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SUMÁRIO:
OBJETIVOS:
6. Caraterísticas técnicas (desempenho)
6. Entender noções e conceitos básicos das
6.1 Noções básicas de mecânica;
grandezas físicas que explicam o comportamento
• Cilindrada;
mecânico dos motores;
• Câmara de compressão;
• Taxa de compressão; 7. Entender quais os parâmetros de medida que
• Sistema internacional de unidades (SI) servem a análise de desempenho dos motores.
6.2 Instrumentos de precisão para aferição de peças; No final desta apresentação o formando deverá
7. Avaliação dos parâmetros de desempenho estar apto a:
7.1 Curvas caraterísticas de desempenho; Classificar os ciclos Otto e Diesel, bem como
7.2 Potência mecânica; identificar as fases de funcionamento dos
7.3 Potência efetiva; motores de combustão;
7.4 Reserva de torque; Entender as grandezas físicas (potência e
7.5 Normas para avaliação de desempenho de motores; torque) no desempenho dos motores;
7.6 Rendimento dos MCI; Saber ler as curvas caraterísticas de
7.7 Causas baixo rendimento desempenho que relacionam a potência, torque
e consumo específico.
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Câmara de
6. CARATERÍSTICAS TÉCNICAS (DESEMPENHO)
combustão
6.1 NOÇÕES BÁSICAS DE MECÂNICA (continuação)
Questão: para uma altura (h) do cilindro que compõe o volume da câmara de combustão, que
tenha sido rebaixada de 0,6 mm, qual será a nova taxa de compressão?
Resposta: com a diminuição de 0,6 mm, a taxa de compressão irá aumentar de 9,4 : 1 para
aproximadamente 10,0 : 1.
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MICRÓMETRO
E um instrumento com funções similares ao paquímetro, mas com maior precisão na medida.
O sua designação deriva da capacidade de medir dimensões ou diferenças de dimensões de natureza
micrométrica, podendo apresentar precisão de 0,01 mm ou 0,001 mm.
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GONIÓMETRO
É um instrumento para medir ou verificar medidas
angulares.
O goniômetro simples, também conhecido como
transferidor de grau, é utilizado em medidas
angulares que não necessitam extremo rigor, sendo
a sua menor divisão é de 1º (um grau).
O goniómetro de precisão, tem um disco graduado
que apresenta quatro graduações de 0 a 90º.
Os graus inteiros são lidos na graduação do disco,
no traço que coincide com o zero do nônio.
A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a
partir do zero nônio, seguindo a mesma direção da
leitura dos graus.
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A energia mecânica desenvolvida por um motor é medida com precisão num banco de ensaios.
Contudo é possível calcular esta energia com aproximação, através de cálculos, tendo em conta as
particularidades do motor.
Em ambos os casos, determina-se a quantidade de trabalho mecânico realizado num dado tempo e a partir
deste resultado calcula-se a potência.
Recordando: O produto dos valores das grandezas - força em newton (N) e um deslocamento do ponto de
ação da força (na direção da força que provoca o deslocamento) em metros - é a quantidade de trabalho
efetuado em joules. O joule (J) é a unidade do trabalho mecânico (N x m).
Para um trabalho fornecido pelo pistão de um motor que recebe durante o seu curso motriz um impulso médio
de 1800 N, admitindo-se um curso do pistão de 80 mm (0,08 m), o trabalho efetuado a cada explosão será de:
Esse impulso de 1800 N, atuando sobre uma distancia de 0,08 m, produz um trabalho equivalente a um impulso
de 144 J, atuando sobre uma distancia de 1 m.
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Num motor, o impulso que atua sobre o pistão é determinado pela pressão dos gases durante a explosão e,
depois da explosão, durante a expansão.
Durante a explosão, a pressão sobe até 40 bar, depois baixa rapidamente no inicio e depois mais lentamente,
até ao fim do curso do pistão, o que faz com que o impulso recebido pelo pistão é variável e o trabalho
fornecido também varia a cada posição do pistão, sendo o cálculo deste trabalho a cada milímetro do curso
pouco prático de se calcular.
Então o que se faz é registar as variações de pressão por meio do Indicador de Watt, sendo o gráfico deste
aparelho que permite calcular a pressão média Pm e portanto o trabalho real fornecido pelo pistão no seu
curso.
A potencia efetiva desenvolvida por um motor mede-se por meio do dinamómetro de freio, numa bancada
dinamométrica.
Basicamente é constituído por:
Uma parte móvel ligada ao motor e também acionada por ele;
Uma parte fixa provida de um dispositivo de frenagem que atua diretamente sobre a parte móvel.
Um sistema de regulação que permite alterar a eficácia da frenagem.
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A parte fixa é montada sobre um eixo de oscilação (braço de alavanca), sendo estabilizada por uma carga
variável por meio de contrapesos e de uma mola calibrada.
Durante a frenagem, a parte fixa tende a ser acionada pela parte móvel, levantando o contrapeso e atua sobre
a mola até a obtenção de uma posição de equilíbrio.
Como o peso dos contrapesos em kg, é conhecido, o esforço desenvolvido pelo motor na periferia do
dispositivo de frenagem também fica determinado, chamando-se a esse esforço tangencial o binário
equivalente do motor para cada rotação.
Para se determinar as características de um motor, mede-se a sua potencia em diversos regimes de rotação,
começando-se pelos baixos regimes, até ao regime máximo, a partir do qual a potencia começa a diminuir.
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Os resultados obtidos permitem traçar a curva de potencia do motor e também a curva do torque.
O torque pode ser apresentado tanto em mN como mkg e indica o esforço desenvolvido pelo motor na
circunferência de um circulo com raio definido cujo centro de rotação se situa sobre o eixo da cambota.
Podemos resumir todas as operações do cálculo da potência efetiva do motor numa só formula:
Onde:
π = 3,14
d – corresponde ao diâmetro do cilindro em cm numerador 10
Pm – pressão média em bar
s – curso do pistão em m Denominador 1000
n – regime do motor em rotações por minuto (rpm)
I – numero de cilindros
O numerador 10 transforma a pressão média dada em bar, de modo a efetuar um impulso médio (Pm) em
N/cm2; o denominador 1000 permite obter o resultado em kW.
Verifica-se que a Pm, e portanto o binário, é máximo para um regime de rotações relativamente
baixo e que vai diminuindo com o aumento do regime de rotações.
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Durante a realização dos testes no dinamómetro, mede-se com precisão o consumo do combustível e,
conhecendo a potência desenvolvida, calcula-se o consumo em gramas por kWh (g/kW.h),
ou gramas por cv x hora (g/cv.h).
A curva de consumo especifico informa-nos sobre os regimes mais económicos do motor.
Por exemplo:
O consumo de um motor a gasolina é de aproximadamente 300 a 400 g/kW.h, (200 a 300 g/cv.h), enquanto que
para um motor Diesel o consumo especifico está entre 250 e 360 g/kW.h, (170 a 240 g/cv.h).
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International
7. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DESEMPENHO Electrotechnical
7.5 NORMAS AVALIAÇÃO DESEMPENHO MOTORES Commission
RENDIMENTO MECÂNICO - é a relação entre a potência produzida no eixo e a potência produzida no interior
do cilindro provocada pela combustão.
Este rendimento é função da força de atrito que ocorre entre os diversos componentes e também das forças
necessárias para acionarem os componentes dos sistemas auxiliares. A perda de potência pelo atrito é cada
vez maior à medida que a rotação do motor é mais elevada, sendo os óleos lubrificantes os outros fluidos que
ajudam a minimizar este tipo de perdas.
RENDIMENTO TÉRMICO - é a relação entre o calor que efetivamente se transforma em trabalho útil e o calor
equivalente ao trabalho que poderia ser obtido pela queima do combustível. O aumento do rendimento térmico
do motor pode ser conseguido de três maneiras:
1. Aumento da taxa de compressão;
2. Otimização da combustão;
3. Diminuição do diferencial de temperatura entre a saída e entrada da água de refrigeração do motor.
1. Aumento da taxa de compressão
É a maneira mais simples de aumentar o rendimento térmico do motor; aumenta-se a energia extraída de cada
gota de combustível, proporcionando um aumento na eficiência térmica. De uma maneira geral, cada ponto %
adicionado na taxa de compressão, resulta um aumento de 4% na potência do motor, sendo de notar que este
aumento pode ficar condicionado pela qualidade de combustível, provocando a detonação.
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2. Otimização da combustão
Quando as caraterísticas do motor são modificadas, com o objetivo de aumentar a sua potência, é necessário
fazer a otimização da combustão da mistura, através da modificação da bobina, vela de ignição, módulo de
ignição e ângulo de avanço.
Com o aumento do peso específico da mistura (o que pode ser conseguido enriquecendo-se a mistura ar +
combustível) a potência do motor irá certamente aumentar, no entanto se a mistura for muito rica, a combustão
já não será perfeita (gases de combustão com inqueimados) e, como consequência, o rendimento térmico do
motor irá baixar reduzindo também a potência.
3. Diminuição do Δ temperatura entre a saída e entrada da água de refrigeração do motor.
O ideal seria transformar toda a energia química do combustível em energia térmica, mas, como sabem,
existem perdas devido às características intrínsecas dos materiais envolvidos no processo construtivo do motor,
que necessitam trocar o calor gerado pela combustão e pelos atritos internos.
A variação da temperatura entre a entrada e saída da água de refrigeração deve ser a menor possível, porque a
troca de calor, sendo necessária, provoca perdas de energia.
Os projetistas trabalham esta variação de temperatura com muito cuidado para que o motor não venha a
apresentar sobreaquecimento, ou então que uma boa parte da energia não ser perca no permutador de calor.
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Para se ter uma ideia dos progressos efetuados nos MCI, indicamos que nos primeiros motores atingiam-se
5 cv (3,6 kW) por litro, enquanto que hoje consegue-se desenvolver nos motores modernos, entre 30 kW (40
cv) e 37 kW (50 cv) por litro, e mais de 80 kW (100 cv) para os motores de alto rendimento.
Estes aperfeiçoamentos resultam principalmente:
aumento dos regimes de rotação;
diminuição de peso das peças móveis;
qualidade dos combustíveis.
Para se comparar com mais exatidão as caraterísticas de execução mecânica dos motores, convém
determinar a potencia por litro por milhares de rpm:
Os motores modernos situam-se entre 5 e 9 kW por litro/1000 rpm, ou seja, entre 7 e 12 cv.
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Após milhares de horas de uso, as peças internas que estão permanentemente em atrito, acusam o desgaste
começando o motor a evidenciar baixo rendimento.
Os sintomas iniciais caraterizam-se pelo alto consumo de óleo lubrificante, combustível, água de
arrefecimento, e perda de potência quando o motor é solicitado a subir o regime de carga.
Quando acontece desgastes excessivos ou falhas prematuras, a análise completa e detalhada de todos os
sintomas evidenciados antes da ocorrência, na maior parte dos casos contribuem para o diagnóstico,
revelando todas as causas que estiveram na origem da ocorrência de falha.
PRINCIPAIS ANOMALIAS NUM MOTOR DIESEL – SINTOMAS E CAUSAS:
a. Fumo nos gases de escape – pode ser provocado por óleo de lubrificação que está a queimar juntamente
com o combustível; causas prováveis desgaste prematuro de elementos mecânicos do motor.
b. Consumo anormal de óleo lubrificante - parte do óleo de lubrificação pode estar a ser queimado na
câmara de combustão ou haver fuga em algum ponto do motor.
c. Consumo elevado de combustível – pode ser provocado por fuga externa; válvulas danificadas;
compressão baixa por desgaste nas camisas ou anéis, desgaste nas guias das válvulas, etc.
d. Combustão irregular - ruídos que se manifestam durante a combustão podem ser provocados por tempo
de explosão adiantado ou atrasado, combustível alterado, depósitos de carvão contaminado com óleo
lubrificação ou sobreaquecimento do motor.
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