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Além disso, a partir de 2017, o governo americano, liderado pelo presidente Donald
Trump, começou a impor uma série de sanções à economia venezuelana, em
represália ao autoritarismo de Nicolás Maduro no comando da Venezuela. Essas
sanções agravaram a situação econômica e forçaram o país a reduzir a quantidade de
petróleo exportado, por exemplo. Essa redução da produção de petróleo também é
fruto da má gestão da estatal venezuelana, a Petróleos de Venezuela (PDVSA).
Entre 2013 e 2017, o PIB do país caiu 37%, e a estimativa para 2018 é de que ele tenha
caído 15% (ainda não existem dados oficiais sobre o PIB venezuelano em 2018)|4|.
A crise política, econômica e humanitária que atingiu a Venezuela fez com que sua
população procurasse refúgio em nações vizinhas. Como recém-mencionado, quase
três milhões de venezuelanos já fugiram do país desde 2015, e acredita-se que, até o
fim de 2019, esse número possa alcançar a quantidade de cinco milhões de pessoas.
Os dois países que mais receberam refugiados venezuelanos foram Colômbia e Peru. A
entrada de refugiados venezuelanos no Brasil resultou em uma crise migratória em
Roraima, estado de poucos recursos localizado no norte do país. Para entender mais
sobre os impactos da imigração venezuelana no Brasil, sugerimos a leitura deste texto.
Crise política
A crise política é outra faceta do quadro caótico que a Venezuela encara atualmente.
No governo de Hugo Chávez, a relação com a oposição já era tumultuada — como
mencionado, houve uma tentativa de golpe contra Chávez em 2002. No entanto,
durante o governo de Maduro, a guinada do país rumo ao autoritarismo foi total, e sua
situação atual é delicada.
Enquanto toda essa disputa política acontecia, as ruas venezuelanas ferviam com as
manifestações sociais contra o governo de Maduro. A reação do governo foi a de
reprimir os protestos com violência. Além disso, os opositores começaram a ser
perseguidos e presos. Existem denúncias de que tropas do governo estão coordenando
execuções de pessoas que se manifestam contra Maduro.
Os países como Rússia, China, África do Sul e Cuba declararam apoio a Maduro, e o
presidente venezuelano sustenta-se no poder única e exclusivamente pelo fato de ter
ainda o apoio das Forças Armadas venezuelanas. Isso acontece porque Maduro
reforçou seu apoio aos militares, fornecendo-lhes importantes cargos no governo
venezuelano em troca de fidelidade. Até o momento, a presidência do país segue em
disputa, com Nicolás Maduro sendo o presidente de fato do país, mas com Juan
Guaidó tendo certo reconhecimento internacional.
A Venezuela, por sua vez, nega essa ajuda humanitária, alegando que ela é apenas
uma justificativa dos Estados Unidos para intervirem diretamente no país. A reação do
presidente Maduro foi ordenar o fechamento das fronteiras do país com Colômbia,
Brasil e Aruba. A situação nas fronteiras com Colômbia e Brasil está tensa, com notícias
de que militares venezuelanos têm reprimido a população, que se aglomera nas
regiões fronteiriças exigindo passagem.