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Legislação de Trânsito

Como Interpretar o CTB

Professor: Leandro Macedo

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Legislação de Trânsito

COMO INTERPRETAR O CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

Hely Lopes Meireles dizia que para se fazer uma boa interpretação de uma Lei Administrativa
precisamos entender as bases dessa Lei.

LEI ADMINISTRATIVA

Supremacia do Interesse Público Indisponibilidade do Interesse


sobre o Privado Público
Devemos sempre considerar a supremacia do interesse público sobre o interesse privado pois o
direito da coletividade esta acima do interesse particular. O Direito Administrativo se preocupa com
o bem estar do grupo social e não do interesse individual.
Lembre-se: Para que se tenha um trânsito harmonioso, o seu interesse particular não vai prevalecer
sobre o interesse dos demais condutores.

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Exemplo:
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de
fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento
que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar
influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste
Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no
caput deste artigo.
O condutor que não fizer o bafômetro, por exemplo, vai ser autuado como se bêbado estivesse,
pois a segurança da coletividade está acima do interesse particular.
A indisponibilidade do interesse público é a expectativa do povo com o agente de trânsito, é o
interesse do povo de que todos respondam da mesma forma pelos atos praticados. O agente tem o
dever de autuar sempre que presenciar uma infração de trânsito.

ATOS ADMINISTRATIVOS

↱ agente público que trabalha dentro da administração


Os atos praticados pelos agentes de trânsito são os atos administrativos. Esses atos podem ter duas
espécies de natureza:

Nos atos de natureza vinculada, o agente de trânsito deve seguir de acordo com o que está escrito
na lei, ele não tem a opção de escolher a forma de agir, deve ficar restrito ao que diz o texto de lei.
No art. 280 do CTB, por exemplo, o agente de trânsito tem o dever de autuar, então é considerado
como uma norma de natureza vinculada, vejamos:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do
qual constará:
I – tipificação da infração;
II – local, data e hora do cometimento da infração;
III – caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos
julgados necessários à sua identificação;
IV – o prontuário do condutor, sempre que possível;

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V – identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento


que comprovar a infração;
VI – assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do cometimento
da infração.
e seus §§
Nos atos de natureza discricionária, o agente pode flexionar a sua decisão. Ele vai agir da forma que
achar correta e mais segura. O auto de infração vai ser sempre lavrado, quando for o caso, mas a
medida acessória (retenção, por exemplo) pode não ocorrer.
Temos um exemplo de ato administrativo de natureza discricionária no seguinte artigo:
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo de
transporte coletivo transportando passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou
perecível, desde que ofereça condições de segurança para circulação em via pública.
Podemos usar o exemplo do extintor de incêndio vencido. O condutor vai ser autuado mas o seu
veículo, se entrar nas condições do § 5º do art. 270 do CTB, não precisa ser retido.

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