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Inicialmente, afirma que não possui condições de arcar com custas processuais
sem prejuízo do sustento próprio bem como o de sua família, razão pela qual faz jus ao
benefício da gratuidade da justiça, nos termos da Lei 1.060/50.
2. DO CABIMENTO
A via Mandamental, segundo o disposto na Lei 12.016 de 2009 e na Constituição
Federal - Art. 5º, XXXV e LXIX, é o meio processual adequado sempre que houver
lesão ou ameaça de lesão ao direito líquido e certo. O alargamento da utilização do
Mandado de Segurança resulta da presteza do veículo processual, constituindo-se, hoje,
no único meio viável à pronta reparação de direito prejudicado ou ameaçado.
No caso em tela a lesão se deu com o ato administrativo exarado pelo Presidente
Substituto do INSS, o Sr. Benedito Adalberto Brunca, publicado em 05/04/2010, seção
2, página 27, no Diário Oficial da União, que de maneira desproporcional, desigual e
ilegal distribui as vagas para nova nomeação de excedentes, contrariando o direito
líquido e certo da Impetrante de ser nomeada. Ademais, o Sr, Benedito Adalberto
Brunca diminuiu, de maneira abusiva e ilegal, após um ano da homologação do certame,
o prazo de validade do concurso, contrariando, ainda, o direito liquido e certo do
requerente de ter um concurso de 2(dois) anos prorrogáveis por mais dois.
O Mandado se Segurança está previsto na CF de 1988, ainda mais se
observarmos também a mudança contida no inciso XXXV, do art. 5º, que expressamente
consagra a possibilidade de apreciação do Poder Judiciário de qualquer lesão ou ameaça
a direito. De conseguinte, encontra-se, já em nível constitucional, suporte para a
afirmação de que a ameaça a direito líquido e certo tem ampla proteção constitucional.
O art. 1º, § 3º, da Lei 12.016 de 2009 publicada no Diário Oficial da União de 10
de Agosto de 2009 (que disciplina o mandado de segurança individual e coletivo)
assegura o direito do Impetrante em pleitear mediante mandado de segurança individual
a anulação do ato administrativo ora impugnado, ao prescrever que:
4. HISTÓRICO PROCESSUAL
5. DO DIREITO
“Art. 5º [...]
Art. 37 [...]
LEI 8.122/1990
“INFORMATIVO Nº 553
TÍTULO
Concurso Público: Vinculação ao Edital e Ingresso na Carreira
PROCESSO
RE-480129
ARTIGO
O edital relativo a concurso público obriga não só a candidatos
como também a Administração Pública. Com base nesse
entendimento, a Turma proveu recurso extraordinário para
reconhecer, com as conseqüências próprias, o direito da
recorrente à nomeação no cargo em que aprovada, observados
classe e padrão descritos no edital do certame. Na espécie, o
edital do concurso público previra que o ingresso no cargo de
Técnico em Arquivo dar-se-ia na Classe “D”, Padrão “IV”.
Entretanto, a recorrente fora nomeada para o padrão inicial da
carreira, em virtude de portaria editada pelo Secretário de
Recursos Humanos da Secretaria da Administração Federal da
Presidência da República, a qual determinara que os
provimentos em cargo público seriam feitos na inicial da classe
e padrão de cada nível. Ressaltou-se, de início, que o edital fora
publicado em data anterior a esse ato administrativo. Em
seguida, aduziu-se que deveria ser adotado enfoque que não
afastasse a confiança do cidadão na Administração Pública e que
a glosa seria possível caso houvesse discrepância entre as regras
do concurso constantes do edital e a nomeação verificada ou
descompasso entre o que versado no edital e a lei de regência.
Nesse ponto, registrou-se que a restrição contra a qual se
insurgira a recorrente estaria fundada em portaria considerada
discrepante, pelo tribunal a quo, do art. 12, § 1º, da Lei 8.112/90
(“§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.”).
Concluiu-se que a alteração ocorrida, olvidando-se a previsão do
edital de estar o concurso voltado ao preenchimento de cargo no
padrão IV e não no padrão I, conflitaria com a disciplina
constitucional a direcionar a observância dos parâmetros
firmados, desde que estes atendam aos requisitos estabelecidos
em lei. Determinou-se, ainda, a satisfação das diferenças
vencidas e vincendas, que deverão ser atualizadas, com
incidência de juros. RE 480129/DF, rel. Min. Marco Aurélio,
30.6.2009. (RE-480129)”.
Art. 37 [...]
E diz mais:
Processo: 00727-2008-006-10-00-6-RO
Acórdão do(a) Exmo(a) Desembargador(a) Federal do Trabalho DOUGLAS
ALENCAR RODRIGUES
“Processo: 00727-2008-006-10-00-6-RO
Acórdão do(a) Exmo(a) Desembargador(a) Federal do Trabalho
DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES
Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ENTIDADE VINCULADA
À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA.
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VALIDADE DE
CONCURSO PÚBLICO. PREVISÃO EM EDITAL. DECISÃO
NEGATIVA. ATO DISCRICIONÁRIO. MOTIVAÇÃO
EXPOSTA AO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.
POSSIBILIDADE DE SUBMISSÃO AO CONTROLE
JUDICIAL. I - Embora a prorrogação do prazo de validade de
concurso público encerre ato discricionário do Administrador,
vinculado a juízos próprios de conveniência e oportunidade, a
indicação das razões que justificam a conduta viabiliza e
legitima a sua submissão à sindicância judicial -- à luz das
teorias do desvio de poder e dos motivos determinantes –-, sem
que isso implique invasão da margem de liberdade conferida à
Administração. Precedentes do STF. II - No Estado Democrático
de Direito, não se tolera a prática de atos abusivos e arbitrários,
infensos ao controle judicial (CF, art. 5º, XXXV). Assim, se os
motivos apresentados para justificar a decisão de não-
prorrogação do prazo de validade de concurso público
ressentem-se da ausência de razoabilidade, se há candidatos
aprovados aguardando convocação e se está demonstrada a
necessidade de contratação imediata de empregados pelo ente
público envolvido, será impositiva e irrecusável a obrigação de
processar, em respeito ao interesse público e aos princípios
constitucionais aplicáveis (CF, art. 37), a contratação dos
trabalhadores aprovados no processo democrático de seleção
realizado. Recurso conhecido e provido.”
7. DO PEDIDO
Nesses termos,
Pede deferimento
advogada
OAB/