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Pesquisa de Economia Internacional Sobre Fluxos de Capitais Entre

Países e Empresas de Rating: Moody´s e o Grau de Investimento


Destinado ao Brasil.

Alunos: Daniela Aspi


Glória Zhen
Iara de Cássia Dias
Jaqueline Pereira
Kimberly
Letícia
João
Paulo Douglas Cavalcanti
Polyana Luara
Rodrigo Rafael de Amorim
Yasmin Leme
Curso: Comércio no Exterior
Turma: Tarde, 30 Sem.
Professor: Paulo Teixeira
Disciplina: Economia Internacional

São Paulo

2018
1. INTRODUÇÃO
Diversas pessoas já se depararam com o termo Rating, porém não imaginam
seu significado. Resumidamente, o rating ou classificação de risco, se refere ao
mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, país, um título ou
uma operação estruturada.
O rating busca avaliar a probabilidade de default de obrigações financeiras, ou
seja, o não pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O mesmo é
um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores
uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
Para a economia, este termo é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser
utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating
se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer
título de dívida.
As três principais organizações que prestam esse serviço em escala global são
as norte-americanas Moody´s, Standard & Poors (S&P) e Fitch ratin´s. A classificação
é revista periodicamente, já que a qualidade de crédito (ou risco de inadimplência) de
uma empresa ou país pode se alterar de um período ao outro.
As definições usadas baseiam-se na probabilidade de inadimplência da
empresa e na proteção que os credores têm nesse caso. Para realizar uma classificação
de risco de crédito, as agências de rating recorrem tanto as técnicas quantitativas, como
análise de balanço, fluxo de caixa e projeções estatísticas, quanto a análises de
elementos qualitativos, como ambiente externo, questões jurídicas e percepções sobre o
emissor e seus processos.
Existem duas escalas diferenciadas para os rating´s: internacional e nacional.
Um rating em escala internacional pode ser tanto em moeda local como em moeda
estrangeira e representa uma medida absoluta da capacidade de pagamento das dívidas
denominadas, respectivamente, em moeda local ou estrangeira. Os rating´s em escala
internacional sejam em moeda local ou estrangeira, são comparáveis entre países.
Está pesquisa abordará a empresa de rating Moody´s e quais são suas
classificações e critérios adotados, assim como abordará também os fluxos de capitais
entre países; como funciona; como se organiza e qual é a classificação de risco que o
Brasil possui perante esta empresa.
2. FLUXO DE CAPITAIS ENTRE PAÍSES
Em mundo globalizado em que se vive atualmente, diversas operações de fluxo
de capital acontecem a todo instante (transações financeiras, como compra e venda de
ações de empresas, títulos e moedas), esse tipo de atividade ocorre a partir de evoluções
que aconteceram nos meios de comunicação. O mundo nos dias atuais está interligado
por meio de uma complexa rede de comunicação, tais como: telefonia móvel e fixa,
satélites, internet e etc. Estes meios permitem que bilhões de dólares sejam transferidos
entre os mais variados países do mundo em um único dia. Por meio de um mouse uma
pessoa pode investir milhões de reais em qualquer parte do mundo, isso é um exemplo
claro de fluxo de capital.
Operações dessa natureza são efetuadas entre distintos países quase que em
tempo real, isso é possível entre nações integradas no mercado financeiro internacional.
Em minutos vultosos negócios sucedem e inúmeros outros são abertos, envolvendo um
grande volume de capital (dinheiro), sendo que estas negociações movimentam no
planeta em um único dia aproximadamente 1 trilhão de dólares.
O lugar onde grande parte dessas negociações ocorre é nas bolsas de valores
espalhadas por diferentes pontos do planeta, e essas se encontram interligadas.
Atualmente, as principais bolsas estão localizadas em cidades de países desenvolvidos,
entre as quais podemos destacar: Nova Iorque (Estados Unidos), Londres (Inglaterra),
Paris (França) e Tóquio (Japão). Além daquelas localizadas em países em
desenvolvimento, tais como: São Paulo (Brasil) e Buenos Aires (Argentina). Incluindo
ainda nações subdesenvolvidas industrializadas, como: Jacarta (Indonésia) e Seul
(Coréia do Sul).
Estas cidades abrigam também sedes administrativas ou filiais de
multinacionais, principais bancos e instituições financeiras, entre outras de renomes
internacionais. Ou seja, estas cidades são centros financeiros, incluídas na rota global de
capitais, geralmente as mesmas possuem o “status” de cidades globais ou mundiais.
Além disso, a globalização dos mercados financeiros internacionais deixou
clara a importância dos investidores internacionais na formação da dinâmica dos fluxos
de capitais. Estes investidores em muitos casos deixam de aplicar recursos em seus
mercados locais, para aplicar estes mesmos recursos em países que possam oferecer
remuneração mais atrativa. Mesmo considerando que estes são investimentos de maior
risco, o portfólio destes investidores fica sujeito á graus menores de volatilidade em
função da diversificação de seus ativos.
Estes investidores buscam alavancarem sua rentabilidade por meio de
investimentos em países emergentes, transformando estes capitais em voláteis e
sensíveis á conjuntura internacional. Porém, a entrada de investidores internacionais na
economia trás consigo efeitos positivos e negativos, dos quais podem-se destacar:
Positivos
 Possibilidade de financiamento de déficit de governo;
 Aumento nos fluxos de divisa;
 Melhora da imagem internacional do país.
Negativos
 Dificuldade de controlar a fuga de capitais em crises financeiras;
 Maior a preocupação por parte dos investidores em relação às tarefas do governo
e possíveis saídas abruptas de recursos em casos de perda de confiança;
 Incremento descontrolado do fluxo de divisas, que pode gerar desequilíbrio nas
contas do país.
Os principais investidores globais são investidores institucionais,
administradores de fundos de investimento. Em grande parte dos casos, os grandes
fundos globais investem em títulos de países que possuem grau de investimento,
deixando apenas um volume de recursos marginal para investimentos em países com
notas especulativas. Porém, existem fundos elaborados especificamente para
investimentos em países considerados mais arriscados, em busca de maior rentabilidade
para seus ativos.
É tradicional neste mercado a adoção de índices de benchmark, para a
performance dos fundos. Os fundos globais aplicadores nos mercados emergentes em
geral adotam índices que refletem o comportamento de preços nestes mercados, tais
como o MSCI EM (Morgan Stanley Capital International for Emerging Markets).
Considerando apenas os países pertencentes à Americana Latina, estes investidores
adotam o índice MSCI América Latina.

3. FLUXOS DA SOCIEDADE GLOBAL


Os avanços promovidos pela Revolução Técnico-Científica Informacional
acarretaram uma maior expansão do sistema capitalista pelo mundo, transcendendo
todas as suas fronteiras e ampliando os seus horizontes de ação. Assim, consolidou-se o
processo de globalização – visto, por muitos, como uma mundialização, que permitiu a
instauração da chamada “Aldeia Global”.
A globalização, sob vários aspectos (econômico, político, urbano, territorial
etc.), atua por meio da consolidação de um sistema informacional, que se estrutura a
partir da formação de redes geográficas, ou seja, por um sistema interconectado de
pontos e ligações entre eles. A partir disso, podemos entender a relação de nós
interconectados entre si ou a composição de fixos e fluxos que estruturam a economia
mundial. De toda forma, o processo de globalização seria inimaginável se não houvesse
os fluxos internacionais que estruturam a sua existência.
Entende-se por fluxos da sociedade global a cadeia interconectada entre as
diferentes partes do mundo que permite a circulação – nem sempre livre – de elementos
econômicos, informações e pessoas. Portanto, os fluxos podem ser considerados, em
muitas abordagens, como a materialização da globalização no espaço geográfico.

3.1 FLUXOS ECONÔMICOS


Os fluxos econômicos na sociedade global apresentam-se por meio do
deslocamento de capitais, empresas, mercadorias e investimentos. Com os avanços
proporcionados no âmbito dos meios de transporte e comunicação, a economia
mundializou-se e passou a integrar todas as diferentes partes do mundo, embora de
maneira desigual e hierárquica.
Não obstante, os principais fluxos que acontecem no âmbito atual do
Capitalismo Financeiro e Informacional são os de capitais. Todos os dias uma
quantidade muito grande de dinheiro circula em todo o mundo na forma de bits de
computador, sem, na maioria dos casos, materializar-se totalmente. Na verdade, estima-
se que a maior parte de todo o capital existente não se encontre mais na forma de
dinheiro impresso.
Os chamados “capitais especulativos” encontram-se no centro desse processo.
Muitas vezes, os investidores preferem concentrar-se em títulos, juros de dívidas
públicas e privadas, ações e outros para valorização e posterior arrecadação. Com isso, o
retorno é mais rápido, embora a ausência de investimentos na produção proporcione
uma série de prejuízos em termos internacionais.
A circulação de “capitais produtivos” também é bastante relevante para a
economia global. Ela ocorre por meio de investimentos em determinados setores da
atividade econômica, tais como fábricas, comércios, lojas etc. Outra forma é o
deslocamento das próprias empresas, que migram para países onde os fatores
locacionais são mais vantajosos. Em algumas indústrias de empresas multinacionais, a
produção é dividida em várias fábricas, cada uma localizada em uma parte do mundo,
com a montagem acontecendo em um local igualmente distinto.

4. MOODY´S: FUNDAÇÃO E DEFINIÇÃO


A Moody's Investors Service é uma agência de avaliação de risco de crédito,
provendo análises sobre diversos títulos públicos e/ou privados emitidos por grandes
corporações e por governos municipais, estaduais e federais.
A empresa foi fundada por John Moody em 1909 na Cidade de Nova Iorque
com o propósito de produzir manuais de estatísticas relacionadas a ações e títulos
emitidos por companhias de capital aberto. Em 1975, a empresa passou a ser
reconhecida internacionalmente como uma das três maiores agências de classificação de
risco de crédito do mundo.
A Moody's é uma das mais tradicionais agências de classificação de risco de
crédito do mundo. Especializada em qualificar determinados produtos ou ativos
financeiros emitidos por empresas ou por governos, a Moody's avalia, atribui notas e
classifica esses agentes emissores de títulos públicos (governos) e de títulos privados
(empresas) quanto ao grau de risco de não pagamento de suas dívidas dentro do prazo
fixado.
A Moody's é uma das três maiores companhias do mundo nesse segmento, ao
lado da Fitch Ratings e da Standard &Poor's.

4.1 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E CRÉDITO DA MOODY´S


A Moody's classifica todos os países do mundo, e suas empresas mais
relevantes, em dois grandes grupos: aqueles que possuem grau especulativo e aqueles
que possuem grau de investimento.
Dentro de cada um desses dois grandes grupos, são atribuídas notas quanto ao
risco de crédito, também conhecidas como ratings. No sistema de classificação de risco
de crédito adotado pela Moody's, a nota mais baixa de todas é a C, considerada de alto
risco de inadimplência, seguida de Ca, Caa3, Caa2 e Caa1. Logo em seguida, há o
grupo de notas com grau de especulação, em ordem crescente: B3, B2, B1, Ba3, Ba2 e
Ba1. Depois, o grupo de maior qualidade e menor risco de investimento completando a
escala, em ordem crescente: Baa3, Baa2, Baa1, A3, A2, A1, Aa3, Aa2, Aa1 e Aaa. As
três primeiras notas do grupo com grau de investimento são consideradas categorias
medianas de investimentos. A taxonomia, os critérios de classificação e os ratings
atribuídos pela Moody's apresentam algumas diferenças em relação às outras agências
assemelhadas.
A Moody's denota como Aaa os ativos da mais alta qualidade, com o menor
grau de risco de investimento. Já os ativos classificados como Aa (Aa1, Aa2 e Aa3),
também são de alta qualidade, com risco de crédito muito baixo, mas com certa
susceptibilidade a riscos de longo prazo um pouco maior do que aqueles classificados
como investimento prime. Por sua vez, a Moody's classifica como A (A1, A2 e A3),
aquelas obrigações com grau de qualidade médio-alto, sujeitas a baixo risco de crédito,
mas que apresentam elementos que sugerem uma considerável susceptibilidade a longo
prazo. Por fim, a Moody's classifica como Baa (Baa1, Baa2 e Baa3), aqueles títulos com
risco de crédito moderado e que não possuem alguns elementos de proteção que podem
vir a fazer falta futuramente.
A Moody's também atribui à qualificação grau especulativo (high yield ou
junk) para aqueles que possuem grau de risco acima do nível aceitável. Recebem a
classificação Ba (Ba1, Ba2 e Ba3), aquelas obrigações que apresentem questionável
qualidade de crédito. Por sua vez, a Moody's classifica como B (B1, B2 e B3), os ativos
especulativos, sujeitos a alto risco de crédito e que seja, geralmente, pobre qualidade de
crédito. Já os títulos de qualidade extremamente baixa e que sejam sujeitos a risco de
crédito muito alto, são classificados pela Moody's como Caa (Caa1, Caa2 e Caa). A
Moody's classifica ativos como Ca e C quando apresentam características altamente
especulativas, com altíssimo risco de não honrarem com suas obrigações.

4.2 RATING NA ESCALA NACIONAL


Os Rating´s em Escala Nacional da Moody´s (NSRs) são avaliações relativas
da idoneidade creditícia dentro de um grupo restrito, quando comparado com o universo
total das entidades classificadas pela Moody’s, e são, portanto, diferentes dos rating´s
na escala global da Moody’s. O grupo de NSR costuma se limitar àqueles emissores
ativos dentro de um único mercado doméstico de capitais. Esses emissores podem ser
empresas domésticas, subsidiárias ou filiais de bancos ou empresas estrangeiras, ou
mesmo emissores offshore, registrando títulos de dívidas por vendas dentro de um dado
mercado de capitais. Em alguns mercados domésticos, os títulos podem ser oferecidos
tanto na moeda nacional quanto na moeda estrangeira. Os Rating´s na Escala Nacional
podem ser atribuídos a qualquer obrigação de dívida oferecida dentro de um mercado
doméstico de capitais, denominada ou não na moeda local relevante, com todos os
elementos de risco de crédito apropriados inclusive transferibilidade e conversibilidade
incluídas no rating.

4.3 CÓDIGOS DE CONDUTA DA MOODY´S


Os mercados financeiros devem ser eficientes e justos para todos os
participantes. Nesses mercados, as agências de rating de crédito desempenham um
papel importante. A Moody’s Investors Service (“MIS”) emite opiniões, sob a forma de
ratings de crédito e pesquisas relacionadas, sobre a capacidade de crédito de Emissores
de valores mobiliários e títulos, e suas obrigações financeiras.
Nossos rating´s de crédito são opiniões prospectivas que procuram medir a
perda relativa de crédito. Ou seja, os rating´s prevêem a probabilidade de não
pagamento de um título e a severidade estimada da perda caso esse evento ocorra. Dada
a vasta quantidade de informações disponíveis aos investidores atualmente – algumas
valiosas, outras não — a MIS auxilia investidores e terceiros a filtrá-las e a analisar os
riscos de crédito a que estarão sujeitos ao concederem empréstimo a um tomador
específico ou ao comprarem títulos representativos de dívidas ou títulos assemelhados
de dívida de um Emissor.
Com relação a instrumentos de dívida negociados publicamente, a MIS
disponibiliza aos investidores, mundialmente, de modo atualizado, nossos rating´s de
crédito de forma pública e gratuita. Com o objetivo de ampliar a compreensão e a
confiança do mercado em seus rating´s de crédito, a MIS adotou este Código de
Conduta Profissional (o “Código da MIS” ou o “Código”). Por meio deste Código, a
MIS procura proteger a integridade do processo de rating, a fim de garantir que
investidores e Emissores sejam tratados de maneira justa, e de salvaguardar as
informações confidenciais fornecidas pelos Emissores.
Para usar os rating´s da MIS de maneira eficaz, o mercado deve ser informado
tanto acerca dos seus atributos quanto de suas limitações. É de responsabilidade da
Moody´s ser o mais transparente possível no que se refere às metodologias analíticas
adotadas, políticas e práticas de rating e histórico de desempenho geral.
4.4 METODOLOGIA MOODY´S
As Metodologias de Rating da Moody´s têm o objetivo de fornecer uma
ferramenta de referência que possa ser utilizada na avaliação de perfis de crédito dentro
de um dado setor ou linha de negócios, ajudando os emissores, investidores, e outros
participantes do mercado a compreender como as principais características qualitativas e
quantitativas de risco podem afetar os ratings. Cada metodologia explica a abordagem
da Moody’s para avaliação do risco de crédito em diferentes linhas de negócios.
Portanto, estas metodologias não incluem um tratamento exaustivo de todos os fatores
refletidos nos rating´s da Moody’s, mas deve permitir ao leitor compreender as
principais considerações e índices financeiros utilizados para se derivar os rating´s.
Um rating é uma nota que as agências internacionais de classificação de risco
de crédito atribuem a um emissor (país, empresa, banco) de acordo com sua capacidade
de pagar uma dívida. Serve para que investidores saibam o grau de risco dos títulos de
dívida que estão adquirindo.
Em geral, são três grandes níveis: grau de investimento (país seguro de
investir), grau especulativo (risco de inadimplência) e default (quando o país declara
moratória).
Essas notas influenciam decisões de investimentos no mercado internacional e
a tendência é que, ao receber a classificação, o país atraia mais recursos estrangeiros.
Além disso, cai o custo do governo e até mesmo o de empresas privadas para captar
recursos no exterior.

5. MOODY´S BRASIL
A Moody’s América Latina (Moody’s Brasil) presta serviços de rating da mais
alta qualidade aos investidores e emissores do Brasil desde 1997. Hoje, a Moody’s
atribui ratings a centenas de emissores corporativos, estruturados e financeiros. Os
analistas da Moody’s Brasil cobrem uma variedade de setores, incluindo bancos,
seguradoras, gestores de recursos, empresas dos mais diversos setores, companhias de
infraestrutura e projectfinance, além de operações estruturadas.
A Moody’s oferece ao mercado financeiro brasileiro diversos produtos e
serviços, incluindo análises de crédito, relatórios especiais, metodologias de rating,
conferências e teleconferências. A experiência da Moody’s, tanto local como
globalmente, permite que os produtos e serviços sejam adaptados para atender às
necessidades de seus clientes, ao mesmo tempo em que garante rating´s
internacionalmente consistentes.

5.1 RATING NO BRASIL DE ACORDO COM A MOODY´S


Segundo Rezende, Fagundes e De Lorenzo (2018), a agência de classificação
de risco Moody´s reafirmou o rating Ba2 do Brasil e alterou a perspectiva de negativa
para estável, em um comunicado divulgado dia 09 de abril de 2018. A Moody´s espera
que o novo governo brasileiro aprove as reformas fiscais necessárias para estabilizar as
métricas de dívida no médio prazo.
O Brasil contínua dois degraus abaixo do grau de investimentos,espécie de selo
de bom pagador dos países.
Problemas:
 Custos econômicos e políticos do não cumprimento do teto de gastos;
 Reforma previdenciária.
De acordo com Moody´s, embora a consolidação orçamentária seja gradual, ela
irá continuar sendo apoiada por poupanças de despesas correntes de reformas de
segurança social e receitas mais fortes resultantes de uma recuperação robusta.
Já o ambiente de baixa inflação e de taxa de juros em queda “também terá
impacto positivos nas contas fiscais e na dinâmica da dívida”. Com este possível
cenário no radar, a Moody´s aponta que o déficit fiscal deve diminuir, gradualmente, de
7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 para 7,0% do PIB em 2018-2019,
enquanto o saldo primário permanente entre 1,5% e 2,0% do PIB.
Outra projeção da Moody´s e que “apesar de um aumento gradual da relação
dívida PIB, a carga de fluxos do governo irá se estabilizar”. De acordo com a agência, a
dívida pública atinja 76% do PIB até este ano (2019) e se estabilizar em 82% do PIB até
2022.
A Moody´s espera uma recuperação mais forte na atividade econômica
brasileira. Em um curto prazo, a atividade se recuperando, um maior crescimento é
possível, proporcionando ao governo um mais espaço político para apoiar seus esforços
de reforma.
Com isso, a agência acredita que o PIB brasileiro terá crescimento médio de
2,8% em 2018-2019 e de 2,5% nos anos seguintes. Para a instituição, as perspectivas de
curto prazo serão apoiadas por uma retomada do crescimento do crédito apoiado por
uma política monetária acomodatícia e perspectivas sólidas no mercado de trabalho.
Já a recuperação da demanda doméstica será apoiada pela melhora da
confiança. Sobre a política econômica colocada em prática até o momento, a Moody's
ressalta que as reformas estruturais aprovadas pelo governo do anterior Presidente
Temer desde 2016 "devem apoiar as perspectivas de crescimento do Brasil no médio
prazo".
De acordo com a agência, a reforma trabalhista acrescentou flexibilidade nas
negociações entre empregados e empregadores e várias medidas foram adotadas para
melhorar a facilidade de fazer negócios com foco na redução da burocracia e dos
regulamentos.
Já a decisão de eliminar empréstimos subsidiados do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "melhorará a alocação de crédito e
contribuirá para o desenvolvimento dos mercados de capitais".
A Moody's acredita que "os riscos negativos de crescimento e incerteza em
relação ao impulso de reforma que levou à atribuição da perspectiva negativa ao rating
do Brasil em maio (2018) recuaram". A reafirmação da nota reflete, de acordo com a
agência, as forças de crédito que compensam os indicadores fiscais fracos.
Já os fatores econômicos e institucionais "estão de acordo com os pares
regionais", enquanto a vulnerabilidade externa é "muito baixa" e a consolidação fiscal
"deve continuar".
Abaixo veremos o gráfico representando a posição do Brasil para investimento,
segundo a Moody´s.
Imagem 1: Classificação do Brasil para Investimento Segundo a Moody´s

Fonte: Moody´s/ O Estado de São Paulo. (Disponível em: http://economia.estadao.com.br)

O Brasil possui contrato para classificação de seu risco de crédito com as


seguintes agências: Standard & Poor´s (S&P), Fitch Ratings (Fitch) e Moody´s
Investor Service. Porém, adicionalmente, outras agências internacionais monitoram
regularmente o risco de crédito do país, como a canadense Dominion Bond Rating
Service(DBRS), as japonesas Japan Credit Rating Agency (JCR) e Rating and
Investment Information (R&I), a coreana NICE Investors Service e a chinesa Dagong
Global Credit Rating.
As agências de classificação de risco usualmente atribuem notas para as
dividas de curto e longo prazo, em moeda local e estrangeira. A nota para a emissão de
longo prazo em moeda estrangeira é a mais comumente usada como referência para
definir a classificação de risco do país. As escalas usadas pelas agências podem ser
representadas por letras, números e sinais matemáticos (+ ou -) e normalmente vão de
'D' (nota mais baixa) a 'AAA' (nota mais alta). Tais notas são classificadas, pelos
participantes do mercado, em dois grupos: Grau Especulativo (D até BB+) e Grau de
Investimento (BBB- até AAA). A tabela abaixo representa a classificação de risco do
Brasil segundo estas agências:
Tabela 1: Classificação de Risco da República Soberana do Brasil

Moeda Moeda Última


Agência Perspectiva
Estrangeira Local Alteração
STANDARD e
BB- BB- Estável 07/02/2019
POOR´S
DBRS BB (LOW) BB (LOW) Estável 12/09/2018
FITCH BB- BB- Estável 01/08/2018
MOODY´S Ba2 Ba2 Estável 09/04/2018
JCR BBB- BBB Estável 02/02/2018
R&I BBB- - Estável 01/05/2016
Fonte: Tesouro Nacional (2019).

De acordo com o Tesouro Nacional, apesar de, tecnicamente, os rating´s


soberanos se aplicarem diretamente aos títulos de renda fixa, com implicações
consideráveis sobre seus preços, sua importância se estende além disso. O rating
soberano tem as seguintes implicações:
- À medida que impacta o custo de financiamento do soberano, os rating´s
podem afetar fortemente a flexibilidade fiscal de um governo;
- Na maioria dos casos, os rating´s determinam um teto ou uma referência para
o risco das empresas e do setor financeiro de um país, afetando os custos de
financiamento do setor privado no mercado;
- É determinante para o apreçamento do risco dos empréstimos bancários
(muitos bancos internacionais se baseiam nos rating´s públicos para sua avaliação de
risco) que, por sua vez, afeta os preços das linhas de crédito;
- Serve de guia para investidores institucionais regulados, como fundos de
pensão e companhias de seguro, tendo em vista a alocação de recursos no país;
- O rating soberano, junto com a publicidade associada a ele, serve como
referência comum para investidores estrangeiros e sua disponibilidade de investimento
no país;
- É um componente importante da formação das percepções externas sobre o
risco e suas tendências.
6. O HISTÓRICO DO GRAU DE INVESTIMENTO BRASILEIRO
De acordo com uma matéria publicada G1 em 2018, o Brasil está há mais de 2
anos sem o grau de investimento. A S&P foi a primeira a tirar o selo de bom pagador do
país, em setembro de 2015, ação que foi seguida FITCH E MOODY´S.
Com os rebaixamentos anunciados neste ano, a nota do Brasil recuou para o
patamar de 2005. O país conquistou o grau de investimento pelas agências
internacionais FITCH RATINGS e STANDARD e POOR´S pela primeira vez primeira
vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela MOODY´S. Abaixo, o gráfico
que representa este histórico, segundo a agência Moody´s:
Imagem 2: Histórico do Grau de Investimento no Brasil:

Fonte: G1 Economia (2018).


A seguir a tabela 2, mostrará o significado de cada classificação.
Tabela 2: Notas das Agências e Seus Significados:
Fitch Moody´s Standard e Significado das Notas
Ratings Poor´s
AAA Aaa AAA Grau de investimento com qualidade e
AA+ Aa1 AA+ baixo risco.
AA- Aa2 AA
A+ Aa3 AA-
A A1 A+
A- A2 A
A3 A-
BBB+ Baa1 BBB+ Grau de investimento, qualidade média.
BBB Baa2 BBB
BBB- Baa3 BBB-
BB+ Ba1 BB+ Categoria de especulação, baixa
BB Ba2 BB classificação.
BB- Ba3 BB-
B B1 B+
B- B2 B
B3 B-
CCC Caa1 CCC+ Risco alto de inadimplência e baixo
CC Caa2 CCC interesse.
C Caa3 CCC-
RD Ca CC
D C D
Fonte: Elaborado pelos Atores (Moody´s, Standard e Poor´s, Fitch; 2019).

REFERÊNCIAS
G1. Fitch rebaixa nota do Brasil e país fica mais longe do selo de bom pagador.
Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 07 de Abril de 2019, às 09h00.
Rating. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/entenda-que-um-rating-
para-que-ele-serve-10238064>. Acesso em: 03 de Abril de 2019, às 11h30.
MOODY´S. Disponível em: <https://www.moodys.com/pages/default_br.aspx>. Acesso
em: 03 de Abril de 2019, às 11h00.
REZENDE, Victor; FAGUNDES, Mateus; DE LORENZO, Francine. Moody´s
mantém rating do Brasil e muda perspectiva para estável. O Estado de S. Paulo.
2018. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br>. Acesso em: 07 de Abril de
2019, às 08h00.
TESOURO NACIONAL. Disponível em: <HTTP://www.tesouro.gov.br>. Acesso em:
07 de Abril de 2019, às 08h30.

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