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Geologia e pedologia

A área do empreendimento encontra-se sobre uma unidade terrígena (Unidade

Paraíba do Sul – NPps) com intercalações carbonáticas e anfibolito

correspondente a área metamórfica com embasamento litológico de Gnaisses.

Gnaisses são rocha metamórficas de idade superior a 680 milhões de anos, a

após o constante processo de intemperismo foram gerados os solos que são

encontrados atualmente na região.

Outro complexo geológico presente são cordões arenosos sedimentares

(Depósitos aluvionares - Q2a: areia, areia quartzosa, cascalho, silte, argila em

ambiente fluvial ) depositados no Terciário e Quaternário a menos de 54

milhões de anos.
A região é formada por Latossolo Vermelho Amarelo distrófico.

O Latossolo Vermelho Amarelo refere-se aos solos profundos, acentuadamente

drenados, com horizonte B latossólico de coloração vermelho amarela,

ocorrendo principalmente nos planaltos dissecados. Este agrupamento

apresentou, na região, solos com baixa saturação de bases (distróficos) e alta

saturação com alumínio (álicos), sendo que os últimos são predominantes. São

formados de rochas predominantemente gnáissicas, leuco e mesocráticas,

sobretudo de caráter ácido, magmáticos charnoquitos, xistos e de depósitos

argilo-arenosos.
São solos propícios a ocupações antrópicas com alta concentração de argilas e

solos com baixa permeabilidade e saturação hídrica proporcionando coesão e

estabilidade.

Para análise pedológica do local da terraplanagem, foi realizado um trabalho de

campo, como é uma área que já sofreu intervenção e está querendo a Licença

de Regularização do que já foi realizado e ampliação, foram encontrados no

local perfis de solo exumados por cavadeira hidráulica ocorridos no momento

da primeira intervenção, com perfil exposto de 7 metros.

Para analise foram aproveitados os perfis expostos não sendo necessário uma

sondagem por trado.


Como comparativo a sondagem (análise) de perfis exumados são totalmente

livres de contaminação de horizontes, em relação a sondagem mecânica por

trado que contaminam os perfis do solo uma vez que o equipamento tem que

ser manejado (colocado e retirado do ponto de furo) a cada 30 cm até uma

profundidade máxima de 6 metros (no caso de equipamentos comuns

existentes no mercado).

Além da grande vantagem de analisar perfis exumados é que podem ser vistos

claramente todos os horizontes do solo e não apenas pequenas amostras.

Tabela com classificação granulométrica dos materiais que compões o solo.


Triangulo de repartição de classes de texturas apud Manual de método de análise de solos.

Utilizada para cálculo de percentuais de materiais em amostras de solo.


Escavações próximas ao local de estudo e também observando a outra

margem da BR 259 (que se encontra em cota topografia a 15 metros a baixo

do local de estudo) observa-se uma complexidade devido ao antigo aterro

realizado na área para execução das obras da BR 259 a muitos anos atrás.

Apenas observando dentro da propriedade que este estudo se aplicou foram

observados uma diferença topográfica de 25 metros entre o local de corte e

aterro, não existindo nenhuma nascente ou curso hídrico no local, e não pode

ser observado nesses 25 metros de diferença de topografia nenhuma presença

do nível hidrostático.

Observando áreas mais baixas na margem do rio Doce do outro lado da BR

259, também não foi observado nenhuma área alagada ou nascentes para se

estabelecer o nível hidrostático regional.

Observando os fatos pode ser concluído até mesmo com base no mapa

geológico que os cordões arenosos dos paleocanais do rio doce ou mesmo os

depósitos de cheia são muito porosos e altamente permeáveis impossibilitando

assim a recarga de um nível hidrostático nas proximidades do local, sendo toda

a água é drenada diretamente a calha do rio Doce impossibilitando a elevação

do nível hidrostático.

Observando dentro do terreno uma diferença topográfica de 25 metros e

descendo para a outra margem da BR em um nível do 8 metros a baixo do

terreno também não existe afloramento do lençol freático, sendo assim

observando uma diferença topográfica de 33 metros entre o terreno e a outra

margem da BR 259, é possível afirmar que o nível hidrostático médio se contra

a mais de 5 metros de profundidade da topografia mais baixa que será utilizada


para o aterro e a mais de 33 metros de profundidade da área com topografia

mais elevada que será executado o corte.

Os índices de permeabilidade podem ser observados pela composição da

textura e compactação dos solos observados, como parâmetro pode ser

utilizada a seguinte tabela:

Quadro 3.1 e 3.2 - Fonte: FERNANDES, Manuel de Matos in: Mecânica dos Solos. Conceitos e
Princípios Fundamentais. Volume I, 2008, p. 158.

Solos nativos ilúvio com alto teor de argila comuns em latossolos

vermelhos/amarelo, possuem permeabilidade de 10 -7 praticamente

impermeáveis, estes fatos normalmente são importantes para agricultura uma

vez que solos impermeáveis sob camadas húmicas armazenam água em sub

superfície disponíveis as culturas.


Solos de areia grossa (grãos superiores a 1mm) como observados no local do

aterro possuem teor de permeabilidade alta na ordem de no máximo 10 -2.

Fatores de permeabilidade são muito importantes para usos de armazenagem

de produtos líquidos, barragens e lagoas de estabilização, além de fator para

recarga e manutenção do nível hidrostático, fatores que não se relacionam

intimamente as características do empreendimento em questão.

Em análise considerando que o ilúvio está presente a cerca de 1,3 metros de

profundidade no solo, e a alta quantidade de argilas superior a 30% o material

retirado terá uma boa compactação e a granulometria baixa fará com que a

área aterrada fique perfeita e com baixo recalque. Fatores que favorecem ao

empreendimento no que diz respeito a sua estabilidade.

Carta topográfica combinada com os pontos onde foram realizados os estudos

pedológicos e geológicos, incluindo perfil topográfico da área de maior

declividade.

Observando o mapa acima observa-se um substrato rochoso, o local onde

estão apresentado as curvas de nível possuem uma pequena camada de solo

sobre a rocha, no ato do corte este solo será retirado deixando-se apenas a

rocha exposta que servirá como talude.


3.3.6 - Georreferenciamento da Localização do Empreendimento
Mapa 1- localização georreferenciada do projeto, WGS 84 Zona 24 S, erro espacial de 15

metros, escala gráfica.

PERFIL TOPOGRÁFICO DE ALTIMETRIA DO TERRENO


Mapa com hipsometria (altimetria do terreno), e linha de projeção A’- B’, com perfil topográfico no ponto de

maior declividade.
A medida da calha regular no ponto medido foi de 420 metros sendo assim foi

estabelecido APP de 200 metros considerando código florestal 12.651.


4 – PROCESSOS
Quanto à concepção do projeto, instalação e operação / ocupação do

empreendimento descrevemos os seguintes processos:

4.1 – FASE DE PROJETOS


Todas as proposições buscam atender as “Diretrizes Básicas” da Prefeitura

Municipal de Colatina. Todos os projetos, plantas, memórias de cálculo,

dissertações, declarações, documentos relativos ao empreendimento e ao

empreendedor foram previamente apresentados ao setor competente da

Administração Municipal para análise e parecer.

4.2 – FASE DE INSTALAÇÃO


Corresponde à execução das obras de terraplenagem especificamente àquelas

que tem potencial de alteração do meio ambiente (obras de terraplanagem,

drenagem de águas pluviais, pavimentação, outras); nesta fase, existem

diversas possibilidades de geração de impactos ambientais negativos, cuja

avaliação e medidas de controle a serem adotadas serão objeto apresentado

em item específico.

4.3 – FASE DE OPERAÇÃO / OCUPAÇÃO


A terraplenagem tem como objetivo regularizar e ampliar uma área para ser

alugada ou arrendada, não existe atualmente previsão de qual empresa ou

atividade será implantada no local, impossibilitando a análise dos impactos da

futura atividade.
4.4 - PROGNÓSTICO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE
CONTROLE
4.4.1 - IMPACTOS NEGATIVOS NA FASE DE IMPLANTAÇÃO / EXECUÇÃO
DASATIVIDADES
4.4.2 – Tráfego

A movimentação de máquinas e equipamentos de grande porte durante a

realização das atividades de implantação do empreendimento poderá

apresentar como fontes potenciais de impactos ambientais:

Aumento de poeiras nas áreas próximas às ruas de acesso ao

Empreendimento;

Emissão de particulados durante a movimentação de material na área interna

do Empreendimento;

Incremento do tráfego na BR;

Geração de Ruídos pelas máquinas, caminhões e equipamentos utilizados nas

obras.

Para atenuar estes impactos propõe-se que sejam adotadas as seguintes

medidas de controle (mitigadoras):

Aspersão com águas no trecho das vias de acesso, manual, devendo ser dada

atenção especial à manutenção da limpeza das rodas dos equipamentos,

quando estes forem circular em vias públicas;

Realização de um trabalho de informação/orientação dos usuários frequentes

das vias de acesso, a ser realizado no período das obras;


Execução do transporte de equipamentos pesados para a obra fora dos

horários de pico de trânsito local e necessariamente durante o dia;

Promoção de atividades que contribuam para a melhoria e manutenção das

condições atuais das vias de acesso durante o período de obras;

Sinalização adequada para orientação do trafego, utilizando placas de

advertência;

Não efetuar carregamento de caminhões em excesso, para evitar

transbordamentos nas vias públicas, no caso de materiais que não forem ser

utilizados na área interna do empreendimento, observando-se ainda, o

lonamento dos caminhões.

MODELOS DE PLACAS DE ADVERTÊNCIA E ORIENTAÇÃO


Contudo orientação em placas dificilmente será necessário uma vez que a

terraplenagem será todo realizada no interior da propriedade não havendo área

de bota-fora, ou seja, o transito de maquinário na BR ocorrerá apenas na

chegada (início da operação) e saída (final dos trabalhos), não havendo

transito de maquinários durante as obras fora dos limites da propriedade.

4.4.3- Movimentação de Terra


A realização de cortes e aterros necessários à implantação do empreendimento

em condições normais poderá causar os seguintes impactos:

Emissão de materiais particulados para a atmosfera;

Transporte de sedimentos (por águas pluviais);

Alteração da configuração da drenagem superficial;

Geração de ruídos pela operação e movimentação de máquinas e

equipamentos.

Para atenuar estes impactos propõe-se que sejam adotadas as seguintes

medidas de controle (mitigadoras):

Aspersão com água das áreas internas do empreendimento onde serão

realizadas as citadas atividades, manualmente;

Realização de cortes e aterros em observância das condições de estabilidade

dos maciços de terra correspondentes, buscando-se evitar rupturas;

Implantação de um sistema dinâmico de drenagem pluvial, para controle de

sedimentos durante as obras;

Remoção de vegetação, limitada estritamente ao necessário, nas áreas a

serem terraplenadas e de implementação de equipamentos;


Programação de obras (corte e aterros) para execução em estações secas,

sendo sucedidas imediatamente pelas obras de drenagem e pavimentação;

Realização de manutenções preventivas em máquinas e equipamentos, com o

objetivo de gerar menor quantidades de poluentes relacionados à queima de

combustível em motores de combustão interna e menores níveis de ruídos.

4.4.4 - Supressão de Vegetação


A supressão da vegetação já foi autorizada pelo IDAF e executada pelo

empreendedor, segue documento de autorização do órgão competente, com

área de 3077 m².

5.1.4 - Área de Bota-Fora


Toda a terra gerado pelo corte foi utilizada dentro da própria área, sendo assim,

não haverá área de bota-fora.

Para atenuar estes impactos, propõe-se que sejam adotadas as seguintes

medidas de controle (mitigadoras) na área do aterro:

Implantação de sistema de drenagem;

Revegetação de taludes artificiais com gramíneas;

Pavimentação do platô com as possíveis alternativas; paralelepípedos

(granito), bloquetes (pré-moldados de cimento) ou asfalto. (A pavimentação só

poderá ser executada após a definição do uso da área, dependendo do tipo de

empresa que se interessar pelo arrendamento ou aluguel da área).


6 – MEDIDAS DE CONTENÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DOS TALUDES. PRAD
6.1 - IMPLANTAÇÃO DAS CAIXAS SECAS E DRENAGEM PLUVIAL

A escolha do tipo de caixa a ser utilizada irá depender da topografia do terreno


e das características das estradas (declividade, tipo de solo e largura das vias).
Em regiões de relevo acidentado, as mais usadas são as de formato retangular
ou trapezoidal, elas podem ser uni ou bilateral. Desta escolha irá depender o
sucesso do controle das enxurradas, bem como evitar o assoreamento do
recurso hídrico. Neste empreendimento será usado o sistema unilateral.

Para as regiões com topografia muita acidentada as caixas não poderão ser
muito grandes, pois movimentaria muita terra, conseqüentemente ocuparia
muito espaço. Então o recomendado é que cada caixa não ultrapasse a 15 m³.
Assim o número de caixa será maior e o espaçamento entre elas será
reduzido.

Já as áreas (acessos) que possuem o relevo pouco acidentado, como é o caso


deste empreendimento, as caixas poderão ter dimensões maiores e serem
mais espaçadas umas das outras. Deverão ser construídos canais adutores
direcionando o fluxo da água para dentro das caixas, os formatos mais usados
nessas áreas são trapezoidais e os semicírculos.

A precipitação será calculada levando em consideração somente à água que


incidir sobre a estrada. Deve-se observar sempre os canais escoadouros
naturais para que instale as caixas sempre bem próximas a eles. A caixa que
estiver localizada na extremidade inferior da estrada deverá possuir sistemas
de drenagem para escoar todo o excesso de água provindo das outras caixas,
esta drenagem poderá ser feita com bambu ou colocação de bueiro.

Para obter sucesso na implantação e condução desses sistemas de captação


de água, alguns cuidados e precauções deverão ser considerados:

1. Vegetar as margens das estradas e arredores das caixas, preferencialmente,


com gramíneas, reduzindo a erosão e o assoreamento das caixas;
2. Manter desobstruídos os canais de comunicação entre as caixas e sempre
em níveis abaixo da estrada;

3. Evitar locais com solos rasos e camada rochosa próxima à superfície, por
que, neste caso, haverá risco de desmoronamento da estrada e enchimento
rápido das caixas de retenção;

Quando á área de contribuição for muito declivosa, encontrando-se degradada,


exposta às chuvas e o tipo de solo for muito susceptível à erosão, haverá
assoreamento permanente das caixas. Nesses locais antes de se fazer todo o
trabalho de recuperação das cabeceiras, para que a mesma retenha o máximo
de água, o ideal seria que o sistema só captasse a água caída diretamente na
estrada e que na área a montante existam meios de contenção da chuva nela
precipitada.

Para melhor funcionamento do sistema, recomenda-se fazer manutenção,


sempre que houver necessidade, procedendo-se a remoção dos sedimentos
acumulados no fundo da caixa no período da seca. Caso haja necessidade de
se fazer mais de uma manutenção anual, o sistema pode se tornar oneroso e
trabalhoso.

6.1.2– ESPAÇAMENTO ENTRE AS CAIXAS

Com o aumento da declividade da estrada, aumentará também a velocidade da


água, o que poderá causar a erosão das caixas de retenção. Para obter maior
segurança e reduzir os riscos de erosão, recomenda-se que o espaçamento
entre as caixas esteja dentro de certos limites. Com base em literaturas
(Bertoni & Lombardi Neto, 1985), adaptados as condições locais formularam a
tabela 10 deste trabalho-onde se relaciona declividade das estradas com os
limites.

Tabela 10. Limite máximo de espaçamento entre caixas e


declividade da estrada.
Declividade da Estrada Distância entre as caixas (M)

5-10% 50

10-15% 30

>-15% 20

6.1.3 – DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Deverá ser implantado na parte superior dos taludes uma rede de meia manilha

a fim de captar toda a água pluvial e direcionar para a escada de dissipação de

energia. A meia manilha deverá ser de 200 mm.

Imagem 01. Ilustração de execução de drenagem com meia manilha. Imagem google 2014.

Deverá ser implantada uma escada de dissipação de energia das águas

pluviais preferencialmente na porção leste do platô onde se observa a maior

estabilidade do solo comportando assim a estrutura. A escada deve possuir


obstáculos positivos e negativos para maior resistência e quebra da força de

escoamento pluvial concentrado.

Imagem 02. Ilustração de execução de drenagem com escada de dissipação de energia. Imagem google
2014.
Imagem 03. Ilustração de execução de drenagem com escada de dissipação de energia.
6.2 – REVEGETAÇÃO DOS TALUDES

Para revegetação dos taludes devido a proximidade do período chuvoso deverá ser
optado por semeadura de gramíneas com recobrimento do talude de aterro com manda
vegetal. Impedindo assim a lavagem das sementes e criando uma pequena
impermeabilização da parte superior do talude que está mais susceptível a achas das
águas pluviais. Ou então poderá ser realizado com colocação de tapetes de grama com
fixadores.

Imagens 04 e 05. Ilustração do sistema de semeadura com manta vegetal. Imagem google 2014.
Imagem 06. Ilustração da implantação de tapete de grama com fixadores. Imagem google 2014.

Após a estabilidade dos taludes implantar o reflorestamento com arvores


nativas de pequeno porte, criando enraizamento, e cobertura de folhagem
contra as aguas pluviais, geram assim também uma área de reflorestamento
para compensação ambiental da atividade.

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