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Monólogo de criança

Sou criança! Cheguei, recentemente, de uma longa viagem. Andei pelo caminho misterioso do
pensamento dos meus pais, e, durante a concepção, fiz um estágio muito feliz ao lado do
coração da minha mãe.

Hoje estou aqui, um pouco assustada, porque os adultos conversam coisas confusas que ainda
não consegui entender. A vida é simples e bonita, mas os adultos complicam tudo.

Sabe, imaginam que nós, crianças, somos incapazes, fracas e bobas. Não é nada disso! A gente
está apenas se esforçando para crescer e, à medida que o tempo passa, florescer e ajudar a
construir este mundo: soltar os passarinhos das gaiolas, plantar flores nos jardins, devolver o
azul cristalino dos nossos lagos e abrir as janelas das casas.

As pessoas crescem, ficam fortes e nos sufocam com suas idéias e, às vezes, nem nos deixam
falar nada. Algumas, por falta de argumentos, nos agridem.

Eu gostaria que nos olhassem como sementes de guerra ou de paz. "Quem semeia vento, colhe
tempestade". Aos gritos, batendo portas, e com tanta falta de compreensão, a gente pode
ingressar na juventude, agressiva e desajustada.

Na verdade, a criança tem uma mensagem de paz. Por favor, se você está triste e não se realizou
como pessoa, procure, urgente, um outro meio de desabafar suas mágoas. Não deposite suas
dores e lágrimas nessa plantinha que mal começa a brotar. Ela se chama criança e só cresce feliz
com os fluídos magnéticos do AMOR.

Ivone Boechat

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