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2015.1 - Arthur e Marcos PDF
2015.1 - Arthur e Marcos PDF
Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Mecânica
Brasil
Vitória
2015
Universidade Federal do Espirito Santo – UFES
Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Mecânica
Brasil
Vitória
2015
Universidade Federal do Espirito Santo – UFES
Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Mecânica
Brasil
Vitória
2015
Dedicamos esse trabalho as nossas famílias,
por todo amor e carinho e a todas as pessoas que,
assim como nós, estão sempre buscando seus sonhos.
Agradecimentos
T Temperatura
˙
Ex Exergia
Q̇ Calor
W Trabalho
U Energia Interna
M Massa molar
V Volume
S Entropia
Minúsculas
v Vazão volumétrica
g Aceleração da gravidade
h Entalpia
k Constante do gás
t Tempo
ṁ Vazão Mássica
p Pressão
u Tenssão
Gregas
ρ Massa específica
∆ Variação
η Rendimento
Sobrescritos
Q Parcela Química
F Parcela Física
M Parcela Mecânica
T Parcela Térmica
Subscritos
amb Condição Ambiente
e Entrada
s Saída
el Elétrico
m Mecânico
a Fluxo de Água
g Fluxo de Gás
d Degradada
ar Fluxo de Ar
si Sistema Global
p − gr Perdas no gerador
alt Alternador
Abreviaturas
MCI Motores de Combustão Interna
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 Motivação e Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2 Objetivo e Alcance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3 Estrutura do Projeto de Graduação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 Princípios e Fundamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.1 Central termelétrica com motor de combustão interna (M.C.I) . . . . . . . 18
2.2 Análise Energética e Exergética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2.1 Análise Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2.2 Balanço de Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.3 Balanço de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2.4 Balanço de Exergia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2.5 Energia e Exergia de fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3 Metodologia para medição de dados em uma pequena central termelétrica
diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1 Procedimento de medidas dos parâmetros necessários . . . . . . . . . . . . 32
3.2 Medição de potência elétrica e corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3 Medição de vazão de combustível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4 Medição da Vazão de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.5 Vazão de Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.6 Medição de Temperaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.7 Procedimento de Ensaio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4 Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética . . . . . . . . . . . 39
4.1 Primeiro Modelo Termodinâmico: Modelo Base . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.1 Balanço Energético da Central Diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.2 Balanço Exergético da Central Diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.2 Segundo Modelo Termodinâmico:Combustão Completa sem a presença de
enxofre no combustível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.1 Balanço Energético da Central Diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.2 Balanço Exergético da Central Diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3 Terceiro Modelo Termodinâmico:Combustão Completa com a presença de
enxofre no combustível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3.1 Balanço Energético da Central Diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3.2 Balanço Exergético da Central Diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5 Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.1 Comparação entre o Balanço energético e exergético . . . . . . . . . . . . . 50
5.2 Comparação dos resultados relativamente Terceiro Modelo Termodinâmico 64
6 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Apêndices 69
APÊNDICE A Definição da Composição do Combustível para cada um dos
dois casos estudados nesse trabalho . . . . . . . . . . . . . . . 70
APÊNDICE B Equacionamento Químico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
APÊNDICE C Obtenção do Excesso de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Anexos 78
ANEXO A Curva para obtenção do rendimento do Alternador em função da
corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
ANEXO B Polinômios para obtenção do Calor específico dos Gases de Exaustão 81
16
1 Introdução
2 Princípios e Fundamentos
Tais condições fariam com que o motor sofresse menos perdas de calor, mantendo
a exergia dos gases de exaustão. Beau de Rochas também sugeriu o método de operação
do motor. Alguns anos mais tarde, mais precisamente em 1867, Nicolaus Otto (1832-1891)
e Eugen Langen (1833-1895) desenvolveram um motor mais bem sucedido. O pistão desse
Capítulo 2. Princípios e Fundamentos 19
motor era movido pela explosão dos gases no cilindro e o pistão ligado a um volante através
de um conjunto cremalheira e uma engrenagem. O movimento do volante fazia abrir e
fechar uma válvula que controlava a admissão e ignição do motor. Esse motor atingia
uma eficiência de até 11%, que era consideravelmente maior que os motores de Lenoir que
atingia apenas 5%. Uma década mais tarde, Otto desenvolveu um novo motor de quatro
tempos, no qual, reduziu peso e o tamanho do conjunto cilindro pistão o que proporcionou
um aumento da eficiência para um valor de até 14%.
De acordo Heywood (1988) os MCI alternativos podem ser classificados segundo:
• A aplicação: onde o motor vai ser utilizado, pode ser em carros e caminhões (auto-
motivos), aviação,marítimos, geração emergencial e geração em carga base;
(que significa que a cabeça do pistão vai ter um formato concavo. A segunda forma
de construção é a câmara dividida: swirl, essas produzem um movimento rotacional
da carga;
• O método de controle de carga: esse controle pode ser feito através de estrangulamento
do fluxo de ar+combustível de forma que a composição da mistura não se altere,
pode ser feita também por controle somente do fluxo de combustível ou também uma
combinação de ambos. Essa escolha vai depender do método de ignição do motor -
centelha ou compressão;
Um outro ponto a se destacar nessas usinas são as perdas que ocorrem ao longo da
planta. Segundo Lima (2010) as perdas nesse tipo de instalação são:
• Perdas térmicas: são perdas que são devidas ao processo de conversão de energia;
motores mais modernos ainda podem trabalhar com variados combustíveis. Para elevadas
potências o ciclo combinado é uma excelente opção, porém quando se trabalha com
potências menores,os MCI apresentam uma eficiência maior que os ciclos combinados.
No Brasil existem muitas termelétricas que utilizam MCI em suas plantas. Um
exemplo de planta de geração que utiliza MCI é a Termelétrica El Paso Rio Negro que fica
localizada em Manaus. Na Figura 7 é possível ver a imagem da termelétrica e na Figura 8
é possível ver os motores instalados nessa usina.
a analise exergética ganha força e tem seu uso frequente na análise de projetos, tem um
grande impulso depois da crise petrolífera dos anos setenta. Hoje a analise exergética é
utilizada na indústria para aumentar eficiência de projetos, visando maior competitividade
e redução de custos de produção. Além da redução do impacto ambiental, pois consumindo
menos combustível em um processo com maior eficiência, se reduz a emissão de gases
poluentes.
dMV ol.Controle
Ṁe − Ṁs = (2.1)
dt
Quando a análise é realizada com o sistema operando em regime permanente
o termo do lado direito da Equação 2.3 é igual a zero, então tal equação resulta na
Equação 2.4.
Levando em conta o sistema de controle com somente uma entrada e uma saída
e considerando escoamento uniforme, segundo Moran e Shapiro (2009), encontramos o
balanço da taxa de energia mostrado na Equação 2.3:
dEV C V2 V2
ṁe (he + e + gze ) − ṁs (hs + s + gzs )
X X
= Q̇V C − ẆV C + (2.3)
dt e 2 s 2
Q̇ − Ẇ = ṁ(∆h) (2.4)
Capítulo 2. Princípios e Fundamentos 29
Neste trabalho a exergia calculada para os gases de exaustão não levarão em conta
a exergia química, logo a Equação 2.15 representa a exergia total dos gases de exaustão
que também é a exergia física. E a Equação 2.13 e Equação 2.14 são, respectivamente, as
parcelas térmica e mecânica da exergia.
T T
T m X Z X Z
Cpn
Ex =P [ yn . Cpn dT − T0 . yn . dT (2.13)
yn .Mn T
T0 T0
m p (2.14)
Ex M = .R.T0 ln( )
M p0
T T
F m X Z X Z
Cpn p
Ex =P [ y n . Cpn dT − T 0 . y n . dT + R.T0 . ln( )] (2.15)
yn .Mn T p0
T0 T0
31
• Temperatura ambiente;
3. Vazão de combusível é medido cronometrando o tempo gasto pelo motor para cosumir
um volume calibrado de combustível.
4. Vazão dos gases de exaustão que saem do motor é obtida somando as vazões de
ar e de combustível , utilizou-se pra isso a conservação de massa para escoamento
estacionário através do motor.
• Partida do motor;
• Desligamento da central.
último, verificar se o quadro de comando está desligado (deve estar desligado antes da
partida), ligar depois de funcionar o conjunto. Após essa sequência de verificações é preciso
desligar a chave de interrupção da cebolinha de óleo empurrando-a e empurrar a chave de
ignição para liga-la. Em seguida deve-se apertar o botão de partida o suficiente para o
motor funcionar.Decorrido um minuto de ensaio, "puxar"a chave da cebolinha, deixando
o motor funcionar 3 minutos em marcha lenta (800 rpm). Após essa etapa, acelerar até
atingir a rotação de trabalho, ou seja, 1800 rpm. Após a partida do motor é necessário
ligar o quadro elétrico. É preciso ligar a chave do regulador automático de tensão, feito
isto o ponteiro do voltímetro registrará ±200[V ] sendo ajustado através do reostato de
regulagem fina, em seguida ligar para baixo a chave geral.
Depois que a partida foi realizada com sucesso é preciso sincronizar a central diesel
com a rede elétrica da concessionária (CEMIG). Para que os sistemas possam entrar em
paralelo são necessárias três condições: mesma tensão, mesma frequência e mesmo angulo
de fase. O procedimento para colocação dos sistemas em paralelo é composto por:
• Ajuste da tensão gerada para que tenha o mesmo nível da tensão da concessionária
(220[V ]). Este procedimento é realizado com auxílio de um equipamento eletrônico e
sua monitoração feita em um voltímetro duplo (Reostato).
• Ajuste de frequência da tensão gerada para que seja a mesma da concessionária (60
[Hz]). Esse procedimento é realizado através do ajuste do acelerador do motor diesel
e monitorado através de um frequencímetro duplo.
A última etapa desse teste é a parada do motor. Para isso é necessário desligar o
quadro e virar a chave de ignição no sentido horário até o segundo contato e esperar que o
motor pare totalmente. Como mencionado anteriormente alguns parâmetros importantes
são medidos quando o motor está operando (a maioria deles). Quando o motor está
desligado (suprimento de combustível é interrompido) o motor é acionado diretamente
com energia da rede (funciona no sentido contrário ao convencional), são medidas Ẇel−mot ,
Vel−mot e iel−mot . Os parâmetros medidos estão apresentados na Tabela 1.
Capítulo 3. Metodologia para medição de dados em uma pequena central termelétrica diesel 38
Neste capitulo são apresentados todos os modelos, com suas equações e considera-
ções, utilizados nos balanços energéticos e exergéticos presentes neste trabalho.
Vc
ṁc = ρc (4.1)
∆t
Onde:
ṁc = Vazão em massa de combustível [kg/s];
ρ= massa específica do combustível = 833 [kg/m3 ];
Vc =volume do combustível [m3 ];
∆t= tempo de escoamento [s].
Capítulo 4. Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética 40
Para que todo o balanço seja realizado, ainda é preciso calcular as vazões de ar e
de gases de exaustão. Essas vazões são necessárias para cálculo da quantidade de calor
liberada pelo combustível no momento da queima e a quantidade de calor e a quantidade
de calor que é liberada e transportada pelos gases de exaustão. Porém, antes de calcular
a vazão dos gases, é necessário conhecer a vazão de ar que entra para que a combustão
ocorra, tal vazão é calculada conforme Equação 4.2.
s
πd2 2ρágua g∆Hágua
ṁar = C (4.2)
4 ρar
Onde:
d=diâmetro do furo [m];
C= Constante do orifício = 0,59;
g= gravidade local [m/s2 ];
∆Hágua =diferença de pressão da água [m];
ρar =massa específica do ar [kg/m3 ].
Como visto na Equação 4.2 utiliza-se o ρar para o cálculo da vazão de ar. Porém
essa densidade do ar necessita ser calculada levando em conta a pressão atmosférica local
e temperatura ambiente. Para tanto fez-se necessário utilizar a Equação 4.3, onde o valor
de patm utilizado foi de 694 mm Hg (com a devida correção de unidade).
patm
ρar = (4.3)
RT
Onde:
patm =pressão atmosférica local [N/m2 ];
T =Temperatura [K];
R=287 J/kg K
Onde:
ṁg =vazão dos gases [kg/s];
ṁar =vazão de ar [kg/s];
ṁc =vazão de combustível [kg/s].
Capítulo 4. Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética 41
Onde:
Q̇c = calor liberado pelo combustível [kW];
ṁc =vazão em massa de combustível [kg/s];
P CI=poder calorífico inferior = 42886,8[kJ/kg].
Onde:
Q̇a =calor perdido no radiador [kW];
ṁa =vazão de água no radiador [kg/s]
ca =calor específico da água [kJ/kg◦ C]
Ts =Temperatura de saída da água [◦ C];
Te =Temperatura de entrada da água [◦ C].
Onde a vazão de água é dada pela equação Equação 4.7. Utilizando os dados
apresentados na Tabela 1.
vágua
ṁa = ρágua (4.7)
1000.60
Onde o valor de Vágua é igual a 33,5 l/min, por isso se fez necessário a utilização
dos fatores no denominador da Equação 4.7.
E o calor perdido pelos gases de exaustão é dado pela Equação 4.8.
Onde:
Q̇g =calor perdido pelos gases de exaustão, [kW];
ṁg =vazão de gases de exaustão, [kg/s]
cp =calor específico dos gases, [kJ/kg◦ C]
Tesc =Temperatura escoamento, [◦ C];
Tamb =Temperatura ambiente,[◦ C].
Nesse cálculo se utiliza o valor de cp para os gases que foi obtido conforme indicado
no modelo base. Para a obtenção desse valor são utilizadas duas equações. A primeira
delas é aplicada para se obter o valor do calor específico do ar e a segunda para a obtenção
do calor específico dos gases de exaustão.(Anexo B)
O valor da potência mecânica produzida pelo motor é obtido conforme Equação 4.9,
levando-se em conta a potência elétrica gerada (Ẇel ) e o rendiento do gerador.
W˙ el
W˙m = (4.9)
ηalt
Onde:
W˙m =potência mecânica, [kW];
W˙ el =potência elétrica, [kW];
ηalt = rendimento do alternador.
Onde:
Ẇp−gr =perdas no gerador, [kW];
W˙m =potência mecânica, [kW];
W˙ el =potência elétrica, [kW].
Sendo assim resta apenas uma parcela para ser calculada no tocante à perdas de
energia no motor diesel, é ela a potência de atrito mecânico (Ẇatr−m ). Essa parcela é
Capítulo 4. Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética 43
Onde:
Ẇatr−m =potência de atrito mecânica,[kW];
Ẇel−mot =potência elétrica motor, [kW];
ηalt = rendimento do alternador na condição inversa de trabalho.
Onde:
Q̇p =perdas de energia no motor diesel, [kW];
Q̇c =calor liberado pelo combustível, [kW];
Q̇g =calor dos gases de escapamento, [kW]
Q̇a =calor da água de arrefecimento, [kW]
Ẇel =potência elétrica, [kW];
Ẇp−gr =perdas no gerador, [kW];
Ẇatr−m =trabalho de atrito do motor, [kW].
˙ c = ṁc .P CI.β
Ex (4.13)
Capítulo 4. Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética 44
Onde:
˙ c =exergia associada ao Calor do Combustível, [kW];
Ex
ṁc =vazão de combustível, [kg/s];
P CI=poder calorífico inferior, [kJ/kg];
β=fator para cálculo da exergia do combustível.
A Equação 4.14, segundo Kotas (2012 apud SILVA, 2013), deve ser utilizada com
os termos das frações dos componentes em base mássica. O cálculo da composição está
descrito no Apêndice A. A definição da composição é de fundamental importância nesse
trabalho. Segundo Lora e Nascimento (2004a) e Santos (2009), é utilizada a Equação 4.15
para determinar essa composição. Nessa equação o valor de W foi zero, tendo em vista
que o combustível foi considerado na base seca.
Além de utilizar a Equação 4.15 de poder calorifico inferior, foi utilizada a Equa-
ção 4.16, segundo Buckley e Domalski (1988). Esse cálculo de PCS é realizado para ter a
certeza que a exergia do combustível está contida no intervalo entre o PCI e o PCS.
Para o balanço de exergia, uma parcela muito importante nesse balanço é a exergia
que se transforma em trabalho no motor. De igual modo a potência elétrica gerada é de
funcamental importância nesse estudo, e a exergia associada a cada uma dessas parcelas é
mostrada na Equação 4.17 e Equação 4.18
˙ m = Ẇm
Ex (4.17)
Onde:
˙ m =exergia associada ao Trabalho Mecânico, [kW];
Ex
W˙m =potência mecânica, [kW].
Capítulo 4. Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética 45
˙ el = Ẇel
Ex (4.18)
Onde:
˙ el =exergia associada ao Trabalho Elétrico, [kW];
Ex
W˙ el =potência elétrica, [kW].
Existe uma entrada de água para resfriamento do motor. Essa água é utilizada no
radiador, e como ela entra no motor um pouco acima das condições ambientes, possui um
fluxo de exergia entrando no sistema. E a água que sai do motor carrega também uma
parcela da exergia. A Equação 4.19 é utilizada para o cálculo das duas parcelas, sempre
com relação as condições ambientais.
˙ a = ṁa [h − ho − To (S − So )]
Ex (4.19)
Onde:
˙ a =exergia associada ao fluxo de água, [kW];
Ex
ṁa =vazão de água no radiador [kg/s]
ho =entalpia na To e po , [kJ/kg];
So =entropia na To e po , [kJ/kg K];
To =temperatura de referência, [K].
Onde:
˙ g =exergia associada ao fluxo de gás, [kW];
Ex
ṁg =vazão de gás [kg/s]
cp =calor específico à pressão constante [kJ/kgK];
To =temperatura de referência, [K];
T =temperatura, [K];
p= pressão do gás, [N/m2 ];
Capítulo 4. Modelos utilizados nas análises Energética e Exergética 46
Possuindo todas as parcelas de exergia que constituem esse sistema térmico, pode-se
então calcular a exergia degradada no processo. Além disso as potências que foram medidas
durante o ensaio são exergia pura.
˙ ae + Ex
Ex ˙ c + Ex
˙ ar = Ex
˙ as + Ex
˙ g + Ex
˙ atr−m + Ex
˙ p−gr + Ex
˙ d + Ex
˙ el (4.21)
Onde:
˙ ae =exergia associada ao fluxo de água que entra no motor, [kW];
Ex
˙ c =exergia associada ao calor do combustível, [kW];
Ex
˙ as =exergia associada ao fluxo de água que sai do motor, [kW];
Ex
˙ g =exergia associada ao fluxo de gás, [kW];
Ex
˙ atr−m =exergia de atrito do motor, [kW];
Ex
˙ p−gr =exergia perdida no gerador, [kW];
Ex
˙ el =exergia associado ao trabalho elétrico, [kW];
Ex
˙ d =exergia degradada no motor diesel, [kW];
Ex
˙ ar =exergia associada ao ar que entra no motor, igual a zero (T ∼
Ex = To );
4.18
cp,T = (A + BT + CT 2 + DT 3 ) (4.22)
1000
Tabela 2 – Coeficiente para polinômio do calculo do calor especifico dos gases de exaustão
CO2 O2 H2 O N2 Ar H2
A 5.316 6.085 7.700 6.903 4.964 6.952
B 1.429E − 2 3.631E − 3 4.594E − 4 −3.753E − 4 0 −4.576E − 4
C −8.362E − 6 −1.709E − 6 2.521E − 6 1.930E − 6 0 9.563E − 7
D 1.784E − 9 3.133E − 10 −8.587E − 10 −6.861E − 10 0 −2.079E − 10
Fonte: Lozano e Valero (1986)
Tabela 3 – Coeficiente para polinômio do calculo do calor especifico dos gases de exaustão
para o dióxido de enxofre
SO2
A 3.267
B −3.979E − 3
C 2.456E − 5
D −2.273E − 08
Fonte: Moran e Shapiro (2009)
apresentado nesse tópico. Como a quantidade de calor perdida pelos gases de exaustão
muda, dependendo da forma que o calor específico é calculado, consequentemente a parcela
de calor perdida através de outras perdas também vai ser modificada, conforme apresentado
na Equação 4.12.
Modelos Qg Qa Qp Wm Watr−m
Modelo Base 23,90 22,87 9,78 33,79 12,34
Modelo Ar Seco 23,66 22,87 10,03 33,79 12,34
Modelo Ar Úmido 24,12 22,87 9,56 33,79 12,34
Fonte:Desenvolvido pelos autores
Modelos Qg Qa Qp Wm Watr−m
Modelo Base 23,90 22,87 9,78 33,79 12,34
Modelo Ar Seco 23,66 22,87 10,03 33,79 12,34
Modelo Ar Úmido 24,12 22,87 9,56 33,79 12,34
Fonte:Desenvolvido pelos autores
5 Resultados e Discussão
Utilizando as equações apresentadas até aqui, tanto para balanço energético quanto
para o balanço exergético foram gerados diagramas para quantificar as parcelas de energia
e exergia para a central termoelétrica. Para o balanço de energia foram gerados diagramas
de Sankey e para o balanço de exergia diagrama de Grasmann.Para gerar os diagramas
de Sankey, para os balanços energéticos, e os diagramas de Grassman, para os balanços
exergéticos, contidos nesse trabalho, foi utilizado o software online SankeyMATIC Bogart
(2015).
Como era esperado as perdas de energia no motor pela água do radiador corresponde
a 22,27% da energia total inserida no motor, porém quando olhamos para a exergia perdida
na água do radiador vemos que a mesma corresponde a 2,81% da exergia cedida pelo
combustível. Para o segundo modelo (onde o ar foi considerado seco e posteriormente
úmido) os resultados obtidos foram aproximadamente os mesmos. A seguir é possível ver
o diagrama energético para o caso citado. Na Figura 19 é possível perceber que o calor
perdido no radiador, assim como no primeiro modelo, corresponde a 22,87% do calor
cedido pela queima do combustível.
Capítulo 5. Resultados e Discussão 53
Em comparação com o balanço exergético, é possível perceber mais uma vez que, a
água perde 22,27% de energia oferecida pelo combustível e 2,81% da exergia apresentado
na Figura 22. Ainda é possível perceber que os gases de exaustão perdem 8,17 kW de
exergia que corresponde a 7,07% da exergia total. Como o valor da exergia degradada
depende diretamente das parcelas de exergia envolvidas no balanço, conforme Equação 4.21
. Esse valor corresponde a 45,20% do valor de exergia que entra no sistema. O mesmo
ocorre no balanço de energia. O valor, que nesse trabalho é chamado de outras perdas,
também sofre alteração. Esse valor é de 9,56 kW que corresponde a 9,31% da energia total
do sistema.
Capítulo 5. Resultados e Discussão 56
Como citado acima o diagrama de exergia para esse modelo com a presença de
enxofre muda o valor da exergia do combustível. Essa mudança impactou, de uma maneira
pequena, os resultados das demais parcelas, já que se alterou o valor da exergia cedida
pelo combustível a porcentagem correspondente de cada parcela de exergia. Dessa forma
a quantidade de exergia degradada sofre uma alteração em decorrência do aumento da
exergia total inserida no sistema. Esse valor de exergia degradada corresponde a 45,04%
da exergia total, que equivale a 52,24 kW. A exergia dos gases de exaustão nesse modelo
corresponde a 7,41% da exergia total. Esse valor sofreu alteração devido a forma de cálculo
da exergia dos gases. Ainda na comparação com o diagrama de energia é possível perceber
que no diagrama de energia que a potência mecânica entregue pelo motor é de 33,79kW
(que é o valor equivalente no balanço de exergia). Porém no balanço energético equivale a
32,91% já no exergético apresentado na Figura 24 é de 29,13% da exergia total.
Capítulo 5. Resultados e Discussão 58
ainda a comparação entre a Figura 27 e a Figura 23, esse padrão deve ser repetir, e deve
repetir para todas as outras analises, pois a Figura 27 é a que apresenta o resultado mais
próximo do real entre todos. E de fato o padrão se repete, em todos os modelos a energia
perdida pelos gases de exaustão é conservadora, e não representa o ocorrido. Na Figura 23
os valores para os gases de exaustão são de 23,28% o que representa 23,90kW.
Capítulo 5. Resultados e Discussão 61
Na Figura 28, como dito a cima, o modelo 3 é o que apresenta menos hipóteses
simplificadoras. Sabemos que o parâmetro analisado é a exergia dos gases de exaustão
que nesse modelo nos apresenta o valor de 7,04% do total, o que representa 8,17KW. Na
Figura 26 os valores para a exergia dos gases de exaustão são de 6,94%, o que representa
8,05KW. O que se justifica pela maior precisão do modelo 3. Ele revela o potencial existente
de realizar trabalho desperdiçado nos gases de exaustão. Em função de arredondamentos
os valores flutuam, mas pelas condições estabelecidas para o modelo 3, ele é o que melhor
representa os resultados analisados.
Capítulo 5. Resultados e Discussão 62
6 Considerações Finais
Referências
KOTAS, T. J. The Exergy Method of Thermal Plant Analysis. [S.l.]: Exergon Publishing
Company UK Ltd, 2012.
Nesse trabalho são utilizadas duas abordagens com relação à composição do com-
bustível. A primeira delas sem a presença do enxofre (S) e a segunda com a presença do
mesmo. Para se determinar ambas as composições se partiu de um dado conhecido, que foi
o poder calorifico inferior (PCI) do óleo combustível. A partir de uma composição média
contida em Lora e Nascimento (2004a) foi possível se fazer uma média da quantidade de
cada componente contido em um típico óleo Diesel.
Através de cada uma das composições mostradas na Tabela 10, se realizou o cálculo
da média de cada uma e chegar à seguinte composição para o combustível:
Utilizando o MS Excel, se prepara a planilha com o espaço para receber cada parcela
de cada componente da composição química do combustível como mostra Figura 31.
O Solver ajusta os valores nas células variáveis de decisão para satisfazer aos
limites sobre células de restrição e produzir o resultado desejado para a célula objetivo.
Partindo desse conhecimento e dos valores médios obtidos anteriormente se realizaram
alguns testes para se tentar encontrar a solução do problema. A princípio o Solver não
encontrou solução para o problema. Então, arbitramos o valor da parcela de enxofre e
oxigênio em valores próximos dos encontrados nos cálculos médios. À medida que os testes
eram realizados, houve necessidade de se alterar esses valores, encontrando-se os valores
apresentados na Tabela 13.
O diesel reage com o ar que apresenta composição molar em base seca dada pela
Equação B.1.
U R.PsatH2 O
Yv = (B.2)
100.P
A pressão de saturação da água, a umidade relativa e a pressão ambiente utilizadas,
são do local de realização dos ensaios na UNIFEI. Obtida a fração de vapor, a composição
molar do ar é corrigida e fica de acordo com a Equação B.3
0, 001746CO2 +0, 7600N2 +0, 028064H2 O+0, 0091Ar+0, 201734O2 +0, 000009SO2 (C.5)
APÊNDICE C. Obtenção do Excesso de ar 77
A Equação A.1 que é utilizada para gerar o gráfico da Figura 37. Para corrente
entre 23 e 159 A.
f
cpg,T = cpar,T + θc (j/kgK) (B.2)
1 + f p,T
mcomb
˙
Onde f = m˙ar