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Todo ator precisa saber...

O que todo ator (de teatro, mais especificamente) em formação deve saber a respeito
da profissão? Aqui vai uma lista de informações que eu acho imprescindíveis para
qualquer ator. De dicas de conduta até regrinhas básicas:

- O ator deve sempre ter em mente que está ali por causa do público:
O teatro é composto por um tripé: ator, espetáculo e público. Sem atores não há
espetáculo, sem espetáculo não há público e sem público não há teatro. E a maior
motivação para um ator de teatro deve, sempre, ser o público!

- O ator deve ter senso de hierarquia e respeito aos colegas de trabalho:


Por mais absurdo que pareça, quando escreveu o texto, o autor sabia exatamente o
que queria. O diretor, por mais louco que possa parecer, também sabe o que está
fazendo. E se um ator não concorda com o trabalho que está sendo desenvolvido, é
preferível que abandone o projeto. Não há personagem pequeno, mas sim atores de
egos inflados. Portanto, trate seus colegas de cena como semelhantes localizados no
mesmo degrau da hierarquia teatral. Sem alguém para cuidar dos figurinos, montar o
cenário, operar o som e luz o espetáculo fica prejudicado. Logo, respeite os
profissionais dessas áreas, pois o ator depende e muito deles. Ou seja, respeito é
bom e todo mundo gosta e há se respeitar os que estão à frente do trabalho.

- O ator deve ser profissional:


Não é porque a sociedade discrimina o artista dizendo que o que fazemos não é
trabalho, que devemos dar razão a eles. Arte é trabalho sim e ator rala pra caramba!
Um ator deve ser responsável, dedicado, pontual e proficiente. É louvável ainda que
ele possua garra, determinação e empenho.

- O ator deve decorar o texto e não esbarrar no cenário:


Isso é básico! Um ator sem o texto decorado é um pintor sem pincel ou pedreiro sem
pá. E quando se está em cena, é o personagem e este conhece muito bem todo o
espaço, logo não esbarra na cenografia.

- O ator deve ter autocrítica:


Saber admitir quando fez alguma besteira é um bom começo.

- Humilde acima de tudo:


A humildade deve estar sempre presente na vida de um ator. Por mais elogios que
ele possa ouvir, é preciso estar ciente de quando estão exagerando e, principalmente,
do quanto se pode melhorar SEMPRE! E cá entre nós, estrelismo não leva ninguém
a lugar nenhum.

- Ator normalmente não tem vida pessoal, familiar ou sentimental:


A vida é cheia de escolhas! E quando se escolhe essa carreira, é preciso ter
consciência de que terá de abrir mão de baladas com os amigos, viagens e
almoços/jantares com a família porque precisa decorar texto, ensaiar e dormir bem.
- Todo ator deve ler:
A leitura enriquece o vocabulário, instiga a imaginação e melhora a capacidade de
compreensão.

- O ator não deve ter medo de ser ridículo:


Se um ator tem medo do ridículo, então ele não é um bom ator.

- É sempre uma boa ensaiar descalço:


Para adquirir movimentos mais leves e apropriados com os pés, nunca se deve
ensaiar de sapatos. Ensaiando descalço, o ator certamente constatará os bons
resultados que isso proporciona. Inclusive pela troca de energia que ocorre entre o
ator e o tablado.

- O ator deve saber o que fazer com as mãos em cena:


Cada movimento em cena deve ter uma razão de ser, uma motivação. Nada,
absolutamente nada deve ser por acaso ou sem propósito. Há de se lembrar ainda
que não se deve esconder as mãos, seja cerrando os punhos ou colocando as mãos
em bolsos do figurino.

Por último... Você é ator, diretor, autor ou produtor de teatro? Então pare de
reclamar dos problemas do teatro e apenas faça-o funcionar. Estamos tão mal
acostumados a falar dos problemas do teatro: a falta de dinheiro, a falta de incentivo,
a baixa venda de ingressos... E por aí vai! Mas essa “crise” provavelmente, existe
desde Téspis!

Ouso propor que ao invés de reclamar sempre das mesmas coisas, busquemos
entender os problemas, lidar com eles e principalmente resolvê-los.

Porque será que o público de teatro é cada vez mais escasso? Será que estamos
abordando os temas que eles gostariam que abordássemos? Que tal tentar agradar a
plateia dando-lhes o que eles querem ao invés de reclamar da falta de interesse
deles?

Hellen Bravo

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