1980) que se
desenha a possibilidade de construção de um sistema de proteção social universal no
Brasil. Entretanto, esta empreitada, apesar de consolidada com a constituição federal de
88, não saiu do papel, tendo em vista o descompasso histórico dessas experiências com
a tendência econômica mundial. Ainda com esta limitação histórica, o Brasil avança
com a proposta de um sistema de proteção social universal. A autora dá o exemplo da
Assistência Social que, em 2004, constitui-se em política que visa concretizar o texto
constitucional em relação à assistência social como direito. Grosso modo, a seguridade
social no Brasil sempre esteve associada com experiência de benemerência e caridade,
além de estar baseada numa lógica de seguro. Quando se tentou mudar esse quadro no
final da década de 1980 já entrávamos num cenário de restrições econômicas para
experiências desenvolvimentistas e socialdemocratas.
Tratando especificamente da política de assistência social (que compõe um
elemento do tripé da seguridade social), a autora discute os avanços da PNAS e do
SUAS, tratando a referida política como um direito. Chama atenção para o fato de que
esta política tem características de valorização da cidadania, supõe a ampliação dos
benefícios e serviços vinculadas a mesma, qualificação de recursos humanos, expansão
e fortalecimento de mecanismos de participação e controle social, etc. Afirma ainda que
a lógica desta política não pode ser pensada de forma avulsa, é importante trata-la num
contexto intersetorial. Ainda no cenário da assistência social, a autora trata da PBF,
como sendo um programa relevante no processo de efetivação do direito à assistência
social. A intersetorialidade presente nets programa é um desafio para toda a política de
assistência social, pois deve-se associar o direito à assistência social a outros tão
fundamentais quanto. Os desafios apresentados pela autora para o fortalecimento e
defesa de nosso sistema de proteção social ameaçado são: superar o clientelismo
histórico que se desenvolveu nas políticas sociais, em especial na política de assistência
social; ampliar a participação popular e o controle social das políticas sociais públicas;
articulação de políticas focalistas (redistribuição de renda) com as de caráter universal; e
avançar na perspectiva da universalização das políticas sociais, não as restringindo
(focalizando) àquelas de redistribuição de riqueza.
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Comentário Pessoal: Sartre neste belo prefácio da obra de Frantz Fanon apresenta a
descolonização dos povos dominados pelos europeus como resultado da opressão e
subjugação dos povos negros e indígenas da periferia do mundo. Sartre denuncia o falso
humanismo europeu balizado pela ideia da não violência, mas que perdeu de vista o
carma histórico da violência impetrada aos povos colonizados. A descolonização é um
fenômeno que já está em curso e que colocará necessariamente os povos historicamente
oprimidos contra a burguesia europeia pseudo-humanista, racista e escravagista. O autor
chega a mencionar um processo de revolução socialista vanguardiado pela lógica da
descolonização.
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