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ÍNDICE

Introdução ..................................................................................................................................... 2
A Revolução Burguesa de 1640 Christopher Hill ...................................................................... 3
Antecedentes sócio-económicos ................................................................................................. 4
A questão religiosa .................................................................................................................. 4
Questão política ....................................................................................................................... 4
Causas.......................................................................................................................................... 5
Fases ............................................................................................................................................ 5
Revolução Puritana ou Guerra Civil ........................................................................................ 5
República de Oliver Cromwell (1649 a 1658)......................................................................... 6
Restauração da dinastia Stuart (1660 a 1688) ......................................................................... 6
Revolução Gloriosa (1688) ...................................................................................................... 6
Consequências ............................................................................................................................. 6
A Ideologia Política na Inglaterra No Período Da Revolução Burguesa Do Séc. XVII.......... 6
A Revolução de 1688 e coligação da burguesia com a nobreza encontrou o seu ideólogo na
pessoa de John Locke (1632-1704) .............................................................................................. 9
Introdução A Monarquia Na Inglaterra ................................................................................... 11
Origem Da Monarquia Inglesa .................................................................................................. 11
Linhagem Monárquica .............................................................................................................. 12
Sucessão................................................................................................................................. 11
Regência ................................................................................................................................ 12
Finanças ................................................................................................................................. 13
Papel Constitucional .............................................................................................................. 12
Prorrogativa Real ................................................................................................................... 12
Conclusão ..................................................................................................................................... 13
Bibliografia .................................................................................................................................. 14

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Introdução
A revolução Inglesa, ocorrida no século XVII, foi um dos principais acontecimentos da Idade
Moderna. Foi considerada a primeira das grandes revoluções burguesas, isto é, as revoluções
encabeçadas por lideranças da burguesia Europeia, que havia se tornado expressivamente forte,
do ponto de vista económico, ao longo dos séculos XVI e XVII, e que precisava alcançar
legitimidade política. Com o processo da revolução, a burguesia da Inglaterra, por meio de uma
guerra civil e da actuação do Parlamento, conseguiu combater o Estado absolutista desse Pais e
reformular a estrutura política, que culminaria no modelo da Monarquia Parlamentarista em
1688. Podemos dividir o processo histórico da revolução inglesa em quatro fases principais: 1) A
revolução Puritana e a guerra civil, que transcorreu de 1640 a 1649; 2) A República de Oliver
Cromwell, que durou de 1649 a 1658; 3) A restauração da dinastia dos Stuar, com os reis Carlos
II e Jaime II, período longo de 1660 a 1688; 4) Por fim, a Revolução Gloriosa, que encerrou o
reinado de Jaime II e instituiu a Monarquia Parlamentarista, ou seja, marca a ascensão política da
burguesia em relação a nobreza, um processo que se espalharia pelo continente e se consolidaria
com a revolução francesa. Também foi fundamental para permitir a revolução industrial na
Inglaterra. E também durante a revolução surgiram alguns idealistas políticos explicando como
seria a Inglaterra de acordo com os seus pontos de vista.

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A Revolução Burguesa de 1640 Christopher Hill
Uma forma de sociedade na qual a agricultura é a base de economia e o poder político constitui o
monopólio de uma classe de propriedades de terras. A massa da população consiste em uma
massa de camponeses dependentes que vivem do produto das terras arrendadas pelas famílias. Os
proprietários das terras são sustentados pela renda paga pelos camponeses, sob a forma de
víveres ou de trabalho ou de dinheiro. Nessa sociedade existe igualmente a pequena produção
artesanal, a troca de produtos e o comércio interno e com o exterior, porém, o comércio e a
indústria estão subordinadas aos proprietários das terras e ao seu Estado, bem como a espoliação
por parte deles.

Durante toda a idade media e até o Séc.XVII a igreja era muito diferente daquilo a que
chamamos hoje. Guiava todos os movimentos do homem, do baptismo do serviço fúnebre, e era
o caminho de acesso a essa vida futura, em que todos os homens acreditavam fervorosamente. A
igreja educava as crianças, nas paróquias de aldeia onde a massa da população era Iletrada- o
sermão do pároco era a principal fonte de informação sobre os acontecimentos e os problemas
comuns e de orientação da conduta económica. A própria paróquia constituía uma importante
unidade de governo local, colectando e distribuindo as esmolas que os pobres recebiam. A igreja
por sua vez também controlava os sentimentos dos homens e dizia-lhes oque devia acreditar,
proporcionava-lhes distracções e espectáculos.

Os valores mediáveis de virtudes (Espirituais), honra (Guerreiros) e nobreza (Títulos de


nobreza), foram transformando em decorrência dos processos revolucionários. A sociedade fora
dominada pelo hábito, pela tradição. Comparativamente, o dinheiro não tinha lá muito valor.
Porém com o tempo as necessidades do capitalismo em expansão produziram uma nova
moralidade com a economia se transformando devido a ascensão da classe mercantil (Burguesia-
novos ricos-mercadores), As relações do mercado também se transformaram, a coroa e a nobreza
de títulos (propriedades de terras) não tinham o mesmo sucesso neste mercado nascente. Juros,
aumento dos preços, mudanças económicas foram o motor da revolução. 0 maior proprietário de
terras deste tipo era a própria coroa, sempre com falta de capital. Os bispos eram também
proprietários notoriamente negligentes, sendo os seus domínios sendo explorados pelos
arrendatários.

O desenvolvimento industrial era como crescente, a monarquia se utilizou do monopólio como


forma de manter o seu domínio comercial, mas as suas tentativas não trouxeram bons resultados.
O capital para o desenvolvimento industrial foi fornecido, derreta ou indirectamente, por
mercadores, traficantes de escravos e piratas cujas fortunas tinham sido acumuladas no ultramar,
e pelo sector da pequena nobreza que fizera fortuna com a pilhagem dos mosteiros e a nova
agricultura, além do dinheiro proveniente das economias dos pequenos proprietários rurais e
artesãos.

Nos fins do século XVI a terra passou das mãos da alta aristocracia para a pequena e media
nobreza rural. A terra também passou aos comerciantes pequenos, o que se produziu foi um

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deslocamento maciço das riquezas da igreja e das pessoas muito ricas e muito pobres para as
mãos da coroa, classe media e classe media alto.

Antecedentes sócio-económicos
A expansão do mercado de terras no continente europeu em meados do séc. xvi aconteceu de
forma diferenciada, enquanto que na França foi responsável pelo fortalecimento das relações
feudais, e na Inglaterra resultou no crescimento de características rurais capitalistas que
transformaram a aterra numa mercadoria.

Tanto os grandes como os pequenos produtores rurais, tentaram tirar vantagem ampliando as
suas posses através dos cercamentos, o estado para preservar seus interesses, impedia o avanço
dos cercamentos e passou a enfrentar a oposição dos nobres rurais mais progressistas e dos
pequenos e médios proprietários livres. Nesse período, a Inglaterra passou a ser a segunda
potencia marítimo-comercial, ficando atrás apenas da Holanda. Essa realidade fez com que na
Inglaterra, os camponeses precocemente deixassem de ser uma forca política.

A questão religiosa
O anglicanismo era a única religião oficial da Inglaterra desde 1534, quando o parlamento
aprovou o alto de supremacia e reconheceu a supremacia do rei Henrique VIII frente a igreja
anglicana por ele mesmo criado. Marcado por um sincretismo religioso, o anglicanismo possuía
uma forma mais católica e um conteúdo mais calvinista. O calvinismo por sua vez desde os
meados do século XVII era a corrente protestamente mais numerosa da Inglaterra e dividia-se em
varias facções, nomeadamente a facção dos puritanos que era a mais importante representados
principalmente pela média burguesia, e a outra e a facção calvinista que era dos presbiterianos
marcados por um comportamento mais moderado, visto que a sua composição social majoritária
era formada pela alta burguesia. Os Anabatistas constituíam o grupo calvinista mais radical.
Eram socialmente formados por artesãos e camponeses pobres, que combatiam o Estado,
reivindicando a devolução de terras e o sufrágio universal e também eram descriminados pelos
Puritanos que consideravam a pobreza como expressão da falta de graça divina.

Questão política
"Gostaria de governar Inglaterra a maneira francesa".

Essa afirmação, foi feita pelo embaixador espanhol na Inglaterra no final do século XV,
caracteriza certos limites existentes ao poder absolutista inglês, já que desde a Magna carta
(1215), o conselho da nobreza, instituição que representa os cidadãos, passa a ter o poder "de
direito".

Com a morte da rainha Elisabeth na Inglaterra em 1603 ocorre a passagem da dinastia Tudor
para uma dinastia de linhagem a dos Stuart. Enquanto os Tudor tinham representado um
anglicanismo com mais enfâse ao conteúdo calvinista, favorecendo a burguesia, os Stuart
valorizavam a forma católica do anglicanismo, condizente com os com os interesses da
aristocracia contra a burguesia.

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O primeiro reinado Stuart na Inglaterra, deu-se com Jaime VI, o rei da Escócia que assumiu o
poder na Inglaterra com o nome de Jaime I. Esse monarca, admirador dos reis franceses, queria
implantar na Inglaterra um absolutismo de direito, para iniciar ma política de perseguição aos
puritanos. Para atingir esse objectivo, o poder real deveria ser considerado ordem divina e pelo
catolicismo era mais fácil justificar a origem divina do poder real.

Com a queda de Jaime I, neste caso com a sua morte em 1625 assumiu o trono o seu filho Carlos
I. Em 1628 o parlamento impôs Carlos I a "Petição de Direitos", determinando que impostos,
prisões, julgamentos e convocações do exército somente poderiam ser executadas após
apreciação e autorização parlamentar. Carlos I reagiu, dissolvendo o parlamento e governando de
forma absolutista apoiando-se em seu "Conselho Privado" durante onze anos, auxiliado por dois
enérgicos ministros (O arcebispo Laud e Thomas Wentworth, conde Stratford), procurou criar
mecanismos para combater as forcas contrárias ao absolutismo monárquico. Reuniu de 1640 até
1653, no período conhecido como "Longo Parlamento", os deputados calvinistas fizeram o rei
decapitar seus ministros, a partir desse momento o rei não tinha mais direito a um exército
permanente e a política religiosa e tributária seria conduzida pelo parlamento. Em 1641 na
Irlanda católica inicia-se um levante separatista contra o domínio protestante dos Ingleses, O rei
ordenou então a invasão do Parlamento para efectuar a prisão de alguns deputados. Foi nessa
conjuntura que a burguesia passou a lutar pelo exercício do poder político como pré-condição
para um mais amplo desenvolvimento do próprio sistema capitalista.

Causas
 A tirania dos senhores feudais dificultava o progresso agrícola nas regiões norte e
ocidental da Inglaterra;
 O rei apoiava estes proprietários atrasados, assim como a igreja, o que impedia qual quer
ideia ou tendência renovadora;
 Os monopólios e o sistema corporativo impediam o desenvolvimento industrial;
 O parlamento deixara de ser convocado;
 A burguesia já não gostava de quais queis direito político.

Fases

Revolução Puritana ou Guerra Civil


Quando Carlos I assumiu o trono em 1625, a Inglaterra vivia uma constante tensão política
envolvendo os interesses da burguesia e da nobreza. Carlos I tentou conciliar as duas vertentes
politicas, como isso não foi possível, dissolveu o parlamento e governou sozinho até 1640. A
guerra só terminou com decapitação de Carlos I, na chamada Revolução Puritana, como ficou
conhecida a primeira fase da Revolução Inglesa.

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República de Oliver Cromwell (1649 a 1658)
Cromwell era ligado a nobreza rural e se converteu ao puritismo em 1630, após derrotar Carlos I
e se tornar o Lorde Protector da República. Cromwell se tornou uma espécie de ditador,
chegando a fuzilar muitos dos Levellers e permaneceu no poder até sua morte em 1658.

Restauração da dinastia Stuart (1660 a 1688)


Esta corrente venceu quando Carlos II, filho do rei decapitado, foi entronado em 1660,
restaurando a dinastia Stuart. Em princípio a intenção era conciliar as classes sociais, mas Carlos
II, como seu pai antes dele e o próprio Cromwell, tinha seus próprios planos, aliou-se a alta
nobreza para restaurar o absolutismo inglês e mais que isso, aliou-se a igreja católica. Apesar
destas tensões, Carlos II se manteve no poder até 1685, quando faleceu e transferiu a coroa para
o seu filho, Jaime II, tratou de ser mais radical que o pai. No entanto, desta vez a burguesia
puritana encontrou uma fórmula conciliadora para resolver o problema.

Revolução Gloriosa (1688)


Foi nesta Revolução que ocorre o ultimo embate entre a nobreza absolutista e a burguesia
puritana e em 1689 é assinada a chamada Declaração de Direitos, uma espécie de grande acordo
nacional. Isto transformou Guilherme de Orange em Guilherme III, rei legítimo da Inglaterra,
mas com a condição de aceitar o poder do parlamento.

Consequências
 Pôs fim ao absolutismo na Inglaterra;
 Criou a primeira monarquia parlamentarista do mundo;
 Colocou o poder político a burguesia inglesa;
 Criou condições para a plena expansão capitalista inglesa;
 Deu liberdade religiosa plena aos suditos ingleses;
 Criou condições económicas à burguesia para que este iniciasse no século seguinte a
revolução industrial;
 Tornou a Inglaterra a maior potência económica e marítima do mundo;

A Ideologia Política na Inglaterra No Período Da Revolução Burguesa Do Séc.


XVII
O século XVII destaca se na história da Inglaterra pela revolução burguesa que terminou num
compromisso entre duas classes, numa coligação entre a nobreza e a burguesia. Na vasta
literatura política dessa época reflecte se a luta entre as classes e os partidos que tende lugar no
decurso da revolução.

Frente aos partidários do rei – os „ cavaleiros „ que representavam os interesses dos feudais,
encontram se os defensores do parlamento, entre os quais existiam vários partidos diferentes com

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revindicações, deste os presbiterianos até os independentes e aos niveladoras. Frente aos
defensores do parlamento, entre os quais existiam vários partidos diferentes com reivindicações,
deste os presbiterianos até as independentes niveladoras. Frente aos defensores da burguesia e da
nova nobreza que dominavam o parlamento levantam-se, com as suas revindicações mais
radicais. Estas incorporam-se nalgumas correntes do pensamento político e apresentam um
programa que ultrapassa os limites das condições materiais da vida existente, que exige a
abolição da propriedade privada sobre a terra, a proibição do comércio e a reorganização total
das relações sociais.

Os partidários do rei procuram defender o absolutismo do poder real. Referindo-se,


principalmente, de argumentos religiosos. Carlos I e os seus partidários tal como o seu professor
Jaime I, empenham se em afirmar que o rei é o representante de Deus sobre a terra e que a ordem
daquele é igual a um mandato destes. O Barão Robert Filner, um dos partidários do rei, publicou
em 1646, a sua obra Patriarca em defesa dos interesses da aristocracia inglesa; procura
fundamentar nela o poder limitado e preconiza que os reis são representantes do primeiro
Homem mítico, Adão, a quem Deus tinha dado, segundo ele, não só o poder pátrio mais também
o poder real sobre a sua descendência. O parlamento segundo ele, não é se não um órgão real
chamada a colaborar com o rei na promulgação das leis, sendo este responsável apenas perante
Deus.

Thomas Hobbes (1588-1679), notável representante da teoria Jusnaturalista, foi também defensor
do programa reaccionário partidário do absolutismo real, em Inglaterra no séc. XVII.

Na luta entre o rei o parlamento que se desencadeou em Inglaterra nas vésperas da revolução
burguesa a inglesa do séc. XVII, Hobbes colocou-se imediatamente ao lado do primeiro. Em
1640, dias depois da dissolução d câmara baixa e nas vésperas da convocação da alta, publica um
pequeno tratado com o título de Defesa do poder dos direitos do rei necessários a conservação
da paz o Estado. A ameaça de morte que lhe foi feita por esta razão obrigou se a fugir de
Inglaterra e viveu durante muito tempo como emigrado político em França.

Em Paris escreveu a obra Do Cidadão (De vire), publicada em 1642 e também Do corpo (1655)
e Do Homem (1658). Em Janeiro de 1652 voltou a Inglaterra onde estava no poder Oliver
Cromwell, Este propôs-lhe o alto cargo de secretário da república inglesa, mas não o aceitou. No
período da restauração, Hobbes foi alvo de perseguições e depois de morrer os seus livros foram
queimados publicamente. Pelas suas composições filosóficas foi um representante do
materialismo na sua perspectiva, o método matemático, geométrico, é um método científico
universal, deve ser utilizado não só no campo das ciências naturais mas também no das sociais.
Esta perspectiva dos problemas da ciência social era evidentemente um passo em frente
comparado com o aprofundamento dos problemas políticos do ponto de vista teológico e
religioso.

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As suas concepções mecanistas manifestam-se plenamente na sua teoria relativa ao Estado.
Retrata-se esse como um grande mecanismo que se formou em consequência do movimento e do
choque entre as aspirações e as paixões Humanas.

Como Hugo Grócio, procura investigar antes de mais a natureza do homem, considerava em
abstracto, E dela deduzir oque o Estado representava. Investiga de modo abstracto e anti-
historicista o problema relativo ao que o homem como tal e qual é a sua natureza. Não esta de
acordo com Hugo Grocío que afirmava que o homem possui por natureza o desejo de se
relacionar com os seus semelhantes. Considera que é o medo e não o instinto da vida em
comunidade, oque gera sociedade; que o Homem por sua natureza, por essência é egoísta.

Observando a vida da Burguesia afirma que o homem não procura as relações mas o domínio, e
que não é atraído para os outros Homens pelo amor, mas pela ânsia de glória e de conforto.

Nesta maneira de retratar o Estado natural reflecte-se a tendência de apresentar todas as relações
como de utilidade e de exploração, oque é muito significativo se a atendermos a sociedade
capitalista que estava em vias de formação.

O Estado natural é o mais lamentável destino da Humanidade diz Hobbes; a vida do Homem
nesse Estado é solitária, Pobre, primitiva de pouca duração. Não se pode, diz Hobbes, desejar a
manutenção desse Estado, sem entrar em contradição consigo próprio e com o senso comum. As
leis naturais segundo o seu pensamento são as da moral, no seu desejo de declarar a moral
burguesia como algo eterno e aplicável em todos os dados, afirma que as leis naturais são
imutáveis e eternas. No Estado natural não existe nenhuma proibição os Direitos do Homem não
estão asseguradas, na opinião de Hobbes, o contrato social leva a formação simultânea da
sociedade e do Estado. O contrato social segundo Hobbes é a união de cada um com cada um, é
uma espécie de conversão de união por meio da qual a massa, a multidão, se transforma numa
sociedade e forma uma única entidade.

Assim nasce o Estado, uma nova entidade “ cuja Vontade “ em consequência da convenção entre
muitos Homens, é considerada como a de todos eles, a fim de que o Estado possa dispor das
forças e capacidades dos seus diversos membros no interesse da paz e da defesa geral. O acto
seguinte é contrato celebrado com um Príncipe, com um Rei ou com uma assembleia popular,
em quem a sociedade delega o poder do Estado. Invocado o contrato social, Hobbes apresenta a
ordem de Estado explorador como a expressão da vontade de todos os cidadãos. Por isso, devem
renunciar a todos os seus direitos “ Naturais ” e submeter-se em todo o referido poder; de
contrário ver-se-iam obrigados a voltar de um novo Estado natural em que se encontravam
dantes. Ou o poder de Estado ilimitado, absolutista, ou o estado da anarquia que, na sua opinião
caracteriza a vida dos Homens antes de ter surgido o Estado.

O Poder do Estado é, segundo a sua teoria, única e não pode ser limitada, só no poder supremo
tem o direito de decidir o que é bem e o mal, é tudo que neste sentido estabelece, é obrigatório
para todos os cidadãos. Também a propriedade, segundo Hobbes é por ele estabelecida. Os

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súbditos são como escravos, com a diferença de que aqueles servem o Estado, enquanto o
escravo serve, além disso, um cidadão.

A organização do poder do Estado pode ser, segundo ela diversa. O poder supremo pode estar
nas mãos de uma só pessoa “ Monarquia ”, nas de um quantos dos melhores “ aristocracia ” e
pode, também, estar organizado sobre bases. Não admite nenhum governo-misto, no qual o rei
tenha de compartilhar o poder com alguma assembleia. Tão pouco considera possível a divisão
do poder entre diferentes órgãos do Estado. Deve estar sempre inteiramente concentrado nas
mãos de um único órgão determinado.

Tudo oque facilita a vida conjunta dos Homens dentro dos limites do Estado é bom . Tudo que
possa contribuir para a melhor conservação da organização estatal merece, segundo ele, ser
aprovado, fora do Estado diz existir o domínio das paixões, a guerra, o medo, a pobreza, a
infâmia, a solidão, a selvajaria, a ignorância, a brutalidade; em contra partida dentro dele
dominam a razão, a paz, a segurança, a felicidade, a magnificência, a sociedade, a cortesia e a
benevolência; mas tudo isto pelo realizar-se desde que os Homens renunciem totalmente a todos
os seus direitos e pretensões e se subordinem, completa e incondicionalmente ao pode do Estado
único.

No momento histórico em que se desenvolvia em Inglaterra a luta da burguesia e da nobreza


aburguesada contra o absolutismo real, em que a grande maioria da primeira já não queria fazer
a paz com o poder ilimitado do rei e pretendia compartilha-lo com a nobreza, ou toma-lo
sozinha, Hobbes continuava a ver no absolutismo a melhor forma do regime do Estado.

No Séc.XVII o poder real absolutista de Inglaterra começara a embaraçar o desenvolvimento


económico. A Defesa da monarquia absolutista que este filósofo fazia pelo seu ódio a revolução,
constituía, já nessa época, um programa necessário. Mas as monarquias inglesas não estavam
satisfeitas com a teoria de Hobbes, não aprovavam o seu materialismo e para fundamentar o
absolutismo procuravam apoiar-se nos dogmas da religião.

A Revolução de 1688 e coligação da burguesia com a nobreza encontrou o seu


ideólogo na pessoa de John Locke (1632-1704)
Porta-voz dos interesses da burguesia e ligado pessoalmente a de Guilherme de Orange. Locke
surge como partidário do regime social e político que se tinha consolidado em Inglaterra depois
de 1688. Locke foi defensor da monarquia constitucional que se tenha consolidado em Inglaterra
depois da revolução de 1688.

Descendente de uma família antiga de comerciantes, O seu pai era jurisconsulto educou-o dentro
do espírito de um puritanismo rigoroso. Foi um ideólogo burguês do típico nas suas opiniões
relativas a sociedade e ao Estado. Ao expor, na sua obra dois Tratados Sobre O Governo, as

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suas concepções sobre o regime social e a organização política, toma como ponto de partida tal
como toda uma série de escritores da sua época o Chamado Estado Natural; apresenta o Estado
natural como reino da liberdade e da igualdade. Neste Estados os Homens dispõem livremente da
sua pessoa e seus bens e todos de igual direito a liberdade.

Segundo ele entre os Direitos naturais, para além da liberdade e da igualdade, figura também a
propriedade privada. Na sua opinião surge antes do Estado e existe independentes dele como arte
direito natural do individuo.

Locke como outros representantes da escola jus-naturalista, serve – se da teoria do Direito


natural ao pretender responder ao problema da origem e essência do Estado. No Estado natural a
liberdade e a propriedade do Homem não estão asseguradas, sendo estes que chegam
inevitavelmente a necessidade de renunciar parcialmente a sua liberdade inata. Diz que mesmo
quando o Homem no Estado natural domina a sua própria pessoa e os seus bens sem nenhuma
limitação, tudo isto não esta contudo assegurado e corre a toda hora o risco de um atentado. Dada
a igualdade comum todos tem direito a considerar se igualmente ‟‟ Reis‟‟, mas como a maioria
nem sempre da ouvidos a voz da igualdade, surgem as dificuldades que cada um encontra para
fazer uso da sua propriedade. Segundo ele, o objectivo supremo que se propõem ao estabelecer o
estado e o poder e a protecção da propriedade que não se encontra assegurada no Estado natural.
Os homens renunciam a sua própria liberdade e o direito de, eles próprios se defenderem, assim
como aos seus bens, e transmitem-no a sociedade em conjunto. Contudo, ao contrário de Hobbes,
Locke insiste em que não pode haver uma renúncia total aos direitos naturais e a liberdade
natural, apenas na medida em que não é necessário para estabelecer e salvaguardar o poder. Um
poder baseado nos princípios do absolutismo não pode sequer ser reconhecido como Estado. Os
homens, ao concertar o tratado para a formação de um Estado, comprometem-se a subordinar-se
as decisões da maioria e renunciam, além disso, os seus direitos naturais apenas na medida em
que isso é necessário a salvaguarda da sua pessoa e bens. Assim, converte a teoria do direito
natural e do contrato social em instrumento de defesa da monarquia limitada constitucional.
Locke associa, na fundamentação desta ultima teoria relativa a divisão de poderes e argumentos
sobre o direito natural. Ao esclarecer o princípio da divisão de poderes, assinala que há que
distinguir entre o legislativo, o executivo e o federativo.
O primeiro exerce o direito de promulgar leis, o segundo de as por em prática e o terceiro dedica-
se aos problemas de política externa (a representação do pais nas relações com outros estados, os
problemas da guerra e da paz etc.). O Judicial, segundo ele, e absorvido pelo executivo.
Os três poderes mencionados devem estar separados. Isto quer dizer que cada um deles se deve
encontrar nas mãos de um órgão especial. O legislativo nas do parlamento, o executivo que deve
ser concedido ao governo. Devem criar-se, também, órgãos especiais para o exercício do
federativo, numa monarquia podem ser delegados numa só pessoa, o monarca.
A Teoria da divisão do poder exprime a tendência da burguesia para o compromisso com a
nobreza. A ideia da separação de poderes foi uma tentativa de justificar teoricamente a coligação
entre as duas classes, entre a nobreza e burguesia, o seu compromisso resultante da revolução de
1688.

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A separação de poderes tenha por sua vez, a missão de contribuir para a realização do
compromisso entre as duas classes, de aperfeiçoar a máquina estatal burguesa.

Introdução A Monarquia Na Inglaterra


A monarquia do reino unido comummente chamada de monarquia britânica e a constituição da
Inglaterra e os seus territórios ultramarinos. O Titulo monarca é o rei e rainha se for mulher. A
Actual Monarca é Isabel II que ascendeu ao trono em 6 de Fevereiro de 1952 após a morte do
seu pai O Rei Jorge VI.

O monarca (O Rei) e a sua família realizam várias funções oficiais, cerimoniais diplomáticas e
representativas e convocar o parlamento e dissolve-lo. O monarca esta limitado a funções
apartidárias como outorgarão de Honras e nomeação Do Primeiro-ministro.

Ele é tradicionalmente comandante-chefe das forças armadas britânicas. Apesar da última


autoridade ser através da prorrogativa real do monarca, esses poderes podem ser através de
acordo com as leis promulgadas no parlamento.

Origem Da Monarquia Inglesa


A Monarquia britânica traça as suas origens nos pequenos reinos na Escócia na alta idade media
e os da Inglaterra anglo-saxã que consolidaram – se nos reinos da Inglaterra e Escócia por volta
do séc. X.

O último monarca anglo-saxã, Harold II foi derrotado e morto em 1066 durante a conquista
normada da Inglaterra e assim a monarquia inglesa passou para Guilherme e Sua família.

Os reinos da Inglaterra e da Escócia passaram a ser governados por um único soberano a partir
de 1603, quando o rei Jaime VI da Escócia herdou o trono inglês como Jaime I. De 1949 a 1660,
a tradição de monarquia foi quebrada pela republicana comunidade da Inglaterra, que
estabeleceu se depois da guerra civil inglesa. O decreto do estabelecimento de 1701, ainda
vigorou excluiu católicos de linha de secessão. Os reinos da Inglaterra e Escócia uniram se em
1707 no reino da Grã-Bretanha.

O monarca tornou se o chefe nominal do vasto império britânico, que cobriu um quarto da
superfície de terra em sua vasta extensão.

O reino unido e outras quinze monarquias da comunidade da Commonwealth, partilharam a


mesma pessoa como seu monarca e são chamados reinos da comunidade das nações. Cada
soberano é independente dos outros e tem um título e estilo especificação e nacional em cada
reino

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Linhagem Monárquica
A monarquia actual pode remontar A sua linhagem institucional aos reis anglos e aos reis
escoceses até ano 1000. Em 1707, Os reinos da Inglaterra e Escócia foram unidos para criar o
reino da Grã-Bretanha, e Em 1801, o Reino da Irlanda uniu-se a ele para criar o reino unido da
Grã-Bretanha e Irlanda. A maior parte da Irlanda desligou se da união em 1922, para tornar se o
estado livre Irlandês, mas por lei, o monarca permaneceu como o seu soberano até 1949.

Nota: Os termos monarca britânico e monarquia britânica podem referir-se, respectivamente, ao


monarca do reino unido e a instituição real a que ele ou ela comandam naquele País. Apesar da
separação de 1931 da monarquia britânica do seu império em coroas destintas para cada um dos
reinos da comunidade das nações. Os dois termos são ainda frequentemente em campos legais
não britânicos entre os dezasseis países por razões históricas, politicas e de conveniência.

Sucessão
A sucessão e regida por vários decretos assim qualquer a alteração a legislação que e
regulamentada a sucessão ao trono em que qualquer reino exige consentimento unânime de todos
demais reinos. Assim nenhum reino pode alterar uniteralmente as regras da sucessão a menos
que eles se retirem da relação de monarca partilhada a declaração de direitos de 1689 e o decreto
de estabelecimento de 1701. As regras de sucessão podem ser alterados por um ato
parlamentar.

A sucessão desta de acordo com as regras d primogenitura cognática de preferência masculina,


os filhos herdam antes filhas e os mais velhos antes dos mais jovens, o decreto de
estabelecimento, restringe a sucessão aos naturais legítimos descendentes de Sofia Hanôver
(1630-1714) uma neta de Jaime I.

A declaração de direito e o decreto de estabelecimento incluem restrições religiosas impostas


devido a confiança inglesa e a escocesa do catolicismo durante o final do séc. XVII, Apenas os
indivíduos protestantes no momento da sucessão podem herdar a coroa. nos últimos dias existem
esforços para remover as restrições religiosas , mas as disposições permanecem em vigor .
Mediante um falecimento do monarca, morte do rei o seu ou sua herdeira imediata
automaticamente o sucede sem necessidade de confirmação ou cerimónia.

O Monarca é coroado na Obadia de Westminster, normalmente pelo arcebispo da Cantuária. Não


sendo necessário uma coroação para que o soberano reine.

Regência

Quando uma regência é necessária a próxima pessoa qualificada na linha de sucessão


automaticamente torna se o regente. O Herdeiro aparente ou presuntivo. As disposições especiais

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foram feitas para a Rainha Elizabeth II Pelo ato de regência de 1953 que institui que o Duque de
Edimburgo (o marido da rainha) deve actuar como regente em certas circunstâncias. A única
pessoa a ter actuado como regente foi o futuro regente Jorge IV, que assumiu enquanto seu pai
Jorge III, foi considerado insano (1811-1820)

Finanças
O parlamento cobre grande parte das despesas do soberano com os fundos públicos. A lista civil
paga a maioria das despesas renováveis a cada Dez Anos pelo parlamento. O Monarca continua
dono das propriedades da coroa, mas não pode vende-los. Os imóveis passam para o outro
soberano.

O soberano está sujeito a impostos indirectos (Iva), mas este intento de impostos de renda e
impostos sobre ganhos de capital. Desde 1993 a rainha paga impostos sobre a renda pessoal.

Activos

As propriedades da coroa fazem do monarca um dos maiores proprietários do reino unido. A


colecção real e administrada pela Royal Colletion Trust, Uma instituição de caridade.

Papel Constitucional
O poder político é uma análise exercida pelo parlamento do reino unido. A monarquia é do tipo
constitucional, O papel do soberano limita se a funções não-partidárias, tais como a concessão de
honrarias. O soberano é o supremo governador da estabelecida igreja anglicana, é responsável
pela nomeação do primeiro-ministro, a nomeação é formalizada em uma cerimónia chamada
Beijo das mãos (Kissing Hands).

O soberano nomeia e despede o gabinete e outros ministros com o conselho do primeiro-


ministro. Na pratica o primeiro-ministro é que exerce o controle sobre o gabinete. O monarca
pode em teoria, unilateralmente demitir o primeiro-ministro mas a convenção e precedentes
limitam rigorosamente a tal acção.

Prorrogativa Real
A prorrogativa real inclui vários poderes, Dissolver o parlamento, regulamentar o funcionalismo
publico e emissão do passaporte, fazer tratados, enviar embaixadores, depender o seu domínio e
manter a paz da rainha. Todas as Leis são aprovadas em nome do monarca. O monarca não tem a
prorrogativa de impor e recolher novos impostos, tal acção requer a autorização de uma lei do
parlamento.

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Conclusão
A revolução inglesa foi muito importante, pois foi ela que incluiu em toda Europa e serviu de
grande exemplo para a revolução Francesa. Na revolução Inglesa os problemas económicos,
sócias, políticos misturaram-se aos religiosos. A burguesia começou a investir na indústria
doméstica. A revolução Inglesa do século XVII. Representou a primeira manifestação de crise do
sistema da época moderna, identificando com o absolutismo. O poder monárquico, severamente
limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao parlamento e instaurou-se o regime
parlamentarista que permanece até hoje. As revoluções de forma geral são tentativas de acabar
com o poder absolutista dos reis.Com estrondoso sucesso do mercantilismo, a Inglaterra
impulsionou a migração do campo para cidade, intensificando o crescimento urbano e dando
origem a classe operária. Percebe-se que alguns acontecimentos da aquela época ainda trazem
consequências nos dias actuais, Pois semeou muitas inovações, foi de uma enorme importância
para compreendermos a revolução tecnológica que marcaria o século XX. A revolução industrial
então deixou a sua marca, pois veio dela todos os principais elementos que nos cercam no dia de
hoje, seja na iluminação da nossa casa, no carro que nos locomove, nas roupas que vestimos, e
até a sua importância para a informática e tecnologia.

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Bibliografia
LAWRENCE, Revolução Burguesa de Christopher Hill 1640, Lisboa, Editora Presença
Ld,1940.
MACHINE, L', A Revolução Burguesa da Inglaterra,
IN: MACHINE, L'; M.U. Nechkina; S.D. Skakten; Dr. M.A. Alperovich; Dr. L. N. Kutakov; Dr.
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BAGEHOT, W‟, The English Constitution (Ed. Paul Smith, Cambridge university, press, 2001)
Https://pt.wikipedia.org/wiki/monarquiadoreinounido
Mozteorico.blogspot.com/2018/08/Revolucao-Burguesa-na-Inglaterra.html
HILL, Christopher, Revolução Inglesa de 1640,São Paulo, Editorial Presença: Livraria Martins
Fontes, 1985, p. 101.
https://googleweblight.com/i?u=https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/revolucao-
inglesa&hl=pt-PT
ARRUDA, José Jobson. A revolução inglesa e Revolução industrial na construção da sociedade
moderna. São Paulo: Hucitec,1996.

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