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1. INTRODUÇÃO

A sociedade tem passado por profundas transformações que atingem os mais variados
sectores. Dentre essas mudanças, que ocorreram com maior intensidade a partir das últimas
décadas do século XX, destaca-se aquela que diz respeito ao valor e poder da informação. Seu
efeito foi tão expressivo, que hoje se vive na chamada “Sociedade da Informação”, onde o uso
estratégico e eficaz da informação é factor de vantagem competitiva e gerador de novos
conhecimentos (OLIVEIRA, 2005).
O profissional da informação da actualidade precisa possuir um perfil inovador
impulsionado pelas transformações ocorridas continuamente na sociedade da informação,
buscando um aperfeiçoamento de seus conhecimentos, dando continuidade a sua formação
académica adquirindo novos conhecimentos e actualizando os existentes.
Em face dessa realidade, os profissionais da informação tornaram-se essenciais, pois são
os responsáveis pela disponibilização de informações capazes de agregar valor às actividades das
organizações. Nesse contexto, “o profissional de informação, deve estar apto a exercer esse
relevante papel, na medida em que busca, selecciona, organiza, divulga e dissemina a
informação, (…)” (GUIMARÃES, 2000). Como essa preparação inclui “actualização e
direcionamento da conduta profissional, o seu perfil tem evoluído de acordo com as exigências
do mercado de trabalho e também de acordo com os desafios do momento” (SANTOS 2000, p.
113). Ainda de acordo com Santos (2000) o Profissional da Informação deve ter como perfil: a)
Ser um especialista na área de conhecimento que actua; b) ser um profundo conhecedor dos
recursos informacionais disponíveis; c) ser um gerente efectivo; d) ter domínio das técnicas do
tratamento da documentação; e) ser um líder para enfrentar as mudanças e suas consequências.
Actualmente, podemos destacar algumas qualificações fundamentais necessárias ao
profissional para a formação do seu perfil profissional propostos por Martins (2004), tais como:
a) Domínio das tecnologias de informação; b) aquisição de mais de um idioma; c) capacidade de
comunicação e de relacionamento interpessoal; d) capacidade e administrativa; e) administração
estratégica; f) educação continuada; g) planeamento estratégico; h) adaptabilidade social; i) visão
interna e externa do ambiente; j) gestão participativa envolvendo todos os funcionários da
unidade de informação; k) tomada de decisões compartilhadas; l) trabalhar em equipa de forma
globalizada e regionalizada; m) deve ser participativo, flexível, inovador, criativo, delegar
poderes facilitando a interacção entre os níveis hierárquicos e a comunicação entre eles.
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O presente trabalho de pesquisa tem como objectivo identificar o perfil dos profissionais
de informação que actuam no Centro de Documentação e Informação Agrária, a sua formação,
forma de actualização, competências e habilidades.
De acordo com Tessitore 1 (2003) apud Moreiro Gonzalez e Mangue (2014), o Centro de
Documentação:

[…] representa uma mescla das entidades anteriormente caracterizadas, sem se


identificar com nenhuma delas. Reúne, por compra, doação ou permuta,
documentos únicos ou múltiplos de origens diversas (sob a forma de originais ou
copias) e/ou referencia sobre uma área especifica da actividade humana. Esses
documentos e referencias podem ser tipificados como de arquivo, biblioteca e/ou
museu.

Ainda de acordo com Moreiro Gonzalez e Mangue (2014), “a função dos centros de
documentação abrange algumas actividades próprias da biblioteconomia, da arquivística e da
informática, sendo o seu campo bem maior, exigindo especialização no aproveitamento de
documentos de toda espécie”. Por tanto, um centro de documentação centra-se pura e
simplesmente na informação, seja ela bibliotecária ou arquivística.
O Centro de Documentação e Informação do Sector Agrário (CDA) é uma unidade de
informação localizada na cidade de Maputo e, foi criado pelo Diploma Ministerial n˚3/88 de 06
de Janeiro, como instituição subordinada ao Ministério da Agricultura de Moçambique,
responsável pela implementação e operação de um sistema nacional de documentação e
informação agrária. O CDA tem como objectivo dar a conhecer aos profissionais do sector
agrário a informação e documentação existente em Moçambique, sobre a agricultura e áreas afins
e, facilitar o acesso a essa informação e documentação, em função das necessidades desses
mesmos profissionais.
Foram várias as dificuldades enfrentadas para a realização deste estudo, a começar pela
escassez da bibliografia na área de Ciência de Informação em Moçambique, na qual tivemos que
recorrer em grande medida a periódicos electrónicos em sites online com maior enfoque às
Brasileiras, o outro factor prende-se com o facto de muitos funcionários públicos em
Moçambique, ainda se manterem fechados, reservando-se a não responder os questionários ou,
respondendo uma e deixando outra questão, alegadamente porque deve-se manter o sigilo
1
TESSITORE, V. Como implantar centros de documentação. São Paulo: Arquivo de Estado, Imprensa Oficial do
Estado, 2003.
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profissional, o que acaba interferindo de certa maneira no alcance de bons resultados de


pesquisas.
Para fins desta pesquisa, o termo Bibliotecário é utilizado como sinónimo de Profissional
da Informação para permitir a reunião de todos os profissionais ligados à informação
(documentalistas, bibliotecários e arquivistas) num único conceito, pelo facto de a pesquisa
incidir sobre profissionais que actuam em um centro de documentação e informação, onde sem
dúvida podem actuar os três tipos de profissionais acima mencionados; para além de que a
própria literatura ainda não possui um consenso definido acerca do conceito de Profissional da
Informação.
O presente trabalho de pesquisa divide-se em 7 capítulos a saber: Capitulo 1 – Introdução,
Problema de pesquisa, Objectivos, Justificativa; Capitulo 2 - Referencial Teórico, Capitulo 3 –
Metodologia; Capitulo 4 – Análise e Interpretação de Dados; 5-Considerações finais; 6 -
Referências Bibliográficas e Capitulo 7 - Apêndice.

1.1 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho de pesquisa foi elaborado a partir da necessidade de um estudo,


acerca dos profissionais de informação que actuam no Centro de Documentação e Informação
Agrária. A preferência pela escolha do assunto se deve à sua capital importância na definição do
perfil do profissional de informação na actual sociedade moçambicana. O exercício desta
profissão exige que o profissional tenha um perfil demandado pelo actual mercado na qual o
domínio das TIC’s é imprescindível para que as informações sejam actuais, precisas, relevantes e
completas.
É essencial que o profissional de informação redefina alguns conceitos, aprimore e
actualize seu currículo, assuma uma postura mais agressiva e inovadora, seja flexível para
interagir com as mudanças que estão ocorrendo e esteja atento a evolução das Tecnologias da
Informação.
Diante disso, este estudo justifica-se pelo facto de que contribuirá para a área da Ciência
da Informação em Moçambique, na medida que permitirá conhecer um pouco mais sobre os
profissionais que actuam nos Centros de Documentação e Informação moçambicanas e contribuir
nos estudos sobre os novos desafios, posturas e perspectivas do profissional da informação na
actual sociedade de informação.
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1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Diante das transformações socioeconómicas e do avanço das tecnologias de informação e


comunicação, a sociedade moderna tem demandado um profissional de informação com
habilidades de investigação - busca de soluções, habilidades do raciocínio lógico, buscando
sempre o novo a partir do conhecido, sem que os seus conhecimentos fiquem estagnados,
acompanhando assim as evoluções e exigências da sociedade moderna. Perante este novo perfil
do profissional da informação que também deve estar ligado à interdisciplinaridade, a
especialização, ao conhecimento da teoria da informação e de técnicas e habilidades gerenciais,
de adaptabilidade em relação às novas transformações aos seus usuários e preparação básica
sólida, quando olhamos para área da informação nas unidades de informação em Moçambique,
eis que surge-nos a seguinte questão: Qual é o perfil do profissional da informação do Centro de
Documentação e Informação Agrária (CDA)?
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1.3 OBJECTIVOS

1.3.1 OBJECTIVO GERAL

− Descrever o perfil do profissional da informação do Centro de Documentação e


Informação Agrária.

1.3.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

− Identificar os dados pessoais dos profissionais de informação que actuam no Centro de


Documentação e Informação Agrária;

− Verificar o nível de formação dos profissionais de informação que actuam no Centro de


Documentação e Informação Agrária;

− Verificar a actuação, competências e habilidades dos profissionais de informação que


actuam no CDA tendo em conta as demandadas pela actual sociedade de informação.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo visa fornecer o suporte teórico para a presente pesquisa. O referencial
teórico apresenta os principais conceitos elaborados por autores especialistas nos assuntos
relacionados com o tema em pauta, tais como: o profissional de informação, formação do
profissional de informação, perfil do profissional de informação tradicional, perfil do profissional
de informação moderno, competências e habilidades, actuação e mercado de trabalho.

2.1 PROFISSIONAL DE INFORMAÇÃO

A expressão “profissional da informação” está agregada à chamada sociedade da


informação ou sociedade do conhecimento que segundo Targino (2000), caracteriza-se pelo
destaque dado à informação e ao seu acesso, além de estar ligada ao sector quaternário da
economia com principal característica de possibilidade de acesso e utilização da informação e
conhecimento. Segundo Dutra e Carvalho (2006), o profissional de informação actua na colecta,
tratamento, recuperação e disseminação da informação, bem como em actividades
administrativas. De forma tradicional, é visto como um sistematizador de acervos, como
responsável por processos de busca e recuperação de informações e como um filtro que
selecciona o que é relevante e pertinente à necessidade de informação de seu usuário.
De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) de 2002, os profissionais
de informação: “Trabalham em bibliotecas e centros de documentação e informação na
administração pública e nas mais variadas actividades do comércio, indústria e serviços, com
predominância nas áreas de educação e pesquisa.” Cabe destacar que, a CBO de 2002 é um
indicador das ocupações existentes no mercado de trabalho brasileiro e constitui-se em uma
importante fonte de informação para a elaboração de dados estatísticos nacionais (SANTOS;
NEVES; JOB, 2004).
A mesma classificação descreve as seguintes actividades inerentes aos profissionais de
informação: (a) disponibilizar informação em qualquer suporte; (b) gerir unidades, redes e
sistemas de informação; (c) tratar tecnicamente recursos informacionais; (d) desenvolver recursos
informacionais; (e) disseminar informação; (f) desenvolver estudos e pesquisas; g) prestar serviço
de assessoria e consultoria; (h) realizar difusão cultural; (i) desenvolver acções educativas; (j)
demonstrar competências pessoais (BRASIL, 2002).
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Esta profissão sofreu mudanças devido a inovações tecnológicas e a alterações nos


períodos históricos. Porém, em nenhum momento a necessidade do objecto de trabalho do
profissional de informação foi extinto, de modo que a sociedade não prescinde de serviços
relativos à descrição de suportes ou registo informacionais, análise temática, difusão e
recuperação da informação. O que realmente houve foram exigências de inovação e incorporação
de novos instrumentos, durante boa parte do século XX (SOUZA, 2001).

2.2 FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE INFORMAÇÃO

Para as diversas funções exercidas numa unidade de informação é necessário, um


conjunto de habilidades e competências, unificadas com a elaboração de políticas de gestão, as
quais terão um bom desempenho profissional das actividades desenvolvidas.
Walter (2008)2 e Silva e Ribeiro (2004)3 citados por Moreiro Gonzalez e Mangue (2014),
sustentam que “a ideia da profissionalização de algumas profissões, entre elas, a de bibliotecário
e a de arquivista, remonta aos meados do séc. XIX”.
Ainda de acordo com Silva e Ribeiro (2004)4 citados por Moreiro Gonzalez e Mangue
(2014, p.14):

a afirmação profissional na área da documentação/informação, sustentando por


uma formação específica, teve início em meados de Oitocentos, sendo nas
instituições nacionais devotadas à conservação das espécies bibliográficas e
arquivísticas que essa mesma formação começou a ser ministrada. As bibliotecas
e os Arquivos Nacionais constituíam os centros privilegiados para formar, pela
via da experiencia pratica, os profissionais destinadas a desempenhar funções
biblioteconómicas e arquivísticas, que, à época, tinham por objectivo essencial
auxiliar os investigadores na identificação das fontes necessárias aos seus
estudos.

Ao longo da segunda metade do século XX, a explosão da informação científica e técnica


e da informação administrativa no contexto das mais diversas organizações, associada ao
desenvolvimento da informática, veio provocar mudanças estruturais, quer ao nível da profissão,
2
WALTER, M. Bibliotecário no Brasil: representação das profissões. 2008. 345f. (Doutorado em Ciência da
Informação e Documentação, Universidade de Brasília, 2008)
3
SILVA, A. M. da; RIBEIRO, F. Formação, perfil e competências do profissional da informação. In CONGRESSO
NACIONAL DE BIBLIOTECARIOS; ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS, 8, Estoril, 2004.
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Idem.
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quer no que toca à formação, quer ainda do ponto de vista disciplinar (afectando a Arquivística, a
Biblioteconomia, a Documentação e potenciando a emergência da Ciência da Informação). A
crise do paradigma tradicional, centrado no objecto “documento” e numa lógica custodial e
tecnicista, voltada essencialmente para as questões do tratamento técnico e da recuperação da
informação – numa perspectiva redutora que aliena as problemáticas relativas ao contexto
orgânico de génese ou produção da informação e aos comportamentos psico-sociológicos
inerentes ao uso ou pesquisa – potenciou uma mudança paradigmática, perceptível sobretudo
através da investigação e literatura produzidas nos meios universitários, a qual ainda se encontra
em curso e em consolidação (GUIMARÃES, 1997).
Os tempos actuais são, pois, de crise e de mudança e a diversidade dos perfis
profissionais e dos modelos formativos, é um sinal inequívoco do sincretismo do paradigma
dominante. A literatura sobre a mudança que está em curso, no que toca às competências e ao
perfil do profissional da informação, é abundante e os estudos relativos à formação requerida
para o exercício da profissão, em todas as suas múltiplas vertentes, são também em número
significativo, o que traduz a preocupação em adaptar o ensino aos novos desafios postos pela
tecnologia, ou como é já vulgar dizer-se, resultantes da Sociedade da Informação.
De um modo geral, as associações profissionais ou as instituições responsáveis pela
formação têm procurado, de há alguns anos a esta parte, organizar debates de variado tipo sobre a
questão dos perfis e das competências profissionais e a tónica dominante é a de se reconhecer a
inevitabilidade da mudança e a necessidade imperiosa de renovar a formação.
Ao final da década de 80 e início da década de 90, diante da globalização de mercados e
da realidade das novas tecnologias, surge um novo conceito mais abrangente de profissional, o
chamado Profissional da Informação (GUIMARÃES, 1997). Nesse momento, ele se torna o
“Moderno Profissional da Informação”. Nesta mesma década, surgiram as Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) exigindo uma tomada de postura por parte desses
profissionais. Dessa forma, ou enfrentava-se as novas tecnologias assumindo um novo perfil
profissional, ou ficava-se a mercê dos acontecimentos e do risco da perda de espaço no mercado
de trabalho. Ademais, na velocidade com que as coisas aconteciam, ao profissional cabia boa
parte da responsabilidade pela sua formação.
As escolas de Biblioteconomia, por sua vez não poderiam ficar responsáveis por uma
formação tão abrangente e diversificada. Era necessário um processo de formação orientado não
somente para “o fazer”, mas para o “pensar como fazer”. Os novos tempos exigiam uma
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adequação do ensino na universidade. O ensino deve ser analisado numa perspectiva mais ampla,
mais social, não deve se limitar às salas de aula, mas se embrenhar em todas as facetas da vida.
Os professores, “ […] não ensinam, mas contribuem para a construção do conhecimento do aluno
são co-participes dessa construção” (ALMEIDA JÚNIOR, 2002, p. 147).
Hoje, as universidades estão buscando redefinir seu compromisso político-social a fim de
formar profissionais crítico-reflexivos centrando suas acções nos princípios da cidadania. Por
isso, são exigidas das Instituições de Ensino Superior, releituras nas formas de pensar, sentir e
actuar sobre a Sociedade da Informação.
A CBO de 1994, não utilizava a denominação profissional da informação, apenas
bibliotecário, biblioteconomista, e bibliotecônomo. Porém, na versão da CBO de 2002, passou-se
a utilizar profissionais de informação formando uma família que compõe: Bibliotecário,
Documentalista e Analista de Informações. Nesta classificação, o profissional da informação
tinha como sinónimos: Biblioteconomista, Bibliógrafo, Cientista da Informação, Consultor de
Informação, Especialista de Informação, Gerente de Informação e Gestor de Informação
(BRASIL, 2002, on-line).
Portanto, a profissão passou por grandes transformações mudando o nome e a forma de
agir dos seus profissionais. Assim como a evolução da ciência e da técnica ocorreu de forma tão
rápida que trouxe mudanças muito significativas na vida, no trabalho, na comunicação e na
quantidade de informações circulantes. É no universo do “saber” e do “saber fazer” que
ocorreram as maiores mudanças. Miranda e Solino (2006) nos ensinam que, para ser um actor
efectivo na Sociedade do Conhecimento, cada indivíduo deve saber traduzir o conhecimento em
informação útil para o desenvolvimento da sociedade.
Para o caso de formação de profissionais de informação em Moçambique, “ só a partir da
década 90 a Ciência da Informação começa a sair do estado de letargia no qual estava
mergulhada, época em que, de um modo geral, dá – se início a um processo sistemático de
formação de quadros, como um dos resultados da capacitação dos primeiros grupos de
bibliotecários e arquivistas que estudaram em países com alguma tradição nessas
áreas” (MOREIRO GONZALEZ, MANGUE, 2014, p.1).
Ainda de acordo com Moreiro Gonzalez e Mangue (2014):

[…] surge em 1998, o Instituto Médio de Ciências Documentais (CIDOC), sob a


tutela do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa (FBLP), e, em 2009, o
Curso de Graduação em Ciência da Informação [os primeiros estudantes
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finalistas saíram em 2012 e a primeira graduação foi em Maio de 2014, a qual foi
por nos testemunhada] na Universidade Eduardo Mondlane […].

A actualidade demanda mentes questionadoras e imaginativas que devem ser cultivadas


através de uma educação adequada e com conteúdos pertinentes, isso só pode ser adquirido
dentro da formação académica e da educação continuada. Como ensina Valentim (2000, p. 21):
“A actualização contínua do Profissional da Informação – assim como para qualquer outro
profissional que queira ser competente e dinâmico, é fundamental”.
Educação continuada, de acordo com Crespo, Rodrigues e Miranda (2006, p. 3), pode ser
definida como: “[…] as actividades educacionais que têm por objectivo actualizar e desenvolver
o conhecimento e as habilidades profissionais, de forma a permitir ao profissional um melhor
desempenho da sua função”. Conforme Miranda e Solino (2006), a educação continuada visa
corrigir distorções na formação inicial e contribui para o aprendizado permanente das inovações e
transformações que estejam ocorrendo na sociedade. A busca pela educação continuada serve
para o profissional se actualizar, complementar seus conhecimentos e se especializar na área. O
formato pode ser através de leituras, participação em palestras e reuniões que resultam em trocas
de conhecimentos, cursos, seminários, pós-graduação, entre outros. O profissional deve estar
consciente das demandas inerentes à área em que actua, buscando seu aperfeiçoamento e
adquirindo conhecimentos complementares a fim de aperfeiçoar seu desempenho profissional
(CRESPO; RODRIGUES; MIRANDA, 2006).
Por isso, o profissional de informação, precisa trilhar caminhos que o conduzam a uma
melhor qualificação e capacitação, a fim de se manter actualizado e acompanhar as
transformações permanentes do mercado. É imprescindível preocupar-se com sua formação
buscando um aprendizado contínuo integrado à praxis. Deve investir num processo de educação
continuada, iniciando com seu curso de formação profissional, prosseguindo com cursos de
especialização ou cursos de curta duração.

2.3 PERFIL DO PROFISSIONAL DE INFORMAÇÃO TRADICIONAL

A Biblioteconomia, como toda a profissão, carrega na sua essência traços tradicionais que
são incorporados ao longo dos anos. Antigamente, o papel principal do profissional de
informação era vigiar colecções de obras impressas em um determinado espaço.
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No entendimento de Castro (2000b), o perfil do profissional de informação tradicional é


evidenciado por alguns traços, dentre eles destacam-se: atenção demasiada às técnicas
biblioteconômicas, actividades desempenhadas em bibliotecas e centros de documentação,
domínio de outros idiomas, tratamento e disseminação da informação em suportes tradicionais,
utilização tímida das tecnologias, esporádica educação continuada, bom senso e espírito crítico,
pouca participação em políticas sociais, educacionais, científicas e tecnológicas, entre outros.
Com base nesses traços, Martins (2004) divide o perfil do profissional de informação
tradicional em três partes: (a) visto como um preservador: aquele que manipula e organiza a
informação ao invés de disseminá-la; (b) visto como um educador: age como professor,
auxiliando os indivíduos na busca autónoma pela informação e; (c) como agente social: deve ser
comunicador e mediador de informações entre o acervo e o público.
Muitas dessas características são da essência do “ser bibliotecário” e não devem ser
desprezadas ou descartadas. Ocorre que, ele não pode ser visto apenas como um “guardião”,
guardador e conservador de colecções. Dessa forma estará limitado a simples actividades
individuais que exigem apenas conhecimento de organização de bibliotecas e das técnicas para
essa organização.
Barros (1999, p. 4) diz que: “[…] a biblioteca é o que o bibliotecário é, cabendo a ele
somente dar cumprimento do fazer algo, para mudar algo.” Em outras palavras, se o profissional
se caracterizar como passivo e desmotivado, estará entregue à inércia; ao contrário, se for
criativo, activo, transformador e agir em conjunto com o meio onde se insere, estará
proporcionando acesso democrático à informação.
Deve-se perceber que, além do tecnicismo tradicional arraigado na profissão, a sua
actuação perpassa as fronteiras do que está definido e depende de cada um a busca de novos
horizontes profissionais.

2.4 PERFIL DO PROFISSIONAL DE INFORMAÇÃO MODERNO

A partir dos anos setenta do século XX, o desenvolvimento e consagração da Sociedade


da Informação trouxeram, inevitavelmente, novos problemas e novos desafios para os
profissionais das bibliotecas, dos arquivos, dos centros de documentação, dos serviços de
informação. A uma perspectiva tradicional, assente na noção estática de documento (suporte
material estável), começou a contrapor-se ou sobrepor-se uma outra visão, inequivocamente
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centrada na Informação, com consequências múltiplas, quer do ponto de vista disciplinar, quer no
exercício da profissão, traduzindo-se, a este nível, na necessidade de desenvolver competências
mais alargadas e diversas das anteriores.
O novo modelo económico exige um perfil com maior qualificação, envolvimento
emocional e social do trabalhador. O profissional ideal é aquele que tenha comunicação,
flexibilidade, interpretação de dados, integração funcional e a geração, absorção e troca de
conhecimento. Deve ser agente do processo de inovação, ser polivalente e cumprir várias tarefas
(ARRUDA; MARTELETO; SOUZA, 2000).
Castro (2000b), descreve alguns aspectos do moderno Profissional da Informação,
destacam-se os seguintes: actividades desenvolvidas em espaços com necessidade de informação,
tratamento e disseminação da informação em qualquer suporte físico, domínio de outros idiomas,
uso intenso das tecnologias, educação continuada intensa, participação activa em políticas
sociais, educacionais, científicas e tecnológicas.
De acordo com a (ARRUDA; MARTELETO; SOUZA, 2000):

a tecnologia é a principal responsável pelas modificações no perfil desses


profissionais, seguida por elementos de gestão organizacional, intensificação do
trabalho, mudanças de posturas profissionais, aumento de responsabilidade
individual e competitividade. Para ocorrer a ascensão profissional faz-se
necessário: domínio de tecnologias de informação, fluência em mais de um
idioma, boa comunicação, postura gerencial, bom relacionamento interpessoal,
entre outros.

A Biblioteconomia, cada vez mais, diversifica seu universo de actuação, ampliando os


diferentes conhecimentos, competências e habilidades profissionais. A velocidade das mudanças
sócio - económico e culturais, aliada às exigências dos ambientes organizacionais, determina
diferentes perfis profissionais, de modo que, há necessidade permanente de ser pensado e
estruturado harmonicamente o conjunto das atribuições, das funções e das tarefas desempenhadas
(SANTOS; NEVES; JOB, 2004).
Dessa forma, o trabalhador adestrado não preenche os requisitos do novo padrão. A
alteração de perfil é uma exigência latente que aponta para a necessidade de um despertar para a
actuação profissional.
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2.5 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DEMANDADAS PELO MERCADO DE


TRABALHO

Actualmente, o mercado de trabalho está cada vez mais exigente com os profissionais.
Não basta apenas ter uma graduação para ser contratado com um bom salário e cargo. Além da
graduação, as instituições exigem competências que possam unir-se à sua formação profissional.
Amaral (2010) afirma que as competências são formadas por aspectos intelectuais, emocionais e
morais, sendo todos importantes para o desempenho adequado das funções nas quais o
profissional é dito competente. Esta definição indica três dimensões para competência: o “saber”
que é o conhecimento adquirido, o “saber fazer” que são as habilidades e o “saber ser” que são
as atitudes. A competência, segundo Fleury e Fleury (2001) é um saber agir responsável e
reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades,
que agreguem valor económico à organização e valor social ao indivíduo. Portanto, pode-se
entender que a competência é a união do conhecimento, habilidades e, atitudes que o profissional,
de qualquer área, espera possuir.
A Sociedade da Informação e do Conhecimento possuem características que interferem no
trabalho do Profissional da Informação. Dessa forma, é importante estar atento a alguns itens que
constituem em um ponto inicial para uma actuação competente, dentre eles destacam-se: a
informação é um bem comercial; o saber tornou-se um factor económico; a distância e o tempo
entre a fonte de informação e os destinatários deixaram de ter importância; as tecnologias de
informação e de comunicação criaram novos mercados, novos serviços e alteraram a noção de
valor agregado à informação; a recuperação da informação tornou-se mais eficiente; o acesso às
informações armazenadas em vários locais, ficou mais fácil; o usuário da informação tornou-se
um potencial produtor da informação (BORGES, 2004).
Segundo Dutra e Carvalho (2006, p. 185), […] competência significa o somatório de
conhecimentos adquiridos no decorrer da vida, capazes de moldar-se às diversas situações do
quotidiano, para que seja possível reagirmos de modo diferenciado em cada situação, permitindo-
nos uma solução adequada para cada situação, de modo a possibilitar-nos realizar diversas
actividades. E em contrapartida a habilidade pode ser utilizada para inúmeras competências.
Dessa forma, competência é entendida como um conjunto de habilidades e de conhecimentos
teóricos e práticos que um determinado profissional necessita ter para cumprir suas actividades e
oferecer resultados satisfatórios.
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De acordo com Mota e Oliveira (2005) compete ao profissional da informação: (a)


interagir e agregar valor aos processos de geração, transferência e uso da informação, em todo e
qualquer ambiente; (b) criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos
de informação; (c) trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza; (d) processar a
informação registada em diferentes tipos de suporte, mediante a aplicação de conhecimentos
teóricos e práticos de colecta, processamento, armazenamento e difusão da informação; (e)
realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação.
Para Berto (1999) a aquisição dessas competências não se traduz em saberes individuais,
pois esta se localiza em diferentes ambientes onde as pessoas se inserem socialmente ou
profissionalmente. E são as competências deste profissional que irão possibilitar maior integração
entre as suas acções e os seus objectivos voltados para a responsabilidade social.
A CBO de 2002 elenca as seguintes competências pessoais do profissional de informação:
(a) manter-se actualizado; (b) liderar equipes; (c) trabalhar em equipe em rede (d) demonstrar
capacidade de análise e síntese; (e) demonstrar conhecimento de outros idiomas; (f) demonstrar
capacidade de comunicação; (g) demonstrar capacidade de negociação; (h) agir com ética; i)
demonstrar senso de organização; (j) demonstrar capacidade empreendedora; (k) demonstrar
raciocínio lógico; ( l) demonstrar capacidade de concentração; (m) demonstrar pró-actividade; (n)
demonstrar criatividade (BRASIL, 2002, on-line).
Face a grande quantidade de informações, é necessário um profissional qualificado para
organizar e disponibilizar de forma coerente as informações, por isso o principal papel do
profissional de informação hoje é o de gestor da informação. A literatura apresenta vários estudos
acerca das competências requeridas dos profissionais da informação.
O objecto de trabalho e de estudo dos profissionais da informação é a informação. Ela tem
sido amplamente afectada pelas tecnologias de informação que tornaram mais eficientes e eficaz
o processamento, a gestão, a recuperação e a disseminação da informação. Estudo realizado por
Dutra e Carvalho (2006), analisaram as competências e habilidades dos profissionais da
informação frente ao mercado de trabalho actual, marcado pelo uso das TICs buscando traçar o
perfil desse profissional procurado pelas empresas por meio da Internet.
Com o advento dessas tecnologias e a emergência da Sociedade da Informação, a
profissão e seu mercado se transformaram, surgindo novas oportunidades e novas ameaças. Essas
transformações exigem do profissional, flexibilidade e adaptação, por isso ele deve buscar
actualizações constantes, a fim de adquirir habilidades e competências compatíveis com as novas
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demandas, de modo a assegurar sua permanência no mercado actual. (DUTRA; CARVALHO,


2006).
O resultado do estudo constatou que as habilidades exigidas para o Profissional da
Informação, na actualidade, vão além dos conhecimentos técnicos da área, perpassando a fluência
em idioma estrangeiro, domínio de informática, conhecimentos gerenciais e habilidade pessoais.
A pesquisa realizada por Faria et al. (2005), traçou um paralelo entre as competências do
profissional da informação e as actuais exigências das empresas no contexto da sociedade do
conhecimento. Para tanto se baseou nas descrições da CBO de 2002 e nas investigações sobre as
competências essenciais apontadas pelas empresas dos diversos segmentos, a saber: serviços,
indústria, atacadista, telefonia, autarquia e instituição financeira.
Abaixo, segue o quadro que apresenta as competências pessoais do profissional da
informação estabelecida pela CBO de 2002 e as competências correlatas requeridas pelas
organizações:

Quadro 1 - Competências do Profissional da Informação na CBO e suas Correspondências no Núcleo de


Competências exigidas pelas Organizações.
Competências do Profissional da Informação na Competências Requeridas pelas Organizações
Classificação Brasileira de Ocupações (2002)
01 Manter-se actualizado Disposição para mudanças
02 Liderar equipes Liderança
03 Trabalhar em equipe e em rede Afectividade + sociabilidade
04 Demonstrar capacidade de análise e síntese Análise e síntese / ou avaliação
05 Demonstrar conhecimento de outros idiomas Comunicação
06 Demonstrar capacidade de comunicação Comunicação
07 Demonstrar capacidade de negociação Negociação
08 Agir com ética Ética ou liderança
09 Demonstrar senso de organização Organização e planeamento
10 Demonstrar capacidade empreendedora Realização
11 Demonstrar raciocínio lógico Criatividade + outras capacidades cognitivas
12 Demonstrar capacidade de concentração Atenção/ priorização
13 Demonstrar proatividade Antecipar ameaças
14 Demonstrar criatividade Flexibilidade / criatividade
16

Fonte: FARIA, Sueli et al. (2005, p. 30).

Ao final desse quadro comparativo, as autoras constataram que, as competências


estabelecidas pela CBO, convergem para as competências requeridas actualmente pelas
empresas, porém com certas limitações, isto é, o conjunto de competências dos profissionais da
informação não contempla certos aspectos imprescindíveis exigidos pelas empresas, como por
exemplo, a inteligência organizacional.
A pesquisa realizada por Berto e Plonski (1999) demonstrou quais habilidades e
competências preferidas pelas empresas para se trabalhar com a gestão do conhecimento,
destacam-se: capacidade de trabalho em equipa, domínio de tecnologias, flexibilidade,
polivalência, educação continuada intensa, entre outras. Todas essas características elencadas
acima são extremamente importantes para a actualidade, pois possibilitam que os profissionais de
informação trabalharem de forma mais dinâmica com a informação e com os seus usuários. Elas
proporcionam a abertura de novos nichos de mercado e o reconhecimento da importância desse
profissional para a sociedade.
Faz-se necessária a união entre as competências adquiridas durante a graduação, as
competências desenvolvidas a partir das necessidades demandadas pelo mercado em que está
inserido e as competências advindas da experiência. Ademais, esse profissional deve ter
qualificações que agreguem valor ao diploma e atitudes comportamentais, como comunicação
social e pessoal. “Julga-se necessária uma combinação balanceada de conhecimentos técnico-
profissionais e conhecimentos pessoais, pois esse profissional é o intermediário das demandas de
informação de uma organização […]” (FERREIRA, 2003, p. 46).
De acordo com Berto e Plonski (1999) e com o grau de preferência ditado pelas empresas,
as habilidades e competências para se trabalhar com a prática da gestão do conhecimento estão
listadas na Tabela 1.
17

Fonte: Berto & Plonski (1999)

2.6 ACTUAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DE


INFORMAÇÃO NO CONTEXTO ACTUAL

Segundo a CBO de 2002 o profissional da informação trabalha em bibliotecas e unidades


de informação, predomina na área de educação e pesquisa, mas também actua na administração
pública e em actividades do comércio, indústria e serviços.
A globalização trouxe mudanças significativas ao mundo do trabalho, com ela veio o
avanço tecnológico que impactou os vários sectores da sociedade, alterou a noção de espaço e
tempo e possibilitou o compartilhamento de tudo o tempo todo. Inúmeras possibilidades foram se
abrindo, e esse avanço, como ensina Borges (2004, p. 56), “ […] tornou-se ao mesmo tempo
oportunidade e risco”. Por isso, uma conduta de atenção às mudanças e as novas tendências,
começou a ser exigida. Os trabalhadores devem estar atentos e acompanhar as alterações da
economia a fim de mudar a própria qualificação profissional, isto é, buscar uma rápida adaptação
do seu perfil ao mercado, e não o contrário. Ademais, o profissional será valorizado a partir de
seu dinamismo, sua criatividade e seu Empreendedorismo.
18

Com a passagem da “Era do Capitalismo” para a “Sociedade do Conhecimento” o recurso


económico básico não é mais o capital, nem os recursos naturais, nem a mão-de-obra. Esse
recurso é e será: o conhecimento. Os principais grupos sociais da Sociedade do Conhecimento
serão os trabalhadores do conhecimento, pessoas que saberão alocar conhecimento para usos
produtivos. É óbvio que a economia ainda continuará a ser uma economia de mercado e mundial,
porém o que torna o mercado superior é a organização da actividade económica ao redor da
informação (DRUCKER, 1997).
A actuação do Profissional da Informação se relaciona directamente com as mudanças e
transformações que estão afectando seus tradicionais modelos de trabalho. Segundo Miranda
(2000, p. 71 apud BORGES, 2004, p. 63), “ […] O grande desafio do futuro será enfrentar o facto
de que os estoques de informação do porvir serão como arquipélagos, distribuídos em milhares
de pontos presumivelmente acessíveis, mas requerendo para isso um esforço fantástico de
intervenção profissional para sua organização e uso mais adequados”.
O desenvolvimento tecnológico tem exigido das empresas, um amadurecimento em seus
processos e um aprimoramento dos seus serviços e produtos. Isso torna a informação não só
como insumo para controlo, mas também como instrumento importante para a tomada de
decisões e a busca de inovações. Por isso, nesse ramo está ocorrendo uma grande expansão no
mercado. Deve-se levar em conta que, hoje, as profissões da informação carregam como
característica a multiplicidade de funções. Como ressalta Guimarães (1997, p. 126):

[…] se antes a actividade do bibliotecário podia ficar restrita aos limites físicos
de uma biblioteca e de uma colecção, agora o uso difundido da tecnologia a
serviço da informação transpõe barreiras físicas e institucionais.”
Tradicionalmente, a actuação do bibliotecário se resumia as bibliotecas públicas,
escolares, universitárias, especializadas, empresariais, arquivos e centros
culturais”.

Porém, o surgimento das Tecnologias de Informação e Comunicação, ampliou os espaços


e possibilitaram ao Profissional da Informação o desenvolvimento de suas actividades nos mais
diversificados contextos.
Segundo Cunha (2000), há para esses profissionais a existência do mercado de trabalho
tradicional e do mercado de trabalho emergente. Mas os dois mercados não podem ser tratados de
forma separada, haja vista que as profissões da informação têm como característica a variedade e
19

a multiplicidade de funções, de forma que, “[…] parece plausível que um mesmo profissional
realize, ao mesmo tempo, actividades consideradas tradicionais e actividades emergentes”.
(FERREIRA, 2003, p. 45). É aí que reside a diversidade promotora da reconfiguração
profissional.
Souza (2001, p. 3/4), diversidade profissional significa múltiplos serviços que um
Profissional pode executar sem descaracterizar a identidade básica dos conhecimentos teóricos e
aplicados que detém como papéis ou funções de um grupo de indivíduos que se reconhecem entre
si pelo exercício dessas funções que em seu todo se define como uma singularidade social.
Quando se fala que o mercado está exigindo um novo perfil profissional, na verdade
refere-se a oferta de serviços diferentes dos tradicionalmente oferecidos por um determinado
profissional. As modificações ocorridas com a tecnologia não trouxeram consigo o perigo da
extinção da profissão de bibliotecário, muito pelo contrário, vieram representar uma possibilidade
de crescimento e absorção de novos conhecimentos que, agregados aos já existentes, possibilitam
a evolução desse grupo profissional (SOUZA, 2001).
Silva e Muniz (2008) dividem o mercado de trabalho do profissional de informação em
três grupos: a) mercado informacional tradicional: que engloba as bibliotecas públicas, escolares,
universitárias e especializadas, os centros culturais e os arquivos; b) mercado informacional
existente não ocupado: refere-se a bibliotecas escolares (embora seja um mercado tradicional,
ainda é pouco ocupado), editoras e livrarias, empresas privadas, provedores de Internet, banco de
dados e base de dados; c) mercado informacional – tendências: descreve que existe um imenso e
crescente mercado de trabalho para o Profissional da Informação, por exemplo, centros de
informação/documentação em empresas privadas; há um grande mercado de trabalho em
expansão: banco e bases de dados e portais de conteúdo e acesso.
Souza (2001, p. 6) nos ensina que:

“o crescimento e diversificação económica e tecnológica do país provocaram a


constituição de acervos informacionais e a ampliação da consciência de seu
tratamento adequado em todos os lugares possíveis. Tal situação abriu os mais
diversos ambientes para a prestação de serviços de tratamento de informação. De
empresas bancárias a laboratórios de pesquisas; de empresas jornalísticas a
arquivos pessoais; de escolas particulares a empresa industriais, de universidades
a organizações militares, etc.”.
20

Hoje, suas actividades abrangem além da área tradicional das bibliotecas (organização de
acervos, sistemas de informação, preservação da memória e da história de uma organização), um
vasto campo em empresas públicas e privadas como: agências de publicidade, escritórios de
advocacia, departamentos jurídicos de empresas, editoras, bancos, indústrias, livrarias, jornais,
empresas de Internet, entre outros.
A Internet se configura em um espaço cada vez mais promissor para os profissionais da
informação, através dela novas possibilidades de trabalho surgem, destacam-se: as bibliotecas
virtuais, que requerem profissionais capacitados para organizarem as informações dispersas na
Internet; os catálogos dos motores de busca, que são construídos a partir da indexação dos
conteúdos disponíveis na Internet; e-editoras, que, da mesma forma que as tradicionais,
necessitam de profissionais para normalizar e auxiliar na edição de suas publicações (DUTRA;
CARVALHO, 2006).
Segundo Silva e Muniz (2008), as oportunidades de trabalho na Internet derivam da
desorganização excessiva da informação nesse ambiente. Assim, todas as actividades que
busquem filtrar e organizar essas informações terão grandes perspectivas de sucesso. Ademais,
estando o profissional munido de um espírito empreendedor, poderá ainda, ter a sua própria
empresa de consultoria, podendo contar com o auxílio das tecnologias para desenvolver suas
funções também de forma remota.
21

3. METODOLOGIA

Neste capítulo estão descritos os procedimentos metodológicos utilizados para o


desenvolvimento desta pesquisa, a saber: tipo de estudo e abordagem, caracterização dos sujeitos
da pesquisa, caracterização do campo de estudo, instrumento de colecta de dados, procedimentos
de colecta de dados e plano de análise e interpretação dos dados.
O presente trabalho de pesquisa é do tipo descritiva, pois, teve “ […] como principal
objectivo, a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis.” (GIL, 2009, p. 42). A pesquisa buscou interpretar a
realidade estabelecendo relações entre as variáveis envolvidas.
Desse modo, Boaventura (2009, p. 57), diz que as pesquisas descritivas “ […] identificam
as características de determinada população ou fenómeno”. Com isso, objectivou-se identificar e
interpretar, de forma geral, as características referentes aos profissionais de informação que
actuam no Centro de Documentação e Informação Agrária.
Quanto à abordagem, a pesquisa foi quantitativa, composta por análises estatísticas e por
análise das ideias, opiniões e significados que os sujeitos participantes da amostra deram a
determinados itens propostos pela pesquisadora. Segundo Figueiredo (c2004, p. 107-108), “ […]
associa -se análise estatística à investigação dos significados das relações humanas, privilegiando
a melhor compreensão do tema a ser estudado, facilitando desta forma a interpretação dos dados
obtidos”.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA

População, conforme Gil (2009, p. 98), “ […] significa o número total de elementos de
uma classe”. Dessa forma, a população que fez parte desta pesquisa foram os profissionais do
CDA, que até a altura da realização desta pesquisa, esta unidade de informação era composta por
11 (onze) profissionais.
A amostragem é a escolha de uma parte, ou amostra, da população a ser estudada de
forma que ela seja a mais representativa possível do todo. A amostra, para Marconi e Lakatos
(2009, p. 165), “ […] é uma parcela convenientemente seleccionada do universo (população); é o
subconjunto do universo.” A amostra pesquisada contou com 6 (seis) funcionários, representando
54.5% da população total pesquisada.
22

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO

Para a realização desta pesquisa, a colecta de dados foi feita no Centro de Documentação
e Informação do Sector Agrário (CDA) localizada na cidade de Maputo, criado pelo Diploma
Ministerial n˚3/88 de 06 de Janeiro, como instituição subordinada ao Ministério da Agricultura e
Segurança Alimentar de Moçambique (MASA), responsável pela implementação e operação de
um sistema nacional de documentação e informação agrária.
Esta unidade de informação tem como objectivo dar a conhecer aos profissionais do
sector agrário a informação e documentação existente em Moçambique sobre a agricultura e áreas
afins e, facilitar o acesso a essa informação e documentação, em função das necessidades desses
mesmos profissionais. O papel do CDA é de promover e desenvolver o SDISA (Sistema de
Documentação e Informação do Sector Agrário), incentivar a criação e desenvolvimento das
unidades documentais e apoiá-las tecnicamente, definir, divulgar e coordenar as metodologias e
rotinas de trabalho a serem adoptadas pelo sistema, assegurar e incentivar a participação de
Moçambique nos sistemas internacionais de informação agrária.
O SDISA é um sistema computarizado, descentralizado e autónomo, destinado a
processar e a tornar acessível a informação nacional e estrangeira de interesse para o sector
agrário em Moçambique. O SDISA é composto pelo CDA criado em 1988 como uma instituição
subordinada ao ex-Ministério da Agricultura (actualmente MASA), que é responsável pela
implementação do sistema; é composto também pelas unidades documentais, que são os centros
de documentação, bibliotecas, arquivos técnicos, núcleos documentais, criados nas instituições do
Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar quer a nível central, quer a nível provincial.

3.3 INSTRUMENTO DE COLECTA DE DADOS

Como instrumento colecta dos dados foi utilizado um questionário estruturado composto
de questões abertas, fechadas e questões de múltipla escolha combinadas com perguntas abertas
(vide Apêndice). As perguntas abertas permitiram que o correspondente utiliza-se linguagem
própria respondendo de forma livre as questões; as perguntas fechadas são de alternativas fixas,
elas oferecem duas opções e o correspondente escolhe uma resposta; as perguntas de múltipla
escolha são fechadas, mas apresentam várias respostas possíveis onde o correspondente teve a
opção de assinalar uma ou várias alternativas apresentadas. A combinação de respostas de
23

múltipla escolha com respostas abertas, possibilita a obtenção de mais informações sobre o
assunto (MARCONI; LAKATOS, 2009).
De acordo com Marconi e Lakatos (2009, p. 203), “ […] o questionário é um instrumento
de colecta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas
por escrito e sem a presença do entrevistador”.

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLECTA DE DADOS

Segundo Marconi e Lakatos (2009, p. 167), a colecta de dados é a “Etapa da pesquisa em


que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas seleccionadas, a fim de se
efectuar a colecta dos dados previstos.” Os questionários foram aplicados entre os meses de
Setembro a Outubro de 2014, através da distribuição dos mesmos aos profissionais do CDA.

3.5 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os dados colectados foram analisados por meio de método estatístico e representações


descritivas. Quando possível e pertinente, foram relacionados e/ou comparados às informações
obtidas no referencial teórico.
No processo de análise e interpretação dos dados obtidos, as respostas das questões
fechadas e de múltipla escolha foram organizadas e tabuladas estatisticamente. Sua apresentação
foi através de tabelas juntamente com percentuais e análises descritivas. As respostas das
questões abertas, consideradas mais relevantes, foram transcritas. Algumas dessas respostas
foram convertidas de modo que possibilitassem tratamento estatístico e apresentadas em forma de
tabelas percentuais e representações descritivas.
24

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Neste capítulo, as respostas obtidas na etapa de colecta de dados são apresentados. Os


dados foram analisados e interpretados em forma de tabelas e/ou descritiva, de modo a
permitirem a verificação dos objectivos propostos pelo estudo, seguidos de comentários aos
resultados.
A disposição e organização dos dados foram delineadas a partir dos objectivos específicos
da pesquisa, buscando identificar o perfil do profissional de informação que actua no Centro de
Documentação e Informação Agrária através de dados pessoais, formação e actuação,
competências e habilidades profissionais.

4.1 DADOS PESSOAIS

O primeiro objectivo específico visava identificar os dados pessoais dos profissionais de


informação que trabalham no Centro de Documentação e Informação Agrária. Os dados pessoais
apresentados são referentes aos itens género e a faixa etária, a pesquisa apresentou aos sujeitos
da amostra duas questões com o intuito de obter informações sobre esses itens. Os resultados
referentes às questões 1 (um) e 2 (dois) do questionário são analisados individualmente nas
subsecções a seguir.

4.1.1 Género

A questão número 1 (um) do questionário aplicado na pesquisa foi do tipo fechada e


referia-se ao género dos profissionais. Essa questão revelou que existe um equilíbrio de género
entre os sujeitos da amostra pesquisada, sendo 50% para ambos géneros (masculino e feminino),
correspondendo a 6 (seis) funcionários que representam 100% do total da amostra. Os dados
estão ilustrados na tabela 2 a seguir.
25

Tabela 2: Género dos sujeitos da amostra

Sexo Frequência Percentagem


Masculinos 3 50%
Femininos 3 50%
Total 6 100%

Este resultado mostra claramente a tendência da presença em peso do profissional de


informação do sexo feminino na área ligada à informação, levando a conclusão de que nesta área
existe equilíbrio de género.

4.1.2 Faixa Etária

Foi elaborada a questão número 2 (dois) do questionário com intuito de identificar a idade
média dos profissionais de informação que trabalham no Centro de Documentação e Informação
Agrária. As faixas etárias encontram se ilustradas na Tabela 3.

Tabela 3: Faixa etária dos profissionais do CDA

IDADE FREQUENCIA PERCENTAGEM


18 a 30 0 -
31 a 40 3 50%
41 a 50 1 16,7%
51 a 60 2 33,4%
60 ou mais 0 -
Total 6 100%

A faixa etária que obteve maior indicação foi a dos profissionais que têm entre 36 a 40
anos, com 3 respostas (50%). Os demais sujeitos da amostra ficaram dispersos em outras faixas:
de 41 a 45 anos, 1 (uma) resposta (16,7%); de 46 a 50 anos, 1 (uma) resposta (16,7%); de 51 a 55
anos, 1 (uma) resposta (16,7%); e as restantes faixas não houve nenhuma resposta.

4.2 FORMAÇÃO

O segundo objectivo específico buscava verificar a formação e conhecimentos


especializados dos profissionais que trabalham no Centro de Documentação e Informação
Agrária.
26

4.2.1 Área da formação

Entre os profissionais investigados, 66.7% possuem formação em diferentes áreas de


nível superior. Os restantes 33.3% também têm formação em diferentes áreas de nível médio.
Não há portanto nenhum dos profissionais formados em área da Ciência da Informação, apenas 1
(um) foi formado em Documentação no SIDOC.

4.2.2 Nível Académico

Quanto ao nível académico dos profissionais que actuam no CDA, 66.7% possuem o
nível de licenciatura e os restantes 33.3% possuem nível médio técnico profissional. Porém,
nenhum profissional possui o nível de Pós - graduação. Os dados estão ilustrados na Tabela 4 a
seguir.
Tabela 4: Nível académico dos profissionais que actuam do CDA

Nível Académico Frequência Percentagem

Nível Médio 2 33.3%

Licenciatura 4 66.7%

Total 6 100%

4.2.3 Formação na área da Documentação

Foi possível observar que 83.3% (destes, um encontrava-se a frequentar o curso de


Ciência da Informação, vertente Biblioteconomia) dos profissionais respondentes tiveram
formação de curta duração para actuar em arquivos e bibliotecas, daí que afirmam possuir
habilidades de realizar o processamento técnico (catalogação, indexação e classificação) de
diferentes documentos e suportes, visto que esta actividade é de suma importância para promover
a recuperação da informação de forma eficiente e eficaz. Já 1 (um), correspondente a 16.7% não
possui nenhuma formação ligada a área da informação. Dentre os cursos de curta duração
mencionados encontram-se: o curso de gestão de base de dados bibliográficos, gestão de
documentos, processamento de dados bibliográficos e classificação de documentos de arquivos.
27

4.2.4 Conhecimento em língua estrangeira

O instrumento de colecta de dados pretendia, através da questão número 7 (sete), obter


informações acerca do conhecimento em língua estrangeira pelos 6 profissionais de informação
da amostra. O respondente deveria informar a (s) língua (s) e o (s) nível (is) de conhecimento,
dividido (s) em básico, intermediário e avançado, ou nenhum conhecimento. O principal idioma
mencionado foi o inglês, com 83.3% dos profissionais do CDA a possuírem inglês intermediário,
16.7% com inglês de nível básico conforme ilustra a tabela 5.

Tabela 5: Conhecimento em língua estrangeira dos profissionais do CDA

Idioma Frequência Percentagem


Inglês básico 1 16.7%
Inglês intermediário 4 83.3%
Não responderam 1 -
Total 5 100%

O conhecimento em idiomas é um requisito básico para o desempenho da profissão.


Embora o profissional de informação lide essencialmente com a informação, e as bases de dados
mais usuais tragam apenas textos e legislações em línguas estrangeira, ocasionalmente, o
profissional necessitará de conhecimentos básicos de idiomas estrangeiros a fim de efectuar
pesquisas em sites internacionais. Ademais, a globalização da Internet aumentou a necessidade
do conhecimento em língua inglesa, observa-se que 85% das páginas da web estão em língua
inglesa, logo, saber inglês tornou-se um requisito básico, porém o diferencial passou a ser um
terceiro ou quarto idioma (PASSOS, 2001).
28

4.2.5 Formas de actualização profissional e participação em grupos profissionais

Dos profissionais que actuam no CDA, 83.3% mantém a sua actualização constante por
meio de Seminários, cursos e eventos, palestras, leituras de livros e/ou periódicos especializados,
sites da Ciência de Informação. Quanto à participação em grupos de profissionais de informação
66.7% Participam entre os seguintes grupos: equipa de profissionais de informação do MASA –
SDISA, da Comissão de avaliação de documentos de arquivos e do Sistema Nacional de
Arquivos de Estado, porém os restantes 33.3% não participam em nenhum grupo.

4.3 ACTUAÇÃO PROFISSIONAL, COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

4.3.1 Categorias e funções

Nesta questão, apenas 1 (um) funcionário ocupa uma posição de destaque, o


correspondente a 33,3%, outros 33,3% corresponde a função de técnico de nível médio técnico
profissional e os restantes 33,3% a função de Técnico Administrativo.

Tabela 6 – Categoria/função

Categoria/Função Frequência Percentagem


Chefe de Departamento 1 33,3%
Técnico da Agro-pecuária 1 33,3%
Secretária da Direcção 1 33,3%
Não responderam 3 -
Total 3 100%

4.3.2 Conhecimento sobre as técnicas de Administração, Organização e Controlo

A função gerencial que compreende administração e organização, para Maciel e


Mendonça (2000, p. 5) “são aquelas de cunho administrativo e responsáveis pela activação de
todas as funções meio ou fim e pelo seu direcionamento e ajuste às metas e objectivos do
sistema”. Dos profissionais investigados, 4 (quatro) profissionais, que representam 66.7% do
total, afirmam ter domínio das técnicas de administração e controlo. Um destes profissionais
possui, cargo de chefia, que de acordo com a CBO, deve gerenciar redes e sistemas de
29

informação, desenvolver e tratar recursos de informação, liderar equipes, demonstrar capacidade


de negociação, Empreendedorismo, entre outras.
Já a técnica, o correspondente a 16.7%, está na função gerencial por ser a secretária da
Direcção, tratando da parte administrativa, ou seja, por controlar e organizar arquivos
administrativos, elaborar relatórios, capacidade de comunicação, demonstrar senso de
organização (BRASIL, 2002).

4.3.3 Tempo de actuação profissional

Dos profissionais que actuam no CDA e que responderam o questionário, constata-se que,
todos iniciaram a sua carreira exactamente nesta Unidade de Informação (embora alguns como
quadros de outros sectores do MASA – visto que é o organismo de tutela do CDA), 50% tem
mais de 16 anos de serviço e os restantes 50% tem apenas 5 (cinco) ou menos de 5 (cinco) anos
de serviço. Esses dados permitem perceber a experiencia profissional dos profissionais. Os dados
estão ilustrados na tabela 7 a seguir.

Tabela 7:Tempo de serviço dos profissionais do CDA

TEMPO DE SERVIÇO FREQUÊNCIA PERCENTAGEM


1 a 5 anos 3 50%
16 Anos ou mais 3 50%
Total 6 100%

4.3.4 Razão da escolha da área

Para esta questão, cerca de 50% dos profissionais do CDA, afirmaram ter aderido a esta
área, motivados pelo emprego pensando em obter salário. Já 33.3% afirmam ter sido motivados
pelo facto de nessa altura, esta área ainda era emergente e que despertou muita curiosidade pois,
precisavam de aprender novas tarefas e adquirir novos conhecimentos, 1 (um), o correspondente
a 16.7% afirma ter sido o gosto pela gestão das informações que o levou a abraçar a área.
30

4.3.5 Principais dificuldades para actuar no Centro de Documentação e Informação

Dos profissionais que actuam no CDA e que responderam o questionário, 60% apontam
como principal dificuldade para actuar num Centro de Documentação e Informação a falta de
curso de Especialização em Documentação ou Ciência da Informação, 20% apontam como
insatisfação a falta de incentivos e consideração da área por parte dos dirigentes. Os dados são
ilustrados na Tabela 8 a seguir.

Tabela 8: Principais dificuldades para actuar num Centro de Documentação e Informação

Dificuldades para actuar no CDA Frequência Percentagem


Falta de Curso de Especialização em Documentação 3 60 %
ou Ciência da Informação.
Falta de incentivos e consideração da área por parte 1 20 %
dos dirigentes
Não há dificuldades 1 20 %
Não responderam 1 -
Total 5 100%

4.3.6 Facilidade comunicativa com os utentes/usuários

Os 6 (seis) profissionais investigados, o correspondente a 100%, afirmam ter facilidade


comunicativa para lidar com os usuários. A facilidade comunicativa é de acordo com Martins
(2004), uma das qualificações fundamentais necessárias ao profissional para a formação do seu
perfil profissional na actualidade. Nesse contexto, o profissional tímido e retraído cede espaço ao
comunicativo.

4.3.7 Formação em Tecnologias de Informação e Comunicação

Dos profissionais do CDA que responderam a esta questão, 60% afirmam ter formação de
curta duração em gestão de bases de dados, 1 (um) deles, o correspondente a 20% possui uma
formação de nível superior em informática de gestão. Os dados são ilustrados na tabela 9 a
seguir.
Tabela 9: Formação em TIC’s dos profissionais do CDA

FORMAÇÃO EM TIC FREQUÊNCIA PERCENTAGEM


31

Gestão de bases de dados 3 60%


Nível superior em Informática de Gestão 1 20%
Informática na óptica do utilizador 1 20%
Não responderam 1 -
Total 5 100%

O domínio das TIC’s é imprescindível pois de acordo com FID (1991) apud (ARRUDA;
MARTELETO; SOUZA, 2000):

a tecnologia é a principal responsável pelas modificações no perfil desses


profissionais, seguida por elementos de gestão organizacional, intensificação do
trabalho, mudanças de posturas profissionais, aumento de responsabilidade
individual e competitividade. Para ocorrer a ascensão profissional faz-se
necessário o domínio das tecnologias de informação […] (FID, 1991 apud
ARRUDA; MARTELETO; SOUZA, 2000).
32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O profissional de informação é o profissional apto para exercer o relevante papel de


busca, selecção, organização e disseminação da informação. Num mundo em acelerada
transformação, onde os desafios advindos dos avanços tecnológicos e da globalização
influenciam directamente a prática da gestão de informações é necessário que esse profissional
busque actualizações constantes, moldando seu perfil de tempos em tempos, a fim de se ajustar às
transformações da sociedade.
Os objectivos específicos dessa pesquisa eram identificar os dados pessoais dos
profissionais que actuam no CDA, verificar a formação e conhecimentos especializados desses
profissionais, caracterizar a sua actuação profissional, competências, habilidades.
Os resultados indicaram que há equilíbrio de género entre os profissionais do CDA, onde
verificamos que existe entre os sujeitos da amostra, 50% para ambos os sexos (feminino e
masculino). A faixa etária com maior concentração de indicações foi a dos profissionais que têm
entre 31 e 40 anos, com 3 respostas, o correspondente a 50% do total de amostra.
Com relação à formação e conhecimentos especializados, verificamos que 83% dos
profissionais pesquisados possuem formação de nível superior, pese embora não seja na área de
Ciência de Informação. A maioria dos profissionais (cerca de 83.3%) declarou ter participado de
cursos de curta duração para actuar em arquivos e bibliotecas.
Quanto ao conhecimento de outro idioma, ficou evidenciado que os 6 profissionais, o
correspondente a 100%, possuem conhecimento em algum idioma. O inglês em nível
intermediário foi o mais indicado (83.3%), seguido do mesmo idioma em nível básico (16.7 %).
Do mesmo modo, 66.7% participam entre os seguintes grupos de profissionais de
informação: equipa de profissionais de informação do MASA-SDISA, da Comissão de avaliação
de documentos de arquivos e do Sistema Nacional de Arquivos de Estado. As formas através das
quais esses profissionais procuram actualização concentra-se em seminários, cursos e eventos,
palestras, leituras de livros e/ou periódicos especializados, sites da Ciência de Informação.
No tocante ao tempo de actuação no CDA, constatou-se que 50% dos profissionais
actuam na área entre 1 e 5 anos, de igual modo, actuam entre 16 anos ou mais (50%) dos
profissionais. O tempo de actuação coincidiu exactamente com o tempo de trabalho do
profissional no MASA.
33

Os profissionais afirmaram possuir grande parte das competências e habilidades propostas


pelo instrumento de estudo, o que demonstra que o profissional actuante no CDA, está em
constante actualização para desempenhar as funções exigidas, tendo sempre como foco principal
seus usuários, promovendo o compartilhamento da informação.
Verificamos que a maior motivação para escolha da área é pelo emprego por ser a forma
de se obter salário. De forma menos expressiva, foram citados outros motivos, a saber: o facto de
esta área ser emergente e o gosto pela gestão das informações.
As maiores dificuldades apontadas para a actuação nesta área foram a falta de curso de
Especialização em Documentação ou Ciência da Informação. Dentre outras dificuldades citadas
destacam-se a falta de incentivos e consideração da área por parte dos dirigentes.
De um modo geral, os resultados obtidos através deste estudo sugerem traçar o seguinte
perfil do profissional de informação do CDA, a saber: equilíbrio de género, com idade entre 31 a
40 anos, que possui conhecimento de outro idioma, concretamente o inglês, que busca
actualização através de seminários, cursos, eventos, palestras, leituras de livros e/ou periódicos
especializados e sites da Ciência da Informação; com formação superior, com formação de curta
duração em gestão de base de dados bibliográficos, gestão de documentos, processamento de
dados bibliográficos e classificação de documentos de arquivo; que escolheu a área da
informação motivado pelo emprego de forma a obter salário, que indica como principais
dificuldades para actuar no CDA, a falta de curso de Especialização em Documentação ou
Ciência da Informação.
Diante do exposto no presente trabalho, entendemos que os profissionais da informação
do CDA, se bem gerenciados, direccionados, aproveitados e incentivados têm todas as condições
de serem profissionais da informação desejados na actualidade, na medida em que estes, aliam os
conhecimentos técnicos universitários, domínios das tecnologias de informação, experiência
profissional, capacidade de comunicação, conhecimento de outros idiomas, senso de organização,
conhecimentos adquiridos em cursos de curta duração direccionados para arquivos e bibliotecas
que os colocam no universo do “saber” que é o conhecimento adquirido, o “saber fazer” que
são as habilidades e o “saber ser” que são as atitudes (AMARAL, 2010).
Sugerimos que a direcção do CDA em conjunto com as suas respectivas chefias do
MINAG, utilize os dados desta pesquisa como subsídios para conhecer e analisar as
competências e habilidades dos seus profissionais, para que possam ser melhor aproveitados nas
grandes funções. Outro factor importante é o incentivo por parte da Direcção com a educação
34

continuada específica na área de actuação do profissional que pode ser levada a cabo por meio de
cursos de especialização e, a sua valorização para qualificação do profissional inserido no
trabalho o que iria motivá-lo e, consequentemente, aumentar seu interesse pela continuidade na
profissão ou realização do trabalho com muita dedicação.
Através dos resultados obtidos, concluímos que os funcionários do CDA, em todos os
níveis, possuem competências pessoais do profissional de informação, exigidas pelo Brasil
(2002), consideradas como um diferencial para desenvolver actividades que estão relacionadas à
administração, organização, processamento técnico e disseminação da informação. Neste sentido
a competência profissional é uma mescla de conhecimentos, saber fazer, experiências e
comportamentos na unidade de informação (FARIA et al., 2005).
35

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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produzidos em série. In: VALENTIM, Marta Lígia (Org.). Formação do Profissional da
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em Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, 2008).
40

7. APÊNDICE- Instrumento de colecta de dados

DADOS PESSOAIS
1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2. Faixa Etária:
( ) 18 a 30 anos
( ) 31 a 40 anos
( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 60 anos
( ) acima de 61 anos
FORMAÇÃO
3. Em que área se formou?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
4. Tempo de formação nessa área:
( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) anos ou mais
5. O sr.(a) possui formação na área da Documentação, Biblioteconomia ou Arquivística?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, indica a área em que se formou ______________________________________________
_____________________________________________________________________________
6. O sr.(a) possui curso de pós-graduação?
( ) Sim, Especialização Área __________________________________________________
( ) Sim, Mestrado Área __________________________________________________
( ) Sim, Doutoramento Área __________________________________________________
( ) Não
7. Indique seu conhecimento em língua estrangeira: nível básico, médio ou superior.
- Idioma:.................................................. Nível:.............................................................
- Idioma:.................................................. Nível: ............................................................
- Idioma:.................................................. Nível:.............................................................
- Idioma:.................................................. Nível:.............................................................
- Nenhum ( )
8. O sr.(a) participou de algum curso para actuar num centro de Documentação e
Informação?
41

( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?______________________________________________________________
9. Como o sr.(a) se mantém actualizado em sua área de actuação? Pode marcar mais de
uma opção.
( ) Seminários
( ) Cursos e eventos
( ) Palestras
( ) Leituras de livros e/ou periódicos especializados
( ) Blogs
( ) Sites da Ciência de Informação
Outros. Especifique _____________________________________________________________

10. O sr.(a) participa de algum Grupo de Profissionais de Informação?


( ) Sim ( ) Não
Qual(is)_______________________________________________________________________
ACTUAÇÃO PROFISSIONAL, COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
11. Qual é a sua Categoria/função no Centro de informação e Documentação Agrária?
12. Tem conhecimento profundo sobre as técnicas de Administração, Organização e
Controlo?
Sim ( ) Não ( ) Um pouco ( )
13. Tempo de actuação como Profissional de Informação:
( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 anos ou mais
14. Tempo que trabalha no CDA:
( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 anos ou mais
15. O que motivou a escolha desta área?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
16. Indique as Principais dificuldades para actuar num Centro de Documentação e
Informação? Pode marcar mais de uma opção.
( ) Terminologia da área da Documentação ou Ciência da Informação.
42

( ) Desconhecimento das fontes de Informação da área da Documentação e Informação.


( ) Falta de Curso de Especialização em Documentação ou Ciência da Informação.
( ) Não há dificuldades
Outras. Especifique______________________________________________________________
17. Tem facilidade comunicativa com os utentes/usuários?
( ) Não
( ) Sim
( ) Quando estou bem disposto
Porque?_______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
18. Tem alguma formação em Tecnologias de Informação e Comunicação ( TIC’s) ?
( ) Sim ( ) Não
Qual? _________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
19. Quais as bases de dados de gestão de informação que o sr.(a) domina?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
20. Como profissional de informação o que tem feito para se fazer face a actual sociedade
de informação caracterizada pelo uso das TIC’s?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
21. Considera suficiente os conhecimentos que possui como Profissional de Informação no
contexto da actual sociedade de informação?
( ) Sim ( ) Não Um pouco ( )
Porque?_______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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