Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXPRESSO (HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/EXPRESSO/)
Indicação foi anunciada por Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter, três dias após ser eleito
presidente
Antes da definição do general Mourão como vice, Pontes chegara a ser cotado para o posto na chapa de Bolsonaro. Seu anúncio como
ministro ocorre um dia após a primeira reunião (https://g1.globo.com/rj/rio-de-
janeiro/eleicoes/2018/noticia/2018/10/30/bolsonaro-se-reune-com-guedes-e-onyx-para-definir-nomes-do-governo.ghtml) da
cúpula do próximo governo.
Outro militar anunciado como ministro é o general Augusto Heleno, que deverá assumir a Defesa. Também foi anunciado que o civil
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) assumirá a Casa Civil e o também civil Paulo Guedes, o Ministério da Economia, que deve unificar
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/10/30/ministerio-da-economia-unificara-fazenda-planejamento-e-industria-diz-paulo-
guedes.ghtml) as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria.
Dessa forma, o atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação deixaria de responder pelo
setor de comunicação. Caso isso se confirme, será segunda mudança de vulto em menos de três anos - em
2016 o Ministério das Comunicações foi extinto e incorporado ao de Ciência e Tecnologia
A responsabilidade sobre o Ensino Superior deixaria o Ministério da Educação e passaria para o Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação
Durante uma palestra a jovens em Manaus, Pontes agradeceu pela indicação, disse que tecnologia “é importante em todas as áreas” e
falou em “combater inimigos externos": “Tenho, literalmente, colocado a minha vida à serviço do país, seja como piloto de caça, de
testes ou como astronauta. Vou continuar a servir o país dessa mesma forma, com a mesma determinação. Eu jurei, quando me
formei na academia da Força Aérea, que iria combater os inimigos internos e externos, mesmo com o sacrifício da própria vida - se
isso fosse necessário”.
Ao aceitar a indicação, ele assume os desafios de implementar os compromissos de Jair Bolsonaro para o setor de Ciência e
Tecnologia, e o de lidar com os cortes de investimentos pelos quais a área de pesquisa vem passando.
Em 1996, ingressou no mestrado da Naval Postgraduate School em Monterey, na Califórnia, onde aprendeu a navegar ônibus
espaciais americanos e naves russas Soyuz, e recebeu treinamento a respeito dos sistemas da Estação Espacial Internacional.
Isso abriu caminho para que fosse selecionado, em 1998, por meio de um concurso público do governo brasileiro, para a vaga a que o
Brasil tinha direito no programa espacial da Nasa, a agência espacial americana -o país fez parte do esforço conjunto
(https://jornal.usp.br/universidade/universidade-0108-brasil-estara-de-volta-a-estacao-espacial-internacional/) para a construção
da Estação Espacial Internacional.
Pontes foi enviado para o espaço apenas em 2006, quando realizou experimentos para a Agência Espacial Brasileira durante um
período de oito dias. Uma de suas experiências foi plantar um feijão no espaço (https://exame.abril.com.br/tecnologia/marcos-
pontes-sera-ministro-de-ciencia-e-tecnologia-de-bolsonaro/), para avaliar se ele germinaria de maneira diferente.
Menos de um mês após o retorno, a Agência Estado publicou uma reportagem segundo a qual Pontes teria dado baixa da Força Aérea
(https://www.estadao.com.br/noticias/geral,astronauta-brasileiro-vai-para-a-reserva,20060524p63114) Brasileira. Isso permitiu
que passasse a cobrar para dar palestras e para realizar outras atividades na iniciativa privada.
O motivo seria ter atingido o posto máximo na carreira militar em seu caso, o de tenente-coronel -para prosseguir, teria que abrir
mão do cargo civil de astronauta na Nasa e voltar à formação militar.
Em um depoimento disponível no site do ex-astronauta, o brigadeiro Bueno afirma que determinara pessoalmente a saída de Pontes
e diz que teria argumentado que “o Brasil precisa mais de você agora do que agora precisa a Força Aérea”.
Em entrevista ao jornal americano The New York Times, o então presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência) Ennio Candotti, avaliou o valor científico da pesquisa feita pelo governo brasileiro como quase nulo
(https://www.nytimes.com/2006/04/08/world/americas/brazils-man-in-space-a-mere-hitchhiker-or-a-hero.html).
À revista Isto É Dinheiro, definiu a viagem ao espaço como “uma carona paga” -o custo anunciado foi de US$ 10 milhões- e disse que,
após a saída, Pontes passaria a “vender bonequinhos” (https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20060607/ele-
mandou-brasil-para-espaco/15449), em alusão à loja virtual que mantinha em seu site, com camisetas, chaveiros e adesivos com seu
nome.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, depois que voltou do espaço, Pontes foi aconselhado
(https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,marcos-pontes-com-bolsonaro-primeiroastronauta-do-brasil-ganha-nova-
missao,70002576758) pelo astronauta veterano John Gleen a seguir a carreira política.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/10/31/Quem-%C3%A9-Marcos-Pontes-novo-ministro-de-Ci%C3%AAncia-e-Tecnologia 2/5
Em 2014, tentou se eleger deputado federal
01/11/2018 peloéPSB
Quem emPontes,
Marcos São Paulo,
novo sem sucesso.
ministro No pleito
de Ciência de 2018,
e Tecnologia foi Jornal
- Nexo eleito segundo suplente do
senador eleito por São Paulo, Major Olímpio (PSL).
Hoje, Pontes é embaixador da Boa Vontade na ONU, dá palestras e continua a trabalhar na Nasa, segundo informações do portal G1.
A crise orçamentária
Nos últimos anos, os gastos do governo federal com ciência e tecnologia vêm sofrendo profundos cortes, em decorrência da crise
orçamentária. O FNDCT (http://www.finep.gov.br/a-finep-externo/fontes-de-recurso/fndct-fundo-nacional-de-desenvolvimento-
cientifico-e-tecnologico) (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) passa por contingenciamento de recursos,
em um esforço para fazer caixa para o governo federal.
As verbas do fundo advêm de fontes como a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), parte da receita das
empresas beneficiárias de incentivos fiscais, compensações financeiras, doações e operações de empréstimos.
CONTINGENCIAMENTO DE VERBAS
*Os gastos de 2018 são relativos até o momento da consulta, 31 de outubro de 2018
Em uma audiência sobre o corte de verbas para ciência, tecnologia e inovação realizada em junho de 2018, a conselheira da SBPC
(Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Fernanda Sobral, criticou o teto de gastos
(https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/06/12/corte-de-verbas-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao-prejudica-o-pais-
afirmam-debatedores) aprovado pelo Congresso em 2016 (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/06/18/O-que-os-
pr%C3%A9-candidatos-%C3%A0-Presid%C3%AAncia-pensam-sobre-o-teto-de-gastos).
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/10/31/Quem-%C3%A9-Marcos-Pontes-novo-ministro-de-Ci%C3%AAncia-e-Tecnologia 3/5
Conjuntamente
01/11/2018 com a Academia BrasileiraQuem
de Ciências,
é MarcosaPontes,
entidade enviou
novo aos
ministro de candidatos à Presidência
Ciência e Tecnologia que chegaram ao segundo
- Nexo Jornal
turno questionamentos sobre como lidariam com a redução de recursos para a área.
Ele promete se esforçar para mais que dobrar os níveis de investimento atuais, atingindo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões ao longo
de seu mandato. Ele promete investir algo próximo a 3% do PIB - atualmente, o patamar é de cerca de 1%.
Bolsonaro se compromete a atuar no sentido de “destravar” recursos do FNDCT, e volta a defender maior participação do setor
privado em pesquisa e desenvolvimento.
O Nexo pediu que Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do conselho técnico e administrativo da Fapesp (Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) falasse sobre a indicação de Marcos Pontes e sobre o momento pelo qual o setor de
ciência e tecnologia passa.
Como você encara o anúncio do Marcos Pontes com ministro e sua formação para o cargo?
CARLOS AMÉRICO PACHECO Conheço ele, fui reitor do ITA, e ele dá palestra para alunos, foi paraninfo de turmas. Desejo muita sorte
para ele. Tem um desafio muito grande, mas aparentemente tem suporte do presidente e colegas. Não tenho elementos para opinar
quanto à formação dele para o cargo.
Pontes precisará contingenciar recursos ou identificar novas fontes para financiar a pesquisa. O presidente eleito tem sinalizado que
vai priorizar a área e realocar recursos, mas há algo trabalhoso que precisa ser feito, que é dialogar com a área econômica em um
contexto de ajuste fiscal.
Tem uma agenda importante vindo aí, um Ministério da Economia novo que sinaliza abertura comercial forte com disposição de
aumentar a competição, com o intuito de aumentar a competitividade das empresas.
Há uma agenda para o Ministério da Ciência e Tecnologia que é de apoio à inovação empresarial. Se terá abertura, as empresas
teriam que ser inovadoras e competitivas globalmente.
Sou a favor de competição, é importante as empresas saírem da zona de conforto. Mas se a abertura ocorre de forma unilateral, você
tem só o efeito perverso da abertura comercial.
Inovação traz riscos, e em qualquer lugar do mundo, Estados Unidos, Japão, Coreia, o governo dá apoio para que as empresas
invistam em tecnologia porque isso dá retorno. Em qualquer lugar, pelo menos 15% dos gastos são apoiados pelo governo.
Não se trata de voltar a incentivos anacrônicos. Mas, para tomar risco, as empresas precisam de apoio para investir em alta
tecnologia.
Uma coisa que ajudaria na reforma que precisa ser feita é sinalizar quais são as coisas mais importantes na agenda para os próximos
anos, quais são factíveis para entregar e que podem impactar a vida dos brasileiros e que precisam ser financiadas.
É preciso selecionar a pesquisa que é relevante na vida das pessoas, e é visível o impacto que isso [esses exemplos] tem.
Outro exemplo é a pesquisa em agricultura tropical. Temos uma enorme oportunidade, a população mundial vai passar para 9,5
bilhões, ou 10 bilhões, e o mundo espera que cumpramos o papel de sermos fornecedores de alimentos, e temos condições de fazê-lo,
com baixo impacto ambiental.
Isso só se faz com aumento de produtividade, e para isso é necessária pesquisa em drones, em sensores nas lavouras, no controle
biológico de pragas etc. Tudo conspira para isso, temos boas empresas e a agricultura brasileira é um caso de sucesso. Mas
precisamos dar atenção.
Se conseguisse sinalizar 8, 10 grandes desafios e focasse neles, seria mais fácil pensar em como obter o dinheiro.
VEJA TAMBÉM
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/10/31/Quem-%C3%A9-Marcos-Pontes-novo-ministro-de-Ci%C3%AAncia-e-Tecnologia 4/5
01/11/2018 Qualnovo
Quem é Marcos Pontes,
GRÁFICO (HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/GRAFICO/) é o ministro
investimento
de Ciência eem
Tecnologia - Nexo Jornal
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/10/31/Quem-%C3%A9-Marcos-Pontes-novo-ministro-de-Ci%C3%AAncia-e-Tecnologia 5/5