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Permeabilidade de um Solo de Comportamento Anômalo Utilizado para

Cobertura do Aterro Sanitário de Altinho/PE

Autores: N. T. Belfort; D. dos S. Santana; D. A. dos Santos Filho; J. F. T. Jucá

Agosto/2019
São Carlos-SP
Introdução

• Dessa maneira a USEPA (2004) afirma que os solos devem ter de 30% a 50% de solos finos.

• As NBR-13.896:1997 e NBR-10157:1987 indicam que a cobertura final de um aterro deve “minimizar a


infiltração de água na célula; exigir pouca manutenção; não estar sujeita a erosão; acomodar assentamentos
sem fratura; e possuir um coeficiente de permeabilidade inferior ao solo natural da área do aterro”.

• Araújo (2017) avaliou o comportamento de um solo areno-argiloso (42% de argila e 47,2% de areia) e
verificou uma permeabilidade à água da ordem de 3 x 10-8 m/s.

• Matias (2018) avaliou um solo areno-argiloso (52% de areia, 31% de argila, 13% de silte e 4% de pedregulho)
do aterro de Altinho-PE e verificou que a permeabilidade à água e ao lixiviado foram semelhantes, da ordem
de 10-6 m/s e 10-7 m/s, respectivamente.

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Metodologia

• Coleta de material em campo;

• Caracterização física do material em laboratório (NBR-


7181:2017);

• Ensaio de absorção do solo em campo (NBR-13.969:1997;


FUNASA, 2015);

• Ensaio de compactação do solo (NBR–7182:2016);

• Ensaio de permeabilidade à água (seguindo procedimento


de Belfort et al., 2018). Figura 1 – Imagem aérea do aterro de
Altinho (GoogleMaps, Matias, 2018)

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Metodologia

Coleta de material em campo e determinação do coeficiente de condutividade hidráulica utilizando


equipamento em laboratório através do Triflex com membrana de parede flexível.

Figura 2 - Material da Jazida 1(a) e da Jazida 2(b).

Figura 3 – Ensaio de Permeabilidade


em laboratório - Triflex
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Metodologia

Ensaio de absorção do solo segundo a FUNASA (2015)

Figura 5 - Interpretação dos dados obtidos. Fonte: FUNASA, 2015.


Figura 4 – Ensaio de absorção do solo. Fonte: FUNASA, 2015.

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Resultados

Ensaio de capacidade de absorção do solo em campo segundo a FUNASA (2015)

Figura 6 - Escavações realizadas 30 x 30 x 30 cm, (a) 1, Figura 7 – (a) Escavação 2 com 5 cm de brita e preenchimento
(b) 2 e (c) 3. das escavações (b) 1, (c) 2 e (d) 3 com água do lago.
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Resultados

Tabela 1 - Gravimetria para a Jazida 1 e Jazida 2

Areia Areia Areia


Pedregulho Silte Argila
Jazida grossa média fina
(%) (%) (%)
(%) (%) (%)
1 11 6 15 55 5 8
2 3 3 20 51 11 12

Tabela 2 – Detalhamento da gravimetria

Jazida Graúdos Finos


J1 87 % 13 %
J2 77 % 23 %

Figura 8 - Curva granulométrica para o solo amarelo acinzentado


(Jazida 1) e para o solo cinza escuro (Jazida 2). 7/9
Resultados

Ensaio de compactação

Tabela 3- Ensaio de Compactação


Umidade Peso
Jazida/Amost
Ótima Específico
ra
(%) (kN/m³)
J1/A1 12,0 18,8
J1/A2 15,0 19,0
J2/A1 11,5 19,5
J2/A2 9,3 20,0

Tabela 4 – Ensaio de Permeabilidade


Permeabilidade
Jazida/Amostra
(m/s)
J1/A1 1,728 x 10-11
J1/A2 3,850 x 10-9
Figura 9 - Ensaio de compactação J2/A1 7,486 x 10-10
J2/A2 1,338 x 10-9
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Conclusões

• Esse trabalho chama atenção para o comportamento anômalo dos solos;

• Pôde-se observar nesse trabalho a análise de dois solos caracterizados como arenosos, com uma composição
de mais de 70% de areia para duas jazidas distintas que apresentaram uma permeabilidade à água de 10-10
m/s, cerca de 10.000 vezes inferior à de uma argila de 10-6 m/s. Isso torna esse material incompatível com
sua aplicação em camadas intermediárias do aterro sanitário;

• Já quanto à permeabilidade ao ar, diante das limitações, foi possível verificar que ela é superior a 10-4 m/s.
Esse dado mostra uma ineficiência da utilização desse solo como camada de cobertura final;

• Contudo, pode-se afirmar, então, que os solos arenosos de ambas jazidas avaliadas poderiam ser utilizados de
maneira eficiente como impermeabilização da base do aterro, que permanece sempre saturada.

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