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em caso positivo:
juiz homologa o acordo (título
executivo judicial cível)
CONCILIAÇÃO
em caso negativo:
prosseguimento da audiência
DENÚNCIA OU
intimação para a AIJ
QUEIXA
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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
I. CONCILIAÇÃO.
11. Qual a natureza jurídica do instituto? Medida despenalizadora que primeiro gera efeitos penais e, depois,
processuais.
12. Legitimidade para a proposta. Ministério Público.
13. Cabe transação penal em ação penal privada? Neste caso, quem oferece a proposta?
1ª. corrente: Não, por ser a princípio incompatível com esta, pois o titular da ação penal é a vítima, não podendo o
MP barganhar sobre o que não “lhe pertence”.
2ª. corrente (majoritária): Cabível, fundamentada no princípio da isonomia e na discricionariedade da ação penal
privada.
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3ª. corrente: Cabível, tratando-se de direito subjetivo do autor do fato.
14. Qual o momento oportuno? Na audiência preliminar, após a tentativa sem êxito de conciliação, renovando-se
a proposta na AIJ, se fracassada a primeira.
15. Qual a natureza jurídica da proposta?
1ª. corrente (Majoritária): Trata-se de uma discricionariedade regrada do Ministério Público, mitigadora do princípio
da obrigatoriedade da ação penal pública fiscalizada pelo juiz, tendo em vista a possível aplicação analógica do art.
28 do CPP. Se oferecida proposta após o oferecimento da denúncia, terá a mesma o condão de mitigar o princípio
da indisponibilidade.
2ª. corrente (minoritária, por violar o sistema acusatório): Direito subjetivo do autor do fato. Assim, se o MP não
oferecer a proposta e o juiz entender que o autor do fato faz jus à mesma, o próprio juiz a concederá.
3ª. corrente: Exercício de uma nova forma de ação penal. Assim, o princípio da obrigatoriedade está íntegro, não
sofrendo mitigação. Altera-se apenas o “vetor”, ou seja, se presentes as condições da ação e os requisitos para a
proposta, o MP deverá oferecer a transação penal e não a denúncia (que somente seria oferecida caso o autor do
fato não preencha os requisitos ou não aceite a transação). Se o MP não oferece e o juiz entende que o autor do
fato faz jus, aplica o 28 do CPP.
4ª. corrente: Condição específica de procedibilidade, sem a qual a denúncia não poderá ser oferecida.
16. Qual a natureza jurídica do procedimento?
1a. corrente: Como não há processo penal instaurado, trata-se de fase pré processual, de natureza administrativa.
2ª. corrente: Para quem defende que é um novo modelo de ação penal, já é fase processual.
17. Qual a natureza jurídica e quais os efeitos da decisão?
1a. corrente: Entendimento do STF e da maior parte da doutrina é de que se trata de decisão homologatória-
condenatória, também chamada de condenatória imprópria. É homologatória em relação ao acordo firmado entre o
MP e o autor do fato, e condenatória em relação à aplicação de pena alternativa a este último, bem como ao efeito
de impedir uma nova transação por 5 (cinco anos). Equipara-se a ato de jurisdição voluntária. Contudo, a decisão,
enquanto homologatória, não faz coisa julgada material, e o juiz somente declarará extinta a punibilidade após o
cumprimento da pena acordada. Neste sentido a Súmula Vinculante 35, indicada no item 22 (abaixo). Da decisão
que homologa a transação é cabível apelação (art. 76, § 5 o, c/c art. 82, ambos da Lei 9.099/95).
2ª. corrente: Condenação imprópria.
18. Quem participa da transação? MP e autor do fato.
19. E se o MP se negar a oferecer a proposta? De acordo com a posição majoritária (firmada inclusive na súmula
696 do STF): O juiz, dissentindo, deverá remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça, aplicando analogicamente
o art. 28 do CPP.
20. E se o juiz proferir decisão distinta do acordo firmado na transação? O juiz, dentro do acordado entre MP
em autor do fato, pode decidir pela aplicação de pena alternativa menos rígida ou onerosa ou aplica-la até os limites
previstos na proposta, nunca além, julgando ultra petita, dando azo a nulidade absoluta da decisão. O juiz possui
essa margem de atuação, típica da função jurisdicional ao aplicar a pena.
21. E se o juiz indeferir a transação penal? Alguns entendem que o recurso cabível é a apelação, assim como o
é em relação a decisão que homologa a transação. Porém, a corrente mais acertada entende ser correta a
impetração de mandado de segurança, tanto pelo MP, em defesa do direito líquido e certo ao oferecimento da
transação, quanto pelo autor do fato, ante o direito líquido e certo de ver extinta a punibilidade do fato que praticou
ao aceitar a transação. Atualmente muitos também sustentam correição parcial.
22. E se o autor do fato não cumprir o acordo?
1ª. corrente: Deve o inadimplemento ser considerado dívida de valor, a ser inscrita na dívida ativa, mantendo-se,
em razão do princípio favor rei, extinta a punibilidade, apesar de grande parte dos juízes condicioná-la ao
cumprimento integral do acordo (homologá-lo sob condição), por força do que dispõe o art. 84 e seu parágrafo único
da Lei nº 9.099/95.
2ª. corrente: O inadimplemento da pena acordada acarreta a nulidade do acordo e, caso o juiz tenha homologado o
mesmo sob condição do cumprimento da ‘pena’, poderia o MP oferecer a denúncia. Caso já tenha sido declarada a
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extinção da punibilidade, a pena é convertida em multa (caso não tenha sido esta a fixada), sendo a mesma
executada como dívida civil (execução cível, a ser promovida pelo MP no próprio Juizado).
3ª. corrente: O STF publicou a Súmula Vinculante nº. 35: "A homologação da transação penal prevista no
artigo 76 da lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a
situação anterior, possibilitando-se ao ministério público a continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial."
23. Qual a natureza jurídica do instituto e quais os seus efeitos? Medida despenalizadora que primeiro gera
efeitos processuais e, depois de cumprido o período de prova, penais.
24. De quem é a legitimidade para a proposta? De acordo com a lei, do Ministério Público.
25. Qual o momento oportuno? Após o recebimento da denúncia. Entende-se hoje que é possível mesmo em fase
recursal.
26. Qual a natureza jurídica da proposta?
1ª. corrente (Majoritária): Trata-se de uma discricionariedade regrada do Ministério Público, mitigadora do princípio
da indisponibilidade da ação penal pública, fiscalizada pelo juiz, tendo em vista a possível aplicação analógica do
art. 28 do CPP (Súmula 696 do STF).
2ª. corrente (minoritária, por violar o sistema acusatório): Direito subjetivo do autor do fato. Assim, se o MP não
oferecer a proposta e o juiz entender que o autor do fato faz jus à mesma, o próprio juiz a concederá.
3ª. corrente (posição da banca delegado civil RJ (André Nicolitt)): O juiz é o DIRETOR do processo. A suspensão
condicional do processo seria o devido processo legal, e cabe ao juiz conduzir o processo. Não concorda com a
posição majoritária, e entende que não há que se falar em violação do sistema acusatório na hipótese do juiz
oferecer ele próprio o benefício, seja porque não se trata de desdobramento do direito de ação, nem de
disponibilidade da pretensão, já que não há certeza na extinção da punibilidade, que não ocorrerá caso o réu
descumpra as obrigações. Assim, caso o MP não ofereça, não se aplica o 28 do CPP. O juiz aplica de ofício. Tal
posição facilita a discussão nas infrações de ação penal privada.
27. Qual a natureza jurídica do procedimento? Processo.
28. Qual a natureza jurídica da decisão que a concede? Interlocutória mista não terminativa. Cabível recurso em
sentido estrito (POSIÇÃO MAJORITÁRIA).
29. Qual a natureza jurídica da decisão que a indefere? Interlocutória simples.
30. Qual a natureza jurídica da decisão que a revoga? Interlocutória simples.
31. E se o MP se nega a oferecer a proposta? Súmula 696 do STF: aplica-se o art. 28 do CPP.
32. É cabível a suspensão condicional do processo em ação penal privada?
1ª. corrente: Não, por ser a princípio incompatível com a disponibilidade da ação penal privada. Permitir a suspensão
condicional do processo em infrações de ação penal privada seria entregar nas mãos da vítima o próprio direito de
punir. Da mesma forma, não poderá o MP oferecer nestes casos a proposta, pois o titular da ação penal é a vítima,
não podendo o MP dispor do que não “lhe pertence”. Este é o atual entendimento do STF e STJ.
2ª. corrente (majoritária): Cabível, fundamentada no princípio da isonomia.
3ª. corrente: Cabível, tratando-se de direito subjetivo do autor do fato.
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