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NÚMERO 1  |  VOL 1  |  JULHO 2019

EUCLIDES
E-BOOK ESPECIAL DO HIPERLITERATURA

Inclui caderno
de fotos
Organizamos um rico registro
fotográfico da tragédia

UMA TRAGÉDIA
AINDA SEM CONCLUSÃO
PREPAREM-SE PARA UMA VIAGEM NO TEMPO. VOLTAREMOS A
AGOSTO DE 1909, POUCOS DIAS DEPOIS DA TRAGÉDIA DA
PIEDADE, EM QUE TOMBOU MORTO EUCLIDES DA CUNHA.

VERSÃO 1.0
COM
VOCÊ,
ONDE
QUER
QUE
VOCÊ
VÁ.
CLÁSSICOS
HIPERLITERATURA
N O T A D O

E D I T O R

Nós criamos o Hiperliteratura porque percebemos que o


mundo mudou. A leitura e a escrita são (e serão cada vez
mais) duas das principais habilidades que todos nós
precisamos desenvolver para enfrentarmos, com
competência, os incríveis desafios e oportunidades
apresentados por um mundo interconectado.

O principal objetivo do Hiperliteratura é informar e


promover um debate honesto e produtivo sobre a leitura
e a escrita no século 21, principalmente, quando elas são
impactadas e alavancadas pelas tecnologias. Também
investigamos como a literatura e a narrativa digital
ajudam a esclarecer as questões do nosso tempo.

Nossas atualizações diárias podem ser acompanhadas na


tela de smartphones, computadores e tablets, a partir do
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Com relação a este e-book especial, friso que nós o


produzimos exclusivamente para os nossos leitores,
apoiadores, curtidores e seguidores on-line. Se vocé
gostar, por favor, compartilhe com seus amigos e nos
indique.

Agora, prepare-se para uma viagem no tempo. Iremos


voltar a agosto de 1909, poucos dias após a "Tragédia da
Piedade", em que tombou morto o escritor Euclides da
Cunha. Vocês conhecerão a seguir aspectos importantes
da trágica morte do autor de "Os Sertões", a "bíblia da
nacionalidade brasileira".

Cláudio Soares, editor do Hiperliteratura

HIPERLITERATURA.COM.BR
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COM VOCÊ, ONDE QUER QUE VOCÊ VÁ

CLÁSSICOS HIPERLITERATURA
Lamentável
tragédia na estação
da Piedade

JORNAL DO BRASIL
CLÁUDIO SOARES

UMA
TRAGÉDIA
AINDA SEM
CONCLUSÃO
Preparem-se para uma viagem no tempo. Voltaremos a
agosto de 1909, poucos dias depois da "Tragédia da
Piedade", em que tombou morto o escritor Euclides da
Cunha. Vocês conhecerão a seguir aspectos importantes
da trágica morte do autor de "Os Sertões".

CASA DE DILERMANDO DE ASSIS, NA

ESTRADA REAL DE SANTA CRUZ,

2014, PIEDADE.
Perdeu a mãe aos 3 anos, viveu como
agregado na casa dos tios, a vida
profissional foi inconstante e seu
casamento tomou cores trágicas.

Defendeu entusiasticamente a República e


com ela se desiludiu. Foi um dos
primeiros correspondentes de guerra de
um jornal brasileiro e inaugurou o que
hoje chamamos de reportagem.

"Os Sertões" já foi


considerado "a bíblia da
nacionalidade
brasileira"

Narrador sincero, já em sua estreia


literária, com "Os Sertões" (1902),
alcançou o topo do cânone brasileiro.
Para aumentar o impacto, quando foi
lançado, "Os Sertões" era a primeira
O ESCRITOR

EUCLIDES DA CUNHA obra de um ilustre desconhecido.

O livro, considerado sua obra-prima, já


foi chamado de “a bíblia da
Euclides Rodrigues Pimenta da nacionalidade brasileira”. Com um

Cunha, nascido em 20 de janeiro apurado estilo jornalístico-épico, "Os


Sertões" tenta traçar uma síntese
de 1866, em Cantagalo, no Rio
científica do homem brasileiro, a partir
de Janeiro, foi de tudo um de um retrato dos elementos que
pouco: escritor, engenheiro, compuseram a guerra de Canudos: a Terra,
o Homem e a Luta.
militar, republicano,
sociólogo, folclorista, Euclides da Cunha foi o único jornalista
historiador e jornalista.  que, à época, atentou para a valentia
dos jagunços. Misturando interpretação e
Audacioso, incorruptível e idealista, denúncia, “Os Sertões” expôs as
defendeu a ciência como parâmetro para atrocidades de uma guerra civil
uma sociedade mais igualitária e injustificável e um Brasil relegado ao
inclusiva. A infância foi sofrida.  abandono pelos governos e instituições.

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Uma tragédia.
Homicídio do dr.
Euclides da Cunha.
A Academia de Letras
faz o enterro

A NOTÍCIA
VIA DOLOROSA
A VIDA DE EUCLIDES FOI, EM SUA MAIOR PARTE, UM
CALVÁRIO. AO EXAMINAR DE PERTO A SUA BIOGRAFIA,
É QUASE IMPOSSÍVEL NÃO LHE SERMOS SOLIDÁRIOS.

O drama da vida de Euclides da Cunha


chega a ser patético de tão triste.
Órfão de mãe aos 3 anos, sofre com as
constantes mudanças na infância, morando
como agregado na casa de com parentes. 

Euclides sentiu o vácuo deixado pela


imagem materna até seus últimos dias.
Conta-se que a visão de uma mulher de
branco, interpretado como o “fantasma”
de sua mãe, Dona Eudóxia Alves Moreira, . 
o assombrou por toda a vida.  
Euclides aos 10 anos, em 1876.
 
Toda a ciência não lhe bastava. Euclides Não lhe faltou coragem. O exemplo mais
atravessou a vida dividido entre a porta lembrado é o incidente, quando enfrentou
da racionalidade e um mundo de o ministro da guerra do império, Tomás
mistérios. Tentou, o máximo que pode, Coelho, na escola militar.
conciliar essas visões contrárias. 
Essa coragem e rebeldia trariam graves
Desde cedo foi dominado por um gênio repercussões em sua carreira. Em um
forte e um caráter temperamental que primeiro momento, no entanto, sua
alguns chegaram a qualificar de doença. eloquência em defesa do republicanismo
Euclides teve que combater seus demônios só fez crescer o seu prestígio entre os
interiores de modo constante, uma militares e republicanos. Mas o ato de
batalha para impor suas ideias e coragem mais notável de Euclides da
defender seus princípios. Cunha ainda estava por vir.

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Vim para matar ou
morrer

EUCLIDES DA CUNHA

Espera, cachorro!

DILERMANDO DE ASSIS
"ESPERA, CACHORRO!"
ESTAS FORAM AS ÚLTIMAS PALAVRAS QUE
EUCLIDES DA CUNHA ESCUTOU ANTES DE MORRER.

Na manhã chuvosa de 15 de agosto de Três balas atingem Dilermando. Uma


1909, um domingo, Dinorah de Assis, quarta, acerta Dinorah, que tentava
irmão de Dilermando de Assis, recebe socorrer o irmão. Essa bala se aloja em
Euclides da Cunha à porta da residência sua coluna e, em poucos anos, o deixará
número 214, da Estrada Real de Santa hemiplégico.
Cruz, atual Avenida Dom Helder Câmara,
no bairro da Piedade, no subúrbio do rio Euclides também é baleado. Várias vezes.
de Janeiro.  Ao ser atingido, impossibilitado de
continuar a luta pelas lesões sofridas,
Na sala de jantar, Euclides, armado por principalmente a do punho direito, que
um revólver Smith & Wesson, calibre 22, lhe anulou o manejo da arma, o escritor
encontrou a mulher, Anna Emília, além recuou até à sala de visitas, tentando
dos seus filhos, Sólon e Luiz, que chegar na porta de acesso ao jardim.
acabavam de tomar o café da manhã.
Quando lá chegou, Dilermando surge,
Dilermando estava no quarto se trocando, cambaleando, na soleira da porta com seu
e segundo seu depoimento, é nesse revólver em punho. De acordo com
momento que ele escuta Euclides dizer: testemunhas é nesse momento que o
“Vim para matar ou morrer”, começando aspirante grita: “Espera, cachorro”,
logo depois a atirar contra o amante da antes de acertar um tiro mortal no
mulher. Um frenético tiroteio se inicia. desafortunado escritor.

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MATÉRIA DO JORNAL O PAIZ

EM 16 DE AGOSTO DE 1909.
A TRAGÉDIA DA PIEDADE
UM FRENÉTICO TIROTEIO NO SUBÚRBIO DO RIO DE
JANEIRO QUE RESULTOU NA MORTE DE U DOS MAIS
ACLAMADOS ESCRITORES BRASILEIROS.

O gaúcho Dilermando Cândido de Assis


(1888-1951) havia conhecido Anna Emília
Ribeiro (1872-1951), também gaúcha da
cidade de Jaguarão, amiga de uma tia
sua, logo que chegou ao Rio em 1903, no
período em que Euclides se encontrava no
Acre, em uma comitiva do Barão do
Rio Branco, tratando da demarcação das
fronteiras daquele estado com a O duelo entre Dilermando e Euclides segundo o Malho
Bolívia. Pouco depois, Anna e Dilermando
iniciam um tórrido romance, a ponto de Cândido de Assis. Dos autos há
todos desconfiarem, inclusive o indubitável certeza de que os dois
escritor, de que o filho mais novo do estavam certos de que a hora havia soado
casal seria, na verdade, de Dilermando. em que o marido de dona Anna, certo de
que esta abandonara o lar, para
De acordo com o relatório de Joaquim entregar-se com mais assiduidade e
Pedro de Oliveira Alcântara, delegado do permanência aos carinhos de Dilermando,
vigésimo distrito policial, a seguir, viria à casa deste, senão 'disputar a
assim ocorreu a tragedia: posse da esposa', ao menos buscar seus
filhos, e, longe de quererem evitar a
“Às  12 horas, mais ou menos, do dia 15 cena dolorosa que podia degenerar,
de agosto, chegou ao conhecimento da tomaram todas as precauções para que ela
delegacia que, na casa no. 214, da não tomasse feitio desfavorável ao
Estrada Real de Santa Cruz havia aspirante Dilermando. Dinorah é o
sido assassinado o Dr. Euclides da cúmplice que cientemente dá aviso ao
Cunha, pelos aspirantes e oficiais do irmão celerado, introduz, por ordem de
exército a marinha, respectivamente, Dilermando, a vítima no lugar onde devia
Dilermando Cândido de Assis e Dinorah ser morta".

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Sensacional
tragédia: o
assassinato do
dr. Euclides da
Cunha.
A IMPRENSA
CAPA DO SUPOSTO DIÁRIO

ANNA EMÍLIA, A "SANINHA".


SANINHA QUER FALAR
UM CADERNO SUPOSTAMENTE ESCRITO POR ANNA EMÍLIA
REVELA BASTIDORES DE UM CASAMENTO CONTURBADO.

Ao chegar à soleira da porta da Um documento, descoberto há poucos anos,


residência de seu maior rival, mostra outras dimensões destes heróis e
Dilermando de Assis, o escritor Euclides vilões. Até a sua morte em 1951, Anna
da Cunha teria anunciado “eu vim matar não falou publicamente sobre o ocorrido.
ou morrer”. Anúncio que antecedeu ao que Costumava dizer que “o silêncio era sua
depois os jornais apelidaram de “A defesa”. Mas, ela não teria se calado
Tragédia da Piedade”, um alucinante para sempre. Um testemunho teria ficado
tiroteio no subúrbio do Rio de Janeiro, guardado por mais de 100 anos em uma
que resultou na morte de um dos estante em Belo Horizonte.
escritores mais renomados do Brasil, e
determinou o final de um matrimônio O manuscrito intitulado “O caso do
conflituoso de quase 20 anos. homicídio de Euclides da Cunha por
Dilermando de Assis: exposição e
Euclides abraçou a morte em defesa da narrativa dos fatos feitas por escrito
honra. No dia anterior sua esposa, Anna do próprio punho da mulher da vítima”
Emília Ribeiro, a dona Saninha,  se estava entre os documentos de Gregório
retirara  para a casa de Dilermando, com Seabra Júnior (1874-1941), assistente do
os filhos, após uma briga em que havia advogado Evaristo de Moraes (1871-1939),
pedido a separação. Nos anos que se que defendeu o Dilermando nos dois
seguiram à tragédia, Anna seria execrada julgamentos que o absolveram por
pela opinião pública, pregariam-lhe a legítima defesa em 1911, pelo
pecha de “a adúltera que provocou a assassinato de Euclides da Cunha, e em
tragédia”. Já Dilermando de Assis, 1916, pelo assassinato de Euclides da
passaria a ser conhecido como “o campeão Cunha Filho, o “Quidinho”. Em 2014, o
de tiro que assassinou o gênio bisneto de Seabra Júnior, Luiz Henrique
destemperado”. Oliveira, encontrou o documento e 

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Dúvidas sobre a
autenticidade do
diário
Segundo matérias da época, Anna Sharp
dizia que o testemunho de Anna no Diário
confirmava a história contada a sua mãe
Judith Ribeiro de Assis, autora do livro
“Anna de Assis: história de um trágico
amor” (1989).

Para a neta, a avó foi uma mulher à


frente do seu tempo que não aceitava se
submeter ao marido violento que a
maltratava. Por ter amado demais, pagou
um preço alto. Anna Sharp considerava
que o “diário” seria “a entrevista que
Anna Emília nunca deu”, contando em
detalhes sua “tragédia” pessoal, ao lado
de Euclides da Cunha, desde a  primeira
MATÉRIA DO JORNAL O PAIZ

EM 16 DE AGOSTO DE 1909.
noite após seu casamento. 

Segundo o relato no suposto diário, as


núpcias de Euclides e Anna (que teria
Anna foi uma mulher à apenas 14 anos na época) foram um
estupro, tendo o famoso escritor rasgado
frente do seu tempo que todas as roupas da esposa, chamando-a de
não aceitava se submeter “vaca”.

ao marido violento. Euclides é retratado no documento como


um homem que tinha constantes acessos de
decidiu devolvê-lo a família de Anna raiva, antes mesmo de saber que era
Emília pois era o desejo do seu bisavô e traído. Em certa página, é narrado que
depois do seu pai que o documento ele “insultava-me como um alucinado,
voltasse para a família de Anna e rompendo nos maiores destemperos,
Dilermando. Assim, o caderno chegou às tomando os meus vestidos e despedaçando-
mãos de Anna Sharp, neta do casal. os todos nas maiores ameaças”.

18
Ainda segundo o diário, Euclides queria
impor seu amor e assim o pretendia por
meio de insultos e outras violências.

Uma passagem brutal do suposto diário é


aquela em que se acusa Euclides de ter
forçado Anna a beber seu escarro de
sangue depositado em um balde após uma
crise tuberculosa. 

Não há outros registros da guerra íntima


do casal, a não ser por esses relatos.
Por isso, desde o seu aparecimento,
estudiosos sugeriram que o diário
deveria ser analisado cuidadosamente por
especialistas, para que pudesse ser
averiguada sua autenticidade. 

Meia década se passou. Até que em uma


matéria publicada em 10 de julho de
2019, no jornal Folha de S. Paulo, o
jornalista Maurício Meirelles traz a
O ASPIRANTE A OFICIAL DO

notícia de que o tal diário não teria EXÉRCITO, DILERMANDO DE

ASSIS

sido escrito por Anna Emília.

Segundo o jornalista, surgiu uma dúvida


em relação à caligrafia no documento, o Descarta-se também qualquer hipótese que
que acaba levantando dúvida sobre a envolva a ideia de que tenha sido
autenticidade do diário. A descoberta é Dilermando de Assis o redator dos
de Felipe Rissato, um pesquisador supostos “diários”.
independente, que comparou a caligrafia
no diário, com a de cartas conhecidas de A verdade é que ainda que as páginas
Anna Emília. manuscritas representassem de fato as
confissões de Anna Emília, elas deveriam
Vanessa Montes, professora da ser vistas com cautela, já que teriam
Universidade de São Paulo e coordenadora sido escritos sob forte pressão, logo
do Núcleo de Etimologia e História da após a morte de Euclides, em um momento
Língua Portuguesa, experiente no estudo em que Anna era execrada pela opinião
de caligrafias antigas, também concorda pública. Pelo que se vê, mesmo depois de
que o diário não foi escrito pela mesma 110 anos, a “Tragédia da Piedade” ainda
pessoa que escreveu as cartas. não é um caso encerrado.

19
REGISTRO FOTOGRÁFICO

A
TRAGÉDIA
DA
PIEDADE
JARDIM DA CASA DE

DILERMANDO, ONDE TOMBOU

EUCLIDES DA CUNHA

CHAMADA DE CAPA DO

CORREIO DA MANHÃ EM 16

DE AGOSTO DE 1909.

O DELEGADO QUE

ACOMPANHOU O CASO DR.

OLIVEIRA ALCANTARA, ANNA

DE ALMEIDA, CRIADA DE
O MALOGRADO ESCRITOR
DILERMANDO, E O
EUCLIDES DA CUNHA
ESCRIVÃO ANOR.
A CASA DE DILERMANDO NA

ESTRADA REAL DE SANTA

CRUZ, 214, PIEDADE, RIO.

RESIDÊNCIA DE EUCLIDES DA

CUNHA, EM COPACABANA.

ANNA EMÍLIA RIBEIRO, NA

ÉPOCA DA TRAGÉDIA.

O CASAL DILERMANDO E O ASPIRANTE A OFICIAL DO

ANNA DÉCADAS DEPOIS EXÉRCITO, DIERMANDO DE

DA TRAGÉDIA DA PIEDADE ASSIS


EUCLIDES DA CUNHA FILHO, O "QUIDINHO",

AGONIZA, DEPOIS DE TENTAR ASSASSINAR

DILERMANDO, 7 ANOS DEPOIS DA MORTE DE

SEU PAI. ELE MORRERIA LOGO EM SEGUIDA.

DINORAH DE ASSIS, ZAGUEIRO

CAMPEAO CARIOCA PELO

BOTAFOGO EM 1910.
MATÉRIA DO JORNAL O PAIZ

EM 16 DE AGOSTO DE 1909.
O GENERAL DILERMANDO DE

ASSIS EM 1951, ANO EM QUE

MORREU
AS MARCAS DOS TIROS DE

EUCLIDES E SEU FILHO NAS

COSTAS DE DILERMANDO.
O "DUELO" EM ILUSTRAÇÃO

DA REVISTA O MALHO.

O VELÓRIO DE EUCLIDES

NO SILOGEU BRASILEIRO.
Num país em que toda a gente acomoda
a sua vidinha num cantinho de
secretaria, ou numa aposentadoria, eu
estou, depois de haver trabalhado tanto,
galhardamente, sem posição definida!
Reivindico, assim, o belo título de
último dos românticos, não já do Brasil
apenas, mas do mundo todo, neste
tempos utilitários! Julgo, entretanto,
que hei de arrepender-me muito, mais
tarde, desta vaidade.

EUCLIDES DA CUNHA
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