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Ijuí
2016
FABIAN RANGEL SCHROTER NEUHAUS
Ijuí
FABIAN RANGEL SCHROTER NEUHAUS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
A eles que renunciaram seus sonhos para me acompanhar nesta caminhada que agora se
finda, palavras não são suficientes para expressar a gratidão que sinto em poder compartilhar com
vocês esta conquista. Pai e mãe, só vocês sabem o quão árduo foi esta jornada, sem o incentivo de
vocês nada seria possível.
A minha namorada Alana, que me acompanhou durante esta caminhada, obrigado por
compreender minha ausência, sempre me apoiando nos momentos difíceis. Está conquista
também é dedicada a você.
A minha orientadora, Professora Fernanda da Cunha Pereira, que aceitou dividir comigo
este desafio, sendo incansável em suas orientações, sem seus ensinamentos este trabalho nada
seria.
Lao-Tsé
RESUMO
NEUHAUS, F. R N.. Efluentes Líquidos Hospitalares: uma análise sobre a legislação e análise
dimensional do tratamento de efluentes aplicável ao Hospital de Caridade de Três Passos. 2016.
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.
O destino do esgoto sanitário vem se tornando uma preocupação constante, sendo conhecido
como um importante veículo de proliferação de doenças. O crescimento populacional trouxe à
necessidade de ampliação do sistema de atendimento a saúde da população. Este crescimento
trouxe um aumento na produção de efluente pelos hospitais, criando uma problemática para as
instituições, que devem dar destino adequado ao efluente gerado. A maioria dos hospitais de
pequenas cidades são organizações filantrópicas, mantidas com recursos públicos e doações,
tendo dificuldade para fazer grandes investimentos no tratamento dos efluentes. O trabalho
proposto abordará um estudo de caso, buscando sugerir uma solução para o tratamento do
efluente gerado pelo Hospital de Caridade de Três Passos/RS. A metodologia a ser utilizada
consistirá em fazer um apanhado da legislação que regulamenta o tratamento do efluente
hospitalar, conhecendo alguma solução já aplicada por hospitais de mesmo porte, buscando
subsídios para apontar a solução ao problema. Com este estudo visa-se trazer uma solução ao
tratamento do efluente gerado pelo Hospital analisado.
HU Hospital da Unimed
OD Oxigênio dissolvido
SS Sólidos sedimentáveis
UV Ultravioleta
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12
3.3.2 FEPAM............................................................................................................. 30
4 RESULTADOS ................................................................................................ 47
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 73
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 75
12
1 INTRODUÇÃO
Este estudo tem como objetivo analisar o legislação, quanto ao tratamento de efluentes
hospitalares, buscando subsídios para poder sugerir uma alternativa viável para o tratamento e
destino do efluente gerado pelo Hospital de Caridade de Três Passos (HCTP). Nele será realizada
uma verificação da legislação vigente, buscando conhecer alguma solução adotada que pode ser
aplicada ao HCTP.
De acordo com a Resolução do CONAMA n. 430 de 2011, devem ser lançados direta ou
indiretamente nos corpos d´água os resíduos líquidos somente após tratamento prévio
obedecendo os padrões previstos (BRASIL, 2011). Neste sentido Arend e Henkes (2014)
afirmam que o tratamento de efluentes hospitalares deve ser realizado buscando qualidade e
padrão definido por normativa, usando os níveis de tratamento e eficiência necessários.
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importância para desenvolvimento do bem-estar social que provém com o tratamento prévio
destes resíduos.
1.1 PROBLEMA
Devido a grande produção de efluente líquido gerado diariamente no HCTP, seu sistema,
projetado na década de 70, não consegue atender a demanda atual. Assim o mesmo se vê
obrigado a contratar uma empresa especializada para dar destino ao efluente ali gerado. Esse
serviço acaba onerando o já comprometido orçamento da entidade que é beneficente, mantida
com recursos públicos e doações.
Em seu estudo Teixeira et al. (2014) aponta que houve uma média de 13.449 óbitos
relacionados a doenças causadas por saneamento inadequado no período de 2001 a 2009. O autor
ainda aponta um gasto de 2,141 bilhões de reais no período de estudo, relativo a consultas e
internações hospitalares pagos pelo SUS no Brasil.
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Efluentes Hospitalares: uma análise sobre a legislação e análise dimensional do tratamento de efluentes aplicável ao
Hospital De Caridade De Três Passos.
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O objetivo geral deste trabalho é sugerir uma alternativa que seja viável para o tratamento
do efluente líquido gerado no HCTP.
1.1.3 Estrutura
No capítulo 5, Conclusões, trará uma síntese dos resultados obtidos, trazendo sugestões
para trabalhos futuros.
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2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 EFLUENTE
Metcalf e Eddy (2013) afirma que o efluente pode ser definido como sendo a água de
abastecimento doméstico ou industrial que após seu uso, é imprópria para a maioria dos usos
devido à presença organismos patogênicos prejudiciais à saúde pública. Devido ao grande perigo
a saúde humana, os esgotos devem ter como destino o tratamento e posterior reuso ou disposição
final, garantindo proteção à saúde da população. As principais constituintes dos esgotos,
originados de fonte doméstica, municipal e industrial são, as excreções humanas, águas de banho,
de processamento de alimentos e de produtos de manutenção pessoal e domésticos, junto com
traços de outros compostos orgânicos e inorgânicos (METCALF & EDDY, 2013).
Von Sperling (2005) afirma que os esgotos contêm aproximadamente 99,9% de água. A
fração restante constitui-se de sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, bem
como microrganismos, sendo devido a esse 0,1% que se faz necessário o tratamento dos esgotos.
composto de resíduos gerados pelo homem (fezes e urina), restos de comida, sabão e águas de
lavagem, podendo conter sólidos grandes (plásticos, pedaços de pano) e pequenos (grãos), tendo
coloração cinza, turvo e com leve odor desagradável (JORDÃO e PESSÔA, 1995).
Conforme a NBR 9.800 de 1987 o efluente líquido industrial pode ser caracterizado como
sendo o despejo liquido proveniente de estabelecimentos industriais, oriundo dos processos
inerentes à indústria, águas de refrigeração poluída, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico,
ou seja, todo líquido que apresenta poluição por produtos utilizados ou produzidos no
estabelecimento industrial. O efluente industrial predomina produtos específicos da indústria
produtora, sendo particular de cada fonte geradora (METCALF & EDDY, 2013).
A água consumida por hospitais é de volume considerável, sendo estimado entre 400 a
1200 L/Leito/dia, enquanto o consumo doméstico é de 100L/pessoa/dia, significando grande
volume de esgoto a ser tratado (EMMANUEL et al, 2005; GAUTAM et al, 2006).
Conforme Guedes e Von Sperling (2005) outros fatores, além dos contaminantes, ocorrem
nos despejos dos serviços de saúde, que podem conter águas de lavagem de vestimentas, de
objetos de uso pessoal e outros, de funcionários de saúde, bem como visitantes, objetos que
podem estar ou não contaminados. Os autores ainda citam que, as casas de saúde, geram águas
utilizadas nos refeitórios, de higienização de áreas administrativas e instalações sanitárias de
colaboradores, as quais se assemelham aos esgotos domésticos e tem menor teor de agentes
contaminantes.
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Guedes e Von Sperling (2005) relatam em seu estudo a similaridade das características
físicas, químicas e bacteriológicas entre esgotos hospitalares e domésticos típicos, bem como a
elevada diluição que sofre o efluente hospitalar quando lançada na rede publica de coleta,
afirmando não ser necessário tratamento prévio antes do lançamento na rede pública. LA ROSA,
TOLFO e MONTEGGIA (2000) também concluíram que o efluente hospitalar tem características
semelhantes às encontradas em esgotos domésticos, no entanto, apontam que alguns parâmetros
são diferenciados, necessitando mais pesquisas na área. Apesar de certas localidades serem
servidas de rede pública de coleta de esgotos, o tratamento prévio destes efluentes, buscando
minimizar a carga poluidora na rede pública, pode reduzir o custo final do tratamento (PRADO,
2007). GUEDES e VON SPERLING (2005) afirmam que, caso o efluente seja lançado
diretamente em corpos receptores, é necessário o tratamento.
2.1.4 DBO5
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Segundo Von Sperling (2005) algumas vantagens referentes ao teste da DBO podem ser
elencadas, entre elas: indicação aproximada da fração biodegradável do despejo; indicação da
taxa de degradação do despejo; taxa de consumo de oxigênio em função do tempo e a indicação
aproximada da quantidade de oxigênio requerido para estabilização da matéria orgânica presente.
O autor ainda afirma haver algumas limitações, podendo ser citadas as seguintes: demora de 5
dias dificultando monitoramento na ETE; metais e substâncias tóxicas podem afetar a
confiabilidade do teste; baixos valores de DBO para caso em que os organismos que decompõe a
matéria não estão adaptados ao despejo.
Von Sperling (2005) cita que pesquisas têm sido realizadas visando substituir o teste da
DBO por outros parâmetros. Porém não há ainda uma universalidade quanto aos parâmetros e
métodos que tenham eficiência satisfatória para serem utilizados. Assim a DBO ainda se constitui
no principal parâmetro para dimensionamento de sistemas de tratamento de esgotos. A Figura 1
traz alguns exemplos de valores típicos de DBO de alguns efluentes.
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Segundo a NBR 12.290 de 1992, que trata dos Projetos de Estações de Tratamento de
Esgoto, define como sendo um conjunto de unidades de tratamento, equipamentos, órgãos
auxiliares, acessórios e sistemas de utilidades cuja finalidade é a redução de cargas poluidoras do
esgoto sanitário e condicionamento da material residual resultante do tratamento.
Von Sperling (2005) traz em seu estudo alguns aspectos que devem ser considerados para
seleção do sistema de tratamento de esgoto mais adequado, são eles: eficiência, confiabilidade,
disposição do lodo, requisitos de área, impactos ambientais, custos de operação, custos de
implantação, sustentabilidade e simplicidade. O autor ainda afirma que cada sistema deve ser
analisado individualmente, devido às especificidades da região onde será implantado o mesmo,
evidenciando ainda que, países em desenvolvimento tem dificuldade em fazer grandes
investimentos e aplicação de novas técnicas. O sistema de tratamento de efluente pode ser
composto de vários níveis, podendo ser classificado da seguinte maneira: preliminar, primário,
secundário e eventualmente terciário.
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a) Lagoa facultativa
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Como as lagoas facultativas necessitam grandes áreas, buscam-se métodos que resultem
em menor área requerida. Uma possível solução é a um sistema de lagoas anaeróbias seguido de
lagoas facultativas. Essas lagoas anaeróbias são menores e profundas, tendo pouca fotossíntese, o
que traz um consumo maior de oxigênio. A taxa de permanência na lagoa é de apenas 2 a 5 dias,
reduzindo em 30 % a 50 % a carga de esgoto para a lagoa facultativa, assim trazendo uma
economia de 1/3 de área ocupada por lagoa facultativa única. A Figura 4 mostra um modelo do
sistema lagoa anaeróbia – lagoa facultativa.
Para uma maior redução de área pode-se optar pelas lagoas aeradas facultativas, onde
predomina o sistema aeróbio. Nesse sistema são instalados aeradores que inserem oxigênio ao
efluente através de turbilhonamento da superfície, mantendo a tendência de sedimentação dos
sólidos, formando a camada de lodo de fundo a ser decomposta anaerobiamente. O
comportamento da lagoa é como de uma lagoa facultativa convencional, tendo apenas grande
redução de área ocupada, porém com introdução de equipamentos mecânicos para aeração, que
podem gerar dificuldades para manutenção e operação, além de consumo de energia elétrica. O
tempo de detenção pode ser reduzido para 5 a 10 dias. A Figura 5 apresenta o modelo de lagoa
aerada facultativa.
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Von Sperling (2005) e Metcalf & Eddy (2013) afirmam que se a remoção de nutrientes
como nitrogênio e fósforo não forem realizadas na etapa secundária, esta remoção deve ser
realizada em um novo nível de tratamento, chamado terciário. Pode ainda ocorrer nesta etapa à
remoção de organismos patogênicos, onde é feita a eliminação de microrganismos nocivos à
saúde humana (VON SPERLING, 2005; METCALF e EDDY, 2013). Porém essa desinfecção
leva em conta os custos envolvidos, a eficácia em relação à remoção efetiva dos organismos, a
possível geração de compostos tóxicos e outros aspectos (VON SPERLING, 2005).
2.3 LEGISLAÇÃO
Von Sperling (2005) afirma que cada país define seus padrões, tem redação e
característica especifica, havendo ainda padrões regionais, para cada estado ou forma de divisão
politica do país. O autor ainda afirma que podem existir diretrizes ou recomendações propostas
por entidades em nível mundial, mas que não tem força de lei, tendo como objetivo apenas a
proteção da saúde e meio ambiente mundial.
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Segundo Von Sperling (2005), o efluente será tratado respeitando requisitos impostos pela
legislação específica, buscando os padrões de qualidade para o efluente e para o corpo receptor.
Ainda o Autor afirma que a remoção dos poluentes, buscando adequar ao padrão de qualidade
desejada está diretamente associada aos níveis do tratamento e a eficiência do tratamento.
A legislação Estadual quanto a Federal não traz nenhuma distinção quanto ao efluente
hospitalar e o efluentes em geral (ROHLOFF, 2011). Os resíduos líquidos são norteados pela
normatização do CONSEMA (estadual) e CONAMA (federal).
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O artigo 5 define que os efluentes lançados no corpo receptor não poderão alterar
características de qualidade obrigatórias.
Em 03 de agosto de 2000 foi editada, no Estado do Rio Grande do Sul, a Lei n° 11.520,
que institui o Código Estadual de Meio Ambiente, o qual baliza todas as atividades ligadas ao
meio ambiente em território estadual. Em seu artigo 69 estabelece:
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A licença que deve ser solicitada na fase anterior à execução das obras referentes ao
empreendimento/atividade; nesta fase, são analisados os projetos e, somente após a
emissão deste documento, poderão ser iniciadas as obras do empreendimento/atividade.
A Licença de Instalação tem o seu prazo de validade fixado entre 1 (um) e 5 (cinco) anos
com base no cronograma proposto para execução do empreendimento, podendo ser
renovada (ROHLOFF, 2011, p. 17).
Segundo Rohloff (2011), ainda não há uma legislação que trata especificamente dos
padrões de lançamento de efluente hospitalar, sendo utilizados os padrões anteriormente
definidos pelo CONAMA, e em nível estadual pela Resolução 128/2006 do CONSEMA.
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3 MÉTODO DE PESQUISA
Neste item será abordada a metodologia de pesquisa utilizada, onde serão apresentadas as
estratégias para o desenvolvimento da pesquisa e por fim o cronograma de realização do estudo.
Gil (2002) afirma que a pesquisa exploratória visa familiarizar o autor ao problema,
deixando-o mais explicito e ou constituir hipóteses sobre o assunto.
3.2 DELINEAMENTO
O delineamento da pesquisa está dividido em três etapas principais, que podem ser
visualizadas na Figura 9:
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A etapa de fundamentação teórica tem por objetivo conhecer o assunto, os tópicos que
serão abordados no estudo, fazendo uma preparação para o trabalho a ser realizado e levando a
uma contextualização acerca da viabilidade do estudo. Posteriormente, será realizado um
levantamento da legislação vigente, trazendo um panorama dos hospitais licenciados pela
FEPAM, buscando vislumbrar soluções já aplicadas. Conhecidas as soluções já implantadas pelos
licenciados, será definida a ECTE e a possibilidade de sua utilização. De posse dos dados será
possível fazer uma análise da melhor opção de tratamento de efluente a ser sugerida ao HCTP.
3.3 CARACTERIZAÇÃO
Segundo a Prefeitura Municipal de Três Passos (2016) o atual município de Três Passos
originou-se a partir da criação da Colônia Militar do Alto Uruguai, em 1879. O primeiro núcleo
habitacional, em meio à mata densa predominante na Região Noroeste do Estado do Rio Grande
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do Sul, fora criado com o objetivo de garantir a predominância do Império brasileiro em terras
sempre disputadas com a vizinha nação Argentina (TRÊS PASSOS, 2009).
Conforme a Prefeitura Municipal de Três Passos (2016) a região Noroeste foi uma região
vasta, com abundancia de madeiras, terras férteis e pouca população, configurando-se uma nova
fronteira agrícola a ser explorada no Rio Grande do Sul. As três primeiras décadas do século XX,
foi o auge do desenvolvimento da população, grande parte era imigrante que buscavam a
atividade agrícola, produção de alimentos e desenvolvimento cultural (TRÊS PASSOS, 2009).
3.3.2 FEPAM
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O planejamento de novas estações de tratamento de esgotos, não pode ser vista apenas
como uma instalação física com finalidade de tratar o efluente, deve também ser vista sob a ótica
de minimizar custos operacionais de mão de obra, energia, estabilização de subprodutos e a
disposição final (METCALF e EDDY, 2013). Desse ponto de vista partiremos em busca de uma
estação de tratamento que seja adequada a realidade encontrada no HCTP.
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Nuvolari (2003) e Nunes (2001) trazem em seus trabalhos a sugestão de que o efluente
inicie o processo de tratamento passando pelo gradeamento, seguido pela caixa de areia e
posteriormente o efluente passará pelo medidor de vazão do modelo Parshall. Nunes (2001)
sustenta que a velocidade na caixa de areia deve ser controlada pela unidade de medição de
vazão, a qual evitará velocidades muito baixas, que podem ocasionar a deposição de matéria
orgânica, e velocidades grandes, que podem levar grãos de areia para unidades de tratamento
seguintes, prejudicando a eficácia do processo. A Figura 10 demonstra em planta esquemática a
entrada da ETE sugerida por Nunes (2001).
1
𝑄 𝑛
𝐻: (𝐾) = [𝑚] Eq. (01)
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Após determinado o rebaixo (Z) e a altura da lâmina (h), Nunes (2001) sugere selecionar
um modelo de barra de acordo com a Figura 12, a qual fornece a seção da barra e ainda o
intervalo de espaçamento entre as barras.
A partir dados das barras selecionadas para projeto, procede-se a verificação da eficiência
(E) através da equação 04, onde a é o espaço entre barras e t a espessura das barras. A área útil
(Au), é calculada através da equação 05, que utiliza a vazão máxima (Qmáx) e uma velocidade (V)
do líquido aproximando-se do canal com valores entre 0,3 m/s e 0,6m/s, conforme sugere Metcalf
e Eddy (2013). Calculados a eficiência (E) e a área útil (Au), pode-se calcular a área total (At)
através da equação 06 e a largura do canal (b) através da equação 07.
𝑎
𝐸: 𝑎+𝑡 Eq. (04)
𝑄𝑚á𝑥
𝐴𝑢 : = [𝑚2 ] Eq. (05)
𝑉
𝐴𝑢
𝐴𝑡 : = [𝑚2 ] Eq. (06)
𝐸
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𝐴𝑡
𝑏: 𝐻 = [𝑚] Eq. (07)
𝑚á𝑥
𝑉 2 −𝑣 2
ℎ𝑓 : 1,43. 2𝑔 = [𝑚] Eq. (08)
𝑚
𝑉: 2 . 𝑉˳ = [ 𝑠 ] Eq. (09)
𝑚
𝑣: 𝑉˳ . 𝐸 = [ ] Eq. (10)
𝑠
ℎ𝑣
𝑥: 𝑠𝑒𝑛 𝛳° = [𝑚] Eq. (11)
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𝑏
𝑛: 𝑡+𝑎 = [𝑢𝑛𝑖𝑑] Eq. (13)
3.4.1.1 Desarenador
Qmáx
𝑏: ℎ = [𝑚] Eq. (15)
𝑚á𝑥 .𝑉
Qméd 𝑚3
𝐼: = [𝑚2 . 𝑑] Eq. (17)
𝐿. 𝑏
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𝑉
𝐿: √ 𝐻𝑒𝑞 = [𝑚] Eq. (19)
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𝐷𝑝 .𝑉𝑡
𝑃: = [Hp] Eq. (22)
745
O dimensionamento da lagoa anaeróbia pode ser realizado por vários métodos, sendo
escolhido para este trabalho o método sugerido por Von Sperling (2009). Este método utiliza
como dados iniciais de projeto a vazão máxima (Qmáx) afluente, a carga de DBO (C) afluente, e
temperatura mínima média anual (T) do local do estudo. Primeiramente determina-se a taxa de
aplicação volumétrica (Lv), conforme a equação 20, onde Von Sperling (2009) sugere utilizar a
temperatura média do ar no mês mais frio do ano. De posse de Lv, calcula-se o volume requerido
(Lr) na lagoa com a equação 21, a qual relaciona a carga de DBO (C) afluente com a taxa de
aplicação volumétrica (Lv).
𝐷𝐵𝑂
𝐿𝑣 : 0,02. 𝑇 − 0,10 = [𝑘𝑔. . 𝑑] Eq. (23)
𝑚3
𝐶
𝐿𝑟 : 𝐿 = [𝑚3 ] Eq. (24)
𝑣
O tempo de detenção (t), que relaciona o volume requerido (Lr) com a vazão máxima
(Qmáx) afluente, conforme demonstrado na equação 22, tem grande importância para o sistema, já
que este não deve ser no intervalo entre 3,0 a 6,0 dias. Caso esteja fora deste intervalo, a lagoa
poderá ter sua eficiência reduzida, ocorrendo desequilíbrio no processo devido ao acumulo de
ácidos que geram maus odores (VON SPERLING, 2009).
𝐿𝑟
𝑡: 𝑄 = [𝑑𝑖𝑎𝑠] Eq. (25)
𝑚á𝑥
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A área da lagoa (A) é determinada pela equação 23, que divide o volume requerido (L r)
pela profundidade (H) da lagoa. O parâmetro de profundidade (H) da lagoa anaeróbia deve ser
alto, para garantir que a lagoa não funcione como facultativa, porém não exagerado. Von
Sperling (2009) ainda indica que usualmente são adotados valores entre 3,5 m a 5,0 m, evitando
assim altos custos nas escavações.
𝐿
𝐴: 𝐻𝑟 = [𝑚2 ] Eq. (26)
De posse das dimensões da lagoa anaeróbia, pode-se medir a eficiência (E) da remoção da
DBO, a partir da equação 24, a qual tem como variável principal a temperatura mínima média (T)
no mês mais frio do ano. Calculado a eficiência do sistema, verifica-se a concentração de DBO
efluente, através da equação 25. Está concentração de DBO efluente será o afluente da próxima
lagoa. Portanto, a próxima etapa do processo utilizará este dado como base.
𝐸 𝑚𝑔
𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓𝑙 : (1 − ) . 𝑆𝑜 =[ ] Eq. (28)
100 𝑙
Conforme já citado por Von Sperling (2005), as lagoas facultativas necessitam de grandes
áreas para fazer a decomposição da matéria orgânica presente nos esgotos. Frente a este
problema, projetistas lançam mão de alternativas que possam reduzir a área ocupada pelas lagoas.
Uma maneira de se reduzir este volume é utilizar o sistema de lagoa aerada de mistura completa
seguida por lagoa de decantação (VON SPERLING, 2005).
A lagoa aerada tem por característica principal o grande nível de aeração, causando forte
turbulência no líquido, garantindo assim oxigenação e a manutenção dos sólidos em suspenção
no meio líquido. Com a grande mistura que ocorre no seu interior, há uma maior concentração de
bactérias no meio líquido, além de um maior contato entre a matéria orgânica e as bactérias. O
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fato de trazer grande eficiência faz com que o tempo de detenção seja da ordem de 2 a 4 dias
(VON SPERLING, 2009).
Com a eficiência aumentada pela manutenção dos sólidos em suspensão, surgiu outro
problema. A biomassa, que está suspensa no meio líquido, passa a sair da lagoa como efluente.
Assim torna-se necessário que se tenha a jusante uma unidade que permita estes sólidos
sedimentarem-se. Tais unidades são chamadas lagoas de decantação (VON SPERLING, 2009).
O dimensionamento das lagoas aeradas tem como principal critério o tempo de detenção
(t). Von Sperling (2009) sugere adotar períodos entre 2 e 4 dias, evitando assim o possível
aparecimento de algas na lagoa. Outro critério adotado pelo projetista é a profundidade das lagoas
(H), que segundo Von Sperling (2009) é usual adotar entre 2,5 e 4 metros. De posse destes dados
é possível iniciar-se a marcha de cálculos que busca dimensionar o sistema.
𝑉
𝐴: 𝐴 = [𝑚²] Eq. (30)
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Efluentes Hospitalares: uma análise sobre a legislação e análise dimensional do tratamento de efluentes aplicável ao
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concentração de DBO solúvel efluente (S). Com estes dados é possível calcular a concentração de
sólidos em suspensão voláteis (Xv), determinado pela equação 28.
𝑌.(𝑆𝑜 −𝑆)
𝑋𝑣 : = [𝑚𝑔/𝑙] Eq. (31)
1+𝐾𝑑 .𝑡
𝑆
𝑆𝑒𝑠𝑡 : 1+𝐾′𝑜.𝑋 = [𝑚𝑔/𝑙] Eq. (29)
𝑣 .𝑡
𝑅𝑂
𝑃𝑜𝑡: = [𝑘𝑤] Eq. (33)
𝐸𝑂𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜
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𝑃𝑜𝑡 𝑊
𝜙: = [𝑚³] Eq. (34)
𝑉
Para fins de dimensionamento da lagoa de decantação, Von Sperling (2009) sugere definir
a zona de clarificação, a qual é destinada ao líquido. Este dimensionamento inicia com a adoção
do tempo de detenção (t) na lagoa, sendo usualmente utilizado por projetistas tempos maior ou
igual a 1 dia. Conhecido t, é possível determinar-se o volume a ser clarificado (Vclarif), obtido
através da equação 33, que multiplica o tempo de detenção (t) pela vazão (Q). O projetista deve
adotar uma profundidade de clarificação (Hclarif), que o autor sugere ser igual ou maior a 1,5m,
para poder determinar a área requerida (Areq), que se obtém pela equação 34.
𝑉𝑐𝑙𝑎𝑟𝑖𝑓
𝐴: = [𝑚²] Eq. (36)
𝐻𝑐𝑙𝑎𝑟𝑖𝑓
Calculada a área requerida (Areq), deve-se adotar uma profundidade adicional de 1,5 m,
que será utilizada para o armazenamento e digestão do lodo, assim tendo a altura total (H) sendo
formada pela soma de Hclarif com a profundidade adicional de 1,5m. Definido H, pode-se calcular
o volume total (Vtotal), que é obtido pela equação 35. Com o volume conhecido, o projetista
definirá a geometria da lagoa, de acordo com a disponibilidade de área. Finalmente verifica-se o
tempo de detenção final (tf) com a lagoa limpa, dada pela equação 36, que relaciona V total com a
vazão Q. Para tf, Von Sperling (2009) indica que os tempos seja inferiores há 2 dias, evitando
problemas com a proliferação de algas.
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𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑡𝑓 : = [𝑑] Eq. (38)
𝑄
3.4.5 Filtro
Para dimensionamento dos filtros biológicos devem-se coletar os dados de vazão (Q0) e
DBO do efluente (S0) a ser tratado. Nuvolari (2003) ainda traz em seu estudo que se deve admitir
que a DBO solúvel no líquido recirculado (Se) deve estar no intervalo entre 10 a 30mg/l. Já a
DBO aplicada ao filtro (Si), após a mistura do esgoto afluente com o líquido recirculado deverá
ficar na faixa de 50 a 150mg/l. O cálculo da taxa de recirculação (R), determinado pela equação
37, inicia-se com a determinação da vazão de recirculação (Qr), dada pela equação 38. A vazão
de aplicação (Qaplic) é calculada pela soma entre Qr e Q0.
𝑅: 𝑄𝑟 . 𝑄0 Eq. (39)
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Calculado Qaplic , pode-se determinar a área superficial (Asf) do filtro biológico, pela
equação 39, que necessita de uma taxa de aplicação hidráulica (T h), normalmente no intervalo de
10 a 60m³/m²d. Para cálculo da área efetiva total (A fb), deve-se adotar um diâmetro (d) ao filtro,
para aplicação na equação 40. Outro dado a ser adotado pelo projetista é a altura (H) do filtro
entre 1 e 3 metros, que permitira calcular o volume total (Vf) do filtro, que será dado pela
equação 41.
𝑄𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐
𝐴𝑠𝑓 : = [𝑚2 ] Eq. (41)
𝑇ℎ
A radiação UV, produzida por lâmpadas UV especiais, são parecidas com as lâmpadas
fluorescentes. Estas lâmpadas UV produzem a radiação quando um fluxo de elétrons atravessa
vapor de mercúrio ionizado. Na utilização do sistema, devem-se utilizar estabilizadores, que
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Os reatores são divididos em dois tipos: vaso fechado e canal aberto. Nuvolari (2003)
afirma que o tipo vaso fechado é amplamente utilizado devido a exigir pouco espaço, diminuir a
exposição de pessoas a radiação e ainda a instalação não ser complexa. Já o sistema de canal
aberto, onde as lâmpadas ficam expostas, necessita de um adequado controle do nível do líquido,
mantendo as lâmpadas submersas, evitando curto-circuito e ainda passagem do efluente por local
onde as lâmpadas não estejam funcionando (NUVOLARI, 2003; METCALF e EDDY, 2013).
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4 RESULTADOS
Assim, realizou-se visita técnica na ao Hospital da Unimed (HU) na cidade de Ijuí, o qual
possui ETE em funcionamento. Implantado no ano de 2005, o HU conta com 112 leitos divido
em unidades de internação, exames, tratamento intensivo e serviços de quimioterapia.
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Primeiramente quando os efluentes chegam à estação, passam por uma grade que faz a
retenção do material grosseiro. Está grade tem limpeza manual, realizada pelo funcionário
responsável pela operação da ETE. Após o gradeamento o efluente passa pela calha Parshall,
onde é possível verificar a vazão que está chegando à estação. Nas Figuras 16 e 17 estão
demonstrados o gradeamento e o medidor de vazão.
Figura 16: Gradeamento do efluente
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Após a passagem pelo tanque de lodo ativado, o efluente é conduzido por gravidade até
um tanque sedimentador. Neste tanque o efluente passa a por um processo de sedimentação, que
busca retirar o restante dos sólidos em suspensão. Há a formação de lodo no seu interior, que é
reconduzido ao tanque anaeróbio, passando novamente pelos processos anteriores. Ainda na
superfície também forma-se uma pequena porção de escuma no decorrer do processo, a qual é
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O Hospital de Caridade de Três Passos (HCTP) foi fundado em 1945, está localizado na
Rua Mario Totta, 157, na cidade de Três Passos/RS. Atualmente possui 114 leitos, sendo 10 deles
de UTI adulta, e faz atendimentos de baixa e média complexidade pelo SUS, convênios e
particular.
4.2.2 Vazão
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Para o dimensionamento serão utilizados três volumes diferentes, que conforme Von
Sperling (2005), é a vazão máxima, média e mínima. Está separação se dá devido ao consumo de
água e geração de esgoto variar ao longo do dia, da semana e ao longo do ano. Neste estudo será
adotada a vazão fornecida pelo HCTP como sendo a média. Como coeficiente de variação
máxima será utilizado 1,2 e coeficiente de variação mínima será utilizado 0,8. Dessa maneira , a
Figura 26 demonstra a vazão máxima, média e mínima total. Já a Figura 27 mostra a vazão
máxima, média e mínima do efluente doméstico e a Figura 28 traz vazão máxima, média e
mínima referente a lavanderia e cozinha.
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4.2.3 DBO
4.2.4 Gradeamento
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Figura 30: Altura da lâmina líquida máxima, média e mínima - lavanderia e cozinha
Hmáx 0,020 m
Hméd 0,018 m
Hmin 0,015 m
Fonte: autoria própria
hmin: 0,006 m
Fonte: autoria própria
e a área total (At) é 0,0009 m² para o efluente doméstico. Já a largura do canal (b) calculada é
0,14 m para o efluente proveniente da lavanderia e 0,11 m para o efluente doméstico. Após o
dimensionamento do canal, foi realizada a verificação das vazões no canal dimensionado,
buscando descobrir se está dentro do limite de velocidade do canal. As verificações estão
demonstradas nas figuras 35 e 36.
Posterior às verificações, foi realizado cálculo da perda de carga (h f), através da equação
08, o qual resultou em 0,033m para as duas vazões. Foi considerada obstrução máxima da grade
de 50%, V˳ é a velocidade na vazão máxima, onde V foi calculado através da equação 09 e v
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obtido através da equação 10. O comprimento da grade (x), obtido pela equação 11, foi de 0,49 m
para o efluente proveniente da lavanderia e 0,48 m para o efluente doméstico. O hv, calculado
através da equação 12, é 0,35 m, onde D que é o diâmetro da tubulação de chegada do efluente é
0,20 m e a profundidade é 0,10 m. O número de barras, calculado pela equação 13, é 6 unidades
para o efluente proveniente da lavanderia e 4 unidades para o efluente doméstico. O espaçamento
entre as barras, obtido através da equação 14, é de 15 mm. Com objetivo de padronização, pode
ser utilizada as dimensões encontradas na vazão do efluente proveniente da lavanderia. A Figura
37 traz o desenho técnico da grade dimensionada.
4.2.4.1 Desarenador
Seguindo a sequência de cálculos sugerida por Nunes (2001), foi determinando o volume
de equalização (Veq), dado pela equação 15, encontrando-se um volume a ser equalizado de 43,58
m³, obtida da multiplicação vazão média (Qméd) pelo tempo de detenção (t), neste caso
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O tempo de detenção (t), que relaciona o volume requerido (Lr) com a vazão máxima
(Qmáx) afluente, conforme demonstrado na equação 22, é de 1,54 dia. Como está fora do intervalo
entre 3 e 6 dias, a lagoa pode ter sua eficiência reduzida, no entanto Von Sperling (2009) sugere
que o efluente seja distribuído do afluente pelo fundo da lagoa, garantindo contato da biomassa
com o esgoto. Está medida evitará possíveis problemas com odores indesejados.
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A área da lagoa (A) foi determinada pela equação 23, que divide o volume requerido (Lr)
pela profundidade (H) da lagoa, obtendo-se uma área de 16,10 m². O parâmetro de profundidade
(H) da lagoa anaeróbia utilizado foi de 5 metros, para garantir que a lagoa não funcione como
facultativa, estado dentro do intervalo entre 3,5 m a 5,0 m sugerido por Von Sperling (2009).
Calculada a área da lagoa (A), pode-se então adotar a geometria da lagoa. A profundidade
da lagoa (H) será de 5 metros, enquanto a largura (a) de 4 metros e o comprimento (b) de 4,10
metros, formando assim uma lagoa com área efetiva de 16,40 m².
De posse das dimensões da lagoa anaeróbia, pode-se medir a eficiência (E) da remoção da
DBO, a partir da equação 24, a qual é de 48%. Calculado a eficiência do sistema, verificou-se a
concentração de DBO efluente, através da equação 25, obtendo-se aproximadamente 144,14 mg/l
Está concentração de DBO efluente será o afluente da próxima lagoa. Portanto, a próxima etapa
utilizará este dado como base. A Figura 42 demonstra o modelo esquemático da lagoa anaeróbia
e a Figura 43 o corte esquemático da lagoa anaeróbia.
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Inicialmente foi determinado o volume requerido (V) de aproximadamente 105 m³, obtido
através da equação 26, que multiplica o tempo de detenção (t) pela vazão máxima (Q) diária de
efluente. Conhecido o volume requerido (V), adotou-se a equação 27 para determinação da área
requerida (A) pela lagoa, obtendo-se uma área de aproximadamente 30 m². A partir da área
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requerida (A), definiu-se a geometria da lagoa, sendo escolhida a dimensão de 5,50 metros de
comprimento por 5,50 metros de largura, tendo uma área efetiva de 30,25 m².
𝑌.(𝑆𝑜 −𝑆)
𝑋𝑣 : = [𝑚𝑔/𝑙] Eq. (31)
1+𝐾𝑑 .𝑡
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(100−𝐸)
𝑆𝑆𝑉𝑒 : . 𝑋𝑣 = [𝑚𝑔/𝑙] Eq. (37)
100
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Calculada a área requerida (Areq), adotou-se uma profundidade adicional de 1,5 m, que
será utilizada para o armazenamento e digestão do lodo, assim tendo a altura total (H) de 3m,
formada pela soma de Hclarif com a profundidade adicional de 1,5m. Definido H, calculou-se o
volume total (Vtotal) de 104,6m³ na lagoa, que é obtido pela equação 35. Com o volume
conhecido, definiu-se a geometria da lagoa, optando-se por uma lagoa de 6m de largura por 6 m
de comprimento. Finalmente verificou-se o tempo de detenção final (t f) de 2 dias, dada pela
equação 36, que relaciona Vtotal com a vazão Q. O tf determinado respeita a recomendação de Von
Sperling (2009), que sugere tempos inferiores há 2 dias, evitando problemas com a proliferação
de algas. A Figura 47 e 48 demonstra modelo e corte esquemáticos da lagoa de decantação.
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O filtro biológico adotado para a ETE analisada será com enchimento de pedra britada de
n°4 devido à facilidade de ser encontrado na região.
O dimensionamento do filtro biológico iniciou-se à partir da vazão Q0: 52,29 m³/d e S0:
57,64 mg/l . Admitiu-se que a DBO solúvel no líquido recirculado (Se) é 10mg/l, respeitando o
intervalo entre 10 a 30 mg/l sugerido por Nuvolari (2003). Já a DBO aplicada ao filtro (Si),
adotou-se 50 mg/l, também respeitando o intervalo determinado pelo autor. O cálculo da taxa de
recirculação (R), determinado pela equação 37, obteve como resultado 0,19, que usou a vazão de
recirculação (Qr) de 9,98 m³/d, dada pela equação 38. A vazão de aplicação (Qaplic) é calculada
pela soma entre Qr e Q0 obteve o resultado de 62,27 m³/d.
Calculado Qaplic , determinou-se a área superficial (Asf) do filtro biológico de 1,78 m², pela
equação 39, onde se adotou uma taxa de aplicação hidráulica (Th) de 35 m³/d, dentro do intervalo
de 10 a 60 m³/m²d. A área efetiva total (Afb) é de 2,10 m², após adotar-se um diâmetro (d) de
0,8m ao filtro. Outro dado a ser adotado é a altura (H) de 2 m, que permitiu calcular o volume
total (Vf) do filtro de 4,02 m³, dado pela equação 41. Nas Figuras 49 e 50 está demonstrada a
modelo e o corte esquemáticos do filtro.
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Para fins de lançamento o efluente deve atingir o padrão determinado pela legislação
vigente. Estes padrões foram expressos na Figura 6, de acordo com a resolução do CONSEMA
n° 128/2006, a qual demonstra padrões de DBO, DQO e SS que devem ser obedecidos. Na
Figura 51 está demonstrada a comparação entre o a DBO requerida pela resolução com a DBO
que deverá ser obtida pelo tratamento. Na figura 52 é feita uma comparação entre o SS que a
legislação exige e o SS que é obtido com os níveis de tratamento propostos.
DBO5 DBO5
Faixa de vazão (m3/d) (mgO2/L) (mgO2/L)
Requerido Tratado
20 ≤ Q < 100 150 57,64
Fonte: Resolução CONSEMA nº 128/2006
SS (mg/L) SS (mg/L)
Faixa de vazão (m3/d)
Requerido Tratado
20 ≤ Q < 100 155 7,56
Fonte: Resolução CONSEMA nº 128/2006
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5 CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou realizar uma análise dimensional visando adequar o efluente
produzido no Hospital de Caridade de Três Passos/RS para lançamento em corpo receptor. Para
tanto, foi necessário conhecer a legislação que rege o tratamento de efluentes, bem como uma
estação de tratamento de efluentes.
O tratamento dos efluentes ocorre seguindo uma sequência de processos, iniciando por
uma etapa preliminar, posteriormente uma etapa primária, outra secundária e em casos que se
necessite atingir algum padrão especial o efluente passa pela etapa terciária.
Para realizar a análise dimensional foi necessário conhecer a DBO 5 do efluente hospitalar.
Uma amostra do efluente foi analisada pela Central Analítica da UNIJUI, apontando uma DBO5
de 277,19 mg/L. Outro dado de extrema importância para o trabalho foi à vazão de 52,29 m³/d,
está fornecida pela equipe de manutenção do hospital.
A ETE dimensionada para o HCTP receberá o esgoto para o tratamento preliminar que
passará por um gradeamento, buscando reter os sólidos presentes. Posteriormente o líquido passa
pelo medidor de vazão do tipo Parshall e na sequência o tratamento primário composto por um
desarenador, que objetiva sedimentar areia e minerais sedimentáveis.
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desinfecção por radiação UV, compondo a etapa do tratamento terciário, que fará a inativação de
microrganismos ainda presentes no líquido.
Como sugestão a trabalhos futuros podemos sugerir alguns tópicos que não foram
contemplados neste trabalho como o dimensionamento das bombas necessárias ao recalque do
efluente no tanque de equalização a lagoa anaeróbia; o dimensionamento da tubulação de ligação
entre os tanques e ainda a determinação da dosagem de radiação UV através de uma análise
bacteriológica do efluente do local.
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REFERÊNCIAS
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e um de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de
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TEIXEIRA, J. C.; OLIVEIRA, G. S. de; VIALI, A. de M.; MUNIZ, S. S. Estudo do impacto das
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