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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DO NOROESTE FLUMINENSE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR


PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Bianca Corrêa
Lucas Fonteles

O DESENVOLVIMENTO DO RESPEITO E RECONHECIMENTO DA


DIVERSIDADE COMO FERRAMENTAS PARA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Niterói
2019
Bianca Corrêa
Lucas Fonteles

O DESENVOLVIMENTO DO RESPEITO E RECONHECIMENTO DA


DIVERSIDADE COMO FERRAMENTAS PARA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Projeto final de curso apresentado à


disciplina de Psicologia da educação
como método de avaliação.

Professor Renee Volpato

Niterói
2019
Apresentação

A partir da discussão entre a lei e prática, foi visto que a educação inclusiva
traz diversos efeitos positivos para alunos deficientes e não deficientes. Todavia,
nota-se uma escassez de medidas que visem ajudar os discentes a reconhecer,
entender e respeitar o diferente.
Sendo assim, o seguinte trabalho busca propor a inclusão pelo
reconhecimento da diversidade a partir de exemplos de dinâmica simples que
podem ser construídas dentro de sala de aula, com enfoque na educação infantil. O
objetivo, então, é de que as propostas apresentadas sirvam tanto para prática como
para reflexão e desenvolvimento de novas práticas no mesmo propósito.
Fundamentação teórica

Souza; Macedo (2012) mostram que o esforço dos educadores tem sido
dedicado a critérios e projetos para avaliar o individuo em números com intenção de
cumprir com seu dever burocrático, corroborando assim com as definições de
normalidade e anormalidade impostas pela sociedade. A problemática de se pensar
sob essa perspectiva normativa é a de que acaba-se por suprimir a necessidade do
pensamento crítico e do desenvolvimento da noção de coletividade e respeito às
diferenças.
As autoras ainda lembram que, o individuo cria sua interpretação do mundo
exterior a partir das suas relações sociais, assim, as atitudes partilhadas
coletivamente como plausíveis serão assimiladas para seu repertorio de atitudes na
sociedade. Por isso, cabe também à educação discutir e desenvolver formas de
trabalhar em cima de habilidades extracurriculares que precisam ser apreendidas
pelos indivíduos. Corroborando com essa idéia, Vygotsky diz que os conceitos
abstratos, aqui diversidade e respeito, só são aprendidos mediante as relações com
outras pessoas. Sendo a escola um ambiente de socialização, o estimulo de
desenvolvimento de tais habilidades, faz-se importante.
Carneiro (2011) e Brasil (2007) reconhecem que a educação infantil é o
primeiro ambiente onde esses conceitos devem ser desenvolvidos, a fim de
proporcionar a construção de um ambiente inclusivo. Carneiro (2011) também
acredita que:
“A criança pequena, ao adentrar em um espaço escolar
em que as diferenças são bem vindas, vai aprender de
forma natural a valorizar o outro por aquilo que ele é, que
é capaz de realizar.”

 A escassez de medidas que facilitem a inclusão

A discussão sobre educação inclusiva é muito recente, pois, historicamente a


escola não era definida como um ambiente para educação de todos. No Brasil,
principalmente, a educação sempre foi algo muito restrito a uma minoria detentora
de poder e um pouco depois, ao ensino para as camadas mais populares com intuito
de capacitar minimamente o individuo para o trabalho e não visando um
desenvolvimento intelectual. A educação inclusiva, por sua vez, é ainda mais
recente, tendo sido discutida com mais propriedade por volta dos anos 60 e 70
(CARNEIRO, 2011),(BRASIL, 2007).
Carneiro (2011) mostra que antes da regulamentação e efetiva
implementação das políticas de educação inclusiva, a idéia que se tinha era de uma
educação especial, onde se retirava os indivíduos desviantes da normalidade do
convívio social e colocava-os em classes especializadas, levando-os a entender que
o convívio social só seria possível mediante a uma adaptação à “normalidade”
(CARNEIRO, 2011).
Melo et al, acredita que é preciso avaliar nas políticas educacionais como
estas chegam aos profissionais da educação e a responsáveis dos alunos e como
estas são, efetivamente, efetivadas. E, se tratando do grande número de evasão por
parte dos alunos deficientes, essas medidas ou não são aplicadas ou não estão
funcionando. (MELO, et al)
Sendo assim, é preciso propor projetos ou meios de melhorar ou facilitar a
inclusão de alunos deficientes em salas de aulas de publico generalizado. Estando
ciente de que há problemas estruturais, burocráticos e sociais que agem
concomitantemente na questão de exclusão/inclusão, busca-se saídas para que a
instituição escola e os docentes possam por em pratica alguma forma de melhoria
sem necessitar de muitos instrumentos ou instrumentos fora da realidade escolar.

 A importância do lúdico na infância

De acordo com Wortman (1988), crianças entendem o mundo pelos seus


sentidos, ouvindo, tocando, provando... Da mesma forma elas aprendem com mais
facilidades através dos sentidos, pois conseguem atribuir uma sensação concreta a
algo abstrato. Ele diz também que os cinco sentidos são as primeiras maneiras de
se ganhar conhecimento, assim a criança irá facilmente associar alguma coisa
concreta a experiências passadas ou a conhecimentos.
Em Rego (1995), a autora apresenta a visão de Vygotsky que vai de encontro
com a visão apresentada anteriormente. Para Vygotsky o lúdico é importante para a
criança, principalmente ao se abordar conceitos abstratos, pois é nessa fase que
ocorre uma diferenciação entre o espaço dos significados e de espaço de visão. Ele
ainda demonstra a importância do brinquedo, que vai ser um instrumento para
auxiliar o desenvolvimento pleno da criança, já que ela vai se utilizar dos brinquedos
para representar uma realidade ausente, ou seja, dessa forma o docente consegue
abordar menos conceitualmente questões sociais, como o problema da exclusão, e
trabalhar mais no sentido de estimular um aprendizado inferido pela própria criança.
Souza;Macedo (2012), reforçam o valor de se basear na teoria histórico-
critica:
“No âmbito da educação escolar, a Pedagogia Histórico-
Crítica pode fornecer subsídios para a interpretação da
função social da escola e a definição de práticas críticas
de avaliação.”
Justificativa social

A necessidade da implementação de políticas inclusivas nas escolas do Brasil


veio a partir dos anos 70, com o intuito de garantir acesso para portadores de
deficiência nas instituições de ensino. Ao longo dos anos, novas leis e projetos
foram criados ou melhorados com a mesma intenção. Ainda assim existe uma falta
de suporte da instituição governamental e escolar para que esse público tenha
condição plena de desenvolvimento (BRASIL, 2007).
Em uma pesquisa sobre os motivos para a evasão escolar feita com
adolescentes entre 15 e 17 anos mostra que, 10,9% das possíveis razões para
evasão estaria ligada a algum tipo de falta de oferta educacional necessária e dentre
esses, 45,1% seriam alunos com algum tipo de deficiência. Sendo assim, quase
metade do problema de evasão, nessa perspectiva, seria resolvido com a
possibilidade de sucesso e aceitação do aluno deficiente numa escola de ensino
regular (MELO de; et al,)
O percentual de alunos com algum tipo de deficiência matriculado em
instituições de ensino regular, isto é, em salas de aula com público generalizado e
não de ensinos especial, cresceu nos últimos anos devido a mudanças na legislação
que garantem direitos a esse público. Essa forma de ensino se mostrou positiva na
opinião de responsáveis dos alunos com necessidades especiais, segundo eles,
essa convivência vem promovendo, por exemplo, melhoria na capacidade de
socialização. Além disso, a lei garante que essa modelo de educação gera
benefícios para o desenvolvimento e aprendizado dos alunos desde a educação
infantil (BRASIL, 2007), (TENENTE, 2016).
Tais informações mostram que as políticas de inclusão vêm surtindo efeito em
algum nível. Por isso, a escola deve procurar meios que ajudem esse processo
acontecer de forma eficiente: promovendo mudanças adiante para capacitação de
professores e preparo na educação dos alunos, a fim de que se reconheça a
diversidade, a necessidade do respeito e inclusão. Apesar dessa mudança positiva,
ainda há colégios particulares que limitam o número de estudantes com
necessidades especiais, negando matrícula e desconsiderando as leis vigentes no
Brasil que proíbem essa prática. Outros ainda cobram laudo médico com o pretexto
de oferecer um melhor acompanhamento pro aluno deficiente, entretanto, essa seria
uma forma de medir potencial produtivo do individuo e, em conseqüência, reforçar a
exclusão. (TENENTE, 2016), (SOUZA; MACEDO, 2012), (PALHARES, 2018).
A política nacional de educação especial na perspectiva da educação
inclusiva diz que a educação inclusiva deve ter inicio na educação infantil, assim
como o trabalho do reconhecimento e respeito das diferenças por parte dos alunos
que não possuem deficiência, já que, nessa etapa a convivência com as diferenças
possibilita relações interpessoais e o exercício do respeito. Além disso, segundo
Carneiro (2011), o preconceito, a estigmatização e a discriminação são condutas
aprendidas. Por isso, ao serem expostas a um ambiente de respeito e igualdade, a
criança aprenderá a desenvolver tais habilidades, o que facilitará o processo de
inclusão nos anos escolares seguintes (BRASIL 2007), (CARNEIRO, 2011).
Por ser um debate historicamente muito novo e ainda em discussão, faz-se
necessário pensar e desenvolver medidas que possam ajudar o reconhecimento e
construção de habilidades necessárias para e respeito do diferente, tais como
diversidade e cidadania. Somando a isso, é de grande importância a inclusão e a
criação de um ambiente onde se trata as diferenças com respeito desde a educação
infantil, idade na qual a criança está desenvolvendo essas competências e em
contato com os estigmas na sociedade. A partir dessa demanda, o projeto visa
elaborar dinâmicas que trabalhem o reconhecimento da diversidade e respeito sem
definir seus conceitos, mas de forma que o próprio aluno desenvolva esse
conhecimento.
Objetivo geral
Prevenir a evasão escolar incentivada pela exclusão.

Objetivos específicos
 Trabalhar o lúdico;
 Reconhecer a diversidade;
 Exercitar o respeito ao diferente;
 Possibilitar relações interpessoais.

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