Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudos Tributários
IBET: há 30 anos ensinando a convencer com a autoridade do argumento
ISBN 978-85-99349-10-6.
CDU 343.01
CDU 336.2:340.11
Dezembro de 2008
Todos os direitos reservados
1. Questões prévias
O intrincado encadeamento normativo que está subjacente
ao nascimento, suspensão de exigibilidade e extinção do crédito
tributário refletiu fortemente na metalinguagem da Ciência do
Direito Tributário brasileiro, especialmente no que pertine ao
momento e à competência para constituir o crédito tributário. Com
efeito, muitos dos desencontros doutrinários e jurisprudenciais em
relação aos temas decadência e prescrição no direito tributário,
suspensão da exigibilidade do crédito tributário, denúncia espon-
tânea, e assim por diante, tem um ponto em comum que poderia
ser melhor equacionado se, previamente, se examinasse duas outras
questões, a saber: (i) quem tem competência para constituir o cré-
dito tributário e (ii) em que momento considera-se constituído o
crédito tributário.
Assim também ocorre com a mora e a denúncia espontânea
no direito tributário. Seguramente, a competência para constituir
o crédito e o momento de seu nascimento são variáveis decisivas
para o bom desenvolvimento da análise do referido tema.
849
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
2. O conceito de mora
850
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
851
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
6. Tratado de Direito Privado. Rio de Janeiro: Borsoi, 1959, v. 23, p. 117. Nes-
ta mesma obra, porém na edição de 1954, v. 4, p. 14, o autor leciona: “Defeito
não é falta. O que falta não foi feito. O que foi feito, mas tem defeito, existe. O
que não foi feito não existe, e, pois, não pode ter defeito. O que foi feito, para
que falte, há, primeiro, de ser desfeito. Toda afirmação de falta contém enuncia-
do existencial negativo: não há, não é, não existe; ou afirmação de ser falso o
enunciado existente positivo: é falso que haja, ou que seja, ou que exista. Faltar
é derivado de fallere, como falso; ao passo que defeito vem de defitio (facio) e
sugere estar mal feito.”
852
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
853
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
854
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
855
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
8. Direito Tributário, Linguagem e Método. São Paulo: Noeses, 2008, pp. 766 e 767.
856
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
857
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
858
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
859
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
860
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
861
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
5.1. O parcelamento
No STJ9, até o exercício de 2002, aceitava-se a tese de que o
pedido de parcelamento deferido com as parcelas pagas teria o
efeito de uma denúncia espontânea, excluindo-se do crédito tribu-
tário os valores referentes às multas.
Entretanto, com o advento da Lei Complementar 104/2001,
que instituiu o art. 155-A no CTN, parágrafo primeiro, ficou assen-
tado que “Salvo disposição da lei em contrário, o parcelamento do
crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.”
862
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
5.2. Na compensação
A Ciência do Direito produzida sob enfoque do direito pri-
vado, tratou de conceituar a compensação de acordo com o art.
386 do Código Civil, “se duas pessoas forem ao mesmo tempo
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se,
até onde se compensarem”.
No Código Tributário Nacional, a compensação tributária está
prevista entre as modalidades de extinção do crédito tributário,
sendo disciplinada nos art. 170 e 170-A, que exige a existência de
lei da pessoa política competente para instituir o tributo.
863
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
864
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
865
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
866
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
867
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
868
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
869
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
870
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
8. Síntese e conclusões
As considerações até agora exposta sobre tema autorizam
fazer algumas sínteses conclusivas:
1ª) Nos tributos sujeitos ao “autolançamento”, cuja compe-
tência está prescrita no art. 150, CTN, há plena aplicação do insti-
tuto da denúncia espontânea prevista no art. 138, CTN. Isto porque
o referido dispositivo não empresta qualquer importância ao fato
de o Fisco ter conhecimento do fato jurídico tributário e da relação
jurídica tributária constituída pelo contribuinte na DCTF ou GIA;
2ª) a DCTF, cuja periodicidade é mensal ou semestral, não
tem necessariamente a função de constituir o crédito tributário.
Até porque, sendo a DCTF mensal ou semestral, não é incomum
constar no seu corpo tributos apurados e já pagos e tributos apu-
rados e não pagos, seja porque o contribuinte está em mora, seja
porque ainda não escoou o prazo de pagamento do tributo;
871
IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
872