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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE-UFS

ENGENHARIA DE PETRÓLEO

RAFAEL GONÇALVES SANTOS


RINALDO DANILLO DOS SANTOS

RESUMO
COMPLEXIDADE EM SISTEMAS DEPOSICIONAIS

São Cristovão
2016
RAFAEL GONÇALVES SANTOS
RINALDO DANILLO DOS SANTOS

RESUMO
COMPLEXIDADE EM SISTEMAS DEPOSICIONAIS

Trabalho apresentado ao Curso de Eng. de Petróleo


da UFS - Universidade Federal de Sergipe, para a
disciplina Princípios de Sedimentologia e Estratigrafia.

Prof.: SIMONE CAMPOS CARRERA.

São Cristovão
2016
- FÁCEIS SEDIMENTARES E SISTEMAS DEPOSICIONAIS
Na geologia sedimentar, fáceis é um conjunto de características especificas
de uma rocha sedimentar ou sedimento, referente ao seu processo de deposição.
Sabendo disso é preciso entender o que é sistemas deposicionais. Segundo
Fisher e McGowen (1969) pioneiros no trabalho com sistemas deposicionais,
esses sistemas são denominados de acordo com ambiente fisiográficos de
sedimentação modernas ( sistema planície costeira, lagunar, plataformal, etc.). E
sistemas deposicionais contemporâneos de uma mesma bacia sedimentar
comunicam-se entre si através das entradas e saídas de sedimentos de cada
sistema.
Figura-1: Figura original do trabalho pioneiro de sistemas deposicionais (Fisher &
McGowen 1967), traduzida para o português.
Logo as fáceis sedimentares são representação da dinâmica dos sistemas
deposicionais. Assim sendo preciso à máxima percepção da variabilidade na
escala de tempo e espaço dos processos básicos para uma elaboração de
modelos de sistemas deposicionais preciso do deposito.
É notável que, quando se analisa uma amostra de testemunho de uma
bacia sedimentar, percebe-se a heterogeneidade da composição mineralógica,
textural, estrutural e do petrotrama da amostra, como consequência da oscilação
dos processos sedimentares nas diversas escalas de tempo e espaço, sendo o
produto desta variabilidade, as fáceis, que carregam características dos sistemas
deposicionais atuantes do período que foi depositado dentro da bacia. Desta
forma, o processo de um sistema deposicional e de seus produtos, é diretamente
relacionado pela variação do tempo e espaço dos processos sedimentares
responsáveis pelo seu funcionamento.
Portanto é de grande importância, o entendimento da relação entre tempo e
espaço, para compreender os processos sedimentares e as propriedades do
deposito gerado por esse processo. Tal entendimento possibilita um maior
conhecimento da historia da terra, sendo também muito aplicado na indústria do
petróleo, mas especificamente na modelagem de reservatórios.
- CONVERGÊNCIA, DIVERGÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS
DEPOSICIONAIS
Ao estudar os sistemas geológicos, algumas controvérsias devem ser
levadas em consideração são elas convergência e divergências, quando se tentar
explicar questões relacionadas a sistemas geológicos com essas controvérsias,
surgem vários problemas. No meio de tantos problemas destacam se o de escala,
que depende da posição de observação e variações que ocorrem em função da
escala. Outro tipo de problema são os de causa e efeito, que no mostram as
variações que ocorrem devido à relação entre perturbações a um sistema e seus
efeitos. Dentro dos problemas de causa e efeito, eles podem nos mostrar, a
divergência, onde as perturbações geram processos semelhantes que produzem
efeitos distintos, desta forma a variação dos processos e pequena e a dos efeitos
e maior. E ainda ele podem nos apresentar a convergência, são processos
distintos, mas que podem ter efeitos semelhantes.
Analisando tudo que foi exposto acima, podemos ter um mesmo sistema
deposicional gerando deposito sedimentar com varias características. Desta forma
se usarmos o critério fisiografico para classificação dos sistemas deposicionais,
haverá uma limitação e não vai ser o suficiente pra se atingir certos objetivos. Os
sistema deposicionais são classificados em semelhanças das suas fáceis. Isso
significa que um sistema A é composto pelas partes X,Y e X, e o sistema B é
composto pelas partes M,N e X etc... Esta variabilidade faciológica, e dependente
da dinâmica do sistema deposicional que a depositou dentro da bacia.
- DESCONTINUIDADE DO REGISTRO SEDIMENTAR
Segundo Ager (1993), o registro estratigráfico é incompleto, com estratos e
fosseis de ampla distribuição, porem separados por hiatos deposicionais cuja
duração supera o intervalo de tempo representado nos estratos preservados.
Assim o registro sedimentar seria descontinuo, e é notável que, quanto maior for
um intervalo de tempo envolvido na formação de um deposito sedimentar, maior
será a frequência de descontinuidade.
Segundo Saldler (1981) e Sadler & Strauss (1990), o “grau de completeza”
de uma seção estratigráfica, em escala de tempo t, corresponde à fração dos
intervalos de tamanho t que deixam no registro sedimentar. De acordo com Sadler
& Strauss (1990), o grau de completeza de uma seção estratigráfica é controlado
por três fatores principais: i) magnitude da taxa de sedimentação, ii) variabilidade
da taxa de sedimentação e iii) idade. Sendo que o grau de completeza (C) e
expresso pela razão entre a taxa de sedimentação mínima (S), calculada a parti
do intervalo de tempo envolvido na formação de toda sucessão sedimentar em
questão, e a taxa de sedimentação media para um determinado intervalo de
tempo (S*).

Equação 1.

Na equação 1, t, é o intervalo de tempo envolvido na formação de todo o


deposito sedimentar, t* é o intervalo de tempo envolvido na formação de
determinada parcela do deposito e m é o expoente da função S(t). O valor de m
varia conforme o sistema deposicional. Mesmo usando a equação 1 para calcular
o grau de completeza, é muito difícil determinar a cronologia de sedimentação a
parti do registro sedimentar, logo existe um grau de incerteza, que é de suma
importância para a geologia histórica, para a correlação estratigráfica baseada em
descontinuidade físicas e na interpolação de idades.
- VARIABILIDADE DE PROCESSOS SEDIMENTARES

Eventos catastróficos são aqueles que raramente acontecem, mas quando


acontecem é de grande magnitude. Clifton (1988) utiliza a palavra convulsivo, para
designar eventos de grande abrangência. Mas ao analisar certo período de tempo
pode ser catastrófico no ponto de vista humano, mas não geológico.

Para que os processos correntes na superfície terrestre possua uma


dinâmica, fatores como uma força constante (gravidade) e outras variáveis da
atmosfera devem atuar conjuntamente. Para que esses processos ocorram, um
esforço crítico é necessário, e seja ultrapassado (Wolman e Miller, 1960).

Tendo em vista o transporte de sedimentos, esse esforço crítico dependerá


de variáveis tais como: diâmetro dos grãos, força de coesão atuando nos grãos e
a força responsável pelo movimento dos grão, que pode ser causada por ondas,
como; ventos, rios, etc. O transporte só será feito, se a força for maior que a força
crítica.

Existe uma equeção dos estudiosos(Wolman e Miller), que relaciona a


quantidade de material e a diferença entre as forças, que é dada por:

q= k(-c)n

onde k é uma constante que trata das características do material


transportado.

Desta forma, quando ocorre um evento de maior escala que a força crítica,
a quantidade de sedimentos transportados será diretamente proporcional.
Segundo Wolman e Miller, “Evento deposicional como sendo o resultado dos
processos atuantes durante o intervalo de tempo delimitado pelo instante em que
a força supera a força crítica e pelo instante em que a força volta a ser inferior a
força crítica”.

Eventos que apresentam grande magnitude ocorrem com menos


frequência, sendo que quão maior for a magnitude do evento, maior será a parcela
de sedimentos transportados. Segundo Wolman e Miller, em sistemas fluviais
acontecem dois eventos por ano, no qual transporta a maior parte dos sedimentos,
sendo os de escala intermediária que transportam parcela considerável de
sedimentos.

Eventos de grande magnitude, terá maior eficiência se o sistema em


questão for pequeno. A quantidade de sedimentos disponível para ser conduzido
para outro local é um fator limitante, quando trata-se do registro de variabilidade
dos eventos que atuaram no sistema. Segue que, quão maior a magnitude do
evento, maior será a variabilidade e será a maior parte que vai compor o registro.
Temos que, quanto maior for a força aplicada, menor vai ser a frequência de
ocorrência, e maior vai ser o fluxo de material transportado.

A variabilidade faciológica está relacionada com a variação do fluxo de


sedimentos, portanto dois sistemas iguais pode apresentar fáceis diferentes, por
causa das forças atuantes, e também por causa do tamanho do sistema. Para a
caracterização de um reservatório de hidrocarbonetos, variáveis são
consideradas, tais como, os sistemas deposicionais alí atuantes, porém um
mesmo tipo de sistema pode ser altamente variável no que se diz a sua
distribuição espacial de suas diferentes fáceis sedimentológicas (petrofísicas).

- CRITICABILIDADE AUTO-ORGANIZADA EM SISTEMAS GEOLÓGICOS

O tamanho e a continuidade de variáveis relacionadas a processos


geológicos, como por exemplo: terremotos, extinções e sedimentação relacionam
através de leis de potência.

Segundo um gráfico produzido por Gomez, durante tempestade nas


encostas do lago Tuliva, Nova Zelãndia, no qual tratava-se de um gráfico
bilogaritmo, interpreta-se o seguinte: quanto maior for a espessura da
camada(mm), menor vai ser o número de camadas.

Sistemas regidos por ordens da potência, tem uma progressão irregular,


causadas pela oscilação entre períodos longos com pouca transformação e vice-
versa.

A pilha de areia ilustra um sistema complexo, no qual vai despejando uma


fluxo de areia sobre um plano, chaga-se um momento em que o sistema tem uma
organização, e a angulação da pilha de areia fica constante, ouseja, em um
padrão estacionário. Quando deslizamentos locais acontecem, podem ou não ser
geradas avalanches de grandes tamanhos envolvendo todo o sistema. O sistema
atingiu então, a criticalidade auto organizada.

- DINÂMICA DE SISTEMAS DEPOSICIONAIS E A LEITURA DO RESGITRO


SEDIMENTAR

O processo sedimentar é de grande complexidade, devido ao ser caráter


impreciso dos processos que foram atuantes, e a ambiguidade ao se relacionar o
processo e o produto. Pra se ter um conhecimento do registro, é necessário
estudar os sistemas deposicionais. Questões devem ser analisadas ao tentar
compreender os sistemas deposicionais.

Não se pode criar um parâmetro e generalizar, pois, sistemas podem ser


iguais, mas o produto gerado pode ser diferente. Existe uma descontinuidade no
registro sedimentar, o tempo pode atuar formando ou preservando o depósito,
tornando o tempo uma variável ao se analisar sistemas de longa ou curta duração.
A sensibilidade e tamanho do sistema, pode tornar registros que ocorreram
controversos, nem sempre condiz ao que realmente ocorreu no processo de
formação. Logo, deve-se levar em consideração a sensibilidade do sistema, para
uma boa interpretação dos fatos.
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Oliveira, A. César, P. (2006). Complexidade em sistemas deposicionais. Revista


Brasileira de Geociências. V.36(2): 347-358, junho de 2006.
- Disponível em: www.igc.usp.br/sedimentologia/arq/Transpa Facies.pdf Acessado
no dia 12 de março de 2016.

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