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INSTITUTO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DO PARÁ

IAPEP
CNPJ 05.004.361/0001-20

PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

1) CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Em uma demanda judicial as partes envolvidas estão, à priori convictas que


tem razão e o objeto do processo é dar razão ou ganho a quem realmente a tem. Com
esta tarefa, o julgador (magistrado) possui o conhecimento dos dispositivos legais a
serem aplicados, porém em determinadas situações, torna-se necessária a produção de
provas.

As perícias efetuadas por profissionais “experts” ou especializados em cada


matéria ocorre todas as vezes em que o MM Juiz considerar necessária a sua realização
para provar fatos, fornecendo, desta forma, elementos que possibilitam melhor decisão.

Em trabalhos de perícias judiciais (provas), o profissional de engenharia,


arquitetura ou agronomia poderá estar sob duas situações:

 Perito Oficial – nomeado pelo MM Juiz


 Assistente Técnico – indicado por uma das partes (autor ou réu da ação)

Os peritos e assistentes técnicos nada decidem, apenas fornecem elementos


técnicos e subsídios para que o magistrado decida. Devem trabalhar com lealdade,
integridade, pontualidade e expressar suas conclusões de forma clara, objetiva e didática
para que leigos possam entender.

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2) CONCEITOS:

PERÍCIA JUDICIAL – é toda verificação de fato ou fixação de valor realizados em juízo e


expressa em laudo, por pessoa compromissada no processo.

OBJETO DA PERÍCIA JUDICIAL – é a obtenção de um juízo especializado sobre questão


de fato, de interesse para decisão da causa, ou a apuração do valor de coisa, de direitos
ou obrigações, determinada pelo juiz de ofício, ou a requerimento das partes.

O PERITO - é um cientista ou um técnico a que o juiz delega a função de raciocinar por


ele ou de proceder a exames que, por lhe faltarem conhecimentos especializados, não
lhe seria possível realizar com êxito.

LAUDO – é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata que observou e dá as


suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos fundamentadamente.

3) PERITO E A PERÍCIA NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Todos os trabalhos de perícia judicial devem ser realizados consultando não


apenas a literatura técnica, mas também o Código de Processo Civil – CPC, que é o
dispositivo legal regulador das etapas à serem cumpridas e das regras de condutas do
processo. Ao longo dos artigos 145 a 147 e dos artigos 420 a 439 do CPC, as provas
periciais mais comuns são disciplinadas.

CAPÍTULO IV

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Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:


I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes
destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das
partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do
litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha
reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no
tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se
escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal.

Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os


tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá
ser recusado por qualquer das partes (art. 304).

Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição:


I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos
previstos nos ns. I a IV do art. 135;
II - ao serventuário de justiça;
III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)
IV - ao intérprete.
§ 1o A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a suspeição, em petição
fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber
falar nos autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da
causa, ouvindo o argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando
necessária e julgando o pedido.
§ 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente.
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CAPÍTULO V – DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas
pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o
depositário, o administrador e o intérprete.

4) ARTIGOS DO CPC QUE VERSAM SOBRE O PERITO E O SEU DEVER

Art. 145 – Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o


juiz será assistido por perito, segundo o disposto no artigo 421.

§ 1º - Os peritos escolhidos entre os profissionais de nível universitário, devidamente


inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no capítulo VI, Seção VII,
deste código.

§ 2º - Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar,


mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.

§ 3º - Nas localidades onde não houve profissionais qualificados que preencherão os


requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.

Art. 146 – O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe assina a lei
empregando toda a sua diligência, pode todavia, escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.

Parágrafo único – A escusa será apresentada, dentro de 5 (cinco) dias, contados da


intimação ou do impedimento superveniente ao compromisso, sob pena de se reputar
renunciado o direito a alegá-la (artigo 423).

Art. 147 – O perito que por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá
pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em
outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
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5) ARTIGOS DO CPC QUE DISCIPLINAM A PERÍCIA E DA NOMEAÇÃO DO


PERITO

Art. 420 – a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

Parágrafo único – O juiz indeferirá a perícia quando:


I – a prova de fato não depender do conhecimento especial de técnico.
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas.
III – a verificação for impraticável

Art. 421 – O juiz nomeará o perito fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.

§ 1º - Incumbe às partes, dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho


de nomeação do perito:
I – indicar o assistente técnico.
II- apresentar quesitos.

§ 2º - Quando a natureza do fato permitir, a perícia poderá consistir apenas na


inquisição do juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e
julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinando ou avaliado.

Art. 422 – O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança
das partes, não sujeitos a impedimentos ou suspeição.

Art. 423 – O perito pode escusar-se (artigo 146) ou ser recusado por impedimento ou
suspeição (artigo 138, III) ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o
juiz nomeará novo perito.

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Art. 424 – O perito pode ser substituído:


I – Carecer de conhecimento técnico ou científico.
II – Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
Parágrafo único – No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à
corporação profissional respectiva, podendo ainda, impor multa ao perito fixada tendo
em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso do processo.

Art. 425 – Poderão as partes apresentar durante a diligência quesitos complementares.


Da juntada dos quesitos aos autos dará ao escrivão ciência à parte contrária.

Art. 426 – Compete ao juiz:


I – Indeferir quesitos impertinentes.
II - Formular os que entender necessário ao esclarecimento da causa.

Art. 427 – O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes na inicial e na
constatação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos
elucidativos que considerar suficientes.

Art. 428 – Quando a prova tiver que realizar-se por carta, poderá proceder-se à
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a
perícia.

Art. 429 – Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos
utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações
solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem
como, instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.

Art. 430 – REVOGADO


Texto original: O perito e os assistentes técnicos, depois de averiguação individual ou em conjunto,
conferenciarão reservadamente e, havendo acordo, lavrarão laudo unânime.
Parágrafo único. O laudo será escrito pelo perito e assinado por ele e pelos assistentes técnicos.

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Art. 431 – REVOGADO


Texto original: Se houver divergência entre o perito e os assistentes técnicos, cada qual escreverá o laudo em
separado, dando as razões em que se fundar.

Art. 432 – Se o perito por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do
prazo, o juiz conceder-lhe-à, por uma vez , prorrogação , segundo o seu prudente
arbítrio.

Art. 433 – O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo
menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Os assistentes técnico oferecerão seus pareceres no prazo comum de


10 (dez) dias após a apresentação do laudo, independentemente de intimação.

Art. 434 – Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de


documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferencia,
entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a
remessa dos autos, bem como, do material sujeito a exame ao estabelecimento, perante
cujo o diretor o perito prestará compromisso.

Parágrafo único – Quando o exame tiver por objeto autenticidade da letra e firma o
perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em
repartições públicas, na falta destes , poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se
atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado,
dizeres diferentes , para fins de comparação.

Art.435 - A parte , que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico,


requererá ao juiz que mande intima-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo
as perguntas, sob forma de quesitos.

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Parágrafo único – o perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os


esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5(cinco) dias antes da
audiência.

Art. 436 – O Juiz não esta adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção
com outros elementos ou fatos provados nos autos.

Art. 437 – O juiz poderá determinar de ofício ao a requerimento das partes a realização
de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida.

Art. 438 - A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos que recaiu a primeira e
destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

Art. 439 – A Segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

Parágrafo único. A Segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar
livremente o valor de uma e outra.

SEÇÃO VIII
DA INSPEÇÃO JUDICIAL

Art. 440 - O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do


processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse
à decisão da causa.

Art. 441 - Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais
peritos.

Art. 442 - O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:

I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;

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II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;

III - determinar a reconstituição dos fatos.

Parágrafo único - As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando


esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.

Art. 443 - Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado,


mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.

Parágrafo único - O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

SEÇÃO V
DOS DIREITOS DE VIZINHANÇA
DO USO NOCIVO DA PROPRIEDADE

Art. 554 - O proprietário, ou inquilino de um prédio tem o direito de impedir que o mau
uso da propriedade vizinha possa prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos que o
habitam.

Art. 555 - O proprietário tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou
reparação necessária, quando este ameace ruína, bem como que preste caução pelo
dano iminente.

DAS ÁRVORES LIMÍTROFES

Art. 556 - A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em
comum aos donos dos prédios confinantes.

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Art. 557 - Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde
caíram, se este for de propriedade particular.

Art. 558 - As raízes e ramos de árvores, que ultrapassarem a extrema do prédio,


poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.

DA PASSAGEM FORÇADA

Art. 559 - O dono do prédio rústico, ou urbano, que se achar encravado em outro, sem
saída pela via pública, fonte ou porto, tem direito a reclamar do vizinho que lhe deixe
passagem, fixando-se a esta judicialmente o rumo, quando necessário.

Art. 560 - Os donos dos prédios por onde se estabelece a passagem para o prédio
encravado têm direito a indenização cabal.

Art. 561 - O proprietário que, por culpa sua, perder o direito de trânsito pelos prédios
contíguos, poderá exigir nova comunicação com a via pública, pagando o dobro do valor
da primeira indenização.

Art. 562 - Não constituem servidão as passagens e atravessadoiros particulares, por


propriedades também particulares, que se não dirigem a fontes, pontes, ou lugares
públicos, privados de outra serventia.

DAS ÁGUAS

Art. 563 - O dono do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm
naturalmente do superior. Se o dono deste fizer obras de arte, para facilitar o
escoamento, procederá de modo que não piore a condição natural e anterior do outro.

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Art. 564 - Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, correrem dele
para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o
prejuízo que sofrer.

Art. 565 - O proprietário de fonte não captada, satisfeitas as necessidades de seu


consumo, não pode impedir o curso natural das águas pelos prédios inferiores.

Art. 566 - As águas pluviais que correm por lugares públicos, assim como as dos rios
públicos, podem ser utilizadas por qualquer proprietário dos terrenos por onde passem,
observados os regulamentos administrativos.

Art. 567 - É permitido a quem quer que seja, mediante previa indenização aos
proprietários prejudicados, canalizar, em proveito agrícola ou industrial, as águas a que
tenha direito, através de prédios rústicos alheios, não sendo chácaras ou sítios murados,
quintais, pátios, hortas, ou jardins.

Parágrafo único - Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste o direito de


indenização pelos danos, que de futuro lhe advenham com a infiltração ou a interrupção
das águas, bem como a deterioração das obras destinadas a canalizá-las.

Art. 568 - Serão pleiteadas em ação sumária as questões relativas à servidão de águas e
às indenizações correspondentes.

DOS LIMITES ENTRE PRÉDIOS

Art. 569 - Todo proprietário pode obrigar o seu confinante a proceder com ele à
demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos
destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as
respectivas despesas.
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Art. 570 - No caso de confusão, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de


conformidade com a posse; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se
repartirá proporcionalmente entre os prédios, ou não sendo possível a divisão cômoda,
se adjudicará a um deles, mediante indenização ao proprietário prejudicado.

Art. 571 - Do intervalo, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória entre dois
prédios, tem direito a usar em comum os proprietários confinantes, presumindo-se, até
prova em contrário, pertencer a ambos.

DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 572 - O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver,
salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.

Art. 573 - O proprietário pode embargar a construção do prédio que invada a área do
seu, ou sobre este deite goteiras, bem como a daquele, em que, a menos de metro e
meio do seu, se abra janela, ou se faça eirado, terraço, ou varanda.

§ 1º - A disposição deste artigo não abrange as frestas, seteiras, ou óculos para luz, não
maiores de 10 (dez) centímetros de largura sobre 20 (vinte) de comprimento.

§ 2º - Os vãos, ou aberturas para luz não prescrevem contra o vizinho, que, a todo
tempo, levantará, querendo, a sua casa, ou contramuro, ainda que lhes vede a
claridade.

Art. 574 - As disposições do artigo precedente não são aplicáveis a prédios separados
por estrada, caminho, rua ou qualquer outra passagem pública.

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Art. 575 - O proprietário edificará de maneira que o beiral do seu telhado não despeje
sobre o prédio vizinho, deixando entre este e o beiral, quando por outro modo o não
possa evitar, um intervalo de 10 (dez) centímetros, pelo menos.

Art. 576 - O proprietário que anuir em janela, sacada, terraço, ou goteira sobre o seu
prédio, só até o lapso de ano e dia após a conclusão da obra poderá exigir que se
desfaça.

Art. 577 - Em prédio rústico, não se poderão, sem licença do vizinho, fazer novas
construções, ou acréscimos às existentes, a menos de metro e meio do limite comum.

Art. 578 - As estrebarias, currais, pocilgas, estrumeiras, e, em geral, as construções que


incomodam ou prejudiquem a vizinhança, guardarão a distância fixada nas posturas
municipais e regulamentos de higiene.

Art. 579 - Nas cidades, vilas e povoados, cuja edificação estiver adstrita a alinhamento, o
dono de um terreno vago pode edificá-lo, madeirando na parede divisória do prédio
contíguo, se ela agüentar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho meio
valor da parede e do chão correspondente.

Art. 580 - O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisória até
meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor
dela, se o vizinho a travejar (art. 579). Neste caso, o primeiro fixará a largura do
alicerce, assim como a profundidade, se o terreno não for de rocha.

Parágrafo único - Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não tiver


capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé, sem
prestar caução àquele, pelo risco a que a insuficiência da nova obra exponha a
construção anterior.

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Art. 581 - O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da espessura, não
pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o
outro consorte das obras, que ali tencione fazer. Não pode, porém, sem consentimento
do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes, correspondendo a
outras, da mesma natureza, já feitas do lado oposto.

Art. 582 - O dono de um prédio ameaçado pela construção de chaminés, fogões, ou


fornos, no contíguo, ainda que a parede seja comum, pode embargar a obra e exigir
caução contra os prejuízos possíveis.

Art. 583 - Não é lícito encostar à parede-meia, ou à parede do vizinho, sem permissão
sua, fornalhas, fornos de forja ou de fundição, aparelhos higiênicos, fossos, cano de
esgoto, depósito de sal, ou de quaisquer substâncias corrosivas, ou suscetíveis de
produzir infiltrações daninhas.

Parágrafo único - Não se incluem na proibição deste e do artigo antecedente as


chaminés ordinárias, nem os fornos de cozinha.

Art. 584 - São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar para o uso ordinário,
a água de poço ou fonte alheia, a elas preexistente.

Art. 585 - Não é permitido fazer escavações que tirem ao poço ou à fonte de outrem a
água necessária. É, porém, permitido fazê-las, se apenas diminuírem o suprimento do
poço ou da fonte do vizinho, e não forem mais profundas que as deste, em relação ao
nível do lençol d’água.

Art. 586 - Todo aquele que violar as disposições dos arts. 580 e seguidos, é obrigado a
demolir as construções feitas, respondendo por perdas danos.

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Art. 587 - Todo o proprietário é obrigado a consentir que entre no seu prédio, e dele
temporariamente use, mediante prévio aviso, o vizinho, quando seja indispensável à
reparação ou limpeza, construção e reconstrução de sua casa. Mas, se daí lhe provier
dano, terá direito a ser indenizado.

Parágrafo único - As mesmas disposições aplicam-se aos casos de limpeza ou reparação


dos esgotos, goteiras e aparelhos higiênicos, assim como dos poços e fontes já
existentes.

DO DIREITO DE TAPAGEM

Art. 588 - O proprietário tem direito a cercar, murar, valar, ou tapar de qualquer modo o
seu prédio, urbano ou rural, conformando-se com estas disposições:

§ 1º - Os tapumes divisórios entre propriedades presumem-se comuns, sendo obrigados


a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação, os
proprietários dos imóveis confinantes.

§ 2º - Por "tapumes" entendem-se as sebes vivas, as cercas de arame ou de madeira, as


valas ou banquetas, ou quaisquer outros meios de separação dos terrenos, observadas
as dimensões estabelecidas em posturas municipais, de acordo com os costumes de
cada localidade, contanto que impeçam a passagem de animais de grande porte, como
sejam gado vacum, cavalar e muar.

§ 3º - A obrigação de cercar as propriedades para deter nos seus limites aves


domésticas e animais, tais como cabritos, porcos e carneiros, que exigem tapumes
especiais, cabe exclusivamente aos proprietários e detentores.

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§ 4º - Quando for preciso decotar a cerca viva ou reparar o muro divisório, o


proprietário terá o direito de entrar no terreno do vizinho, depois de o prevenir. Este
direito, porém, não exclui a obrigação de indenizar ao vizinho todo o dano, que a obra
lhe ocasione.

§ 5º - Serão feitas e conservadas as cercas marginais das vias públicas pela


administração, a quem estas incumbirem, ou pelas pessoas, ou empresas, que as
explorarem.

SEÇÃO VI
DA PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Art. 589 - Além das causas de extinção consideradas neste Código, também se perde
a propriedade imóvel:

I - pela alienação;

II - pela renúncia;

III - pelo abandono;

IV - pelo perecimento do imóvel.

§ 1º - Nos dois primeiros casos deste artigo, os efeitos da perda do domínio serão
subordinados a transcrição do título transmissivo, ou do ato renunciativo, no registro
do lugar do imóvel.

§ 2º - O imóvel abandonado arrecadar-se-á como bem vago e passará ao domínio do


Estado, do Território ou do Distrito Federal se achar nas respectivas circunscrições;

a)10 (dez) anos depois, quando se tratar de imóvel localizado em zona urbana;

b) 3 (três) anos depois, quando se tratar de imóvel localizado em zona rural.

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Art. 590 - Também se perde a propriedade imóvel mediante desapropriação por


necessidade ou utilidade pública.

§ 1º - Consideram-se casos de necessidade pública:

I - a defesa do território nacional;

II - a segurança pública;

III - os socorros públicos, nos casos de calamidade;

IV - a salubridade pública.

§ 2º - Consideram-se casos de utilidade pública:

I - a fundação de povoações e de estabelecimentos de assistência, educação ou


instrução pública;

II - a abertura, alargamento ou prolongamento de ruas, praças, canais, estradas de


ferro e, em geral, de quaisquer vias públicas;

III - a construção de obras, ou estabelecimentos destinados ao bem geral de uma


localidade, sua decoração e higiene;

IV - a exploração de minas.

Art. 591 - Em caso de perigo iminente, como guerra ou comoção intestina


(Constituição Federal, art. 80), poderão as autoridades competentes usar da
propriedade particular até onde o bem público o exija, garantido ao proprietário o
direito à indenização posterior.

Parágrafo único - Nos demais casos o proprietário será previamente indenizado, e, se


recusar a indenização, consignar-se-lhe-á judicialmente o valor.

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6) TIPOS DE AÇÕES JUDICIAIS MAIS COMUNS

VISTORIA CAUTELAR:

- Chamada no passado como vistoria ad perpetuam rei memoriam. Necessária a


caracterização do estado de um bem ou de circunstância a ele relacionadas
preliminarmente a outro evento, seja ela judicial ou não. Atualmente se integra,
como exame pericial, na P.A.P. (Produção Antecipada de Provas), medida cautelar
preparatória em relação a uma Ação Principal que será proposta( Arts. 846 a 851 do
C P C). Ocorre, por exemplo, quando as vistorias preliminares em imóveis vizinho a
um terreno onde irá ser iniciada uma obra. Antes que aconteça, ou logo em seguida
a determinado o fato.

DESAPROPRIAÇÃO:

- Promovida pelo PODER PÚBLICO


- Promove de forma compulsória, a transferência da propriedade de um imóvel
pertencente ao particular para o patrimônio público, por utilidade pública/ ou
interesse social.

RENOVATÓRIA E REVISIONAL:

- Determina o justo valor locativo de um imóvel.


- O inquilino solicita judicialmente a prorrogação do contrato de locação, e, havendo
divergência no valor do aluguel, faz-se necessário o arbitramento do novo valor
através de perícia.

REINVIDICATÓRIA:

- São ações pertencentes ao grupo das questões de imóveis, que reúne aquelas
relativas à posse de domínio de bens imóveis, envolvendo casos em que exista

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dúvida quanto à perfeita localização de um imóvel ou de uma determinada divisa,


que se superpõe a outra, visando preservar o domínio.

NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA;

- São ações cujo objetivo é embargar uma obra ou serviço, visando interrompe-la em
face de riscos a terceiros. O trabalho pericial neste caso é de caráter emergencial e
deve ser efetuada com urgência.

PASSAGEM FORÇADA:

- São ações em que é objetivo uma saída para a via pública de uma propriedade que
não a possui e objetiva-se permitir ou não a criação da passagem.

INDENIZAÇÃO:

- São ações que podem ocorrer nas mais diversas situações, não sendo a apuração de
responsabilidade matéria pericial mas sim de direito. O perito tem como função
somente o levantamento dos danos eventualmente existentes, estabelecendo
tecnicamente possíveis causas e valores para apreciação do MM. Juiz.

INCORPORAÇÕES IMOBILIÁRIAS:

- São aquelas relativas, na maioria dos casos, a problemas com áreas de garagens e
especificações de imóveis cuja construção tem origem na Lei 4.591/64 e em
consonância com a NBR 12 721 da ABNT.

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7) ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDOS

- Titulo
- Interessado
- Objetivo
- Descrição do Objeto
- Metodologia de Critério de Avaliação
- Avaliação
- Respostas aos quesitos
- Conclusões
- Encerramento
- Data
- Assinatura e Referências do profissional
- Anexos (diversos)

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8) O PERITO DEVE SEMPRE QUE POSSÍVEL:

- Manter pesquisa de preço de mercado imobiliário atualizada.


- Estudar e estar sempre atualizado com o comportamento do mercado imobiliário
local.
- Manter uma pequena biblioteca sobre temas pertinentes à engenharia legal.
- Trocar idéias, experiências, com colegas militantes na mesma área.
- Periodicamente fazer cursos de atualização.
- Manter um escritório autônomo, com uma completa infra-estrutura básica.
- Trabalhar dentro dos critérios normativos e da ética profissional.

9) FERRAMENTAS DO PERITO / AVALIADOR

- INFORMÁTICA
- ESTATISTICA BÁSICA
- MATEMÁTICA FINANCEIRA
- LEGISLAÇÃO VIGENTE P/ PROJETO, CONSTRUÇÃO ETC.
- NORMAS TÉCNICAS
- CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
- ORÇAMENTO
- MERCADO IMOBILIÁRIO
- PESQUISA DE VALORES

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ÉTICA NA PERÍCIA JUDICIAL

Historicamente as normas éticas visam ensinar um caminho à conduta


humana, dentro do desenvolvimento social dos povos. Nas sociedades modernas o ser
humano convive com regras governamentais, através de estatuto, regimentos, normas,
mandamentos, etc.
A convivência social conduz a uma valorização diferenciada das coisas, que
pode conduzir aos extremos do comportamento, o egoísmo e o altruísmo, referendo-se a
pessoas que só pensam em si mesmas (ego) ou pessoas que só pensam nos outros
(altro).
A conceituação de Ética encontra definições variadas, cujo entendimento,
algumas das vezes diferencia Ética de Moral, em outros os têm como sinônimos.
Segundo Aurélio Buarque de Holanda (Novo Dicionário Aurélio):
 Ética: “ Estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana,
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente à
determinada sociedade, seja de modo absoluto.”
 Moral: “ Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas quer de modo
absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa determinada.”

Os deveres éticos geralmente são divididos em três grandes grupos, nos dois
primeiros, do homem para consigo e o próximo, e no terceiro do profissional para com a
sociedade, este último aplicável ao comportamento do perito e assistentes na condução
do trabalho pericial.
Deveres do profissional com a sociedade:
- Honestidade: relaciona-se à confiança que nós é depositada, consistindo na primeira
virtude do profissional, não admitindo tolerância ou interpretações subjetivas.
- Responsabilidade: atitude que garante uma maior probabilidade de agir de maneira
mais favorável aos interesses coletivos.
- Lealdade: não significa obediência irrestrita, mas agir com convicção que suas
atitudes são em prol dos interesses gerais.
- Competência: deve consistir numa busca constante, através do conhecimento da
ciência, tecnologia e práticas profissionais, visando a prestação do melhor serviço.
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- Prudência: obriga a uma minuciosa análise das situações complexas e difíceis,


contribuindo para maior segurança nas decisões a serem tomadas.
- Coragem: nos ajuda a defender verdade e a justiça, reagir às críticas e tomar
decisões sem levar em conta atos de desagrado a terceiros.
- Perseverança: qualidade inerente ao profissional, diante das inúmeras barreiras,
incompreensões, insucessos e fracassos que poderá enfrentar ao longo de sua vida.
- Imparcialidade: assume características do dever, objetivando se contrapor aos
preconceitos, a reagir contra os mitos e defender os verdadeiros valores na busca do
justo.

Com relação à ética do perito, seguem algumas observações de caráter


específico, relacionadas aos seus deveres, vedações, conduta em relação aos assistentes
técnicos e em relação aos outros peritos.
Principais deveres do perito judicial:
- Exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade, dignidade e independência.
- Guardar sigilo profissional.
- Zelar pela competência exclusiva na condução do trabalho.
- Inteirar-se de todos os fatos relativos à perícia.
- Manifestar eventuais impedimentos ou suspeições ao exercício da função.
- Recusar a indicação quando não se achar capacitado.
- Abster-se de expressar sua convicção pessoal sobre direitos das partes.
- Considerar com imparcialidade os fatos submetidos a análise.
- Assinalar eventuais enganos ou divergências surgidas.

Vedações impostas ao perito:


- Anunciar ou sugerir publicidade abusiva.
- Auferir outro provento do exercício profissional, senão aquele decorrente do trabalho
correto e honesto.
- Assinar documentos elaborados por terceiros.
- Valer-se de agenciador de serviços.
- Concorrer para a realização de ato contrário à lei.
- Receber honorários fora do processo, salvo quando autorizado pelo juiz.
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- Estabelecer entendimentos com uma das partes, à revelia do juiz ou da parte


contrária.
- Reter abusivamente processo ou documento.
- Oferecer ou disputar serviço mediante aviltamento de honorários ou concorrência
desleal.

Conduta em relação aos assistentes técnicos:


- Pautada nos princípios da consideração, apreço e solidariedade.
- Comunicar aos assistentes sua indicação para a função.
- Convidar os assistentes para os exames e vistorias.
- Trocar informações, recebendo documentos e ouvindo as ponderações dos
assistentes.
- Apresentar suas conclusões, aceitando eventuais sugestões que permitam o
aprimoramento ou o esclarecimento do laudo pericial.

Conduta em relação aos demais peritos:


- Evitar referências prejudiciais ou desabonadoras.
- Analisar com cautela a aceitação de nomeação decorrente de substituição de outro
colega.
- Não se pronunciar sobre serviço profissional entregue a outro colega.
- Respeitar o direito autoral, não se apropriando de trabalhos de outros colegas.
- Compartilhar o conhecimento de novas orientações de caráter técnico.

No que se refere ao assistente técnico, entendemos que, muito embora a


conduta ética seja geral, conforme relatado anteriormente, sua atuação carecer de
algumas especificidades, como veremos a seguir.
Em geral, deverá cumprir os mesmos deveres do perito, lembrando o
principal dever ético com o cliente que o contratou, sem comprometer a sua
credibilidade.

Obedecer as vedações impostas ao perito, analisando algumas com as


peculiaridades de sua função, acrescentando ainda o seguinte:
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- Não interromper a prestação de serviço sem justa causa e comunicação prévia ao


cliente.
- Não revelar negociação confidenciada pela parte que o contratou.
- Não iludir ou tentar iludir a boa fé na elaboração do trabalho, desvirtuando as
informações que levar ao perito.

Conduta em relação ao perito:


- Procurar informá-lo da nomeação.
- Subsidiar o perito com informações.
- Respeitar eventuais conclusões divergentes do interesse de seu cliente.
- Facilitar seu trabalho no que puder auxilia-lo.
- Se discordar do conteúdo de seu laudo ater-se às questões técnicas, jamais fazendo
considerações de cunho pessoal.

Texto do Livro: “ Perícias Judiciais de Engenharia”. Autor: Francisco Maia Neto – páginas
245 a 248.

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Art. 33 - Das Despesas e das Multas

Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito
será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido
por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.

Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo


pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa
remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com
correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a
sua liberação parcial, quando necessária. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)

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