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Uma Carta Régia datada de 1627 é indiciadora de que existem Relações de notícias há
alguns anos.
1643: D. João VI publica leis que reforçam o sistema de licenças prévias e censura,
reiteradas por decreto – lei de Agosto de 1663.
Ainda em 1768: instituída a Real Mesa Censória. Só no séc. xix, com a instauração do
liberalismo, muda esta situação.
Entre 1647 e 1663: não foram publicados periódicos em Portugal, à excepção de algumas
folhas volantes pontuais.
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Agravamento das finanças portuguesas. Muito devido ao tratado (que estava na base
do atraso da indústria manufactureira portuguesa) e/ou ao afluxo do ouro brasileiro,
que provocou uma inflação galopante e desequilíbrio da balança de pagamentos,
agravado pelos gastos em obras públicas, bem como um desinvestimento na produção
nacional com graves consequências futuras.
Em 1755, Lisboa foi destruída por terramoto. Surge a figura de Sebastião José de
Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), responsável pela reorganização fiscal e
financeira do Reino (fortalecimento centralista do Estado e criação de grandes
companhias monopolistas) e dinamizador da reconstrução da capital. Responsável,
também, pela repressão a nobres, populares e religiosos (especialmente aos Jesuítas,
expulsos do país, que se opunham aos seu desígnios centralistas e laicos – Despotismo
Iluminado). Culminou com a bárbara execução da família dos Távoras, que se lhe
opunham. O Despotismo Iluminado assenta num ideário de laicismo racionalista.
Substitui o Tribunal do Santo Ofício (designação mais moderada da Inquisição) pela
Real Mesa Censória, num acto de grande relevância simbólica para o jornalismo.
Em 1762, Portugal foi invadido por exército franco-espanhol (Guerra dos Sete Anos).
Até 1807 (reinado de D. Maria I), Portugal beneficiou de neutralidade face aos
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conflitos europeus.
Pina Manique (intendente da polícia desde 1780) luta intensamente contra as ideias
liberais e revolucionárias, difundidas pelos “afrancesados”, mações e jacobinos.
A 10 de Agosto de 1715, nasce a Gazeta de Lisboa (publicada até 1760 por José
Freire Monterroio Mascaranhas). A Gazeta de Lisboa, impressa em formato de livro,
era um periódico oficioso que publicava, sobretudo, notícias sobre o governo
(nomeações), sobre o país e o estrangeiro, de acordo com o frontispício: “História
Anual Cronológica e Política do Mundo e Especialmente da Europa”. Entre 1760 e 1762
é elaborada e publicada pelos funcionários da Secretaria de Negócios Estrangeiros e de
Guerra, por privilégio real (para aumentar o salário dos mesmos). Ganha a alcunha de
“Gazeta dos Oficiais da Secretaria”. Toma um pendor cada vez mais administrativo e
constitui a matriz do que, actualmente, se designa Diário da República, o diário oficial
português.
Durante o séc. xviii, surgiram vários mercúrios (livros noticiosos com extensa listas
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de notícias soltas, muitos deles não periódicos) como, por exemplo o Mercúrio Político
e Histórico, em 1741, traduzido de publicações estrangeiras. A partir de meados do
séc.xviii, segundo José Tengarrinha, alguns mercúrios tomam uma “feição filosófica e
literária”, que se estende pelo séc. xix, com a publicação de o Mercúrio Filosófico
(1752), o Mercúrio Gramatical (1753), o Mercúrio Histórico, Político e Literário de
Lisboa (1794, mensário). Embora as gazetas tivessem, regra geral, uma periodicidade
semanal, alguns mercúrios eram semelhantes em estrutura e periodicidade. Mercúrio
Histórico de Lisboa (1743-1745) tinha periodicidade semanal.
No início do séc. xix, Portugal, preso na estrutura social, religiosa e cultural do Antigo
Regime, sofre três invasões francesas, a primeira das quais em 1807, todas elas
rechaçadas pelas forças anglo – portuguesas coligadas.
1824: a “Abrilada” (novo golpe absolutista) levou D. Miguel (filho de D. João VI) ao
exílio em Viena; neste mesmo ano foi promulgada legislação sobre a imprensa, que
ficou novamente sob a égide da censura prévia e das licenças de privilégio;
1831: D. Pedro abdicou do trono do Brasil em favor de seu filho, D. Pedro II, e
assumindo a regência em nome de D. Maria II, regressa a Portugal, à cabeça de um
exército liberal, dando início a período de guerra civil.
Até 1847: Portugal vive em forte instabilidade; Guerra da Patuleia (Maria da Fonte) =
Guerra Civil, em que liberais se digladiavam entre si, mais por interesses socio-
económicos e ambições pessoais, do que por motivos ideológicos. Grassavam
sentimentos absolutistas entre o povo. Os ataques dos liberalistas às ordens religiosas
agravaram o quadro de descontentamento. A expropriação dos bens monásticos era
em favor do enriquecimento da burguesia endinheirada, a quem ainda
recompensavam com tútulos de nobreza.
1890: Portugal foi humilhado pelo seu mais antigo aliado: Inglaterra com o seu
Ultimato (apelo coercivo para que Portugal não unisse os territórios coloniais de
Angola e Moçambique, cobiçados pelos ingleses).
1907: D. Carlos tenta retomar controlo (instala a ditadura de João Franco); protestos,
greves e revolta republicana fracassada em 1908; propaganda republicana, socialista e
anarquista, bem como actividade sindical e actos terroristas.
1908: culmina com o assassinato de D. Carlos e do príncipe herdeiro: D. Manuel II, o
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último rei, tenta implantar governo de união nacional mas fracassa. Portugal estava à
beira da bancarrota, a viver de empréstimos e ameaçado pelas potências credoras.