Resenha Dos Textos Contribuição À Crítica Da Economia Política - Cap XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social - Cap I (José Paulo Neto)
Resenha dos textos Contribuição à Crítica da Economia Política - Cap
XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social – Cap I (José
Paulo Neto)
Título original
Resenha dos textos Contribuição à Crítica da Economia Política - Cap XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social – Cap I (José Paulo Neto)
Resenha dos textos Contribuição à Crítica da Economia Política - Cap
XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social – Cap I (José
Paulo Neto)
Resenha Dos Textos Contribuição À Crítica Da Economia Política - Cap XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social - Cap I (José Paulo Neto)
Resenha dos textos Contribuição à Crítica da Economia Política - Cap
XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social – Cap I (José
Paulo Neto)
EM GESTÃO SOCIAL EM POLÍTICAS PÚBLICAS - DISCIPLINA SOCIEDADE E QUESTÃO SOCIAL
MARIANA DE SANTANA LOURENÇO
Resenha dos textos Contribuição à Crítica da Economia Política - Cap
XXIII (Karl Marx) e Capitalismo Monopolista e Serviço Social – Cap I (José Paulo Neto)
Em linhas gerais, o capítulo XXIII da obra, Contribuição à Crítica da
Economia Política, trata das acumulações de capital pelos detentores dos meios de produção, desde a geração e concentração desse capital até os mecanismos para a sua preservação. De início, ainda no prefácio, Marx atribui à capacidade de produção a condição e percepção do indivíduo na sociedade. Essa capacidade é dividida entre aqueles que detêm as forças materiais necessárias à produção e aqueles que detêm a força de trabalho. É diante desse cenário, afirma o autor, que em dado momento essa relação é questionada, e a partir disso emergem os conflitos que culminam em uma mudança de Sistema. O autor destaca ainda que essa percepção não é fruto da reflexão ou consciência de si mesmo, mas dos conflitos que o próprio Sistema produz, e são essas variações fazem com que dentro dele mesmo surja, gradativamente, seu sucessor. Já no capítulo XXIII, Marx trata da Lei de Acumulação, em que analisa a formação da massa trabalhadora em diferentes cenários. O autor divide a composição do capital entre meios de produção e força de trabalho, atribuindo à esta última a expressão de composição orgânica. O autor comenta sobre a relação entre o aumento de trabalhadores e a o crescimento da acumulação de capital, e da importância desse relacionamento para o sistema. Isso porque é pelo esforço dos trabalhadores que se constroem as riquezas acumuladas por aqueles que detém os meios de produção. Comenta sobre os mecanismos financeiros (de subsistência) e ideológicos que asseguram que a massa trabalhadora continue crescendo e se esforçando. Ainda nesse sentido comenta sobre como o aumento dos salários não configura uma diminuição da exploração, mas simplesmente é proporcional ao aumento no acúmulo do capital e que este aumento sessa ao menor sinal de prejuízo. Durante o segundo ponto Marx discorre sobre como o esforço da massa trabalhadora, geradora de capital, permite uma acumulação tão grande e eficiente que possibilita a redução da necessidade de trabalhadores e permite deslocar grande parte desse recurso para a aquisição de maquinários. Passa-se a investir mais em máquinas do que em pessoas e ainda assim a acumulação continua a crescer. O referido autor apresenta ainda como funcionam os mecanismos que sustentam a acumulação em diferentes níveis, tais como indústria, comércio, bancos. No terceiro ponto o autor aborda as estratégias burguesas utilizadas para garantir a contínua existência da massa trabalhadora. Para tanto, Marx explica sobre a relevância do aumento populacional da massa de trabalhadores, como ferramenta da acumulação, uma vez que a existência de uma reserva de trabalhadores pressiona os ocupantes dos postos de trabalho a produzirem ainda mais. Nesse sentido, também o desemprego não é uma mera consequência das atividades do mercado, mas uma ferramenta necessária ao seu desenvolvimento, pois além de tornar a massa vulnerável constrói a ideia de que a solução para os problemas que esse grupo enfrenta é fortalecer ainda mais o mercado. O quarto ponto dá ênfase à brutalidade da lei de acumulação que cresce proporcionalmente ao crescimento da pobreza, de modo que atua para que ela continue existindo, precarizando a vida das massas, finge ser a solução para os seus problemas, por meio da oferta de emprego, do acesso à bens e serviços, do aumento do poder aquisitivo, etc., ao mesmo tempo que impede seu real desenvolvimento e desprendimento do sistema, pressionando os trabalhadores independentes a se tornarem operários. Com isso em mente, José Paulo Neto, no início do seu livro Capitalismo Monopolista e Serviço Social trata da severidade do monopolismo no sistema capitalista, que constitui um grupo cada vez menor e mais forte de pessoas detentoras da maior parte dos meios de produção e dos lucros obtidos por meio deles. A partir de pontos como a supervalorização do capital e o parasitismo na vida social, ao autor explica como esse grupo determina a ação do Estado, que por sua vez, ao invés de buscar solucionar efetivamente os problemas oriundos desse sistema econômico, conhecidos como questão social, preocupa-se primeiramente em atender aos interesses do capitalismo monopólico. Trabalhando para ele preocupa-se em garantir que a massa de trabalhadora continue a disposição e, para conter a população e evitar grandes conflitos, atende de forma superficial as demandas sociais, inclusive se antecipando a certas manifestações populares para que não se aprofundem na reflexão sobre as causas desses problemas, essas supostas melhorias e garantias de acessão servem ainda ao interesse dos monopólios para expandir ainda mais seus lucros. O autor discorre sobre como o Estado desvirtua a compreensão da questão social para evitar que se compreenda a principal discussão desse campo que é a relação capital x trabalho. É diante desse contexto que levanta-se a questão sobre a relevância da compreensão do funcionamento, objetivos e mecanismos do sistema econômico no qual estamos inseridos. Somente a partir desse entendimento é possível vislumbrar o núcleo dos problemas sociais e propor políticas públicas capaz de provocar mudanças. O conhecimento desses temas altera em grande medida a compreensão da realidade, uma vez que permite repensar valores como trabalho, mérito, liberdade, entre outros, que até então pareciam intrínsecos e indispensáveis à sociedade, mas que são carregados que ideologias que tem por objetivo garantir a perpetuação do monopólio capitalista. As teorias apresentadas são bastante pertinentes na explicação da realidade, no entanto essa realidade é por vezes tão complexa, tanto quanto os indivíduos que a constrói, o que torna difícil vislumbrar que a compreensão e ação sobre os problemas levantados seriam suficientes para promover melhorias significativas. Não obstante, a compreensão dos conteúdos aqui levantados ainda carece de grande esforço, por envolver diversas áreas de conhecimento e necessitar de muitas referências para uma compreensão mais ampla e não apenas com base no que está escrito.