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DIREITO CIVIL
Contratos
Dicler Ferreira
Sumário
Contratos – Parte Geral...................................................................................................3
1. Introdução...................................................................................................................3
2. Princípios Contratuais..................................................................................................4
3. Classificação dos Contratos........................................................................................9
4. Formação e Lugar dos Contratos.............................................................................. 16
5. Estipulação em Favor de Terceiro............................................................................. 20
6. Promessa de Fato de Terceiro................................................................................... 21
7. Vícios Redibitórios..................................................................................................... 21
8. Evicção......................................................................................................................24
9. Contrato com Pessoa a Declarar............................................................................... 27
10. Extinção e Rescisão Contratual............................................................................... 28
Questões de Concurso...................................................................................................34
Gabarito........................................................................................................................44
Gabarito Comentado. .....................................................................................................45
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Contratos
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1. Introdução
Hoje estudaremos a parte geral inerente aos contratos. Ou seja, as regras que são aplica-
das a todas as modalidades contratuais. No Código Civil o assunto está sendo tratado nos
art. 421 ao 480.
Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito correspondido
pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela segurança jurídica em seu
equilíbrio social, ou seja, é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. É o acordo de vontades,
capaz de criar, modificar ou extinguir direitos.
As cláusulas contratuais criam lei entre as partes, porém são subordinados ao Direito Po-
sitivo. As cláusulas contratuais não podem estar em desconformidade com o Direito Positivo,
sob pena de serem nulas.
No Brasil, cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser invalidadas pelo
juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Trata-se da cláusula geral rebus sic stantibus
(ou revisão judicial dos contratos), que objetiva flexibilizar o princípio da pacta sunt servanda
(força obrigatória dos contratos), preponderando, assim, a vontade contratual atendendo à
Teoria da Vontade.
A cláusula geral rebus sic stantibus especifica que as partes de um contrato devem con-
siderar a situação de fato existente no momento de sua celebração, podendo assim invocá-la
como forma de rompimento caso mudanças substanciais ocorram de forma extraordinária e
imprevisíveis, que modificam o equilíbrio do acordo trazendo desvantagem a uma das partes.
A expressão rebus sic stantibus pode ser traduzida como “estando assim as coisas”.
Voltaremos a este assunto ainda nesta aula.
Quanto ao princípio da pacta sunt servanda, também o veremos mais adiante.
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Contratos
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Ou seja, você pode percebder que esta aula será cheia de novidades. Sendo assim, pegue
aquela sua disposição extra que estava escondida e vamos em frente.
2. Princípios Contratuais
• Princípio da autonomia de vontade: representa a liberdade das partes estipulando o
que lhes convier. Ou seja, as partes possuem a liberdade de escolher o tipo de contra-
to, de escolher a pessoa com quem se irá contratar, de celebrar ou não o contrato e de
escolher o conteúdo do contrato, sem haver interferência estatal.
Podemos perceber que tal princípio está consubstanciado na primeira parte do art. 421
do CC.
Devo ressaltar que a publicação do edital do concurso ocorreu após a conversão da MP
n. 881/2019 na Lei n. 13.874/2019 que alterou alguns artigos do Código Civil. Sendo assim,
penso ser prudente destacar as alterações que ela promoveu.
REDAÇÃO ANTIGA
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
REDAÇÃO NOVA
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima
e a excepcionalidade da revisão contratual.
Veremos também que tal princípio é limitado. Um exemplo de limite está no art. 426 do CC
ao proibir a herança de pessoa viva como objeto de contrato.
A doutrina denomina “pacto de corvina” o contrato que tem como objeto a herança de pes-
soa viva.
Além disso, a Lei n. 13.874/2019 também inseriu o art. 421-A no CC:
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Contratos
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I – as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláu-
sulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
II – a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e
III – a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.
Art. 2.035. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pú-
blica, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e
dos contratos.
Atualmente a intervenção do Estado na vida contratual é tão intensa que pode ser fa-
cilmente notada em vários setores (ex.: telecomunicações, consórcios, seguros, sistema fi-
nanceiro etc.) que se configura um dirigismo contratual. Ou seja, apesar das pessoas terem
liberdade para contratar, devem observar as normas (ex.: Código de Defesa do Consumidor,
Lei do Inquilinato, Lei da Usura etc.) imperativas (que ordenam algum ato) e proibitivas (que
vedam algum ato) impostas pelo Estado.
• Princípio do consensualismo: tal conceito decorre da moderna concepção de que o con-
trato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da
coisa.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes
acordarem no objeto e no preço.
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Contratos
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Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela,
da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
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Nessa medida, a função social do contrato somente estará cumprida quando a sua fina-
lidade — distribuição de riquezas — for atingida de forma justa, ou seja, quando o contrato
representar uma fonte de equilíbrio social.
• Princípio da boa-fé (art. 422 do CC): este conceito exige que as partes se comportem de
forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cum-
primento do contrato. Pode ser dividido em duas partes: boa-fé subjetiva (concepção
psicológica) e boa-fé objetiva (concepção ética).
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Apesar do art. 422 do CC mencionar que o princípio da boa-fé deve ser observado durante
a conclusão do contrato e na sua execução. A doutrina entende que deve haver uma extensão
do princípio para as fases pré-contratual e pós-contratual. Esse é o entendimento obtido por
meio do Enunciado n. 25 da I Jornada de Direito Civil:
Enunciado n. 25
O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé
nas fases pré-contratual e pós-contratual.
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A máxima do Direito Romano ainda vigente no Direito Brasileiro “nemo potest venire contra
factum proprium” significa que ninguém pode se opor ao fato a que ele próprio deu causa.
Um dos grandes efeitos do princípio da boa-fé objetiva se traduz na proibição de que uma
parte se comporte de forma contraditória aos seus próprios atos anteriores. Ou seja, não é
lícito uma pessoa fazer valer um direito se contrapondo a uma conduta anterior interpretada
objetivamente segundo a lei, segundo os bons costumes e a boa-fé.
Para exemplificar, temos o contrato de prestações periódicas com o pagamento sendo
feito, reiteradamente, em outro lugar, conforme o art. 330 do CC.
Art. 330 do CC - O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor
relativamente ao previsto no contrato.
Enunciado n. 362
A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na
proteção da confiança, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil.
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posição jurídica, não pode exigir do outro o cumprimento do preceito que ele próprio já des-
cumprira. Ou seja, o tu quoque veda que alguém faça contra o outro o que não faria contra si
mesmo.
Veja o esquema para facilitar:
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exigir o cumprimento do outro. O nome provém do grego antigo synallagma, que significa
“acordo mútuo”.
Exemplo:
Na compra de um produto, o contratante (consumidor) e o contratado (vendedor) combinam
de acertar a quantia em dinheiro somente no término do serviço do contratado (entrega do
produto); o contratado só pode cobrar após entregar o produto e o contratante só o paga ao
receber o objeto negociado.
Os contratos plurilaterais são aqueles que possuem mais de duas partes contratantes,
como nos contratos de consórcio e de sociedade.
• Contratos onerosos e gratuitos: os contratos onerosos, são aqueles que as duas partes
auferem vantagens – sendo estes bilaterais - como exemplo, a locação de um imóvel; o
locatário paga ao locador para poder usar o bem, e o locador entrega o que lhe pertence
para receber o pagamento.
Nos contratos gratuitos, somente uma das partes obtém proveito, como na doação pura.
Em regra os contratos gratuitos também são unilaterais e os contratos onerosos também
são bilaterais.
• Contratos comutativos e aleatórios: o contrato comutativo é o que, uma das partes,
além de receber prestação equivalente a sua, pode apreciar imediatamente essa equiva-
lência, como ocorre na compra e venda. Ou seja, há prestação e contraprestação certas.
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não
virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe
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foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado
venha a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de
virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que
de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à
esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o
preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assu-
mido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não
existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa
pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no
contrato se considerava exposta a coisa.
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Para exemplificar, estudaremos na próxima aula que a compra e venda é consensual, por
outro lado o depósito e o mútuo são reais.
Contratos nominados (típicos) e inominados (atípicos): contratos nominados ou típicos são
os regulamentados por lei. Alguns dos regidos pelo Código Civil são: compra e venda, troca,
doação, locação, empréstimo, depósito, mandato, gestão, edição, representação dramática,
sociedade, parceria rural, constituição de renda, seguro, jogo e aposta, e fiança. Os contratos
inominados ou atípicos (art. 425 do CC) são contrários aos nominados, não necessitando de
uma ação legal, pois estes não estão definidos em lei, precisando apenas do conceito básico
inerente aos contratos (ex.: que as partes sejam livres, que os produtos sejam lícitos etc.).
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
É muito comum o examinador afirmar nas questões de prova que não se pode celebrar
contratos atípicos, mas tal afirmativa está errada. Os contratos atípicos são permitidos, desde
que sejam observadas as regras gerais inerente aos contratos.
• Contratos solenes (formais) e não solenes: contratos solenes são os que necessitam de
formalidades nas execuções após ser concordado por ambas as partes, dando a elas segu-
rança e algumas formalidades da lei, como na compra de um imóvel, sendo necessário um
registro em cartório para que este seja válido. Os contratos não solenes são aqueles que
não precisam dessas formalidades, necessitando apenas da aceitação de ambas as partes.
• Contratos principais e acessórios: os contratos principais são os que existem por si
só, sendo independente de outros. Os contratos acessórios são emendas do contrato
principal, sendo que estes necessitam do outro para existirem.
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Contratos
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Como exemplo temos o contrato de locação como principal e o contrato de fiança como
acessório.
• Contratos paritários ou por adesão: os contratos paritários, são os que realmente são
negociados pelas partes, discutindo e montando-o dentro das formalidades da lei. Ou
seja, há possibilidade de se negociar as cláusulas contratuais.
Já os contratos de adesão, se caracterizam por serem prontos por uma das partes e acei-
tos pelas outras, sendo um pouco inflexíveis por excluir o debate ou discussão de seus ter-
mos. Um exemplo comum é o contrato que você assina quando contrata uma operadora de
telefone móvel. VIVO, OI, TIM, CLARO, dentre outras, entregam ao cliente um contrato prescri-
to.
Os artigos 423 e 424 do CC tratam do contrato de adesão.
REDAÇÃO ANTIGA
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á
adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
REDAÇÃO NOVA
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas que gerem dúvida quanto à sua interpretação,
será adotada a mais favorável ao aderente. (Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Parágrafo único. Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, exceto se houver disposição
específica em lei, a dúvida na interpretação beneficia a parte que não redigiu a cláusula controver-
tida. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Imagine que você vá a uma empresa de telefonia e assine com ela um contrato de presta-
ção de serviços. Como a empresa irá propor o contrato e você será o aderente, caso haja al-
guma cláusula do contrato que gere dúvida quanto à sua interpretação, a interpretação deverá
ser favorável a você.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do
aderente a direito resultante da natureza do negócio.
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Nos moldes desta situação, imagine que o contrato de fiança seja de adesão (sem possi-
bilidade de discutir as cláusulas) e uma das cláusulas estipule que o fiador renuncia ao bene-
fício de ordem e, por isso, a dívida possa ser cobrada diretamente dele.
Através do art. 424 do CC conclui-se que a cláusula ora mencionada é nula, pois está es-
tipulando uma renúncia antecipada a um direito resultante do contrato de fiança.
Perceba que apenas a cláusula será nula, mas o restante do contrato será válido.
• Contratos de execução instantânea, diferida e continuada: tal classificação leva em
consideração o momento em que os contratos devem ser cumpridos.
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Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais
ao contrato a ser celebrado.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente,
e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exi-
gir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
De acordo com o art. 463 do CC, o contrato preliminar dá aos contratantes o direito de exi-
gir o contrato definitivo.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadim-
plente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da
obrigação.
Por meio do art. 464 do CC, é possível que um contrato preliminar adquira, através de sen-
tença judicial, força de contrato definitivo.
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo
desfeito, e pedir perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito,
deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assi-
nado pelo devedor.
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O contrato preliminar unilateral ou de opção é aquele onde apenas uma das partes é obri-
gada a celebrar o contrato definitivo, ao passo que a outra o celebra se quiser. Dessa forma,
a parte obrigada deve manifestar prazo para a outra parte se manifestar. Decorrido esse prazo
o bem poderá ser alienado a terceiros.
Muita gente me pergunta como decorar isso. O método que eu uso é bem simples: conso-
ante (P) de Proponente combina com consoante (P) de Policitante, ao passo que vogal (A) de
aceitante, combina com vogal (O) de Oblato.
Os contratos reais formam-se com a entrega da coisa e os contratos formais, com a re-
alização da solenidade ou do instrumento próprio. Tratam-se das exceções ao princípio do
consensualismo.
São fases da formação dos contratos:
• Negociações preliminares: são conversações anteriores à proposta que visam preparar
as bases do futuro contrato;
• Proposta ou policitação ou oferta: é a declaração de vontade dirigida a alguém com
quem se quer contratar, contendo todas as cláusulas essenciais do negócio. Pode ser
de dois tipos: entre presentes e entre ausentes;
− PROPOSTA ENTRE PRESENTES: é aquela em que há possibilidade de aceitação ime-
diata, ou seja, há um contrato com declaração consecutiva, independente dos contra-
tantes estarem em um mesmo espaço físico. Como exemplo temos duas pessoas
contratando pelo telefone, uma em Porto Alegre-RS e outra em Belém-PA.
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Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova
proposta.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente
a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Pelo art. 432 do CC, o silêncio (falta de resposta), em regra, não configura uma aceitação
tácita, ou seja, a aceitação deve ser expressa; entretanto, temos duas exceções:
• quando se tratar de negócios em que não se costuma exigir a aceitação expressa (ex.:
um fornecedor costuma enviar os seus produtos a um determinado comerciante que
lhe paga em época oportuna, sem confirmar os pedidos e acarretando uma praxe co-
mercial. Caso o comerciante queira interromper este ciclo, deverá avisar ao fornecedor
a recusa); e
• quando o proponente a tiver dispensado.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a
retratação do aceitante.
Da mesma forma que o proponente (art. 428, IV, do CC), o aceitante também pode se re-
tratar da aceitação quando o contrato for celebrado entre ausentes, desde que a retratação
chegue antes ou junto com a aceitação.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
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O art. 434 do CC levanta uma polêmica dentro da formação dos contratos. Tal polêmi-
ca decorre da seguinte pergunta:
Quando que se considera formado o contrato entre ausentes, no momento em que
a aceitação é expedida, ou quando a aceitação chega ao conhecimento do proponente?
Fundamentalmente, a doutrina criou duas teorias explicativas a respeito da formação
do contrato entre ausentes.
• Teoria da cognição: para os adeptos dessa linha de pensamento, o contrato entre
ausentes somente se consideraria formado, quando a resposta do aceitante che-
gasse ao conhecimento do proponente.
• Teoria da agnição: dispensa-se que a resposta chegue ao conhecimento do propo-
nente. Subdivide-se em:
− Subteoria da declaração: o contrato se formaria no momento em que o aceitante
ou oblato redige ou datilografa a sua resposta. Peca por ser extremamente inse-
gura, dada a dificuldade em se precisar o instante da resposta.
− Subteoria da expedição: considera formado o contrato, no momento em que a
resposta é expedida.
− Subteoria da recepção: reputa celebrado o negócio no instante em que o propo-
nente recebe a resposta. Dispensa, como vimos, que leia a mesma. Trata-se de
uma subteoria mais segura do que as demais, pois a sua comprovação é menos
dificultosa, podendo ser provada, por exemplo, por meio do A.R. (aviso de recebi-
mento), nas correspondências.
Mas, afinal, qual seria a teoria adotada pelo nosso direito positivo?
No Direito brasileiro, a grande parte da doutrina entende que se deve aplicar a Sub-
teoria da expedição e uma parte pequena sustenta que se deve aplicar a subteoria da
recepção.
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Para efeitos de concurso público, sugiro adotar a Subteoria da expedição, pois é a que está
consagrada no art. 434, caput, do CC.
Em todas as fases citadas (negociações preliminares, proposta e aceitação) deve ser ob-
servado o princípio da boa-fé objetiva.
Por meio da estipulação em favor de terceiro uma parte contratante convenciona com o
devedor que o a vantagem resultante do contrato beneficiará um terceiro, alheio à relação jurí-
dica-base. Tal instituto constitui uma exceção ao princípio da relatividade dos contratos.
Como exemplo temos o seguro de vida onde o estipulante (segurado) convenciona com
um promitente (seguradora) uma vantagem em favor de terceiro (beneficiário).
Os arts. 436 a 438 do CC tratam do assunto.
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Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-
-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o
inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a
execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, in-
dependentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última von-
tade.
É possível que uma pessoa se comprometa para que terceiro pratique um determinado ato.
É o que ocorre com um empresário de um artista famoso que se compromete em nome do
renomado artista na realização de um show.
Se o show não se realizar, desde que não haja caso fortuito ou força maior, como regra,
responde o empresário por perdas e danos.
O assunto é tratado nos arts. 439 e 440 do CC.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o
não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, depen-
dendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização,
de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se
ter obrigado, faltar à prestação.
7. Vícios Redibitórios
São denominados vícios redibitórios os defeitos ocultos e de certa gravidade de uma coi-
sa que a tornem imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminuam o valor, como, por exem-
plo, os defeitos de uma máquina ou a doença de um cavalo, que o comprador normalmente
não poderia ter percebido no momento da compra.
Os arts. 441 a 446 do CC tratam de disciplinar o assunto.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defei-
tos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
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Contratos
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Através do art. 441 do CC, percebe-se que só pode haver vício redibitório quando se tratar
de contrato comutativo ou doações onerosas. Ou seja, é necessária a contraprestação, não se
configurando o vício redibitório em contrato gratuito. Aqui vale o ditado que “cavalo dado não
se olha os dentes”.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar aba-
timento no preço.
Percebe-se que duas situações podem ocorrer quando se configurar um vício redibitório:
• Rescisão contratual: através da ação redibitória o prejudicado pode rescindir o contrato
e exigir a devolução da importância paga.
• Abatimento no preço: através de uma ação estimatória (quanti minoris) pode apenas
pedir um abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas
e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Conforme foi estudado na aula de obrigações, quando há culpa do devedor, surge a possi-
bilidade de indenização por perdas e danos. Em se tratando de vício redibitório, é a má-fé em
omitir o vício ou defeito oculto que acarreta a indenização por perdas e danos.
Veja a tabela a seguir:
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Contratos
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Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário,
se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Aplicando o exemplo do cavalo com doença ao art. 444 do CC, caberá ao adquirente provar
que o vírus da doença que vitimou o animal já se encontrava encubado no momento da entrega
do animal.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trin-
ta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na
posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do
momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de
bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabele-
cidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo
antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
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Contratos
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8. Evicção
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
A evicção só pode ocorrer em contratos onerosos, não sendo admitida em contrato gratui-
to. Dessa forma, não há que se falar em evicção nos contratos de doação simples e comodato
(empréstimo gratuito de bens infungíveis).
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Contratos
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Analisando o final do art. 447 do CC, percebemos que a responsabilidade pela evicção
subsiste ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Dessa forma, se uma
pessoa arrematar um determinado bem móvel em um leilão, ou bem imóvel em uma praça, e,
após a arrematação e expedição da carta (comprobatória de seu direito) vier a ser demandada
numa ação reivindicatória e sucumbir, então poderá exercer o seu direito de regresso contra o
devedor, de cujo patrimônio se originou o bem levado à hasta.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade
pela evicção.
Desta forma, se uma pessoa, agindo de boa-fé, adquirir um bem e depois o perder para o
real proprietário, então, via de regra, poderá cobrar indenização do alienante. Entretanto, essa
responsabilidade do alienante pela evicção poderá ser reforçada (ex.: indenização de 150% do
valor pago), diminuída (ex.: indenização de apenas 50% do valor pago) ou excluída (isenta a
responsabilidade do alienante), nos termos do art. 448 do CC.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito
o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele
informado, não o assumiu.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço
ou das quantias que pagou:
I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da
evicção;
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Contratos
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O dispositivo cuida da evicção total sofrida pelo adquirente, que teve a perda ou o desapos-
samento da coisa de forma absoluta e estabelece os direitos do evicto.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada,
exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a
indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Caso o evicto já tenha sido compensado pelas deteriorações, então o alienante poderá
deduzir o valor dessas vantagens da quantia que teria de restituir-lhe.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas
pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante,
o valor delas será levado em conta na restituição devida.
As benfeitorias são obras realizadas pelo homem na estrutura da coisa principal com a
intenção de conservação, melhoramento ou embelezamento. Estudamos que elas podem ser
necessárias, úteis ou voluptuárias na aula 2, entretanto os arts. 453 e 454 do CC tratam apenas
das necessárias e úteis.
Desta forma, imagine no exemplo gráfico dado que antes de B sofrer a evicção ele tivesse
realizado benfeitorias necessárias ou úteis na casa. Neste caso, se C (evictor) não indenizar B
(evicto) pelas benfeitorias, então a responsabilidade recai sobre A (alienante).
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do con-
trato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável,
caberá somente direito a indenização.
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Contratos
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A evicção pode ser de dois tipos: total (perda de todo o bem) ou parcial (perda de parte
do bem).
Em caso de evicção parcial (ex.: reivindicação de parte de um terreno adquirido) temos
duas possibilidades: a evicção parcial ser considerável ou não considerável, nos termos do
art. 455 do CC.
A tabela a seguir ilustra as consequências da evicção parcial:
Direitos do evicto:
• rescisão do contrato; ou
CONSIDERÁVEL
EVICÇÃO • restituição de parte do preço correspondente ao
PARCIAL desfalque sofrido.
Direito do evicto:
NÃO CONSIDERÁVEL
• indenização.
Pode alguém firmar um contrato estipulando, porém, que outra pessoa, a ser indicada, as-
sumirá os direitos e obrigações decorrentes, em cinco dias ou no prazo acordado. É o que se
conclui analisando os arts. 467 e 468 do CC.
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de
indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do
contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma for-
ma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos
e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
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Contratos
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Conclui-se que o contrato valerá apenas entre os contratantes originários se não for feita
O contrato extingue-se através de duas formas: a forma normal ocorre com o seu cumpri-
mento; já a forma anormal ocorre sem que as obrigações tenham sido cumpridas.
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Contratos
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Nos arts. 472 a 480 do CC (reproduzidos após a tabela a seguir) temos disposições legais
relativas às causas supervenientes anormais de extinção do contrato.
Inicialmente faz-se necessário distinguirmos as diferenças entre os termos rescisão, resili-
ção e resolução. A tabela a seguir mostra que a rescisão (que é o gênero) possui as seguintes
espécies: resolução (extinção do contrato por descumprimento do devedor, podendo ser com
culpa ou sem culpa) e resilição (dissolução por vontade bilateral – também chamada de dis-
trato - ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo reconheci-
mento de um direito potestativo).
RESCISÃO
RESILIÇÃO RESOLUÇÃO
Ocorre quando há o desfazimento de um con-
Ocorre quando houver um inadimplemento, ou seja,
trato por simples manifestação de vontade de
quando uma das partes não cumprir o contrato.
uma ou de ambas as partes.
Não interessa mais o vínculo contratual. Ainda interessa o vínculo contratual.
A resolução pode decorrer de uma cláusula expressa ou
A resilição pode ser de dois tipos:
tácita (art. 474 do CC).
• Bilateral: é o distrato (art. 472 do CC), que
• Cláusula expressa: normalmente, os contratos trazem
deve ser celebrado através da mesma forma do
uma cláusula resolutiva expressa dizendo que se não
contrato original.
for cumprido algo determinado o contrato se resolve.
• Unilateral (art. 473 do CC): é a denúncia que
Ou seja, o descumprimento provocará uma resolução
deve ser notificada para a outra parte.
imediata.
Aplica-se, especialmente, a contratos de ativi-
• Tácita: sem a cláusula resolutiva, o inadimplemento
dades ou serviços por tempo indeterminado.
demanda uma notificação para a resolução.
Ex: terminar um contrato de linha de celular ou Ex: alugar um apartamento e não pagar as parcelas de
de canal por assinatura. aluguel.
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Contratos
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Imagine que uma pessoa compre um apartamento para pagar em 120 prestações e que,
após pagar a 115ª, não consegue quitar as demais por ter sido demitida do trabalho. Você
acha justo a resolução unilateral do contrato por parte da construtora? Pois é, faltavam apenas
5 parcelas.
Dessa forma, a teoria do adimplemento substancial tem sido reconhecida, pela doutrina,
como impedimento à resolução unilateral do contrato. Sustenta-se que a hipótese de resolu-
ção contratual por inadimplemento haverá de ceder diante do pressuposto do atendimento
quase integral das obrigações pactuadas, ou seja, do descumprimento insignificante da aven-
ça, não se afigurando razoável a sua extinção como resposta jurídica à preservação e à função
social do contrato.
A jurisprudência vem reconhecendo que o contrato substancialmente adimplido não pode
ser resolvido unilateralmente. O STJ proclamou que “o adimplemento substancial do contrato
pelo devedor não autoriza ao credor a propositura de ação para extinção do contrato, salvo se
demonstrada a perda do interesse na continuidade da execução”.
Outro assunto muito cobrado em prova de concurso é a exceção do contrato não cumprido
(exceptio non adimpleti contractus) que é um meio de defesa pelo qual a parte demandada
pela execução de um contrato pode arguir que deixou de cumpri-lo pelo fato da outra ainda não
ter satisfeito a prestação correspondente. Vide arts. 476 e 477 do CC.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro.
Diante disso, imagine que você contrate um pintor para pintar a sua casa e que fique con-
vencionado o pagamento da metade no início do serviço e a outra metade ao final do serviço.
Se o pintor pedir a metade restante no meio da pintura, sem ter cumprido com a sua parte, você
em sua defesa, para não pagar a 2a metade, alega a exceção do contrato não cumprido.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em
seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode
a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.
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Contratos
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Caso o contrato seja celebrado, mas haja fundado receio de seu futuro descumprimento,
por força da diminuição posterior do patrimônio da parte contrária, é preciso que se faça algo
para resguardar o interesse dos contratantes.
Ou seja, o art. 477 do CC representa uma forma de proteção aos interesses daquele que,
por força da relação obrigacional, deve cumprir a prestação antes da parte contrária que teve
o patrimônio diminuído.
O tema do quadro a seguir costuma ser abordado em provas:
Para finalizar a parte teórica de hoje vamos abordar a Teoria da Imprevisão, consagrada
nos art. 478 a 480 do CC.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen-
tença que a decretar retroagirão à data da citação.
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Contratos
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Conclui-se que está implícito na teoria da imprevisão a cláusula rebus sic stantibus (“en-
quanto as coisas ficarem como estão”) que defende a permanência do equilíbrio contratual
durante todo o período em que for celebrado.
Um exemplo seria o caso do empreiteiro com dificuldades de concluir a obra contratada,
em razão de uma alta exagerada e imprevisível do custo dos materiais.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condi-
ções do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que
a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade ex-
cessiva.
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Contratos
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Para a formação de contrato entre au-
sentes, a regra adotada pela legislação em vigor é a da teoria da recepção, segundo a qual se
considera celebrado o negócio jurídico no instante em que o proponente recebe a resposta do
aceitante.
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Contratos
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mesmo nessa situação, o evicto terá direito a receber o preço que pagou pela coisa per-
dida se desconhecia o risco efetivo de evicção à época do contrato.
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d) A referida teoria não pode ser utilizada pelo devedor quando se tratar de evento que afete
contrato unilateral pelo qual ele assumiu obrigações.
e) A teoria da imprevisão pode dar causa à redução da prestação da parte prejudicada pelo
acontecimento, mas não pode ser utilizada para modificar as condições do contrato.
(CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Com relação ao direito
dos contratos, julgue o item a seguir.
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Contratos
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de receber integralmente o que lhe tiver sido prometido, desde que não aja com dolo ou culpa,
ainda que nada do que tiver sido pactuado venha a existir. Essa hipótese descreve
a) promessa de fato de terceiro.
b) estipulação em favor de terceiro.
c) contrato com pessoa a declarar.
d) evicção.
e) contrato aleatório.
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GABARITO
1. E 28. E
2. E 29. C
3. C 30. E
4. a 31. C
5. c 32. C
6. b 33. C
7. d 34. e
8. C 35. C
9. C 36. C
10. e 37. E
11. c 38. E
12. C 39. C
13. C 40. E
14. C
15. C
16. e
17. c
18. C
19. C
20. c
21. C
22. C
23. C
24. C
25. E
26. C
27. E
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Para a formação de contrato entre au-
sentes, a regra adotada pela legislação em vigor é a da teoria da recepção, segundo a qual se
considera celebrado o negócio jurídico no instante em que o proponente recebe a resposta do
aceitante.
Errado.
O legislador, por meio do art. 434, caput do CC, adotou como regra a teoria da expedição.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
Errado.
Questão com fundamento no art. 471 do CC:
Certo.
Conforme o art. 441 do CC:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defei-
tos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
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Letra a.
Análise das alternativas:
a) Certa. Veja a jurisprudência a seguir:
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Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condi-
ções do contrato.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen-
tença que a decretar retroagirão à data da citação.
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possível o fornecedor pedir, de acordo com a lei civil, a resolução do contrato, se a sua pres-
tação se tornar excessivamente onerosa,
a) com extrema vantagem para a outra parte, por acontecimento extraordinário, ainda que previsível.
b) por acontecimento extraordinário, ainda que sem proveito para a outra parte.
c) com vantagem extrema para a outra parte em razão de acontecimento extraordinário e im-
previsível.
d) por acontecimento extraordinário, ainda que não imprevisível.
e) por acontecimento extraordinário, ainda que não imprevisível, provocado por fato do príncipe.
Letra c.
A questão tem como fundamento o art. 478 do CC:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimen-
tos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Letra b.
A questão trata da teoria da imprevisão fundamentada no art. 478 do CC:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen-
tença que a decretar retroagirão à data da citação.
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Contratos
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Letra d.
A questão narra uma hipótese de evicção.
A evicção consiste na perda, pelo adquirente (evicto), da posse ou propriedade da coisa trans-
ferida, por força de uma sentença judicial ou ato administrativo que reconheceu o direito ante-
rior de terceiro, denominado evictor.
Dessa forma, vamos analisar cada alternativa separadamente:
a) Errada. Em desacordo com o art. 455 do CC:
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do con-
trato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável,
caberá somente direito a indenização.
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Contratos
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A perda dos acessórios é entendida como não considerável, dando ensejo somente à indenização.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
c) Errada. A responsabilidade pela evicção subsiste ainda que a aquisição tenha ocorrido em
hasta pública.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito
o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele
informado, não o assumiu.
e) Errada. A responsabilidade em indenizar a evicção subsiste ainda que a coisa alienada es-
teja deteriorada.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada,
exceto havendo dolo do adquirente.
Certo.
A questão trata da teoria da imprevisão fundamentada no art. 478 do CC:
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Contratos
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Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimen-
tos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições
do contrato.
Certo.
Adimplemento substancial constitui um adimplemento tão próximo ao resultado final, que,
tendo-se em vista a conduta das partes, exclui-se o direito de resolução, permitindo-se tão
somente o pedido de indenização e/ou adimplemento, de vez que a primeira pretensão viria a
ferir o princípio da boa-fé (objetiva).
Letra e.
Contratos benéficos, também chamados de gratuitos, são aqueles em o encargo contratual
recai apenas sobre uma das partes, ao passo que sobre a contraparte recaem apenas os be-
nefícios do contrato. Exemplo: doação pura.
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Contratos
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Contrato aleatório é aquele em que as partes não podem antever, na totalidade do contrato,
as vantagens e encargos a que serão submetidos. Há o que se chama de álea contratual –
que, por sua vez, pode ser econômica, política, social etc. É justamente o oposto do que re-
ferido no enunciado da questão. Exemplos: contratos emptio spei (compra de “esperança de
coisa”) e emptio res sperate (compra de coisa futura).
Contrato bilateral imperfeito é aquele que originariamente é unilateral, mas que, por fato su-
perveniente, passa a ser bilateral. Exemplo: depósito. Apesar de ser originariamente um con-
trato unilateral, porque a obrigação recai sobre o depositário, que deve apenas restituir a coisa,
é possível que se torne bilateral na medida em que o depositante pode ser obrigado a ressarcir
o depositário pelos gastos que este fez com a guarda da coisa (art. 643 do CC).
Contrato derivado é aquele que decorre diretamente de um contrato principal. Exemplo: sublo-
cação, que é contrato derivado do contrato de locação.
Contratos comutativos são aqueles nos quais as partes podem prever, em maior grau, os ris-
cos e benefícios decorrentes do negócio jurídico. Não se pode dizer que todo contrato tem
certa aleatoriedade. As externalidades que eventualmente afetem o contrato não fazem parte
do ajuste. Os contratos aleatórios por excelência têm por objeto uma incerteza; os contratos
comutativos têm por objeto uma certeza, mas que pode ser influenciada por externalidades –
que, contudo, não fazem parte do negócio jurídico.
Letra c.
A questão tem como fundamento o art. 557 do CC:
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Contratos
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Certo.
O princípio da autonomia de vontade: representa a liberdade das partes estipulando o que lhes
convier. Ou seja, as partes possuem a liberdade de escolher o tipo de contrato, de escolher a pes-
soa com quem se irá contratar, de celebrar ou não o contrato e de escolher o conteúdo do contra-
to, sem haver interferência estatal. Entretanto, veremos que tal princípio é limitado. Um exemplo
de limite está no art. 426 do CC ao proibir a herança de pessoa viva como objeto de contrato.
A doutrina denomina “pacto de corvina” o contrato que tem como objeto a herança de pessoa viva.
Certo.
Questão fundamentada no art. 424 do CC:
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do
aderente a direito resultante da natureza do negócio.
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Contratos
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Certo.
Questão fundamentada no art. 448 do CC:
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade
pela evicção.
Certo.
Questão fundamentada nos art. 448 e 449 do CC:
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade
pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito
o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele
informado, não o assumiu.
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Contratos
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Letra e.
Questão fundamentada no art. 478 do CC:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen-
tença que a decretar retroagirão à data da citação.
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Letra c.
Mais uma questão fundamentada no art. 478 do CC:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen-
tença que a decretar retroagirão à data da citação.
Certo.
Questão fundamentada no art. 462 do CC:
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais
ao contrato a ser celebrado.
Certo.
Questão fundamentada no art. 425 do CC:
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste
Código.
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Contratos
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c) resilição do contrato.
d) resolução do contrato.
e) rescisão do contrato.
Letra c.
Usemos a tabela a seguir para resposta à questão:
RESCISÃO
RESILIÇÃO RESOLUÇÃO
Ocorre quando há o desfazimento de um con-
Ocorre quando houver um inadimplemento, ou seja,
trato por simples manifestação de vontade de
quando uma das partes não cumprir o contrato.
uma ou de ambas as partes.
Não interessa mais o vínculo contratual. Ainda interessa o vínculo contratual.
A resolução pode decorrer de uma cláusula expressa
A resilição pode ser de dois tipos:
ou tácita (art. 474 do CC).
- BILATERAL: é o DISTRATO (art. 472 do CC),
- CLÁUSULA EXPRESSA: normalmente, os contratos
que deve ser celebrado através da mesma
trazem uma cláusula resolutiva expressa dizendo
forma do contrato original.
que se não for cumprido algo determinado o con-
- UNILATERAL (art. 473 do CC): é a DENÚNCIA
trato se resolve. Ou seja, o descumprimento provo-
que deve ser notificada para a outra parte.
cará uma resolução imediata.
Aplica-se, especialmente, a contratos de ativi-
- TÁCITA: sem a cláusula resolutiva, o inadimple-
dades ou serviços por tempo indeterminado.
mento demanda uma notificação para a resolução.
Ex: terminar um contrato de linha de celular ou Ex: alugar um apartamento e não pagar as parcelas
de canal por assinatura. de aluguel.
Certo.
Questão fundamentada no art. 442 do CC:
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar aba-
timento no preço.
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Contratos
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Certo.
Vejamos o Enunciado n. 440 da V Jornada de Direito Civil:
Certo.
Questão fundamentada no art. 431 do CC:
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova
proposta.
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Contratos
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Certo.
Questão fundamentada nos arts. 421 e 422 do CC:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Errado.
Em desacordo com o art. 426 do CC:
Certo.
Não há no art. 428 a previsão apresentada na assertiva, portanto, está correta a afirmativa,
vejamos:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também pre-
sente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta
ao conhecimento do proponente;
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente.
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Contratos
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Errado.
Não é inválido o contrato conforme assevera o enunciado da questão, vejamos os arts. 439 e
440 do CC:
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o
não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, depen-
dendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização,
de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se
ter obrigado, faltar à prestação.
Errado.
Em desacordo com o art. 474 do CC:
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
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Certo.
Vejamos o art. 422 do CC:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e
após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.
Errado.
Em desacordo com o art. 477 do CC:
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em
seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode
a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.
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Contratos
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A exceção de inseguridade, prevista no art. 477, também pode ser oposta à parte cuja con-
duta põe, manifestamente em risco, a execução do programa contratual.
Certo.
A questão está em conformidade com o art. 462 do CC:
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais
ao contrato a ser celebrado.
Certo.
Vide comentários da alternativa “a” da questão 4.
Certo.
Em conformidade com os arts. 421 e 422 do CC:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
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Letra e.
Quando há incerteza na contraprestação, caracteriza-se o contrato aleatório.
Certo.
Em conformidade com os arts. 472 e 473 do CC:
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Certo.
O princípio da relatividade dos efeitos contratuais baseia-se na ideia de que os efeitos do
contrato atingem apenas as partes contratantes, ou seja, aqueles que manifestaram a vonta-
de em celebrá-lo. Entretanto, o referido princípio encontra exceções expressamente consig-
nadas em lei, tal como ocorre na estipulação em favor de terceiro e na convenção coletiva de
trabalho.
Errado.
Em desacordo com o art. 443 do CC:
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com per-
das e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do
contrato.
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Errado.
Questão com fundamento no Enunciado n. 440 das Jornadas de Direito Civil do CJF:
Enunciado n. 440
É possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em contratos aleatórios,
desde que o evento superveniente, extraordinário e imprevisível não se relacione com a
álea assumida no contrato.
Certo.
Questão com fundamento no Enunciado n. 440 das Jornadas de Direito Civil do CJF:
Enunciado n. 440
É possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em contratos aleatórios,
desde que o evento superveniente, extraordinário e imprevisível não se relacione com a
álea assumida no contrato.
Errado.
Em desacordo com o art. 474 do CC:
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
Como a cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito, não há necessidade de pronun-
ciamento judicial.
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Dicler Ferreira
Dicler Ferreira
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual
Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de
Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-AM. Ministra aulas das
disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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