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Unesp – Campus de Ilha Solteira

Engenharia Civil – Pavimentação

Classificação de solos
Prof. Jairo Lima

Classificação AASHTO ou TRB (antiga HRB)

Características:

 melhor adequação do sistema de classificação para o subleito;


 considera “todo o solo” e não apenas os finos;
 melhor avaliação da influência das partículas grossas e finas;
 redução do número de ensaios básicos.

Índice de Grupo (IG)

Função do material que passa na # 200  IG = 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 b.d

= p – 35  35% < p < 75% (números inteiros)


= LL – 40  40% < LL < 60%
a = 0  p < 35% c = 0  LL < 40%
= 40  p > 75%
= 20  LL > 60%

= IP – 10  10% < IP < 30%


= p – 15  15% < p < 55% (números inteiros)
d = 0  IP < 10%
b = 0  p < 15%
= 20  IP > 30%
= 40  p > 55%

Sendo p  porcentagem de solo que passa na # 200.

O valor de IG varia de 1 – 20. De acordo com IG, classificam-se os solos em:

 0 < IG < 4  solo granular;


 4 < IG < 12  solo siltoso;
 12 < IG < 20  solo argiloso.

Um solo para sub-base é tido como bom quando o seu IG  0.

a) Com os resultados dos ensaios, entra-se na tabela de cima para baixo. A classificação correta é obtida
por eliminação. O primeiro grupo a confirmar os resultados dos ensaios determinará a classe do solo.

b) Todos os resultados dos ensaios são indicados com números inteiros. Na aproximação adota-se o
inteiro superior mais próximo.

c) A localização do grupo A - 3 antes do grupo A - 2 é necessária para facilitar o processo de eliminação


de cima para baixo, não indicando, necessariamente, superioridade de A - 3 sobre A - 2.

d) IG deve ser indicado. Ex: solo A - 2 - 7 ( 3 ), sendo 3 o valor de IG.


Pavimentação. Classificação de solos. 2

Tabela de classificação AASHTO ou TRB

Grupo ou % passa na # % passa na # % passa na # Índice de Limite de Índice de


classificação 10 40 200 plasticidade liquidez grupo
A -1a ≤ 50 ≤ 30 ≤ 15 ≤ 6 - 0
A-1

A - 1b ≤ 50 ≤ 30 ≤ 25 ≤ 6 - 0

A-3 ≥ 50 ≥ 51 ≤ 10 NP - 0

A -2 - 4 ≥ 50 ≥ 51 ≤ 35 ≤ 10 ≤ 40 0

A-2-5 ≥ 50 ≥ 51 ≤ 35 ≤ 10 ≥ 41 0
A-2

A-2-6 ≥ 50 ≥ 51 ≤ 35 ≥ 11 ≤ 40 ≤ 4

A-2-7 ≥ 50 ≥ 51 ≤ 35 ≥ 11 ≥ 41 ≤ 4

A-4 ≥ 50 ≥ 51 ≥ 36 ≤ 10 ≤ 40 ≤ 8

A-5 ≥ 50 ≥ 51 ≥ 36 ≤ 10 ≥ 41 ≤ 12

A-6 ≥ 50 ≥ 51 ≥ 36 ≥ 11 ≤ 40 ≤ 16

A-7-5 ≥ 50 ≥ 51 ≥ 36  LL - 30 ≥ 41 ≤ 20
A-7

A-7-6 ≥ 50 ≥ 51 ≥ 36 > LL - 30 ≥ 41 ≤ 20

Características dos materiais

Grupo ou Para subletio ou


Materiais constituintes
classificação sub-base
mistura bem graduada de pedra, pedregulho, maior % de fragmento de pedra ou
A - 1a Excelente a bom
areia grossa, média e fina e um material pedregulho (ligante sem areia fina)
A -1

ligante não plástico ou pouco plástico (ligante pedregulho e areia grossa e média (com
A - 1b “
= argila ou silte) ou sem ligante)
Solos granulares

areia fina de praia ou de deserto, sem ligante ou com pequena quantidade de silte sem
A-3 “
plasticidade
pedregulho e areia siltosa (pouco

Grande variedade

A-2-4
 35% passando na # 200 e um argilosa)
de material

mínimo na # 40 pedregulho e areia siltosa (pouco


granular

A-2-5 “
A-2

argilosa)
A-2-6  A -2 - 4 e A – 2 - 5, porém a pedregulho e areia silto-argilosa “
parte que passa na # 40 contém
A-2-7 argila plástica pedregulho e areia silto-argilosa “

A-4 silte é o solo típico; não (ou pouco) plástico, em geral 75% passa na # 200 Regular a sofrível
Solos silto-argilosos

A-5 contém silte como o A - 4, porém mais plásticos “

A-6 o solo típico é a argila, 75% ou mais passa na # 200; é bastante expansivo “

A-7-5 IP não muito grande em relação ao LL “


A-7

semelhantes ao grupo A - 6; alto LL;


plásticos e expansivos
A-7-6 IP alto em relação ao LL “
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Classificação Miniatura Compactado Tropical (MCT)

Propriedades:

 classifica o comportamento dos solos em: laterítico e não laterítico (saprolítico);


 agrega informações pedogenéticas dos solos.

1) Solos lateríticos

Solos de regiões tropicais, muito evoluídos pedogeneticamente.


Perfil homogêneo, com pouca matéria orgânica.
A espessura do perfil varia de poucos centímetros até dezenas de metros.
Estrutura do solo “empipocada” – aglutinação da parte argilosa por meio da película de ferro, alumínio ou
outro óxido.

a) Formação dos solos lateríticos

Lixiviação dos cátions alcalinos e alcalinos terrosos  sobrando um solo pobre e ácido.
Empobrecimento em sílica.
Perfil enriquecido em óxido de ferro e de alumínio.

b) Composição dos solos lateríticos

Fração fina  caulinita, gibsita, material amorfo, óxidos (goethita, limonita).


Fração silte  quartzo, hematita, ilmenita, magnetita – altamente resistentes.
Fração arenosa  minerais comuns: quartzo, óxidos de ferro e alumínio.

c) Propriedades dos solos lateríticos

Granulometria  depende do defloculante.


Expansão/contração  pouca expansão e razoável contração.
Compactação  inclinação acentuada no ramo seco e grau de saturação elevado em hot; alto δmax; altas
resistências e CBR.

2) Solos de comportamento não laterítico

Materiais originados da decomposição e desagregação de rochas.


Mineralogia variada e complexa.

a) Composição dos solos não lateríticos

Fração fina  montmorilonita, ilita, caulinita, clorita, muscovita, haloisita.


Fração silte  quartzo, feldspato, magnetita, ilmenita, retílio.
Fração areia  quartzo, feldspato, restos de rochas e óxidos.
Pavimentação. Classificação de solos. 4

b) Propriedades dos solos não lateríticos

Granulometria  curvas problemáticas.


Expansão/contração  variadas (contração - função do IP e a expansão - função direta da composição
mineralógica da fração fina).

As classes básicas dos solos não lateríticos são:


 muito plástico e expansivo;
 pouco plástico a altamente expansivo.

Curvas da compactação
3
δs (g/cm )
Solos lateríticos

Solos saprolíticos

h (%)

As propriedades lateríticas surgem apenas em corpos-de-prova compactados. Em solos soltos


(classificação TRB), não.

3) Ensaios da classificação MCT

 Compactação (MCV, diferente do Proctor).


 Curvas de adensamento  c’.
 Família de curvas de compactação  d’.
 Perda de massa por imersão  Pi.
 Cálculo de e’.

a) Compactação

Corpos-de-prova com dimensões reduzidas.


A compactação para a MCT é diferente do métodos tradicionais.

Compactador:

 seção plena;
 altura de queda – 305mm;
 dispositivo para medir a leitura do corpo-de-prova;
 diâmetro do molde – 50mm;
 massa do soquete – 2.270g (leve) e 4.500g (pesado).
Pavimentação. Classificação de solos. 5

Compactação MCV – miniatura compactado valor

Aplicação:

 preparar corpos-de-prova para ensaios diversos;


 famílias de curvas de deformabilidade – índices de controle e de classificação MCT;
 seqüência cumulativa de golpes em 200g de solo, medindo a altura do corpo-de-prova;
 número de golpes: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24, 32, 48, 64, 96, ..., n, ..., 4n

A compactação é interrompida quando:

 a diferença entre camadas sucessivas < 0,1mm (n – 4n < 2mm);


 4n = 256 golpes;
 houver expulsão de água.

b) Exemplos de curvas de deformabilidade

21
12

A
DIFERENÇA DE ALTURA an = An - A4n (mm)

COMPACTAÇÃO (%)
19
10

UMIDADE DE
16
8

13
6

PERDA DE MASSA POR


200
4

IMERSÃO Pi (%)
100
2
CURVAS
MINI-MCV
0 000
GOLPES N 1 2 3 41 6 8 12 16 24 32
1 48 64 96
MINI-MCV 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
COND. COMPAC.
B
12 GOLPES
50 50
4) Índices e coeficientes da classificação MCT
M-CBR: 14/11

a) Coeficiente
30 c’  coeficiente angular da reta assimilável à curva
30 MEAS: 1,84
mini-MCV = 10, quando a curva
MINI CBR (%)

SEM IMERSÃO Ho: 18,0


de deformação
20 cruza em an = 2mm (an = An – A4n). 20
Exp: 0,02
O coeficiente c’ correlaciona-se aproximadamente com a granulometria. Assim:
Cnt:
10 10
 c’ > 1,5  argilas e solos argilosos; c': 1,84
COM IMERSÃO
 1 < c’ < 1,5 5 areias siltosas, areias argilosas, argilas siltosas, argilas
5
d': arenosas.
65
Pi: 50
b) Índice e’ 
3 indica o comportamento latrítico ou não dos solos.3 É dado
e': pela
0,96 equação:
GRUPO MCT
2 2
13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 LG'

2000
(GOLPES)
(64) C
ECA (kg/m³)

6
1900

(24) 5
1800
Pavimentação. Classificação de solos. 6

1
Pi 20
e  (  )3
100 d 

O comportamento laterítico começa a se manifestar quando d’ ≥ 20 e Pi ≤ 100.

c) Coeficiente d’ (Kg/m3)  inclinação da parte retilínea do ramo seco da curva de compactação,


correspondente a 12 golpes (próximo ao Proctor normal) no ensaio mini-MCV.

d) Perda de massa por imersão (Pi)  o corpo-de-prova é extraído 10mm do cilindro e submerso
em água. Pi é a % da massa desprendida, relativa à massa seca total saliente, em cada umidade.

Ps
Pi  100 .
Pp
Sendo:

 Pi – perda de massa por imersão (%);


 Ps – peso seco da parte desprendida (g);
 Pp – peso seco da parte saliente (g).

O Pi do solo é obtido por interpolação gráfica, traçando-se a curva Pi x mini-MCV. O Pi é o valor para
mini-MCV = 10 ou 15, conforme seja o corpo-de-prova de baixa ou de alta densidade, respectivamente.

 Baixa massa específica aparente  altura final do corpo-de-prova para mini-MCV = 10 ≥ 48mm.

 Alta massa específica aparente  quando o corpo-de-prova não obtiver a condição acima.

5) Planilha de classificação MCT

TIPO C' CLASSE


2.0
I 1.3 a 1.8 L
II 1.0 a 1.3 L
III 0.7 a 1.0 L
IV 0.3 a 0.7 L
NA NS'

1.5
ÍNDICE e'

NA' NG'

IV

1.0

LA III II
I LG'

LA'
0.5
0.0 0.3 0.5 0.7 1.0 1.3 1.5 1.8 2.0 2.5 3.0

COEFICIENTE c'

CLASSIFICAÇÃO MCT PARA SOLOS TROPICAIS


0.27 0.45 0.7 1.7
Pavimentação. Classificação de solos. 7

Classes Não lateríticos - N Lateríticos - L

Grupos NA NA’ NS’ NG’ LA LA’ LG’

muito alto: > 30% (A)


Capacidade de suporte

alto: 12 – 30% (a)


– mini-CBR (%)

Sem imersão a/m alto m/a a a a/A A


média: 4 – 12% (m)
baixo: < 4% (b)
a: > 70%
Perda de
suporte com a m: 40 – 70% m/b b a a b b b
imersão
b: < 40%
a: > 3%
Expansão (%) b b a a/m b b b
m: 0,5 – 3%
m: 0,5 – 3%
Contração (%) b/m b/m m a/m b b/m m/a
b: < 0,5%
a: > - 3%
Permeabilidade
m: - 3 a - 6% m/a b m/b b/m m/b b b
[log(k(cm/s))]
b: < - 6
(%) IP LL
a > 30 > 70
Plasticidade b/NP m/NP m/a a NP/b b/m m/a
m 30/7 30/70
b <7 < 30

Uso potencial dos solos

Comportamento Não laterítico Laterítico

Grupo MCT NA NA´ NS´ NG´ LA LA´ LG´

Sem imersão M, E E M, E E E E, EE E
Mini - CBR
Com imersão M, E M, E B, M B E E E
Expansão B B, M E M, E B B B
Contração B B, M M M, E B B, M M, E
Propriedades
Permeabilidade M, E B B, M B, M B, M B B
Sorção E B, M E M, E B B B
o o o
Base de pavimento N 4 N N 2 1 3o
o o o o o
Reforço do subleito 4 5 N N 2 1 3
o o o o o o o
Utilização por Subleito compactado 4 5 7 6 2 1 3
ordem de Aterro (corpo)
preferência 4o 5o 6o 7o 2o 1o 3o
compactado
o o o
Proteção à erosão N 3 N N N 2 1
o o o o
Revestimento primário 5 3 N N 4 1 2o

E – excelente. B – bom. M – mau. N – não se aplica.

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