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Assim, o conceito é técnico-jurídico e só será considerada droga o que a lei (em sentido amplo)
assim reconhecer como tal. Mesmo que determinada substância cause dependência física ou
psíquica, se ela não estiver prevista no rol das substâncias legalmente proibidas, ela não será tratada
como droga para fins de incidência da Lei nº 11.343/2006 (ex: álcool).
Tetrahidrocanabinol (THC)
Tetrahidrocanabinol, também conhecido como THC, é uma substância psicoativa encontrada na
planta Cannabis Sativa, mais popularmente conhecida como maconha.
A quantidade de THC na maconha pode variar de acordo com uma série de fatores, como o tipo de
solo, a estação do ano, a época em que foi colhida, o tempo de colheita e consumo etc.
A THC é prevista expressamente como droga na Portaria SVS/MS nº 344/1998, da ANVISA.
Mas é possível que o indivíduo plante a semente de maconha e que daí nasça a planta da
cannabis sativa linneu... A planta tem THC (substância psicoativa proibida)...
É verdade. Pode ser que o indivíduo germine a semente, que isso vire uma muda, que ele cultive a
muda e que se torne a planta da maconha.
No entanto, a mera importação da semente não é crime algum porque configuraria, no máximo,
mero ato preparatório da figura típica prevista no § 1º do art. 28 da Lei nº 11.343/2006:
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou
colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto
capaz de causar dependência física ou psíquica.
(...)
Nem chega a ser, portanto, ato executório do § 1º do art. 28 porque o agente não iniciou a
semeadura ou o cultivo.
A semente de cannabis sativa não consta da lista do Registro Nacional de Cultivares (RNC), não
podendo, portanto, ser importada, salvo para tratamentos de saúde (Portaria RDC/ANVISA nº
66/2016).
No entanto, há vários julgados que defendem que não se deve condenar o réu porque não há, neste
caso, lesão ao bem jurídico tutelado pela norma prevista no art. 334-A do Código Penal. Isso
porque, dada a pequena quantidade e a natureza das sementes, considera-se que não há ofensa aos
bens jurídicos protegidos pelo delito de contrabando (proteção da saúde, da moralidade
administrativa e da ordem pública). Esse é o entendimento que prevalece, por exemplo, no TRF3:
HC 67576 - 0010869-41.2016.4.03.0000, Rel. Juiz Convocado Ricardo Nascimento, julgado em
26/07/2016.
Em suma:
Não configura crime a importação de pequena quantidade de sementes de maconha.
STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
Posição do MPF
A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal possui o entendimento de
que:
• a importação de pequena quantidade de sementes de maconha não configura o crime do art. 33, §
1º nem o delito do art. 28, § 1º, ambos da Lei nº 11.343/2006;
• esta conduta, em tese, amolda-se ao crime de contrabando (art. 334-A do CP);
• a importação de pequena quantidade de sementes de maconha para o plantio destinado ao
consumo próprio induz à mínima ofensividade da conduta, à ausência de periculosidade da ação e o
ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento, razões que comportam a aplicação do princípio
da insignificância à hipótese.
• assim, a conduta é tipificada como descaminho, mas deve-se aplicar o princípio da insignificância,
razão pela qual é correta a decisão do Procurador da República que não denuncia o indiciado nestes
casos.
Diante dos fatos apresentados e considerando os crimes contra a Honra previstos no Código Penal:
a) Conceitue Calúnia, Difamação e Injúria, trazendo as diferenças entre os tipos penais;
b) De acordo com o entendimento jurisprudencial dominante, é possível que se impute,de forma
concomitante, a prática dos crimes de calúnia, de difamação e de injúria ao agente que
divulga, em uma única carta, dizeres aptos a configurar os referidos delitos?
c) A situação não caracterizaria ofensa ao princípio que proíbe o bis in idem e que a acusação de
calúnia, por ser mais grave, deveria absorver as demais?
O crime de calúnia está previsto no artigo 138 do Código Penal, e consiste em atribuir
falsamente a alguém a autoria de um crime. Para que se configure o crime de calúnia, é
preciso que seja narrado publicamente um fato criminoso. Um exemplo seria expor, na
internet, o nome e foto de uma pessoa como autor de um homicídio, sem ter provas disso.
Caso alguém seja acusado de calúnia, e puder apresentar provas de que o fato criminoso
narrado é verdadeiro, é possível que se defenda judicialmente, em processo criminal, por
meio de um incidente processual chamado “exceção de verdade”. A pena pelo crime de
calúnia é detenção de seis meses a dois anos e multa.
Prevista no artigo 139 do Código Penal, a difamação consiste em imputar a alguém um fato
ofensivo a sua reputação, embora o fato não constitua crime, como ocorre com a calúnia. É o
caso, por exemplo, de uma atriz que tem detalhes de sua vida privada exposta em uma
revista.
Neste caso, ainda que o fato narrado seja verídico, divulgá-lo constitui crime. A única exceção de
verdade é se a difamação se der contra funcionário público e a ofensa for relativa ao exercício de
suas funções. A pena para este crime é detenção de três meses a um ano e multa.
No entanto, caso o réu, antes da sentença, se retrate cabalmente da calúnia ou da difamação, fica
isento de pena, conforme determina o artigo 143 do Código Penal.Injúria O crime de injúria,
previsto no artigo 140 do Código Penal, ocorre quando uma pessoa dirige a outra algo desonroso e
que ofende a sua dignidade – é o famoso xingamento.
Como se trata de um crime que ofende a honra subjetiva, ao contrário do que ocorre com a calúnia e
difamação, no crime de injúria não é necessário que terceiros tomem ciência da ofensa.
O juiz pode deixar de aplicara pena quando a pessoa ofendida tiver provocado a ofensa de forma
reprovável, ou caso tenha respondido imediatamente com outra injúria.
Não caracteriza injúria a crítica literária, artística ou científica, conforme o artigo 142 do Código
Penal, assim como ofensas proferidas durante um julgamento, durante a discussão da causa, por
qualquer uma das partes. A pena para este crime é detenção de um a seis meses ou multa.
Na hipótese da injúria envolver elementos referentes à raça, cor, etnia, religião origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, a pena é aumentada para reclusão de um a
três anos e multa.
É possível que se impute, de forma concomitante, a prática dos crimes de calúnia, de difamação e
de injúria ao agente que divulga, em uma única carta, dizeres aptos a configurar os referidos delitos,
sobretudo no caso em que os trechos utilizados para caracterizar o crime de calúnia forem diversos
dos
empregados para demonstrar a prática do crime de difamação.
A situação não caracteriza ofensa ao princípio que proíbe o bis in idem , já que os crimes previstos
nos arts. 138, 139 e 140 do CP tutelam bens jurídicos distintos, não se podendo asseverar, de
antemão, que o primeiro absorveria os demais.
QUESTÃO 3
Previsão legal
Lei 11.343/06 art. 53, I (lei de drogas) rol não taxativo
Lei 12.850/13 art. 3º, VII e 10 (lei de organização criminosa) (admitindo-se 10 a 14/15,
ou 10 e seguintes, ou 10 e §§)
Lei 13.441/17 alterou o art. 190 do ECA. (Admitindo