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MA-14 - Aula 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Divisibilidade: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Divisão Euclidiana: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Unidades 1 e 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
MA-14 - Aula 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 Sistemas de Numeração: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2 Jogo de Nim: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
MA-14 - Aula 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5.2 Máximo Divisor Comum: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6.2 Propriedades do mdc: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
MA-14 - Aula 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7.2 Mínimo Múltiplo Comum: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
8.2 Equações Diofantinas Lineares: Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
8.3 Exercícios Suplementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
MA-14 - Aula Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
9.2 Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
MA-14 - Aula 05 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
10.2 Expressões Binômias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
11.1 Números de Fibonacci . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
MA-14 - Aula 06 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
12.2 Teorema Fundamental Da Aritmética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
12.3 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
13.1 Pequeno Teorema de Fermat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
13.2 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
13.3 Exercícios suplementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
13.4 O Renascimento da Aritmética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
MA-14 - Aula 07 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
15.2 Primos de Fermat e de Mersenne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
MA-14 - Aula 08 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Primos de Fermat e de Mersenne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
i
ii
Unidade 1
Divisibilidade
Demonstração.
para algum β ∈ N
Portanto, 9|10n + 3 × 4n+2 + 5 para todo n ∈ N
1
2
Exercício 1.2.2.
Mostre que, para todo n ∈ N:
Solução.
e)
f)
g)
3
h)
1)
Exercício 1.2.3.
Sejam a, b ∈ Z.
an − bn
= an−1 + an−2 b + an−3 b2 + · · · + abn−2 + bn−1
a−b
a2n+1 + b2n+1
= a2n − a2n−1 b + a2n−2 b2 + · · · − ab2n−1 + b2n
a+b
a2n − b2n
= a2n−1 − a2n−2 b + a2n−3 b2 + · · · + ab2n−2 − b2n−1
a+b
Demonstração. a)
ah − bh
= ah−1 + ah−2 b + ah−3 b2 + · · · + abh−2 + bh−1
a−b
Exercício 1.2.4.
Para quais valores de a ∈ N:
a) (a − 2)|a3 + 4 ? b) (a + 3)|a3 − 3 ?
c) (a + 2)|a4 + 2 ? d) (a + 2)|a4 + 2a3 + a2 + 1 ?
Demonstração.
12
(a − 2)[β − (a2 + 2a + 4)] = 12 ⇒ β − (a2 + 2a + 4) =
a−2
b)
c)
d) Suponhamos que (a+2)|a4 +2a3 +a2 +1 então existe β ∈ N tal que a4 +2a3 +a2 +1 =
β(a + 2) isto é a3 (a + 2) + (a2 − 4) + 5 = β(a + 2), assim
5
(a + 2)[β − (a3 + a − 2)] = 5 ⇒ β − (a3 + a − 2) =
a+2
Exercício 1.2.5.
Mostre que, para todos a, m, n ∈ N, m > n > 0 ⇒ (a2 + 1)|(a2 − 1)
n m
Demonstração.
.. .. ..
. . .
m n+2 n+2 n+1 n+1 n+1 n+1
a2 − 1 = βp−2 × (a2 − 12 ) = βp−2 × (a2 + 12 )(a2 − 12 )
m n+1 n+1 n n n n
a2 − 1 = βp−1 × (a2 − 12 ) = βp−1 × (a2 + 12 )(a2 − 12 )
Exercício 1.2.6.
Mostre, para todo n ∈ N, que n2 |(n + 1)n − 1.
Demonstração.
∑
n ∑
n−1
(n + 1) = n
Cnn−k nn−k ×1 =n +n×n
k n n−1
+ Cnn−k nn−k × 1k + 1
k=0 k=2
∑
n−1
2 n−2 n−2 2
= n [n +n +n Cnn−k nn−k−2 ] + 1 = m(n2 ) + 1
k=2
Exercício 1.2.7.
Mostre, para todo a ∈ N, que:
a) 2|a2 − a b) 3|a3 − a c) 5|a5 − a d) 7|a7 − a
Demonstração.
Portanto, 3|a3 − a
Assim, o produto de três números inteiros consecutivos é múltiplo de 3.
Portanto, 5|a5 − a
d) Suponhamos que a - 7 e seja o conjunto M = {a, 2a, 3a 4a, 5a, 6a} então cada um
dos elementos de M , diferença con elementos do conjunto P = {1, 2, 3, 4, 5, 6} em
alguma ordem, são divisíveis por 7. Logo
Portanto, 7|a7 − a
7
Unidade 2
Divisão Euclidiana
Exercício 1.2.2.
Quais são os números que, quando divididos por 5, deixam resto igual a) à metade do
quociente? b) ao quociente? c) ao dobro do quociente? d) ao triplo do quociente?
Demonstração.
q
D = 5q + ⇒ 2D = 11q ⇒ D = 11β, q = 2β β∈N
2
Os números são: 11, 22, 33, 44
c)
Exercício 1.2.3.
Seja n um número natural. Mostre que um, e apenas um, número de cada terna abaixo
é divisível por 3. a) n, n + 1, n + 2 b) n, n + 2, n + 4 c) n, n + 10, n + 23 d)
n, n + 1, 2n + 1.
Demonstração.
Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível
por 3.
Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível
por 3.
Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível
por 3.
Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível
por 3.
Exercício 1.2.4.
a) Mostre que, se um número a não é divisível por 3, então a2 deixa resto 1 na divisão
por 3. b) A partir desse fato, prove que, se a e b são inteiros tais que 3 divide a2 + b2 ,
então a e b são divisíveis por 3.
Demonstração. a)
Exercício 1.2.5.
O resto da divisão do inteiro N por 20 é 8. Qual é o resto da divisão de N por 5?
Solução.
Exercício 1.2.6.
Ache o menor múltiplo de 5 que deixa resto 2 quando dividido por 3 e por 4.
Demonstração.
t 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
a 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
b 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
x 14 26 38 50 62 74 86 98 110 122
Problemas Suplementares
2.3 Unidades 1 e 2
Exercício 2.3.1.
Sejam a, b, c ∈ Z e c ̸= 0. Mostre que: ac|bc ⇔ a|b.
Demonstração.
Exercício 2.3.2.
(ENC-98)1 A soma de todos os múltiplos de 6 que se escrevem (no sistema decimal)
com dois algarismos é:
(a) 612 (b) 648 (c) 756 (d) 810 (e) 864
Solução.
Os múltiplos de 6 com dois algarismos são: 12, 18, . . . , 96. A soma pedida é
12 + 18 + . . . + 96 = 6(1 + 2 + 3 + 4 + . . . + 16 − 1) =
[ ]
16 × 17
=6 − 1 = 810
2
Resposta d) 810.
Exercício 2.3.3.
Com quanto zeros termina o número 100!?
Solução.: (Primeira)
100! = 1 × 2 × 3 × 4 × . . . × 98 × 99 × 100
100! = 275 · 515 [(5 × 15α3 ][(25!)][(5 × β3 ] = 275 · 518 γ1 × 25! (2.1)
En (2.1)
N = (1) · · · (5) · · · (10) · · · (15) · · · (20) · · · (80) · · · (85) · · · (90) · · · (95) · · · (100) = 100!
N = · · · (5) · · · [2(5)] · · · [3(5)] · · · [4(5)] · · · [16(5)] · · · [17(5)] · · · (90) · · · (95) · · · [20(5)] = 100!
N = 520 [(1) · · · (5) · · · (10) · · · (15) · (16) · (17) · · · (19) · · · (20)]α = 100!, α∈N
N = 520 [(1) · · · (5) · · · [2(5)] · · · [3(5)] · (16) · (17) · · · (19) · · · [4(5)]]α = 100!, α∈N
N = 524 [(1) · · · (1) · · · [2] · · · [3] · (16) · (17) · · · (19) · · · [4]α = 100!, α∈N
Demonstração.
Sabemos que
n! n(n − 1)(n − 2) · · · (n − i + 1) N
Cni = = = =α∈N
i!(n − i)! i! i!
onde β ∈ N.
Portanto, 6|n(n + 1)(2n + 1), para todo n ∈ N.
13
Exercício 2.3.5.
Mostre que 13|270 + 370 .
Demonstração.
Temos: 24 = 13 + 3, 25 = m(13) + 6, 26 = m(13) + 4 = m(13) − 1. Logo,
Exercício 2.3.8.
Mostre como, usando uma calculadora que só realiza as quatro operações, pode-se
efetuar a divisão euclidiana de dois números naturais em apenas três passos. Aplique o
seu método para calcular o quociente e o resto da divisão de 3721056 por 18735.
Demonstração.
14
Exercício 2.3.9.
Discuta a paridade a) da soma de dois números. b) da diferença de dois números.
c) do produto de dois números. d) da potência de um número. e) da soma de n números
ímpares.
Solução.
a) A soma de dois números pares ou ímpares sempre é par. A soma de um número par
com outro ímpar sempre é ímpar.
c) O produto de dois números sendo um deles par, sempre é par. O produto de dois
números ímpares sempre é ímpar.
Exercício 2.3.10.
a) Mostre que um número natural a é par se, e somente se, an é par, qualquer que
seja n ∈ N∗ . b) Mostre que an ± am é sempre par, quaisquer que sejam n, m ∈ N∗ . c)
Mostre que, se a e b são ímpares, então a2 + b2 é divisível por 2 mas não divisível por 4.
Demonstração.
∑
n ∑
n−1
an = (2k + 1)n = Cnj (2k)n−j 1j = Cnj (2k)n−j + 1 = 2α + 1, α∈Z
j=0 j=0
logo an é ímpar.
Isto mostra que sean é par, então a é par.
Portanto, um número natural a é par se, e somente se, an é par, qualquer que seja
n ∈ N∗
b)
15
c)
Exercício 2.3.11.
Mostre que a) se n é ímpar, então n2 − 1 é divisível por 8. b) se n não é divisível por
2, nem por 3, então n2 − 1 é divisível por 24. c) ∀ n ∈ N, 4 - n2 + 2.
Demonstração.
b)
c) Todo natural n ∈ N podemos escrever em alguma das formas dos elementos do conjunto
{ 5k, 5k + 1, 5k + 2, 5k + 3, 5k + 4 } onde k ∈ N. Logo
Exercício 2.3.12.
Sejam dados os números naturais a, m e n tais que 1 < a < m < n. a) Quantos
múltiplos de a existem entre m e n? b) Quantos múltiplos de 7 existem entre 123 e
2551? c) Quantos múltiplos de 7 existem entre 343 e 2551?
Demonstração.
16
Exercício 2.3.13.
(ENC-2000) Mostre que, se um inteiro é, ao mesmo tempo, um cubo e um quadrado,
então ele é da forma 5n, 5n + 1, ou 5n + 4.
Demonstração.
Exercício 2.3.14.
(ENC-2001) Seja N um número natural; prove que a divisão de N 2 por 6 nunca deixa
resto 2.
Demonstração.
A = { 6m, 6m + 1, 6m + 2, 6m + 3, 6m + 4, 6m + 5, m∈N}≡N
• Se N = 6m ⇒ N 3 = 6(6m2 ) + 0 o resto r = 0.
• Se N = 6m + 3 ⇒ N 2 = 6(6m2 + 6m + 1) + 3 o resto r = 3.
• Se N = 6m + 4 ⇒ N 2 = 6(6m2 + 8m + 2) + 4 o resto r = 4.
Exercício 2.3.15.
Mostre que, se n é ímpar, então a soma de n termos consecutivos de uma P A é sempre
divisível por n.
Solução.
Exercício 2.3.16.
Mostre, para todo n ∈ N, que
b)
c)
Portanto, 7|23n − 1.
18
Portanto, 8|32n + 7.
g)
Exercício 2.3.17.
Mostre que, se um inteiro é um quadrado e um cubo, então é da forma 7k ou 7k + 1.
Solução.
• Suponhamos que a - 7 e seja o conjunto M = {a, 2a, 3a 4a, 5a, 6a} então cada um
dos elementos de M , diferença con elementos do conjunto P = {1, 2, 3, 4, 5, 6} em
alguma ordem, são divisíveis por 7. Logo
Exercício 2.3.18.
b) Mostre que nenhum elemento da sequência 11, 111, 1111, . . . , é um quadrado perfeito.
Demonstração.
a) Só iremos considerar números ímpares, para o caso dos pares, seu quadrado sempre
será número par,
Seja 2k + 1, k ∈ Z qualquer número ímpar, seu quadrado é da forma N = 4k 2 +
4k + 1 = 4n + 1, isto é um quadrado perfeito ímpar é da forma 4n + 1.
19
10n − 1
N= = K2 ⇒ 10n − 1 = 9K 2 ⇒
10 − 1
10n − 1 = 9K 2 ⇒ 10n − 1 = (10 − 1)K 2 ⇒ 10(10n−1 − K 2 ) = 1 − K 2
Exercício 2.3.19.
d) A soma dos quadrados de dois inteiros ímpares não pode ser um quadrado perfeito.
Demonstração.
logo, b = 4, c = 3 e a = 5.
Portanto, entre eles há um múltiplo de 2 e um múltiplo de 5.
Exercício 2.3.20.
Mostre que, de n inteiros consecutivos, um, e apenas um, deles é divisível por n.
Demonstração.
Exercício 2.3.21.
Um número é dito livre de quadrados se não for divisível pelo quadrado de nenhum
número diferente de 1.
Solução.
Exercício 2.3.22.
Seja m ∈ N. Pode o número m(m + 1) ser a sétima potência de um número natural?
(generalize).
Solução.
Exercício 2.3.23.
Dados a; b ∈ N, quantos números naturais divisíveis por b existem na sequência
a; 2a; . . . ba?
Solução.
Exercício 2.3.24.
Sejam a; d ∈ N. Mostre que, na sequência a + 0d; a + d; a + 2d; a + 3d; . . . ou não existe
nenhum quadrado ou existem infinitos quadrados.
Solução.
22
MA-14 - Aula 02
Unidade 3
Seja N = abc o número, pelas hipóteses abc = acb − 36 e abc = bac + 270, logo
23
24
então
Portanto, 2k divide a.
Inversamente
Se 2k divide a, então a = α2k , assim
então
10k−1 ak−1 + . . . + 102 a2 + 10a1 + a0 = α · 2k − 10k ak = 2k (α − 5k ak )
Exercício 3.1.3.
Escolha um número abc de três algarismos no sistema decimal, de modo que os algaris-
mos das centenas a e o das unidades c difiram de, pelo menos, duas unidades. Considere
os números abc e cba e subtraia o menor do maior, obtendo o número xyz. A soma de
xyz com zyx vale 1089. Justifique este fato.
Solução.
Seja N = abc o número e suponhamos que N seja maior do que M = cba, logo a > c.
Assim, a = c + K onde k = 2, 3, 4, 5, 6 ou 7. Logo, P = N − M = xyz
Exercício 3.1.5.
O número 3416 está na base 7; escreva-o nas bases 5 e 12.
Solução.
Exercício 3.1.6.
Um número na base 10 escreve-se 37; em que base escrever-se-á 52?
Solução.
Suponhamos se escreva na base a, então
Na base sete.
Exercício 3.1.7.
Considere 73 na base 10; em que base ele se escreverá 243?
Solução.
Suponhamos se escreva na base a, então
Na base cinco.
26
Exercício 3.1.8.
Escreva a tabuada na base 5. Use-a para calcular 132 + 413 e 23 × 342.
Solução.
Assim temos
3 4 2 ×
1 3 2 + 2 3
4 1 1 2 1 3 1
1 0 4 3 1 2 3 4
2 0 0 2 1
Exercício 3.1.9.
Utilize o método dos antigos egípcios para calcular 527 × 72.
Solução.
1 −→ 527
2 −→ 1054
4 −→ 1581
8 −→ 2108
16 −→ 2635
32 −→ 3164
64 −→ 3689
64 + 8 = 72 −→ 3689 + 2108 = 5797
Assim, 527 × 72 = 5797
Exercício 3.1.10.
Escreva:
a) O número 2n − 1 na base 2.
bn − 1
b) O número O número na base b.
b−1
Demonstração.
Exercício 3.1.11.
Sendo a = [an . . . a1 a0 ]b, mostre que o número a − (a0 + . . . + an ) é divisível por b − 1.
Demonstração.
27
Exercício 3.1.12.
Mostre que, na base 10, o algarismo das unidades de um quadrado perfeito só pode ser
0, 1, 4, 5, 6 ou 9.
Demonstração.
a0 = 2 ou 3 ou 7 ou 8 ⇒ a20 = m(5) + 4
Como a20 = m(5), m(5) + 1, m(5) + 4 segue que o algarismo das unidades de um
quadrado perfeito só pode ser 0, 1, 4, 5, 6 ou 9.
28
Unidade 4
Jogo de Nim
a) | | | |
b) ||| | | | |
c) | | | |
d) | |
Exercício 4.1.2.
Determine qual das seguintes situações iniciais no Jogo de Nim permite ao primeiro
jogador traçar uma estratégia vencedora.
a) (12; 14; 15), b) (7; 9; 14), c) (7; 9; 15; 17).
Demonstração.
Exercício 4.1.3.
Demonstre que as afirmações feitas na variante 3 do jogo de Nim são verdadeiras.
Demonstração.
MA-14 - Aula 03
Unidade 5
13 = 65 − 1 × 52 = 65 − 1(637 − 9 × 65)
(874, 551) = (874 − 551, 551) = (323, 551) = (323, 551 − 323) = (323, 228) =
= (323, 228) = (323 − 228, 228) = (95, 228) = (95, 228 − 2 × 95) = (95, 38) =
= (95−38, 38) = (57, 38) = (57−38, 38) = (19, 38) = (19, 38−2×19) = (19, 0) = 19
29
30
d) 7325 e 8485
e) 987654321 e 123456789
Exercício 5.2.2.
Seja n ∈ N. Mostre que:
a) (n, 2n + 1) = 1 b) (n + 1, n2 + n + 1) = 1
c) (2n + 1, 9n + 4) = 1 d) (n! + 1, (n + 1)! + 1) = 1
Demonstração.
a) Primeira solução: Observe que 2n + 1 > 2n, pelo algoritmo de Euclides segue que
2n + 1 = 1 × 2n + 1, logo 1 = 1 × (2n + 1) − (1) × 2n. Então o mdc{2n + 1, 2n} = 1
são coprimos.
Portanto (n, 2n + 1) = 1
Como d|n ⇒ d|2n, assim temos que 2n = αd e como também d|2n + 1 logo
2n + 1 = βd para α, β ∈ N.
Portanto (n, 2n + 1) = 1
(n + 1, n2 + n + 1) = (n + 1, n(n + 1) + 1) = (n + 1, 1)
Portanto (n, 2n + 1) = 1.
Portanto (n, 2n + 1) = 1.
31
d) (n! + 1, (n + 1)! + 1) = 1
Pelo Lema 1 (Lema de Euclides) segue
Exercício 5.2.3.
Mostre que (a, a2 + na + b)|b, quaisquer que sejam a, b, n ∈ N.
Demonstração.
Exercício 5.2.4.
Dados a ∈ Z r {−1}, mostre que
32
( )
a2m − 1
a) Se m ∈ N, mostre que: , a + 1 = (a + 1, 2m)
a+1
( 2m+1 )
a +1
b) Se m ∈ N ∪ {0}, mostre que: , a + 1 = (a + 1, 2m + 1)
a+1
Demonstração. a)
a2m − 1
= n(a + 1) + 2m para algúm n ∈ N
a+1
Assim, ( )
a2m − 1
, a+1 = (n(a + 1) + 2m, a + 1)
a+1
Pelo Lema 1 (Lema de Euclides)
( )
a2m − 1
, a + 1 = (2m, a + 1)
a+1
Demonstração. b)
Como a + 1|a2m+1 + 1 então a2m + 1 = (a + 1)[a2m − a2m−1 + . . . + a3 − a2 − a + 1]
a2m+1 − 1
= n(a + 1) + 2m + 1 para algúm n ∈ N
a+1
Assim, ( )
a2m+1 + 1
,a + 1 = (n(a + 1) + 2m + 1, a + 1)
a+1
Pelo Lema 1 (Lema de Euclides)
( )
a2m+1 + 1
,a + 1 = (2m + 1, a + 1)
a+1
Exercício 5.2.5.
( ) ( )
340 − 1 5 510 − 1
Calcule a) , 3 −1 b) ,6
35 − 1 6
( ) ( )
240 + 1 8 250 + 1 10
c) , 2 +1 d) , 2 +1
28 + 1 210 + 1
Solução. a)
33
( ) ( 5 8 )
340 − 1 5 (3 ) − 1 5
Temos, , 3 −1 = , 3 − 1 , por outro lado
35 − 1 35 − 1
(35 )8 −1 = (35 −1)((35 )7 −1+(35 )6 −1+(35 )5 −1+(35 )4 −1+(35 )3 −1+(35 )2 −1+(35 )−1+8)
( ) ( 8 5 )
240 + 1 8 (2 ) + 1 8
, 2 +1 = , 2 + 1 = (2 × 2 + 1, 28 + 1) = (5, 257) = 1
28 + 1 28 + 1
Solução. d)
( ) ( 10 5 )
250 + 1 10 (2 ) + 1 10
Temos, ,2 + 1 = , 2 + 1 , aplicando a parte b) do exer-
210 + 1 210 + 1
cício anterior segue que m = 2
( ) ( 10 5 )
250 + 1 10 (2 ) + 1 10
, 2 +1 = , 2 + 1 = (2 × 2 + 1, 210 + 1) = (5, 1025) = 5
210 + 1 210 + 1
Exercício 5.2.6.
Sejam a e n números naturais com a ̸= 1. Mostre que.
Solução.
Unidade 6
Propriedades do mdc
Exercício 6.2.2.
Mostre que:
Demonstração.
a · x + b · y = 1, c = β · a, c=α·b
a·x·c+b·y·c=c ⇒ a · x · (α · b) + b · y · (β · a) = c
Como 1 = ax + by, logo c = acx + bcy. Substituindo as relações acima, segue que
c = (αd1 )x − (βd1 )cy ⇒ d1 |c
Inversamente.
Portanto, (a · c, b · d) = 1.
Portanto, (an , bm ) = 1, ∀ n, m ∈ N.
37
Exercício 6.2.3.
Para todos a; b ∈ Z e todo n ∈ N, mostre que.
Solução.
Exercício 6.2.4.
Demonstração.
a) Primeira solução
Se n é ímpar então n = 2k + 1 para todo k ∈ Z, logo
A igualdade em (6.7) vale para todo k ∈ Z. Todo número inteiro podemos escrever
como algum elemento do conjunto
A = { 6m, 6m + 1, 6m + 2, 6m + 3, 6m + 4, 6m + 5, ∀m∈Z}≡Z
a) Segunda solução
k(k + 1)(2k + 1)
Sabemos que a soma 12 + 22 + 32 + · · · + k 2 = ∈N
6
Na igualdade (6.7) temos
k(k + 1)(2k + 1)
n(n2 − 1) = 4k(2k + 1)(k + 1) = 24 · ∈N
6
b) Seja P = n(n2 − 1)(3n + 2). Todo número natural podemos expressar como algum
elemento do conjunto
A = { 6m, 6m + 1, 6m + 2, 6m + 3, 6m + 4, 6m + 5, ∀m∈N}≡N
Em (6.8), se k = 6m então
Em (6.8), se k = 6m + 2 então
Em (6.8), se k = 6m + 4 então
Exercício 6.2.5.
Demonstração.
39
∑
4
5
n = (10k + c) = 5
C5j (10k)5−j aj0 + a50 = 10α + a50 =
j=0
n5 − n = (. . . b2 b1 0 + b0 ) − (. . . a2 a1 0 + a0 ) = 10(. . . c2 c1 ) + (b0 − a0 )
Exercício 6.2.6.
a
Mostre que a|bc se, e somente se, c.
(a, b)
Demonstração.
a) Mostre que (b + a, b − a) é 1 ou 2
b) Mostre que (a + b, a2 + b2 ) é 1 ou 2.
Demonstração.
Portanto, (a + b, a2 + b2 ) = 1 ou 2.
Exercício 6.2.8.
Mostre que, se a, b, x, y ∈ Z, com ax + by = (a, b), então (x, y) = 1.
Demonstração.
Suponhamos (a, b) = d, então pela hipótese segue ax + by = d, além disso como como
(a, b) = d logo d|a e d|b, isto é existem α, β ∈ Z tais que a = αd e b = βd.
Substituindo em ax + by = d segue que x(αd) + y(βd) = d isto é d(xα + yβ) = d,
como d ̸= 0 segue que xα + yβ = 1.
Por outro lado, seja d1 = (x, y) então d1 |x e d1 |y, logo existem α1 , β1 ∈ Z tais que
x = d1 α1 e y = d1 β1 de onde 1 = xα + yβ = d1 (α1 α + .β1 β) então d1 |1, logo d1 = 1.
Portanto, (x, y) = 1.
Exercício 6.2.9.
a
Sejam a e b dois números naturais com (a; b) = 1. Mostre que se é par, então
(a, b)
b
é ímpar. Vale a recíproca?
(a, b)
Solução.
Exercício 6.2.10.
Um prédio possui duas escadarias, uma delas com 780 degraus e a outra com 700
degraus. Sabendo que os degraus das duas escadas só estão no mesmo nível quando con-
duzem a um andar, descubra quantos andares tem o prédio.
Solução.
42
Exercício 6.2.11.
Calcule (1116, 984, 852).
Solução.
Partindo do princípio que o máximo divisor de dois números a e b não pode ultrapassar
ao máximo divisor comum de três números. a, b e c temos o seguinte.
Pelo algoritmo de Euclides obtemos 1116 = (1) × 852 + 264, de onde
Exercício 6.2.12.
Mostre que se três números inteiros são tais que dois deles são coprimos, então eles são
coprimos. Mostre que não vale a recíproca; isto é, exiba três números inteiros coprimos
mas que não são dois a dois coprimos.
Solução.
(a, b, c) = ((a, b) , c) = (1, c) = 1 ou (a, (b, c)) = (a, 1) = 1 ou = (b, (a, c)) = 1
Exercícios suplementares
Exercício 6.2.13.
Suponha que (a, b) = (a, d) = (c, b) = (c, d) = 1.
Demonstração.
1 = ax + by = (a − b)x + b(y + x) ⇒ 1 = (a − b, b)
Unidade 7
a) 38 e 46 b) 35 e 75 c) 235 e 740
Solução.
Exercício 7.2.2.
Mostre o seguinte:
a) Sejam a, b ∈ Z não nulos e seja n ∈ N; mostre que [na, nb] = n[a, b].
m m
b) Se m é um múltiplo comum de a e b, mostre que m = [a, b] ⇔ ( , ) = 1.
a b
ra sb
c) Se r e s não são nulos e ra = sb, mostre que = = [a, b].
(r, s) (r, s)
Demonstração.
45
46
ab
na · nb = n · [na, nb](a, b) ⇒ n· = [na, nb] ⇒ n[a, b] = [na, nb]
(a, b)
1 m m
(ma, mb) = 1 ⇒ ( , )=1
ab b a
m m
Portanto, se m = [a, b] ⇒ ( , ) = 1..
a b
Inversamente (⇐)
m m
Suponhamos que ( , ) = 1, como m é múltiplo de a e b, segue que m = βa e
a b
m = αb então (α, β) = 1.
De onde (m · α, m · β) = m, sendo m · α e m · β múltiplos de a e b, e como m|mα e
m|mβ, e m é o menor dos múltiplos de a e b, segue que m = [a, b].
m m
Portanto, ( , ) = 1. ⇒ m = [a, b].
a b
c) Sendo r e s não nulos, logo podemos dividir por esses números. Sabe-se que [a, b] ·
ab ra · b rab rab ra
(a, b) = ab então [a, b] = = = = = .
(a, b) r(a, b) (ra, rb) (sb, rb) (r, s)
ab sa · b sab sab sb
De modo análogo, temos [a, b] = = = = = .
(a, b) s(a, b) (sa, sb) (sa, ra) (r, s)
ra sb
Portanto, se ra = sb então = = [a, b].
(r, s) (r, s)
Exercício 7.2.3.
Sejam a, b, c três números naturais não nulos. Mostre que abc = [a, b, c](ab, ac, bc).
Demonstração.
Seja d = (a, b), como (ab, ac, bc) = (ab, (ac, bc)) então
(ab, ac, bc) = (ab, (ac, bc)) = (ab, c(a, b)) = (ab, cd) ⇒
abcd
(ab, ac, bc) = (ab, cd) = (7.9)
[ab, cd]
ab
Por outro lado, [a, b, c] = [[a, b], c] = [ , c] = [am, c] onde b = md.
d
47
Em (7.9)
abc abc
(ab, ac, bc) = = ⇔ (ab, ac, bc)[a, b, c] = abc
[am, c] [a, b, c]
Exercício 7.2.4.
Seja n ∈ N; calcule [n2 + 1, n + 1].
Demonstração.
Temos pela Proposição 9 unidade 1, que (n2 +1, n+1) = ((n2 −1)+2, n+1) = (2, n+1).
Supondo que 2|n2 +1 ou n+1|n2 +1 segue que n = 0 ou n = 1. Logo (n2 +1, n+1) = 1
ou (n2 + 1, n + 1) = 2.
Suponhamos que (n2 + 1, n + 1) = 1, então n-par e,
1
[n2 + 1, n + 1] · (n2 + 1, n + 1) = (n2 + 1) · (n + 1) ⇒ [n2 + 1, n + 1] = (n3 + n2 + n + 1)
2
Exercício 7.2.5.
Demonstração.
a) Seja (a, b) = [a, b], então pela Proposição 1 da Unidade 7 [a, b] · (a, b) = ab ⇒
[a, b]2 = ab.
Como m = [a, b] é tal que m = βa e m = αb segue
m2 = (βa)2 = ab ⇒ β 2 a = b ou m2 = (αb)2 = ab ⇒ α2 b = a
b)
c) Mostre que, se b = a2 , então, (a, b) = (a, a2 ) = a. Por outro lado, [a, b] = [a, a2 ] = a2 .
Exercício 7.2.6.
Sejam a, b ∈ Z ambos não nulos. Considere o conjunto
Demonstração.
Por outro lado, sendo P o menor elemento de M (a, b), então P ≤ x para todo
x ∈ M (a, b), em particular para c, assim P ≤ c
b) Pela parte (a) temos que qualquer elemento de x ∈ M (a, b) é múltiplo de P , isto é
x = γP , onde γ ∈ N
Exercício 7.2.7.
Sejam d, m ∈ N . Mostre que uma condição necessária e suficiente para que existam
a, b ∈ Z tais que (a, b) = d e [a, b] = m é que d|m.
Demonstração.
49
Exercício 7.2.8.
Sejam a1 , · · · , an ∈ Z r {0}. Mostre que
(ai , aj ) = 1, i ̸= j ⇔ [a1 , · · · , an ] = a1 · · · an
Demonstração.
Indução sobre n ∈ N.
Condição necessária (⇒)
Se n = 2 temos (a1 , a2 ) = 1, ⇒ [a1 , a2 ](a1 , a2 ) = a1 a2 isto é [a1 , a2 ] = a1 a2 é
verdade.
Suponhamos para h ∈ N,sejam a1 , · · · , ah ∈ Z tais que
(ai , aj ) = 1, i ̸= j ⇒ [a1 , · · · , ah ] = a1 · · · ah
[a1 , · · · , ah ] = a1 · · · ah ⇒ (ai , aj ) = 1, i ̸= j ∀ i, j = 1, 2, . . . , h
Para h + 1 ∈ N temos
a1 · · · an an+1
[a1 , · · · , an , an+1 ] = a1 · · · an an+1 =
(a1 , · · · , an , an+1 )
ah ah+1
[ah , ah+1 ] = = ah ah+1 ⇒ (ah , ah+1 ) = 1
(ah , ah+1 )
ai ah+1
[ai , ah+1 ] = = ai ah+1 ⇒ (ai , ah+1 ) = 1, ∀ i = 1, 2, . . . , h − 1
(ai , ah+1 )
Portanto, (ai , aj ) = 1, i ̸= j, ∀ i, j = 1, 2, . . . , h, h + 1.
Exercício 7.2.9.
Sejam a, b, c ∈ Z não nulos. Mostre que:
a) (a, [b, c]) = [(a, b), (a, c)]; b) [a, (b, c)] = ([a, b], [a, c]).
Demonstração.
3
“Elementos de Aritmética” de A Hefez
51
Unidade 8
Exercício 8.2.2.
Para quais valores de c em N a equação 90X + 28Y = c não possui soluções em
N ∪ {0} ?
Solução.
Exercício 8.2.3.
Resolva em N r {0} as equações:
a) 16X + 7Y = 601 b) 30X + 17Y = 201
c) 47X + 29Y = 1288 d) 8X + 13Y = 23
Solução.
Portanto, X = 11 + 13s, Y = 8s − 5, ∀ s ∈ Z.
Exercício 8.2.4.
Dispondo de 100 reais, quais são as quantias que se podem gastar comprando selos de
5 reais e de 7 reais?
Solução.
t 40 41 42
X 20 13 6
Y 0 5 10
Podemos comprar 13 selos de R$5 e 5 selos de R$7, ou 6 selos de R$5 e 10 selos de
R$7 ou somente 20 selos de R$5.
Exercício 8.2.5.
Determine todos os múltiplos de 11 e de 9 cuja soma é igual a: a) 79 b) 80
c) 270
Solução.
Se a ≥ 0 ⇒ 9t − 1080 ≥ 0 ⇒ t ≥ 120.
Exercício 8.2.6.
Determine o menor inteiro positivo que tem restos 11 e 35 quando dividido, respecti-
vamente, por 37 e 48.
Solução.( Primeira solução)
48 37
x = 312 − t = 312 − 48t, y = −240 + t = −240 + 37t
1 1
t 6 5 4 0
X 24 92 120 312
Y 18 55 92 -240
N 899 2675 4451 11555
s 1 3 5 7
x 24 72 120 168
y 18 55 92 129
N 899 2675 4451 6227
Exercício 8.2.7.
Numa criação de coelhos e galinhas, contaram-se 400 pés. Quantas são as galinhas
e quantos são os coelhos, sabendo que a diferença entre esses dois números é a menor
possível?
Solução.( Primeira solução)
t 101 199 149 151 125 165 127 132 133 134
c 99 1 51 49 75 35 73 68 67 66
g 2 198 98 102 50 110 54 64 66 68
diferença 97 197 47 53 25 75 19 3 1 2
s 1 2 3 4 5 10 20 32 33 34
c 99 98 97 96 95 90 80 68 67 66
g 2 4 6 8 10 20 40 64 66 68
diferença 97 94 91 88 85 70 40 4 1 2
Exercício 8.2.8.
Subindo uma escada de dois em dois degraus, sobra um degrau. Subindo a mesma
escada de três em três degraus, sobram dois degraus. Determine quantos degraus possui a
escada, sabendo que o seu número é múltiplo de 7 e está compreendido entre 40 e 100.
Solução.
Exercício 8.2.9.
(ENC 2002) Em certo país, as cédulas são de $4 e $7. Com elas, é possível pagar, sem
troco, qualquer quantia inteira a) a partir de $11, inclusive. b) a partir de $18, inclusive.
c) ímpar, a partir de $7, inclusive. d) que seja $1 maior do que um múltiplo de $3. e)
que seja $1 menor do que um múltiplo de $5.
Solução.
a) Suponha que 4X + 7Y = n para n ≥ 11, então como 4(2) + 7(−1) = 1 segue que
4(2n − 7t) + 7(4t − n) = n, t ∈ N.
Como 2n − 7t ≥ 0 e 4t − n ≥ 0 ⇒ 7n ≤ 28t ≤ 8n
Quando n = 11 ⇒ X = 1, Y = 1; quando n = 12 ⇒ X = 3, Y = 0,
quando n = 13 não existem cedulas que para pagar esse valor sem troco.
Portanto a) é falso.
n 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 28 29 31
t 5 5 5 6 6 6 6 7 7 7 7 8 8 8
X 1 4 5 0 2 4 6 1 3 5 7 0 2 6
Y 2 1 0 3 2 1 0 3 2 1 0 4 3 1
⇕
57
c) Pela primeira parte, quando n ≥ 7 sendo n-ímpar temos 4(2n − 7t) + 7(4t − n) = n,
t ∈ N, então X = 2n − 7t ≥ 0 e Y = 4t − n ≥ 0 ⇒ 7n ≤ 28t ≤ 8n.
Se n = 9 ⇒ 2, 25 ≤ t ≤ 2, 57, logo não existe t ∈ Z.
Portanto, não é possível pagar 9 reais.
d) Que seja $1 maior do que um múltiplo de $3. Se queremos pagar $10 com essas notas
de $4 e $7 é impossível.
e) Que seja $1 menor do que um múltiplo de $5. Se queremos pagar $9 com essas notas
de $4 e $7 é impossível.
Exercício 8.2.10.
De quantas maneiras pode-se comprar selos de 3 reais e de 5 reais de modo que se
gaste 50 reais?
Solução.
Exercício 8.2.11.
Sejam a1 ; a2 ; · · · ; an ; ∈ Z. Mostre que a equação
a1 X1 + a2 X2 + · · · + an Xn = c
a) Temos que (3887, 637) = 13 e como 3887 × 637 = 244881, logo [3887, 637] =
2476019
= 190463
13
Portanto, [3887, 637] = 190463.
789264
b) Temos que (648, 1218) = 6 e como 1218×648 = 789264, logo [648, 1218] = =
6
131544
Portanto, [648, 1218] = 131544.
481574
c) Temos que (874, 551) = 19 e como 874 × 551 = 481574, logo [874, 551] = =
19
25346
Portanto, [874, 551] = 25346.
d)
e)
MA-14 - Aula Revisão
Unidade 9
9.2 Revisão
Exercício 9.2.1.
b) Quantos múltiplos de 7 existem em cada um dos intervalos [70, 342] e [72, 342]?
Solução.
59
60
aq, a(q + 1), a(q + 2), a(q + 3), a(q + 4), . . . , a(q1 − 1), aq1
a(q + 1), a(q + 2), a(q + 3), a(q + 4), . . . , a(q1 − 1), aq1
Exercício 9.2.3.
Mostre que dados m inteiros consecutivos um, e apenas um, deles é múltiplo de m.
Demonstração.
Seja k o primeiro número inteiro de uma sequência, então temos m inteiros consecutivos
k, k + 1, k + 2, k + 3, . . . , k + (m − 2), k + (m − 1)
61
Temos que qualquer número inteiro n pode-se escrever somente em uma das formas
da sequência acima, então, n = mk + r, onde 0 ≤ r < m − 1
Evidentemente quando r = 0, o primeiro número mk é múltiplo de m da sequência.
Portanto, dados m inteiros consecutivos um, e apenas um, deles é múltiplo de m.
Exercício 9.2.4.
Mostre que o produto de quatro números inteiros consecutivos, quaisquer, é sempre
múltiplo de 24.
Demonstração.
k(k + 1)(2k + 1)
P = 24(2k − 1)[ ] = 24(2k − 1)[12 + 22 + . . . + n2 ] = 24α
6
Quando n-ímpar isto é n = 2k + 1, ∀ k ∈ N temos
k(k + 1)(2k + 1)
P = 24[ ](2k + 3) = 24(2k + 3)[12 + 22 + . . . + n2 ] = 24β
6
Portanto, o produto de quatro números inteiros consecutivos, quaisquer, é sempre
múltiplo de 24.
Exercício 9.2.5.
a) Ache o menor inteiro positivo n tal que o número 4n2 + 1 seja divisível por 65. b)
Mostre que existem infinitos múltiplos de 65 da forma 4n2 + 1. c) Mostre que se um dado
número divide um número da forma 4n2 + 1, ele dividirá uma infinidade desses números.
d) Para este último resultado, existe algo de especial nos números da forma 4n2 + 1?
Teste o seu resultado para números da forma an2 + bn + c, onde a, b, c ∈ Z, com a e
b não simultaneamente nulos. e) Mostre que existem infinitos múltiplos de 7 da forma
8n2 + 3n + 4.
Solução.
c)
Exercício 9.2.6.
a) Sejam dados os dois números a = 10c + r e b = c − 2r, com c, r ∈ Z. Mostre que
a é divisível por 7 se, e somente se b é divisível por 7. b) Deduza o seguinte critério de
divisibilidade por 7: O número n = ar . . . a1 a0 é divisível por 7 se, e somente se, o número
ar . . . a1 − 2a0 é divisível por 7. c) Utilize repetidas vezes o critério acima para verificar
se 2.368 é ou não divisível por 7.
Demonstração.
63
236 − 16 = 220, 22 − 2 = 20
Exercício 9.2.7.
Um número inteiro n é dito um quadrado se existe a ∈ Z tal que n = a2 . Dizemos
que n é uma potência m-ésima quando n = am . a) Mostre que o algarismo das unidades
de um quadrado só pode ser um dos seguintes: 0, 1, 4, 5, 6 e 9. b) Mostre que nenhum
dos números 22, 222, 2222, . . . , ou 33, 333, 3333, . . . ou 77, 777, 7777, . . . , ou ainda
88, 888, 8888, . . . pode ser um quadrado.
Demonstração. a)
64
• 22, 222, 2222, . . . , termina em 2 logo nenhum número será quadrado prefeito.
• 33, 333, 3333, . . . termina em 3 logo nenhum número será quadrado prefeito.
• 77, 777, 7777, . . . , termina em 7 logo nenhum número será quadrado prefeito.
• 88, 888, 8888, . . . termina em 8 logo nenhum número será quadrado prefeito.
Exercício 9.2.8.
a) Mostre que todo quadrado ímpar é da forma 4n + 1.
b) Mostre que nenhum número na sequência 11, 111, 1111, 11111, . . . ., é um quadrado.
c) Mostre que nenhum número na sequência 44, 444, 4444, 44444, . . . ., é um quadrado.
d) Mostre que nenhum número na sequência 99, 999, 9999, 99999, . . . ., é um quadrado.
e) Mostre que nenhum número na sequência 55, 555, 5555, 55555, . . . ., é um quadrado.
Demonstração. a)
65
M = 11111100 + 11 = 4β + 8 + 3 = 4n + 3, β, n ∈ N
Pela parte b) deste exercício o número 1111 . . . 1111 não é quadrado, logo o número
N não será quadrado de nenhum número natural.
Demonstração. d)
Análogo a c), qualquer número N da sequência 99, 999, 9999, 99999, . . . ., podemos
escrever na forma
Pela parte b) deste exercício o número 1111 . . . 1111 não é quadrado, logo o número
N não será quadrado de nenhum número natural.
Demonstração. e)
Qualquer número M da sequência 55, 555, 5555, 55555, . . . . é um número ímpar e
podemos escrever na forma
M = 5555500 + 55 = 4β + 52 + 3 = 4n + 3, β, n ∈ N
Sendo M qualquer número da sequência 55, 555, 5555, 55555, . . . . esse número é da
forma M = 4n + 3, logo não é quadrado perfeito.
Exercício 9.2.9.
a) Mostre que nenhum número da forma 4n + 2 é um quadrado.
b) Mostre que nenhum dos números 66, 666, 6666, . . . é um quadrado.
Demonstração. a)
Todo número natural n pode ser escrito de uma das formas seguintes: 4k, 4k+1, 4k+2
66
Exercício 9.2.10.
a) Mostre que a soma de quatro inteiros consecutivos nunca é um quadrado. b) Mostre
que a soma dos quadrados de quatro inteiros consecutivos nunca é um quadrado. Faça o
mesmo para a soma dos quadrados de três inteiros consecutivos.
Demonstração. a)
Seja n = 2k par, então T = 3(2k)2 + 2 = 4(3k 2 ) + 2, pelo Exercício (9.2.9) este número
não é par.
67
Exercício 9.2.11.
a) Mostre que todo quadrado é da forma 8n, 8n + 1 ou 8n + 4. b) Mostre que nenhum
número na sequência 3, 11, 19, 27, etc., é um quadrado.
Demonstração. a)
Todo número natural n pode ser escrito de uma das formas : 4k, 4k + 1, 4k + 2 ou
4k + 3, k ∈ N. Elevando cada um desses números ao quadrado obtemos:
n2 = (4k)2 = 16k 2 = 8(2k 2 ) = 8x1 + 0
n2 = (4k + 1)2 = 16k 2 + 8k + 1 = 8(2k 2 + k) + 1 = 8x2 + 1
n2 = (4k + 2)2 = 16k 2 + 16k + 4 = 8(2k 2 + 2k) + 4 = 4x3 + 4
n2 = (4k + 3)2 = 16k 2 + 24k + 9 = 16k 2 + 24k + 8 + 1 = 8(2k 2 + 3k + 1) + 1 = 8x4 + 1.
Portanto, todo quadrado é da forma 8n, 8n + 1 ou 8n + 4.
Demonstração. b)
O primeiro termo da sequência é a1 = 3; o segundo termo da sequência é a2 =
3 + 8(1) = 11; o terceiro termo da sequência é a3 = 3 + 8(2) = 19; o quarto termo da
sequência é a4 = 3 + 8(3) = 27.
Em geral o termo n-ésimo da sequência é an = 3 + 8(n − 1).
Como qualquer termo da sequência é da forma 8(n − 1) + 3, pela parte a) deste
exercício, ele não é um quadrado.
Exercício 9.2.12.
Mostre que numa sequência de inteiros da forma
a, a + d, a + 2d, a + 3d, . . . ,
se existir algum número que é quadrado, existirão infinitos números que são quadrados.
Demonstração.
68
Exercício 9.2.13.
Dados dois inteiros a e b distintos, mostre que existem infinitos números n para os
quais mdc (a + n, b + n) = 1.
Demonstração.
Exercício 9.2.14.
Resolva o seguinte sistema de equações:
{
mdc(x, y) = 6
mmc(x, y) = 60
Demonstração.
• Se b = 1 e c = 10 então x = 6 e y = 60.
• Se b = 2 e c = 5 então x = 12 e y = 30.
• Se b = 5 e c = 2 então x = 30 e y = 12.
• Se b = 10 e c = 1 então x = 60 e y = 6.
Exercício 9.2.15.
Observe que mdc(x, y) divide mmc(x, y), quaisquer que sejam x, y ∈ Z, não nulos.
a) Mostre que se no seguinte sistema:
{
mdc(x, y) = d
mmc(x, y) = m
admite solução.
Observação:
Exercício 9.2.16.
Mostre que a) mdc(a2 , b2 ) = [mdc(a, b)]2 . b)mmc(a2 , b2 ) = [mmc(a, b)]2 . c) Genera-
lize.
Demonstração.
Como todos juntos gastaram 40 patacas e sabemos que cada homem gastou 4 patacas,
cada mulheres 3 e cada criança 1/3 de pataca então:
4H + 3M + C/3 = 40 (9.11)
Suponha foram H homens e M mulheres, foram gastos pelos homens 19H e pelas
mulheres 13M .
Pelas condições do problema 19H + 13M = 1000.
Como 19H+13M = 1000 e (19, 13) = 1 assim, 1 = 13(3)+19(−2) ⇒ 19(−2000)+
13(3000) = 1000
Logo, 19H + 13M = 1000 ⇔ 19(13t − 2000) + 13(3000 − 19t) = 1000, t ∈ Z.
De onde H = 13t − 2000 ≥ 0 e M = 3000 − 19t ≥ 0 ⇒ 153, 84 ≤ t ≤ 157, 89
• Se t = 154, então H = 2 e M = 74.
a) Suponha que 4X + 7Y = n para n ≥ 11, então como 4(2) + 7(−1) = 1 segue que
4(2n − 7t) + 7(4t − n) = n, t ∈ N.
Como 2n − 7t ≥ 0 e 4t − n ≥ 0 ⇒ 7n ≤ 28t ≤ 8n
Quando n = 11 ⇒ X = 1, Y = 1; quando n = 12 ⇒ X = 3, Y = 0,
quando n = 13 não existem cedulas que para pagar esse valor sem troco.
Portanto a) é falso.
n 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 28 29 30
t 5 5 5 6 6 6 6 7 7 7 7 8 8 8
X 1 3 5 0 2 4 6 1 3 5 7 0 2 4
Y 2 1 0 3 2 1 0 3 2 1 0 4 3 2
8n
0 ≤ 14(4t − n) ≤ 2n ⇒ 0 ≤ 7(4t − n) ≤ n ⇒ 0 ≤ 4t ≤ ⇒
7
2n
0≤t≤ ⇒ ∃ t ≥ 5, ∀ n ≥ 18, n ∈ N
7
Portanto, esta resposta é verdadeira.
c) Pela primeira parte, quando n ≥ 7 sendo n-ímpar temos 4(2n − 7t) + 7(4t − n) = n,
t ∈ N, então X = 2n − 7t ≥ 0 e Y = 4t − n ≥ 0 ⇒ 7n ≤ 28t ≤ 8n.
Se n = 9 ⇒ 2, 25 ≤ t ≤ 2, 57, logo não existe t ∈ Z.
Portanto, não é possível pagar 9 reais.
d) Que seja $1 maior do que um múltiplo de $3. Se queremos pagar $10 com essas notas
de $4 e $7 é impossível.
e) Que seja $1 menor do que um múltiplo de $5. Se queremos pagar $9 com essas notas
de $4 e $7 é impossível.
Unidade 10
(am − 1, an + 1) = (am − 1, ar + 1)
m
Propriedade 10.2. Sejam n, m ∈ N, com n|m e par. Se a ∈ N, então,
n
{
1 se a é par
(am + 1, an + 1) =
2 se a é ímpar
73
74
• (am − 1, an − 1) = a(m, n) − 1
Exercício 10.2.1.
Sejam a, m, n ∈ N. Mostre que an − 1|am − 1 se, e somente se, n|m.
Solução.
(am − 1, an − 1) = a(m,n) − 1
Portanto an − 1|am − 1.
75
Exercício 10.2.2.
Sejam n, m ∈ N com n|m e m, n ímpar. Se a ∈ N, mostre que (am +1, an +1) = an +1.
Solução.
Exercício 10.2.3.
Sejam a, m, n ∈ N, com m > n. Mostre que (a2 − 1, a2 + 1) = a2 + 1.
m n n
Solução.
m n
(a2 − 1, a2 + 1) = (aM − 1, aP + 1) = (akP − 1, aP + 1)
n
= (aP [(aP )k−1 + 1] − (aP + 1), aP + 1) = (aP + 1, aP + 1) = aP + 1 = a2 + 1
Exercício 10.2.4.
Calcule: a) (5202 + 1, 574 + 1) b) (36497 + 1, 36210 + 1) c) (3144 − 1, 378 + 1)
Solução.
= (554 (574 −1)(574 +1)+554 +1, 574 +1) = (α(574 +1)+554 +1, 574 +1) = (554 +1, 574 +1) =
= (366 (378 +1)−(366 +1), 378 +1) = (α(378 +1)−(366 +1), 378 +1) = (366 +1, 378 +1) =
Problema 10.1.
Seja (Mn )n a sequência definida por Mn = 2n − 1. Mostre que
a) 3|Mn se, e somente se, n é par
a) Suponhamos que 3|Mn então 3|2n − 1, logo existe α ∈ N tal que 2n − 1 = 3α.
Se n-par temos n = 2k de onde
3α = 2n −1 = 22k −1 = (22 )k −1 = (22 −1)[(22 )k−1 +(22 )k−2 +(22 )k−3 +. . .+22 +1] =
isto é um absurdo!. Um múltiplo de 3 não pode ser multiplo de 3 mais uma unidade.
Portanto, se 3|Mn então n é par.
Inversamente (⇐)
Suponhamos n-par, então podemos escrever n = 2k para k ∈ N, logo
Assim, 3|2n − 1.
Portanto, se n-par, então 3|Mn .
77
b) Suponhamos que 5|Mn então 5|2n − 1, logo existe α ∈ N tal que 2n − 1 = 5α.
Todo número natural n podemos escrever na forma 4k, 4k + 1, 4k + 2 ou 4k + 3.
Se n = 4k temos
5α = 2n −1 = 24k −1 = (24 )k −1 = (24 −1)[(24 )k−1 +(24 )k−2 +(24 )k−3 +. . .+24 +1] =
Assim, 5|2n − 1.
Portanto, se n múltiplo de 4, então 5|Mn .
c) Suponhamos que 9|Mn então 9|2n − 1, logo existe α ∈ N tal que 2n − 1 = 9α.
78
Unidade 11
Números de Fibonacci
(um , un ) = u(m, n)
Corolário 11.1.1. Na sequência de Fibonacci, temos que un divide um se, e somente se,
n divide m.
e, portanto, 3|um se, e somente se, (4, m) = 4, o que equivale a dizer que 4|m.
Exercício 11.1.1.
Mostre que, se na sequência de Fibonacci existir um termo divisível por um número
natural m, então existem infinitos tais termos.
Demonstração.
Seja un tal que m|un , então un = αm. Suponhamos que uk seja o menor elemento da
sequência de Fibonaci tal que seja divisível por m, logo
Exercício 11.1.2.
Na sequência de Fibonacci, mostre que
79
Demonstração.
a) Temos: u1 = 1, u2 = 1, u3 = 2, u4 = 3, u5 = 5, u6 = 8, u7 = 13, u8 =
21, u9 = 34 . . .
Suponhamos um = 2k, k ∈ N, então como u3 = 2
Exercício 11.1.3.
Na sequência de Fibonacci, mostre que
Demonstração.
c) Temos: u10 = 55, u11 = 89, u12 = 144, u13 = 133, u14 = 277, u15 =
410, u16 = 687, u17 = . . .
Suponhamos um = 4k, k ∈ N, então como u6 = 8
Exercício 11.1.4.
Dados n, m ∈ N∗ , com n ≥ 2, mostre que se un é o termo de ordem n da sequência
de Fibonacci, então un+m = un−1 um + un um+1 .
Demonstração.
Suponhamos que, para 2 < n ≤ h seja verdade que uh+m = uh−1 um + uh um+1 .
Por outro lado, para h + 1, aplicando a hipótese auxiliar temos:
Unidade 12
i) Se p|q então p = q.
Um número maior do que 1 e que não é primo será chamado composto. Portanto, se
um número inteiro n > 1 é composto, existirá um divisor natural n1 de n tal que n1 ̸= 1
e n1 ̸= n. Portanto, existirá um número natural n2 tal que
81
82
Teorema 12.3. Todo número natural maior do que 1 ou é primo ou se escreve de modo
único (a menos da ordem dos fatores) como um produto de números primos.
Teorema 12.4. Dado um número inteiro n ̸= 0, 1, −1, existem primos p1 < . . . < pr e
α1 , . . . , αr ∈ N, unívocamente determinados, tais que
Propriedade 12.4. Seja n = ±pα1 1 · pα2 2 · pα3 3 · · · pαr r um número natural escrito na forma
acima.
Se n′ é um divisor positivo de n, então n′ = pβ1 1 · pβ2 2 · pβ3 3 · · · pβr r ; onde 0 < βi < αi ,
para i = 1, . . . , r.
Denotando por d(n) o número de divisores positivos do número natural n, temos que
se n = pα1 1 · pα2 2 · pα3 3 · · · pαr r , onde p1 , . . . , pr sao numeros primos e α1 ; :::; αr ∈ N, então
Teorema 12.5. Sejam a = pα1 1 · pα2 2 · pα3 3 · · · pαnn e b = pβ1 1 · pβ2 2 · pβ3 3 · · · pβnn pondo
γi = min{αi , βi }, δi = max{αi , βi }, i = 1, 2, . . . , n
temos que
(a, b) = pγ11 · pγ22 · pγ33 · · · pγnn [a, b] = pδ11 · pδ22 · pδ33 · · · pδnn
Seja n > 4 um número natural, vamos provar que n é composto se, e somente se,
n|(n − 2)!.
Suponhamos n composto.
83
Provaremos inicialmente que n|(n − 1)!. De fato, suponha que n = n1 n2 com 1 < n1 <
n e 1 < n2 < n. Se n1 ̸= n2 , podemos supor que 1 < n1 < n2 , e portanto,
(n − 1)! = 1 · · · n1 · · · n2 · · · (n − 1)
(n − 1)! = 1 · · · n1 · · · (2n1 ) · · · (n − 1)
(n − 1; n) = (n − 2; n) = · · · = (n − (p + 1); n) = 1
12.3 Problemas
Exercício 12.3.1.
Ache os possíveis valores de n, m ∈ N ∪ {0} de modo que o número 9m 10n tenha :
a) 27 divisores b) 243 divisores.
Solução.
Exercício 12.3.2.
Qual é a forma geral dos números naturais que admitem: a) um só divisor além de
1 e dele próprio? b) um número primo de divisores?
Solução.
Com efeito, se a = pα1 1 · pα2 2 · pα3 3 · · · pαnn então pelas condições do problema temos
que d(a) = (α1 + 1)(α2 + 1) · · · (αr + 1) = p de onde (α1 + 1) = p ⇒ α1 = p − 1
Portanto o número é da forma a = pp−1
1 .
Exercício 12.3.3.
Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1. Mostre que, se ab é um quadrado, então a e b são
quadrados. Generalize para ab uma potência r-ésima.
Solução.
Sendo ab = pα1 1 · pα2 2 · pα3 3 · · · pαnn um quadrado, isto somente ocorre se e somente se
αi = 2βi , i = 1, 2, . . . , n.
Como (a, b) = 1 então não existem divisores comuns, logo eles são da forma a =
∏
n ∏
n
α ∏
n ∏
n
2β
pαi i e b = pj j onde i, j = 1, 2, . . . , n, i ̸= j. Isto é a = p2β
i
i
e b = pj j
i=1 j=1 i=1 j=1
onde i, j = 1, 2, . . . , n, i ̸= j.
Portanto, se ab é um quadrado sendo (a, b) = 1, então a e b cada um deles são
quadrados.
85
Sendo ab = pα1 1 ·pα2 2 ·pα3 3 · · · pαnn uma potência r-ésima, isto somente ocorre se e somente
se αi = rβi , i = 1, 2, . . . , n.
Como (a, b) = 1 então não existem divisores comuns, logo eles são da forma a =
∏n ∏n
α ∏n ∏n
nβ
pαi i e b = pj j onde i, j = 1, 2, . . . , n, i ̸= j. Isto é a = pnβ
i
i
e b= pj j
i=1 j=1 i=1 j=1
onde i, j = 1, 2, . . . , n, i ̸= j.
Portanto, se ab é uma potência r-ésima sendo (a, b) = 1, então a e b cada um deles é
uma potência r-ésima.
Exercício 12.3.4.
Seja m ∈ N. Pode o número m(m + 1) ser a sétima potência de um número natural?
(Generalize.)
Solução.
Nem sempre, pois se m = 6 então m(m + 1) = 42 que não é sétima potência de algúm
número.
Por outro lado, em geral suponhamos que k ∈ N é tal que m(m + 1) = k 7 para m ∈ N.
Se k = 2s + 1 ⇒ k 7 = β + 1 = m(m + 1) porém m(m + 1) sempre é número par,
assim k nunca poderá ser ímpar.
Se k = 2s
Exercício 12.3.5.
(ENC-2002) Qual é o menor valor do número natural n que torna n! divisível por
1000?
Solução.
Exercício 12.3.6.
Mostre que a soma de todos os números naturais menores ou iguais a n divide o seu
produto se, e somente se, n + 1 é composto.
Solução.
n(n + 1) α
α· = n! ⇒ (n + 1) = (n − 1)!
2 2
2
Portanto o número (n + 1) = · (n − 1)! é composto.
α
(⇐) Condição suficiente.
Suponhamos que n + 1 seja composto, então n + 1 = n1 n2 e como (n, n + 1) = 1 segue
que 1 < n1 < n e 1 < n2 < n.
Seja n1 < n2 , então n! = 1 · 2 · 3 · · · n1 · · · n2 · · · (n − 1)n. Assim, reordenando estes
números
n(n + 1)
n! = 1 · 2 · 3 · · · n · (n1 n2 ) = αn(n + 1) = 2α
2
n(n − 1)
então n!.
2
Portanto, a soma de todos os números naturais menores ou iguais a n divide o seu
produto.
Suponhamos n1 = n2 , então sabemos que n! = 1 · 2 · 3 · · · n1 · · · (n − 1)n. Assim,
reordenando estes números
1 n(n + 1)
n! = [1 · 2 · 3 · · · n1 · · · n · (n1 n2 )] = αn(n + 1) = 2α
n1 2
n(n − 1)
então n!.
2
Portanto, se n + 1 é composto, então a soma de todos os números naturais menores
ou iguais a n divide o seu produto.
Exercício 12.3.7.
Usando a caracterização de mdc e mmc de dois números a e b através da fatoração
em primos desses números, prove que (a, b)[a, b] = ab.
Solução.
σ δ
(a, b) = pσ1 1 pσ2 2 pσ3 3 . . . pr−1
r−1 σr
pr e [a, b] = pδ11 pδ22 pδ33 . . . pr−1
r−1 δr
pr
logo
σ +δr−1 σr +δr
(a, b)[a, b] = pσ1 1 +δ1 pσ2 2 +δ2 pσ3 3 +δ3 . . . pr−1
r−1
pr (12.13)
Sabemos que
αi + βi + |αi − βi | αi + βi − |αi − βi |
δi = max{ αi , βi } = e σi = min{ αi , βi } =
2 2
α +βr−1 αr +βr
(a, b)[a, b] = pα1 1 +β1 pα2 2 +β2 pα3 3 +β3 . . . pr−1
r−1
pr ⇒
α β
(a, b)[a, b] = pα1 1 pα2 2 pα3 3 . . . pr−1 pr × pβ1 1 pβ2 2 pβ3 3 . . . pr−1
r−1 αr r−1 βr
pr = ab
Exercício 12.3.8.
Mostre que todo número primo p > 2 escreve-se de modo único como diferença de dois
quadrados.
Demonstração.
Exercício 12.3.9.
Seja p > 1 um número natural com a seguinte propriedade: Se p divide o produto de
dois inteiros quaisquer, então p divide um dos fatores. Mostre que p é necessáriamente
primo.
Demonstração. Primeira
Po contradição.
Temos que mostrar
Com efeito, suponhamos que p > 1 não é primo, logo é composto, ou seja, existem
naturais, a, b ∈ N com 1 < a < p e 1 < b < p tais que p|ab.
Além disso p - a e p - b pois 1 < a < p e 1 < b < p.
Portanto, se p divide o produto de dois inteiros quaisquer, então p divide um dos
fatores, e p é necessáriamente primo.
89
Exercício 12.3.10.
Mostre que, se n e m são dois números naturais não nulos tais que (n, m) = 1, então
d(n · m) = d(n) · d(m).
Solução.
Exercício 12.3.11.
Mostre que, se n é composto, então o n-ésimo número de Fibonacci un é composto.
Solução.
Sendo n composto podemos supor n = ab, logo ua |un e ub |un , assim temos que
ua ub ua ub
un e un ⇒ un = · · α, α∈Z
(a, b) (a, b) (a, b) (a, b)
Unidade 13
Pequeno Teorema de Fermat
Exemplo
Dado um número qualquer n ∈ N, tem-se que n9 e n, quando escritos na base 10, têm
o mesmo algarismo da unidade.
A afirmação acima é equivalente a 10|n9 − n.
Como n9 e n têm a mesma paridade, segue-se que n9 − n é par; i.e, 2|n9 − n.
Por outro lado,
Logo, pelo Pequeno Teorema de Fermat, temos que 5|n5 − n e, portanto, 5|n9 − n.
Tem-se, então, que 10|n9 − n.
13.2 Problemas
Exercício 13.2.1.
Mostre que 42|a7 − a para todo número natural a.
Solução.
isto é 6|a7 − a.
91
Exercício 13.2.2.
Ache o resto da divisão de 12p−1 por p quando p é primo.
Solução.
Suponhamos que 12 seja um número não divisível por p-primo, então pelo corolário
do teorema de Fermat segue que
Exercício 13.2.3.
3 5 2 3 11
Mostre que, para todo n ∈ N, é natural o número n + n + n.
5 3 15
Solução.
3 2 11
Seja P = n5 + n3 + n, podemos agrupar na forma
5 3 15
3 3 2 2 11
P = (n5 − n) + n + (n3 − n) + n + n
5 5 3 3 15
3 2 30
P = · 5α + · 3β + n = 3α + 2β + 2n, α, β ∈ N
5 3 15
3 5 2 3 11
Portanto, o número n + n + n é natural para todo n ∈ N.
5 3 15
Exercício 13.2.4.
Mostre que, para todo n ∈ N, 15|3n5 + 5n3 + 7n.
Solução.
Exercício 13.2.5.
Seja n ∈ N. Mostre que: a) Se 5 - n, 5 - n − 1, 5 - n + 1, então 5|n2 + 1. b) Se
7 - n, 7 - n − 1, 7 - n3 + 1, então 7|n2 + n + 1.
Solução.
b:) Em geral, temos pelo pequeno teorema de Fermat que 7|n7 − n, isto é n7 − n =
7β, β ∈ N, de onde
Exercício 13.2.6.
Sejam a, k ∈ N. Mostre que 7|a6k − 1, se (a, 7) = 1. Generalize.
Solução.
Da hipótese auxiliar
isto é 7|a6(k+1) − 1.
Portanto, temos que 7|a6k − 1, se (a, 7) = 1.
93
Exercício 13.2.7.
Um terno de primos é dito de primos trigêmeos se for da forma p; p + 2 e p + 4.
Mostre que 3; 5 e 7 é o único terno de primos trigêmeos..
Solução.
Exercício 13.2.8.
a)Mostre que a12 −b12 é divisível por 13, se a e b são primos com 13. b)Mostre também
que é divisível por 91, se a e b são primos com 91.
Solução.
Portanto, a12 − b12 é divisível por 13, se a e b são primos com 13.
b) Seja M = a12 − b12 então M = [(a2 )6 − 1] − [(b2 )6 − 1].
Como (a, 91) = (b, 91) = 1, então 7 - a, em particular 7 - a2 . De modo análogo 7 - b2 ,
de onde (a2 , 7) = (b2 , 7) = 1.
Pelo corolário do pequeno teorema de Fermat, temos que (a2 )7−1 − 1 = 7δ, δ ∈ N.
De modo análogo, temos que (b2 )7−1 − 1 = 7γ, γ ∈ N. Assim
sendo a potência de 2 maior que 5000 segue que 1000! = 5249 2249 n = 10249 n para algum
n ∈ N.
Portanto, 1000! termina em 249 zeros.
Solução. b)
Temos: 1000! = 1 × 2 × 3 × · · · × 998 × 990 × 1000.
Exercício 13.3.2.
Mostre que existem infinitos valores de n ∈ N para os quais 8n2 + 5 é divisível por 77
Solução.
Exercício 13.3.3.
Mostre que, se a, b ∈ N e n ∈ N ∪ {0}, então (an , bn ) = (a, b)n e que [an , bn ] = [a, b]n .
Solução.
nα nβ
Então an = pnα1 nα2 nα3
1 p2 p3 . . . pr−1r−1 pnα
r
r
e bn = pnβ 1 nβ2 nβ3
1 p2 p3 . . . pr−1r−1 pnβ
r , com
r
αi , βi ∈ N∗
95
nσ nδ
(an , bn ) = pnσ 1 nσ2 nσ3
1 p2 p3 . . . pr−1r−1 pnσ
r
r
e [an , bn ] = pnδ 1 nδ2 nδ3 r−1 nδr
1 p2 p3 . . . pr−1 pr
logo
σ
(an , bn ) = [pσ1 1 pσ2 2 pσ3 3 . . . pr−1
r−1 σr n
pr ] = (a, b)n
δ
[an , bn ] = [pδ11 pδ22 pδ33 . . . pr−1
r−1 δr n
pr ] = [a, b]n
Exercício 13.3.4.
Quais dos números abaixo são primos?
Exercício 13.3.5.
(ENC-98) Uma das afirmativas abaixo sobre números naturais é FALSA. Qual é ela?
Solução.
(A) Dado um número primo, existe sempre um número primo maior do que ele.
(B) Se dois números não primos são primos entre si, um deles é ímpar.
Exercício 13.3.6.
Mostre que a13 − a é divisível por 2, 3, 5, 7, 13 e 273, para todo a ∈ N.
Solução.
96
Demonstração.
O primeiro a fazer é reescrever a equação na forma (z 2 )2 + (y 2 )2 = (x2 )2
Note que { z 2 , y 2 , x2 } é uma terna Pitagórica (TP).
Se eles não forem coprimos devemos dividir toda a terna pelo seu máximo divisor
comum m.d.c. obtendo uma terna de números primos e obteremos uma primeira terna.
Pela fórmula de Euclides, sabemos que x2 = a2 + b2 , y 2 = a2 − b2 ou y 2 = 2ab.
Suponhamos que y 2 = a2 − b2 , então x2 y 2 = a4 − b4 = (xy)2 de onde (xy)2 + (b2 )2 =
(a2 )2 , logo achamos outra terna TP da forma { xy, b2 , a2 }.
Os números desta segunda terna são menores que a primeira terna.
Continuando assim chegaremos a uma descida infinita o qual é impossível.
Logo y 2 = a2 − b2 é absurdo !
Supondo que y = 2ab com a > b, considerando a par e b ímpar (sem perda de
generalidade) temos o seguinte: x2 = a2 + b2 , supondo a = 2cd, b = c2 − d2 temos
x = c2 + d2 com c > d coprimos, logo y 2 = 2ab = 2(2cd)(c2 − d2 ) dividindo por 4 segue
y2 y
que = cd(c2 − d2 ) = ( )2
4 2
Podemos observar que o produto de c, d e c2 − d2 é um quadrado perfeito, pelo que
cada um de eles é um quadrado perfeito, logo: c2 = e2 , d2 = f 2 e c2 − d2 = g 2 .
Substituindo na última equação obtemos (e2 )2 − (f 2 )2 = g 2 = e4 − f 4 , assim achamos
outra terna TP { g 2 , f 2 , e2 } menor do que a primeira terna { z 2 , y 2 , x2 }, criando assim
97
Unidade 15
Como 3 é primo e p ≥ q ≥ 5 então pelo Corolário do PTF temos que 3|p2 −1 e 3|q 2 −1,
logo 3|p2 − q 2 = (p2 − 1) + (q 2 − 1).
Por outro lado, p = 2m + 1 e q = 2n + 1 então
Exercício 15.2.2.
Todo primo da forma 3n + 1 é também da forma 6m + 1.
Solução.
Exercício 15.2.3.
Mostre que o único número primo da forma n3 − 1 é 7.
Solução.
99
100
Se n-ímpar então p-par, isto é absurdo, para o caso n-par como p ≥ 2, então n =
2, 4, · · · , 2k, k ∈ N.
Se n = 2 ⇒ p = 3, para o caso n ≥ 4 ⇒ (n − 1) ≥ 3 e (n2 + n + 1) ≥ 21
logo p = (n − 1)(n2 + n + 1) é composto, não é primo.
Portanto, p = 23 − 1 = 7.
Exercício 15.2.4.
O único número primo n tal que 3n + 1 é um quadrado é 5.
Solução.
Exercício 15.2.5.
Seja k ∈ N, k > 2. Mostre que
Solução. a)
Indução sobre r ∈ N.
Se r = 2 temos que k divide a1 − 1 e a2 − 1 então a1 = αk + 1 e a2 = βk + 1, α, β ∈
N ⇒ a1 a2 = (αk + 1)(βk + 1) = γk + 1 ⇒ a1 a2 − 1 = γk ⇒ k|a1 a2 − 1.
Suponhamos para r ∈ N que, se k divide a1 − 1; a2 − 1; . . . ; ar − 1, então k divide
a1 a2 · · · ar − 1.
101
Exercício 15.2.6.
Mostre que existe uma correspondência biunívoca entre pares de primos gêmeos e nú-
meros n tais que n2 − 1 possui quatro divisores.
Solução.
Dois números primos são números primos gêmeos se a diferença entre eles for igual a
dois. Os primeiros pares de números primos gêmeos são 3 e 5, 5 e 7, 11 e 13, 17 e 19,
29 e 31, 41 e 43, 59 e 61, 71 e 73, 101 e 103, 107 e 109.
Os maiores números primos gêmeos conhecidos são 2.003.663.613 × 2195.000 ± 1, desco-
bertos em janeiro de 2007. Existem um mil números primos gêmeos abaixo de 100.000 e
oito mil abaixo de 1.000.000.
Como n2 − 1 tem quatro divisores, então
se n − 1 = p1 e n + 1 = p2 então p2 = p1 + 2. Sejam
Portanto, existe uma correspondência biunívoca entre pares de primos gêmeos e nú-
meros n tais que n2 − 1 possui quatro divisores.
Exercício 15.2.7.
Mostre que o produto dos divisores de um inteiro positivo n é ns/2 , onde s é o número
de divisores de n.
Demonstração. Primeira
PD (p1 ) = 1 · p1 · p21 · p31 · · · pα1 1 −1 · pα1 1 ou PD (p1 ) = pα1 1 · p1α1 −1 · · · p31 · p21 · p1 · 1
assim temos
PD (p1 )PD (p1 ) = (1 · pα1 1 )(p1 pα1 1 −1 )(p21 pα1 1 −2 )(p31 p1α1 −3 ) · · · (p1α1 −2 p21 )(p1α1 −1 p1 )(pα1 1 · 1)
PD (p1 )PD (p1 ) = (pα1 1 )α1 +1 ⇒ [PD (p1 )]2 = (pα1 1 )α1 +1
α
[PD (pj )]2 = (pj j )αj +1 ; j = 1, 2, 3, . . . , r
Por outro lado denotado por D(pα1 1 ) o conjunto dos divisores de pα1 1 temos
D(pα1 1 ) = {1, p1 , p21 , p31 , · · · , pα1 1 −1 , pα1 1 } e D(pα2 2 ) = {1, p2 , p22 , p32 , · · · , p2α2 −1 , pα2 2 }
Multiplicando-se cada divisor de pα1 1 por cada divisor de pα2 2 temos que
PD (pα1 1 pα2 2 ) = (1 · p1 · p21 · p31 · · · pα1 1 −1 pα1 1 )(1 · p2 · p22 · p32 · · · p2α2 −1 pα2 2 )
| {z } | {z }
α2 + 1 vezes α1 + 1 vezes
pois cada elemento de D(pα1 1 ) e D(pα2 2 ) repetirá respectivamente α2 + 1 e α1 + 1
vezes. Isto é equivalente a
[PD (pα1 1 pα2 2 )]2 = [(pα1 1 )(α1 +1) ]α2 +1 [(pα2 2 )(α2 +1) ]α1 +1 = (pα1 1 pα2 2 )(α1 +1)(α2 +1)
[PD (pα1 1 pα2 2 · · · pαr r )]2 = (pα1 1 pα2 2 · · · pαr r )(α1 +1)(α2 +1)···(α2 +1)
103
Seja s o número de divisores de n = pα1 1 pα2 2 pα3 3 · · · pαr r , então sabemos que s = (α1 +
1)(α2 + 1) · · · (α2 + 1), logo
[PD (pα1 1 pα2 2 · · · pαr r )]2 = (pα1 1 pα2 2 · · · pαr r )s = (n)s ⇒ PD (n) = ns/2
Demonstração. Segunda
n n
Sabemos que se d é um divisor de n, então também é divisor de n, pois d · = n .
d d
Assim se d1 , d2 , d3 , . . . , ds−1 , ds , são os divisores positivos de n, podemos escrever o
seu produto P (n) de duas maneiras:
• P (n) = d1 · d2 · d3 . . . ds−1 · ds
n n n n n
• P (n) = · · ··· ·
d1 d2 d3 ds−1 ds
Multiplicando estas duas igualdades
( )( n n n n n)
[P (n)]2 = d1 · d2 · d3 . . . ds−1 · ds · · ··· · = ns = (ns/2 )2
d1 d2 d3 ds−1 ds
Exercício 15.2.8.
Prove que, se r é o número de fatores primos distintos de n ∈ N∗ , o número de modos
em que n pode ser fatorado como produto de dois números relativamente primos é 2r−1 .
Solução. Primeira
Temos que os números pα1 1 , pα2 2 e pα3 3 são relativamente primos dois a dois. Isto é:
Ao todo são 23−1 modos diferentes que podemos escrever n como o produto de dois
fatores relativamente primos.
Suponhamos para r = h, o número de modos diferentes que podemos escrever n como
o produto de dois fatores relativamente primos seja 2h−1 .
104
α α
Para r = h + 1 temos que n = pα1 1 · pα2 2 · pα3 3 · · · pαh h · ph+1
h+1
= P · ph+1
h+1
.
α
Logo, podemos escrever n de dois modos diferentes a saber: n = P · (ph+1
h+1
) ou
α α α
n = 1 · (P · ph+1
h+1
) onde mdc{ P ; ph+1 h+1
} = 1, mdc{ 1; (P · ph+1 h+1
} = 1, sendo que P é
h−1
um número com 2 modos de escrever como o produto de dois divisores.
Logo, n podemos escrever de 2h−1 · 2 = 2(h+1)−1 modos diferentes como o produto de
dois divisores.
Portanto, o número de modos diferentes em que podemos decompor n em dois fatores
que são relativamente primos é 2r−1 .
Solução. Segunda
Seja n = pα1 1 ·pα2 2 ·pα3 3 · · · pαr r , podemos supor n = a·b onde a = pη11 e b = pη22 ·pη33 · · · pηr r .
Também podemos supor n = a · b onde a = pη11 pη22 e b = pη33 · pη44 · · · pηr r ou também
podemos supor n = a · b onde a = pη11 pη22 pη33 e b = pη44 · pη55 · · · pηr r .
Podemos observar que temos 2r pares distintos de números (a, b) tais que n = ab
sendo (a, b) = 1.
Na contagem, o par (pη11 , pη22 · pη33 · · · pηr r ) = (pη22 · pη33 · · · pηr r , pη11 ) representa a mesma
fatoração para n, e; como contamos duas vezes pares similares temos que o número de
modos em que n pode ser fatorado como produto de dois números relativamente primos
2r
é = 2r−1 .
2
Exercício 15.2.9.
Seja n > 2. Mostre que entre n e n! existe pelo menos um número primo.
Solução.
Exercício 15.2.10.
Mostre que se p, p + 2 e p + 4 são primos, então p = 3.
Solução.
Por hipótese os números p, p+2 e p+4 são primos, suponhamos que p = 2k +1, k≥
1.
105
Exercício 15.2.11.
b) Seja p > 3 um número primo. Mostre que ap − a e ap b − bp a são divisíveis por 6p,
para todos a ∈ N, com a > b.
Solução. a)
am − an = m(3) + (a − 1) =?
Contraexenplo
Se a = 5, m = 3 e n = 2 temos 3 - 53 − 52 = 100 acredito que falta informação a
106
respeito de a
Solução. b)
Suponhamos p > 3 número primo, pelo PTF temos que p|ap − a.
Por outro lado, ap e a têm a mesma paridade, de onde ap − a é par, assim 2|ap − a.
seja p = 2k + 1, k ∈ N
De modo análogo
Logo temos que d - a e d - b e como d|abp segue que d|p, isto significa que d = 1 ou
d = p.
Portanto, o mdc de a + b e a2 − nab + b2 deve ser 1 ou p.
Exercício 15.2.13.
Seja p um número primo ímpar. Mostre que pode-se escrever p = y 2 −x2 , com x, y ∈ N,
de modo único.
Solução.
107
Exercício 15.2.14.
Sejam a; b; n; m ∈ N∗ e suponha que an + bm seja um número primo. Mostre que
(n, m) = 1, ou (n, m) = 2r , para algum r ∈ N.
Solução.
an + bm = (aβ )2k+1 + (bα )2k+1 = (aβ + bα )[(aβ )2k − (aβ )2k−1 bα + · · · + (bα )2k ]
an + bm =
⇕
108
Exercício 15.2.15.
Sejam n; a ∈ N.
onde (ma + 1 + m) = m1 ∈ N.
Portanto, existe m ∈ N tal que (a + 1)n = ma + 1.
x
MA-14 - Aula 09
Unidade 17
Primos de Fermat e de Mersenne
n
Fn = 2 2 + 1
5
F5 = 22 + 1 = 4.294.967.297 = 641 × 6700417,
(F n; F m) = 1; se n ̸= m
Mp = 2p − 1;
109
110
2, 3, 5, 7, 13, 19, 31, 61, 89, 107, 127, 521, 607, 1279, 2203, 2281, 3217, 4253 e 4423
.
Até o presente momento, o maior primo de Mersenne conhecido é M43112609 , descoberto
em agosto de 2008 e que possui no sistema decimal 12978189 dígitos.
Teorema 17.7. Em uma PA de números naturais, com primeiro termo e razão primos
entre si, existem infinitos números primos.
A demonstração deste resultado é bem difícil e pertence à teoria analítica dos números.
Nos limitamos no texto a demonstrar alguns casos particulares de teorema.
O primeiro caso particular é o seguinte:
3; 7; 11; 15 ; . . . , 4n + 3; . . .
17.4 Problemas
Exercício 17.4.1.
Mostre que todo divisor de um número de Fermat Fn é da forma 4m + 1.
Sugestão: Use o Lema 5.
Solução.
n
Sabe-se que Fn = 22 + 1, este número é ímpar, logo admite como divisores somente
números ímpares. Logo, qualquer divisor de Fn é ímpar.
n (n−1) ( (n−1) )2 (n−1)
Como Fn = 22 + 1 = 22·2 + 1 = 22 + 1, isto é Fn = x2 + 1 onde x = 22 .
111
Exercício 17.4.2.
Se p e q são dois números primos distintos, mostre que (Mp ; Mq ) = 1
Solução.
Exercício 17.4.3.
Sejam dados n; m ∈ N, a) Mostre que, se m < n, então Fm |Fn − 2. b) Dê uma
outra prova para: (Fn , Fm ) = 1, se n ̸= m.
Solução.
Fn − 2 = 22 + 1 − 2 = 22 − 1.
n n
n m+α m α
Fn − 2 = 2 2 − 1 = 2 2 − 1 = (22 )2 − 1
m α α m
Fn − 2 = (22 )2 − 12 = β(22 + 1) = βFm
Fn ̸= Fm .
n m
Por outro lado, como (Fn , Fm ) = (22 + 1, 22 + 1), pelo Corolário 3 da unidade
10 {
1 se a par
(an + 1, am + 1) =
2 se a ímpar
Exercício 17.4.4.
Mostre que existem infinitos números primos da forma 6n + 5.
Demonstração.
112
P = 6(p1 p2 · · · pm−1 pm ) + 5 = 6n + 5
Exercício 17.4.5.
Mostre que existem infinitos números primos da forma 3n + 2.
Solução.
Exercício 17.4.6.
Seja pn o n-ésimo número primo. Mostre que pn ≤ 22
n−2
+ 1.
Sugestão: Utilize os seguintes fatos: (Fi ; Fj ) = 1, se i ̸= j, 2 - Fi e F5 é composto.
Demonstração.
Para n = 1, 2, 3 é imediato.
2−2 3−2
2 = p1 , 3 = p2 ≤ 22 + 1 = 3, 5 = p3 ≤ 22 +1=5
n−2
Afirmo: Se pn é o n-ésimo número primo então pn < 22 sempre que n > 4.
24−2 22
Com efeito, se n = 4 temos p4 = 7 < 2 =2 = 16
h−2
Sponhamos que seja verdade a desigualdade para n = h; isto é ph < 22 é verdadeira
Multiplicando todas as desigualdades até h temos
2 3 4 5 h−3 h−2
p4 p5 p6 · · · ph < 22 · 22 · 22 · 22 · · · · 22 · 22
113
22 (1 − 2h−1 )
mas, a PG 22 + 23 + 24 + · · · 2h−3 + 2h−2 = = 2h−1 − 4, assim temos
1−2
h−1 −4 h−1
p4 p5 p6 p7 p8 · · · ph < 22 ⇒ 24 · p4 p5 p6 p7 p8 · · · ph < 22
Em particular
h−1
22 · p4 p5 p6 · · · ph − 1 < 22
h−1 (h+1)−2
ph+1 < 22 · p4 p5 p6 · · · ph − 1 < 22 ⇒ ph+1 < 22
Exercício 17.4.7.
Considere a sequência de Fibonacci (un ). Mostre que, se n é ímpar, então os divisores
ímpares de un são da forma 4k + 1.
Sugestão: Mostre que a sequência de Fibonacci satisfaz a
Com isto, mostre que se n é ímpar, então u2n − un−1 un+1 = u2n−1 + 1. Conclua que
todo divisor de un é divisor de u2n−1 + 1 e utilize o Lema 5.
Solução.
x
114
Unidade 18
Números Perfeitos
Atualmente, conhecem-se mais alguns números perfeitos. Um fato curioso é que todos
os números perfeitos conhecidos são pares. Não se sabe nada sobre a existência ou não de
números perfeitos ímpares.
Denotemos por S(n) a soma de todos os divisores de um número natural n.
Tem-se que S(1) = 1 e se pα1 1 · · · pαr r é a decomposição em fatores primos de n > 1,
então
pα1 +1 − 1 pαr +1 − 1
S(n) = 1 ··· 1
p1 − 1 pr − 1
Exemplo 18.1.
32 − 1
• S(3) = =4
3−1
22 − 1 32 − 1
• S(6) = S(2 × 3) = × = 12
2−1 3−1
22 − 1 33 − 1
• S(18) = S(2 × 3 ) =
2
× = 39
2−1 3−1
23 − 1 72 − 1
• S(28) = S(22 × 7) = × = 56
2−1 7−1
Podemos então dizer que um número n é um número perfeito se S(n) = 2n.
A função n 7→ S(n) possui as seguintes propriedades:
18.2 Problemas
Exercício 18.2.1.
Mostre que a soma dos inversos dos divisores de um número perfeito par é sempre
igual a 2.
Demonstração.
• 1, 2, 22 , 23 , 24 , . . . , 2p−1 , 2p
• 2p − 1
• (2p − 1), 2(2p − 1), 22 (2p − 1), 23 (2p − 1), 24 (2p − 1), . . . , 2p−1 (2p − 1), 2p (2p − 1)
1 1 1 1 1 1 1 − 21p 2p − 1
• + + 2 + 3 + 4 + . . . + p−1 = =
1 2 2 2 2 2 1 − 12 2p−1
[ ] [ p ]
1 1 1 1 1 1 1 1 2 −1
• + + + + + . . . + p−1 = p
(2p − 1) 1 2 22 23 24 2 (2 − 1) 2p−1
Portanto, a soma dos inversos dos divisores de um número perfeito par é sempre igual
a 2.
116
Exercício 18.2.2.
Seja an = 22n (22n+1 − 1). Mostre por indução sobre n que a) a2n+1 = 256a2n−1 +
60(16n ); e b) a2n+2 = 256a2n + 240(16n ):
Demonstração.
Para n = h + 1 segue
a2(h+1)+1 = 216 × 24h−2 (24h−1 − 1) + 26 × 24h [28 − 1] = 216 × a2h−1 + 26 × 24h [28 − 1]
o qual é verdadeiro.
Suponhamos para n = h ∈ N que a2h+2 = 256a2h + 240(16h ) seja verdade, isto é
28 a2h = a2h+2 − 240(16h ) é verdade. Observe que
Unidade 17
Fatoração do Fatorial em Primos
Na prática, é fácil calcular Ep (n!). Isto se faz com o uso do seguinte algoritmo:
n = pq1 + r1
q1 = pq2 + r2
···
q = pqs + rs
119
120
Como q1 > q2 > . . ., segue-se que, para algum s, tem-se que qs < p. Portanto, segue-se
que
Ep (n!) = q1 + q2 + q3 + · · · + qs
Para resolvermos o problema, deveremos achar Ep (10!) para todo primo p ≤ 10.
Sendo, E2 (10!) = 5 + 2 + 1 = 8, E3 (10!) = 3 + 1 = 4, E5 (10!) = 2, E7 (10!) = 1
segue-se que 10! = 28 34 52 7
Consequentemente, como há dois fatores iguais a 5 e oito fatores iguais a 2 na de-
composição de 10! em fatores primos, vê-se, imediatamente, que 10! termina com dois
zeros.
O próximo resultado relacionará Ep (n!) com a representação p-ádica de n (i.e., a
representação relativa á base p de n).
n − (n0 + n1 + · · · + nr )
Ep (n!) =
p−1
17.2 Problemas
Exercício 17.2.1.
Ache a decomposição em fatores primos de 50! e determine com quantos zeros termina
esse número.
Solução.
50 50 50 50 50
Temos E2 [50!] = + 2 + 3 + 4 + 5 = 25 + 12 + 6 + 3 + 1 = 47
2 2 2 2 2
50 50 50
E3 [50!] = + 2 + 3 = 16 + 5 + 1 = 22
3 3 3
50 50 50 50
E5 [50!] = + 2 = 10 + 2 = 12, E7 [50!] = + 2 =7+1=8
5 5 7 7
50 50 50 50
E1 1[50!] = = 4, E13 [50!] = = 3, E17 [50!] = = 1, E19 [50!] = =1
11 13 17 19
50 50 50 50
E23 [50!] = = 1, E29 [50!] = = 1, E31 [50!] = = 1 E37 [50!] = =1
23 29 31 37
121
50 50 50
E41 [50!] = = 1, E43 [50!] = = 1, E47 [50!] = =1
41 43 47
Assim temos: 50! = 247 322 512 78 114 133 171 191 231 291 311 371 411 431 471
Consequentemente temos 12 fatores iguais a 5 e 47 fatores iguais a 2 na decomposição
de 50! em fatores primos, imediatamente observamos que 50! termina em 12 zeros.
Exercício 17.2.2.
a) Ache as maiores potências de 2 e de 5 que dividem 1000!. b) Determine com
quantos zeros termina o número 100!. c) Ache a maior potência de 104 que divide 1000!.
d) Ache o menor número natural n tal que 57 |n!.
Solução.
Revisar bem este problema, foi feito para 10000! a parte (a), consequentemente afeita
o resultado da parte (c) e (d).
100! = 297 348 524 716 119 137 175 195 234 293 313 372 412 432 472 53·59·61·67·71·73·79·83·97
c) Observe que 104 = 23 · 13, resultados para E2 (1000!) = 9995, por outro lado
Exercício 17.2.3. ( )
2357
(Profmat 2011) É possível repartir exatamente objetos entre 49 pessoas?.
528
Solução.
Exercício 17.2.4.
Mostre que não há nenhum número natural n tal que 37 seja a maior potência de 3
que divida n!.
Solução.
n − (n1 + n2 + . . . + nr ) = 14 ⇒ n = 14 + n1 + n2 + . . . + nr
Como n ≥ 14, podemos considerar 14! aqui temos pelo menos mais uma potência de 3
14 14 15 15
E3 (14!) = + 2 = 4 + 1 = 5; E3 (15!) = + 2 =5+1=6
3 3 3 3
16 16 17 17
E3 (16!) = + 2 = 5 + 1 = 6; E3 (17!) = + 2 =5+1=6
3 3 3 3
123
18 18
E3 (18!) = + 2 =6+2=8
3 3
Observe que as potências de 3 entre 15! e 18! (múltiplos de 3) é 6 e 8, mostrando que
não aparecerá nenhuma potência de 3 com expoente 7.
Portanto, podemos afirmar que não divide nenhum n!.
Exercício 17.2.5.
Mostre que, se m; n ∈ N são tais que (m; n) = 1, então,
(m + n − 1)!
∈N
m!n!
Solução.
(m + n)! (m + n − 1)!
Pelo Corolário da página 106 tem-se ∈ N e também ∈N,
m!n! (m − 1)!n!
logo
(m + n)! (m + n) × (m + n − 1)! m + n (m + n − 1)!
= = · ∈N
m!n! m!n! m (m − 1)!n!
(m + n − 1)!
Como (m, n) = 1 ⇒ m - m + n, logo m| , assim
(m − 1)!n!
(m + n − 1)!
(m − 1)!n! (m + n − 1)! (m + n − 1)!
= = ∈N
m m(m − 1)!n! m!n!
Exercício 17.2.6.
a) Mostre que, para todo n ∈ N, tem-se que 2n - n!. b) Mostre que 2n−1 |n! se, e
somente se, existe m ∈ N tal que n = 2m . c) Determine todos os números naturais n tais
que 2n−2 |n!. d) Se r ∈ N, determine todos os números naturais n tais que 2n−r |n!.
Solução.
Exercício 17.2.7.
Sejam n; m ∈ N; mostre que (nm)! é divisível por [(n!)m ; (m!)n ].
Solução.
Exercício 17.2.8.
Para todo n ∈ N, mostre que (n!)(n−1)! divide (n!)!.
Solução.
Exercício 17.2.9.
Seja m; n ∈ N, com n > m > 1. Mostre que é inteiro o número
( )
(n; m) n
n m
124
Solução.
Exercício 17.3.2.
Mostre que 2n |(n + 1)(n + 2) · · · (2n), mas 2n+1 - (n + 1)(n + 2) · · · (2n).
Solução.
Exercício 17.3.3.
Mostre que n!2n 3n divide (3n)!.
Solução.
Exercício 17.3.4. ( )
pn
Se 1 ≤ r ≤ pn com Ep (r) = k, mostre que é divisível por pn−k , mas não por
r
pn−k+1 .
Solução.
Exercício 17.3.5.
Mostre que
21000 |1001 × 1002 · · · × 2000
; mas que
21001 - 1001 × 1002 · · · × 2000
Solução.
125
Unidade 18
Congruências
18.1 Congruências
Nesta unidade, apresentamos uma das noções mais fecundas da aritmética, introduzida
por Gauss no seu livro “Disquisitiones Arithmeticae”, de 1801. Trata-se da realização de
uma aritmética com os restos da divisão euclidiana por um número fixado.
Seja m um número natural diferente de zero. Diremos que dois números inteiros a
e b são congruentes módulo m se os restos de sua divisão euclidiana por m são iguais.
Quando os inteiros a e b são congruentes módulo m, escreve-se
a∼
= b mod m
Por exemplo, 21 ∼
= 13 mod 2, já que os restos da divisão de 21 e de 13 por 2 são iguais
a 1.
Note que a ∼
= b mod m se, e somente se, m|b − a.
Quando a relação a ∼= b mod m for falsa, diremos que a e b não são congruentes, ou
que são incongruentes, módulo m. Escreveremos, neste caso, a b mod m.
Decorre da definição, que a congruência, módulo um inteiro fixado m, é uma relação
de equivalência;
i) a∼
= a mod m
ii) Sea ∼
= b mod m, então b∼
= a mod m
iii) Se a ∼
= b mod m e b ∼
= c mod m, então a∼
= c mod m.
O que torna útil e poderosa a noção de congruência é o fato de ser uma relação de
equivalência compatível com as operações de adição e multiplicação nos inteiros, conforme
veremos na proposição a seguir.
i) Se a ∼
= b mod m e c ∼
= d mod m , então
a+c∼
= b + d mod m
126
ii) Se a ∼
= b mod m e c ∼
= d mod m , então
a×c∼
= b × d mod m
ap ∼
= a mod p
m
ac ∼
= bc mod m ⇔ a∼
= b mod
(c, m)
ac ∼
= bc mod m ⇔ a∼
= b mod m
i) Se a ∼
= b mod m e n|m, então a ∼
= b mod n;
ii) a∼
= b mod m1 , ∀ i = 1, 2, 3, . . . , r ⇔ a∼
= b mod [m1 , m2 , . . . , mr ]
i) Se a ∼
= b mod m, então (a; m) = (b; m).
18.2 Problemas
Exercício 18.2.1.
= 1 mod p, então a ∼
Sejam a; p ∈ N, com p primo. Mostre que, se a2 ∼ = 1modp ou
∼
a = −1modp.
Solução.
127
Exercício 18.2.2.
Ache o resto da divisão de: a) 710 por 51 b) 2100 por 11
Solução.
a) Primeira solução:
Tem-se que 72 +2 ∼
= 0mod51 de onde (72 +2)5 ∼
= 0mod51, isto é 710 +32 ∼
= 0mod51.
Assim, 710 ∼
= 19 mod 51.
c) Tem-se que 53 +2 ∼= 0mod127 de onde (53 +2)7 ∼= 0mod127, isto é 521 +27 ∼
= 0mod127.
Observe que 2 = 128 = 127 + 1. Assim, 5 + 1 ∼
7 21
= 0 mod 127.
g)
h)
Exercício 18.2.3.
(ENC 98) O resto da divisão de 1212 por 5 é:
(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) 3 (E) 4
Solução.
Exercício 18.2.4.
Para todo n ∈ N, mostre que
a) 1016n − 1 é divisível por 70 b) 198n − 1 é divisível por 17.
Demonstração.
a) Tem-se 101 ∼
= 1 mod 10 ⇒ 1016 ∼
= 1 mod 10.
Por outro lado, pelo pequeno Teorema de Fermat 1016 ∼= 1 mod 7. Como (7, 10) = 1
segue da Proposição 9.1.7 que 1016 ∼
= 1 mod 70, isto é 70|1016n − 1.
Portanto, 1016n − 1 é divisível por 70
129
Exercício 18.2.5.
Determine o resto da divisão por 7 do número
2 3 100
a) 1010 + 1010 + 1010 + . . . + 1010 b) 17 + 27 + . . . + 1007
Solução.
a) Tem-se 10 ∼
= 3 mod 7 ⇒ 102 ∼
= 2 mod 7 ⇒ 1010 ∼
= 4 mod 7.
Como 1010 ∼
= 4 mod 7 então 10100 ∼
= 410 mod 7. Como 42 ∼
= 2 mod 7 ⇒ 410 ∼
=
4 mod 7.
Logo, 10100 ∼
= 410 mod 7 e 1010 ∼
= 4 mod 7 implicam 10100 ∼
= 4 mod 7.
2
Assim, 1010 e 1010 ao dividir por 7 cada um deles têm resto 4.
Por outro lado, 10100 ∼
= 4mod7, logo (10100 )1 0 ∼
= 410 ∼
= 4mod7, assim 1010 ∼
3
= 4mod7.
Em geral, temos 100 restos iguais a 4
2 3
1010 + 1010 + 1010 + . . . + 1010
100
∼
= 4 + 4 + ... + 4 ∼
= 400 ∼
= 1 mod 7
17 + 27 + . . . + 1007 − (1 + 2 + 3 + · · · + 99 + 100) ∼
= 0 mod 7 ⇒
17 + 27 + . . . + 1007 − 5050 ∼
= 0 mod 7 ⇒
17 + 27 + . . . + 1007 − (721 × 7 + 3) ∼
= 0 mod 7 ⇒
17 + 27 + . . . + 1007 ∼
= 3 mod 7 ⇒
76 ∼
= 0 mod 7, 146 ∼
= 0 mod 7, · · · , 916 ∼
= 0 mod 7, 986 ∼
= 0 mod 7,
130
temos
(16 + 26 + 36 + 46 + 56 + 66 ) − 6 ∼
= 0 mod 7
16 + 26 + . . . + 1006 ∼
= 2 mod 7 ⇒
22223 ∼
= −1 mod 7 ⇒ (22223 )1851 ∼
= −1 mod 7
logo, 22225553 ∼
= −1 mod 7 como 22222 ∼
= 32 mod 7 segue
22225553 × 22222 ∼
= (−1) × 9 mod 7 ⇒ 22225555 ∼
= 5 mod 7 (18.15)
55553 ∼
= 1 mod 7 ⇒ (55553 )740 ∼
= 1 mod 7
logo, 55552220 ∼
= 1 mod 7 como 55552 ∼
= 42 mod 7 segue
55552220 × 55552 ∼
= (1) × 42 mod 7 ⇒ 55552222 ∼
= 2 mod 7 (18.16)
22225555 + 55552222 ∼
= 5 + 2 mod 7
Exercício 18.2.6.
Determine o resto da divisão por 4 do número
131
a) 1 + 2 + 22 + . . . + 219 b) 15 + 25 + . . . + 1005
Demonstração.
Exercício 18.2.7.
9
Determine o algarismo das unidades do número 99 .
Solução.
Primeira solução:
Sabe-se que 9+1 ∼= 0mod10, logo pelo Corolário 2 pág. 112 como 9 = 2(4)+1 é ímpar,
então 99 + 19 ∼= 0 mod 10 então 10|99 + 1 + 9 − 9, logo 10|99 − 9, isto é 99 ∼
k k k k k
= 9 mod 10.
Portanto, o algarismo das unidades é 9.
Segunda solução:
Tem-se que 99 = (10 − 1)9 = (10)9 + (−1)9 como 99 é ímpar, tem-se
9 9 9 9
9 9 9
99 = (10)9 − 1 ⇒ 99 = . . . 000 − 1 = . . . 9999
Exercício 18.2.8.
Ache os algarismos das centenas e das unidades do número 7999999 .
Sugestão: Observe que 74 = 2401 ∼ = 1 mod 100.
7999999 ∼
= 343 mod 100 ⇒ 7999999 = m(100) + 343 = . . . 00343
132
Exercício 18.2.9.
Mostre, para todo n ∈ N, que.
a) 102n ∼= 1 mod 11 b) 102n+1 ∼
= −1 mod 11
Solução.
102n+1 ∼
= (10 + 1) − 1 mod 11 ⇒ 102n+1 ∼
== 1 mod 11
Portanto, 102n+1 ∼
= −1 mod 11, n∈N
Exercício 18.2.10.
(ENC 2000) Se x2 ∼= 1 mod 5, então
∼
a) x = 1 mod 5 b) x ∼
= 2 mod 5 c) x ∼
= 4 mod 5
d) x ∼= 1 mod 5 ou x ∼
= 4 mod 5 e) x ∼
= 2 mod 5 ou x ∼
= 4 mod 5
Solução.
Exercício 18.2.11.
1 · · · pr . Mostre que
Suponha que m = pα1 αr
a∼
= bmodm ⇔ a∼
= bmodpαi
i ; i = 1; . . . ; r
Demonstração.
a∼
= b mod m ⇒ a − b = αpα1 1 pα2 2 pα3 3 · · · pαr r ⇒ a − b = βi pαi i
a − b = βn ⇔ a∼
= b mod n
Exercício 18.2.12.
Ache o menor número natural que deixa restos 5, 4, 3 e 2 quando dividido, respectiva-
mente, por 6, 5, 4 e 3.
Solução.
Exercício 18.2.13.
Mostre que a soma dos quadrados de quatro números naturais consecutivos nunca pode
ser um quadrado.
Demonstração.
S = (2n + 1)2 + 5 ∼
= α + 5 mod 8, α = 0, 1, 4
assim S ∼= 5 mod 8, S ∼
= 6 mod 8 ou S ∼ = 1mod 8.
Podemos observar que S é par, logo o caso S ∼= 1 mod 8 nunca acontece (ver demons-
tração parte (a) do exercício anterior). Logo S ∼
= 5 mod 8 ou S ∼
= 6 mod 8
Portanto, a soma dos quadrados de quatro números naturais consecutivos nunca pode
ser um quadrado.
Como n ≥ 336, podemos considerar 340! aqui temos pelo menos mais uma potência
de 5
340 340 340
E5 (340!) = + 2 + 3 = 68 + 13 + 2 = 83
5 5 5
Observe que 341!, 342!, 343! e 344! não acrescentam potências de 5.
Os números que tem como fator 584 são 345!, 346!, 347! e 348!.
O menor deles é 345!.
Problema 18.2.
Dados a1 , a2 , . . . , am ∈ N e b ∈ N, mostre que
[a ] [a ] [ ] [ ] [a ]
1 m a1 + . . . + am a1 m
+ ... + ≤ ≤ + ... + +m:
b b b b b
Demonstração.
a1 + a2 + . . . + am r1 + r2 + . . . + rm
= (q1 + q2 + . . . + qm ) +
b b
como pode acontecer r1 + r2 + . . . + rm > b − 1, então
[ ]
a1 + a2 + . . . + am
≥ (q1 + q2 + . . . + qm )
b
isto é [ ] [ ] [ ] [a ]
a1 + a2 + . . . + am a1 a2 m
≥ + + ... + (18.17)
b b b b
Como ai = bqi + ri , ri ≤ b − 1, i = 1, 2, 3, . . . , n, então ai ≤ bqi + (b − 1), ri ≤
b − 1, i = 1, 2, 3, . . . , n. Somando
Problema 18.3.
Sejam m; n; b ∈ N com b ̸= 0. Mostre que
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2m 2n m n m+n
a) + ≥ + +
b b b b b
(2m)!(2n)!
b) é um número natural
m!n!(m + n)!
Demonstração.
(m + m)! (n + n)!
b) Aplicando o corolário da página 106 sabemos que os números ,
m!m! n!n!
(m + n)!
e são números naturais, logo é natural o número
m!n!
(2m)!(2n)!
Portanto, é um número natural.
m!n!(m + n)!
Problema 18.4.
d(n − 1)!
Sejam n; a1 ; . . . , ar ∈ N e d = (a1 ; . . . ; ar ). Mostre que é natural o número .
a1 ! · · · ar !
Demonstração.
Problema 18.5.
136
(a) Mostre que todo quadrado perfeito é congruente, módulo 8, a um dos números 0, 1 ou
4.
(c) Mostre que não há nenhum quadrado perfeito na PA: 3, 11, 19, . . . .
Solução.
A = { 8k + r /. r = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 }
Se r = 0, 4 temos n2 ∼
= 0 mod 8; se r = 1, 3, 5, 7 temos n2 ∼
= 1 mod 8 e se r = 2, 6
2 ∼
temos n = 4 mod 8.
22222222 . . . 2222 ∼
= 6 mod8
Pela parte (a) deste exercício, não existe quadrado perfeito em algum elemento da
sequência.
Problema 18.6.
Mostre que nenhum número natural da forma 4n + 3 pode ser escrito como a soma de
dois quadrados.
Solução.
em termos da multiplicidade de 4
n 2 + m2 ∼
= 1 mod 4, n2 + k 2 ∼
= 0 mod 4
Portanto, nenhum número natural da forma 4n + 3 pode ser escrito como a soma de
dois quadrados.
Problema 18.7.
Se k > 2, mostre, para a ímpar, que a2
k−2
∼
= 1 mod 2k .
Solução.
a2
k−2
∼
= 1 mod 2k ⇔ a2
k−2
− 1 = m(2k )
− 1 = m(2k+1 )
k−2 (k+1)−2
e como a-ímpar então a2 + 1 é par assim a2
Portanto, a2 ∼
k−2
= 1 mod 2k para a-ímpar e k > 2
Problema 18.8.
Sejam a, b, c, d, m, a1 , b1 , . . . , an , bn ∈ N, com m > 1.
a) Mostre que, se a + b ∼
= 0 mod m e c + d ∼
= 0 mod m, então ac ∼
= bd mod m.
b) Mostre que, se a ∼
= b mod m e c + d ∼
= 0 mod m, então ac + bd ∼
= 0 mod m.
Solução.
a) Se a + b ∼
= 0 mod m então m|a + b. Como c + d ∼
= 0 mod m então m|c + d.
Por outro lado, (ac − bd) = c(a + b) − a(c + d), logo como m|c(a + b) e m|a(c + d)
tem-se que e assim que m|ac − bd.
Portanto, ac ∼
= cd mod m.
b) Como a ∼
= b mod m e c + d ∼
= 0 mod m, então m|a − b e m|c + d.
Logo, m|c(a − b) e m|b(c + d), de onde m|c(a − b) + b(c + d) ⇒ m|ac + bd
Portanto, ac + bd ∼
= 0 mod m.
c)
d)
Problema 18.9.
Sejam a; b; c; m; x0 ∈ N, com m > 2, a ≥ c e 0 ≤ x0 < m
139
a) Mostre que, se a ∼
= b + c mod m, então a − c ∼
= b mod m.
b) Mostre que (m − x0 )2 ∼
= x20 mod m.
Demonstração.
a) Por hipótese a ∼
= b + c mod m então m|a − (b + c), logo m|(a − c) − b.
Portanto, a−c∼
= b mod m.
Unidade 19
Aplicações de Congruências
Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo
não garante o domínio do assunto.
O material completo a ser estudado encontra-se no Capítulo 9 - Seção 9.2 do livro
texto da disciplina: Aritmética, A. Hefez, Coleção PROFMAT.
Exemplo 19.3. Mostra que o número de Mersenne M83 = 283 − 1 não é primo, apesar
de 83 ser primo. Isto é, nem todo número da forma 2p − 1 é primo quando p é primo.
141
142
54 228 = (5 × 27 )4 ∼
= (−1)4 = 1mod641 (19.19)
Notando que
10 ∼
= 0mod2, 10 ∼
= 0mod5 e 10 ∼
= 0mod10
ni 10i ∼
= 0mod2; ni 10i ∼
= 0mod5; ni 10i ∼
= 0mod10
n∼
= n0 mod2; n∼
= n0 mod5; n∼
= n0 mod10
; o que nos diz que n é divisível por 2, 5 ou 10 se, e somente se, n0 é divisível por 2, 5 ou
10, respectivamente.
Como
10 ∼
= 1mod3 e 10 ∼
= 1mod9,
= ni mod3 e ni 10i ∼
segue-se que ni 10i ∼ = ni mod9.
Isto mostra que, se n é representado na base 10 como nr nr−1 · · · n0 , então
= nr + nr−1 + · · · + n0 mod3 e n ∼
n∼ = nr + nr−1 + · · · + n0 mod9;
o que prova que n é divisível por 3 ou 9 se, e somente se, nr + nr−1 + · · · + n0 é divisível,
respectivamente, por 3 ou por 9.
Como 10 ∼
= −1mod11, temos que
102i ∼
= 1mod11 e 102i+1 ∼
= −1mod11.
n2 102 ∼
= n2 mod11, n3 103 ∼
= −n3 mod11, . . .
n∼
= n0 − n1 + n2 − n3 + · · · mod11.
A prova dos nove é um teste que se realiza nas quatro operações para detectar erros
de contas.
Como exemplo, suponhamos que efetuamos a multiplicação a × b, obtendo o resultado
c, cuja exatidão queremos verificar.
Suponha que na base 10 tenhamos
c′ ∼
=c∼
=a×b∼
= a′ × b′ ∼
= c′′ mod9;
Caso c′ = c′′ , nada podemos afirmar quanto á exatidão da operação efetuada, mas
podemos garantir que a nossa conta tornou-se mais confiável por ter passado por um
teste.
Exemplo 19.9. Todo número da forma an = 22n (22n+1 − 1), onde n ∈ N, na sua repre-
sentação decimal, ou termina em 28 ou termina em a6, onde a é um algarismo ímpar.
Em particular, todo número perfeito par termina de um desses modos.
Faremos agora a análise dos últimos dois algarismos de 16n ao variar n em N. Temos
que
16 ∼
= 16mod100 164 ∼
= 36mod100
162 ∼
= 56mod100 165 ∼
= 76mod100
163 ∼
= 96mod100 166 ∼
= 16mod100
e, daí para a frente, esses números se repetem periodicamente. Portanto, para todo n ∈ N,
os dois últimos algarismos de 16n são da forma b6, onde b é ímpar.
Observe agora que a2 = 496, logo, termina em a6, onde a é ímpar. Vamos provar, por
indução sobre n, que o mesmo ocorre para todos os números da forma a2n .
Suponha que a2n termina em a6, onde a é um algarismo ímpar; logo,
= 10(6a + 3 + 4) + 6 ∼
= (50 + 6)(10a + 6) + 40(10b + 6) ∼
∼ = 10c + 6mod100
onde c é um algarismo.
O resultado, portanto, segue-se neste caso, pois o número 6a + 3 + 4 é ímpar.
Observe agora que a1 = 28; logo, termina em 28. Vamos provar por indução sobre n
que o mesmo ocorre para todos os números da forma a2n+1 .
Suponha que a2n−1 termina em 28. Logo,
Exemplo 19.10. Mostra que dado um número natural m, existe um número de Fibonacci
un tal que m|un .
Isto é dado um número natural m, existe um número de Fibonacci un tal que m|un .
De fato, sejam r1 ; r2 ; · · · , respectivamente, os restos da divisão de u1 ; u2 ; · · · , por m.
Como, para todo i , tem-se que 0 ≤ ri < m, segue-se que existem, no máximo, m2
pares ri ; ri+1 distintos.
Portanto, dentre os pares r1 ; r2 ; r2 ; r3 ; . . . ; rm2 +1 ; rm2 +2 existe pelo menos um par que
se repete.
Seja k o menor índice para o qual rk ; rk+1 se repete.
Vamos mostrar que k = 1.
Suponha, por absurdo, que k > 1. Seja rl ; rl+1 um par que repete rk ; rk+1 .
Como rk−1 ∼
= uk−1 = uk+1 −uk ∼
= rk+1 −rk = rj+1 −rj ∼ = uj+1 −uj = uj−1 ∼ = rj−1 modm;
segue-se que o par rk−1 ; rk é igual ao par rj−1 ; rj , o que contradiz a minimalidade de k.
Seja agora rs ; rs+1 , com s > 2, um par que repete o par r1 ; r2 , que é o par 1, 1.
Temos então que
us−1 = us+1 − us ∼
= rs+1 − rs = 1 − 1 = 0modm
Isto nos diz que m|us−1 , provando que existe pelo menos um número de Fibonacci
divisível por m.
Decorre daí e do Problema 6.3.1 que existem infinitos números de Fibonacci divisíveis
por m.
Deduz-se, ainda, que, dado um número primo p, qualquer, existe um número de Fi-
bonacci divisível por p; ou seja, nas decomposições dos números de Fibonacci em fatores
primos aparecem todos os números primos.
Dm = { n ∈ N; m|un }
Dm = m0 N = { m0 x; t ∈ N }
n = m0 t + r; com 0 ≤ r < m0
Daí, como m|un e m|um0 , segue-se que m|ur , o que contradiria a minimalidade de m0 ,
a menos que r = 0.
Portanto, conclui-se que também vale Dm ⊂ m0 N.
Assim, provamos que Dm = m0 N.
Portanto, para achar os números de Fibonacci divisíveis por um número natural m,
basta achar o primeiro deles um0 e tomar todos os un para os quais n ∈ m0 N.
Por uma análise grosseira do Exemplo 8, pode-se ver facilmente que o número m0 se
encontra no conjunto { 1; 2; :::; m2 }.
O exemplo acima, esclarece vários resultados que encontramos pelo caminho, como,
por exemplo, o Problema 6.3.2 e o Exemplo 6.27.
19.2 Problemas
Problema 19.10.
a) Usando o fato de que 100 é divisível por 4, 25 e 100, ache critérios de divisibilidade
por 4, 25 e 100.
b) Considerando que 1000 é divisível por 8, 125 e 1000, ache critérios de divisibilidade
por 8, 125 e 1000.
Solução.
102 ai ∼
= 0 mod 4, mod 25, mod 100
em geral, 10k ak ∼
= 0 mod 4, mod 25, mod 100, k ≥ 2, k ∈ N.
Logo, n∼
= 10n1 + n0 mod 4, mod 25, mod 100
147
103 a3 ∼
= 0 mod 8, mod 125, mod 1000
em geral, 10k ak ∼
= 0 mod 8, mod 125, mod 1000, k ≥ 3, k ∈ N.
Logo, n∼
= 102 n2 + 10n1 + n0 mod 8, mod 125, mod 1000
Portanto, o número n = . . . n8 n7 n6 . . . n3 n2 n1 n0 será múltiplo de 8, 125 e 1000, se
o número m = n2 n1 n0 for múltiplo de 8, 125 e 1000.
Problema 19.11.
Mostre que um número na base 10 é divisível por 6 se, e somente se, a soma do
algarismo da unidade com o quádruplo de cada um dos outros algarismos é divisível por
6.
Solução.
Em geral 10k ∼
= 4k mod 6, k ≥ 1, pois 10k = (6 + 4)k = m(6) + 4k .
Por outro lado: Afirmo 4k ∼ = 4 mod 6.
Indução sobre k. se k = 2 então 42 − 4 = m(6) ⇒ 42 ∼ = 4 mod 6.
Suponhamos para k ∈ N que 4k ∼ = 4 mod 6, isto é 4k = m(6) + 4.
Para k + 1 ∈ N segue
então 4k+1 ∼
= 4 mod 6.
Como 10 ∼ = 4 mod 6, 102 ∼= 4 mod 6, 103 ∼ = 4 mod 6, 104 ∼ = 4 mod 6, . . . , logo
10k ∼
= 4 mod 6 para k ∈ N∗ .
Logo, 10k nk ∼
= 4nk mod 6, k ≥ 1 e n ∼ = 4(. . . + n5 + n4 + n3 + n2 + n1 ) + n0 mod 6.
Portanto, um número na base 10 é divisível por 6 se, e somente se, a soma do algarismo
da unidade com o quádruplo de cada um dos outros algarismos é divisível por 6.
Problema 19.12.
Usando o fato de que
103 + 1 ∼
= 0 mod 7; mod 11; mod 13
148
n5 n4 n3 + n11 n10 n9 + · · · ∼
= n2 n1 n0 + n8 n7 n6 + · · · mod 7; mod 11; mod 13
Demonstração.
103 + 1 ∼
= 0 mod 7 ⇔ 103 ∼
= −1 mod 7
então para k ∈ N
{
−1 mod 7, mod 11, mod13 se k − ímpar
(103 )k ∼
=
+1 mod 7, mod 11, mod13 se k − par
n = . . . 1015 n17 n16 n15 + 1012 n14 n13 n12 + 109 n11 n10 n9 + 106 n8 n7 n6 + 103 n5 n4 n3 + n2 n1 n0
n = . . . (103 )5 n17 n16 n15 + (103 )4 n14 n13 n12 + (103 )3 n11 n10 n9 + (103 )2 n8 n7 n6 +
+103 n5 n4 n3 + n2 n1 n0
n = m(7) + (n2 n1 n0 + n8 n7 n6 + n14 n13 n12 ) − (n5 n4 n3 + n11 n10 n9 + n16 n15 ) ∼
= 0 mod 7;
Portanto,
n5 n4 n3 + n11 n10 n9 + · · · ∼
= n2 n1 n0 + n8 n7 n6 + · · · mod 7 mod 11, mod 13
Problema 19.13.
Analisando a tabela do Exemplo 2.14 (do livro texto), determine os números de Fibo-
nacci que são divisíveis por 8, por 11, por 13 ou por 16.
Demonstração.
1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, 4181, 6765 . . .
u6k ∼
= 0 mod 8, u10k ∼
= 0 mod 11, k ∈ N∗
u7k ∼
= 0 mod 13, u12k ∼
= 0 mod 16, k ∈ N∗
Problema 19.14.
Mostre que um número da forma an = 2(2n − 1) para n > 2 é congruente a 1 módulo
9. Conclua que todo número perfeito par maior do que 6, assim como a soma de seus
algarismos, é da forma 9k + 1.
Sugestão: Utilize as fórmulas do Problema 8.2.3 e indução
Demonstração.
Problema 19.15.
Mostre que se nageq2 então o número de Fermat Fn tem algarismo da unidade igual
a 7.
Demonstração.
150
Problema 19.16.
a) Mostre que para todo n ≥ 1 tem-se que Fn ≡ 5 .mod 12. b) Mostre que nenhum
número de Fermat pode ser um quadrado ou cubo.
Demonstração.
151
Unidade 20
Os Teoremas de Euler e Wilson
φ : N −→ N
φ(m · m′ ) = φ(m)φ(m′ )
aφ(p) ∼
= 1 mod p
aφ(m) ∼
= 1mod m
(p − 1)! ∼
= −1 mod p
20.2 Problemas
Problema 20.1.
Ache o resto da divisão de; a) 560 por 26 b) 3100 por 10.
Solução. Primeira
a) Temos (5, 26) = 1 logo podemos aplicar o Teorema de Euler, isto é temos 5φ(26) ∼
=
1 mod 26. Por outro lado
560 = (512 )5 ∼
= 15 = 1 mod 26
Portanto, o resto é 1.
b) Temos (3, 10) = 1 logo podemos aplicar o Teorema de Euler, isto é temos 3φ(10) ∼
=
1 mod 10. Por outro lado
assim temos 34 ∼
= 1 mod 10. Logo
Portanto, o resto é 1.
Solução. Segunda
Problema 20.2.
Mostre que, se m > 2, então φ(m) é par.
Demonstração.
Problema 20.3.
Mostre que se p é um número primo, então para todo a ∈ Z e para todo k ∈ N, tem-se
que
ak(p−1)+1 ≡ a mod p
Demonstração.
154
Problema 20.4.
∑ 1
a) Mostre que i = m · φ(m)
(i;m)=1
2
i<m
∑ (m − 1)(m − 1 + 1) m(m − 1)
i = 1 + 2 + 3 + · · · + (m − 1) = =
(i;m)=1
2 2
i<m
Como para todo i < m temos (i; m) = 1 e m é primo, de onde φ(m) = m − 1, assim
∑ m(m − 1) 1
i= = m · φ(m)
(i;m)=1
2 2
i<m
Solução. b)
Seja m1 ; . . . ; mφ(m) um sistema reduzido de resíduos módulo m, sabemos que φ(m) ≤
m − 1, logo
∑
mi = m1 + m2 + m3 + . . . + mφ(m) =
(i;m)=1
i<m
Problema 20.5.
Resolva em m ∈ N as equações a) φ(m) = 12 b) φ(m) = 8 c)φ(m) = 16
d) φ(m) = 24.
Solução.
⇕
156
( 1 )( 1 )( 1 )( 1)
b) φ(m) = 8 = 22 (3 − 1) = 23 · 3 1 − 1− 1− 1− ⇒ m = 24
2 2 2 3
( 1 )( 1)
c) φ(m) = 16 = 20 (17 − 1) ⇒ φ(m) = 2 · 17 1 − 1− ⇒ m = 34
2 17
( 1 )( 1 )( 1)
d) φ(m) = 24 = 21 (13 − 1) = 22 · 13 1 − 1− 1− ⇒ m = 52
2 2 13
Problema 20.6.
Supondo que (a; m) = (a − 1; m) = 1, mostre que
1 + a + a2 + · · · + aφ(m)−1 ∼
= 0 mod m
Solução. Primeira
Temos
aφ(m) − 1
S = 1 + a + · · · + aφ(m)−1 = ⇒ (a − 1)S = aφ(m) − 1
a−1
(a − 1)S = aφ(m) − 1 ∼
= 0 mod m ⇒ (a − 1)S = αm, β∈N
aφ(m) − 1 mult(m) mβ
1 + a + a2 + · · · + aφ(m)−1 = = = = mult(m) + 0
a−1 a−1 a−1
Portanto, 1 + a + a2 + · · · + aφ(m)−1 ∼
= 0 mod m
Problema 20.7.
Mostre que, se φ(m) = 2r , para algum r ∈ N, então m é um produto de uma potência
de 2 e de primos de Fermat distintos 2.
Sugestão: Se não conseguiu resolver o problema, veja a solução no final da unidade
Solução.
Problema 20.8.
Supondo que (m; n) = 1, mostre que
mφ(n) + nφ(m) ∼
= 1 mod nm
Solução.
mφ(n) + nφ(m) ∼
= 1 + 0 mod n ∼
= 1 mod n ⇒ n|mφ(n) + nφ(m) − 1
mφ(n) + nφ(m) ∼
= 1 + 0 mod m ∼
= 1 mod m ⇒ n|mφ(n) + nφ(m) − 1
Problema 20.9.
Sejam a; m ∈ N∗ , com m > 1, tais que (a; m) = 1. Mostre que, se n1 ∼
= n2 mod φ(m),
n1 ∼ n2
então a = a mod m.
Solução.
an1 −n2 ∼
= 1 mod m ⇒ an1 ∼
= an2 mod m
Portanto, an1 ∼
= an2 mod m.
Problema 20.10.
Mostre que 2730|n13 − n, para todo n ∈ N.
Sugestão: Note que 2730 = 13 × 7 × 5 × 2, e que 13|n13 − n e 2|n13 − n.
Para provar que 7 e 5 dividem n13 − n, use o Problema 7.
Solução.
pois n6 − 1 ∼
= 0 mod 7. Também
pois n2 − 1 ∼
= 0 mod 3. Por último
pois n4 − 1 ∼
= 0 mod 5.
Assim temos 2|n13 −n, 3|n13 −n, 5|n13 −n, 7|n13 −n e 13|n13 −n e como (2, 3, 5, 7, 13) =
1 então 2 × 3 × 5 × 7 × 13 = 2730|n13 − n.
Problema 20.11.
Sejam a ∈ N e n; r ∈ N∗ , com (r; n) = 1. Mostre que no conjunto
{ a; a + r; . . . ; a + (n − 1)r }
Problema 20.12.
Quais são os possíveis restos da divisão de a100 onde a ∈ Z, quando dividido por 125.
Solução.
dividem a (p − 1)! + 1.
Sendo p primo, temos que o número primo p é o menor inteiro maior do que 1 que
divide o número (p − 1)! + 1.
Solução. Segunda
Suponhamos exista 1 < q < p tal que q|(p − 1)! + 1
Como q < p ⇒ q|(p − 1)!, pois 1 · 2 · · · q · · · (p − 1) = (p − 1)!. Assim temos que
q|1 ⇒ q = 1.
Isto é contradição.
Portanto, o número primo p é o menor inteiro maior do que 1 que divide o número
(p − 1)! + 1.
Problema 20.14.
Mostre que, se p > 2 é um número primo, então
a) p|(p − 2)! − 1 b) p|(p − 3)! − (p − 1)/2
Solução.
(p − 1)! ∼
= (p − 1) mod p ⇒ (p − 1)(p − 2)! ∼
= (p − 1) mod p
(p − 2)! ∼
= 1 mod p
(p − 2)(p − 3)! ∼
= 1 mod p ⇒ p(p − 3)! − 2(p − 3)! ∼
= 1 mod p
−2(p − 3)! ∼
= 1 mod p ⇔ 2(p − 3)! − 1 = βp, β∈Z
(p − 1) ∼
2(p − 3)! − (p − 1) = p(β − 1) ⇔ (p − 3)! − = 0 mod p
2
Problema 20.15.
Seja p > 3 um número primo.
Solução.
161
Problema 20.16.
Seja p um número primo e a ∈ N.
Mostre que a) ap + (p − 1)!a ∼
= 0 mod p b) (p − 1)!ap + a ∼
= 0 mod p
Solução.
ap + (p − 1)! · a ∼
= a + (−a) mod p ⇒ ap + (p − 1)!a ∼
= 0 mod p
(p − 1)! · ap ∼
= −ap mod p ⇒ (p − 1)! · ap + a ∼
= 0 mod p
Problema 20.17.
Seja p um número primo tal que p ∼
= 1 mod 4. Mostre que
[( ]2
p − 1) ∼
! = −1 mod p
2
Solução.
Por hipótese p ∼
= 1 mod 4, logo p = 4α + 1, α ∈ Z. Seja o número par q = 2α, então
p−1
temos p = 2(2α) + 1 = 2q + 1, assim q = . Temos
2
p = 2q + 1 ⇒ q + (q + 1) ∼
= 0 mod p ⇔ q∼
= −(q + 1) mod p
q∼
= −(q + 1) mod p
q−1∼
= −(q + 2) mod p
q−2∼
= −(q + 3) mod p
162
..
.
q − (q − 2) = 2 ∼
= −[q + (q − 1)] mod p
q − (q − 1) = 1 ∼
= −[q + (q − 0)] mod p
1 · 2 · 3 · 4 · · · (q − 1)q ∼
= (−1)q (q + 1)(q + 2) · · · (2q − 1)(2q) mod p
Como q é par q! ∼
= (q + 1)(q + 2) · · · (2q − 1)(2q) mod p.
Multiplicando por q! temos
q! × q! ∼
= (q!)(q + 1)(q + 2) · · · (2q − 1)(2q) mod p ⇔
(q!)2 ∼
= (2q)! mod p (20.20)
p−1∼
= −1 mod p, p − 3 ∼
= −3 mod p, p − 5 ∼
= −5 mod p, · · ·
··· 6 ∼
= p − (p − 6) ∼
= −(p − 6) mod p, 4 ∼
= −(p − 4) mod p, 2 ∼
= −(p − 2) mod p
2 · 4 · 6 · · · (p − 3)(p − 1) ∼
= (−1)(−3)(−5) · · · [−(p − 4)][−(p − 2)] mod p
163
2 · 4 · 6 · · · (p − 3)(p − 1) ∼
p−1
= (−1) 2 1 · 3 · 5 · · · (p − 4)(p − 2) mod p
substituindo N
2 · 4 · 6 · · · (p − 3)(p − 1) ∼
p−1
= (−1) 2 N mod p
Multiplicando por N
N · 2 · 4 · 6 · · · (p − 3)(p − 1) ∼
p−1
= (−1) 2 N 2 mod p
isto é (p − 1)! ∼
p−1
= (−1) 2 N 2 mod p.
O Teorema de Wilson diz que (p − 1)! ∼
= −1 mod p para p-primo. Logo temos das
propriedades da congruência que
N2 ∼
p−1
(−1) 2 = −1 mod p
p−1
Quando = 2k + 1 logo p-primo da forma p = 4k + 3 temos
2
−N 2 ∼
= −1 mod p ⇒ N2 − 1 ∼
= 0 mod p
Portanto, N ∼= 1 mod p ou N + 1 ∼
= 0 mod p.
Contra-exemplo: Suponha p = 13 então N = 1 · 3 · 5 · 7 · 9 · 11 = 10395
Temos 10395 1 mod 13 ou 10395 + 1 0 mod 13.
Assim, a restrição p = 4k + 3 é importante.
Problema 20.19.
Seja p um número primo ímpar. Mostre que
a) 12 32 · · · (p − 2)2 ∼
= 22 42 · · · (p − 1)2 mod p
b) Se p ∼
= 1 mod 4, então 22 42 · · · (p − 1)2 + 1 ∼
= 0 mod p.
c) Se p ∼
= 3 mod 4, então 22 42 · · · (p − 1)2 ∼
= 1 mod p.
Solução.
2 · 4 · 6 · · · (p − 3)(p − 1) ∼
p−1
= (−1) 2 · 3 · 5 · · · (p − 4)(p − 2) mod p (20.21)
22 · 42 · 62 · · · (p − 3)2 (p − 1)2 ∼
p−1
= (−1) 2 · (p − 1)! mod p
164
(p − 1)! ∼
= 22 · 42 · 62 · · · (p − 3)2 (p − 1)2 mod p
(p − 1)! ∼
p−1
= (−1) 2 · 32 · 52 · · · (p − 4)2 (p − 2)2 mod p
12 · 32 · 52 · · · (p − 4)2 (p − 2)2 ∼
= (p − 1)! mod p
Portanto, 12 32 · · · (p − 2)2 ∼
= 22 42 · · · (p − 1)2 mod p.
22 · 42 · 62 · · · (p − 3)2 (p − 1)2 ∼
p−1
= (−1) 2 · (p − 1)! mod p
Por hipótese p ∼
p−1
= 1 mod 4 então p − 1 = 4β, β ∈ Z, de onde (−1) 2 = 1. Logo
pela propriedade aditiva da congruência
22 · 42 · 62 · · · (p − 3)2 (p − 1)2 + 1 ∼
= (p − 1)! + 1 mod p
22 · 42 · 62 · · · (p − 3)2 (p − 1)2 ∼
p−1
= (−1) 2 · (p − 1)! mod p
Por hipótese p ∼
p−1
= 3 mod 4 então p − 3 = 4β, β ∈ Z, de onde (−1) 2 = −1.
22 · 42 · 62 · · · (p − 3)2 (p − 1)2 ∼
= −(p − 1)! ∼
= 1 mod p
Problema 20.20.
Seja p um número primo tal que p ∼
= 3 mod 4.
[( ]2
p − 1) ∼
Mostre que ! = 1 mod p
2
Solução.
Por hipótese p ∼
= 3 mod 4, logo p = 4α + 3, α ∈ Z. Seja o número ímpar q = 2α + 1,
p−1
então temos p = 2(2α + 1) + 1 = 2q + 1, assim q = . Temos
2
p = 2q + 1 ⇒ q + (q + 1) ∼
= 0 mod p ⇔ q∼
= −(q + 1) mod p
q∼
= −(q + 1) mod p
q−1∼
= −(q + 2) mod p
q−2∼
= −(q + 3) mod p
..
.
q − (q − 2) = 2 ∼
= −[q + (q − 1)] mod p
q − (q − 1) = 1 ∼
= −[q + (q − 0)] mod p
1 · 2 · 3 · 4 · · · (q − 1)q ∼
= (−1)q (q + 1)(q + 2) · · · (2q − 1)(2q) mod p
Como q é ímpar q! ∼
= −(q + 1)(q + 2) · · · (2q − 1)(2q) mod p.
Multiplicando por q! temos
q! × q! ∼
= −(q!)(q + 1)(q + 2) · · · (2q − 1)(2q) mod p ⇔
(q!)2 ∼
= −(2q)! mod p (20.22)
(2q)! ∼
= −1 mod p ⇔ −(2q)! ∼
= 1 mod p
121
Suplementar 20.2.
Sejam m; n ∈ N e d = (m; n). Mostre que
dφ(m)φ(n)
φ(mn) =
φ(d)
Solução.
Suplementar 20.3.
Mostre que φ(m2 ) = mφ(m) para todo m ∈ N.
Solução.
Suplementar 20.4.
Mostre que, se d|n, então φ(d)|φ(n).
Solução.
Suplementar 20.5.
Mostre que, se r1 ; . . . ; rs e r1′ ; . . . rt′ são sistemas reduzidos de resíduos respectivamente
módulo m e módulo m′ , então os números ri m′ +rj′ m, onde 1 ≤ i ≤ s e 1 ≤ j ≤ t, formam
um sistema reduzido de resíduos módulo mm′ .
Solução.
Suplementar 20.6.
Utilize o problema anterior para dar uma outra prova da Proposição 3.
Solução.
122
MA-14 - Aula 10
Unidade 21
Congruências Lineares
ai X ∼
= bi mod mi ; i = 1; . . . ; r
ai x ∼
= bi mod mi , para todo i = 1; 2, . . . ; r
ax ∼
= b mod m
admite solução.
Propriedade 21.13. Dados a; b; m ∈ Z, com m > 1, a congruência aX ∼
= bmodm possui
solução se, e somente se, (a; m) | b.
O próximo resultado descreve as soluções, quando existem, da congruência aX ∼
=
b mod m.
Teorema 21.12. Sejam a; b; m ∈ Z, com m > 1 e (a; m) | b. Se x0 é uma solução da
congruência aX ∼
= b mod m, então
m m m
x0 ; x0 + ; x0 + 2 ;··· ; x0 + (d − 1) ;
d d d
123
124
onde d = (a; m), formam um sistema completo de soluções duas a duas incongruentes,
módulo m da congruência.
aX ∼
= b mod m
21.2 Problemas
Exercício 21.2.1.
Pode o dobro de um número natural deixar resto igual a 9 quando dividido por 26? E
quando dividido por 25?
Solução.
• Suponhamos que existe x ∈ N tal que 2x ∼ = 9 mod 26, então pela Proposição 11.1.1
do Livro texto, teriamos que (2, 26) = 2 | 9.
Porém como em verdade (2, 26) = 2 - 9, então não existe solução para a equação
2x ∼
= 9 mod 26.
Portanto, o dobro de um número natural nunca poderá deixar resto igual a 9 quando
dividido por 26.
• Para o caso de dividir por 25.
Suponhamos que existe x ∈ N tal que 2x ∼ = 9 mod 25, então pela Proposição 11.1.1 do
Livro texto, teriamos que (2, 25) = 1 | 9. Porém como isto é verdade, então a equação
125
2x ∼= 9 mod 25 sim tem solução. Ainda mais, pelo Corolário 1 tem solução única módulo
25.
Com efeito, 2x ∼
= 9 mod 25 ⇒ (2, 25) = 1 ⇒ 2(13) − 25(1) = 1 de onde
2(117) − 25(9) = 9, logo
Exercício 21.2.2.
Resolva, quando possível, as congruências: a) 3X ∼
= 5 mod 7
b) 6X ∼= 21 mod 18 c) 12X ∼= 36 mod 28 d) 12X + 36 ∼
= 0 mod 28 e)
∼
151X = 11 mod 245
Solução.
a) 3X ∼
= 5 mod 7. Como (3, 7) = 1 e divide 5 a equação tem solução.
Seja 3X − 7Y = 5, então
Isto é, 3(4) ∼
= 5 mod 7.
Portanto a solução de 3X ∼
= 5 mod 7 é x0 = 4 (única solução módulo 7).
b) 6X ∼= 21 mod 18. Como (6, 18) = 6 - 21, pela Proposição 11.1.1 a equação não tem
solução.
c) 12X ∼= 36mod28. Como (12, 28) = 4 e divide 36 a equação tem solução (4 soluções).
12 ∼ 36 28
Sabemos que 12X ∼ = 36 mod 28 ⇔ X = mod , logo temos que
12 12 (12, 28)
resolver X ∼
= 3 mod 7
126
d) 12X + 36 ∼
= 0 mod 28.
Como (12, 28) = 4 e divide 36 a equação tem solução (4 soluções). Logo
12 36 ∼ 28
12X + 36 ∼
= 0 mod 28 ⇔ X+ = 0 mod
12 12 (12, 28)
e)
127
Exercício 21.2.3.
Seja p um número primo e seja a um número inteiro tal que p - a. Mostre que a única
solução módulo p da congruência aX ∼= b mod p é x = ap−2 b.
Solução.
ap−2 · aX ∼
= b · ap−2 mod p ⇔ ap−1 ·X ∼
|{z} = b · ap−2 mod p
∼
=1
isto é X∼
= b · ap−2 mod p.
Portanto, x0 = b · ap−2 é a única solução da congruência.
Exercício 21.2.4.
Sejam a; m ∈ Z, com m > 2 e (a; m) = 1. Mostre que a única solução módulo m da
congruência aX ∼
= bmodm é x = aφ(m)−1 b.
Solução.
Exercício 21.2.5.
Mostre que a congruência X 2 +1 ∼
= 0mod7 não possui soluções. Conclua que a equação
X 2 − 7Y 2 − 14X + 7Y − 6 = 0 não admite soluções inteiras.
Solução.
128
Para que tal sistema possua solução, é necessário que (ai ; mi )|bi , para todo i =
1; 2, · · · , r.
Neste caso, pela discussão feita anteriormente, o sistema acima é equivalente a um da
forma
X ∼ = c1 mod n1
X ∼ = c2 mod n2
. .. .. (21.23)
.. . .
X ∼ = cr mod nr
As soluções de tal sistema são dadas pelo seguinte
x |= N1 y1 c1 + · · · Nr yr cr
x = N1 y1 c1 + N2 y2 c2 + N3 y3 c3 = 233
Como 233 ∼= 23mod105, segue-se que 23 é uma solução, única módulo 105, do Problema
de Sun-Tsu e qualquer outra solução é da forma 23 + 105t; com t ∈ Z
21.4 Problemas
Exercício 21.4.1.
Ache todos os números naturais que deixam restos 2, 3 e 4 quando divididos por 3, 4
e 5, respectivamente.
Solução.
Exercício 21.4.2.
130
Ache o menor número natural que deixa restos 1, 3 e 5 quando dividido por 5, 7 e 9,
respectivamente.
Solução.
Como 2201 ∼ = 311 mod 315 a solução minimal única, módulo 315, do Problema de
Sun-Tsu é 311 e qualquer outra solução é da forma 311 + 315λ, com λ ∈ N.
Exercício 21.4.3.
Dispomos de uma quantia de x reais menor do que 3000. Se distribuirmos essa quantia
entre 11 pessoas, sobra R$1; 00; se a distribuirmos entre 12 pessoas, sobram R$2; 00 e se
a distribuirmos entre 13 pessoas, sobram R$3; 00. De quantos reais dispomos?
Solução.
Exercício 21.4.4.
Um macaco, ao subir uma escada de dois em dois degraus, deixa de sobra um degrau;
ao subir de três em três degraus, sobram dois degraus; e ao subir de cinco em cinco
degraus, sobram três degraus. Quantos degraus possui a escada, sabendo que o número de
degraus está entre 150 e 200 ?
Solução.
Exercício 21.4.5.
131
Resolva o sistema:
∼
3X = 1 mod 7
5X ∼
= 2 mod 11
4X ∼
= 3 mod 13
Solução.
5X ∼
= 2 mod 11 | ⇔
{z } X∼
= 7 mod 11
×9
4X ∼
= 3 mod 13 | ⇔
{z } X∼
= 4 mod 13
× 10
Como 9819 ∼
= 810 mod 1001, segue-se que x0 = 810 é a solução minimal, módulo 1001,
do Problema de Sun-Tsu e qualquer outra solução é da forma 810 + 1001λ, com λ ∈ N.
Exercício 21.4.6.
Levando em consideração que 2275 = 25 × 13 × 7, resolva a congruência 3X ∼
=
11 mod 2275.
Solução.
Observe que
3X ∼
= 11 mod 7 | ⇔
{z } X∼
= 6 mod 7
× 12
3X ∼
= 11 mod 13 | ⇔
{z } X∼
= 8 mod 13
×9
3X ∼
= 11 mod 25 | ⇔
{z } X∼
= 12 mod 25
× 17
Como 37162 ∼= 762mod2275, segue-se que x0 = 762 é a solução minimal, módulo 2275,
do Problema de Sun-Tsu e qualquer outra solução é da forma 762 + 2275λ, com λ ∈ N.
Exercício 21.4.7.
Resolva o sistema:
X∼
= 2 mod 3, X∼
= 3 mod 4, X∼
= 4 mod 5, X∼
= 5 mod 6
de equações
∼ ⇔ ∼
20Y = 1 mod 3 2Y = 1 mod 3
15Y ∼
= 1 mod 4 ⇔ 3Y ∼
= 1 mod 4
12Y ∼
= 1 mod 5 ⇔ 2Y ∼
= 1 mod 5
Tem-se que y1 = 2, y2 = 3 e y3 = 3 são soluções, respectivamente, do sistema das
congruências
Portanto, uma solução módulo N = 60 é dada por
Como 359 ∼
= 59 mod 60 e x0 = 59 é a solução minimal, módulo 60 desta equação
Por outro lado, devemos resolver o sistema, pegando a última equação inicial
{
X ∼
= 59 mod 60
X ∼
= 5 mod 6
Exercício 21.4.8.
Resolva o sistema:
X∼
= 2 mod 3, X∼
= 3 mod 4, X∼
= 4 mod 5, X∼
= 2 mod 6
Solução.
Exercício 21.4.9.
(Yi Shing, aprox. 700d.C.) Ache os inteiros que deixam restos 1; 2; 5 e 5 quando
divididos respectivamente por 2; 3; 6 e 12.
Solução.
Exercício 21.4.10.
Sejam F1 , . . . , Fn os n primeiros números de Fermat. Mostre que existe um número
natural N tal que Fi divide N + i − 1 para i = 1, . . . , n.
Solução.
1 2 3 n
F1 = 22 + 1 = 5, , F2 = 22 + 1 = 17, , F3 = 22 + 1 = 257, , . . . , Fn = 22 + 1
sempre (Fi ; Fj ) = 1, se i ̸= j.
Temos que mostrar que o sistema
N ∼
= 0 mod F1
∼
N +1 = 0 mod F2
..
. ∼ .
= ..
N + (i − 1) ∼
= 0 mod Fi
.. ∼ ..
. = .
N + (n − 1) ∼
= 0 mod Fn
possui solução
Do fato mdc{ N + (i − 1), Fi } | 0 então todas as equações têm solução.
Do fato (Fi , Fj ) = 1, i ̸= j = 1, 2, . . . , n ; o sistema tem solução.
Portanto, existe um número natural N tal que Fi divide N + (i − 1) para i = 1, . . . , n.
Exercício 21.4.11.
Sejam a; b; n; m ∈ N, com n; m > 1. Mostre que o sistema
X∼
= a mod n, X∼
= b mod m
X∼
= a mod d e X∼
= b mod d ⇔ X −X ∼
= a − b mod d
também
X − b = mq2 + r2 = (β2 d)q2 + r2 , 0 ≤ r2 < n − 1
Exercício 21.4.12.
Seja {a1 ; . . . ; am } um sistema completo de resíduos módulo m.
Solução.
136
a)
b)
c)
d)
Como (1, 11) = (1, 12) = (1, 13) = 1 o sistema tem solução.
Neste caso, temos que N = 11 × 12 × 13 = 1716, N1 = 156, N2 = 143 e N3 = 132.
Consideremos o sistema de equações
∼ ⇔ 2Y ∼
156Y = 1 mod 11 = 1 mod 11
143Y ∼
= 1 mod 12 ⇔ 11Y ∼
= 1 mod 12
132Y ∼
= 1 mod 13 ⇔ 2Y ∼
= 1 mod 13
Exercício 21.5.2.
137
X + c1 ∼
= 0 mod n1 , X + c2 ∼
= 0 mod n2 , . . . X + cr ∼
= 0 mod nr
As equações da forma X +cr ∼ = 0modnr , podemos escrever na forma 1·X ∼ = −cr modnr ,
estas admitem solução, se (1, ni ) | ci .
Suponhamos que todas as equações do sistema admitam solução.
Como (ni , nj ) = 1, i ̸= j = 1, 2, · · · , r então o sistema admite solução única,
Esta solução única do sistema é módulo N = n1 n2 · · · nr . A solução é da forma
x = N1 y1 c1 + N2 y2 c2 + · · · + nr yr cr
Unidade 22
Aritmética das Classes Residuais
[0] = { x ∈ Z; x∼
= 0 mod m },
[1] = { x ∈ Z; x∼
= 1 mod m },
.. ..
. = .
[m − 1] = { x ∈ Z; x∼
= m − 1 mod m }
Note que Zm é um conjunto de conjuntos. Por mais estranho que isto possa parecer,
o conjunto Zm tem uma aritmética própria e tem a vantagem de ser finito, algo muito
desejável em computação.
22.1.1 Exemplos
Exemplo 22.13. Seja m = 2. Então,
[0] = { x ∈ Z; x ∼
= 0 .mod .2 } = { x ∈ Z; x é par }, e
[1] = { x ∈ Z; x∼
= 1 .mod .2 } = { x ∈ Z; x é ímpar }.
Temos também que [a] = [0] se, e somente se, a é par e [a] = [1] se, e somente se, a
é ímpar.
É interessante notar que em Z4 existem dois elementos não nulos cujo produto é nulo:
[2] ̸= [0] e, no entanto, [2] · [2] = [0].
Em Z5 = { [0]; [1]; [2], [3], [4] } temos
+ [0] [1] [2] [3] [4] · [0] [1] [2] [3] [4]
[0] [0] [1] [2] [3] [4] [0] [0] [0] [0] [0] [0]
⌈1] [1] [2] [3] [4] [0] ⌈1] [0] [1] [2] [3] [4]
⌈2] [2] [3] [4] [0] [1] ⌈2] [0] [2] [4] [1] [3]
⌈3] [3] [4] [0] [1] [2] ⌈3] [0] [3] [1] [4] [2]
⌈4] [4] [0] [1] [2] [3] ⌈4] [0] [4] [3] [2] [1]
Note que em Z2 , : Z3 e Z5 , todo elemento distinto de [0] é invertível. Mas isto não
ocorre em todos os Zm . Por exemplo, em Z4 temos que [2] não é invertível.
141
Um anel onde todo elemento não nulo possui um inverso multiplicativo é chamado de
corpo. Portanto, Z2 , Z3 e Z5 , com as operações acima definidas, são corpos; mas Z4 não
é um corpo.
As classe residuais permitem resolver as congruências de seguinte modo: Resolver uma
congruência aX ∼ = b mod m se reduz a resolver em Zm a seguinte equação:
[a]Z = [b]
22.1.4 Exemplo
Portanto, Z = [2], o que nos diz que as soluções de (22.24) são x = 2 + t4, onde t ∈ Z.
Vemos portanto a importância de saber se um determinado elemento de Zm é invertível.
Esses elementos são caracterizados abaixo.
22.2 Problemas
Exercício 22.2.1.
Construa as tabelas da adição e da multiplicação para Z6 e Z7
Solução.
142
Para Z6
+ [0] [1] [2] [3] [4] [5] · [0] [1] [2] [3] [4] [5]
[0] [0] [1] [2] [3] [4] [5] [0] [0] [0] [0] [0] [0] [0]
⌈1] [1] [2] [3] [4] [5] [0] ⌈1] [0] [1] [2] [3] [4] [5]
⌈2] [2] [3] [4] [5] [0] [1] ⌈2] [0] [2] [4] [0] [2] [4]
⌈3] [3] [4] [5] [0] [1] [2] ⌈3] [0] [3] [0] [3] [0] [3]
⌈4] [4] [5] [0] [1] [2] [3] ⌈4] [0] [4] [2] [0] [4] [2]
⌈5] [5] [0] [1] [2] [3] [4] ⌈5] [0] [5] [4] [3] [2] [1]
Para Z7
+ [0] [1] [2] [3] [4] [5] [6] · [0] [1] [2] [3] [4] [5] [6]
[0] [0] [1] [2] [3] [4] [5] [6] [0] [0] [0] [0] [0] [0] [0] [0]
⌈1] [1] [2] [3] [4] [5] [6] [0] ⌈1] [0] [1] [2] [3] [4] [5] [6]
⌈2] [2] [3] [4] [5] [6] [0] [1] ⌈2] [0] [2] [4] [6] [1] [3] [5]
⌈3] [3] [4] [5] [6] [0] [1] [2] ⌈3] [0] [3] [6] [5] [3] [1] [4]
⌈4] [4] [5] [6] [0] [1] [2] [3] ⌈4] [0] [4] [2] [5] [2] [6] [3]
⌈5] [5] [6] [0] [1] [2] [3] [4] ⌈5] [0] [5] [3] [1] [6] [4] [2]
⌈6] [6] [0] [1] [2] [3] [4] [5] ⌈6] [0] [6] [5] [4] [3] [2] [1]
Exercício 22.2.2.
Ache os elementos invertíveis de Z6 , Z7 , Z8 e Z9 .
Solução.
• Para Z7 , como 7 é primo, todos seus elementos não nulos são invertíveis.
O elemento inverso de [2] é [4], de [3] é [5], de [6] é [6].
Exercício 22.2.3.
Ache os inversos de:
Solução.
b) [3]; [4] e [5] em Z7 . O elemento inverso de [3] é [5], de [4] é [2], de [5] é [3].
c) [3]; [5], e [7] em Z8 . O elemento inverso de [3] é [3], de [5] é [5], de [7] é [7].
d) [5]; [4] e [8] em Z9 . O elemento inverso de [5] é [2], de [4] é [7], de [8] é [8].
e) [1951] em Z2431
f) [3]; [5], e [7] em Z8 . O elemento inverso de [3] é [3], de [5] é [5], de [7] é [7].
Exercício 22.2.4.
a) Seja {a1 ; . . . ; aφ(m) } um sistema reduzido de resíduos módulo m. Mostre que se
(a; m) = 1, então {a · a1 ; . . . ; a · aφ(m) } é um sistema reduzido de resíduos módulo m.
b) Mostre o Teorema de Euler: Se (a, m) = 1 então aΦ(m) ∼ = 1mod m
Solução.
Exercício 22.2.5.
Considere Zm para m > 2. Mostre que
( a) Zm tem um número par de elementos invertíveis; ( b) se [a] é invertível, então
−[a] é invertível e [a] ̸= −[a]. ( c) Mostre que a soma dos elementos invertíveis de Zm é
igual a [0]. ( d) Mostre que a soma de todos os elementos de um sistema reduzido qualquer
de resíduos módulo m é sempre múltiplo de m.
Solução.
Exercício 22.2.6.
( Enade 2008) No anel dos inteiros módulo 12, R = Z1 2, ( A) não há divisores de
zero. (B) todo elemento não nulo é invertível. ( C) o subconjunto dos elementos invertíveis
forma um subanel de R. ( D) a multiplicação não é comutativa. ( E) há exatamente quatro
elementos invertíveis.
Solução.
144
Exercício 22.3.2.
b) E se n = 4, o que acontece?
Solução.
m
A Proposição 9.1.5 diz que a ∼
= b mod ⇒ ac ∼
= bc mod m
(c, m)
a) Por indução sobre n > 4.
Se n = 5 ⇒ (5 − 1)! + 1 = 4! + 1 = 24 + 1 ∼
= 0 mod 5 é verdade.
Suponhamos que seja verdade para qualquer h > 4, isto é que seja verdade
(h − 1)! ∼
=0 mod h ⇒ (h − 1)! = 0 + βh, β∈N
(h + 1)(h − 1)! = 0 + βh · (h + 1) ⇒
⇒ h! + [0 + βh] = βh · (h + 1)
⇕
145
b) se n = 4 tem-se (4 − 1)! ∼
= 2 mod 4.
c)
Exercício 22.3.3.
Seja p um número primo, calcule: a) (p!; (p − 1)! − 1) b) (p!; (p − 1)! + 1)
Sugestão Use o Teorema de Wilson.
Solução.
Unidade 23
Introdução à Criptografia I
23.1 Criptografia
Exercício 23.1.1.
Será que você notou que o parágrafo acima foi codificado? Use o método de contagem de
frequência para quebrar o código e poder decodificar e ler o parágrafo. Para não simplificar
as coisas, foram eliminados espaços, acentos e pontuação.
Solução.
Exercício 23.1.2.
Discuta as seguintes questões com seus colegas:
(a) Por que a contagem de frequência não funciona quando usamos códigos em bloco?
(b) Por que escolhemos acrescentar exatamente a letra A quando a mensagem tem
quantidade ímpar de letras, em vez de usar, por exemplo, X ou Y ?
Solução.
Exercício 23.1.3.
Usando os números primos 5, 11, 17, 23, 29, 41, 47, 53 e 59, construa uma chave pública
para você utilizar na codificação de mensagens RSA para seus colegas.
Solução.
Exercício 23.1.4.
Use a chave pública que você construiu no exercício 3 para codificar seu nome. Escreva
a chave e a mensagem em um papel. Os papéis deverão ser reunidos, embaralhados e
sorteados entre os alunos para o próximo exercício.
Solução.
147
148
Exercício 23.1.5.
Decodifique os demais blocos da mensagem
Exercício 23.1.6.
Fatore a chave pública que você recebeu quando fez o exercício 4, calcule d e decodifique
a mensagem para saber de quem ela veio.
Solução.
149
Unidade 24
Introdução à Criptografia II
24.1 Criptografia
Exercício 24.1.1.
Discuta em grupo os seguintes problemas relativos à segurança do RSA:
(a) se as chaves públicas de duas pessoas diferentes têm um primo em comum, então
é fácil quebrar o RSA destas duas pessoas;
(b) se usamos o RSA, mas codificamos a mensagem partindo-a em blocos que consis-
tem de uma única letra, então é fácil decodificar a mensagem, embora o código não seja
quebrado.
Solução.