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28/06/2019 Templodeapolo.

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Impresso em 28/06/2019 às 00:13h. Mitologia Grega


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O mito de Teseu
 
Mitologia grega, Teseu, Atena, Posídon, Perséfone, Héracles, Castor, Polidectes, Perifetes,
Sínis, Círon, Cercion, Procrustes, Touro de Maratona, Etra, Egeu, Pitéu, Medéia, Palas, Pirítoo,
Helena de Esparta

Existem duas versões do nascimento de

Teseu. Segundo uma, ele é filho do deus do

mar Posídon (Netuno), enquanto a outra

refere que ele é filho de um homem mortal, o

rei Egeu. Atena disse a Etra que ela tinha de

ir ao templo fazer um sacrifício ao fantasma do cocheiro sepultado por perto. Etra

foi ao templo no dia seguinte e aí encontrou Posídon esperando por ela para lhe

tirar a virgindade à força. Nove meses mais tarde veio ao mundo o filho, Teseu,

que cresceu em Trezeno, como herdeiro do reino. Era completamente invulgar a

deusa virgem Atena aprovar um relacionamento sexual dentro do templo, mesmo

que fosse com alguém do Olimpo. Mas, desta vez, ela não só aprovou, como foi

responsável pelo envio da moça ao encontro do atacante. Isto porque, para ela, era

mais importante que Teseu nascesse, do que manter o templo numa pureza

virginal.

Na outra versão, Etra entregou a virgindade ao rei Egeu, de Atenas, encorajada pelo

pai. Após dois casamentos sem filhos, Egeu ansiava por um filho e perguntou ao

oráculo de Delfos como poderia ser pai.

O oráculo respondeu-lhe: «Não abras a tua pele de vinho até chegares a Atenas.»

Ele não entendeu o que queria dizer esta mensagem e, em vez de seguir

diretamente para Atenas, visitou o rei de Trezeno, Pitéu, que era um especialista na

descodificação de mensagens dos oráculos, pelo que percebeu logo que o oráculo

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tinha ordenado a Egeu que se mantivesse casto até chegar a Atenas, visto que na

primeira vez que tivesse relações sexuais com uma mulher, seria pai de um filho.

Mas o rei de Trezeno não lhe explicou isto porque ele queria que a filha Etra se

tornasse na mãe do filho de Egeu que seria o herdeiro do reino de Atenas.

Nessa noite, ele persuadiu a filha a partilhar a cama com o hóspede e, de manhã,

antes de partir de regresso a casa, Egeu pediu-lhe que seguisse no carro com ele

até às portas da cidade. Aí ele encontrou um sítio onde havia um buraco profundo

na estrada onde meteu as sandálias e a espada. Em seguida, empurrou uma

enorme pedra com grande esforço até ela rolar para cima do dito buraco, tendo

dito a Etra: «Só um herói poderá fazer mover esta pedra e encontrar a minha

espada e as minhas sandálias.

Eu duvido que estejas grávida do meu filho, mas se o tiveres, trá-lo aqui e deixa-o

experimentar a força contra esta pedra. Se a conseguir mover, manda-o para

Atenas com a espada e com as sandálias, para eu o reconhecer e o tornar herdeiro

do meu reino.

Não será seguro para ele chegar a Atenas antes disso, no caso de um dos meus

desprezíveis sobrinhos tentar matar-me.» E dito isto, Egeu partiu.

Nove meses mais tarde, Etra deu à luz Teseu, que foi crescendo na corte do rei

Pitéu. Quando tinha sete anos de idade, Héracles (Hércules) visitou-os, no caminho

para um dos seus 12 trabalhos e deixou cair a sua assustadora pele de leão para

ficar mais confortável no banquete de boas-vindas. Todas as crianças ficaram

aterrorizadas ao verem a pele de leão no chão, que parecia mesmo um animal vivo,

mas Teseu agarrou um machado e correu para ele disposto a matá-lo, até que se

apercebeu de que era só a pele. Este foi o seu primeiro ato heróico, mas ainda não

era suficientemente forte para deslocar a rocha e retirar a espada do pai.

Perigos na Estrada

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Quando Teseu já não era uma criança, a mãe levou-o até ao local onde Egeu tinha

enterrado as sandálias e a espada sob a pedra. O rapaz empurrou-a sem esforço e

pôs a descoberto os sinais de reconhecimento do pai. Calçou as sandálias e, com a

espada na mão, partiu para a longa jornada até Atenas. O caminho estava cheio de

assassinos, como ele bem sabia, e poderia ter escolhido a via mais segura, por

mar, mas queria afirmar-se como herói.

Teseu admirava Héracles e ansiava por conquistar o mesmo gênero de glória. Além

disso, queria conhecer o pai em Atenas, não como um jovem desconhecido, mas

como um herói de renome.

Teseu e Perifetes 

Pouco depois de partir, Teseu encontrou Perifetes, o filho estropiado do deus coxo

Hefesto (Vulcano) que costumava esconder-se no subsolo junto à estrada para

atacar quem passava com uma grande moca de bronze. Como apanhava as

pessoas de surpresa, roubou e matou muitos viajantes, mas Teseu estava de

sobreaviso. Quando Perifetes saltou para o caminho, atrás dele, Teseu voltou-se,

agarrou-o, atirou-o ao chão e matou-o com a própria moca. Levou com ele a arma

do crime, talvez numa imitação deliberada de Héracles, e que lhe serviria para

matar muitos mais pelo caminho.

Sínis e os pinheiros ligados

Ao longo da estrada para Atenas havia um pinhal que servia de esconderijo a um

bandido chamado Sínis, filho de Posídon. Sempre que capturava um viajante,

costumava atar dois pinheiros e prender a vítima a ambos, chegando mesmo a

forçar o desgraçado a servir de atilho. Em seguida, Sínis soltava as árvores o que

despedaçava o infeliz. Teseu permitiu que Sínis o levasse para o pinhal e até o

ajudou a escolher dois pinheiros fortes e a atá-los, mas foi Teseu quem prendeu o

bandido às árvores, ignorando os seus pedidos de misericórdia. E assim, o facínora

morreu despedaçado, tal como tinha feito a muitos outros.

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Círon, o assassino

A estrada passava depois por uma zona plana no vale de uma montanha com uma

colina de um lado e uma escarpa abrupta que se precipitava no mar.

Os viajantes que caíam ou tentavam contornar o sopé da montanha eram comidos

por uma tartaruga, um dos servos de Hades (Plutão). Um tratante chamado Círon

dominava o caminho estreito da montanha. Costumava sentar-se numa pedra, no

meio da estrada, e exigia que todos os viajantes lhe lavassem os pés, como

portagem. Mal as vítimas se ajoelhavam, o malvado dava-lhes um pontapé que os

fazia cair pela montanha abaixo até ao mar, onde a tartaruga os aguardava para os

devorar. Teseu chegou à pedra de Círon e deu-lhe um potente pontapé que a fez

precipitar-se no mar e, com ela, seguiu Círon, que foi parar mesmo no meio da

boca da tartaruga, não tendo tido tempo nem para gritar durante a queda.

Cercion e procrustes

Quase a chegar a Atenas, perto de Elêusis, vivia um lutador chamado Cércion, que

obrigava todos os que por lá passavam a lutar com ele e todos perdiam, não só a

luta, como a própria vida. Teseu era bem mais dotado que um lutador e matou-o

lançando-o ao chão e esmagando-lhe os ossos. Um pouco mais abaixo, na mesma

estrada, vivia o pai de Sínis, Procrustes, outro bandido que costumava oferecer aos

viajantes uma cama para pernoitarem. Ele possuía duas camas: uma era muito

comprida e a outra muito curta. Metia as pessoas altas nesta última e cortava-lhes

o que sobrava no comprimento. De forma idêntica, metia os que eram baixos na

cama grande e esticava-os até ficarem do tamanho dela. Todos os que passaram

por esta medição, acabaram mortos.

Teseu obrigou Procrustes a ir para cima da cama pequena e mediu-o e aparou-o

até morrer.

Quando Teseu chegou a Atenas, já toda a gente tinha ouvido falar do novo herói

que tinha feito com que a estrada se tornasse segura para os viajantes, mas

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ninguém sabia que ele era filho de Egeu e herdeiro do trono - ninguém, à exceção

da mulher do rei, Medeia. Esta era a mesma Medeia que tinha ajudado Jasão a

conquistar o Velo de Ouro.

Agora, como rainha de Atenas, ela queria que o filho, Medo, fosse o herdeiro do

trono do velho rei. Graças às suas artes mágicas, persuadiu Egeu a envenenar o

novo campeão com vinho, no banquete de boas-vindas.

A única coisa em que Teseu conseguia pensar era no momento em que o pai o

reconhecesse. Aceitou

a taça de vinho que este lhe estendia e entregou-lhe a espada. De repente, o rei

reconheceu a arma que tinha escondido há tantos anos em Trezeno. Arrancou a

taça da mão de Teseu e gritou bem alto: «Prendam essa malvada, a minha mulher!»

Medeia não conseguiu esconder a sua culpa, pelo que foi banida de Atenas

juntamente com o filho Medo, enquanto Teseu era aclamado como filho do rei e

seu herdeiro.

Teseu, o Novo Herdeiro

Nem todos aplaudiram a chegada do novo herdeiro. Egeu tinha um irmão, Palas,

que tinha 50 filhos. Durante anos, eles tinham esperado virem a partilhar o

governo do reino entre si quando Egeu morresse e agora planejavam uma forma de

atrair Teseu a um embuste e matá-lo. A sorte esteve do lado dele, que descobriu o

plano e matou os 50 filhos de Palas. Depois disto, Egeu quis que o filho recém-

aparecido ficasse em Atenas e não arriscasse mais a vida em aventuras, tanto mais

que - como ele frisara a Teseu - a matança de tantos vilões durante o percurso

para Atenas, tinha granjeado uma reputação de herói. Não tinha, portanto, de

provar mais nada a si mesmo ou aos outros.

Mas Teseu mostrava-se inquieto na corte, como se estivesse numa prisão

dourada. 

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À primeira oportunidade, fugiu do palácio para ir em busca de outra aventura.

Héracles tinha trazido um touro que lançava fogo pelas narinas, para a Maratona,

como parte dos seus trabalhos, e estava agora enfurecido na planície,

aterrorizando os aldeãos. Mal Teseu ouviu falar deste problema, descobriu uma

forma de sair secretamente de Atenas e ir até à Maratona. Muito antes de

conseguir ver o touro, já se ouviam os seus urros que, no entanto, não eram

suficientes para assustar o herói. O que Héracles tinha conseguido antes dele,

jurara Teseu a si próprio, havia de ser igualado. Avançou sem medo para o touro,

sabendo com exatidão o que tinha a fazer. Com uma das mãos, agarrou-lhe um

chifre, e com a outra apanhou-lhe as narinas, depois empurrou a cabeça para um

lado e para o outro, e também para baixo, até que o touro se ajoelhou. Atou-lhe

uma corda à volta do pescoço e não lhe deu mais problemas, seguindo atrás dele

até Atenas.

O Rapto de Helena

Teseu tinha um amigo, Pirítoo, rei de Lápitas, que era filho de Zeus (Júpiter). Cada

um deles tinha uma má influência no outro. Ambos achavam que os filhos dos

deuses mereciam ter nas suas camas as melhores mulheres e que não se deviam

ligar a nada menos que filhas de Zeus. Tinham ouvido falar de uma delas, Helena

de Esparta, que tinha fama de ser a mais bela das mulheres e eles planejavam

raptá-la e forçá-la a casar-se, lançando à sorte qual seria o felizardo. Não os

incomodava nada o fato de ela ser ainda uma criança. Teseu ganhou e, com a ajuda

de Pirítoo, raptou Helena, o que constituiu uma ofensa aos deuses já que a captura

se deu no templo da deusa virgem Ártemis (Diana). Confiou-a à guarda da mãe,

Etra, após ter casado com ela à força. Os irmãos de Helena, Castor e Polidectes

(Pólux) vieram libertá-la e levaram Etra para Esparta, como escrava. Quando Helena

voltou a ser raptada, anos mais tarde, por Paris de Tróia, a mãe de Teseu foi para

Tróia com ela, pois continuava a ser sua escrava.

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Teseu não se interessou por esta aventura que trouxe à mãe anos e anos de

sofrimento e humilhação. Pirítoo e Teseu não aprenderam nada com isso, pois o

plano falhado que se seguiu consistia em trazer outra filha de Zeus, Perséfone

(Proserpina) do mundo dos mortos.

Esta tentativa terminou com ambos a serem lançados para tronos do mundo das

sombras, de onde Héracles salvou Teseu, mas onde Pirítoo permaneceu para

sempre. Teseu desejou ardentemente igualar os feitos de Héracles e, até ao

momento, tinha provado a si mesmo ser um herói a tratar com homens terríveis,

mas no seu comportamento com as mulheres, tinha provado a si próprio ser um

malandro.

Teseu e Ariadne

Quando chegou a Atenas como um herói, Teseu não sabia nada dos reféns que

estavam a ser enviados para Creta para morrerem, mas notou de imediato que as

pessoas da cidade estavam mais ansiosas do que o normal e que no palácio tinham

lugar rituais pesarosos. Quando lhe foi contado o que se passava, tomou logo a

decisão de ajudar, pelo menos assumindo o lugar de um dos reféns que estavam

para partir. Egeu esforçou-se desesperadamente para o convencer a não ir, mas

Teseu anunciou a decisão na praça do mercado e, uma vez tornada pública, o rei

tinha mesmo de o enviar para Creta.

«Não te atormentes mais», disse Teseu, «eu prometo trazer todos os reféns de

volta em triunfo, juntamente com a cabeça do Minotauro.» A sua afirmação foi tão

convincente que Egeu lhe deu umas velas brancas para equipar o barco na viagem

de regresso. Até então, o barco que fazia a ligação entre Atenas e Creta com a sua

carga infeliz era equipado com velas negras, que significavam morte e luto. Agora,

Egeu ousava esperar que veria o barco regressar com velas brancas de felicidade.

Durante a viagem, Teseu disse ao capitão do navio que tanto ele como os seus

homens tinham de pernoitar em Creta prontos a partir a qualquer momento. O

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barco chegou ao porto de Creta e o rei Minos foi a bordo inspecionar os reféns

acompanhado pela mulher e pela filha Ariadne.

A princesa apaixonou-se por Teseu mal o viu e, quando seguiam em procissão

para o palácio, aproveitou uma oportunidade para lhe sussurrar ao ouvido:

«O Minotauro é meu meio-irmão, mas se quiseres casar comigo, ajudar-te-ei a

matá-lo.» Teseu concordou com um aceno de cabeça e uma grande satisfação; a

sorte, como habitualmente, traçava-lhe o caminho, ou seria obra da dourada

Afrodite, a deusa do desejo, a quem ele tinha feito um sacrifício mesmo antes de

partir de Atenas?

Através do labirinto 

Ariadne arranjou uma forma de Teseu assinalar o percurso através do escuro

labirinto de modo a que pudesse encontrar o caminho para a saída após acabar

com o Minotauro. Ela deu-lhe um novelo de fio e disse-lhe para atar a ponta à

porta. O fio iria sendo desenrolado à medida que ele fosse andando pelo Labirinto,

e para encontrar o caminho de volta, só tinha de seguir o fio pois este levá-lo-ia à

saída. À noite, os reféns foram levados para a entrada e empurrados, um a seguir

ao outro, para a escuridão que cheirava a carnificina. Teseu conseguiu atar o fio de

Ariadne à porta mal ela foi fechada e ordenou aos atenienses para se manterem ali

e não se porem a andar, o que faria com que se perdessem, enquanto ele ia

penetrar no Labirinto, encontrar o monstro e matá-lo. Não dispunha de qualquer

arma, evidentemente, e foi tateando na escuridão, parando e escutando a cada

curva do labirinto. Por fim, ouviu o Minotauro, que aguardava pacientemente pela

primeira vítima para começar a espalhar o pânico e a gritaria. Teseu travou a sua

mais dura luta, no escuro, de mãos vazias, contra um inimigo munido de chifres

aguçados, mas o Minotauro tinha-se habituado a dar-se por satisfeito com a sua

limitada dieta de atenienses aterrorizados e julgou mal este oponente. Assim,

Teseu conseguiu atirá-lo ao chão, pegar-lhe pelos chifres e torcer-lhe a cabeça até

lhe partir o pescoço.

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Ariadne roubou a chave do labirinto e aguardava com a porta aberta, juntamente

com os reféns atenienses, que Teseu chegasse agarrado ao fio. Correram todos

para o porto e saltaram para dentro do navio que se fez à vela rumo a Atenas.

O capitão e a tripulação não perderam tempo enquanto aguardaram no porto.

Aproveitaram a escuridão para fazer buracos na maior parte dos navios cretenses,

tendo deixado uns poucos que ainda ficaram em condições de navegar. Alguém

deu o alarme e os habitantes de Creta precipitaram-se para os seus barcos para

evitar que Teseu partisse, mas no meio de uma grande confusão só uns poucos

conseguiram chegar perto do barco ateniense, mas foram incapazes de o impedir

de seguir o seu rumo.

Foi uma viagem tranquila e, passados poucos dias, Teseu e Ariadne chegaram à

ilha de Naxos. Ariadne adormeceu à beira-mar e Teseu rastejou silenciosamente

para dentro do barco e partiu. Ninguém sabe por que razão ele a abandonou.

Ter-se-ia arrependido da promessa de casar com ela? Terá recebido instruções de

Dioniso (Baco) que planejava desposá-la? Ou estaria ele farto dela após meia dúzia

de noites de prazer, e até já andasse em perseguição de outra mulher? Fosse qual

fosse a razão, a surpresa e o desgosto de Ariadne ao acordar, não duraram muito.

Ela pediu ajuda aos deuses e Dioniso apareceu de imediato com os companheiros

de vadiagem, pronto a casar com ela na hora. A coroa que ela usou neste

casamento viria depois a ser posta nos céus como Coroa Boreal.

Teseu navegou para Atenas sem ela. No tumulto das aventuras, Teseu esqueceu-se

de mudar as velas pretas para brancas, pelo que Egeu, que aguardava a sua

chegada do cimo da Acrópole, um alto rochedo com lados em precipício, viu as

velas pretas e, julgando que o filho

tinha morrido, atirou-se da Acrópole para a morte e é

em homenagem a ele que o Mar Egeu tem o seu nome. 

O rei de Atenas
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Teseu tornou-se então rei de Atenas e governou durante muito tempo e, na maior

parte dele, de forma sensata.

Uma das suas decisões menos ponderadas foi o casamento com a Amazona

Hipólita, a mesma mulher a quem Héracles (Hércules) tirou o cinto durante uma

das suas tarefas; outras versões da história não referem Hipólita, mas sim a irmã

Antíope. Fosse qual fosse a Amazona, a verdade é que Teseu a violou e a levou

para Atenas, onde mais tarde ela viria a dar à luz o filho Hipólito. As irmãs de

Hipólita ainda foram atacar Atenas, sem sucesso e, para cúmulo ainda tiveram

o azar de matar Antíope (ou seria Hipólita?) com uma seta, durante a luta. 

A mulher seguinte foi igualmente uma escolha irrefletida de Teseu. Tratou-se de

Fedra, filha do rei Minos e de Pasífae, e irmã de Ariadne, a quem ele abandonara na

ilha de Naxos. Quando Teseu levou Fedra para Atenas ela ficou entusiasmada por

Hipólito, o qual não tinha o menor interesse por ela. Afrodite tinha-a infetado com

esta loucura amorosa por estar ofendida com Hipólito, que tinha feito votos de

castidade à deusa virgem Ártemis (Diana) desprezando o desejo sexual da deusa.

Fedra adoeceu de anseio ardente. Por fim, a sua aia (sic) descobriu o seu desejo

secreto e aproximou-a de Hipólito, que estava com qualquer mulher, mas não com

a esposa do pai. Em seguida, Fedra ficou cheia de medo de que Hipólito dissesse a

Teseu do seu desejo pecaminoso por ele e, em desespero, enforcou-se tendo

deixado uma placa de cera contendo a acusação de que Hipólito tinha tentado

violá-la. Teseu acreditou na mulher e condenou o filho ao exílio. Posídon tinha,

havia muito, dado a Teseu o dom dos três desejos, e agora ele usava um deles para

desejar a morte ao filho. E assim aconteceu, quando Hipólito conduzia o carro ao

longo da costa, afastado de Atenas. Posídon fez estremecer a terra e enviou um

touro do mar, o que fez com que os cavalos ficassem completamente

desnorteados, galopassem pela praia e arrastassem Hipólito para a morte.

Há quem diga que a constelação Cocheiro representa Hipólito.

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A deusa Ártemis apareceu a Teseu e revelou-lhe a verdade, ou seja, a inocência do

filho.

Se fosse permi do aos deuses chorarem, ela teria chorado pela morte do amigo muito querido.
Teseu não teve mais nenhuns atos dignos de nota até à sua morte. Graças aos seus dotes, libertou o
mundo de muitos homens malvados, mas a sua vida foi cheia de problemas, em larga medida
provocados por ele, especialmente os seus comportamentos imprudentes e loucos com as mulheres.

Texto extraido de:

ABNT
MILLS, Alice. A era clássica. in: CHEERS, Gordon. (org.) Mitologia:
Mitos e lendas de todo o mundo. Lisboa/PT: Caracter Editora, 2011. Cap. 1. p.151-154.

APA
Mills, A . (2011). A era clássica. in: G . Cheers, (Ed.), Mitologia: Mitos e lendas de todo o mundo.
(pp.151-154). Lisboa/PT: Caracter Editora.

Notas

Referências

Como citar esta página:


FERREIRA FH., O.A. Teseu. Portal Templodeapolo.net, Porto Alegre-RS. Disponível em: h p://bit.ly/2YlS8Mt .
Consulta: 28/06/2019.
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