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FÍSICA

Caso necessário, use os seguintes dados:


π = 3,14. Aceleração da gravidade = 9,8m/s2.
Velocidade do som no ar = 340m/s . 1 atm =
= 1,0 x 105 N/m2 . 1 cal = 4,2 J.

1 c
Sobre um plano liso e horizontal repousa um sistema
constituído de duas partículas, I e II, de massas M e m,
respectivamente. A partícula II é conectada a uma arti-
culação O sobre o plano por meio de uma haste que
inicialmente é disposta na posição indicada na figura.
Considere a haste rígida de comprimento L, inex-
tensível e de massa desprezível. A seguir, a partícula I
desloca-se na direção de II com velocidade uniforme

VB, que forma um ângulo θ com a haste. Desprezando
qualquer tipo de resistência ou atrito, pode-se afirmar
que, imediatamente após a colisão (elástica) das partí-
culas.

a) a partícula
→ II se movimenta na direção definida pelo
vetor VB.
b) o componente y do momento linear do sistema é
conservado.
c) o componente x do momento linear do sistema é
conservado.
d) a energia cinética do sistema é diferente do seu
valor inicial.
e) n.d.a.
Resolução
No ato da colisão, o sistema formado pelas esferas I e
II tem como força externa a força aplicada pela haste
(rígida e de massa desprezível), que tem a direção y.
Isso significa que na direção x, no ato da colisão, o sis-
tema é isolado e por isso haverá conservação do
momento linear (quantidade de movimento) do siste-
ma formado pelas esferas I e II.

2 c
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
A partir do repouso, uma
pedra é deixada cair da borda
no alto de um edifício. A figu-
ra mostra a disposição das
janelas, com as pertinentes
alturas h e distâncias L que
se repetem igualmente para
as demais janelas, até o tér-
reo. Se a pedra percorre a
altura h da primeira janela
em t segundos, quanto tem-
po levará para percorrer, em
segundos, a mesma altura h
da quarta janela? (Despreze a resistência do ar).
a) [(兹苶苶苶
L + h – 兹苶 L ) / (兹苶苶苶苶
2L + 2h – 兹苶 + h )] t.
苶苶苶
2L

b) [(兹苶苶苶苶
2L + 2h – 兹苶 + h ) / (兹苶苶苶
苶苶苶
2L L + h – 兹苶 L )] t.

c) [(兹苶苶苶苶 3 (L + h) + L ) / (兹苶苶苶
4 (L + h) – 兹苶苶苶苶苶苶 L + h – 兹苶L )] t.

d) [(兹苶苶
4 (L苶苶
+ h) – 兹苶苶 + h) + L )/(兹苶苶
3 (L苶苶苶苶 2L +苶苶2h –兹苶
苶 + h )]t.
2L苶苶

e) [(兹苶苶苶苶 2 (L + h) + L ) / (兹苶苶苶
3 (L + h) – 兹苶苶苶苶苶苶 L + h – 兹苶L )] t.
Resolução
Dado: t2 – t1 = t
Pede-se: t8 – t7
γ
1) ∆s = V0 t + ––– t 2
2

g 2
L = ––– t1
2

g 2
L + h = ––– t2
2

2L
t1 = –––
g

2(L + h)
t1 = –––––––––
g

2(L + h) 2L
t = t 2 – t1 = ––––––––– – –––
g g

兹苵苵
2(兹苵苵苵苵苵苵苵苵
L + h – 兹苵苵
L)
t = ––––––––––––––––– (1)
兹苵苵
g

γ
2) ∆s = V0t + ––– t2
2

g
AI: 4(L + h) = ––– t82
2

g
AH: 4L + 3h = ––– t72
2

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
8(L + h) 8L + 6h
t8 = ––––––––– t7 = –––––––––
g g

8(L + h) 8L + 6h
t8 – t7 = ––––––––– – ––––––––– =
g g

–––––––––––

3
兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
8(L + h) –
8(L + –– h)
4
= ––––––––––––––––––––––––––
兹苵苵
g
––––––––

3
2兹苵苵
2(兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵
(L + h) – L + –– h)
4
t8 – t7 = –––––––––––––––––––––––––– (2)
兹苵苵
g
(2)
Fazendo-se –––– , vem:
(1)

t8 – t7 2兹苵苵
2 3 h)
L + ––– 兹苵苵
g
. ––––––––––––––––
––––––– = ––––– (兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵
L+h –
t 兹苵苵
g 4 兹苵苵
2(兹苵苵苵苵苵苵苵苵
L + h – 兹苵苵
L)

––––––––
( 兹 )
3
t8 – t7 2 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵
L + h – L + –– h
4
––––––– = –––––––––––––––––––––––
t 兹苵苵苵苵苵苵苵苵
L + h – 兹苵苵L

兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
4(L + h) – 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
4L + 3h
t8 – t7 = ––––––––––––––––––––––– t
兹苵苵苵苵苵苵苵苵
L + h – 兹苵苵
L

Como: 4L + 3h = 3(L + h) + L,

vem: t8 – t7 = [ 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
4(L + h) – 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
3(L + h) + L
–––––––––––––––––––––––
兹苵苵苵苵苵苵苵苵
L + h – 兹苵苵L
] t

3 d
Variações no campo gravitacional na superfície da Terra
podem advir de irregularidades na distribuição de sua
massa. Considere a Terra como uma esfera de raio R e
de densidade ρ, uniforme, com uma cavidade esférica
de raio a, inteiramentente contida no seu interior. A
distância entre os centros O, da Terra, e C, da cavida-
de, é d, que pode variar de 0 (zero) até R – a, causan-
do, assim, uma variação do campo gravitacional em
um ponto P, sobre a superfície da Terra, alinhado com
O e C . (Veja a figura). Seja G1 a intensidade do campo
gravitacional em P sem a existência da cavidade na
Terra, e G2, a intensidade do campo no mesmo ponto,
considerando a existência da cavidade. Então, o valor
máximo da variação relativa: (G1 – G2)/G1, que se
obtém ao deslocar a posição da cavidade, é
a) a3/[(R – a)2R]. b) (a/R)3. c) (a/R)2.
d) a/R. e) nulo.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Resolução
1) O valor de G1 é dado por:

GM G 4
G1 = ––––– = ––– . ρ . –– π R 3
R2 R2 3

4
G1 = –– π G ρ . R (1)
3

2) O valor G1’ do campo criado apenas por uma esferi-


nha maciça de raio a e cujo centro está situado a
uma distância de P igual a (R – d) é dado por:

Gm G 4
G’1 = ––––––– 2
= ––––––– 2
. ρ . –– π a3
(R – d) (R – d) 3

4 a3
G’1 = –– π G ρ . ––––––– (2)
3 (R – d) 2

3) O campo criado pela esfera maior com a cavidade,


G2, é dado por:

G2 = G1 – G’1

4 4 a3
G2 = –– π G ρ R – –– π G ρ –––––––
3 3 (R – d)2

4 a3
G2 = –– π G ρ [R – –––––––] (3)
3 (R – d)2
G1 – G2
Seja y = ––––––––
G1

De (1) e (3), vem:

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
4 4 a3
–– π G ρ R – –– π G ρ [R – –––––––]
3 3 (R – d)2
y = –––––––––––––––––––––––––––––––––
4
–– π G ρ R
3

a3
R – [R – –––––––]
(R – d)2
y = –––––––––––––––––––
R

a3
y = –––––––––
R (R – d) 2

Como a e R são constantes, o valor máximo de y


ocorre quando (R – d) for mínimo, isto é,
d = dmáx = R – a

R – d = R – (R – a) = a

a3 a
Portanto: ymáx = –––––2 ⇒ ymáx = –––
R.a R

4 d
Considerando um buraco negro como um sistema ter-
modinâmico, sua energia interna U varia com a sua
massa M de acordo com a famosa relação de Einstein:
∆U = ∆M c2. Stephen Hawking propôs que a entropia
S de um buraco negro depende apenas de sua massa
e de algumas constantes fundamentais da natureza.
Desta forma, sabe-se que uma variação de massa acar-
reta uma variação de entropia dada por: ∆S / ∆M = 8π
GM kB / h c. Supondo que não haja realização de tra-
balho com a variação de massa, assinale a alternativa
que melhor representa a temperatura absoluta T do
buraco negro.
a) T = h c3 / GM kB. b) T = 8πM c2 / kB.
c) T = M c2 / 8π kB. d) T = h c3 / 8π GM kB.
e) T = 8π h c3 /
GM kB.
Resolução
Do texto, temos:
∆S 8π G M kB
–––– = ––––––––––
∆M hc

∆M 8π G M kB
∆S = ––––––––––––––
hc
A entropia ∆S é dada por:
∆Q
∆S = ––––
T

em que T é a temperatura absoluta do buraco negro.


OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Como ∆Q = τ + ∆U e τ = 0, vem:

∆U
∆S = ––––
T

Portanto:
∆U ∆M 8π G M kB
–––– = ––––––––––––––
T hc

Como ∆U = ∆M c2,

∆M c 2 ∆M 8π G M kB
então, –––––– = ––––––––––––––
T hc

h c3
T = ––––––––––
8π G M kB

5 c
Qual dos gráficos abaixo melhor representa a taxa P de
calor emitido por um corpo aquecido, em função de
sua temperatura absoluta T?

Resolução
A taxa P de calor emitido por um corpo aquecido é da-
da em função da sua temperatura absoluta por meio da
expressão de Stefan-Boltzmann:

P(T) = k T 4

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Assim, o diagrama pedido na questão é melhor repre-
sentado por:

6 e
Uma certa massa de gás ideal realiza o ciclo ABCD de
transformações, como mostrado no diagrama pressão-
volume da figura. As curvas AB e CD são isotermas.
Pode-se afirmar que
a) o ciclo ABCD corresponde a um ciclo de Carnot.
b) o gás converte trabalho em calor ao realizar o ciclo.
c) nas transformações AB e CD o gás recebe calor.
d) nas transformações AB e BC a variação da energia
interna do gás é negativa.
e) na transformação DA o gás recebe calor, cujo valor
é igual à variação da energia interna.

Resolução
Nota: o ciclo é ABCDA e não ABCD
A transformação DA ocorre a volume constante (iso-
métrica), sendo nulo o trabalho trocado. Como a tempe-
ratura absoluta do gás ideal é maior em A (TA > TD), a
energia interna desse gás aumenta (UA > UD ), utilizan-
do o calor recebido do meio externo durante a transfor-
mação.
∆UDA = Q

7 e
Sabe-se que a atração gravitacional da lua sobre a ca-
mada de água é a principal responsável pelo apare-
cimento de marés oceânicas na Terra. A figura mostra
a Terra, supostamente esférica, homogeneamente
recoberta por uma camada de água.
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Nessas condições, considere as seguintes afirmativas:
I. As massas de água próximas das regiões A e B
experimentam marés altas simultaneamente.
II, As massas de água próximas das regiões A e B
experimentam marés opostas, isto é, quando A
tem maré alta, B tem maré baixa e vice-versa.
III. Durante o intervalo de tempo de um dia ocorrem
duas marés altas e duas marés baixas.

Então, está(ão) correta(s), apenas


a) a afirmativa I. b) a afirmativa II.
c) a afirmativa III. d) as afirmativas I e II.
e) as afirmativas I e III.
Resolução
I) Correta
Na região A, a maré alta é explicada pelo fato de a
atração gravitacional da Lua somada com a força
de inércia centrífuga (dada pela rotação da Terra)
superar a força gravitacional de atração da Terra.
Na região B, a maré alta é explicada pelo fato de a
força de inércia centrífuga (dada pela rotação da
Terra) superar a soma das atrações gravitacionais
da Lua e da Terra.
II) Falsa
III) Correta
Devido ao movimento de rotação da Terra, o perío-
do das marés altas é de 12h, isto é, ocorrem duas
marés altas e duas marés baixas por dia (24h).

8 c
Um balão contendo gás hélio é fixado, por meio de um
fio leve, ao piso de um vagão completamente fechado.
O fio permanece na vertical enquanto o vagão se movi-
menta com velocidade constante, como mostra a figu-
ra. Se o vagão é acelerado para frente, pode-se afirmar
que, em relação a ele, o balão
a) se movimenta para trás e a tração no fio aumenta.
b) se movimenta para trás e a tração no fio não muda.
c) se movimenta para frente e a tração no fio aumenta.
d) se movimenta para frente e a tração no fio não mu-
da.
e) permanece na posição vertical.

Resolução

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Quando o vagão é acelerado, isto equivale a criar um
campo gravitacional com a mesma intensidade da ace-
leração e em sentido oposto.

O campo gravitacional resultante, no interior do vagão,


→ →
é dado pela soma vetorial entre g e –a
O fio do balão ficará alinhado com a direção do campo

resultante g R e, portanto, o balão movimenta-se para
frente.

Na situação inicial, tinhamos:

T+P=E
T = E – P = µar V g – µ V g
T = (µar – µ) V g

Para um referencial dentro do vagão, tudo se passa



como se a gravidade fosse g R .

T’ + P’ = E’
T’ = E’ – P’

T’ = (µar – µ) V gR

Como gR > g, resulta T’ > T

9 b
Durante uma tempestade, Maria fecha as janelas do
seu apartamento e ouve o zumbido do vento lá fora.
Subitamente o vidro de uma janela se quebra. Consi-
derando que o vento tenha soprado tangencialmente à
janela, o acidente pode ser melhor explicado pelo(a)
a) princípio de conservação da massa.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
b) equação de Bernoulli.
c) princípio de Arquimedes.
d) princípio de Pascal.
e) princípio de Stevin.
Resolução
Em virtude do vento, com o aumento da velocidade da
massa de ar, a pressão externa à janela diminui de
acordo com a equação de Bernoulli.
A diferença entre a pressão interna (maior) e a externa
(menor) quebra a janela com os fragmentos de vidro
jogados para fora.

10 a
A figura mostra um sistema óptico constituído de uma
lente divergente, com distância focal f1 = –20cm, dis-
tante 14cm de uma lente convergente com distância
focal f2 = 20cm . Se um objeto linear é posicionado a
80cm à esquerda da lente divergente, pode-se afirmar
que a imagem definitiva formada pelo sistema
a) é real e o fator de ampliação linear do sistema é
–0,4.
b) é virtual, menor e direita em relação ao objeto.
c) é real, maior e invertida em relação ao objeto.
d) é real e o fator de ampliação linear do sistema é
–0,2.
e) é virtual, maior e invertida em relação ao objeto.

Resolução
Seja L1 a lente divergente e L2 a lente convergente.

Em relação a L1, temos:

1 1 1
Equação de Gauss: –– = –– + –––
f1 p1 p1’

1 1 1
– ––– = –– + ––– ⇒ p1’ = –16 cm
20 80 p1’

A imagem produzida por L1 é virtual e está situada a


16 cm à esquerda desta lente. O aumento linear provo-
cado por L1 fica determinado por:
p1’ (–16) 1
A1 = – ––– ⇒ A1 = – ––––– ⇒ A1 = –––
p1 80 5

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
A imagem produzida por L1 é direita e menor que o
objeto e funciona como objeto real para L2.

Em relação a L2, temos:


1 1 1
Equação de Gauss: –– = –– + –––
f2 p2 p2’

1 1 1
––– = ––––––– + ––– ⇒ p2’ = 60 cm
20 16 + 14 p2’

A imagem produzida por L2 é real e está situada a


60cm à direita desta lente. O aumento linear provo-
cado por L2 fica determinado por:
p2’ 60
A2 = – ––– ⇒ A2 = – ––– ⇒ A2 = –2
p2 30

A imagem produzida por L2 é invertida e maior que o


objeto que lhe deu origem.

O esquema abaixo ilustra a situação proposta:

O aumento linear transversal produzido pelo sistema


fica dado por:
i2 i1 i2
Asist = ––– = ––– . –––
o o i1

1
Asist = A1 . A2 ⇒ Asist = –– . (–2)
5

Asist = –0,4

11 e
Num oftalmologista, constata-se que um certo pacien-
te tem uma distância máxima e uma distância mínima
de visão distinta de 5,0m e 8,0cm, respectivamente.
Sua visão deve ser corrigida pelo uso de uma lente que
lhe permita ver com clareza objetos no “infinito”. Qual
das afirmações é verdadeira?
a) O paciente é míope e deve usar lentes divergentes
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
cuja vergência é 0,2 dioptrias .
b) O paciente é míope e deve usar lentes conver-
gentes cuja vergência é 0,2dioptrias.
c) O paciente é hipermétrope e deve usar lentes con-
vergentes cuja vergência é 0,2 dioptrias.
d) O paciente é hipermétrope e deve usar lentes diver-
gentes cuja vergência é – 0,2 dioptrias.
e) A lente corretora de defeito visual desloca a distân-
cia mínima de visão distinta para 8,1 cm.
Resolução
Se o ponto remoto da visão do indivíduo está a uma
distância finita do globo ocular, igual a 5,0m neste
caso, seu defeito visual é a miopia, recomendando-se
para a correção lentes divergentes, cuja vergência é
negativa.
A determinação dessa vergência é feita com base no
esquema abaixo.

| f | = Dmáx = 5,0m

f = –5,0m

1 1
V = –– ⇒ V = – ––– dioptria
f 5,0

V = –0,2 dioptria
A lente corretiva altera também a posição do ponto
próximo, aumentando a distância mínima de visão dis-
tinta do indivíduo quando usa os óculos.
Considerando f = –5,0m = –500cm e supondo-se que
a imagem produzida pela lente corretiva esteja a uma
distância de 8,0cm do sistema ocular (p’ = –8,0cm;
trata-se de uma imagem virtual que funciona como
objeto real para o olho), calculemos a distância p entre
o objeto e o olho.
1 1 1
Equação de Gauss: –– = –– + ––
f p p’
1 1 1 1 1 1
– –––– = –– – ––– ⇒ –– = – –––– + –––
500 p 8,0 p 500 8,0
1 –8,0 + 500 4000
–– = ––––––––––– ⇒ p = ––––– (cm)
p 4000 492

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
p ≅ 8,1cm

12 a

A figura 1 mostra o experimento típico de Young, de


duas fendas, com luz monocromática, em que m indi-
ca a posição do máximo central. A seguir, esse ex-
perimento é modificado, inserindo uma pequena peça
de vidro de faces paralelas em frente à fenda do lado
direito, e inserindo um filtro sobre a fenda do lado
esquerdo, como mostra a figura 2. Suponha que o
único efeito da peça de vidro é alterar a fase da onda
emitida pela fenda, e o único efeito do filtro é reduzir a
intensidade da luz emitida pela respectiva fenda. Após
essas modificações, a nova figura da variação da inten-
sidade luminosa em função da posição das franjas de
interferência é melhor representada por

Resolução
A onda que parte da fenda na qual se encontra a lâmi-
na de vidro está em oposição de fase com a onda que
parte da fenda na qual se encontra o filtro. Isso faz com
que no ponto do anteparo eqüidistante das duas fen-
das, ocorra interferência destrutiva, determinando
nesse local um aclaramento de mínima intensidade.
Esse aclaramento não chega, no entanto, a apresentar
brilho nulo, já que o sinal que parte da fenda à esquer-
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
da tem, devido à presença do filtro, intensidade menor
que o que parte da fenda à direita.
Nos locais onde ocorre interferência construtiva, a
intensidade da onda resultante é menor que A pelo
fato do enfraquecimento do sinal enviado pelo filtro.
A posição m na qual se forma o máximo central fica
deslocada para a direita em relação à posição original,
o que é justificado pelo fato de o filtro óptico emitir
uma onda de menor intensidade que a emitida pela
lâmina de vidro (a lâmina de vidro de onde parte o sinal
mais intenso “atrai” m para perto de si).

13 d
Quando em repouso, uma corneta elétrica emite um
som de freqüência 512 Hz. Numa experiência acústica,
um estudante deixa cair a corneta do alto de um edifí-
cio. Qual a distância percorrida pela corneta, durante a
queda, até o instante em que o estudante detecta o
som na freqüência de 485 Hz? (Despreze a resistência
do ar).
a) 13,2 m b) 15,2 m c) 16,1 m
d) 18,3 m e) 19,3 m
Resolução
(I) A percepção de um som mais baixo (menor fre-
qüência), à medida que a corneta afasta-se do
estudante em repouso no alto do edifício, deve-se
ao Efeito Doppler-Fizeau.

f0 fF
= –––––––––
–––––––––
Vsom ± V0 Vsom ± VF

485 512
––––––––– = –––––––––
340 + 0 340 + VF

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
512 . 340
340 + VF = –––––––––
485

VF ≅ 18,93m/s

(II) A queda livre da corneta é um movimento unifor-


memente acelerado, logo:

Equação de Torricelli: VF2 = V02 + 2g ∆h


F

(18,93)2 = 2 . 9,8 ∆h

∆h ≅ 18,3m

14 a
Considere as afirmativas:
I. Os fenômenos de interferência, difração e polariza-
ção ocorrem com todos os tipos de onda.
II. Os fenômenos de interferência e difração ocorrem
apenas com ondas transversais.
III. As ondas eletromagnéticas apresentam o fenô-
meno de polarização, pois são ondas longitudinais.
IV. Um polarizador transmite os componentes da luz
incidente não polarizada, cujo vetor campo elétrico

E é perpendicular à direção de transmissão do po-
larizador .
Então, está(ão) correta(s)
a) nenhuma das afirmativas.
b) apenas a afirmativa I.
c) apenas a afirmativa II.
d) apenas as afirmativas I e II.
e) apenas as afirmativas I e IV.
Resolução
I) Incorreta
A polarização, por exemplo, só ocorre com ondas
transversais.

II) Incorreta
O som propagando-se no ar, por exemplo, é uma
onde longitudinal que pode sofrer interferência e
também difração.

III) Incorreta
As ondas eletromagnéticas apresentam o fenôme-
no da polarização, porém essas ondas são trans-
versais.
IV) Incorreta
Um polarizador transmite os componentes da luz
incidente não-polarizada que vibram na direção de
transmissão do polarizador.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
15 c
No Laboratório de Plasmas Frios do ITA é possível
obter filmes metálicos finos, vaporizando o metal e
depositando-o por condensação sobre uma placa de
vidro. Com o auxílio do dispositivo mostrado na figura,
é possível medir a espessura e de cada filme. Na figu-
ra, os dois geradores são idênticos, de f.e.m. E
= 1,0 V e resistência r = 1,0 Ω, estando ligados a dois
eletrodos retangulares e paralelos, P1 e P2, de largura
b = 1,0 cm e separados por uma distância a = 3,0 cm.
Um amperímetro ideal A é inserido no circuito, como
indicado. Supondo que após certo tempo de deposição
é formada sobre o vidro uma camada uniforme de alu-
mínio entre os eletrodos, e que o amperímetro acusa
uma corrente i = 0,10 A , qual deve ser a espessura e
do filme? (resistividade do alumínio ρ = 2,6 . 10–8 Ω.m).

a) 4,1 . 10–9 cm
b) 4,1 . 10–9 m
c) 4,3 . 10–9 m
d) 9,7 . 10–9 m
e) n.d.a.
Resolução

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
No circuito esquematizado, da Lei de Pouillet, vem:
∑E
i = ––––
∑R
2,0
0,10 = –––––––
2,0 + R
R = 18,0Ω
Aplicando-se a 2ª lei de Ohm para o condutor, temos:
l
R = ρ ––––
A
em que:
l=a
A=eb
Assim:

2,6 . 10–8 x 3,0 . 10–2


18,0 = –––––––––––––––––––––
e . 1,0 . 10–2

e = 4,3 . 10–9m

16 d
A figura mostra dois capacitores, 1 e 2, inicialmente
isolados um do outro, carregados com uma mesma
carga Q. A diferença de potencial (ddp) do capacitor 2
é a metade da ddp do capacitor 1. Em seguida, as pla-
cas negativas dos capacitores são ligadas à Terra e, as
positivas, ligadas uma a outra por um fio metálico,
longo e fino. Pode-se afirmar que
a) antes das ligações, a capacitância do capacitor 1 é
maior do que a do capacitor 2.
b) após as ligações, as capacitâncias dos dois capaci-
tores aumentam.
c) após as ligações, o potencial final em N é maior do
que o potencial em O.
d) a ddp do arranjo final entre O e P é igual a 2/3 da ddp
inicial do capacitor 1.
e) a capacitância equivalente do arranjo final é igual a
duas vezes a capacitância do capacitor 1.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Resolução
a) Errada
Antes das ligações, temos os esquemas:

Q Q 2Q
De C1 = ––– e C2 = ––– = ––– , vem: C2 = 2 C1
U U/2 U
Logo, C2 > C1

b) Errada. As capacitâncias não variam.

c) Errada. N e O têm o mesmo potencial.

d) Correta. Após as ligações, temos:

Ceq = C1 + C2 = C1 + 2C1 ⇒ Ceq = 3C1

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
2Q 2Q 2
U’ = –––– = –––– ⇒ U’ = ––– U
Ceq 3C1 3

e) Errada. Ceq = 3C1

17 c
Na figura, uma barra condutora MN (de comprimento

l, resistência desprezível e peso Pb) puxada por um
→ →
peso Pc , desloca-se com velocidade constante v,
apoiada em dois trilhos condutores retos, paralelos e
de resistência desprezível, que formam um ângulo θ
com o plano horizontal. Nas extremidades dos trilhos
está ligado um gerador de força eletromotriz E com
resistência r. Desprezando possíveis atritos, e consi-
derando que o sistema está imerso em um campo→ de
indução magnética constante, vertical e uniforme B ,
pode-se afirmar que

a) o módulo da força eletromotriz induzida é


ε = B l v sen θ.
b) a intensidade i da corrente no circuito é dada por
Pc sen θ / (B l).
c) nas condições dadas, o condutor descola dos trilhos
quando i ≥ Pb / (B l tg θ).
d) a força eletromotriz do gerador é dada por
E = r Pc sen θ / (B l) – B l v cos θ.
e) o sentido da corrente na barra é de M para N.
Resolução

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Para que haja descolamento, a componente da força
magnética na direção normal ao plano inclinado deve
ser maior ou igual à componente normal da força peso
da barra. Assim,
Fmag senθ ≥ Pb cosθ

Bil senθ ≥ Pb cosθ

Pb cosθ
i ≥ –––––––––
Bl senθ

Pb
i ≥ ––––––––
B l tgθ

18 d
Experimentos de absorção de radiação mostram que a
relação entre a energia E e a quantidade de movimen-
to p de um fóton é E = p c. Considere um sistema iso-
lado formado por dois blocos de massas m1 e m2,
respectivamente, colocados no vácuo, e separados
entre si de uma distância L. No instante t = 0, o bloco
de massa m1 emite um fóton que é posteriormente
absorvido inteiramente por m2, não havendo qualquer
outro tipo de interação entre os blocos. (Ver figura).
Suponha que m1 se torne m1’ em razão da emissão do
fóton e, analogamente, m2 se torne m2’ devido à
absorção desse fóton. Lembrando que esta questão
também pode ser resolvida com recursos da Mecânica
Clássica, assinale a opção que apresenta a relação cor-
reta entre a energia do fóton e as massas dos blocos.

a) E = (m2 – m1)c2. b) E = (m1’ – m2’)c2.


c) E = (m2’ – m2)c2/2. d) E = (m2‘ – m2 )c2.
e) E = (m1 + m1’)c2.
Resolução
A diferença entre m2’ e m2 é provocada pelo acréscimo
da energia trazida pelo fóton.
Da equivalência entre massa e energia traduzida pela
equação de Einstein, temos:
E
m2’ – m2 = –––
c2

Portanto: E = (m2’ – m2 ) c 2
Analogamente, a
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
perda de massa m1 – m’1 é provocada pela redução da
energia correspondente ao fóton emitido:
E
m1 – m’1 = –––
c2

E = (m1 – m’1 ) c 2

19 e
Considere as seguintes afirmações:
I. No efeito fotoelétrico, quando um metal é ilumina-
do por um feixe de luz monocromática, a quantida-
de de elétrons emitidos pelo metal é diretamente
proporcional à intensidade do feixe incidente, inde-
pendentemente da freqüência da luz.
II. As órbitas permitidas ao elétron em um átomo são
aquelas em que o momento angular orbital é n h / 2π,
sendo n = 1, 3, 5... .
III. Os aspectos corpuscular e ondulatório são neces-
sários para a descrição completa de um sistema
quântico.
IV. A natureza complementar do mundo quântico é
expressa, no formalismo da Mecânica Quântica,
pelo princípio de incerteza de Heisenberg.
Quais estão corretas ?
a) I e Il. b) I e IIl. c) I e IV.
d) II e III. e) III e IV.
Resolução
I) Falsa. Para que ocorra o efeito fotoelétrico, a fre-
qüência da luz incidente deve ser maior que um
τ
certo valor f0 = –– , em que τ é a função de traba-
h
lho

do átomo do metal e h a constante de Planck.

II) Falsa. As órbitas permitidas ao elétron são aquelas


em que o momento angular orbital ( m V . r) é um
h h
múltiplo inteiro de ––– , isto é, do tipo n ––– ,em que
2π 2π
n = 1, 2, 3....
III) Correta. É a hipótese da dualidade proposta por
Louis de Broglie.
IV) Correta. A natureza complementar está ligada ao
fato de não podermos medir simultaneamente
com precisão a posição e a quantidade de movi-
mento de uma partícula, o que traduz o Princípio
da Incerteza de Heisenberg.

20 d
Utilizando o modelo de Bohr para o átomo, calcule o
número aproximado de revoluções efetuadas por um
elétron no primeiro estado excitado do átomo de hidro-
gênio, se o tempo de vida do elétron, nesse estado
excitado, é de 10–8 s. São dados: o raio da órbita do
estado fundamental é de 5,3 x 1 0–11m e a velocidade

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
do elétron nesta órbita é de 2,2 x 106 m/s .
a) 1 x 106 revoluções. b) 4 x 107 revoluções.
7
c) 5 x 10 revoluções. d) 8 x 106 revoluções.
e) 9 x 106 revoluções.
Resolução
No modelo do átomo de Bohr, o raio r da órbita é dado
por r = n 2 . rB , em que rB = 5,3 . 10 –11 m (raio da órbi-
ta do estado fundamental) e n = 1, 2, 3,...
Para o estado fundamental, n = 1 e para o primeiro
estado excitado, n = 2. Assim, r = 2 2 . rB = 4 . rB.
No átomo de Bohr, a força coulombiana é centrípeta:
e.e v2 k . e2
k . –––– = m . ––– ⇒ v 2 = –––––
r 2
r m.r
Sendo r = 4 rB, concluímos que a velocidade do elétron
no primeiro estado excitado é a metade da velocidade
no estado fundamental:
2,2 . 10 6 m m
v = –––––––––– ––– = 1,1 . 106 –––
2 s s


De v = ––– . r, vem:
T

1,1 . 106 = ––– . 4 . 5,3 . 10–11
T

2π . 4 . 5,3 . 10 –11
T = ––––––––––––––––– (s)
1,1 . 10 6

T ≅ 1,2 . 10 –15s
No intervalo de tempo 10 –8s, que é o tempo de vida do
elétron, o número de revoluções efetuadas é dado por:
10 –8
n = ––––––––––
1,2 . 10 –15

n ≅ 8 . 106 revoluções

As questões dissertativas, numeradas de 21 a 30,


devem ser respondidas no caderno de soluções.

21
Na figura, o carrinho com rampa movimenta-se com

uma aceleração constante A .

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Sobre a rampa repousa um bloco de massa m. Se µ é
o coeficiente de atrito estático entre o bloco e a rampa,

determine o intervalo para o módulo de A , no qual o
bloco permanecerá em repouso sobre a rampa.
Resolução

Para um referencial fixo no carrinho, devemos con-


→ →
siderar uma força de inércia Fi = – m A atuando sobre o
bloco, com componentes Ft e Fn.
Isto posto, teremos:

Ft = F cos α
Fn = F sen α

Na direção paralela ao plano, temos:


Pt + Ft = Fat (1)

Na direção normal ao plano, temos:


Rn + Fn = Pn (2)

Em (1): mg sen α + m A cos α = Fat

Em (2): Rn + F sen α = P cos α


Rn = P cos α – F sen α
Rn = mg cos α – m A sen α

Sendo Fat ≤ µ Rn, vem:


mg sen α + m A cos α ≤ µ (mg cos α – m A sen α)
g sen α + a cos α ≤ µ g cos α – µA sen α
A (cos α + µ sen α) ≤ g (µ cos α – sen α)

g (µ cos α – sen α)
0 ≤ A ≤ ––––––––––––––––––
cos α + µ sen α

com µ cos α > sen α

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
22
Quando solto na posição angular de 45° (mostrada na
figura), um pêndulo simples de massa m e compri-
mento L colide com um bloco de massa M.

Após a colisão, o bloco desliza sobre uma superfície


rugosa, cujo coeficiente de atrito dinâmico é igual a
0,3. Considere que após a colisão, ao retornar, o pên-
dulo alcance uma posição angular máxima de 30°. De-
termine a distância percorrida pelo bloco em função de
m, M e L.
Resolução

1) Da figura:

( 兹苵苵
2
h = L – L cos 45° = L 1 – ––––
2 ) (=L
2 – 兹苵苵
2
2
–––––––
)
2) Conservação da energia mecânica entre A e B:

2
m V1
––––––– = m g h
2

V1 = 兹苵苵苵苵苵

3)
2gh =
兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵
( )
2gL
2 – 兹苵苵
2
–––––––
2
= 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
gL (2 – 兹苵苵苵
2)

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Da figura:

( 兹苵苵
3
h1 = L – L cos 30° = L 1 – ––––
2 ) (=L
2 – 兹苵苵
2
3
–––––––– )
4) Conservação da energia entre B e C:

2
m V2
m g h1 = –––––––
2

V2 = 兹苵苵苵苵苵
2gh1 =
兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵
( )
2gL
2 – 兹苵苵
3
–––––––
2
= 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
gL (2 – 兹苵苵苵
3)

5) A variação da quantidade de movimento da esfera:


∆Q = m (V1 + V2)

∆Q = m [兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
2 ) + 兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
gL (2 – 兹苵苵苵 3) ]
gL (2 – 兹苵苵苵

∆Q = m 兹苵苵苵苵
gL (兹苵苵苵苵苵
2苵苵苵苵苵
2 + 兹苵苵苵苵
– 兹苵苵 苵2苵苵苵苵苵
3)
– 兹苵苵

6) A quantidade de movimento adquirida pelo bloco


tem o mesmo módulo de ∆Q, por ser o sistema iso-
lado no ato de colisão:

MV = m 兹苵苵苵苵
gL (兹苵苵苵苵苵
2苵苵苵苵苵
2 + 兹苵苵苵苵
– 兹苵苵 苵2苵苵苵苵苵
3)
– 兹苵苵

m
V = ––– 兹苵苵苵苵
gL (兹苵苵苵苵苵
2苵苵苵苵苵
2 + 兹苵苵苵苵
– 兹苵苵 苵2苵苵苵苵苵
3)
– 兹苵苵
M

7) Aplicando-se o teorema da energia cinética:


τat = ∆Ecin

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
M
µ M g d (–1) = – ––– V 2
2

V2
d = –––––
2 µg

1 m2
d = ––––– . –––– . gL
0,6g M 2
[(兹苵苵苵苵苵
2苵苵苵苵苵
2 + 兹苵苵苵苵
– 兹苵苵 苵2苵苵苵苵苵
3 )]
– 兹苵苵
2

m2 L
d = ––––––– [ (兹苵苵苵苵苵
2苵苵苵苵苵
2 + 兹苵苵苵苵
– 兹苵苵 苵2苵苵苵苵苵
3 )]
– 兹苵苵
2

0,6 M 2

23
Calcule a variação de entropia quando, num processo à
pressão constante de 1,0 atm, se transforma inte-
gralmente em vapor 3,0 kg de água que se encontram
inicialmente no estado líquido, à temperatura de 100°C.
Dado: calor de vaporização da água:
Lv = 5,4 x 105 cal/ kg
Resolução
A variação de entropia (∆S) de um sistema com tem-
peratura constante é dada por:
Q
∆S = ––––
T

em que Q é o calor recebido pelo sistema e T a sua


temperatura absoluta.
Assim:

m Lv 3,0 . 5,4 . 105


∆S = ––––– = ––––––––––––– cal/K
T (100 + 273)

∆S ≅ 4343 cal/K

24
A figura mostra um recipiente, com êmbolo, contendo
um volume inicial Vi de gás ideal, inicialmente sob uma
pressão Pi igual à pressão atmosférica, Pat. Uma mola
não deformada é fixada no êmbolo e num anteparo
fixo. Em seguida, de algum modo é fornecida ao gás
uma certa quantidade de calor Q. Sabendo que a ener-
gia interna do gás é U = ( 3/2) PV, a constante da mola
é k e a área da seção transversal do recipiente é A,
determine a variação do comprimento da mola em fun-
ção dos parâmetros intervenientes. Despreze os atri-
tos e considere o êmbolo sem massa, bem como
sendo adiabáticas as paredes que confinam o gás.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Resolução
Usando a primeira lei da Termodinâmica, vem:
Q = τ + ∆U

O trabalho (τ) corresponde à energia armazenada na


mola mais o trabalho realizado pelo gás contra a atmos-
fera:

k x2
τ = –––– + pat . A . x
2

A variação de energia interna do gás é obtida por:

3
∆U = Uf – Ui = –– (pfVf – pat Vi )
2

3
∆U = –– [(pat + ∆p) (Vi + ∆V) – pat Vi)]
2

3
∆U = –– [pat Vi + pat ∆V + Vi ∆p + ∆p∆V – pat Vi ]
2

3 kx kx
2 [
∆U = –– pat A x + Vi . ––– + ––– . A x
A A ]
3 kx
[
∆U = –– pat A x + Vi ––– + k x 2
2 A ]
Assim:

k x2 3 3 kx 3
Q = –––– + pat A x + –– pat A x + –– Vi ––– + –– k x 2
2 2 2 A 2

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
kx
Q = 2 k x2 + 2,5 pat A x + 1,5 Vi –––
A

Vi k
(
2 k x 2 + 2,5 pat A + 1,5 –––
A )x–Q=0
Resolvendo a equação do 2º grau, vem:

兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
Vi k Vi k 2

(
– 2,5 pat A + 1,5 –––
A ) ±
( )
2,5 pat A + 1,5 –––
A
x = ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
+8kQ

4k

Como apenas a solução positiva deve ser considerada, te-


mos:

兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵 Vi k 2 Vi k
( )
2,5 pat A + 1,5 –––
A
+8kQ –
(
2,5 pat A + 1,5 –––
x = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A )
4k

25
Num barômetro elementar de Torricelli, a coluna de
mercúrio possui uma altura H, que se altera para X
quando este barômetro é mergulhado num líquido de
densidade D, cujo nível se eleva a uma altura h, como
mostra a figura.

Sendo d a densidade do mercúrio, determine em fun-


ção de H, D e d a altura do líquido, no caso de esta
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
coincidir com a altura X da coluna de mercúrio.
Resolução
1º caso: Barômetro em operação no ar atmosférico.

p1 = p2 ⇒ patm = pcoluna de Hg

patm = d g H

2º caso: Barômetro em operação imerso no líquido.

p3 = p4 ⇒ patm + pcoluna de = p’coluna de Hg


líquido

dgH+Dgh=dgX

Fazendo h = X, vem:
d H + D X = d X ⇒ d H = (d – D)X

d
Donde: X = –––––– H
d–D
OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
26
Uma onda acústica plana de 6,0 kHz, propagando-se
no ar a uma velocidade de 340 m/s, atinge uma pe-
lícula plana com um ângulo de incidência de 60°.
Suponha que a película separa o ar de uma região que
contém o gás CO2, no qual a velocidade de propagação
do som é de 280 m/s. Calcule o valor aproximado do
ângulo de refração e indique o valor da freqüência do
som no CO2.
Resolução
A situação proposta está esquematizada abaixo.

Lei de Snell: VAr . sen r = VCO sen i


2
340 . sen r = 280 . sen 60° ⇒ sen r ≅ 0,71
Donde: r ≅ 45°

A freqüência do som no CO2 é igual à freqüência do


som no ar. Isso ocorre porque, na refração, a freqüên-
cia da onda não se altera.
Logo: fCO = fAr = 6,0kHz
2

27
Uma flauta doce, de 33 cm de comprimento, à tem-
peratura ambiente de 0°C, emite sua nota mais grave
numa freqüência de 251 Hz. Verifica-se experimental-
mente que a velocidade do som no ar aumenta de
0,60 m/s para cada 1°C de elevação da temperatura.
Calcule qual deveria ser o comprimento da flauta a
30°C para que ela emitisse a mesma freqüência de
251 Hz.
Resolução
A flauta doce geralmente opera como um tubo sonoro
aberto. Para obtermos, no entanto, velocidades do
som no ar próximas daquela fornecida no cabeçalho da
prova (340 m/s), devemos admitir a flauta funcionando
como um tubo sonoro fechado, como representa o
esquema a seguir.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
λ
L = –– ⇒ λ = 4L
4

1º caso: Temperatura de 0°C

V0° = λ0° f ⇒ V0° = 4L0° f

V0° = 4 . 0,33 . 251 (m/s) ⇒ V0° = 331,32m/s

2º caso: Temperatura de 30°C

V30° = λ30° f ⇒ V30° = 4L30° f

0,6 . 30 + 331,32 = 4 L30° . 251

L30° ≅ 0,348 m = 34,8 cm

28
Em sua aventura pela Amazônia, João porta um rádio
para comunicar-se. Em caso de necessidade, pretende
utilizar células solares de silício, capazes de converter
a energia solar em energia elétrica, com eficiência de
10%. Considere que cada célula tenha 10 cm2 de área
coletora, sendo capaz de gerar uma tensão de 0,70 V,
e que o fluxo de energia solar médio incidente é da
ordem de 1,0 x 103 W/m2. Projete um circuito que
deverá ser montado com as células solares para obter
uma tensão de 2,8 V e corrente mínima de 0,35 A,
necessárias para operar o rádio.
Resolução
Sendo o fluxo de energia solar médio incidente igual a
1,0 . 103 W/m2, concluímos que cada célula de área
10 cm2 = 10 . 10–4 m2 recebe a potência
P = 1,0 . 103 W/m2 . 10 . 10–4 m2 = 1,0W.
Sendo de 10% a eficiência de conversão de energia
solar em energia elétrica, resulta que a potência elétri-
ca fornecida por célula é P’ = 0,10W. Como cada célu-
la é capaz de gerar uma tensão de 0,70V, concluímos
que a intensidade da corrente fornecida por uma célu-
la é

P’ 0,10W 1
i = –– = –––––– = –– A
U 0,70V 7

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Para obtermos uma tensão de 2,8V, devemos associar
n conjuntos de 4 células em série. Vamos, agora,
determinar o número de conjuntos. Lembrando que a
corrente mínima deve ser 0,35A, vem:
1
n . –– = 0,35 ⇒ n = 2,45
7
Sendo n um número inteiro, concluímos que o núme-
ro mínimo de conjuntos é três. Assim, temos o circui-
to:

29
Um gerador de força eletromotriz ε e resistência in-
terna r = 5 R está ligado a um circuito conforme mos-
tra a figura. O elemento Rs é um reostato, com resis-
tência ajustada para que o gerador transfira máxima
potência. Em um dado momento o resistor R1 é rom-
pido, devendo a resistência do reostato ser novamente
ajustada para que o gerador continue transferindo má-
xima potência. Determine a variação da resistência do
reostato, em termos de R.

Resolução
Vamos calcular a resistência equivalente do circuito
externo ao gerador, antes de R1 ser rompido.

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Nas condições de potência transferida máxima, temos:
15R 15R
Rs + ––––– = r ⇒ Rs + ––––– = 5R
7 7

20R
Rs = ––––– (1)
7

Com a ruptura de R1, temos:

Nas condições de potência transferida máxima, temos:


30R 25R
Rs + ––––– = 5R ⇒ Rs = ––––– (2)
11 11

De (1) e (2), concluímos que a variação da resistência


do reostato é, em módulo, dada por:
25R 20R – 45R
∆Rs = ––––– – ––––– ⇒ ∆Rs = ––––––
11 7 77

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
30
Situado num plano horizontal, um disco gira com velo-
cidade angular ω constante, em torno de um eixo que
passa pelo seu centro O. O disco encontra-se imerso
numa região do espaço onde existe um campo mag-

nético constante B , orientado para cima, paralela-
mente ao eixo vertical de rotação. A figura mostra um
capacitor preso ao disco (com placas metálicas planas,
paralelas, separadas entre si de uma distância L) onde,
na posição indicada, se encontra uma partícula de
massa m e carga q > 0, em repouso em relação ao
disco, a uma distância R do centro. Determine a dife-
rença de potencial elétrico entre as placas do capacitor,
em função dos parâmetros intervenientes.

Resolução

De acordo com a regra da mão esquerda,


→ determina-se
o sentido da força magnética (F mag) que atua sobre a
carga “q”.
Para que a partícula descreva o movimento circular, de-
vemos ter a força elétrica atuante com sentido oposto,
de modo que: F –F =R
e mag cp
qE – q v B = m ω2 R
U
q –– – q ω R . B = m ω2 R
L
Isolando a diferença de potencial U, vem:
m ω2 R L
U = –––––––––– + ω R B L
q

OBJETIVO I T A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
REDAÇÃO
REDAÇÃO
Leia os seguintes textos e, com base no que abordam,
escreva uma dissertação em prosa, de aproximada-
mente 25 (vinte e cinco) linhas, sobre

A importância da ética nas atividades e relações


humanas.

1. “O que se deve fazer quando um concorrente


está se afogando? Pegar uma mangueira e jogar
água em sua boca”. (Ray Kroc, fundador do
McDonald’s, em Tudo, n. 11, 15/04/2001, p. 23)

2. “Temos de dar os parabéns ao Rivaldo. A jogada


dele foi a mais inteligente da partida contra os
turcos. São lances como esses que te colocam
na Copa do Mundo. Tem de ser malandro. Só
quem joga futebol sabe disso.” (Roberto Carlos,
jogador da seleção brasileira de futebol, comen-
tando a atitude de Rivaldo, que fingiu ter sido
atingido no rosto pela bola chutada por um
adversário. Folha de S. Paulo, 06/06/2002)

3. Ética. s.f. Estudo dos juízos de apreciação que


se referem à conduta humana suscetível de qua-
lificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
relativamente a determinada sociedade, seja de
modo absoluto. (Dicionário Aurélio Eletrônico.
Versão 2.0 [199_] Rio de Janeiro: Lexikon
Informática, Nova Fronteira, CD-ROM)

4. Como toda descoberta científica exige que o pes-


quisador suspenda seus preconceitos, ela com-
porta riscos éticos. Mas a ciência não produz
automaticamente efeitos nocivos no plano ético.
A aplicação da ciência ao mundo prático nunca é
mecânica ou automática. Ela depende das esco-
lhas humanas. (Renato Janine Ribeiro. In Pes-
quisa: clonagem. FAPESP, n. 73, março 2002. Su-
plemento Especial)

Redação – Comentário

Fiel à tradição, o Ita propôs a elaboração de um


texto dissertativo, desta vez sobre a importância da
ética nas atividades e relações humanas.
Ofereceram-se, como subsídios à produção textual do
candidato, quatro fragmentos: dois depoimentos,
sendo o primeiro do fundador da cadeia de lanchonetes
mais famosa do mundo, a cadeia Mc Donald’s, e o
segundo, do jogador da seleção brasileira de futebol,
Roberto Carlos, ambos defendendo, cada um a seu
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
modo, a violação da ética como “necessária” ou justi-
ficável quando se trata de vencer – ou derrotar – adver-
sários. No terceiro fragmento, o candidato pôde contar
com a definição de ética – segundo o dicionário
Aurélio, “estudo dos juízos de apreciação que se refe-
rem à conduta humana suscetível de qualificação do
ponto de vista do bem e do mal”. Ampliando as possi-
bilidades de abordagem do tema, o quarto texto conti-
nha transcrição do parecer de Renato Janine Ribeiro
sobre experiências de clonagem que comportariam,
involuntariamente, riscos éticos.
De posse dessas informações e de outras perten-
centes a seu próprio repertório, o candidato deveria
proceder a uma análise crítica do comportamento
humano, considerando, para tanto, a influência de uma
sociedade por excelência competitiva, que, além de
prestigiar os “espertos” e “malandros” que gostam
de “levar vantagem em tudo”, não hesita em defender
a desconsideração de princípios éticos quando se trata
de obter vantagens.
Argumentos que comprovassem essa tendência
não devem ter faltado ao candidato – afinal, quer nas
relações pessoais, sociais e profissionais, quer no
âmbito científico e político, têm-se tornado cada vez
mais comuns as transgressões éticas, sempre em
nome de uma “boa causa”. Contudo, esperava-se que,
para além da constatação dessa prática, o candidato
registrasse suas impressões sobre questão que o
envolve desde agora, como vestibulando, e tanto mais
no futuro.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
INGLÊS
As questões de 1 a 4 referem-se às tiras abaixo:

Star Tribune – Comics – SCOTT ADAMS


Sunday, June 4, 2000.

Vocabulário para as questões de 1 a 4.


• pictures = fotos, imagens
• grounds = motivo
• dismissal = demissão
• to plead = alegar
• harmlessly = inofensivamente
• screen = tela
• to demand = exigir
• godless = mau, perverso
• to be fired = ser demitido
• too much trouble = incômodo demais
• to be served = ser cumprida

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
1 c
A palavra grounds (2o quadrinho) quer dizer:
a) chão. b) possibilidade. c) motivo.
d) terra. e) necessidade.
Resolução
grounds = motivo

2 d
A palavra fired, (6o quadrinho) no contexto em ques-
tão:
a) significa “alvejado” (por arma de fogo).
b) tem o significado de “interrogados”.
c) pode ser traduzida pelo particípio “presos”.
d) é sinônimo de “dismissed”.
e) é particípio passado do verbo queimar .
Resolução
A palavra fired é sinônima de dismissed (demitidos).

3 c
Das considerações abaixo:
I. Wally fazia uso indevido do computador.
II. Wally era inocente da acusação dos auditores.
III. Os argumentos de defesa de Wally foram, prova-
velmente, acatados pela justiça.
IV. A atitude de Wally pode ser expressa pelo provér-
bio “a justiça tarda mas não falha”.
estão corretas:
a) apenas as I e lI. b) apenas as I, III e IV.
c) apenas as I e III. d) apenas as II, III e IV.
e) todas.

4 b
Assinale a opção cujo adjetivo melhor descreve a ati-
tude de Wally no referido contexto:
a) intempestiva. b) dissimulada. c) corajosa.
d) recatada. e) precipitada.

As questões de 5 a 13 referem-se ao texto abaixo:

About Men

Card Sharks
By Erick Lundegaard

If all my relatives suddenly died and all my friendships


dried up and all of my subscriptions were cancelled
I
and all of my bills were paid, I _______ guaranteed mail
– two pieces a week, by my estimation – for the credit
card companies ______ II me. They are the one constant
in my ever-changing life. They are hot for what they
think lies in my wallet. They are not just hot for me,
either. I realize this. They want everyone, send mail to
everyone. Everyone, that is, except those who need
them most.
The absurdity in my case is the puny sum being
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
sought. I work in a bookstore warehouse, lugging
boxes and books around, at $8 per hour for 25 hours
per week. That’s roughly $10,000 per year. One would
think that such a number could not possibly interest
massive, internetted corporations and conglomera-
tions. Yet they all vie for my attention. Visa, Mastercard,
Discover Card – it doesn’t matter – American Express,
People’s Bank, Citibank, Household Bank F.S.B.,
Choice, the GM Card, Norwest, Chevy Chase F.S.B.
Not only am I preapproved, they tell me I’II have no
annual fee. Their A.P.R. keeps dipping, like an auction
in reverse, as each strives to undercut the other: from
14.98 to 9.98 to, now, 6.98 percent. I am titillated with
each newer, lower number, as if it were an inverse indi-
cation of my self-worth.
(...)
At some point, in passing from computer to com-
puter, my name even got smudged, so now many of
the offers are coming not to Erik A. Lundegaard but to
Erik A. Lundefreen. He may not exist, but he has
already been preapproved for a $4,200 credit line on
one of America’s best credit card values. After several
of these letters, I began to wonder: What if Erik A.
Lundefreen did sign up for their cards? What if he went
on a major spending spree, maxing them out and never
paying them off? What would happen when the autho-
rities finally arrived at his door?
(...)
In the old days, it was necessary to hide behind
trees or inside farmhouses to outwit the authorities.
Now it seems there’s no better hiding place than an
improperly spelled, computer-generated name. It is the
ultimate camouflage for our bureaucratic age.
Meanwhile, the offers keep coming. A $2,000 cre-
dit line, a $3,000 credit line, a $5,000 credit line. If a
paltry income can’t keep them away, what will?
Death? Probably not even death. I’ll be six feet under
and still receiving mail. “Dear Mr. Lundefreen.
Membership criteria are becoming increasingly strin-
gent. You, however, have demonstrated exceptional
financial responsibility. Sign up now for this once in a
lifetime offer.”

A.P.R. = Annual Percentage Rate

Vocabulário para as questões de 5 a 13.


• sharks = tubarões
• to dry up = desaparecer
• subscriptions = assinaturas
• bills = contas
• still = ainda
• ever-changing life = vida em constante mudança
• hot = ávidos
• to lie = estar, ficar
• wallet = carteira
• either= também
• to realize = perceber
• that is = quer dizer
• puny sum = quantia ínfima
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
• to seek (sought, sought) = procurar
• warehouse = depósito
• to lug = arrastar
• roughly = aproximadamente
• yet = contudo, entretanto
• to vie for = competir, disputar
• annual fee = taxa anual
• to dip = diminuir, baixar
• auction = leilão
• in reverse = ao contrário
• to strive = esforçar-se, empenhar-se
• to undercut = vender por preço inferior, superar
• titillated = excitado, animado
• self-worth = valor próprio
• to get smudged = ser manchado, ser trocado
• to wonder = imaginar
• to sign up = contratar, aceitar
• major = enorme, muito grande
• spree = farra, pândega
• to max out = chegar ao extremo
• to pay off = quitar (dívida)
• to hide = esconder-se
• to outwit = enganar
• spelled = soletrado
• ultimate = mais recente
• meanwhile = enquanto isso
• paltry = insignificante
• income = ganho, renda
• to keep away = manter afastados
• not even = nem mesmo
• membership = associação
• criteria = critérios
• increasingly = cada vez mais
• stringent = rigoroso, severo
• once in a lifetime = uma única vez na vida

5 a
Assinale a opção que poderia preencher respectiva e
corretamente as lacunas I e II nas linhas 3 e 5 do texto:
a) would still be / would still want
b) will still be / will still want
c) would still have been / would still have wanted
d) still am / still want
e) may still be / may still want
Resolução
If + simple past (died) → simple conditional
(would still be)
(would still want)

6 c
O significado da palavra hot, nas linhas 6 e 7, é seme-
lhante, em português, a:
a) insistentes. b) quentes. c) ávidos.
d) ousados. e) competitivos.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
7 e
A palavra for, na linha 4, poderia ser substituída por:
a) yet. b) why. c) still. d) but. e) because.
Resolução
For = because (= porque)

8 b
Cada uma das opções abaixo é iniciada com uma pala-
vra extraída do texto, devendo ser seguida de outras
duas palavras que lhe sejam sinônimas. Assinale a
opção em que isso não ocorre:
a) puny (linha 11) → small, limited.
b) spree (linha 35) → bank, institution.
c) outwit (linha 39) → trick, cheat.
d) paltry (linha 45) → insignificant, unimportant.
e) stringent (linha 49) → severe, restrictive.
Resolução
spree = farra, pândega

9 b
O pronome it, na linha 41 do texto, refere-se a:
a) hiding place.
b) improperly spelled, computer-generated name.
c) bureaucratic age.
d) ultimate camouflage.
e) the authorities.
Resolução
O pronome it substitui “o nome gerado pelo computa-
dor e inadequadamente soletrado”.

10 e
Das afirmações abaixo:
I. The puny sum being sought, na linha 11, equiva-
le, na voz ativa, a “the puny sum they seek”.
II. Yet, na linha 17, tem função de conjunção.
III. Os comparativos newer e lower, na linha 25, refe-
rem-se às administradoras de cartão de crédito
que entram no mercado a cada ano.
IV. Em he has already been preapproved, nas linhas
30/31, o autor faz uso do Present Perfect Tense
porque se refere a uma ação que começou no pas-
sado e continua no presente.
estão corretas:
a) todas. b) apenas as I, II e IV.
c) apenas as II e III. d) apenas as III e IV.
e) apenas as I e II.
Resolução
Os comparativos newer e lower referem-se à taxa
cobrada pelos cartões de crédito.
he has already been preapproved = já foi aprovado
O Present Perfect Tense é usado com a palavra-chave
already.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
11 a
Das afirmações abaixo:
I. Determinadas práticas das administradoras de car-
tão de crédito mencionadas pelo autor parecem
fazê-Io sentir-se reduzido a uma cifra.
II. Erick Lundegaard vislumbrou a possibilidade de
“calote” em administradoras de cartão de crédito.
III. O autor do texto é usuário contumaz de cartão de
crédito.
está(ão) correta(s):
a) apenas as I e II. b) apenas as II e III.
c) apenas as I e III. d) nenhuma.
e) todas.
Resolução
Em nenhum momento no texto, o autor afirma utilizar
os cartões que recebe.

12 d
De acordo com o texto:
I. Só a morte do destinatário pode interromper o en-
vio frenético de correspondência feito pelas admi-
nistradoras de cartões de crédito.
II. A correspondência gerada pelas administradoras
de cartão de crédito atenua a sensação de aban-
dono de um número considerável de pessoas.
III. Erick acredita que a avalanche de correspondência
enviada pelas administradoras de cartão de crédito
tem o mérito de manter os usuários de seus servi-
ços informados sobre as taxas por elas praticadas.
está(ão) correta(s):
a) apenas as I e II. b) apenas as II e III.
c) apenas a III. d) nenhuma.
e) todas.

13 c
Assinale, entre as considerações abaixo, a que não
pode ser depreendida da leitura do texto:
a) As administradoras de cartão de crédito não se inte-
ressam por aqueles indivíduos que mais necessitam
delas.
b) A vida de Lundegaard é marcada por constantes mu-
danças.
c) O autor considera seu trabalho bastante interes-
sante.
d) Operadoras de cartão de crédito oferecem isenção
de taxa a seus clientes.
e) Inovações tecnológicas podem influir para a mudan-
ça de comportamentos criminosos.
Resolução
No texto: “I work in a bookstore warehouse, hugging
boxes and books around.”
As questões 14 e 15 referem-se ao texto abaixo,
extraído da internet:

I want to be six again

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
A man asked his wife what she’d like for her birthday.
“I’d love to be six again,” she replied.
On the morning of her birthday, he got her up bright
and early and off they went to a local theme park.
What a day! He put her on every ride in the park: the
Death Slide, the Screaming Loop, the Wall of Fear –
everything there was!
Wow! Five hours later she staggered out of the theme
park, her head reeling and her stomach upside down.
Right to a McDonald’s they went, where her husband
ordered a Big Mac for her along with extra fries and a
refreshing chocolate shake. Then it was off to a movie
– the latest Star Wars epic, and hot dogs, popcorn,
Pepsi Cola and M&Ms. What a fabulous adventure!
Finally she wobbled home with her husband and col-
lapsed into bed.
He leaned over and lovingly asked, “Well, dear, what
was it like being six again?
One eye opened. “You idiot, I meant my dress size.”
The moral of this story is: if a woman speaks and a
man is there to hear her, he will get it wrong anyway.

Vocabulário para as questões de 14 e 15.


• to reply = responder
• ride = brinquedos
• to stagger out = sair cambaleando
• to reel = rodopiar, girar
• upside down = revirado
• to order = pedir
• fries = batatas fritas
• the latest = o mais recente
• to wobble = cambalear
• to collapse = desmoronar
• to lean over = inclinar-se
• to mean = querer dizer
• size = tamanho
• anyway = de qualquer forma

14 e
Segundo o texto:
a) O marido em questão tem por costume proporcio-
nar à esposa experiências que a fazem sentir jovem
e feliz.
b) Voltar a ser criança era o desejo da referida esposa
no dia de seu aniversário.
c) A esposa em questão é do tipo de pessoa que come
compulsivamente.
d) Não é aconselhável tentar repetir, na idade adulta, o
padrão de atividade física exercido na infância.
e) Os homens nunca entendem o que as mulheres
pretendem comunicar-lhes.
Resolução
No texto, “… if a woman speaks and a man is there to
hear her, he will get it wrong anyway”.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
15 e
O texto revela uma mulher:
a) imatura.
b) jovial.
c) rancorosa.
d) “de mal com a vida”.
e) preocupada com a forma física.
Resolução
No texto: “You idiot, I meant my dress size”.

Vocabulário para a questão 16.

• to take the credit = ficar com o mérito

16 b
A frase: “My father once told me that there were
two kinds of people: those who do the work and
those who take the credit. He told me to try to be
in the first group; there was much less competition
there”, é atribuída a Indira Gandhi.
A intenção do pai de Indira, em relação à filha, era pro-
vavelmente
a) fazê-Ia saber da existência de conflitos em ambien-
te de trabalho.
b) transmitir-lhe valores relativos à atitude diante do
trabalho.
c) preveni-la contra a competição no mercado de tra-
balho.
d) apontar-lhe um caminho curto para a obtenção do
sucesso profissional.
e) prepará-la para a crescente competição no mercado
de trabalho.

As questões de 17 a 20 referem-se ao texto abaixo:

What is life? To the physicist the two distin-


guishing features of living systems are complexity and
organization. Even a simple single-celled organism, pri-
mitive as it is, displays an intricacy and fidelity unmat-
ched by any product of human ingenuity. Consider, for
example, a lowly bacterium. Close inspection reveals a
complex network of function and form. The bacterium
may interact with its environment in a variety of ways,
propelling itself, attacking enemies, moving towards or
away from external stimuli, exchanging material in a
controlled fashion. Its internal workings resemble a
vast city in organization. Much of the control rests with
the cell nucleus, wherein is also contained the genetic
‘code’, the chemical blue print that enables the bacte-
rium to replicate. The chemical structures that control
and direct all this activity may involve molecules with
as many as a million atoms strung together in a com-
plicated yet highly specific way. (...)
It is important to appreciate that a biological orga-
nism is made from perfectly ordinary atoms. (...) An
atom of carbon, hydrogen, oxygen, or phosphorus insi-
de a living cell is no different from a similar atom out-
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
side, and there is a steady stream of such atoms pas-
sing into and out of all biological organisms. Clearly,
then, life cannot be reduced to a property of an orga-
nism’s constituent parts. Life is not a cumulative phe-
nomenon like, for example, weight. For though we
may not doubt that a cat or a geranium is living, we
would search in vain for any sign that an individual cat-
atom or geranium-atom is living.
Sometimes this appears paradoxical. How can a
collection of inanimate atoms be animate? Some peo-
ple have argued that it is impossible to build life out of
non-life, so there must be an additional, non-material,
ingredient within all living things – a life-force – or spi-
ritual essence which owes its origin, ultimately, to
God. This is the ancient doctrine of vitalism.
An argument frequently used in support of vitalism
concerns behaviour. A characteristic feature of living
things is that they appear to behave in a purposive
way, as though towards a specific end.
PAUL DAVIES. God and the New Physics.
N.Y. – Simon & Schuster, Inc.,1984.

Vocabulário para as questões de 17 a 20.


• physicist = físico
• features = características
• single-celled = unicelular
• to display = mostrar, exibir
• intricacy = complexidade
• unmatched = único, inigualável
• ingenuity = criatividade
• lowly = mera, simples
• close = detalhada
• network = rede
• environment = ambiente
• to propel = impulsionar
• to resemble = assemelhar-se
• to rest with = ser responsabilidade de
• wherein = na qual
• to enable = capacitar
• as many as = aproximadamente
• strung together = enfileiradas, amarradas
• steady stream = corrente contínua
• to doubt = duvidar
• to search = buscar
• to argue = argumentar, discutir
• to owe = dever
• ultimately = basicamente, fundamentalmente
• support = apoio
• to appear = parecer
• purposive = intencional
• towards = em direção a
17 b
Assinale a opção cuja afirmação contenha a informa-
ção correta:
a) living, na linha 2, tem a função de verbo.
b) single-celled, na linha 3, é adjetivo.
c) lowly, na linha 6, é advérbio.
d) close, na linha 6, significa “fechada”.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
e) stimuli, na linha 11, está no singular .
Resolução
living → adjetivo (vivos)
lowly → adjetivo (mera, simples)
close → adjetivo (detalhada)
stimuli → substantivo plural; singular → stimulus

18 c
Qual das palavras abaixo constitui um falso cognato?
a) physicist (linha 1).
b) fidelity (linha 4).
c) ingenuity (linha 5).
d) reveals (linha 7).
e) external (linha 10).
Resolução
ingenuity = criatividade

19 b
A expressão rests with, na linha 13 do texto, quer dizer:
a) resta ao.
b) é responsabilidade do.
c) responde pelo.
d) interage com.
e) descansa no.
Resolução
to rest with = ser responsabilidade de

20 e
De acordo com o texto:
a) as formas superiores de vida caracterizam-se pela
complexidade e organização.
b) o comportamento dos organismos biológicos é defi-
nido pela forma com que os átomos se organizam
no interior das células.
c) a vida resulta pura e simplesmente de uma combi-
nação química.
d) é possível obter vida a partir de átomos inanimados.
e) o comportamento das coisas vivas parece corrobo-
rar a doutrina do vitalismo.
Resolução
No texto: “An argument frequently used in support of
vitalism concerns behaviour”.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Comentário de Inglês

O exame de Inglês do ITA, como de costume,


exige um hábito de leitura constante e variado: desde
tiras cômicas a textos extraídos de jornais e revistas.
Com conteúdo denso e de difícil interpretação por
parte do aluno, o exame torna-se ainda mais complexo
com o estilo de questões propostas, muitas vezes sub-
jetivas ou com significados próximos.
Portanto, o aluno teria que demonstrar não somen-
te um sólido conhecimento da língua inglesa, mas tam-
bém alta capacidade de interpretação dos fatos lidos a
fim de levá-lo à alternativa correta.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
P O RT U G U Ê S
21 d
Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:

Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Co-


mo estou escrevendo ontem, não faço idéia do que
ocorreu. Porém, tentei adivinhar a atuação dos jo-
gadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-
me a nota final.
(TORERO, José Roberto. Folha de S. Paulo, 13/06/2002, A-1)

Com o uso do advérbio em “Como estou escrevendo


ontem...”, o autor
a) marcou que a leitura do texto acontece simul-
taneamente ao processo de produção do texto.
b) adequou esse elemento à forma verbal composta
de auxiliar + gerúndio, para guiar a interpretação do
leitor.
c) não observou a regra gramatical que impede o uso
do verbo no presente com aspecto durativo junta-
mente com um marcador de passado.
d) sinalizou explicitamente que a produção e a leitura
do texto acontecem em momentos distintos.
e) lançou mão de um recurso que, embora gramatical-
mente incorreto, coloca o leitor e o produtor do tex-
to em momentos distintos: passado e presente, res-
pectivamente.
Resolução
A frase “como estou escrevendo ontem” indica, expli-
citamente, que o presente do leitor (ou seja, o mo-
mento da leitura) não é o mesmo que o presente da
escrita (ou seja, o momento da produção do texto).
Não obstante, a frase em questão é, não gramati-
calmente incorreta, como se afirma na alternativa e,
mas estranha, por combinar o presente durativo da
locução verbal “estou escrevendo” com o passado do
advérbio de tempo “ontem”. Na alternativa e, há ainda
o erro de associar o leitor ao passado e o escritor ao
presente, quando o oposto seria correto. Em c, a incor-
reção se deve ao fato de não se tratar, propriamente,
de infração de regra gramatical, mas sim de inade-
quação (aparente, pois resolvida pelo contexto) de
natureza semântica. Em a, “simultaneamente” é uma
indicação errada, por motivos que já devem ter ficado
evidentes. A alternativa b não é precisa, pois não se
entende o que seria “adequar” o advérbio à locução
verbal.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
As questões 22 e 23 referem-se ao texto abaixo.

A universidade de Taubaté (UNITAU) conta, no total,


com 720 universitários [no curso de Comunicação
Social], sendo 130 formandos. Com tantos universi-
tários saindo para o mercado de trabalho, o coor-
denador do curso de Comunicação Social da UNI-
TAU (...) mencionou que o Vale do Paraíba é inex-
plorado e tem potencial de absorver os formandos.
(Jornal ComunicAção, n.1, março 2002, p.3)

22 a
Um leitor pode relacionar o conteúdo da construção
“com tantos universitários saindo para o mercado de
trabalho...” com o que é mencionado pelo coorde-
nador do curso de Comunicação Social da UNITAU. No
entanto, essa leitura torna-se problemática, pois o lei-
tor poderia esperar, a partir daquela construção, uma
a) conseqüência. b) causa. c) finalidade.
d) condição. e) proporção.
Resolução
O que se esperaria da construção iniciada com a ora-
ção subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio
que inicia o período – “Com tantos universitários sain-
do para o mercado de trabalho...” – seria uma oração
principal que indicasse a conseqüência da circuns-
tância enunciada, e tal não ocorre.

23 e
Considerando ainda o período abordado na questão an-
terior, assinale a alternativa que, completando a oração
abaixo, apresenta a relação mais coerente entre as
idéias.
O coordenador do curso de Comunicação Social men-
cionou que,
a) à medida que muitos universitários saem para o
mercado de trabalho, o Vale do Paraíba tem poten-
cial de absorver os formandos, pois ainda é um mer-
cado inexplorado.
b) como muitos universitários saem para o mercado de
trabalho, o Vale do Paraíba tem potencial de absor-
ver os formandos, pois ainda é um mercado inex-
plorado.
c) há muitos universitários saindo para o mercado de
trabalho, de modo que o Vale do Paraíba tem poten-
cial de absorver os formandos, pois ainda é um mer-
cado inexplorado.
d) muitos universitários saem para o mercado de traba-
lho; portanto, o Vale do Paraíba tem potencial de
absorver os formandos, pois ainda é um mercado
inexplorado.
e) embora muitos universitários estejam saindo para o
mercado de trabalho, o Vale do Paraíba tem poten-
cial de absorver os formandos, pois ainda é um mer-

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
cado inexplorado.
Resolução
A redação que “apresenta a relação mais coerente en-
tre as idéias” é a da alternativa e, porque nela se for-
mula concessivamente (“embora”) a idéia relativa à
grande quantidade de formandos, já que tal idéia se
contraporia à capacidade de absorção de tais forman-
dos pela região.

As questões de 24 a 26 referem-se ao texto abaixo.


(...)
1 As angústias dos brasileiros em relação ao portu-
guês são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa
escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posi-
5 ções, o problema é sobretudo com a gramática.
É esse o público que consome avidamente os
fascículos e livros do professor Pasquale, em
que as regras básicas do idioma são apresen-
tadas de forma clara e bem-humorada. Para o
10 segmento que teve oportunidade de estudar em
bons colégios, a principal dificuldade é com cla-
reza. É para satisfazer a essa demanda que um
novo tipo de profissional surgiu: o professor de
português especializado em adestrar funcio-
15 nários de empresas. Antigamente, os cursos
dados no escritório eram de gramática básica e
se destinavam principalmente a secretárias. De
uns tempos para cá, eles passaram a atender pri-
mordialmente gente de nível superior. Em ge-
20 ral, os professores que atuam em firmas são
acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho
esporadicamente para ganhar um dinheiro extra.
“É fascinante, porque deixamos de viver a teoria
para enfrentar a língua do mundo real”, diz Antô-
25 nio Suárez Abreu, livre-docente pela Universi-
dade de São Paulo (...)
(JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja,
7/11/2001, n. 1725)

24 c
Aponte a alternativa que contém uma inferência que
NÃO pode ser feita com base nas idéias explicitadas
no texto.
a) Freqüentemente, uma boa escola é uma espécie de
passaporte para a ascensão.
b) O conjunto que abrange “gente de nível superior”
não contém o subconjunto “secretárias”.
c) No âmbito da Universidade, os estudos da língua
estão prioritariamente voltados para a prática lin-
güística.
d) A escola de qualidade inferior não favorece o
aprendizado da gramática.
e) O conhecimento gramatical não garante que as
pessoas se expressem com clareza.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Resolução
Conforme a observação do professor universitário
mencionado no final do trecho transcrito, ao sair do
ambiente universitário para “enfrentar a língua do
mundo real” o que ocorre é que “deixamos de viver a
teoria”. Portanto, a conclusão é o oposto do que se
propõe na alternativa c. O correto seria afirmar que
“No âmbito da Universidade, os estudos de língua
estão prioritariamente voltados para a teoria lingüís-
tica”. Todas as demais alternativas estão de acordo
com o que se afirma no texto ou contêm inferências
por ele autorizadas.

25 a (teste defeituoso)
Considerando que o autor do texto apresenta os fatos
a partir da perspectiva daqueles que procuram um
curso de língua portuguesa, aponte o sentido que a
palavra “demanda” assume no texto.
a) busca b) necessidade c) exigência
d) pedido e) disputa
Resolução
O sentido primeiro do verbo demandar é “ir em busca
de, procurar” (Aurélio) ou “tentar obter, através de pe-
dido ou exigência; requerer, reivindicar, reclamar”
(Houaiss), sendo “busca” o sentido primeiro do subs-
tantivo demanda, como se vê no título do célebre rela-
to medieval, A Demanda do Santo Graal. Ocorre, po-
rém, que, no contexto, quadram bem tanto o sentido
de “busca” (alternativa a) quanto o de “necessidade”
(alternativa b), também presente entre as possibi-
lidades semânticas da palavra (e também dicionari-
zado). Preferimos “busca” por ser o sentido mais bá-
sico e por ser sugerido pelo próprio Examinador no
caput do teste, que se refere àqueles “que procuram
um curso de língua portuguesa”. De qualquer forma,
trata-se de um teste com defeito de formulação, por
apresentar duas alternativas cabíveis.

26 d
O adjetivo “principal” (linha 11) permite inferir que a
clareza é apenas um elemento dentro de um conjunto
de dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante
inferência pode ser realizada pelos advérbios:
a) avidamente, principalmente, primordialmente.
b) sobretudo, avidamente, principalmente.
c) avidamente, antigamente, principalmente.
d) sobretudo, principalmente, primordialmente.
e) principalmente, primordialmente, esporadicamente.
Resolução
Na alternativa d, os três advérbios propostos são sinô-
nimos, indicando o que se situa “acima de tudo”, o
que se coloca “em primeiro lugar”. Nas demais alter-
nativas, há sempre um ou dois advérbios discrepantes:
“avidamente”, “antigamente” ou “esporadicamente”.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
27 a
Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em
programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia
de que um apostador inglês acertou o resultado de
uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu
burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então,
a seguinte observação: “Já vi muito comentarista
burro, mas burro comentarista é a primeira vez.”
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se
altera em função da ordem que elas assumem na
expressão.
Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
a) obra grandiosa b) jovem estudante
c) brasileiro trabalhador d) velho chinês
e) fanático religioso
Resolução
Em “obra grandiosa”, a alteração na posição dos ter-
mos não muda sua classe gramatical, pois “obra” con-
tinuará sendo substantivo e “grandiosa”, adjetivo. Em
todos os outros casos, o elemento que vier primeiro
será o substantivo e o segundo, adjetivo.

28 b
Há algum tempo, apareceu na imprensa a notícia de
uma controvérsia sobre a Lei de Aposentadoria, envol-
vendo duas teses que podem ser expressas nas sen-
tenças abaixo:
I. Poderão aposentar-se os trabalhadores com 65
anos e 30 anos de contribuição para o INSS.
II. Poderão aposentar-se os trabalhadores com 65
anos ou 30 anos de contribuição para o INSS.
Aponte a alternativa que apresenta a interpretação que
NÃO pode ser feita a partir dessas sentenças:
a) de acordo com (I), para aposentar-se, uma pessoa
deve ter simultaneamente, pelo menos, 65 anos de
idade e, pelo menos 30 anos de contribuição para o
INSS.
b) de acordo com (II), para aposentar-se, uma pessoa
deve ter simultaneamente, pelo menos, 65 anos de
idade e, pelo menos, 30 anos de contribuição para o
INSS.
c) de acordo com (II), uma pessoa que tenha 65 anos
de idade e 5 anos de contribuição para o INSS pode-
rá se aposentar.
d) de acordo com (II), para aposentar-se, basta que
uma pessoa tenha 65 anos de idade, pelo menos.
e) de acordo com (II), para aposentar-se, basta que
uma pessoa tenha contribuído para o INSS por, pelo
menos, 30 anos.
Resolução
Na interpretação proposta na alternativa b para a frase
II, o advérbio “simultaneamente” é inaceitável, pois
ele contraria o que diz a frase, que é “65 anos [de
idade] ou 30 anos de contribuição”. Portanto, não há
simultaneidade, mas alternância.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
As questões de 29 a 31 referem-se ao poema
“Canção”, de Cecília Meireles.

Canção

Pus o meu sonho num navio


e o navio em cima do mar;
– depois, abri o mar com as mãos
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas


do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,


a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,


para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;


praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas

29 e
Neste poema, há algumas figuras de linguagem. Abai-
xo, você tem, de um lado, os versos e, do outro, o
nome de uma dessas figuras. Observe:
I. “Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das
ondas entreabertas” .................... sinestesia
II. “e a cor que escorre dos meus
dedos” .......................................... metonímia
III. “o vento vem vindo de longe” .... aliteração
IV. “a noite se curva de frio” ............ personificação
V. “e o meu navio chegue ao fundo /
e o meu sonho desapareça” ........ polissíndeto
Considerando-se a relação verso/figura de linguagem,
pode-se afirmar que
a) apenas I, II e III estão corretas.
b) apenas I, III e IV estão corretas.
c) apenas II está incorreta.
d) apenas I, IV e V estão corretas.
e) todas estão corretas.
Resolução
Em I, a sinestesia (mistura de estímulos de órgãos
sensoriais diferentes) corresponde à mistura das sen-
sações táctil (“molhadas”) e visual (“azul”); em II, a
metonímia (substituição por contigüidade) está em
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
designar a água por uma característica dela, sua cor,
podendo-se classificar tal figura também como sinédo-
que (substituição todo/parte), que é um caso especial
de metonímia; em III, há aliteração do v (consistindo a
figura na repetição de fonema consonântico, geral-
mente no início de palavras); em IV, a noite é personi-
ficada, ao se atribuírem a ela sensação (frio) e gesto
(curvar-se de frio) próprios de pessoas; em V, o polis-
síndeto consiste na repetição do conectivo “e”. Todas
as classificações propostas para as figuras de lingua-
gem apresentadas estão, portanto, corretas. Ocorre,
porém, que o Examinador, não consciente, ao que tudo
indica, do problema envolvido na distinção entre siné-
doque e metonímia, propôs, na alternativa c, a opção
“apenas II está incorreta”. Tal alternativa, porém, não
pode ser aceita, pois é descabido exigir que se distin-
ga, no caso, uma subclasse (a sinédoque) do conjunto
de que faz parte (a metonímia). Se pairar alguma dúvi-
da, consultem-se os escritos do lingüista Roman
Jakobson a respeito do assunto.

30 b
Pode-se apontar como tema do poema
a) a transitoriedade das coisas.
b) a renúncia.
c) a desilusão.
d) a fugacidade do tempo.
e) a dúvida existencial.
Resolução
No poema relata-se o naufrágio de um sonho. Como tal
naufrágio é provocado ou preparado pelo eu-lírico,
trata-se, na verdade, da experiência de renúncia a um
sonho (alternativa b), mais do que de uma desilusão
(alternativa c).

31 d
Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Moder-
nismo Brasileiro, faz parte da chamada “Poesia de 30”.
Sobre esta autora e seu estilo, é CORRETO afirmar
que ela
a) seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produ-
zindo uma poesia de consciência histórica.
b) não seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro,
produzindo uma obra de traços parnasianos.
c) seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produ-
zindo uma poesia panfletária e musical.
d) não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Mo-
dernismo Brasileiro, produzindo uma poesia lírica,
mística e musical.
e) não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Mo-
dernismo Brasileiro, produzindo uma poesia histó-
rica, engajada e musical.
Resolução
Cecília Meireles produziu poesia fortemente marcada
por traços pós-simbolistas, incluindo-se aí o tipo de
musicalidade envolvente que caracteriza seus poemas,
assim como sua tendência ao misticismo.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
32 c (teste defeituoso)
Quanto ao tempo verbal, é CORRETO afirmar que, no
texto abaixo,

João e Maria
Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cawboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e os seus canhões
Guardava o meu bodoque
Ensaiava o rock
Para as matinês (...)
(CHICO BUARQUE DE HOLANDA)

a) a relação cronológica, no primeiro verso, entre o


momento da fala e “ser herói” é de anterioridade.
b) o pretérito imperfeito indica um processo concluído
num período definido no passado.
c) o pretérito imperfeito é usado para instaurar um
mundo imaginário, próprio do universo infantil.
d) o conflito entre a marca do presente – no advérbio
“agora” – e a do passado – nos verbos – leva à
intemporalidade.
e) o pretérito imperfeito é usado para exprimir cortesia.
Resolução
A alternativa a é confusa, pois não é clara a referência
de “anterioridade”: o que seria anterior, o momento da
fala ou “ser herói”? Não obstante, se considerarmos
que a intenção do Examinador foi afirmar que o “ser
herói” é anterior ao momento da fala, essa alternativa
seria aceitável. Não se deveria, no entanto, numa
prova como esta, ter de supor qual teria sido a inten-
ção do Examinador, pois ele deveria tê-la deixado clara
na formulação do teste. A alternativa b caracteriza
equivocadamente o pretérito imperfeito, que indica
uma ação contínua, ou seja, não-acabada (im-perfeita)
no passado. A afirmação da alternativa c pode ser
tomada como igualmente descabida, pois outros tem-
pos verbais também se prestam a “instaurar um
mundo imaginário, próprio do universo infantil”, nem é
essa, no caso, a razão do emprego do imperfeito. Se,
no entanto, o Examinador exigisse o conhecimento
prévio da canção por parte do candidato (pois o trecho
transcrito não basta para a conclusão pedida) e, tam-
bém, se ele se referisse não apenas ao pretérito imper-
feito, mas a sua combinação com o advérbio “agora”,
perguntando sobre o sintagma “agora eu era” (“agora
eu era isso, agora eu era aquilo”), a resposta c poderia
ser aceita sem restrições. Mas não é o que ocorre
neste teste de formulação problemática. Na alternativa
d, ignora-se que o advérbio “agora” não indica apenas
tempo presente (“neste momento”), mas pode tam-
bém, como é o caso no texto em questão, indicar
tempo passado (“naquele momento”, indicação de
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
que se encontram, nos dicionários Aurélio e Houaiss,
exemplos semelhantes ao do texto). Mais descabida
que as anteriores é a alternativa e.

33 b e d (teste defeituoso)
Com relação ao texto abaixo:

Primeira mulher: Trabalhar o tempo inteiro e tomar


conta da casa está me levando à
loucura! Depois do trabalho, che-
guei em casa e lavei a roupa e a
louça. Amanhã tenho de lavar o
chão da cozinha e as janelas da
frente.

Segunda mulher: Então? E teu marido?

Primeira mulher: Ah! Isso eu não faço de maneira


alguma! Ele pode muito bem se
lavar sozinho!

(ILARI, Rodolfo. Introdução à Semântica.


São Paulo: Contexto, 2001)

podemos afirmar que, do ponto de vista das funções


gramaticais, a piada fundamenta-se num mal-enten-
dido, nascido do fato de
a) a primeira mulher ter usado o pronome “isso” para
retomar um predicado que ficou implícito na fala da
segunda mulher.
b) a segunda mulher não ter enunciado uma frase
completa com a pergunta “E teu marido?”
c) a primeira mulher ter usado, na sua justificativa para
a recusa, o verbo “poder”, indicando que o marido
tinha condições de se lavar sozinho.
d) a primeira mulher ter atribuído a “teu marido” o
papel de alvo e não de agente.
e) a primeira mulher confundir as funções sintáticas
pertinentes, evidenciadas na fala da segunda mu-
lher.
Resolução
Se a segunda mulher formulasse a frase completa em
sua pergunta – que seria algo como "E teu marido, não
ajuda?" – não ocorreria o mal-entendido e não haveria a
piada. Portanto, a alternativa b é correta. Mas a alter-
nativa d não se pode considerar errada, pois o que
ocorreu foi que a primeira mulher interpretou a per-
gunta da segunda como se "teu marido" fosse "alvo",
ou seja, objeto, do verbo "lavar" – caso em que a
segunda estaria perguntando à primeira se ela não
lavava também o marido – e não como se "teu marido"
fosse "agente", ou seja, no caso, sujeito do mesmo ou
outro verbo, como ocorreria na interpretação correta
da pergunta – "E teu marido, não ajuda?" ou "não lava
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
nada?". A alternativa e também estaria certa, se não
afirmasse que as funções sintáticas confundidas se
encontram "evidenciadas na fala da segunda mulher",
pois tais funções, na frase truncada da pergunta, não
são nada evidentes.

34 e
Para uma pessoa mais exigente no que se refere à
redação, especificamente a construções em que está
em jogo a omissão do sujeito, só seria aceitável a alter-
nativa
a) As mulheres devem evitar o uso de produtos de
higiene feminina perfumados, pois podem causar
irritações (...) (Infecção urinária. In A Cidade. Lorena,
março/2002, ano IV, n. 42)
b) E recomendável também não usar roupas justas,
pois assim permite uma boa ventilação (...), o que
reduz as chances de infecção. (Infecção uririária. In
A Cidade. Lorena, março/2002, ano IV, n. 42)
c) Alguns medicamentos devem ser ingeridos ao le-
vantar-se (manhã), e outros antes de dormir (noite),
aproveitando assim seu efeito quando ele é mais
necessário. (Boletim informativo sobre o uso de me-
dicamentos, produzido por M & R Comunicações)
d) Já a rouquidão persistente é sinal de abuso exces-
sivo da voz, o que pode levar à formação de nódulos
(calos) ou pólipos, e merecem atenção especial.
(Rouquidão: o que é e como ela afeta sua saúde
vocal. Panfleto de divulgação do curso de Fonoau-
diologia. Lorena, abril de 2001)
e) As seqüelas [causadas pelo herpes] variam de pa-
ciente para paciente e podem ou não ser permanen-
tes. (Folha Equilíbrio. Folha de S. Paulo, 27/06/2002,
p. 3)
Resolução
Em todas as alternativas, salvo e, há omissão inepta do
sujeito: em a, o sujeito de “podem causar” poderia ser
tanto “mulheres” quanto “produtos”, embora seja
logicamente este último; em b, não é possível encon-
trar o sujeito de “permite”; em c, o sujeito de “levan-
tar-se”, “dormir” e “aproveitando” não aparece na
frase; em d, não se sabe qual é o sujeito de “mere-
cem” – “nódulos”, “calos” ou ambos?
As questões 35 e 36 referem-se ao texto “Língua”,
de Caetano Veloso, exposto abaixo.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala, Mangueira!
Flor do Lácio, Sambódromo
Lusamérica, latim em pó.
O que quer
O que pode
Esta língua?
(...)

35 c
A idéia central é que
a) a língua portuguesa está repleta de dificuldades,
principalmente prosódias e paródias, para os fa-
lantes brasileiros.
b) autores de língua portuguesa, como Fernando
Pessoa, Guimarães Rosa e Camões, têm estilos
diferentes.
c) a pátria dos falantes é a língua, superando as fron-
teiras geopolíticas.
d) na língua portuguesa, é fundamental a associação
de palavras para criar efeitos sonoros.
e) a escola de samba Mangueira é uma legítima re-
presentante dos falantes da língua portuguesa.
Resolução
A frase central do texto de Caetano Veloso é a forma
alterada de uma célebre afirmação de Fernando
Pessoa: “Minha pátria é a língua portuguesa.”

36 e
Caetano Veloso, em determinado ponto do texto, refe-
re-se à Língua Portuguesa de modo geral, sem consi-
derar as peculiaridades relativas ao uso do idioma no
Brasil e em Portugal. Para fazer tal referência, utiliza-se
da seguinte expressão:
a) Língua de Luís de Camões. b) Lusamérica.
c) Minha língua. d) Flor do Lácio.
e) Latim em pó.
Resolução
Em a, a referência é à língua de Portugal; em b, o vocá-
bulo “lusamérica” refere-se à América portuguesa, ou
seja, ao Brasil; em c, “minha língua” indica, no contex-
to, a língua do compositor, ou seja, a língua do Brasil;
em d, “Flor do Lácio” refere-se à língua portuguesa em
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
geral, mas é citação de Olavo Bilac, não expressão de
Caetano Veloso, como parece exigir o teste, armando
uma “pegada” para o candidato (a menos que se trate
aqui de mais um dos testes mal formulados desta
prova); em e, “latim em pó” se refere apenas à língua
portuguesa como transformação do latim, sem mais
especificação.

37 c
A expressão “Flor do Lácio” também faz parte de um
famoso poema da Literatura Brasileira, intitulado
“Língua Portuguesa”, produzido na segunda metade
do século XIX.
Assinale a alternativa que apresenta características
pertencentes ao estilo da época em que foi produzido
esse poema.
a) Subjetivismo, culto da forma, arte pela arte.
b) Culto da forma, misticismo, retorno aos motivos
clássicos.
c) Arte pela arte, culto da forma, retorno aos motivos
clássicos.
d) Culto da forma, subjetivismo, misticismo.
e) Subjetivismo, misticismo, arte pela arte.
Resolução
Trata-se de um poema do poeta parnasiano Olavo
Bilac. Um dos ideais do Parnasianismo, indicado atra-
vés do princípio “arte pela arte”, foi o desvinculamento
da arte em relação a questões sociais, políticas, reli-
giosas e outras, resultando tal ideal numa concepção
de arte em que o objetivo da obra artística é apenas
estético, não ético, ou seja, é apenas a criação de bele-
za. Daí o “culto da forma”, ou formalismo, pois a forma
seria o principal elemento garantidor da beleza almeja-
da, e daí também o “retorno aos motivos clássicos”,
pois estes conteriam a tradição de beleza elaborada
pelos grandes mestres antigos da arte e consagrada ao
longo dos séculos.

38 b e e (teste defeituoso)
No texto, Caetano Veloso fala de “paródias”. Em qual
das alternativas abaixo o segundo texto NÃO parodia o
primeiro?
a) Penso, logo existo. / Penso, logo desisto.
b) Quem vê cara não vê coração. / Quem vê cara não
vê Aids.
c) Nunca deixe para amanhã o que pode fazer hoje. /
Nunca deixe para amanhã o que pode fazer depois
de amanhã.
d) Em terra de cego, quem tem um olho é rei. / Em
terra de cego, quem tem um olho não abre cinema.
e) Antes só do que mal acompanhado. / Antes mal
acompanhado do que só.
Resolução
Em todas as alternativas há uma “deformação” do dito
apresentado de início. Em a, c e d, há propósito zom-
beteiro, jocoso, satírico, essencial à caracterização da
paródia (assim a palavra é definida no Dicionário

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Houaiss: “obra literária, teatral, musical etc. que imita
outra obra, ou os procedimentos de uma corrente artís-
tica, escola etc. com objetivo jocoso ou satírico; arre-
medo”, e, de forma semelhante, no Dicionário Aurélio:
“imitação cômica de uma composição literária”).
Como tal “objetivo jocoso ou satírico” não se encontra
nem na frase da alternativa b nem na da alternativa e,
conclui-se que há duas respostas para este teste.

As questões 39 e 40 referem-se às propagandas


abaixo.
I. Aproveite o Dia Mundial da Aids e faça um cheque
ao portador. Bradesco, Ag. 093-0, C/C 076095-1.
(Agência Norton)
lI. Bi Bi - General Motors: duas vezes bicampeã do
carro do ano. (Agência Colucci e Associados)

39 a
Os anúncios apresentam semelhanças porque seus
criadores
a) exploram, na construção do texto, o potencial de sig-
nificação das palavras, com criatividade.
b) exploram expressões consagradas, negando, no
entanto, o sentido popular de cada uma delas.
c) utilizam processos de abreviação vocabular, repre-
sentados, respectivamente, por uma sigla e uma
onomatopéia.
d) apostam nas sugestões sonoras produzidas pelos
textos e no conhecimento vocabular dos leitores.
e) elaboram textos que, apesar de criativos, apresen-
tam a redundância como um problema de redação.
Resolução
Na primeira frase, o autor explorou habilmente as pos-
sibilidades semânticas da palavra “portador”, na
expressão corrente “cheque ao portador”, que, no
contexto, pode indicar tanto o portador do cheque
quanto o portador da doença. Na segunda frase, ocor-
re algo semelhante, pois “bi bi” pode tanto ser a ono-
matopéia consagrada da buzina do automóvel, usada
quando alguém pede passagem, quanto a repetição da
redução da palavra “bicampeã”, aludindo ao fato, cele-
brado na frase, de a empresa ter sido duas vezes
bicampeã, funcionando o primeiro “bi” também como
prefixo do segundo.

40 d
Nos anúncios, os publicitários utilizaram recursos gra-
maticais diferentes para possibilitar, ao menos, duas
leituras. Aponte o tipo de recurso utilizado em cada um
desses anúncios, respectivamente,
a) sintático, pela função de adjunto adnominal de “ao
portador”, e fonético, pela exploração da repetição
de som.
b) semântico, pela polissemia do termo “cheque”, e
sintático, pela elipse do verbo de ligação “ser”.
c) morfológico, pela utilização de sigla, e fonético, pela
exploração da repetição de som.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
d) semântico, pela polissemia de “portador”, e mor-
fológico, pela formação de palavra por prefixação.
e) sintático, pela elipse de um termo, e morfológico,
pela exploração de um prefixo latino.
Resolução
No primeiro caso o autor explorou duas possibilidades
de sentido da palavra “portador”; no segundo, usou
“bi”, não só como onomatopéia (em “bi bi”), mas tam-
bém como redução de “bicampeã” e como prefixo
acrescido ao segundo “bi”, no sentido de “duas vezes
bicampeã”.

As questões de número 41 a 45 devem ser respon-


didas no caderno de soluções.

41
Leia com atenção os textos abaixo.
IRACEMA – CAPÍTULO II
Além, muito além daquela serra, que ainda azula
no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha
os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais
longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como o seu sorriso;
nem a baunilha recendia no bosque como o seu háli-
to perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena vir-
gem corria o sertão e as matas do Ipu, onde cam-
peava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara.
O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a
verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras
águas.
(JOSÉ DE ALENCAR)

MACUNAÍMA – CAPÍTULO I
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma,
herói de nossa gente. Era preto e retinto e filho do
medo da noite. Houve momento em que o silêncio
foi tão grande escutando o murmurejo do Uiracoera,
que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa
criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De pri-
meiro passou mais de seis anos não falando. Se o
incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça...
(MÁRIO DE ANDRADE)

a) Romantismo e Modernismo são dois movimentos


literários de fundo nacionalista. Com base nessa afir-
mação, indique pontos de contato entre as obras
Iracema e Macunaíma que podem ser comprovados
pelos excertos acima.
b) Encontre nos textos, ao menos, uma diferença entre
o estilo de Mário de Andrade e o de José de Alencar.
Resolução
a) Os parágrafos iniciais de Iracema e Macunaína, que
o examinador transcreveu, evidenciam, já nos títulos
das obras, a presença do indianismo, de vocábulos

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
de extração indígena (graúna, “jati”, “Ipu”, “tabaja-
ra”, “Uraricoera”, “tapanhumas”), e da natureza
brasileira, convertida em espaço mítico, cenário
paradisíaco que assistiu ao nascimento dos prota-
gonistas, ambos revestidos de grande carga sim-
bólica e nacionalista, ainda que inspiradas em atitu-
des diversas e divergentes: em Alencar, a idealiza-
ção lírica e heróica; em Mário de Andrade, a atitude
crítica, o indianismo “às avessas”, na direção da irre-
verência “antropofágica” de Oswald de Andrade.
b) O estilo romântico de José de Alencar explora os
efeitos plásticos de comparações em cadeia (sí-
miles), que visam a compor uma imagem belamen-
te idealizada da heroína, associando-a às virtudes da
terra: as cores, o porte altaneiro, a doçura do mel, o
perfume das flores etc.
O modernismo crítico e irreverente de Mário de An-
drade revela-se não só na configuração de um herói
desidealizado (“criança feia”), preguiçoso, como na
linguagem que, intencionalmente, transgride a nor-
ma: “sarapantar”. O examinador violentou o texto
original que registra “Si” e não “Se”. Óbvio que não
se trata de falha tipográfica, mas de desvio intencio-
nal e constante, dentro do propósito do autor de “es-
crever brasileiro”, de incorporar o registro oral ao seu
trabalho artístico.

42
Leia o texto seguinte.

Graciliano Ramos:
Falo somente com o que falo:
Com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca:

de toda uma crosta viscosa,


resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara.
(...)
(JOÃO CABRAL DE MELO NETO)

a) No poema, João Cabral faz referência ao estilo de


Graciliano Ramos. Destaque um trecho do excerto
acima e comente a caracterização feita pelo autor do
poema.
b) Justifique a colocação dos dois pontos após o nome
Graciliano Ramos no título do poema.
Resolução
a) “Com as mesmas vinte palavras / girando ao redor
do sol”. Estes versos configuram um dos principais
atributos do romancista alagoano, que o poeta per-
nambucano admira: a concisão, a economia voca-
bular, a proverbial “secura” de sua dicção exata, ob-
jetiva, apegada ao essencial e refratária à adjetiva-
ção, à subordinação, ao ornamental.
b) Os dois-pontos, pospostos ao nome do romancista,

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
indicam a enumeração de seus atributos, das quali-
dades que constituem o texto do poema e seu con-
teúdo.

43
O texto abaixo, de divulgação científica, apresenta ter-
mos coloquiais que, apesar de muito expressivos, não
são comuns em textos científicos. Reescreva o pri-
meiro período, utilizando a linguagem no nível formal.
A ciência vive atrás de truques para dar uma rastei-
ra genética no câncer, mas desta vez parece que
pesquisadores americanos deram de cara com um
ovo de Colombo. Desligando um só gene, eles para-
ram o crescimento do tumor. Melhor ainda: quando
a substância que suprimia o gene parava de agir, ele
se ativava, outra vez – mas a favor do organismo,
ordenando a morte do câncer.
(JOSÉ REINALDO LOPES. Gene “vira-casaca” derruba
tumor. Folha de S.Paulo, 5/07/2002, A-16)
Resolução
A questão oferece inúmeras possibilidades, dado que
o examinador não impôs outros requisitos que não a
utilização do “nível formal”. Assim, poder-se-ia rees-
crever o período como se segue:
“A ciência procura meios para superar, através da
genética, o câncer. Pesquisadores americanos podem
ter econtrado uma nova solução.”

44
Leia o texto abaixo.
BoIeiros sob medida

Ciência e futebol é uma tabelinha raramente


esboçada no Brasil. A academia não costuma eleger
os gramados como objeto de estudo e o mundo dos
boleiros tampouco tem o hábito de, digamos, dar
bola para o que os pesquisadores dizem sobre o
esporte mais popular do planeta. Numa situação pri-
vilegiada nos dois campos, tanto na ciência quanto
no futebol, Turíbio Leite de Barros, diretor do centro
de Medicina da Atividade Física e do Esporte da
Universidade Federal de São Paulo (Cema-
fe/Unifesp) e fisiologista da equipe do São Paulo
Futebol Clube há 15 anos, produziu um estudo que
traça o perfil do futebol praticado hoje no Brasil do
ponto de vista das exigências físicas a que os joga-
dores de cada posição do time são submetidos
numa partida.
(MARCOS PIVETTA. Pesquisa. FAPESP,
maio de 2002, p. 42)
a) O texto contém termos do universo do futebol,
como, por exemplo, “tabelinha”, uma jogada rápida
e entrosada normalmente entre dois jogadores.
Retire do texto outras duas expressões que, embo-
ra caracterizem esse universo, também assumem
outro sentido. Explique esse sentido.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
b) O título pode ser considerado ambíguo devido à
expressão “sob medida”. Aponte dois sentidos pos-
síveis para a expressão, relacionando-os ao conteú-
do do texto.
Resolução
a) “Dar bola” é uma expressão que o uso coloquial
consagrou, com o sentido de “dar importância”,
“importar-se” com algo.
A expressão “campos” significa também “âmbito”
e, nessa acepção, tem largo emprego; a Física, a So-
ciologia, a Medicina dão também à palavra ”campo”
significações próprias, pertinentes a essas esferas
do saber.
b) “Sob medida” encerra tanto a noção de exatidão, jus-
teza, como a de algo construído a priori, previamente
destinado a determinada função ou finalidade. No
texto, pode-se entender tanto que os “boleiros” são
objeto de mensuração, de estudo científico, como
também que estejam sendo “fabricados”, “produ-
zidos” pela medicina esportiva, em função das posi-
ções táticas que desempenham nas partidas.

45
Leia o texto seguinte.

“No dia 13 de agosto de 1979, dia cinzento e triste,


que me causou arrepios, fui para o meu laboratório,
onde, por sinal, pendurei uma tela de Bruegel, um
dos meus favoritos. Lá, trabalhando com tripanos-
somas, e vencendo uma terrível dor de dentes...”
Não. De saída tal artigo seria rejeitado, ainda que os
resultados fossem soberbos. O estilo... O cientista
não deve falar. É o objeto que deve falar por meio
dele. Daí o estilo impessoal, vazio de emoções e
valores:
Observa-se
Constata-se
Obtém-se
Conclui-se.
Quem? Não faz diferença...
(RUBEM ALVES. Filosofia da ciência. São Paulo:
Brasiliense, 1991, p. 149)

a) Do primeiro parágrafo, que simula um artigo científi-


co, extraia os aspectos da forma e do conteúdo que
vão contra a idéia de que “o cientista não deve falar”.
b) O autor exemplifica com uma seqüência de verbos
a idéia de que o estilo deve ser impessoal. Que
estratégia de construção é usada para transmitir o
ideal de impessoalização?
Resolução
a) A marca da subjetividade é a imposição da primeira
pessoa pronominal, implícita ou elíptica: “me cau-
sou”, “meu laboratório”, “meus favoritos”, “[eu]
fui”, “[eu] pendurei”, além das referências a sen-
timentos (“triste”), sensações, reações (“arrepios”,
“dor de dentes”) e ações (“dependurei…”) imper-
tinentes em um texto que se pretende científico.
b) A “estratégia de construção” utilizada pelo autor pa-
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
ra “transmitir o ideal de impessoalização” é o acrés-
cimo do pronome se aos verbos. Tal pronome é
impessoalizador, seja quando se liga a verbos que
não-transitivos diretos, sendo então chamado “índi-
ce de indeterminação do sujeito”, seja quando se
liga a verbos transitivos diretos, transformando a
construção de ativa em passiva, sendo então cha-
mado “partícula apassivadora”. No caso dessa voz
passiva pronominal, também chamada sintética, a
ação é impessoal, pois nela não ocorre, em portu-
guês moderno, o agente da passiva, que correspon-
deria ao sujeito da voz ativa.

REDAÇÃO
Leia os seguintes textos e, com base no que abordam,
escreva uma dissertação em prosa, de aproximada-
mente 25 (vinte e cinco) linhas, sobre

A importância da ética nas atividades e relações


humanas.

1. “O que se deve fazer quando um concorrente


está se afogando? Pegar uma mangueira e jogar
água em sua boca”. (Ray Kroc, fundador do
McDonald’s, em Tudo, n. 11, 15/04/2001, p. 23)
2. “Temos de dar os parabéns ao Rivaldo. A jogada
dele foi a mais inteligente da partida contra os
turcos. São lances como esses que te colocam
na Copa do Mundo. Tem de ser malandro. Só
quem joga futebol sabe disso.” (Roberto Carlos,
jogador da seleção brasileira de futebol, comen-
tando a atitude de Rivaldo, que fingiu ter sido
atingido no rosto pela bola chutada por um
adversário. Folha de S. Paulo, 06/06/2002)
3. Ética. s.f. Estudo dos juízos de apreciação que
se referem à conduta humana suscetível de qua-
lificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
relativamente a determinada sociedade, seja de
modo absoluto. (Dicionário Aurélio Eletrônico.
Versão 2.0 [199_] Rio de Janeiro: Lexikon
Informática, Nova Fronteira, CD-ROM)
4. Como toda descoberta científica exige que o pes-
quisador suspenda seus preconceitos, ela com-
porta riscos éticos. Mas a ciência não produz
automaticamente efeitos nocivos no plano ético.
A aplicação da ciência ao mundo prático nunca é
mecânica ou automática. Ela depende das esco-
lhas humanas. (Renato Janine Ribeiro. In Pes-
quisa: clonagem. FAPESP, n. 73, março 2002. Su-
plemento Especial)

Redação – Comentário

Fiel à tradição, o ITA propôs a elaboração de um


texto dissertativo, desta vez sobre a importância da
ética nas atividades e relações humanas. Oferece-
OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
ram-se, como subsídios à produção textual do candi-
dato, quatro fragmentos: dois depoimentos, sendo o
primeiro do fundador da cadeia de lanchonetes mais
famosa do mundo, a cadeia Mc Donald’s, e o segundo,
do jogador da seleção brasileira de futebol, Roberto
Carlos, ambos defendendo, cada um a seu modo, a
violação da ética como “necessária” ou justificável
quando se trata de vencer – ou derrotar – adversários.
No terceiro fragmento, o candidato pôde contar com a
definição de ética – segundo o dicionário Aurélio, “es-
tudo dos juízos de apreciação que se referem à con-
duta humana suscetível de qualificação do ponto de
vista do bem e do mal”. Ampliando as possibilidades de
abordagem do tema, o quarto texto continha transcrição
do parecer de Renato Janine Ribeiro sobre experiências
de clonagem que comportariam, involuntariamente, ris-
cos éticos.
De posse dessas informações e de outras perten-
centes a seu próprio repertório, o candidato deveria
proceder a uma análise crítica do comportamento
humano, considerando, para tanto, a influência de uma
sociedade por excelência competitiva, que, além de
prestigiar os “espertos” e “malandros” que gostam
de “levar vantagem em tudo”, não hesita em defender
a desconsideração de princípios éticos quando se trata
de obter vantagens.
Argumentos que comprovassem essa tendência
não devem ter faltado ao candidato – afinal, quer nas
relações pessoais, sociais e profissionais, quer no
âmbito científico e político, têm-se tornado cada vez
mais comuns as transgressões éticas, sempre em
nome de uma “boa causa”. Contudo, esperava-se que,
para além da constatação dessa prática, o candidato
registrasse suas impressões sobre questão que o
envolve desde agora, como vestibulando, e tanto mais
no futuro.

OBJETIVO I T A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
M AT E M Á T I C A
NOTAÇÕES
⺓: conjunto dos números complexos.
⺢ : conjunto dos números reais.
⺪ : conjunto dos números inteiros.
⺞ = {0,1,2,3,...}.
⺞* = {1,2, 3, . . . }.
– conjugado do número z ∈ ⺓.
z:
i : unidade imaginária; i2 = – 1.
arg z : um argumento de z ∈ ⺓ \ {0}.
[a,b] = {x ∈ ⺢; a ≤ x ≤ b}.
]a,b[ = {x ∈ ⺢; a < x < b}.
Ø: conjunto vazio.
A\B={x ∈ A; x ∉ B}.
XC = U \ X, para X 傺 U, U ≠ Ø.
I : matriz identidade n x n.
A– 1: inversa da matriz inversível A.
AT : transposta da matriz A.

AB: segmento de reta unindo os pontos A e B.
— —
m( AB) : medida (comprimento) de AB.

1 a
Seja z ∈ ⺓. Das seguintes afirmações independentes:
2 iz2 + 5z– – i
I. Se w = –––––––––––––––––––––––––– , então
1 + 3z– 2 + 2i z + 3兩z兩2 + 2兩z兩

— – 2 i –z 2 + 5z + i
w = –––––––––––––––––––––––––– .
1 + 3z 2 – 2i –z + 3兩–z兩2 + 2兩z兩

2i z + 3i + 3
II. Se z ≠ 0 e w = –––––––––––– , então
(1 + 2i)z

2兩z兩 + 3兹苵苵2
兩w兩 ≤ –––––––––––– .
兹苵苵
5 兩z兩

(1 + i)z2 π
III. Se w = –––––––––– , então 2arg z + –––– é um
4兹苵苵 3 + 4i 12
argumento de w.
é (são) verdadeira(s):
a) todas. b) apenas I e II.
c) apenas II e III. d) apenas I e III. e) apenas II.
Resolução
I) Verdadeira, pois
2 i z 2 + 5 z– – i
w = ––––––––––––––––––––––––––––– ⇔
1 + 3 z– 2 + 2 i z + 3 | z | 2 + 2 |z|

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
–––––––––––––
–– (2 i z 2 + 5 z– – i)
w = –––––––––––––––––––––––––––––––––– ⇔
––––––––––––––––––––––––––––
(1 + 3 z– 2 + 2 i z + 3 | z | 2 + 2 |z|)

–– ––– –––– –
–– 2 i . (z 2) + (5 . z– ) – i
⇔ w = ––––––––––––––––––––––––––––––––
–––– –– – ––––– –––– ⇔
1 + (3 z– 2) + 2 i . z + 3 | z | 2 + 2 |z|

–– –2i . z– 2 + 5 z + i
⇔ w = ––––––––––––––––– ––––––––––– , visto que
1 + 3 z 2 – 2 i z– + 3 | z– | 2 + 2 |z|

| z | = |z|
II) Verdadeira, pois
2iz+3i+3
w = –––––––––––––– ⇒
(1 + 2 i) z

2iz+3i+3 |2 i z| + |3 i + 3|
⇒ |w| = ––––––––––––– ≤ ––––––––––––––– =
(1 + 2 i) z | 1 + 2 i | . |z|

2 | z | + 3 兹苶2
= –––––––––––––
兹苶 5 . |z|

III) Verdadeira, pois


(1 + i) z 2
w = –––––––––––––– ⇒
4 兹苶3+4i

(1 + i) . z 2
⇒ arg w = arg
[––––––––––––––
4 兹苶3+4i ] =

= arg [(1 + i) . z2] – arg (4 兹苶


3 + 4 i) =

= arg (1 + i) + 2 arg z – arg (4 兹苶


3 + 4 i) =

π π π
= –––– + 2 arg z – –––– = 2 arg z + ––––
4 6 12

2 d
π
O valor de y2 – xz para o qual os números sen –––, x,
12
y, z e sen 75°, nesta ordem, formam uma progressão
aritmética, é:
2 – 兹苵苵
3
a) 3– 4 b) 2– 6 c) 6– 2 d) 2– 5 e) ––––––––
4
Resolução
π
1) (sen ––––
12
, x, y, z, sen 75° ) =

= (sen 15°, x, y, z, sen 75°) é PA ⇒


⇒ sen 75° – z = z – y = y – x = x – sen 15°
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
2) sen 75° = sen (45° + 30°) =
= sen 45° . cos 30° + sen 30° . cos 45° =

兹苶
2 兹苶
3 1 兹苶
2 兹苶6 + 兹苶
2
= –––– . –––– + –– . –––– = ––––––––
2 2 2 2 4

3) sen 15° = sen (45° – 30°) =


= sen 45° . cos 30° – sen 30° . cos 45° =

兹苶
2 兹苶
3 1 兹苶
2 兹苶6 – 兹苶
2
= –––– . –––– – –– . –––– = ––––––––
2 2 2 2 4

4) sen 75° – z = x – sen 15° ⇒


⇒ sen 75° + sen 15° = x + z ⇒

冢 冣 冢 ––––––––– 冣⇒
75° + 15° 75° – 15°
⇒ x + z = 2 . sen ––––––––– . cos
2 2

⇒ x + z = 2 . sen 45° . cos 30° ⇒

兹苶
2 兹苶
3 兹苶
6
⇒ x + z = 2 . –––– . –––– ⇒ x + z = ––––
2 2 2

5) z – y = y – x ⇒ x + z = 2y
兹苶
6 兹苶
6
Logo, 2y = –––– ⇒ y = ––––
2 4

6) y – x = x – sen 15° ⇒ 2x = y + sen 15° ⇒

兹苶
6 兹苶6 – 兹苶
2 2 兹苶
6 – 兹苶
2
⇒ 2x = –––– + –––––––– ⇒ x = ––––––––––
4 4 8

兹苶
6 兹苶
6
7) x + z = –––– ⇒ z = –––– – x ⇒
2 2

兹苶
6 2 兹苶
6 – 兹苶
2 2 兹苶
6 + 兹苶
2
⇒ z = –––– – –––––––––– ⇒ z = ––––––––––
2 8 8

兹苶
6 2 2 兹苶 2 2 兹苶
6 – 兹苶 6 + 兹苶
4
( ) 8 8
2
Portanto, y 2 – xz = –––– – –––––––––– . –––––––––– =

6 4.6–2 1
= ––– – –––––––– = ––– = 2–5
16 64 32

3 c
Considere a função
f: ⺪ \ {0} → ⺢, f(x) = 兹苵苵苵苵苵
3x – 2 (92x + 1)1/(2x) – (32x + 5)1/x + 1.
A soma de todos os valores de x para os quais a equa-
ção y2 + 2y + f(x) = 0 tem raiz dupla é:
a) 0 b) 1 c) 2 d) 4 e) 6

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Resolução
1) A equação em y, y 2 + 2y + f(x) = 0, tem raiz dupla
e, portanto:
∆ = 2 2 – 4 . 1 f(x) = 0 ⇔ f(x) = 1

2) A função f: ⺪ \ {0} → ⺢, definida por


1 1
––– ––
f(x) = 兹苶苶苶.
3 x–2 (9 2x + 1) 2x – (32x + 5) x + 1 é tal que f(x) = 1.
Logo:
1 1
––– ––
兹苶苶苶.
3 x–2 (9 2x + 1) 2x – (3 2x + 5 ) x +1=1⇔
x–2 4x + 2 2x + 5
––––– –––––– ––––––
⇔3
2 2x x
.3 =3 ⇔
x2 + 2x + 2 2x + 5
––––––––––– ––––––
⇔ 3
x
2x
= 3 ⇔
x2 + 2x + 2 2x + 5
⇔ –––––––––––– = ––––––– ⇔
2x x

⇔ x 2 + 2x + 2 = 4x + 10 ⇔

⇔ x 2 – 2x – 8 = 0 ⇔ x = 4 ou x = –2

4 a
Considere uma função f : ⺢ → ⺢ não-constante e tal
que f(x + y) = f(x) f(y), ∀x,y ∈ ⺢.
Das afirmações:
I. f(x) > 0, ∀x ∈ ⺢.
II. f(nx) = [f(x)]n, ∀x ∈ ⺢, ∀n ∈ ⺞*.
III. f é par.
é (são) verdadeira(s):
a) apenas I e II. b) apenas lI e llI. c) apenas I e III.
d) todas. e) nenhuma.
Resolução
Observemos que f(a) ≠ 0, ∀a ∈ ⺢, pois, de outra forma
f(x) = f (x – a + a) = f(x – a) . f(a) = f(x – a) . 0 = 0, ∀x ∈ ⺢,
contrariando a hipótese de f não ser constante.
Assim sendo,
I) Verdadeira, pois

f(x) = f
(
) ( )( )x x
–– + –– = f
2 2
x
–– . f
2
x
–– =
2
2

[ ( )]
= f
x
––
2 ( ) > 0, ∀x ∈ ⺢, visto que f
x
–– ∈ ⺢*.
2

II) Verdadeira. Demonstremos por indução finita:


1) Para n = 1 tem-se f(nx) = f(1x) = [f(x)]1 = [f(x)]n
2) Se, para n = k ∈ ⺞, tem-se f(kx) = [f(x)] k, então
para n = k + 1 tem-se
f((k + 1)x) = f(kx) . f(x) = [f(x)]k . f(x) = [f(x)]k+1
Dos itens (1) e (2) tem-se f(nx) = [f(x)] n ; ∀n ∈ ⺞*.
III) Falsa
1) De f(x + y) = f(x) . f(y) ⇒ f(0 + 0) = f(0) . f(0)
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
⇒ f(0) = 0 (não serve) ou f(0) = 1
1
2) f(0) = f(–x + x) = f(–x) . f(x) = 1 ⇒ f(–x) = ––– .
f(x)
1
3) Se f fosse par, teríamos f(–x) = ––– = f(x)
f(x)
⇒ f(x) = 1 ou f(x) = – 1, contrariando a hipótese de ser
“não constante”.

5 c
Considere o polinômio P(x) = 2x + a2x2 + … + anxn,
cujos coeficientes 2, a2, …, an formam, nesta ordem,
uma progressão geométrica de razão q > 0. Sabendo
1
que – ––– é uma raiz de P e que P(2) = 5460, tem-se
2
n2 – q3
que o valor de ––––––– é igual a:
q4
5 3 7 11 15
a) ––– b) ––– c) ––– d) ––– e) –––
4 2 4 6 8
Resolução
1) Se 2, a2, a3, …, an formam, nesta ordem, uma pro-
gressão geométrica de razão q > 0, então
a2 = 2q, a3 = 2q2, …, an = 2qn –1 e

P(x) = 2x + a2x2 + a3x3 + … + anxn =


= 2x + 2qx2 + 2q2x3 + … + 2qn – 1 . xn ⇒
2x [(qx)n – 1]
⇒ P(x) = ––––––––––––
qx – 1

1
2( ) 1
2) Como – –– é raiz, tem-se P – –– = 0 ⇒
2 ( )
1
( ) [( ) ]q
2 – ––– . – ––– n – 1
2 2
⇒ ––––––––––––––––––––––– = 0 ⇒
q
– ––– – 1
2

n
q
⇒ – ––
2 ( ) = 1 ⇒ (–q)n = 2n.

Se q > 0, n é obrigatoriamente par, pois 2n > 0 e,


desta forma, (–q)n = qn = 2 n ⇒ q = 2.

2 . 2 [(q . 2)n – 1]
3) P(2) = 5460 ⇒ –––––––––––––––– = 5460 ⇒
q.2–1

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
4 [(2 . 2)n – 1]
⇒ ––––––––––––– = 5460 ⇒ 4n = 4096 ⇒ n = 6
2.2–1

n2 – q3 62 – 23 36 – 8 7
4) –––––––
4
= –––––––
4
= ––––––– = –––
q 2 16 4

6 e
Dividindo-se o polinômio P(x) = x5 + ax4 + bx2 + cx + 1
por (x – 1), obtém-se resto igual a 2. Dividindo-se P(x)
por (x + 1), obtém-se resto igual a 3. Sabendo que P(x)
ab
é divisível por (x – 2), tem-se que o valor de ––– é igual
a: c
a) – 6 b) – 4 c) 4 d) 7 e) 9
Resolução

冦 冦
P(x) 兩–––––––
x–1
2 兩 P(1) = 2
P(x) 兩–––––––
x+1 ⇒ P(– 1) = 3 ⇒
3 兩
P(x) 兩–––––––
x–2 P(2) = 0
0 兩


1+a+b+c+1=2
⇒ –1+a+b–c+1=3 ⇒
32 + 16a + 4b + 2c + 1 = 0


a+b+c=0
⇒ a+b–c=3 ⇒
16a + 4b + 2c = – 33


a=–3
9
9 (– 3) . ––––
b = ––– a.b 2
⇒ 2 ⇒ ––––– = –––––––––––– = 9
c 3
3 – –––
c = – ––– 2
2

7 d
Das afirmações abaixo sobre a equação
z4 + z3 + z2 + z + 1 = 0 e suas soluções no plano com-
plexo:
I. A equação possui pelo menos um par de raízes
reais.

II. A equação possui duas raízes de módulo 1, uma


raiz de módulo menor que 1 e uma raiz de módulo
maior que 1.
III. Se n ∈ ⺞* e r é uma raiz qualquer desta equação,

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
n
k
então ∑ r
––
3
1
< –– .
2
k=1

é (são) verdadeira(s) :
a) nenhuma. b) apenas I. c) apenas lI.
d) apenas III. e) apenas I e III.
Resolução
1) 1 não é raiz de z 4 + z 3 + z 2 + z + 1 = 0, pois
14 + 13 + 12 + 1 + 1 ≠ 0.
2) As raízes de z4 + z3 + z2 + z + 1 = 0 são também raí-
zes de z5 – 1 = 0, pois z5 – 1 = (z – 1) . (z4 + z3 + +
z2 + z + 1).

3) Como z5 – 1 = 0 ⇔ z5 = 1 = [cos 0 + i sen 0], tem-se


2 kπ 2 kπ
[ ( )
que z = cos –––– + i sen –––– , para
5 5 ( )]
k = 0, 1, 2, 3 e 4. Desta forma, |z| = 1.

4) Os valores de z são, portanto,


z1 = cos 0 + i sen 0 = 1 (não serve)
2π 2π
(
z2 = cos –––– + i sen –––– ∉ ⺢
5 5 )
4π 4π
(
z3 = cos –––– + i sen –––– ∉ ⺢
5 5 )
6π 6π
(
z4 = cos –––– + i sen –––– ∉ ⺢
5 5 )
8π 8π
(
z5 = cos –––– + i sen –––– ∉ ⺢
5 5 )
5) Se r é uma raiz, então | r | = | z | = 1 e

n k ∞ k ∞ k
r r

k=1 | | ––– <
3

k=1 | |
––– =
3 k=1

( )|r|
––– =
3

∞ k
1 1
=
k=1

( )
–––
3
= ––– .
2

Assim sendo, (I) e (II) são falsas e (III) é verdadei-


ra.

8 b
Seja k ∈ ⺢ tal que a equação 2x3 + 7x2 + 4x + k = 0
possua uma raiz dupla e inteira x1 e uma raiz x2, distin-
ta de x1. Então, (k + x1)x2 é igual a:
a) – 6 b) – 3 c) 1 d) 2 e) 8
Resolução
1) Se x1 for raiz inteira e dupla da equação
2x3 + 7x2 + 4x + k = 0, então x1 será raiz, também,
da equação 6x2 + 14x + 4 = 0.
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
2) 6x2 + 14x + 4 = 0 ⇔ 3x2 + 7x + 2 = 0 ⇔
–7 ± 5 ⇔ x = –1 ou x = –2
⇔ x = –––––– –––
6 3

3) Como x1 é inteira, então x1 = –2 e, portanto:


–16 + 28 – 8 + k = 0 ⇔ k = –4.
–7 1
4) x1 + x1 + x2 = –2 – 2 + x2 = ––– ⇔ x2 = –––
2 2

1
5) O valor de (k + x1) . x2 = (–4 – 2) . –– = – 3
2

9 a
Considere o conjunto S = {(a, b) ∈ ⺞ x ⺞: a + b= 18}. A
18!
soma de todos os números da forma –––– , ∀(a, b) ∈ S, é:
a!b!
a) 86 b) 9! c) 96 d )
12 6 e) 12!
Resolução
1) S = {(a, b) ∈ ⺞ x ⺞ : a + b = 18} =
= {(0; 18); (1; 17); (2; 16); (3; 15) ; ... (18; 0)}
18!
2) A soma de todos os números da forma ––––– ,
a!b!
∀(a, b) ∈ S é
18! 18! 18! 18!
––––– + ––––– + ––––– + ... + ––––– =
0!18! 1!17! 2!16! 18!0!
18 18 18 18
= ( )( )( )
0
+
1
+
2
+ ... + ( ) 18
= 218 = 86

10 c
O número de divisores de 17640 que, por sua vez, são
divisíveis por 3 é:
a) 24 b) 36 c) 48 d) 54 e) 72
Resolução
O número de divisores naturais de 17640 = 23 . 32 . 51 . 72
é igual a
n [D+ (17640)] = (3 + 1) . (2 + 1) . (1 + 1) . (2 + 1) = 72.
Desses, não são divisíveis por 3 os divisores de
23 . 30 . 51 . 72, que são em número de
(3 + 1) . (1 + 1) . (2 + 1) = 24.
Portanto, o número de divisores de 17640 que, por sua
vez, são divisíveis por 3 é igual a 72 – 24 = 48 .
Obs.: em ⺪, a solução do problema é 96.
11 d
Sejam A e P matrizes n x n inversíveis e B = P–1 AP.
Das afirmações:
I. BT é inversível e (BT)– 1 = (B– 1)T.
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
II. Se A é simétrica, então B também o é.
III. det(A – λI) = det(B – λI), ∀ λ ∈ ⺢.
é(são) verdadeira(s):
a) todas. b) apenas I.
c) apenas I e lI. d) apenas I e III.
e) apenas lI e III.
Resolução
I) Verdadeiro, pois
1) det BT = det B = det(P–1 . A . P) =
1
= –––––– . det A . det P = det A ≠ 0, visto que A
det P
é inversível. Assim sendo, B é inversível.

2) (BT) –1 = (BT) –1 . I = (BT) –1 . IT =


= (BT) –1 . (B –1 . B)T = (BT) –1 . BT . (B –1)T =
= I . (B –1)T = (B –1)T

II) Falsa, pois

冤 冥 eP= 冤 冥 , tem-se
2 1 1 2
Se A =
1 2 1 3

冤 –1 冥 eB=P
3 –2
P –1 = –1 .A.P=
1

冤 –1 冥.冤 冥.冤 冥=
3 –2 2 1 1 2
=
1 1 2 1 3

冤 –1 冥.冤 冥=冤 冥.
4 –1 1 2 3 5
=
1 1 3 0 1
Nesse caso, A é simétrica e B não o é.

III) Verdadeira, pois para qualquer λ ∈ ⺢, tem-se:


B = P –1 . A . P ⇔ PB = AP ⇔ AP = PB ⇔
⇔ AP – λP = PB – λP ⇔ (A – λI) . P = P . (B – λI) ⇒
⇒ det[(A – λI) . P] = det[P . (B – λI)] ⇒
⇒ det(A – λI) . det P = det P . det (B – λI) ⇒
⇒ det(A – λI) = det(B – λI), pois det P ≠ 0

12 a
O número de todos os valores de a ∈ [0, 2π], distintos,
para os quais o sistema nas incógnitas x, y e z, dado
por
–4x + y – 6z = cos 3a

{ x + 2y – 5z = sen 2a
6x + 3y – 4z = –2 cos a,
é possível e não-homogêneo, é igual a:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
Resolução
No sistema

{ –4x + y – 6z = cos 3a
x + 2y – 5z = sen 2a
6x + 3y – 4z = – 2 cos a
O sistema não é homogêneo e portanto, cos a ≠ 0.
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Seja p a característica de (MI) e q a característica de
(MC).

| |
–4 1 –6
det(MI) = 1 2 –5 =0
6 3 –4

e sendo
| –4
1
1
2 | ≠ 0, teremos p = 2.

Como o sistema é possível, deve-se ter q = 2 e, por-


tanto:

| |
–4 1 cos 3a
1 2 sen 2a =0⇔
6 3 –2 cos a

⇔ –cos 3a + 2 sen 2a + 2 cos a = 0 ⇔


⇔ – 4 cos3a + 3 cos a + 4 sen a . cos a + 2 cos a = 0 ⇔
⇔ cos a . (– 4cos2a + 5 + 4 sen a) = 0 ⇔
⇔ cos a = 0 ou – 4cos2a + 5 + 4 sen a = 0 ⇔
⇔ 4sen2a + 4 sen a + 1 = 0 (pois cos a ≠ 0) ⇔
⇔ sen a = – ––1
2
Então:
1

{ sen a = – ––

0 ≤ a ≤ 2π
7π ou a = ––––
2 ⇒ a = –––
6
11π
6

13 b
Para todo x ∈ ⺢, a expressão [cos(2x)]2[sen (2x)]2sen x
é igual a:
a) 2 – 4 [sen(2x) +sen (5x) +sen (7x)].
b) 2– 4 [2 sen x + sen (7x) – sen (9x )].
c) 2– 4 [– sen(2x) – sen (3x) +sen(7x)].
d) 2– 4 [– sen x + 2 sen (5x) – sen (9x)].
e) 2– 4(senx + 2sen(3x) + sen(5x)].
Resolução
Para todo x ∈ ⺢, temos:
[cos (2x)]2 . [sen (2x)]2 . sen x =

2 . sen (2x) . cos (2x) 2


=
[ ––––––––––––––––––––
2 ] . sen x =

1
= –– . [ sen (4x)]2 . sen x =
4

1 – 2 . sen (4x) . sen x


= –– .
4 [ –––––––––––––––––––
–2 ] . sen (4x) =

1
= – –– . [ cos (5x) – cos (3x)] . sen (4x) =
8

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
1 2 . cos (5x) . sen (4x) 2 . sen (4x) . cos (3x)
8 [
= – –– . ––––––––––––––––––– – ––––––––––––––––––– =
2 2 ]
1
= – ––– . [sen (9x) – sen x – sen (7x) – sen x] =
16

1
= ––– . [2 . sen x + sen (7x) – sen (9x)] =
16

= 2–4 . [2 . sen x + sen (7x) – sen (9x)]

14 e
Considere os contradomínios das funções arco-seno e
π π

arco-cosseno como sendo – –––, ––– e [0, π], res-
2 2 冥
pectivamente. Com respeito à função

π 3π
冤 冥
f: [– 1, 1] → – –––, ––– , f(x) = arcsen x + arccos x,
2 2
temos que:
a) f é não-crescente e ímpar.
b) f não é par nem ímpar.
c) f é sobrejetora.
d) f é injetora.
e) f é constante.
Resolução
π 3π

Seja f: [– 1; 1] → – –––, ––– ,
2 2 冥
f(x) = arc sen x + arc cos x
π π
1) – ––– ≤ α ≤ ––– e arc sen x = α ⇒ sen α = x
2 2
2) 0 ≤ β ≤ π e arc cos x = β ⇔ cos β = x
π
3) De (1) e (2), temos α + β = –––
2
π
4) f(x) = arc sen x + arc cos x = α + β = ––– e por-
tanto f é constante. 2

15 c
Considere a família de circunferências com centros no
segundo quadrante e tangentes ao eixo Oy. Cada uma
destas circunferências corta o eixo Ox em dois pontos,
distantes entre si de 4 cm. Então, o lugar geométrico
dos centros destas circunferências é parte:
a) de uma elipse.
b) de uma parábola.
c) de uma hipérbole.
d) de duas retas concorrentes.
e) da reta y = – x.
Resolução
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
1º) A circunferência, com centro no 2º quadrante e
tangente ao eixo y, tem centro C (x; y), com x < 0
e y > 0 e raio r = CT = 兩x兩.
2º) A corda determinada por essa circunferência, com
o eixo x, é tal que AB = 4 e AM = 2 (pois M é o
–––
ponto médio de AB).
3º) Considerando o triângulo retângulo AMC, com
AM = 2, CM = y e AC = 兩x兩, resulta:
AC2 = AM2 + CM2 ⇒ x2 = 22 + y2 ⇔ x2 – y2 = 4.
Dessa forma, o lugar geométrico dos centros das cir-
cunferências, nas condições acima, resulta pontos da
hipérbole de equação x2 – y2 = 4, com x < 0 e y > 0.

16 b
A área do polígono, situado no primeiro quadrante, que
é delimitado pelos eixos coordenados e pelo conjunto
{(x, y) ∈ ⺢2 : 3x2 + 2y2 + 5xy – 9x – 8y + 6 = 0},
é igual a:
5 10
a) 兹苵苵
6 b) ––– c) 2兹苵苵
2 d) 3 e) –––
2 3
Resolução
3x2 + 2y2+ 5xy – 9x – 8y + 6 = 0 ⇔
⇔ 3x2 + 2y2+ 3xy + 2xy – 3x – 6x – 2y – 6y + 6 = 0 ⇔
⇔ 3x (x + y) + 2y (y + x) – (3x + 2y) – 6 (x + y – 1) = 0 ⇔
⇔ (x + y) (3x + 2y) – (3x + 2y) – 6 (x + y – 1) = 0 ⇔
⇔ (3x + 2y) (x + y – 1) – 6 (x + y – 1) = 0 ⇔
⇔ (x + y – 1) (3x + 2y – 6) = 0 ⇔
⇔ x + y – 1 = 0 ou 3x + 2y – 6 = 0, que são as equa-
ções de duas retas em ⺢2, representadas a seguir:

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
A área do polígono ABCD pedido é igual à diferença
entre as áreas dos triângulos OBC e OAD da figura.
2.3 1.1 5
Resulta, então, ––––– – ––––– = ––– .
2 2 2

17 b
Sejam r e s duas retas paralelas distando entre si 5 cm.
Seja P um ponto na região interior a estas retas, dis-
tando 4 cm de r. A área do triângulo equilátero PQR,
cujos vértices Q e R estão, respectivamente, sobre as
retas r e s, é igual, em cm2, a:
a) 3兹苵苵苵
15 b) 7兹苵苵
3 c) 5兹苵苵
6
15 7
d) ––– 兹苵苵3 e) ––– 兹苵苵苵
15
2 2
Resolução

Sendo l a medida, em centímetros, de cada lado do


triângulo eqüilátero PQR e S a sua área, em centíme-
tros quadrados, no retângulo RSTU da figura acima,
tem-se:
1º) QT = 兹苶苶苶
l2 – 16 , SQ = 兹苶苶苶
l2 – 25 e UR = 兹苶苶
l 2 –1

2º) SQ + QT = UR
Assim: 兹苶苶苶
l2 – 25 + 兹苶苶苶
l2 – 16 = 兹苶苶l 2 –1 ⇔
⇔ 兹苶苶苶
l2 – 25 = 兹苶苶
l 2 –1 – 兹苶苶苶
l2 – 16 ⇔
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
⇔ 2 兹苶苶苶苶苶苶
l4 – 17l2 + 16 = l 2 + 8 ⇔ 3l 4 – 84l 2 = 0 ⇔
84
⇔ l 2 = ––– ⇔ l 2 = 28
3

l 2兹苶3
3º) S = –––––––
4

28 . 兹苶
3
Assim: S = ––––––– ⇔ S = 7 兹苶
3
4

18 d
Considere três polígonos regulares tais que os núme-
ros que expressam a quantidade de lados de cada um
constituam uma progressão aritmética. Sabe-se que o
produto destes três números é igual a 585 e que a
soma de todos os ângulos internos dos três polígonos
é igual a 3780°. O número total das diagonais nestes
três polígonos é igual a:
a) 63 b) 69 c) 90 d) 97 e) 106
Resolução
Sendo n – p, n e n + p os números naturais que expres-
sam a quantidade de lados destes três polígonos e Sd
o número total das diagonais nestes três polígonos, de
acordo com o enunciado, têm-se:
1º) (n – p – 2) 180° + (n – 2) 180° + (n + p – 2) 180° = 3780° ⇔
⇔ n – p – 2 + n – 2 + n + p – 2 = 21 ⇔ 3n – 6 = 21 ⇔
⇔ 3n = 27 ⇔ n = 9

2º) (n – p) . n . (n + p) = 585
Assim: (9 – p) . 9 (9 + p) = 585 ⇔ 81 – p 2 = 65 ⇔
⇔ p 2 = 16 ⇔ p = 4, pois p ∈ ⺞

Os polígonos têm 5, 9 e 13 lados e portanto, o núme-


ro total de diagonais é

5.2 9.6 13 . 10
Sd = ––––– + ––––– + –––––––– = 97
2 2 2

19 c

Considere o triângulo isósceles OAB, com lados OA e
— —
OB de comprimento 兹苵苵 2 R e lado AB de comprimento
2R. O volume do sólido, obtido pela rotação deste
triângulo em
— torno da reta que passa por O e é parale-
la ao lado AB, é igual a:
π 4π
a) ––– R3 b) π R3 c) –––– R3
2 3
d) 兹苵苵
2 πR3 e) 兹苵苵
3 πR3
Resolução

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
O volume V deste sólido é dado pela diferença entre o
volume de um cilindro circular reto de altura 2R e raio
da base x, e o volume de dois cones retos congruen-
tes de altura R e raio da base x, em que x é a distância

entre o ponto O e a reta AB.
Assim:
1º) x2 + R2 = ( 兹苶
2 R) 2 ⇔ x 2 = R 2

1 4π
2º) V = π x2 2R – 2 . –– . π . x 2 . R ⇔ V = ––– R x 2
3 3

Logo:
4π 4π
V = ––– R . R 2 ⇔ V = ––– R 3
3 3

20 b
Considere uma pirâmide regular de altura igual a 5 cm
e cuja base é formada por um quadrado de área igual a
8 cm2. A distância de cada face desta pirâmide ao cen-
tro de sua base, em cm, é igual a:
兹苵苵苵
15 5兹苵苵6 4兹苵苵3 7
a) –––– b) –––– c) –––– d) ––– e) 兹苵苵
3
3 9 5 5
Resolução

Seja d = OP, a distância, em centímetros, de cada face


OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
lateral ao centro da base.
No triângulo retângulo OMV, tem-se:
1º) (VM)2 = (OM)2 + (OV)2 ⇔ (VM)2 = (兹苵苵
2) 2 + 52 ⇔
⇔ (VM)2 = 27 ⇔ VM = 3兹苵苵
3
2º) OM . OV = VM . OP

5兹苵苵
2 5兹苵苵
6
Assim: 兹苵苵
2 . 5 = 3 兹苵苵
3 . d ⇔ d = –––––– ⇔ d = ––––––
3兹苵苵
3 9

21
Sejam U um conjunto não-vazio e A 傺 U, B 傺 U.
Usando apenas as definições de igualdade, reunião,
intersecção e complementar, prove que:
I. Se A 傽 B = Ø, então B 傺 AC.
II. B \ AC = B 傽 A.
Resolução
1) Para A 傽 B = Ø:
(x ∈ B ⇒ x ∉ A, ∀ x) ⇒
(x ∈ B ⇒ x ∈ AC, ∀ x) ⇒ B 傺 AC
2) x ∈ B \ AC, ∀ x ⇔
⇔ (x ∈ B e x ∉ AC), ∀ x ⇔
⇔ (x ∈ B e x ∈ A), ∀ x ⇔
⇔ (x ∈ A 傽 B), ∀ x ⇔ B \ AC = A 傽 B
Resposta: Demonstrações

22
Determine o conjunto dos números complexos z para
os quais o número
z + –z + 2
w = ––––––––––––––––––––
兹苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵苵
兩z – 1兩 + 兩z + 1兩 – 3
pertence ao conjunto dos números reais. Interprete
(ou identifique) este conjunto geometricamente e faça
um esboço do mesmo.
Resolução
Sendo x e y reais tais que z = x + yi, em que i é a uni-
dade imaginária, tem-se:
(x + yi) + (x – yi) + 2
w = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––– =
兹苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶
兹苶苶苶苶苶苶苶
(x – 1) 2 + y 2 + 兹苶苶苶苶苶苶苶
(x + 1) 2 + y 2 – 3

2 (x + 1)
= ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
兹苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶
兹苶苶苶苶苶苶苶
(x – 1) 2 + y 2 + 兹苶苶苶苶苶苶苶
(x + 1) 2 + y 2 – 3

assim, para que w ∈ ⺢, deve-se ter:

兹苶苶苶苶苶苶苶
(x – 1) 2 + y 2 + 兹苶苶苶苶苶苶苶
(x + 1) 2 + y 2 – 3 > 0 ⇔

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
⇔ 兹苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶
(x – 1) 2 + (y – 0) 2 + 兹苶苶苶苶苶苶苶苶苶苶
(x + 1) 2 + (y – 0) 2 > 3 ⇔

⇔ PF1 + PF2 > 3, em que P(x; y), F1 (1; 0) e F2 (– 1; 0).

Conclui-se, assim, que os pontos P(x; y) são todos os


pontos do plano cartesiano exteriores à elipse de cen-
tro C(0; 0), focos F1 (1; 0) e F2 (–1; 0) e eixo maior de
medida 3, conforme a figura seguinte:

Resposta: É o conjunto dos números complexos cujos


afixos são os pontos externos à elipse
representada acima.

23
Considere a seguinte situação baseada num dos para-
doxos de Zenão de Eléia, filósofo grego do século V
A.C. Suponha que o atleta Aquiles e uma tartaruga
apostam uma corrida em linha reta, correndo com velo-
cidades constantes vA e vT, com 0 < vT < vA. Como
a tartaruga é mais lenta, é-lhe dada uma vantagem ini-
cial, de modo a começar a corrida no instante t = 0 a
uma distância d1 > 0 na frente de Aquiles. Calcule os
tempos t1, t2, t3,... que Aquiles precisa para percorrer
as distâncias d1, d2, d3,..., respectivamente, sendo
que, para todo n ≥ 2, dn denota a distância entre a tar-
n–1

taruga e Aquiles no instante ∑t k


da corrida.
k=1

Verifique que os termos tk, k = 1, 2, 3,..., formam uma


progressão geométrica infinita, determine sua soma e
dê o significado desta soma.
Resolução
Conforme o enunciado, tem-se o esquema seguinte.

d1 P0 d2 P1 d3 P2
|––––––––––|––––––––––|––––––––––|–––––––––– ............
A0 t1 A1 t2 A2 t3 A3

Nele, A0, A1, A2, .... representam as posições de


Aquiles e P0, P1, P2, .... representam as posições da
tartaruga, respectivamente, nos instantes t = 0, 1, 2, ...
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Para n ≥ 2, tem-se dn = vT . tn – 1 e
dn vT . tn – 1 vT
tn = ––– = –––––––– = ––– . tn – 1
vA vA vA

Dessa forma, a seqüência (tn) é uma progressão geo-


d1 vT
métrica de primeiro termo t1 = ––– e razão q = ––– .
vA vA
A soma S dos termos da progressão é tal que
d1
∞ –––
t1 vA d1
S = ∑ tk = ––––– = –––––––– = ––––––– .
1–q vT vA – vT
k=1 1 – –––
vA

Essa soma é o tempo necessário para Aquiles alcançar


a tartaruga.
d1
Resposta: É uma P.G. infinita de primeiro termo ––– ,
vA
vA d1
razão ––– e soma ––––––– , tempo neces-
vB vA – vB
sário para Aquiles alcançar a tartaruga.

24
Mostre que toda função f : ⺢ \ {0} → ⺢, satisfazendo
f (xy) = f (x) + f (y) em todo seu domínio, é par.
Resolução
∀z ∈ ⺢ \ {0}:
1) x = z e y = z ⇒ f(z2) = f(z) + f(z) ⇒ f(z2) = 2f(z)
2) x = – z e y = – z ⇒ f(z2) = f(– z) + f(– z) ⇒
⇒ f(z2) = 2f(– z)
Logo, f(z2) = 2 f(z) = 2 f(–z), ∀z ∈ ⺢ \ {0} ⇒
⇒ f(–z) = f(z), ∀z ∈ ⺢ \ {0} ⇒ f é par, ∀z ∈ ⺢ \ {0}
Resposta: Demonstração

25
Sejam a, b, c e d constantes reais. Sabendo que a divi-
são de P1(x) = x4 + ax2 + b por P2(x) = x2 + 2x + 4 é
exata, e que a divisão de P3(x) = x3 + cx2 + dx – 3 por
P4(x) = x2 – x + 2 tem resto igual a – 5, determine o
valor de a + b + c + d.
Resolução
1º) Na divisão de P1(x) por P2(x), deve-se ter quociente
Q(x) = x 2 + m . x + n e resto R(x) ≡ 0, portanto:
x 4 + a . x2 + b ≡ (x 2 + 2 . x + 4) . (x 2 + m . x + n) ⇔
⇔ x 4 + a . x 2 + b ≡ x 4 + (m + 2) . x 3 +
+ (2m + 4 + n) x 2 + (4m + 2n) . x + 4n
Então:

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
m+2=0 m = –2

{ 2m + 4 + n = a
4m + 2n = 0
4n = b

{ n=4
a=4
b = 16

2º) Na divisão de P3(x) por P4(x), deve-se ter quociente


Q(x) = x + p e resto r = – 5, portanto
x3 + c . x2 + d . x – 3 ≡ (x2 – x + 2) . (x + p) + (–5) ⇔
⇔ x3 + c . x2 + d . x – 3 ≡ x3 +
+ (p – 1) . x2 + (2 – p) x + (2p – 5)

Então

{ p–1=c
2–p=d
2p – 5 = – 3
⇒ { p=1
c=0
d=1

Resposta: a + b + c + d = 21

26
Sejam a, b, c e d números reais não-nulos. Exprima o
valor do determinante da matriz
a2

[ ]
bcd 1 a
acd 1 b b2
abd 1 c c2
abc 1 d d2
na forma de um produto de números reais.
Resolução
Sendo D o valor do determinante da matriz dada, mul-
tiplicando-se os elementos da primeira linha por a, os
da segunda linha por b, os da terceira por c, e os da
quarta por d, tem-se:
a2 a3

| |
abcd a
abcd b b2 b3 = abcd D ⇔
abcd c c2 c3
abcd d d2 d3

1
1
1
1
a
b
c
d
a2
b2
c2
d2
a3
b3
c3
d3 |

= abcd D ⇔
abcd .

|
a2 a3

| |
1 a
⇔D= 1 b b2 b3 ⇔
1 c c2 c3
1 d d2 d3

⇔ D = (b – a) (c – a) (d – a) (c – b) (d – b) (d – c)

Resposta: (b – a) (c – a) (d – a) (c – b) (d – b) (d – c)
27
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
π π
Encontre todos os valores de a ∈ – –– , ––
quais a equação na variável real x,
2 2 ] [ para os

ex ex
arctg
(
兹苶
2 – 1+ –––
2 ) + arctg
( 兹苶
2 – 1 – –––
2 ) = a,

admite solução.
Resolução
π π
Para a ∈
] – –– , + ––
2 2 [ :

1) arc tg 兹苵苵冢 ex

2 – 1 + ––– + arc tg 兹苵苵
2
ex
2 – 1 – ––– = a ⇒
2 冢 冣
144424443 144424443
α β


α+β=a
ex
tg α = 兹苵苵
2 – 1 + –––
⇒ 2
ex
tg β = 兹苵苵
2 – 1 – –––
2


tg α + tg β = 2(兹苵苵
2 – 1)
2)
ex 2
tg α . tg β = (兹苵苵
2 – 1)2 – –––
2 ( ) ⇒
tg α + tg β
tg(α + β) = ––––––––––––––
1 – tg α . tg β

2(兹苵苵
2 – 1)
⇒ tg(α + β) = ––––––––––––––––––––– = tg a ⇒
ex 2
1 – (兹苵苵
2 – 1)2 + –––
2 ( )
2(兹苵苵 2

冢 冣
2 – 1) ex
⇒ ––––––––––– = 2(兹苵苵
2 – 1) + ––– ⇒
tg a 2

2(兹苵苵 2

冢 冣
2 – 1)(1 – tg a) ex
⇒ –––––––––––––––––– = ––– ⇒
tg a 2

2(兹苵苵
2 – 1)(1 – tg a)
⇒ –––––––––––––––––– > 0 ⇒
tg a
π
⇒ 0 < tg a < 1 ⇒ 0 < a < –––
4
π
Resposta: 0 < a < –––
4

28
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
x2 y2
Sabe-se que uma elipse de equação –– + –– = 1
a2 b2
tangencia internamente a circunferência de equação
x2 + y2 = 5 e que a reta de equação 3x + 2y = 6 é tan-
gente à elipse no ponto P. Determine as coordenadas
de P.
Resolução

Se a reta r de equação 3x + 2y – 6 = 0 tangencia a elip-


x2 y2
se de equação ––– + ––– = 1, num ponto P, en-
a2 5
tão o sistema formado por essas equações nas variá-
veis x e y tem uma única solução (x0; y0), em que x0 é
a abscissa de P e y0 a ordenada de P.
x2 (6 – 3x)2
Assim, a equação: ––– + –––––––– =1⇔
a2 4.5
⇔ (20 + 9a2)x2 – 36a2x + 16a2 = 0 deve apresentar o
seu discriminante (∆) igual a zero.

Logo: (36a2)2 – 4(20 + 9a2) 16a2 = 0 ⇔


⇔ 720a4 – 1280a2 = 0 ⇔
16
⇔ 80a2 (9a2 – 16) = 0 ⇔ a2 = ––– , pois a ≠ 0
9
Portanto, para se obter as coordenadas do ponto P,
basta resolver-se o sistema:
8

{ {
9x2 y2 x = –––
–––– + ––– = 1 9
16 5 ⇔
5
3x + 2y = 6 y = –––
3

(
8 5
Assim, finalmente, tem-se: P –––; –––
9 3 )
(
8 5
Resposta: P –––; –––
9 3 )
29
Considere um quadrado ABCD. Sejam E o ponto
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
––––
médio do segmento CD e F um ponto sobre o seg-
–––– –––– –––– ––––
mento CE tal que m ( BC ) + m ( CF ) = m ( AF ). Prove
que cos α = cos 2β, sendo os ângulos α = BÂF e
β = EÂD.
Resolução

Sendo l a medida de cada lado do quadrado ABCD e x


a medida do segmento GB, no triângulo retângulo GAF,
tem-se:
1º) (AF) 2 = (AG) 2 + (GF)2 ⇔ (l + x) 2 = (l – x)2 + l 2 ⇔
l
⇔ 4l x = l 2 ⇔ x = ––
4
AG l –x
2º) cos α = ––– ⇔ cos α = ––––– ⇔
AF l+ x

l – ––l 3l
––
3
4 ⇔ cos α = ––
4 ⇔ cos α = ––––
⇔ cos α = –––––– (I)
l +––
l 5l
–– 5
4 4

No triângulo retângulo DAE, têm-se:


l 2
1º) (AE)2 = (AD)2 + (DE)2 ⇔ (AE)2 = l 2 + ( )––
2

l 兹苶5
⇔ AE = ––––––
2

AD l 2
2º) cos β = ––– ⇔ cos β = –––––– ⇔ cos β = –––––
AE l 兹苶5 兹苶5
–––––
2
3º) cos 2 β = 2 cos2 β – 1

2 2
Assim: cos 2 β = 2 .
( )
–––––
兹苶5
3
– 1 ⇔ cos 2 β = –– (II)
5
De (I) e (II) tem-se, final-
mente: cos α = cos 2 β

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Resposta: Demonstração

30
Quatro esferas de mesmo raio R > 0 são tangentes
externamente duas a duas, de forma que seus centros
formam um tetraedro regular com arestas de compri-
mento 2R. Determine, em função de R, a expressão do
volume do tetraedro circunscrito às quatro esferas.
Resolução

Sendo h a altura do tetraedro regular t cujos vértices


são os centros das quatro esferas, H a altura do te-
traedro regular T circunscrito a elas, L a medida de
cada aresta de T e V o volume do tetraedro T, têm-se:
2R 兹苶
6
1º) h = –––––––
3

H h
2º) ––– = ––– + R ⇔ H = h + 4R
4 4

2R 兹苶
6 2R (兹苶
6 + 6)
Assim: H = ––––––– + 4R ⇔ H = –––––––———
3 3

L 兹苶6
3º) H = –––––
3

2R (兹苶
6 + 6) L 兹苶6
Assim: ––––——––– = ––––– ⇔ L = 2R (1 + 兹苶
6)
3 3

L3 兹苶
2 [2R (1 + 兹苶
6)] 3 . 兹苶
2
4º) V = ––––– = ––––——––––––––––– ⇔
12 12

2 兹苶2 (1 + 兹苶
6) 3R3
Resposta: V = ––––––––––––––––
3

Comentário e Gráfico
OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Com 16 questões de Álgebra, 5 de Geometria, 5
de Trigonometria e apenas 4 de Geometria Analítica, os
examinadores propuseram uma prova extremamente
difícil, apresentando um número exacerbado de ques-
tões para serem resolvidas no tempo pré-estabelecido
de quatro horas, de tal sorte que os candidatos mais
bem preparados devem ter deixado os locais das pro-
vas totalmente extenuados e desanimados.

OBJETIVO I T A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
CONSTANTES

Constante de Avogadro = 6,02 x 1023 mol–1


Constante de Faraday (F) = 9,65 x 104C mol–1
Volume molar de gás ideal = 22,4 L (CNTP)
Carga elementar = 1,602 x 10–19 C
Constante dos gases (R) =
= 8,21 x 10–2 atm L K–1 moI–1 = 8,31 J K–1 moI–1 =
= 62,4 mmHg L K–1 mol–1 = 1,98 cal mol–1 K–1

DEFINIÇÕES

Condições normais de temperatura e pressão


(CNTP): 0°C e 760 mmHg.
Condições ambientes: 25°C e 1 atm.
Condições-padrão: 25°C, 1 atm, concentração das so-
luções: 1 mol L–1 (rigorosamente: atividade unitária das
espécies), sólido com estrutura cristalina mais estável
nas condições de pressão e temperatura em questão.
(s) ou (c) = sólido cristalino; (1) = (l) = líquido; (g) = gás;
(aq) = aquoso; (CM) = circuito metálico; [A] = concen-
tração da espécie química A em mol L1– e (ua) = uni-
dades arbitrárias.

MASSAS MOLARES

Elemento Número Massa Molar


Químico Atômico (g mol–1)
H 1 1,01
C 6 12,01
N 7 14,01
O 8 16,00
F 9 19,00
Na 11 22,99
Al 13 26,98
Si 14 28,09
P 15 30,97
S 16 32,06
Cl 17 35,45
Ar 18 39,95
K 19 39,10
Ca 20 40,08

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Elemento Número Massa Molar
Químico Atômico (g mol–1)
Ti 22 47,88
Cr 24 52,00
Mn 25 54,94
Fe 26 55,85
Zn 30 65,37
Br 35 79,91
Ag 47 107,87
Sb 51 121,75
I 53 126,90
Xe 54 131,30
Ba 56 137,34
Pt 78 195,09
Hg 80 200,59
Pb 82 207,21

As questões de 01 a 20 NÃO devem ser resolvidas


no caderno de soluções. Para respondê-Ias, marque
a opção escolhida para cada questão na folha de lei-
tura óptica e na reprodução da folha de leitura óp-
tica (que se encontra na última página do caderno de
soluções).

1 b
O abaixamento da temperatura de congelamento da
água numa solução aquosa com concentração molal
de soluto igual a 0,100 mol kg–1 é 0,55°C. Sabe-se que
a constante crioscópica da água é igual a 1,86°C kg
mol–1. Qual das opções abaixo contém a fórmula mo-
lecular CORRETA do soluto?
a) [Ag(NH3)]Cl. b) [Pt(NH3)4Cl2]Cl2.
c) [Na[Al(OH)4]. d) K3[Fe(CN)6].
e) K4[Fe(CN)6].
Resolução
O abaixamento da temperatura de congelamento da
água é dado pela expressão:

∆tc = Kc . M l . i
0,55°C = 1,86°C . kg . mol –1 . 0,100 mol kg –1 . i
i≅3

A fórmula molecular correta do soluto é


H2O
→ [Pt(NH ) Cl ] 2+ + 2Cl1–
[Pt(NH3)4Cl2]Cl2 ← 34 2

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
2 e
Qual das opções apresenta uma substância que ao rea-
gir com um agente oxidante ([O]), em excesso, produz
um ácido carboxílico?
a) 2-propanol. b) 2-metil-2-propanol.
c) ciclobutano. d) propanona.
e) etanol.
Resolução
H O
[O]
H3C — C — OH → H2O + H3C — C →
H
H
etanol etanal

O
[O]
→ H3C — C
OH
ácido etanóico

O 2-propanol (álcool secundário), por oxidação, produz


cetona enquanto o 2-metil-2-propanol (álcool terciário),
a propanona e o ciclobutano resistem aos agentes oxi-
dantes não muito poderosos.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
3 d
Uma solução líquida é constituída de 1,2-dibromo etile-
no (C2H2Br2) e 2,3-dibromo propeno (C3H4Br2). A 85°C,
a concentração do 1,2-dibromo etileno nesta solução é
igual a 0,40 (moI/mol). Nessa temperatura as pressões
de vapor saturantes do 1,2-dibromo etileno e do 2,3-
dibromo propeno puros são, respectivamente, iguais a
173 mmHg e 127 mmHg. Admitindo que a solução
tem comportamento ideal, é CORRETO afirmar que a
concentração (em moI/mol) de 2,3-dibromo propeno
na fase gasosa é igual a
a) 0,40. b) 0,42. c) 0,48. d) 0,52. e) 0,60.
Resolução
Cálculo da pressão de vapor do 1,2-dibromoetileno na
mistura
PC H Br = PC0 H Br . XC H Br
2 2 2 2 2 2 2 2 2

PC2H2Br2 = 173 mmHg . 0,40

PC2H2Br2 = 69,2 mmHg

Cálculo da pressão de vapor do 2,3-dibromopropeno

XC2H2Br2 + XC3H4Br2 = 1

0,40 + XC3H4Br2 = 1

XC3H4Br2 = 0,60

0
PC3H4Br2 = X C3H4Br2 . XC3H4Br2

PC3H4Br2 = 127 mmHg . 0,60

PC3H4Br2 = 76,2 mmHg

A pressão de vapor total da solução a esta temperatu-


ra será a soma das pressões de vapor dos componen-
tes individuais.

P = PC2H2Br2 + PC3H4Br2

P = 69,2 mmHg + 76,2 mmHg

P = 145,4 mmHg

Cálculo da concentração em mol/mol na fase gasosa


do C3H4Br2

PC3H4Br2 = XC3H4Br2 . P

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
76,2 mmHg = XC3H4Br2 . 145,4 mmHg

XC3H4Br2 = 0,52.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
4 e
Uma mistura de azoteto de sódio, NaN3(c), e de óxido
de ferro (IlI), Fe2O3(c), submetida a uma centelha elé-
trica reage muito rapidamente produzindo, entre outras
substâncias, nitrogênio gasoso e ferro metálico. Na
reação entre o azoteto de sódio e o óxido de ferro (IlI)
misturados em proporções estequiométricas, a relação
(em mol/mol) N2 (g) / Fe2O3 (c) é igual a
a) 1/2. b) 1. c) 3/2. d) 3. e) 9.
Resolução
A equação incompleta e não-balanceada da reação é a
seguinte:
redução ∆ = 3

1+ 1/3– 3+ 2– 0 0
Na N3 (c) + Fe2 O3 (c) → N2 (g) + Fe (s) + outros produ-
tos

oxidação ∆ = 1/3
–1/3 0

NaN3 1/3 . 3 = 1 6

Fe2O3 3.2=6 1

6 NaN3 (c) + 1 Fe2O3 (c) → 9 N2 (g) + 2 Fe(s) + outros produ-


tos
relação (mol/mol) N2 (g) / Fe2O3 (c) = 9/1.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
5 e
Uma determinada substância cristaliza no sistema cú-
bico. A aresta da célula unitária dessa substância é
representada por Z, a massa específica por µ e a massa
–––
molar por M. Sendo Nav igual ao número de Avogadro,
qual é a expressão algébrica que permite determinar o
número de espécies que formam a célula unitária desta
substância?
–––
Z3 µ Z3 M Z3
a) ––––
––– . b) ––––
µ . c) ––––
µ .
M

–––
Z3 M Nav Z3 µ Nav
d) –––––––––
µ . e) –––––––––
––– .
M
Resolução

Volume da célula unitária = Z 3

––
Cálculo do volume molar da espécie ( V ):

massa molar
massa específica = ––––––––––––
volume molar
––
M
––––
µ = ––
V

––
–– M
V = ––––
µ

Cálculo do número de espécies na célula unitária:

Número de Avogadro Volume molar


de espécies da espécie
↓ ↓
––
M
Nav ––––––––––––––– ––––
µ
X ––––––––––––––– Z3 (volume da
célula unitária)

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Nav . Z 3 . µ
X = ––––––––––––
––
M

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
6 d
Sabendo que o estado fundamental do átomo de hi-
drogênio tem energia igual a – 13,6 e V, considere as
seguintes afirmações:
I. O potencial de ionização do átomo de hidrogênio é
igual a 13,6 e V.
II. A energia do orbital no átomo de hidrogênio é igual
a – 13,6 e V.
IlI. A afinidade eletrônica do átomo de hidrogênio é
igual a – 13,6 e V.
IV. A energia do estado fundamental da molécula de
hidrogênio, H2(g), é igual a – (2 x 13,6) e V.
V. A energia necessária para excitar o elétron do áto-
mo de hidrogênio do estado fundamental para o
orbital 2s é menor do que 13,6 e V.
Das afirmações feitas, estão ERRADAS
a) apenas I, II e IlI. b) apenas I e IlI.
c) apenas II e V. d) apenas IlI e IV.
e) apenas IlI,IV e V.
Resolução
Níveis de energia permitidos para o átomo de hidro-
gênio:

pelo gráfico, verificamos que as afirmações I e II são


certas:
H(g) + 13,6 eV → H+(g) + e–
1ª energia (potencial)
de ionização
III. Errada.
H(g) + e– → H–(g) + A . E
Como os fenômenos são diferentes, os valores
energéticos também o serão.
IV. Errada.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
A energia do estado fundamental da molécula de
H2(g) é menor que o estado fundamental dos áto-
mos de H(g).
V. Certa.
Verificando o gráfico das energias permitidas, temos
que: y < x.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
7 c
Qual das substâncias abaixo apresenta o menor valor
de pressão de vapor saturante na temperatura am-
biente?
a) CCl4. b) CHCl3. c) C2Cl6.
d) CH2Cl2. e) C2H5Cl.
Resolução
A pressão de vapor depende da natureza do líquido,
isto é, das interações entre as partículas do líquido.
Quanto maior a força de Van der Waals entre as partí-
culas, maior será o ponto de ebulição e menor será a
pressão de vapor.
O composto C2 Cl6 apresenta uma interação elevada
entre as moléculas, devido ao tamanho da cadeia car-
bônica e da sua massa molecular:

Cl Cl

Cl — C — C — Cl

Cl Cl

Os demais compostos são apolares ou fracamente


apolares e apresentam massa molecular menor que a
do C2 Cl6.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
8 a
Considere as seguintes espécies químicas no estado
gasoso, bem como os respectivos átomos assinalados
pelos algarismos romanos:
I II III IV
↓ ↓ ↓ ↓
ONNO2, FClO2, ICl3 e F4ClO–
Os orbitais híbridos dos átomos assinalados por I, II, III
e IV são respectivamente:
a) sp2, sp3, dsp3 e d2sp3. b) sp2, sp2, sp3 e dsp3.
c) sp3, dsp3, d2sp3 e sp3. d) sp3, sp2, dsp3 e d2sp3.
e) sp, dsp3, sp3 e dsp3.
Resolução
O

I) ONNO2 ⇒ O = N — N = O
N (Z=7)

hibridação sp2

Hibridação do nitrogênio: sp2


O

II) FClO2 ⇒ F — Cl → O
••

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
hibridação sp3

Hibridação do cloro: sp3


••
••

III) ICl3 → Cl — I — Cl
|
Cl
I(Z=53)

hibridação dsp3

Hibridação do iodo: dsp3

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
IV) F4ClO– ⇒

Cl(Z=17)

hibridação d2sp3

Hibridação do cloro: d2sp3

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
9 a
Na pressão de 1 atm, a temperatura de sublimação do
CO2 é igual a 195 K. Na pressão de 67 atm, a tempe-
ratura de ebulição é igual a 298 K. Assinale a opção que
contém a afirmação CORRETA sobre as propriedades
do CO2.
a) A pressão do ponto triplo está acima de 1 atm.
b) A temperatura do ponto triplo está acima de 298 K.
c) A uma temperatura acima de 298 K e na pressão de
67 atm, tem-se que o estado mais estável do CO2 é
o líquido.
d) Na temperatura de 195 K e pressões menores do
que 1 atm, tem-se que o estado mais estável do
CO2 é o sólido.
e) Na temperatura de 298 K e pressões maiores do
que 67 atm, tem-se que o estado mais estável do
CO2 é o gasoso.
Resolução
O diagrama de fases pode ser representado por:

Como a temperatura de sublimação é igual a 195k a 1 atm,


o ponto triplo será maior que 1 atm.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
10 d
Considere os equilíbrios químicos abaixo e seus res-
pectivos valores de pK (pK = – log K), válidos para a
temperatura de 25°C (K representa constante de equi-
líbrio químico).
pK
→ H+(aq) + C H O–(aq)
Fenol C6H5OH(aq) ← 9,89
6 5

→ C H NH (aq) + OH–(aq) 9,34


Anilina C6H5NH2(l) + H2O(l) ←
+
6 5 3

Ácido CH3COOH(aq) ← → CH COO–(aq) + H+(aq) 4,74


3
acético
→ NH+(aq) + OH–(aq)
Amônia NH (g) + H O(l) ← 4,74
3 2 4

Na temperatura de 25 °C e numa razão de volumes ≤ 10,


misturam-se pares de soluções aquosas de mesma
concentração.
Assinale a opção que apresenta o par de soluções
aquosas que ao serem misturadas formam uma solu-
ção tampão com pH próximo de 10.
a) C6H5OH(aq) / C6H5NH2(aq).
b) C6H5NH2(aq) / C6H5NH3Cl(aq).
c) CH3COOH(aq) / NaCH3COO(aq).
d) NH3(aq) / NH4Cl(aq).
e) NaCH3COO(aq) / NH4Cl(aq) .
Resolução
Como desejamos preparar uma solução-tampão de pH
próximo a 10, devemos misturar uma solução de uma
substância básica e uma solução de um sal derivado
dessa base.
O pH dessa solução pode ser expresso por:

[sal]
pOH = pK + log ––––––– ou
[base]

[sal]
pH = 14 – pK – log ––––––– (Equação de Henderson-
[base] Hasselback)

[sal]
10 = 14 – pK – log –––––––
[base]

[sal]
log ––––––– = 4 – pK (equação 1)
[base]

Como faremos misturas das soluções, na razão de vo-


lume menor ou igual a 10, analisemos as situações:

I) Máxima concentração do sal = 10 . x


OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Mínima concentração da base = 1 . x
[sal] 10x
log ––––––– = log ––––– = + 1
[base] 1x
II)Mínima concentração do sal = 1x
Máxima concentração da base = 10x
[sal] 1x
log ––––––– = log ––––– = – 1
[base] 10x
Logo:
[sal]
– 1 ≤ log ––––––– ≤ 1
[base]
Substituindo na equação 1, temos:

– 1 ≤ 4 – pK ≤ 1
∴ – 5 ≤ – pK ≤ – 3
3 ≤ pK ≤ 5

Dentre as opções, devemos usar amônia (substância


básica), por apresentar pK = 4,74.
A solução-tampão seria formada por NH3(aq) e um sal
derivado dessa base, que poderia ser o NH4Cl(aq).

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
11 b
A decomposição química de um determinado gás A (g)
é representada pela equação: A (g) → B (g) + C (g).
A reação pode ocorrer numa mesma temperatura por
dois caminhos diferentes (I e II), ambos com lei de
velocidade de primeira ordem. Sendo v a velocidade da
reação, k a constante de velocidade, ∆H a variação de
entalpia da reação e t1/2 o tempo de meia-vida da espé-
cie A, é CORRETO afirmar que
kI (t1/2)II
a) ∆HI < ∆HII. b) ––– = –––––– .
kII (t1/2)I

[B] . [C] [B] . [C]


c) kI = ––––––– . d) vII = kII ––––––– .
[A] [A]

vI kII
e) ––– = ––– .
vII kI

Resolução
As equações da velocidade são, respectivamente:
vI = kI [A]
vII = kII [A]
A relação entre as velocidades será:
vI kI
—– = —–
vII kII
A relação entre a meia-vida (t1/2) e a constante de velo-
cidade (k) é dada pela expressão:
t1/2 = 0,693
—–––
k
(t1/2)I = 0,693
—––– (t1/2)II = 0,693
—–––
kI kII
kI (t1/2)II
= —–––
—–––
kII (t1/2)I

A variação de entalpia da reação é igual nos dois cami-


nhos (∆HI = ∆HII).

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
12 b
Para minimizar a possibilidade de ocorrência de supe-
raquecimento da água durante o processo de aqueci-
mento, na pressão ambiente, uma prática comum é
adicionar pedaços de cerâmica porosa ao recipiente
que contém a água a ser aquecida. Os poros da cerâ-
mica são preenchidos com ar atmosférico, que é vaga-
rosamente substituído por água antes e durante o
aquecimento. A respeito do papel desempenhado
pelos pedaços de cerâmica porosa no processo de
aquecimento da água são feitas as seguintes afirma-
ções:
I. a temperatura de ebulição da água é aumentada.
II. a energia de ativação para o processo de formação
de bolhas de vapor de água é diminuída.
III. a pressão de vapor da água não é aumentada.
IV. o valor da variação de entalpia de vaporização da
água é diminuído.
Das afirmações acima está(ão) ERRADA(S)
a) apenas I e III. b) apenas I, III e IV.
c) apenas II. d) apenas II e IV.
e) todas.
Resolução
Um líquido pode em alguns casos ser aquecido até aci-
ma de seu ponto de ebulição sem ebulir. Este fenô-
meno é conhecido como superaquecimento. Para dar
início à ebulição, devemos colocar pedaços de porce-
lana, pois o ar retido nos pequenos poros pode servir
como um núcleo de bolha, reduzindo a tendência do
líquido superaquecer-se. Concluímos que a energia de
ativação para o processo de formação de bolhas de
vapor de água é diminuída. Durante a ebulição, a tem-
peratura de ebulição da água, a pressão de vapor da
água e o valor da variação de entalpia de vaporização
da água permanecem constantes.
As seguintes afirmações estão erradas: I, III e IV.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
13 e
Considere as seguintes comparações de calores espe-
cíficos dos respectivos pares das substâncias indica-
das.
I. tetracloreto de carbono (l, 25°C) > metanol (l, 25 °C).
II. água pura (l, –5 °C) > água pura (s, –5 °C).
III. alumina (s, 25 °C) > alumínio (s, 25 °C).
IV. isopor (s, 25 °C) > vidro de janela (s, 25 °C).
Das comparações feitas, está(ão) CORRETA(S)
a) apenas I e II. b) apenas I, II e III.
c) apenas II. d) apenas III e IV.
e) apenas IV.
Resolução
Quanto maior o calor específico, mais calor é neces-
sário para provocar um dado aumento na temperatura.
Sólidos moleculares têm calor específico maior que a
dos sólidos atômicos como metais, pois moléculas
têm mais modos de armazenar energia na forma de
movimento vibracional.
O calor específico de um sólido é menor que o de sua
forma líquida, pois no estado líquido, as moléculas
estão livres para transladar-se, rotacionar e vibrar.
O calor específico aumenta com o aumento da com-
plexidade molecular, pois mais modos de arma-
zenamento de energia ficam disponíveis à medida que
aumenta o mínimo de átomos.
I) Errada.
A força intermolecular no metanol é mais fraca. O
calor será usado para rotacionar, vibrar, além de
translacionar as moléculas. No CCl4, é mais difícil
rotacionar e vibrar as moléculas.
II) Errada.
A água líquida a – 5°C está em um estado metaes-
tável. Uma pequena quantidade de calor acarreta
grande variação de temperatura, pois a água soli-
difica-se, liberando calor.
III) Errada.
O alumínio tem maior calor específico que o óxido
de alumínio (Al2O3).
IV) Correta. O isopor apresenta poros cheios de gás.
É comum ingerir-se um líquido quente usando co-
pos de isopor no lugar de copos de vidro.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
14 c
Considere a reação representada pela equação quími-
ca 3A(g) + 2B(g) → 4E(g). Esta reação ocorre em várias
etapas, sendo que a etapa mais lenta corresponde à
reação representada pela seguinte equação química:
A(g) + C(g) → D(g). A velocidade inicial desta última rea-
∆ [A]
ção pode ser expressa por – ——— = 5,0 mol s–1 . Qual
∆t
é a velocidade inicial da reação (mol s–1) em relação à
espécie E?
a) 3,8. b) 5,0. c) 6,7. d) 20. e) 60.
Resolução
A etapa determinante da velocidade de reação global é
dada pela etapa lenta, então a velocidade, com relação
à espécie A(g), determina a velocidade de formação do
produto E(g). Então temos:
3A(g) + 2B(g) → 4E(g)
3,0mol → 4,0mol
5,0mol → x
5,0 . 4,0 ∆E
x = –––––––– = 6,7 ∴ VE = – ––– = – 6,7mol . s–1.
3,0 ∆t

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
15 d
Indique a opção que contém a equação química de
uma reação ácido-base na qual a água se comporta
como base.
a) NH3 + H2O ← → NH OH.
4
b) NaNH2 + H2O ← → NH + NaOH.
3
c) Na2CO3 + H2O ← → NaHCO + NaOH.
3
d) P2O5 + 3H2O ← → 2H PO .
3 4
e) TiCl4 + 2H2O ←→ TiO + 4HCl.
2
Resolução
Segundo Brönsted, ácido é a espécie que cede pró-
tons (H+) e base é a espécie que recebe prótons (H+).
a) NH3 + H2O ← → NH OH
4
equação iônica
H+
NH3 + H2O ←→ NH + + OH–
4
base ácido

b) NaNH2 + H2O ← → NH + NaOH


3
equação iônica
H+
→ NH + OH–
NH 2– + H2O ← 3
base ácido

c) Na2CO3 + H2O ← → NaHCO + NaOH


3
equação iônica
H+
→ HCO – + OH–
CO32– + H2O ← 3
base ácido

Segundo Lewis, ácido é a espécie que recebe par


de elétrons e base é a espécie que cede par de
elétrons.
••
d) P2O5 + 3H2O ←→ 2H PO
3 4
ácido base complexo coordenado

→ TiO + 4HCl
e) TiCl4 + 2H2O ← 2

O cloreto de titânio é um líquido que se hidrolisa


facilmente, produzindo gás clorídrico (HCl); nesse
caso, a água não atua como ácido.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
16 d
Dois compartimentos, 1 e 2, têm volumes iguais e es-
tão separados por uma membrana de paládio, permeá-
vel apenas à passagem de hidrogênio. Inicialmente, o
compartimento 1 contém hidrogênio puro (gasoso) na
Pressão PH , puro = 1 atm, enquanto que o comparti-
2
mento 2 contém uma mistura de hidrogênio e nitro-
gênio, ambos no estado gasoso, com pressão total
Pmist = (PH + PN ) = 1 atm. Após o equilíbrio termodi-
2 2
nâmico entre os dois compartimentos ter sido atingi-
do, é CORRETO afirmar que:
a) PH , puro = 0. b) PH , puro = PN , mist.
2 2 2
c) PH , puro = Pmist. d) PH , puro = PH , mist.
2 2 2
e) Pcompartimento 2 = 2 atm.
Resolução

A pressão total no compartimento 햳 é PH + PN = 1atm,


2 2
então a PH = 1atm – PN .
2 2
No início, a pressão total no compartimento 햲 é
PH = 1atm, ou seja, maior que a pressão do H2 no
2(puro)
compartimento 햳.
Concluímos que vai ocorrer passagem de H2 do com-
partimento 햲 para o compartimento 햳, até que a
pressão de H2 na mistura fique igual à pressão do H2
no compartimento 햲, logo, no equilíbrio termodinâmi-
co, temos:
PH = PH
2(puro) 2(mistura)

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
17 d
A uma determinada quantidade de dióxido de manga-
nês sólido, adicionou-se um certo volume de ácido clo-
rídrico concentrado até o desaparecimento completo
do sólido. Durante a reação química do sólido com o
ácido observou-se a liberação de um gás (Experimento
1). O gás liberado no Experimento 1 foi borbulhado em
uma solução aquosa ácida de iodeto de potássio,
observando-se a liberação de um outro gás com colo-
ração violeta (Experimento 2). Assinale a opção que
contém a afirmação CORRETA relativa às observações
realizadas nos experimentos acima descritos.
a) No Experimento 1, ocorre formação de H2(g).
b) No Experimento 1, ocorre formação de O2(g).
c) No Experimento 2, o pH da solução aumenta.
d) No Experimento 2, a concentração de iodeto na
solução diminui.
e) Durante a realização do Experimento 1, a concentra-
ção de íons manganês presentes no sólido diminui.
Resolução
Experimento 1
MnO2(s) + 4HCl(aq) → MnCl2(aq) + Cl2(g) + 2H2O(l)

Experimento 2
Cl2(g) + 2KI(aq) → 2KCl(aq) + I2(g)

No experimento 1, o gás formado é o cloro (Cl2). No


experimento 2, o gás formado é o iodo (I2); o pH não
se altera e a concentração de íons iodeto (I –) diminui.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
18 c
Duas soluções aquosas (I e lI) contêm, respectiva-
mente, quantidades iguais (em moI) e desconhecidas
de um ácido forte, K >> 1, e de um ácido fraco, K ≅ 10–10
(K = constante de dissociação do ácido). Na tempera-
tura constante de 25°C, essas soluções são tituladas
com uma solução aquosa 0,1 moI L–1 de NaOH. A titu-
lação é acompanhada pela medição das respectivas
condutâncias elétricas das soluções resultantes. Qual
das opções abaixo contém a figura com o par de cur-
vas que melhor representa a variação da condutância
elétrica (Cond.) com o volume de NaOH (VNaOH) adi-
cionado às soluções I e lI, respectivamente?

Resolução
• Situação inicial
solução I: ácido forte, alta concentração de íons, logo,
alta condutância elétrica.
solução II: ácido fraco, baixa concentração de íons,
logo, baixa condutância elétrica.

• Adição de solução de NaOH até neutralização


solução I:
1H+(aq) + NaOH(aq) → 1Na+(aq) + H2O

a quantidade de íons na solução não varia, o volume


aumenta, a concentração de íons diminui, logo, a con-
dutância elétrica diminui.

solução II:
→ H+(aq) + X–(aq)
HX(aq) ←
ácido
OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
fraco

o equilíbrio de ionização do ácido fraco é deslocado


para a direita pela adição de íons

(OH)–, pois H+(aq) reage com OH–(aq)

H+(aq) + OH–(aq) → H2O

A equação total será igual a:

HX + NaOH → 1Na+(aq) + 1X–(aq) + H2O

a quantidade de íons aumenta, a concentração de íons


aumenta, logo, aumenta a condutância elétrica.

• Adição de NaOH após a neutralização total

solução I:
Como a concentração de íons na solução inicial é maior
que a concentração da solução neutralizada, a partir daí
a adição de NaOH implicará o aumento da concen-
tração, logo, aumento na condutância elétrica.

solução II
Como a concentração de íons na solução de NaOH é
maior que a concentração de íons na solução neu-
tralizada, a adição de NaOH implicará o aumento da
concentração, logo, aumento na condutância elétrica.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
19 d
Num cilindro, provido de um pistão móvel sem atrito, é
realizada a combustão completa de carbono (grafita). A
temperatura no interior do cilindro é mantida constante
desde a introdução dos reagentes até o final da reação.
Considere as seguintes afirmações:
I. A variação da energia interna do sistema é igual a
zero.
II. O trabalho realizado pelo sistema é igual a zero.
III. A quantidade de calor trocada entre o sistema e a
vizinhança é igual a zero.
IV. A variação da entalpia do sistema é igual à variação
da energia interna.
Destas afirmações, está(ão) CORRETA(S)
a) apenas I. b) apenas I e IV.
c) apenas I, II e III. d) apenas II e IV.
e) apenas III e IV.
Resolução
A equação química da combustão completa da grafita
é:
C(s) + O2(g) → CO2(g)
1 mol 1 mol

A relação entre energia interna (∆U), variação de ental-


pia (∆H) e o trabalho é:

∆U = ∆H – τ

τ = 0, pois ∆n = 0 (τ = ∆n RT)

Portanto, ∆U = ∆H.
As afirmações corretas são II e IV.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
20 a
Considere o elementogalvânico mostrado na figura
abaixo. O semi-elemento A contém uma solução aquo-
sa, isenta de oxigênio, 0,3 moI L–1 em Fe2+ e 0,2 moI
L–1 em Fe3+. O semi-elemento B contém uma solução
aquosa, também isenta de oxigênio, 0,2 moI L–1 em
Fe2+ e 0,3 moI L–1 em Fe3+. M é um condutor metáli-
co (platina). A temperatura do elemento galvânico é
mantida constante num valor igual a 25°C.

A partir do instante em que a chave “S” é fechada,


considere as seguintes afirmações:
I. O sentido convencional de corrente elétrica ocorre
do semi-elemento B para o semi-elemento A.
II. Quando a corrente elétrica for igual a zero, a rela-
ção de concentrações [Fe3+(aq)] / [Fe2+(aq)] tem o
mesmo valor tanto no semi-elemento A como no
semi-elemento B.
III. Quando a corrente elétrica for igual a zero, a con-
centração de Fe2+ (aq) no semi-elemento A será
menor do que 0,3 mol L–1.
IV. Enquanto o valor da corrente elétrica for diferente
de zero, a diferença de potencial entre os dois
semi-elementos será maior do que 0,118 log (3/2).
V. Enquanto corrente elétrica fluir pelo circuito, a rela-
ção entre as concentrações [Fe3+(aq)] / [Fe2+(aq)]
permanece constante nos dois semi-elementos.
Das afirmações feitas, estão CORRETAS
a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV.
c) apenas III e V. d) apenas IV e V.
e) todas.
Resolução
No semi-elemento A, teremos a oxidação de Fe2+, pois
apresenta maior concentração em mol/L.
Fe2+ → Fe3+ + e–

No semi-elemento B, teremos a redução de Fe3+, pois


apresenta maior concentração em mol/L.
Fe3+ + e– → Fe2+

O fluxo de elétrons vai do semi-elemento A para o

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
semi-elemento B, portanto, o sentido convencional de
corrente elétrica ocorre do semi-elemento B para o
semi-elemento A.

Quando a corrente elétrica for igual a zero, os valores

dos potenciais serão iguais, portanto, a relação entre


[Fe3+]
as concentrações –––––– tem o mesmo valor tanto no
[Fe2+]
semi-elemento A como no semi-elemento B.
Quando a corrente elétrica for igual a zero, a con-
centração de Fe2+ no semi-elemento A será menor
que 0,3 mol/L, pois o Fe2+ está sofrendo oxidação.
Enquanto a corrente elétrica fluir pelo circuito, a rela-
[Fe3+]
ção entre as concentrações –––––– vai variando.
[Fe2+]
Aplicando a equação de Nernst, temos
0,592 [Fe3+]
∆E = ∆E0 – –––––– log ––––––
n [Fe2+]
Para a corrente elétrica ser diferente de zero, ∆E > 0
3
∆E0 > 0,592 log –––
2

São corretas as afirmações I, II e III.

As questões dissertativas, numeradas de 21 a 30,


devem ser respondidas no caderno de soluções.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
21
Quando submersos em “águas profundas”, os mergu-
lhadores necessitam voltar lentamente à superfície
para evitar a formação de bolhas de gás no sangue.
i) Explique o motivo da NÃO formação de bolhas de
gás no sangue quando o mergulhador desloca-se
de regiões próximas à superfície para as regiões
de “águas profundas”.
ii) Explique o motivo da NÃO formação de bolhas de
gás no sangue quando o mergulhador desloca-se
muito lentamente de regiões de “águas profun-
das” para as regiões próximas da superfície.
iii) Explique o motivo da FORMAÇÃO de bolhas de
gás no sangue quando o mergulhador desloca-se
muito rapidamente de regiões de “águas profun-
das” para as regiões próximas da superfície.
Resolução
i) O motivo de não formação de bolhas de gás no
sangue quando o mergulhador se desloca de re-
giões próximas à superfície para as regiões de
“água profundas” é o aumento da solubilidade do
gás no sangue devido ao aumento da pressão.
ii) O motivo da não formação de bolhas de gás no
sangue quando o mergulhador se desloca muito
lentamente de regiões de “águas profundas” para
as regiões próximas da superfície é o fato da varia-
ção de pressão ser lenta, e portanto a liberação de
gás ser pequena.
iii) O motivo da formação de bolhas de gás no sangue
quando o mergulhador se desloca muito rapidamente
de regiões de “águas profundas” para as regiões pró-
ximas da superfície é a repentina variação de pressão,
diminuindo a solubilidade do gás no sangue. A libera-
ção do gás é intensa, com formação de bolhas

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
22
Descreva um processo que possa ser utilizado na pre-
paração de álcool etílico absoluto, 99,5% (m/m), a par-
tir de álcool etílico comercial, 95,6% (m/m). Sua des-
crição deve conter:
i) A justificativa para o fato da concentração de álcool
etílico comercial ser 95,6% (m/m).
ii) O esquema da aparelhagem utilizada e a função de
cada um dos componentes desta aparelhagem.
iii) Os reagentes utilizados na obtenção do álcool etí-
lico absoluto.
iv) As equações químicas balanceadas para as reações
químicas envolvidas na preparação do álcool etílico
absoluto.
v) Seqüência das etapas envolvidas no processo de
obtenção do álcool etílico absoluto.
Resolução
O álcool obtido a partir da destilação não é puro, pois
forma com a água uma mistura azeotrópica contendo
95,6% em massa de álcool e 4,4% de água, que ferve
a uma temperatura constante e inferior ao ponto de
ebulição do álcool, e esse álcool é o comercializado.
Para se obter o álcool absoluto (99,5% em massa de
álcool), devemos retirar água do sistema usando uma
substância desidratante. Podemos adicionar cal virgem
(CaO) ao álcool comercial, a qual reage com a água, for-
mando cal hidratada (Ca(OH)2).
CaO + H2O → Ca(OH)2
Podemos fazer agora uma destilação simples e obter o
álcool absoluto.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
23
Determine a massa específica do ar úmido, a 25°C e
pressão de 1 atm, quando a umidade relativa do ar for
igual a 60%. Nessa temperatura, a pressão de vapor
saturante da água é igual a 23,8 mmHg. Assuma que o
ar seco é constituído por N2(g) e O2(g) e que as con-
centrações dessas espécies no ar seco são iguais a 79
e 21% (v/v), respectivamente.
Resolução
Cálculo da pressão parcial da água no ar úmido.
pH O
2
UR = ––––––
pv

pH O
2
0,60 = –––––––––
––
23,8 mmHg

pH = 14,3 mmHg
2O

Cálculo da pressão da mistura N2 + O2


760,0 mmHg – 14,3 mmHg = 745,7 mmHg

Cálculo da fração em mol de N2


760 mmHg –––––––– 0,79
745,7 mmHg –––––– x
x = 0,77

Cálculo da fração em mol de O2


760 mmHg ––––––– 0,21
745,7 mmHg –––––– y
y = 0,21

Cálculo da fração em mol de H2O


xH O + 0,77 + 0,21 = 1,00
2
xH O = 0,02
2

Cálculo da massa aparente do ar úmido


M = xN MN + xO MO + xH O MH O
2 2 2 2 2 2

M = (0,77 . 28,02 + 0,21 . 32,00 + 0,02 . 18,02) g/mol

M = 28,66 g/mol

Cálculo da massa específica do ar úmido


PM
d = –––––––––
––
RT

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
760 mmHg . 28,66 g/mol
d = ––––––––––––––––––––––––
––
mmHg . L
62,4 ––––––––– . 298K
K . mol

d = 1,17 g/L

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
24
A figura abaixo apresenta esboços de curvas represen-
tativas da dependência da velocidade de reações quí-
micas com a temperatura. Na Figura A é mostrado
como a velocidade de uma reação de combustão de
explosivos depende da temperatura. Na Figura B é
mostrado como a velocidade de uma reação catalisada
por enzimas depende da temperatura. Justifique, para
cada uma das Figuras, o efeito da temperatura sobre a
velocidade das respectivas reações químicas.

Resolução
A temperatura aumenta a velocidade de qualquer rea-
ção. Na figura A, verifica-se que inicialmente o au-
mento da temperatura não aumenta consideravelmen-
te a velocidade da reação até uma determinada tem-
peratura, na qual ocorre uma aumento significativo da
velocidade (explosão).
Na figura B, verifica-se que inicialmente o aumento da
temperatura provoca um aumento significativo na velo-
cidade da reação catalisada por enzima. A partir de
uma determinada temperatura, a enzima é desnatura-
da e ocorre uma diminuição significativa da velocidade
da reação, mesmo com o aumento da temperatura.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
25
A corrosão da ferragem de estruturas de concreto
ocorre devido à penetração de água através da estru-
tura, que dissolve cloretos e/ou sais provenientes da
atmosfera ou da própria decomposição do concreto.
Essa solução eletrolítica em contacto com a ferragem
forma uma célula de corrosão.
A Figura A, abaixo, ilustra esquematicamente a célula
de corrosão formada.
No caderno de soluções, faça uma cópia desta figura
no espaço correspondente à resposta a esta questão.
Nesta cópia
I) identifique os componentes da célula de corrosão
que funcionam como ânodo e cátodo durante o
processo de corrosão e
II) escreva as meia-reações balanceadas para as rea-
ções anódicas e catódicas.

A Figura B, abaixo, ilustra um dos métodos utilizados


para a proteção da ferragem metálica contra corrosão.
No caderno de soluções, faça uma cópia desta figura,
no espaço correspondente à resposta a esta questão.
Nesta cópia
I) identifique os componentes da célula eletrolítica
que funcionam como ânodo e cátodo durante o
processo de proteção contra corrosão e
II) escreva as meia-reações balanceadas para as rea-
ções anódicas e catódicas.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Sugira um método alternativo para proteção da ferra-
gem de estruturas de concreto contra corrosão.
Resolução

A corrosão do ferro ocorre segundo as reações:

Ânodo: 2Fe(s) → 2F2+(aq) + 4e– semi-equação


de oxidação

Cátodo: O2(g)+2H2O(l)+ 4e– → 4(OH)–(aq) semi-equação


de redução
––––––––––––––––––––––––––––
2Fe(s)+O2(g)+2H2O(l)→2Fe(OH)2(s) equação
global

As baterias fornecem elétrons para o ferro (cátodo)


que assim é preservado da oxidação e, com isso, ocor-
re o impedimento do processo anódico.
OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
O cátodo é o ferro, no qual ocorre redução, e o ânodo
é o ânodo das baterias.
Cátodo: Fe2+(aq) + 2e– → Fe0(s)
Ânodo: X0(s) → 2e– + X2+(aq)
(bateria)

Métodos alternativos:
a) Revestir o metal com uma camada de tinta ou de
óxido protetor. A superfície do ferro é oxidada por
um sal de cromo (IV) para formar os óxidos de
ferro (III) e cromo (III). Estes óxidos constituem um
revestimento impermeável ao O2 e à água, e a oxi-
dação atmosférica torna-se impossível.
2Fe(s) + 2Na2CrO4(aq) + 2H2O(l) →
→ Fe2O3(s) + Cr2O3(s) + 4NaOH(aq)
b) Proteção catódica
Acopla-se um metal ao ferro, que se oxida com
maior facilidade do que o ferro. O melhor exemplo
é usar o zinco ou magnésio. Reações:
Ânodo: Zn0(s) → Zn2+(aq) + 2e–
Cátodo: 4e– + O2(g) + 2H2O(l) → 4(OH)–(aq)

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
26
Escreva a estrutura de Lewis para cada uma das molé-
culas abaixo, prevendo a geometria molecular (in-
cluindo os ângulos de ligação) e os orbitais híbridos no
átomo central.
a) XeOF4 b) XeOF2 c) XeO4 d) XeF4
Resolução
Se considerarmos que as ligações de oxigênio com xe-
nônio são do tipo covalente coordenada (dativa), tere-
mos:
•• •
••
••

• • O • •F
••
••

F•• ••• ••
a) • • Xe
•• •• ••
••

•• F•
••

F•
••

• •

Fórmula de Lewis

Geometria: pirâmide quadrada

Ângulo entre as ligações: 90°


hibridação: d2sp3

Nota: Para um estudo mais aprofundado, a ligação


entre Xe e O é dupla e a hibridação é d3sp3.
••
••

•F
•• •• • ••
••
••

b) O Xe
•• •• ••
••

F•
••


Fórmula de Lewis

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Geometria: plana triangular

Ângulo entre as ligações: 120°


hibridação: dsp3

Nota: Para um estudo mais aprofundado, a ligação


entre Xe e O é dupla, e a hibridação é d2sp3.
••
••
•• •• ••

O
•• ••••
••
••
••

c) O Xe O
•• •• ••
••

O
••
Fórmula de Lewis

Geometria: tetraédrica
Ângulo entre as ligações: 109°28’
hibridação: sp3

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Nota: Para um estudo mais aprofundado, há quatro
ligações duplas e a hibridação seria d4sp3 (existe con-
trovérsia).

••
•• ••

••
F• • • • • F •

••
• •
d) Xe
• • • • •• •

••

F•
•• F •

••
• •
Fórmula de Lewis

Geometria: quadrado planar


Ângulo entre as ligações: 90°
hibridação: d2sp3

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
27
Explique por que a temperatura de hidrogenação de
cicloalcanos, catalisada por níquel metálico, aumenta
com o aumento da quantidade de átomos de carbono
presentes nos cicloalcanos.
Resolução
A temperatura de hidrogenação de cicloalcanos au-
menta com o aumento da quantidade de átomos de
carbono na cadeia, pois a estabilidade da cadeia cíclica
está aumentando.
O ângulo normal dos carbonos com ligações simples é
de 109°28’. No entanto, para formar o anel do ciclopro-
pano, por exemplo, as valências devem ser entortadas
ou flexionadas até o ângulo de 60°. Isso cria uma ten-
são nas valências e uma conseqüente instabilidade na
molécula.

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
28
O tempo de meia-vida (t1/2)do decaimento radioativo do
potássio 40 ( 1940 K) é igual a 1,27 x 109 anos. Seu de-
caimento envolve os dois processos representados
pelas equações seguintes:
I. 40
19 K → 40
20 Ca + 0
–1 e

II. 40
19 K + 0
–1 e → 40
18 Ar
O processo representado pela equação I é responsável
40
por 89,3% do decaimento radioativo do 19 K , enquanto
que o representado pela equação II contribui com os
10,7% restantes. Sabe-se, também, que a razão em
40 40
massa de 18 Ar e 19 K pode ser utilizada para a datação
de materiais geológicos.
Determine a idade de uma rocha, cuja razão em massa
40 40
de 18 Ar / 19 K é igual a 0,95. Mostre os cálculos e racio-
cínios utilizados.
Resolução
Para 100g de K, 89,3g desintegram-se, produzindo Ca,
e 10,7g produzem Ar.
xP 89,3
89,3g de K → ––––––– g de K
2x

xP 10,7
10,7g de K → ––––––– g de K e
2x

( 10,7
10,7 – –––––
2x
g de Ar)
10,7
10,7 – ––––
2x
––––––––––––––––– = 0,95
89,3 10,7
––––– + –––––
2x 2x

10,7 . 2x – 10,7
––––––––––––––––– = 0,95
100

10,7 (2 x – 1) = 95

2 x = 9,88

x log 2 = log 9,88 ≅ 1

1
x = –––– = 3,3
0,3

Idade da rocha: 3,3 x 1,27 x 10 9 anos = 4,2 x 10 9 anos


OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
29
Os seguintes experimentos foram realizados para de-
terminar se os cátions Ag+, Pb2+, Sb2+, Ba2+ e Cr3+
eram espécies constituintes de um sólido de origem
desconhecida e solúvel em água.
a) Uma porção do sólido foi dissolvida em água, obten-
do-se uma solução aquosa chamada de X.
b) A uma alíquota de X foram adicionadas algumas
gotas de solução aquosa concentrada em ácido clo-
rídrico, não sendo observada nenhuma alteração
visível na solução.
c) Sulfeto de hidrogênio gasoso, em quantidade sufi-
ciente para garantir a saturação da mistura, foi bor-
bulhado na mistura resultante do Experimento B,
não sendo observada nenhuma alteração visível
nessa mistura.
d) A uma segunda alíquota de X foi adicionada, gota a
gota, solução aquosa concentrada em hidróxido de
amônio. Inicialmente, foi observada a turvação da
mistura e posterior desaparecimento dessa turva-
ção por adição de mais gotas da solução de hidróxi-
do de amônio.
A respeito da presença ou ausência dos cátions Ag+,
Pb2+, Sb2+, Ba2+ e Cr3+, o que se pode concluir após
as observações realizadas no
i) Experimento B?
ii) Experimento C?
iii) Experimento D?
Sua resposta deve incluir equações químicas balancea-
das para as reações químicas observadas e mostrar os
raciocínios utilizados.
Qual(ais) dentre os cátions Ag+, Pb2+, Sb2+, Ba2+ e
Cr3+ está(ão) presente(s) no sólido?
Resolução
i) Experimento B: adição de solução de ácido clorí-
drico concentrado à solução X.
Como nada foi observado, podemos concluir que
esse sólido não é composto por cátions Ag+ nem
por cátions Pb2+.
Ag+(aq) + Cl–(aq) → AgCl(s) ↓
ppt

Pb2+(aq) + 2Cl–(aq) → PbCl 2–(s) ↓


ppt

Esses íons reagem com Cl–(aq), formando subs-


tâncias insolúveis.

ii) Experimento C: adição de sulfeto de hidrogênio


gasoso, até saturação, à solução X.
Como nada foi observado, podemos concluir que
os possíveis cátions presentes no sólido são o

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Ba2+ e o Cr3+, pois todos os outros formariam pre-
cipitado com íons sulfeto.
2Ag+(aq) + S2–(aq) → Ag2S(s) ↓
ppt

Pb2+(aq) + S2–(aq) → PbS(s) ↓


ppt

Sb2+(aq) + S2–(aq) → SbS(s) ↓


ppt
Nota: O antinômio forma os íons Sb3+ e Sb5+.
Concluímos que na solução podem existir íons
Ba2+ e ou Cr3+.

iii) Experimento D: adição gota a gota de solução


concentrada de hidróxido de amônio à solução X.
Como foi observada turvação da mistura e poste-
rior desaparecimento, podemos concluir que o
único íon presente no sólido é o Cr3+, uma vez que
hidróxido de bário é solúvel.
Reações que ocorrem:
I) Precipitação
Cr3+(aq) + 3NH4OH → Cr(OH)3↓ + 3NH4+(aq)
ppt
II) Complexação
Cr(OH)3 + 6NH3(aq) → Cr(NH3)6(OH)3(aq)

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
QUÍMICA
30
Um elemento galvânico, chamado de I, é constituído
pelos dois eletrodos seguintes, separados por uma
membrana porosa:
IA. Chapa de prata metálica, praticamente pura, mer-
gulhada em uma solução 1 mol L–1 de nitrato de
prata.
IB. Chapa de zinco metálico, praticamente puro, mer-
gulhada em uma solução 1 moI L–1 de sulfato de
zinco.
Um outro elemento galvânico, chamado de II, é cons-
tituído pelos dois seguintes eletrodos, também sepa-
rados por uma membrana porosa:
lIA. Chapa de cobre metálico, praticamente puro, mer-
gulhada em uma solução 1 moI L–1 de sulfato de
cobre.
IIB. Chapa de zinco metálico, praticamente puro, mer-
gulhada em uma solução 1 moI L–1 de sulfato de
zinco.
Os elementos galvânicos I e II são ligados em série de
tal forma que o eletrodo IA é conectado ao lIA, en-
quanto o eletrodo IB é conectado ao IIB. As conexões
são feitas através de fios de cobre. A respeito desta
montagem
I) faça um desenho esquemático dos elementos gal-
vânicos I e II ligados em série. Neste desenho in-
dique:
II) quem é o elemento ativo (aquele que fornece
energia elétrica) e quem é o elemento passivo
(aquele que recebe energia elétrica),
III) o sentido do fluxo de elétrons,
IV) a polaridade de cada um dos eletrodos: IA, IB, IIA
e IIB e
V) as meia-reações eletroquímicas balanceadas para
cada um dos eletrodos.
Resolução

i)

ii) elemento ativo (fornece energia elétrica) (I), pois


apresenta maior diferença de potencial (Ag/Zn) que
o elemento II (Cu/Zn) (elemento passivo).
iii) fluxo de elétrons
OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2
Cu(IIA) → Ag(IA)
Zn(IB) → Zn (IIB)
iV) IA → positivo 䊝, IB → negativo 䊞, IIA → negativo
䊞, IB → positivo 䊝

OBJETIVO I T A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o /2 0 0 2

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