Você está na página 1de 3

AOS DEZESSEIS ( 1988)

Alguns momentos, na vida são inesquecíveis,

Apesar de tantos anos passados, ficam na memória inalterados

As primeiras aulas de iniciação e prazer

São assim, as escondidas

Aquele menino lindo, que faz tremer a rua quando ele passa,

Diferente ainda das meninas, mais imaturo e desinteressado

Naquela noite, num belo jardim secreto,

Arrastei aquele menino e lhe disse:

Vem aqui, vem comigo, vamos deitar aqui

No meio da relva e da terra

A noite tão linda, não havia medo, eram outros tempos

Abraços e beijos, nos despimos da vergonha

Da minha parte era paixão, meninas são mais boba

Da parte dele, alucinado, chegara a hora, tesão e vontade, finalmente viraria homem

Ah como é lindo, o amor pueril, inocente

Inesquecível, intenso, os corpos perfeitos,

Dois anjos nus, belos, nada passava pela cabeça a não ser realizar o desejo

As seivas mais molhadas do que em qualquer época, ele conheceu e tocou

Seios pequeninos, duros e róseos, ele beijou e acariciou

Menina Lolita, intensa e fogosa, nua, ele admirou

Menino agora vem conhecer a flor secreta e ser um homem

A vontade de amar e o escasso tempo

No escuro, deitados no mato, quem se importa com as duas bundas sujas

Sujos e felizes, rimos sem saber que aquele seria um momento a eternizar

A noite sem lua impediu os corpos unidos

Se escondeu de vergonha diante de tanta beleza


Um do outro, dos dois juntos em nosso louco movimento

Pálida luz suave na rua eu podia enxergar

Um anjo de pele branca, cabelos castanhos e cacheados

O que pensava em sua cabeça de garoto?

Estou comendo uma "minha" pela primeira vez.

Talvez hoje mudasse o termo para "quando amei pela primeira vez"

Provando o gosto e o gozo da mais bela e fresca flor

Corri atrás dele, apesar de sua imaturidade, juventude, menino tolo

Declarei minha paixão, enviei cartas de amor e poemas

Mandei-lhe minhas fotos mais lindas.

Surpresa recebi um último e indecoroso convite:

Vem aqui em casa, estou sozinho!

"Love me twice and go away"

As meninas mulheres, da mesma idade

Assustam os meninos que ainda não tem maturidade

São apenas garotos, pensando na turma, nos jogos, skate, surf

Preferem as revistas, videos, os banheiros

Até ousa, uma hora de volúpia no canto escuro do quintal

Medo da mãe, seu menino é o seu bebê

Medo ser como o pai, não é ainda um homem, apesar de poder se tornar pai.

E assim, anjo sumistes de mim

Através dos anos, do mundo, da vida

Mas creio que não esquecesse a sua primeira vez

Envelhecesse, sei lá que rumo tomaste na vida

Se guardara num canto secreto, a foto da menina linda e apaixonada

Daquela que lhe dissera te amo aos dezesseis anos

E você não disseste nada

Assim eu quisera uma noite,

Voltasse de novo no tempo


Quando volúpia faz sujar até a bunda de terra

Poder amar-te como mulher e não como menina

Poder amar-me como homem e não como mocinha desvairada

Poder amar com inocência, pureza, poder ser sua eterna virgem e princesa.

Simone Dimitrov

Santos, 21 de setembro de 2016

Você também pode gostar