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Mestre em Teologia
Especializado em Hermenêutica
Especializado em Hebraico
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Lição 2
Materiais e evolução da escrita bíblica
OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA
A história da Bíblia e como chegou até nós, é encontrada em seus
manuscritos.Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos
à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus
manuscritos. Nos tratados sobre a Bíblia, a palavra manuscritos é sempre
indicada pela abreviatura MS, no plural MSS ou MSs. Há, em nossos dias,
cerca de 4.000 MSS da Bíblia, preparados entre os séculos II e XV.aC.
Outros materiais foram usados para a escrita nos tempos antigos, mas de
menor importância, como:
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• Linho. Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas.
• Ostraco, fragmento de cerâmica. É mencionado em Jó 38.14; Ezequiel
4.1. Foi muito usado em Babilônia.
• Madeira.
• Pedra (Êx 24.12; Js 8.30-32).
• Tábuas recobertas de cera (Is 8.1; Lc 1.63).
Um exemplo do emprego desses materiais é o livro escrito em pedra,
conhecido como Código Hamurabi. Trata-se de um rei de Babilônia coevo
de Abraão. É identificado pelos cientistas como o Anrafel de Gênesis
14.1. É um código de leis descoberto em Susã, em 1902, lindamente
trabalhado em pedra, com 2 m de altura. Esse livro é testemunha de que
aquele tempo o homem atingira uma capacidade literária notável. O
código trata do culto nos templos (pagãos, é claro), administração da
justiça e leis em geral.
Tinta
A tinta usada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma
substância líquida semelhante a goma arábica. (Ver Jeremias 36.18;
Ezequiel 9.2; 2 Coríntios 3.3; 2João 12; 3 João 13.) 0 carvão é um
elemento que se conserva admiravelmente através dos séculos, não
sendo afetado por substâncias químicas. Para a escrita em papiro ou
pergaminho, usavam penas de aves, pincéis finos e um tipo de caneta
feita de madeira porosa e absorvente. Para a cera usavam um estilete de
metal (Is 30.8). Cuidado redobrado havia com a escrita dos livros
sagrados. Devemos ser sumamente agradecidos aos judeus por seu
cuidado extremo na preparação e preservação dos manuscritos do Antigo
Testamento. Aqui estão algumas regras que eles exigiam de cada
escriba. O pergaminho tinha de ser preparado de peles de animais limpos,
preparado somente por judeus, sendo as folhas unidas por fios feitos de
peles de animais limpos. A tinta era especialmente preparada. O escriba
não podia escrever uma só palavra de memória.
Tinha de pronunciar bem alto cada palavra antes de escrevê-la. Tinha de
limpar a pena com muita reverência antes de escrever o nome de Deus.
As letras e palavras eram contadas. Um erro numa folha, inutilizava-a.
Três erros numa folha, inutilizavam todo o rolo.
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como a do prelo, de tipos móveis, inventada em 1450, pelo alemão
Gutemberg. Até então era tudo manuscrito pelos escribas de modo
laborioso, lento e oneroso.
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
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a. LEI. São 5 livros: Gênesis a Deuteronômio. São comumente chamados
o Pentateuco. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei, e
do estabelecimento da nação israelita.
2. O Novo Testamento
Tem 27 livros. Foi escrito em grego; não no grego clássico dos eruditos,
mas no do povo comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão
classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem:
BIOGRAFIA, HISTÓRIA, EPÍSTOLAS,
PROFECIA. O terceiro grupo é também chamado DOUTRINA.
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• 1 é dirigida aos hebreus cristãos
• 7 são dirigidas a todos os cristãos, indistintamente (Tiago a Judas).As
últimas sete são também chamadas universais, católicas ou gerais,
apesar de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas.
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Lição 3
Inspiração e canonização da Bíblia
1- Inspiração
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua
inspiração divina (Jó 32.8; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). É devido à inspiração
divina que ela é chamada a Palavra de Deus. (Ver 2 Timóteo 3.16 no
original.) - Que vem a ser "inspiração divina"? Para melhor compreensão,
vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido fisiológico, é a
inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do ar que
temos fôlego para falar. Daí o ditado "Falar é fôlego".
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Ela ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que
os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve
cooperação vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus que os
capacitava. Afirma que homens santos escreveram a Bíblia com palavras
de seu vocabulário, porém sob uma influência tão poderosa do Espírito
Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus. Explicar como
Deus agiu no homem, isso é difícil! Se, no ser humano, o entrosamento
do espírito com o corpo é um mistério inexplicável para os mais sábios,
imagine-se o entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do
homem! Ao aceitarmos Jesus como Salvador, aceitamos também a
Palavra escrita como a revelação de Deus. Se o aceitamos, aceitamos
também a sua Palavra. A inspiração plenária cessou ao ser escrito o
último livro do Novo Testamento. Depois disso, nem os mesmos
escritores, nem qualquer servo de Deus pode ser chamado inspirado no
mesmo sentido.
2-Canonização
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A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente
da nossa. Damos a seguir essa disposição dentro da tríplice divisão do
cânon, já mencionada (Lei, Profetas, Escritos).
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Data do reconhecimento e fixação do cânon do Antigo Testamento
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Lição 4
Canonização do Novo Testamento
Como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escreveram
aos poucos os livros que compõem o cânon do Novo Testamento. Sua
formação levou apenas duas gerações: quase 100 anos. Em 100 d.C.
todos os livros do Novo Testamento estavam escritos. O que demorou foi
o reconhecimento canônico, isto motivado pelo cuidado e escrúpulo das
igrejas de então, que exigiam provas concludentes da inspiração divina
de cada um desses livros. Outra coisa que motivou a demora na
canonização foi o surgimento de escritos heréticos e espúrios com
pretensão de autoridade apostólica. Trata-se dos livros apócrifos do Novo
Testamento, fato idêntico ao acontecido nos tempos do encerramento do
cânon do Antigo Testamento. A ordem dos 27 livros do Novo Testamento,
como temos atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva
em conta a seqüência cronológica.
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e. O Apocalipse. Escrito em 96 d.C, durante o reinado do imperador
Domiciano. Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como
canônicos foram duramente debatidos. Houve muita relutância quanto às
epístolas de Pedro, João e Judas bem como quanto ao Apocalipse. Tudo
isto tão-somente revela o cuidado da Igreja e também a responsabilidade
que envolvia a canonização. Antes do ano 400 d.C, todos os livros
estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma
lista dos 27 livros canônicos, os mesmos que hoje possuímos; essa lista
foi aceita pelo Concilio de Hipona (África) em 393.
Isso ocorreu no III Concilio de Cartago, em 397 d.C. Nessa ocasião, foi
definitivamente reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como
se vê, houve um amadurecimento de 400 anos. A necessidade da
mensagem escrita do Novo Testamento
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Lição 5
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Como já foi dito, dos 14 apócrifos, a Igreja Romana aceita 11 e rejeita 3,
isto, após 1546 d.C. Os livros rejeitados são:
1) 3 ESDRAS
2) 4 ESDRAS E
3) A ORAÇÃO DE MANASSES
A aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos
católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo
Testamento, o direito é dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon
do Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos. Entre
os católicos corre a versão de que as Bíblias de edição protestante são
falsas. Quem, contudo, comparar a Bíblia editada pelos evangélicos com
a editada pelos católicos há de concordar em que as duas são iguais,
exceto na linguagem e estilo, que são peculiares a cada tradução. O que
alegam contra a nossa Bíblia é que lhe faltam livros e partes de outros,
mas essa falta é de livros e de parte de livros apócrifos, como
mencionamos.
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OUTROS LIVROS APÓCRIFOS
Há ainda outros escritos espúrios relacionados tanto com o Antigo como
com o Novo Testamento. São chamados pseudo-epigráficos. Os do
Antigo Testamento pertencem à última parte do período interbíblico.
Todos os livros dessa classe apresentam-se como tendo sido escritos
por santos de ambos os Testamentos, daí seu título: pseudo-epigráficos.
São na maioria, de natureza Apocalíptica. Nunca foram reconhecidos por
nenhuma igreja. Os principais do Antigo Testamento chegam a 26. Os
referentes ao período do Novo Testamento também nunca foram
reconhecidos por ninguém como tendo canonicidade. São cheios de
histórias ridículas e até indignas de Cristo e seus apóstolos. Essas
histórias são muito exploradas pela gente simplória e crédula. Desse
período há de tudo: evangelhos, epístolas, apocalipse, etc. Os principais
somam 24.
A Septuaginta.
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Vulgata Latina
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