Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Professor Responsável:
Dezembro/2000
ÍNDICE
1 AGRADECIMENTOS............................................................................................................................................ 4
2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 6
3 ETAPAS DE PROJETO......................................................................................................................................... 8
14 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................. 113
1 AGRADECIMENTOS
Os engenheiros Alessandro Luiz Batschauer, Anis Cézar Chehab Neto e Clóvis Antônio
Petry gostariam de expressar seus agradecimentos:
Ao Professor Alexandre Ferrari de Souza, o qual não mediu esforços no sentido de transmitir
o máximo conhecimento possível na disciplina de Correção de Fator de Potência para Fontes de
Alimentação, orientando invejavelmente o projeto e implementação prática do pré-regulador em
estudo;
Ao Professor Arnaldo José Perin, que se prontificou a esclarecer pontos núbios na fase de
projeto do pré-regulador, mostrando-se um entusiasta no ensino de eletrônica de potência, exemplo
para os educadores da área;
Ao colega e mestre em Eletrônica de Potência Sérgio Vidal Garcia Oliveira, o qual com
companheirismo e compreensão ofertou-nos material e conhecimentos a respeito do pré-regulador
em estudo;
Aos técnicos Luís Marcelius Coelho e Antônio Luís Shalata Pacheco que nos ajudaram na
confecção da placa de circuito impresso e na obtenção de material para a montagem do protótipo;
Instituto de Eletrônica de Potência 5
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Aos colegas de doutorado, mestrado e engenheiros do INEP que sempre nos forneceram
informações precisas e de grande valor, nos momentos em que soluções fugiam aos olhos da
equipe;
A todos os colaboradores do INEP, na pessoa de seu coordenador, professor Ivo Barbi, sem os
quais o INEP não existiria, e assim nos privaria da aquisição de conhecimentos tecnológicos de
ponta na área de eletrônica de potência.
Instituto de Eletrônica de Potência 6
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
2 INTRODUÇÃO
Em uma rede de distribuição de energia elétrica, o fator de potência é definido como a razão
entre a potência ativa (watts) e a potência aparente (volt-ampéres). O valor ótimo para esta relação é
a unidade, valor que é obtido somente quando a corrente na rede tem a forma de uma senóide e está
em fase com a tensão da rede, considerando-se, naturalmente, que esta também tem a forma de uma
senóide. Sabe-se que, somente as componentes de corrente que satisfazem este requisito, transferem
energia à carga, logo, componentes de corrente que estejam defasadas da tensão da rede ou possuam
uma freqüência distinta da freqüência da rede, não transferem energia à carga, contribuindo para as
perdas totais de energia no sistema. A presença de tais componentes obriga as concessionárias e o
próprio cliente a superdimensionarem as redes de alimentação, o que aumenta os custos das
instalações.
No passado, a principal causa do baixo fator de potência era a diferença de fase entre tensão e
corrente, resultante da característica indutiva dos motores elétricos, os quais eram responsáveis por
uma grande fatia da carga total atendida pelas companhias de fornecimento de energia elétrica.
Neste caso, o fator de potência é igual ao co-seno do ângulo de defasagem entre a tensão e a
corrente (unitário quando o ângulo é zero). Esta diferença de fase pode ser corrigida pela simples
adição de bancos de capacitores, corretamente dimensionados, em paralelo com a máquina, como
tem sido feito por muitos anos e ainda hoje implementado em algumas situações.
Com o crescimento da indústria eletrônica durante as décadas pós-guerra e, mais
recentemente, o enorme incremento do número de computadores e outros equipamentos
incorporando retificadores seguidos por capacitores de filtro, a natureza do problema foi alterada. A
corrente exigida por esse circuito é tipicamente não-senoidal, como pode-se ver na Fig. 2.
Vin
D1 D2
Vin
+ Iin
+ - C Carga
-
D3 D4
Pode-se verificar que a corrente drenada da rede por um retificador com filtro capacitivo é a
soma de muitas componentes de diferentes freqüências, sendo que a única responsável pela
transferência de energia à carga é a componente fundamental. O fator de potência desta estrutura é
bastante baixo, estando na ordem de 0,6 , tendendo a piorar a medida que se aumenta a potência do
circuito; logo, formas de solucionar este problema devem ser estudadas.
Uma solução, bastante empregada pela indústria, de forma a eliminar a distorção da corrente
na entrada de um retificador com filtro capacitivo é o emprego de um pré-regulador que opera entre
o retificador e o capacitor de filtro, forçando a corrente de entrada a ter a mesma forma de onda da
tensão de entrada. A sua função é bastante simples de ser entendida: ao invés do capacitor de saída
ser carregado pela fonte de entrada somente uma vez a cada semiperíodo da rede, ocasionando o
aparecimento de um pico de corrente durante um curto intervalo de tempo, passa-se a carregar este
capacitor várias vezes em pequenos intervalos de tempo, dentro de todo o semiperíodo de rede. O
pré-regulador nada mais é do que um conversor CC-CC; logo, comandando seu interruptor do
conversor com a correta modulação do sinal de comando, carrega-se o capacitor de filtro drenando
da rede uma corrente bem próxima de uma senóide.
A princípio, todos os conversores básicos CC-CC podem ser utilizados como pré-reguladores
de alto fator de potência, porém, a topologia que recebeu maior destaque para esse tipo de aplicação
foi a do conversor Boost, em função de apresentar uma série de vantagens em relação às outras
topologias. O presente trabalho visa o estudo e a implementação prática de um pré-regulador
utilizando esta topologia.
O conversor Boost pode operar como estágio pré-regulador de alto fator de potência tanto em
condução contínua quanto descontínua, assim como também no modo de condução crítica. Para
potências de ordem elevada, como é o caso do presente trabalho, o modo de condução contínua
torna-se o mais adequado em função de manter os esforços de tensão e corrente nos semicondutores
menores. Dentro desse modo de operação existem basicamente três técnicas de controle: controle
por histerese, por corrente de pico e por corrente média, sendo que este último é o que tem se
mostrado o mais adequado atualmente e, por isso, o mais amplamente utilizado. Para este tipo de
controle, atualmente existe um circuito integrado (UC3854 da Unitrode [6]) que torna a aplicação
dessa técnica bastante simples, como se verificará no decorrer do trabalho.
Instituto de Eletrônica de Potência 8
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
3 ETAPAS DE PROJETO
Especificações Técnicas
Conversor Boost
Simulação
Comando e Controle
Simulação
Fonte Auxiliar
Simulação
Montagem e Ajustes
Ensaios
Aquisições
Fluxograma 1.
Instituto de Eletrônica de Potência 9
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Com base nas especificações dadas anteriormente, define-se na Fig. 3 o diagrama de blocos
da fonte de alimentação com alto fator de potência a ser implementada.
Fonte Realimentação
Auxiliar Controle
e Comando
NA Lin Db Lsn
F1 Relê B1
Csn
Cy
L1 Ra1
Rstart Sb
Dsn Dsn
Cx Cf Vg +
Rvar P1 Co
Vin
-
Cy
ILin
L2 Cdes
Ra2
Rsh
- + 0
Vsh
R1 R2
R6
C3
R3 R7
Fonte auxiliar R8 C1
Driver externo
C2
5 4 3 11 7 Dg2
Rb Rc
Dg1
2 16 Vg
Taux Rg2
C9 R9 Tg Dzg
Rg1
Dz1 9
UC3854
C8 R10
D1 Rs
R11
6 1 terra
Rs1
C1 R12
R13
Laux 8 15 10 13 14 12
Dz2
Caux R15
C6 R14 C7
Relê +Vcc
C2 C10 C4 C5 R16
D2
construção do par de indutores acoplados (L1/L2) é feita de tal modo que a corrente principal não
encontra oposição, pois a indutância de dispersão, se os enrolamentos forem enrolados sobre um
núcleo toroidal, é praticamente nula. No entanto, para as correntes parasitas assimétricas, a
oposição é igual ao dobro da indutância de um dos indutores. Os capacitores Cy são denominados
de capacitores de modo comum e também têm a finalidade de supressão de interferência
assimétrica. O capacitor Cx apresenta baixa impedância para as correntes simétricas e impede que
elas circulem para a rede.
Conforme apresentado em [1] e constatado em [3], os equipamentos que possuem na sua
entrada um retificador com filtro capacitivo, apresentam, visto pela rede, um fator de potência
baixo. A forma de onda da corrente na entrada destes equipamentos apresenta grande taxa de
distorção harmônica. Desta forma, estes equipamentos, sem a incorporação de alguma medida
corretiva, não se enquadram na norma IEC 61000 3-2. Para resolver o problema apresentado têm-se
soluções envolvendo filtros ativos e/ou passivos. No presente trabalho emprega-se como solução
para este problema um conversor boost operando como filtro ativo. A razão cíclica do interruptor
boost será controlada de modo que a corrente no indutor boost tenha forma de onda idêntica à
tensão de entrada, neste caso uma senóide retificada. Devido ao comando do interruptor boost se
dar através da técnica de controle por valores médios instantâneos, tem-se uma ondulação de
corrente na freqüência de comutação, que deverá então ser filtrada, possibilitando na entrada
formas de onda de corrente e tensão em fase e senoidais.
A fonte auxiliar tem por função alimentar o circuito integrado usado no comando e controle,
bem como os componentes na sua periferia, dos quais faz parte o driver de acionamento do
interruptor boost, e também o relê responsável pelo curto-circuito do resistor de partida Rstart. Desta
forma identificam-se duas etapas distintas de operação da fonte auxiliar: a primeira, na qual o
conversor boost ainda não está operando como pré-regulador porque a tensão de habilitação do
UC3854 ainda não foi atingida, é caracterizada pelo funcionamento da fonte como retificador de
onda completa, portanto, a tensão da fonte auxiliar, que deverá alimentar o relê, é fornecida por um
regulador série transistorizado conectado à saída da ponte retificadora; e a segunda etapa, na qual o
UC3854 está habilitado e conseqüentemente gera os pulsos de comando para o interruptor boost,
tem-se o circuito funcionando com pré-regulador boost, e desta forma, a tensão da fonte auxiliar é
fornecida por um enrolamento auxiliar do indutor boost. Esta topologia foi definida para minimizar
as perdas, pois no regulador série transistorizado tem-se elevadas perdas no resistor de coletor do
transistor, o que inviabiliza a implementação do mesmo. Para diminuir as perdas utiliza-se como
Instituto de Eletrônica de Potência 12
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
5.1 Introdução
De modo a facilitar a análise, será considerado o conversor boost em sua configuração CC-CC
para efeito de descrição das etapas de funcionamento.
Na Fig. 5 mostra-se o diagrama elétrico do conversor boost em estudo.
Lin Db
+
Sb
Vin Co Ro Vo
No instante t0 o interruptor Sb entra em condução. Durante esta etapa o indutor Lin armazena
energia recebida da fonte Vin. A corrente no mesmo cresce linearmente até atingir o seu valor de
Instituto de Eletrônica de Potência 14
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
pico em t1. No instante t1 o interruptor é aberto. A corrente da carga nesta etapa de funcionamento
é fornecida pelo capacitor Co. Na Fig. 6 mostra-se o circuito do conversor para a primeira etapa de
funcionamento. O tempo de duração desta etapa é determinado pelo circuito de controle e comando
em função da tensão de saída, do valor médio da tensão de entrada e da amostra de corrente no
indutor boost.
Lin Db
+
Sb
Vin Co Ro Vo
Vin
I in (t ) = I o ( mín ) + t (Eq. 1)
Lin
Lin Db
+
Sb
Vin Ro Vo
Co
Vo − Vin
I in (t ) = Ip − t (Eq. 2)
Lin
Na Fig. 8 mostra-se o conversor boost com tensão senoidal retificada na entrada. Mostra-se
também nesta figura o diagrama de blocos do circuito de comando e controle que será discutido
com detalhes no Cap. 6. O indutor Lin opera em alta freqüência e em condução contínua. O tempo
de condução do interruptor Sb é determinado pelo circuito de controle e comando em função da
tensão de saída, do valor médio da tensão de entrada e da amostra da corrente no indutor boost. Este
sensoriamento (amostragem) da corrente pode ser feito através de um resistor shunt ou usando-se
sensores de efeito hall. O controle do conversor é realizado por valores médios instantâneos através
do circuito integrado UC3854.
Lin Db
Lf
Sb
Vin + Cf Co Ro
-
I
amostrada
Comando
e
Controle
Na Fig. 9 mostra-se a forma de onda da corrente no indutor boost. Por esta forma de onda
nota-se a presença de harmônicas de alta freqüência na corrente de entrada, que é a mesma do
indutor boost para um semi-período da rede. Desta forma torna-se necessário incluir no circuito do
pré-regulador um filtro passa-baixa, a fim de impedir a propagação destas harmônicas de corrente
para a rede. Este filtro passa-baixa é implementado inserindo-se um indutor em série com a rede e
um capacitor em paralelo com a entrada da ponte retificadora a diodos. Como a indutância
necessária para este filtro é pequena, pode-se fazer uso da própria indutância de linha (da rede CA).
I I
Lin Lin
Como o conversor está operando em condução contínua, a relação entre a tensão de entrada e
Instituto de Eletrônica de Potência 17
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Vo 1 Vo 1
= ∴ = (Eq. 4)
Vin 1 − D Vp ⋅ sen(ωt ) 1 − D(ωt )
Isolando-se D(ωt) tem-se a expressão que define a razão cíclica para um período completo de
funcionamento do conversor boost, o que equivale a meio período de rede:
Vp
D ( ωt ) = 1 − sen(ωt ) (Eq. 5)
Vo
1.0
0.8
D(θ)
0.6
0 π π
2
θ
1 π
D min = 1 − p/ ωt = (2 ⋅ n + 1) ⋅ n = 0,1,2,... (Eq. 7)
β 2
di Lin
Vp ⋅ sen(ωt ) = L in ⋅ (Eq. 8)
dt
∆i Lin
Vp ⋅ sen(ωt ) = L in ⋅ (Eq. 9)
∆t
∆t = D ⋅ Ts (Eq. 10)
Lin ⋅ ∆i Lin Vp
= sen(ωt ) − sen 2 (ωt ) (Eq. 11)
Vp ⋅ Ts Vo
Definindo-se o termo a esquerda da (Eq. 11) como variação de corrente parametrizada ( ∆i Lin )
tem-se:
Lin ⋅ ∆i Lin
∆i Lin = (Eq. 12)
Vp ⋅ Ts
0.8
0.6
0.2
0
0
π π
2
θ
Esta curva mostra que a máxima variação de corrente parametrizada ocorre em π/2 e é dada
por:
Vp π 2 ⋅ 88 π
∆i Lin = sen(ωt ) − sen 2 (ωt ) = sen − sen 2 = 0,689 (Eq. 13)
Vo 2
400 2
∆i Lin ⋅ Vp
Lin = (Eq. 14)
∆i Lin max ⋅ fs
Em função da operação do circuito sob tensão universal, tem-se diferentes valores de corrente
na entrada para as diversas possibilidades de tensão na entrada.
Para tensão nominal de 220V na entrada tem-se:
Instituto de Eletrônica de Potência 20
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Po 600
I in _ ef = = = 2,87 A (Eq. 15)
η ⋅ Vin 0,95 ⋅ 220
Po 600
I in _ ef _ max = = = 7,10A (Eq. 17)
η ⋅ Vin _ min 0,95 ⋅ 88
Onde:
• Ae - Área da seção transversal do núcleo;
• Aw - Área da janela do núcleo;
• Kw = 0,7 - Fator de utilização da área da janela;
• Jmax = 300A/cm2 - Densidade de corrente;
• Bmax = 0,25T - Variação da densidade de fluxo.
Os valores de Kw, Jmáx e Bmáx são valores típicos de projeto [7], para as especificações
anteriormente apresentadas.
Portanto o produto AeAw será:
I in _ ef _ max 7,10
S Lin = = = 0,024cm 2
J max 300
(Eq. 31)
Podem ser usados três (3) condutores de 18 AWG em paralelo. A resistividade e área do
condutor isolado, para o condutor 18 AWG são dadas por:
y 2,3294
∆B max Ve 0,025 78,2
Pnucleo = Cm ⋅ fs x ⋅ ⋅ = 7,9292 ⋅10 −3 ⋅130k1, 4017 ⋅ ⋅ = 0,337 W
2 1000 2 1000
(Eq. 38)
Possibilidade de construção
Aw nec 2,067
k ocup = = = 0,559 (Eq. 43)
Aw 3,7
Pode-se notar que é possível construir o indutor, ou seja, a área de janela disponível é maior
do que a área necessária pelo enrolamento.
Po 600
Co = = = 99,47µF ≅ 100µF
4 ⋅ π ⋅ f ⋅ Vo ⋅ ∆Vo 4 ⋅ π ⋅ 60 ⋅ 400 ⋅ 20 (Eq. 45)
Pode-se usar então dois capacitores de 220µF x 250V ligados em série, resultando em um
capacitor de 110µF x 500V.
2 2
3 2 ⋅ Vin _ min ⋅ I in _ pico _ max
= 7,10 2 − 3 ⋅ 2 ⋅ 88 ⋅10,04 = 6,83A
I Sb _ ef _ max = I in _ ef _ max 2
− ⋅
8 Vo 8 400
(Eq. 46)
A corrente de pico sobre o interruptor boost é igual a corrente de pico no indutor boost:
∆Vo 20
VSb _ max = Vo + = 400 + = 410V
2 2 (Eq. 48)
O interruptor escolhido foi o IRFP 460, que é um MOSFET com as seguintes características:
Po 600
I Db _ med = = = 1,5A
Vo 400 (Eq. 53)
∆Vo 20
VDb _ max = Vo + = 400 + = 410V
2 2 (Eq. 55)
O diodo a ser utilizado será o MUR 460 que possui as seguintes características:
I Dret _ med = 0,45 ⋅ ( I in _ pico _ max + ∆I Lin ( máx ) ) = 0,45 ⋅ (10,04 + 1,004) = 4,97 A (Eq. 56)
Instituto de Eletrônica de Potência 28
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
I Dret _ ef _ max = 0,707 ⋅ ( I in _ pico _ max + ∆I Lin ( máx ) ) = 0,707 ⋅ (10,04 + 1,004) = 7,80 A (Eq. 57)
A freqüência de ressonância do par Lf e C1 deve ser posicionada uma década (fs/10) antes da
freqüência de comutação e deve ser cinqüenta (50) vezes maior que a freqüência da rede (50fr).
Com estas restrições, a freqüência de ressonância do filtro será:
fs 130k
50 ⋅ f r ≤ f f ≤ 50 ⋅ 60 ≤ f f ≤
10 ∴ 10 ∴ 3kHz ≤ f f ≤ 13kHz ∴ f f = 8kHz (Eq. 59)
1 1
C1 = = = 2,6µF
L f ⋅ (2 ⋅ π ⋅ f f )
2
150µ ⋅ (2 ⋅ π ⋅ 8k )2 (Eq. 61)
Como o valor deste capacitor é aproximado, em função da indutância de linha não ser
conhecida com exatidão usou-se para C1 um capacitor de poliéster de 1µF x 400V, em função da
disponibilidade do laboratório.
Com a configuração usual do conversor elevador, a maior parte da energia perdida durante as
comutações, ocorre por causa da recuperação reversa do diodo boost, cujo efeito é um pico de
corrente circulando sobre o interruptor principal. Se este pico de corrente ocorrer enquanto a tensão
sobre este interruptor ainda for elevada, tem-se então uma grande quantidade de energia perdida.
Uma configuração de snubber que limita a derivada de crescimento da corrente sobre o
interruptor faz com que não haja coincidência entre o pico de corrente de recuperação reversa e
tensão alta sobre o interruptor, eliminando-se a maior parte das perdas por comutação do circuito. A
topologia do conversor com o snubber não-dissipativo é então apresentada na Fig. 14.
Db Ls
Cs
+
Ii
Vo
Ds1 Ds2 _
Sb
Circuito snubber
Db iLs Ls Db iLs Ls
+ +
vCs_ Cs vCs_ Cs
+ +
Ii Ii
Ds1 Ds2 _ Vo Ds1 Ds2 _ Vo
Sb Sb
+ +
vCs_ Cs vCs_ Cs
+ +
Ii Ii
Ds1 Ds2 _ Vo Ds1 Ds2 _ Vo
Sb Sb
+ +
vCs_ Cs vCs_ Cs
+ +
Ii Ii
Ds1 Ds2 _ Vo Ds1 Ds2 _ Vo
Sb Sb
+
vCs_ Cs
+
Ii
Ds1 Ds2 _ Vo
Sb
Sétima etapa.
Fig. 15 - Etapas de funcionamento.
Instituto de Eletrônica de Potência 31
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Durante esta etapa, conduz o diodo principal, transferindo energia da fonte de entrada para a
carga.
O interruptor principal é comandado a conduzir. A corrente que circula pelo indutor (Ls)
decresce linearmente e a corrente sobre o interruptor principal cresce linearmente com a mesma
derivada. Isto ocorre até que a corrente pelo indutor se anule. A tensão sobre o interruptor vai a
zero.
A corrente que circula pelo indutor inverte de sentido e cresce linearmente, armazenando
energia, até que o diodo principal recomponha sua capacidade de bloqueio.
A corrente de entrada circula pelo interruptor principal. Nesta etapa, no circuito real, se dá a
armazenagem de energia no indutor de entrada.
capacitor descarrega parte da energia acumulada. Esta etapa ocorre até que a corrente que circula
pelo indutor se iguale à corrente de entrada, onde ocorre o bloqueio do diodo Ds2.
A corrente de entrada circula por Ds1, Cs e Ls, descarregando o resto da energia do capacitor.
A tensão sobre o capacitor vai a zero de modo linear. Quando esta tensão se anula, o diodo Ds1
bloqueia e volta-se a primeira etapa.
As principais formas de onda deste circuito são apresentadas na Fig. 16. Verifica-se que,
praticamente, só há perda de energia durante o bloqueio do interruptor principal. Com a utilização
de MOSFET’s esta perda é muito pequena, já que o bloqueio deste tipo de semicondutor é muito
rápido.
∆t3
iLs ∆t1 ∆t5 ∆t7
Ii
t
∆t6
Irr
vCs ∆t2 Vc
Vc1
iSb ∆t4 t
vSb Vo Irr + Ii
Ii
iDb t
vDb Vo
Vc
Ii Vc1
t
Irr
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7
D•Ts
3 ⋅ Vo ⋅ t rr
Lr' = (Eq. 62)
I in _ pico _ max
Conhecendo-se o tempo de recuperação reversa do diodo boost (trr), que para o MUR 460 é
dado por:
3 ⋅ 400 ⋅ 60n
Lr' = = 7,1µH (Eq. 64)
10,04
4 ⋅ t com 2
Cr ' = (Eq. 65)
π 2 ⋅ Lr '
4 ⋅ 81n 2
Cr ' = = 374pF (Eq. 67)
π 2 ⋅ 7,1µ
Instituto de Eletrônica de Potência 34
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Por simulação obteve-se os seguintes valores para Lr e Cr de modo a buscar a melhor atuação
do Snubber na topologia proposta:
L r ⋅ I in _ pico _ max ⋅ I Db _ ef ⋅ 10 −2
AeAw = (Eq. 70)
kw ⋅ B max ⋅ J max
Onde:
Os valores de Kw, Jmáx e Bmáx são valores típicos de projeto [7], para as especificações de
projeto anteriormente apresentadas.
N L r 2 ⋅ µo ⋅ Ae ⋅ 10 −1 18 2 ⋅ 4π ⋅ 10 −7 ⋅ 0,23 ⋅ 10 −1
lg = = = 0,94mm (Eq. 78)
Lr 10µ
I Db _ ef 1,93
S Lin = = = 0,0064cm 2 (Eq. 79)
J max 300
Pode-se usar então um condutor de 19 AWG. A resistividade e área do condutor isolado, para
o condutor 19 AWG são dadas por:
y 2,3294
∆B max Ve 0,025 9
Pnucleo = Cm ⋅ fs x ⋅ ⋅ = 7,9292 ⋅ 10 −3 ⋅ 130k 1, 4017 ⋅ ⋅ = 0,039W (Eq. 86)
2 1000 2 1000
Aw nec 0,2
k ocup = = = 0,74
Aw 0,27 (Eq. 91)
Pode-se notar que é possível construir o indutor, ou seja, a área de janela disponível é menor
do que a área necessária pelo enrolamento.
Lin Db Lsn
MUR460 MUR460
Sb IRFP460 Co Ro
Vin
100uF 267ohm
124.45V Dg Rg
22
Vg
D 0,69
Ton = D ⋅ Ts = = = 5,3µs
fs 130k (Eq. 93)
Na Fig. 18 mostra-se a forma de onda da tensão na entrada e na saída.
800V
Vo
600V
400V
200V
Vin
0V
0s 4ms 8ms 12ms 16ms 20ms 22ms
Time
6.0A
I
Lin
5.0A
4.0A
10A
0A
I
Sb
-10A
10A
I
Db
0A
-10A
21.51003ms 21.51500ms 21.52000ms 21.52500ms 21.53000ms 21.53500ms
Time
25.0
10.0
I
Sb
V
Sb
0
-3.5
Time
25.0
10.0
I
Sb
V
Sb /20
-3.5
Time
150A
I
Inrush
100A
50A
0A
Time
Pode-se concluir que é necessário limitar a corrente de partida do pré-regulador. Isto é feito
usando-se um resistor de alta potência em série com a rede, dimensionado para limitar a corrente de
partida em valores toleráveis pelos componentes do circuito (diodos, indutor boost, resistor shunt,
etc). Após um tempo pré-definido, em função do crescimento da tensão na saída, o resistor de
partida é curto circuitado através de um relê.
Instituto de Eletrônica de Potência 42
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
A técnica de controle da corrente de entrada por valores médios instantâneos é uma das mais
utilizadas na correção do fator de potência de retificadores operando em condução contínua de
corrente, sendo, portanto, bastante aconselhada para conversores monofásicos de potência mais
elevada.
Esta técnica consiste em monitorar a corrente de entrada do conversor e controlá-la através da
comutação do interruptor do conversor para que ela siga uma referência senoidal com o mínimo de
erro. Este controle é bastante apropriado para conversores que têm uma característica de fonte de
corrente na entrada, como, por exemplo, o conversor elevador, operando em condução contínua de
corrente no indutor de entrada.
Na Fig. 23 mostra-se o diagrama simplificado da estratégia de controle aplicada ao conversor
Boost.
Lin Db
D1 D2 +
S1
+
Vin
- Co
Sensor
de
D3 D4 Corrente -
Controle
e
Comando
Verifica-se que neste tipo de controle, disponível em alguns integrados comerciais como o
UC3854, além de se fazer um sensoramento da corrente no indutor Lin, existe um controle da
tensão de saída e um sensoramento da tensão da rede.
O projeto adequado dos circuitos de controle e a análise de estabilidade do sistema são pontos
Instituto de Eletrônica de Potência 43
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Sb
ILin
D
Filtro K PWM
P.B.
Ri(s)
ei(s) - + Vref
+ -
Iref
ev(s)
B Multiplicador
A
A.B Rv(s)
C
X
2
C
Pode-se verificar que a malha de controle consiste de duas malhas de realimentação: uma
interna de corrente e uma externa de tensão.
O regulador de tensão “Rv(s)” gera um sinal de controle “A” de modo a tentar corrigir o erro
“ev(s)” existente entre a tensão amostrada de saída e um sinal de referência. Logo, se a tensão de
saída é bem maior que a tensão especificada em projeto, o sinal de controle “A” atua de forma a
diminuir a referência “Iref” da malha interna de corrente, colocando o interruptor a conduzir por um
tempo menor. Com isto, a tensão de saída é mantida no valor desejado de projeto. Aqui vale
ressaltar que a malha de tensão deve ter uma resposta bem mais lenta do que a malha de corrente, já
que a ondulação de 120Hz na tensão de saída não pode deixar de existir, caso contrário, a corrente
que aparecerá na entrada do pré-regulador não mais será uma senóide. Conclui-se que esta malha
deve ser sensível a variações no valor médio da tensão de saída e não ao valor instantâneo.
Através do atenuador “K”, amostra-se a tensão retificada da rede, a qual irá impor a forma de
onda da corrente na entrada do pré-regulador. O atenuador gera um sinal de controle “B”.
Através do filtro passa-baixa (Filtro P.B.) amostra-se um valor proporcional ao valor eficaz da
tensão da rede, logo, se por acaso a tensão da rede diminuir, o sinal de controle “C” atuará de forma
Instituto de Eletrônica de Potência 44
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
a subir a corrente de referência colocando o interruptor a conduzir por mais tempo, mantendo-se
constante o valor médio da tensão de saída. Através do diagrama pode-se verificar que a saída do
filtro passa-baixa é elevada ao quadrado antes de se tornar o sinal de controle “C”. É simples o
porquê desta operação: caso a tensão da rede decresça, isto será sentido não só no filtro passa-baixa,
como também no atenuador “K”. Como o sinal de controle “C” entra no multiplicador dividindo,
enquanto que “B” entra multiplicando, caso a saída do filtro passa-baixa não seja elevada ao
quadrado, a corrente de referência não será sensível à variações da tensão da rede, já que “C” se
cancelaria com “B”. O multiplicador, de posse dos sinais de controle “A”, “B” e “C”, gera uma
corrente de referência “Iref”. Este sinal é comparado com uma amostra da corrente do indutor Boost
e o erro “ei(s)” entra em um regulador de corrente “Ri”. A saída do regulador de corrente é
comparada com um sinal dente de serra, através de um circuito PWM gerando o sinal de comando
para o interruptor Sb.
A fim de que a corrente de entrada do pré-regulador siga uma referência senoidal e em fase
com a tensão de entrada, é necessário projetar adequadamente o controle da malha de corrente deste
conversor. Para isto, deve-se levantar a função de transferência da corrente de entrada “ILin” em
relação à variável de controle, no caso a razão cíclica “D”.
A função de transferência G(s) = ILin(s)/D(s) pode ser obtida da maneira descrita a seguir. O
modelo simplificado do conversor operando em condução contínua de corrente e considerando a
tensão de entrada constante e a tensão de saída sem ondulação é apresentado na Fig. 25.
Lin Db
Sb
Vin Vo
Para o conversor do tipo Boost, as seguintes relações são válidas (apresentadas anteriormente
no cap. 5):
Vo 1
= → Vin = Vo ⋅ (1 − D) (Eq. 95)
Vin 1 − D
Io
= 1− D → I o = (1 − D) ⋅ I in (Eq. 96)
I in
Quando o interruptor Sb está conduzindo, a tensão sobre ele é zero. No intervalo em que o
mesmo se encontra bloqueado, a tensão sobre ele passa a ser Vo. Logo, pode-se concluir que o
interruptor “Sb” é visto pela fonte de entrada “Vin” como uma fonte de tensão cujo valor médio
vale Vo(1-D). A mesma análise feita para a tensão sobre o interruptor pode ser feita para se
calcular o valor médio da corrente na fonte de tensão de saída “Vo”, tendo como resultado Io = (1-
D)Iin. Tais aproximações nos leva a redesenhar o circuito da Fig. 25 de modo a obter o circuito da
Fig. 26.
Lin
ILin
Vo(1-D) (1-D)Iin
+ +
- +
Vin Vo
- a -
diLin
Vin − Vo ⋅ (1 − D) = Lin ⋅ (Eq. 97)
dt
diLin Vin − Vo ⋅ (1 − D)
= (Eq. 98)
dt Lin
Instituto de Eletrônica de Potência 46
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Sabe-se que uma variação na razão cíclica do interruptor “Sb” implica em uma variação na
corrente do indutor, logo, inserindo tal perturbação na (Eq. 98) obtém-se a (Eq. 99).
De modo a tornar as (Eq. 99) e (Eq. 100) verdadeiras, a (Eq. 101) deve ser válida.
d (∆iLin ) Vo ⋅ ∆D
= (Eq. 101)
dt Lin
Aplicando Laplace a (Eq. 101) tem-se a (Eq. 102), a qual representa a função de transferência
do conversor Boost necessária a análise da malha de corrente.
∆iLin ( s ) V
= o (Eq. 102)
∆D( s) s ⋅ Lin
∆i Lin ( s ) Vo
= (Eq. 103)
∆D( s ) s ⋅ Lin
Instituto de Eletrônica de Potência 47
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Possui somente um pólo na origem, tendo como conseqüência erro estático nulo;
É estável, já que a passagem pela freqüência de corte se dá com uma inclinação de
–20dB/década;
dB
Função aproximada
Função real
-20dB/década
Wcorte
0
w
dB
-40db/década
0 Wcorte
w
-40db/década
G(jw) proporcional-integral
G(jw) planta
0 Wzero Wcorte w
-20db/década
dB
-40db/década
0 Wz Wc Wp2 w
-20db/década
Fig. 30 - Função de laço aberto ilustrativa utilizando um compensador do tipo avanço e atraso
de fase.
R3 C1
C2
R2
Vin -
Vo
+
Vo( s ) − (1 + s ⋅ R3 ⋅ C1)
= (Eq. 104)
Vin( s ) s ⋅ R3 ⋅ C 2 ⋅ C1
s ⋅ R 2 ⋅ (C1 + C 2) ⋅ (1 + )
C1 + C 2
C1 + C 2
w p2 = → freqüência do pólo 2 (Eq. 106)
R3 ⋅ C 2 ⋅ C1
1
Wz = → freqüência do zero (Eq. 107)
R3 ⋅ C1
R3
G fp (dB) = 20 ⋅ log( ) → ganho de faixa plana (Eq. 108)
R2
Para o correto posicionamento dos pólos e zeros deste compensador, deve-se ter em mente as
seguintes observações:
Quanto maior o valor da frequência do zero, o compensador tende a ficar mais rápido, com
uma banda passante maior, possibilitando menor distorção à corrente de fase;
A freqüência de corte do sistema (função de transferência de laço aberto) deve ser no
máximo igual a metade da freqüência de comutação, de modo a obedecer o teorema da
amostragem [2];
O zero deverá estar alocado abaixo da freqüência de corte, para garantir que a função de
transferência de laço aberto cruze a freqüência de corte com uma inclinação que não seja
de –40dB/década. É comum posicionar o zero uma década abaixo da freqüência de corte;
O ganho em faixa plana do compensador deve ser ajustado para satisfazer o critério da
freqüência de corte;
O segundo pólo é geralmente posicionado na metade da freqüência de comutação.
Para se obter uma corrente de entrada praticamente senoidal e com fator de deslocamento
nulo, é necessário um sistema de controle da corrente do indutor em malha fechada. O diagrama
básico de controle é apresentado na Fig. 32.
Instituto de Eletrônica de Potência 51
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Lin Db
Sb
+ Vg +
Vin Vo
-
-
ILin
Rsh
R3 C2
- +
Vsh 0
C1
-
R1 VR1 R2
+ -
Vc
+
Vg
+
-
Iref Vds
0 0
A corrente no indutor circula por um resistor shunt provocando uma queda de tensão “Vsh”.
Uma fonte de corrente de referência, a qual impõe a forma de onda da corrente que deve circular
pelo indutor, provoca uma queda de tensão no resistor “R1” dada por “VR1”. O compensador, da
forma como está concebido, funciona como um diferenciador, logo, ele estará sempre respondendo
com o intuito de tornar nula a diferença existente entre “Vsh” e “VR1”.
Desprezando a preocupação com a regulação da tensão de saída do circuito, o valor da
amplitude da corrente de referência é fixo, e deve ser calculada como segue (para fins de
simulação):
∆i Lin
R sh ⋅ ( I in ( pico ) + )
I ref = 2 (Eq. 109)
R1
onde,
1
I in ( pico ) = Po ⋅ ⋅ 2 (Eq. 110)
Vin (ef )
Instituto de Eletrônica de Potência 52
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Vsh ( s ) Rsh Vo
= ⋅ (Eq. 112)
Vc ( s ) VT s ⋅ Lin
Onde VT é a amplitude do sinal da dente de serra.
Com isto, para efeito de simplificação, a saída do conversor Boost pode ser representada
como indica a Fig. 33.
IDmd Co Ro
A corrente fornecida pela fonte de corrente é igual a somatória das correntes no capacitor e no
resistor de carga, logo:
dVo Vo
(1 − D) ⋅ I Lin = Co ⋅ + (Eq. 114)
dt Ro
Aplicando Laplace a (Eq. 114), obtém-se a (Eq. 115) que representa a função de transferência
do conversor Boost necessária ao projeto do compensador de tensão.
Vo ( s ) R ⋅ (1 − D)
= o (Eq. 115)
I Lin ( s ) 1 + s ⋅ Co ⋅ Ro
Vo ( s ) R ⋅ (1 − D)
= o (Eq. 116)
I Lin ( s ) 1 + s ⋅ Co ⋅ Ro
Instituto de Eletrônica de Potência 54
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Possui somente um pólo e o mesmo não se encontra na origem, ocasionando desta forma o
aparecimento de um erro estático, o qual deve ser corrigido pelo compensador a ser
projetado;
É estável, já que a passagem pela freqüência de corte se dá com uma inclinação de
–20dB/década;
-40db/década
G(jw) planta
G(jw) integrador
-20db/década
0
Wpólo Wcorte w
G(jw) planta
-40db/década
-20db/década
Wpólo
0 Wcorte
w
G(jw) proporcional-integral
Wzero
R7 C3
R6
Vin -
Vo
+
Vo( s ) − (1 + s ⋅ R7 ⋅ C 3)
= (Eq. 117)
Vin( s ) s ⋅ R6 ⋅ C 3
onde,
1
Wz = → freqüência do zero (Eq. 119)
R7 ⋅ C 3
R7
G fp (dB) = 20 ⋅ log( ) → ganho de faixa plana (Eq. 120)
R6
Para o correto posicionamento dos pólos e zeros deste compensador, segue-se a seguinte
metodologia:
O zero deverá estar alocado abaixo da freqüência de corte, para garantir que a função de
transferência de laço aberto cruze a freqüência de corte com uma inclinação que não seja
de –40dB/década. Posiciona-se o zero em uma freqüência uma década abaixo da
freqüência de 120Hz que deve estar presente na ondulação da tensão de saída;
Ajusta-se o ganho em faixa plana para ter um valor negativo. Considera-se –10dB um
valor adequado.
Instituto de Eletrônica de Potência 57
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Para se obter uma tensão de saída com valor médio regulado, é necessário um sistema de
controle desta tensão em malha fechada. O diagrama básico de controle é apresentado na Fig. 37.
Lin Db
Ra1
Sb
Vg +
+
Vin Co
-
-
Ra2
ILin
Rsh
- +
Vsh 0
-
R1 VR1
+ Regulador de corrente
e Vg
PWM
C3 R7
Iref' R6 Va
-
Vc
+
Iref
+ Vref
-
0
Como se pode verificar, o compensador de tensão irá gerar um sinal de controle “Vc” que
multiplicado por “Iref” dará origem ao novo sinal de referência para a malha de corrente. Para
compreender melhor o funcionamento da malha de tensão, toma-se a seguinte situação como
exemplo: Em um dado instante houve uma redução na carga alimentada pelo conversor, logo, a
tensão média de saída sobe e fica maior que o nível especificado em projeto. O compensador
integra o erro devido à diferença entre o valor amostrado “Va” e o valor de referência “Vref”,
gerando um sinal de controle que, multiplicado por “Iref”, tenderá a diminuir o tempo em que o
interruptor irá conduzir, diminuindo desta forma o valor médio da tensão de saída até o valor
Instituto de Eletrônica de Potência 58
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
especificado em projeto.
Para o cálculo dos resistores Ra1 e Ra2 utiliza-se a (Eq. 121).
Vo ⋅ R a 2
Vref = (Eq. 121)
Ra1 + Ra 2
Lin Db
Ra1
S1
Vg +
P1 Co
-
ILin
Ra2
Rsh
- + 0
Vsh
R1 R2
R6
C3
R3 R7
R8 C1
C2
5 4 3 11 7 Dg2
Dg1
2 16 Vg
Rg2
C9 R9 Tg Dzg
Rg1
9
UC3854
C8 R10
R11
6 1 terra
R12
R13
8 15 10 13 14 12
C6 R14 C7 R15
C10 C4 C5 R16
+Vcc
Todas as tensões envolvidas no circuito de controle e comando são referenciadas a este pino.
Este pino é responsável pela proteção do circuito de potência contra sobrecorrente. Interno ao
CI, este pino é conectado a um circuito lógico que, na presença de uma tensão V pino 2 = 0 , o mesmo
desabilita os pulsos de comando do interruptor (saída do pino 16). Como pode-se verificar na Fig.
38, a este pino estão conectados 3 componentes: R8, R9 e C9. Sabe-se que, interno ao pino 9, há
uma fonte dc regulada no valor de Vref = 7,5V, logo, tomando-se a malha de corrente formada por
R8, R9, Vref e Rsh, obtém-se a seguinte expressão:
O valor máximo de corrente que será permitido por este pino de proteção vale:
Com isto,
O capacitor C9 funciona como filtro para ruídos de alta freqüência que possam fazer atuar o
circuito de proteção de modo indevido.
Instituto de Eletrônica de Potência 60
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Interno ao CI, entre estes dois pinos existe um amplificador operacional que deve ser utilizado
como compensador da malha de corrente. Logo, os componentes R2, R3, C1 e C2 são os próprios
componentes do compensador de avanço e atraso de fase analisado em 6.2.2.2.
Este pino representa a saída do multiplicador. A este pino está conectado o componente R1, o
qual faz parte do funcionamento do compensador diferencial de avanço e atraso de fase da malha de
corrente. Segundo o catálogo do componente, a corrente máxima que pode ser fornecida pelo
multiplicador é da ordem de 600µA. Por segurança, adota-se um valor máximo permitido de
400µA. Esta corrente é calculada segundo a expressão abaixo:
3,75
I mult ( máx ) = (Eq. 125)
R16
R16 (pino 12) faz parte do oscilador RC que determina a freqüência de comutação do
interruptor. Logo, R16 deve ser adotado de modo a obedecer o limite da corrente na saída do
multiplicador.
Conforme descrito em 6.2.3, o componente R1 deve ser dimensionado como segue abaixo:
VRsh ( máx )
R1 = (Eq. 126)
I mult ( máx )
R 2 = R1 (Eq. 127)
Instituto de Eletrônica de Potência 61
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
A entrada deste pino é na forma de corrente, ao contrário dos demais pinos que se dá na forma
de tensão. Através deste pino se dá a imposição da forma de onda da corrente que deve ter no
indutor Boost. A este pino estão conectados 2 componentes: R10 e R11. Interno ao pino 6 existe
uma fonte dc de valor V pino 6 = 6V . Caso não existisse o componente R10, a corrente de entrada
Logo, enquanto a tensão de entrada da rede não atingisse 6V, a corrente neste pino seria zero,
não representando fielmente a forma de onda desejada (senóide retificada). Colocando-se o
componente R10 entre o pino 6 e o pino 9, a corrente na entrada do pino 6 passa a ser:
R11
Vin ( pico − máx ) + [−V pino 6 + (Vref − V pino 6 ) ⋅ ]
I pino 6 ' = R10 (Eq. 129)
R11
R11
Vin ( pico− máx ) + (−6 + 1,5 ⋅ )
I pino 6 ' = R10 (Eq. 130)
R11
Logo, pode-se concluir que para R11 = 4 ⋅ R10 , haverá corrente no pino 6 para toda a faixa da
tensão de entrada da rede, logo a forma de onda da corrente será imposta com bastante fidelidade.
Como o pino 6 é a única entrada do multiplicador no modo de corrente, tal valor de corrente
deve obedecer o limite descrito anteriormente, logo:
Interno ao CI, entre estes dois pinos existe um amplificador operacional que deve ser utilizado
como compensador da malha de tensão de saída. Logo, os componentes R6, R7 e C3 são os
próprios componentes do compensador proporcional-integral analisado em 6.3.2.2.
A componente média da corrente que circula por R12, é a mesma que circula por R13 e R14,
já que o pino 8 possui alta impedância de entrada, logo:
7,5 ⋅ R14
1,414 = (Eq. 134)
R13 + R14
Como a tensão de entrada do filtro é uma senóide retificada, a mesma se encontra em uma
freqüência de 120Hz. Como se deseja atenuar ao máximo esta componente alternada, de modo a
obter-se somente a componente média desta tensão no pino 8, projetam-se os pares RC (R13C6 e
R14C7) de modo a terem uma frequência de corte uma década abaixo da frequência que se quer
atenuar, logo:
120Hz
f corte = (Eq. 135)
10
1
C6 = (Eq. 136)
2 ⋅ π ⋅ f corte ⋅ R13
1
C7 = (Eq. 137)
2 ⋅ π ⋅ f corte ⋅ R14
Como já foi mensionado anteriormente, neste pino há uma tensão regulada de 7,5V. A este
pino, também está conectado um capacitor (C8) para filtrar ruídos de alta freqüência.
Este pino tem a finalidade de habilitar as seguintes funções do circuito integrado: Saída do
circuito PWM, tensão de referência e o oscilador. Através do resistor R15, este pino é conectado ao
+Vcc (fonte de alimentação do circuito integrado).
Instituto de Eletrônica de Potência 64
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
1,25
fs = (Eq. 138)
R16 ⋅ C 5
Através deste pino conecta-se o capacitor C4 para a terra. Este capacitor determina o tempo
em que a tensão de referência, partindo de zero, atinge o seu valor nominal; desta forma, a razão
cíclica cresce progressivamente. Para o dimensionamento deste capacitor, utiliza-se a seguinte
equação:
7 ⋅ 10 −6 ⋅ t partida
C4 = (Eq. 139)
Vref
onde o tempo de partida (tpartida) é o tempo necessário para que o capacitor de saída do conversor
atinja um determinado nível de tensão especificado pelo projetista.
A este pino conecta-se uma fonte auxiliar com tensão entre 18V e 30V. Também conecta-se
um capacitor (C10) de modo a filtrar ruídos em alta freqüência.
É através deste pino que são gerados os pulsos de comando para acionar o interruptor Boost.
Interno ao CI, existe um circuito Driver com a finalidade de fornecer a corrente necessária à
entrada em condução do interruptor. De modo a tornar mais rápido o bloqueio do mesmo, é comum
Instituto de Eletrônica de Potência 65
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
adicionar um circuito externo a este pino, composto pelos seguintes componentes: Rg1, Rg2, Dg1,
Dg2, Dzg e Tg.
Conforme o catálogo do fabricante [6], o pino 16 pode fornecer uma corrente de no máximo
1A, logo, para o dimensionamento deste circuito externo, considera-se uma corrente de no máximo
700mA. O resistor do gatilho (Rg2) deve ser dimensionado como segue abaixo:
V pino16
Rg 2 = (Eq. 140)
I pino16 ( máx )
“Dg1” e “Dg2” são diodos de sinal. “Dzg” deve grampear a tensão no gate do Mosfet no
mesmo valor de tensão da saída do pino 16. O transistor “Tg” é do tipo PNP e deve ser
dimensionado para suportar o pico de corrente durante o bloqueio do Mosfet; considera-se este
valor como sendo o próprio I pino16 ( máx ) . “Rg1” tem a finalidade de impor a corrente por “Dg1”
durante a etapa de condução do interruptor, logo deve possuir um valor de resistência adequado
para isto.
P
I proteção = 1,1 ⋅ I pico ( máx ) = 1,1 ⋅ o ⋅ 2 = 1,1 ⋅ 600 ⋅ 2 = 10,48 A (Eq. 142)
V 89
in ( mín )
3,75
I mult ( máx ) = = 375µA (Eq. 148)
10k
Como este valor de corrente é menor do que 400µA, o valor adotado para ”R16” está
coerente. Da (Eq. 126) tem-se:
1,048
R1 = = 2,78kΩ → R1 = 2,7 kΩ (Eq. 149)
375µ
Segundo as (Eq. 106), (Eq. 107) e (Eq. 108); e levando-se em conta o procedimento para
alocação dos pólos e zeros, descritos anteriormente, tem-se:
C1 + C 2 2 ⋅ π ⋅ fs
= = π ⋅ 130k = 408200radianos (Eq. 150)
R3 ⋅ C 2 ⋅ C1 2
fs 130k
2 ⋅ π ⋅ ⋅ 2 ⋅ π ⋅ ⋅
1 2 ⋅ π ⋅ f corte 4 4
= = = = 20410radianos (Eq. 151)
R3 ⋅ C1 10 10 10
Logo:
Instituto de Eletrônica de Potência 68
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
R3
G fp (204,1k ) = 20 ⋅ log = G planta (204,1k )
R2
R3
= 18,21dB (Eq. 153)
R2
Da (Eq. 127) tem-se que R 2 = 2,7kΩ , logo, substituindo-se este valor na (Eq. 153) tem-se:
1
C1 = = 1,04nF → C1 = 1nF (Eq. 155)
47k ⋅ 20,41k
− C1 − 1n
C2 = = = 55 pF
(1 − R3 ⋅ C1 ⋅ 408,2k ) (1 − 47k ⋅ 1n ⋅ 408,2k )
C 2 = 50 pF (Eq. 156)
200
150
C db( w ) 100
G db( w )
G db( w ) C db( w )
50
50
3 4 5 6
1 10 100 1 10 1 10 1 10 1 10
w
264 ⋅ 2
R11 = = 995,6kΩ → R11 = 1MΩ (Eq. 157)
375µ
R11 1M
R10 = = = 250kΩ → R10 = 220kΩ (Eq. 158)
4 4
6.5.5 R6, R7, P1, Ra1, Ra2 e C3 – Regulador de tensão e amostra da tensão de
saída
Das (Eq. 119) e (Eq.120), e levando-se em conta o procedimento para alocação do zero
discutido anteriormente para o projeto do compensador da malha de tesão de saída, tem-se:
1 2 ⋅ π ⋅ (2 ⋅ f rede ) 2 ⋅ π ⋅ (2 ⋅ 60)
= = = 75,36radianos (Eq. 159)
R7 ⋅ C 3 10 10
Instituto de Eletrônica de Potência 70
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
R7 R7
20 ⋅ log( ) = −10dB → = 0,316 (Eq. 160)
R6 R6
1
R7 = = 132,7kΩ → R 7 = 150kΩ (Eq. 161)
100n ⋅ 75,36
150k
R6 = = 474,6kΩ → R 6 = 470kΩ (Eq. 162)
0,316
“P1” é um potenciômetro que tem como finalidade ajustar o nível de referência da tensão de
saída. É uma variável de ajuste da malha de controle. Adota-se P1 = 10kΩ .
Na Fig. 40 mostra-se o diagrama de ganho do controlador de tensão.
Instituto de Eletrônica de Potência 71
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
30
20
G db_vc( w ) 10
10
3 4 5 6
1 10 100 1 10 1 10 1 10 1 10
w
Das (Eq. 132), (Eq. 133), (Eq. 134), (Eq. 135), (Eq. 136) e (Eq. 137) tem-se:
R13 =
(7,5 − 1,414) ⋅ 1M = 83,8kΩ → R13 = 82kΩ (Eq. 165)
80,1 − 7,5
120
f corte = = 12 Hz (Eq. 167)
10
1
C6 = = 162nF → C 6 = 220nF (Eq. 168)
2 ⋅ π ⋅ 12 ⋅ 82k
Instituto de Eletrônica de Potência 72
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
1
C7 = = 0,73µF → C 7 = 1µF (Eq. 169)
2 ⋅ π ⋅ 12 ⋅ 18k
De acordo com a (Eq. 138) e com o valor de “R16” calculado no tópico 6.5.2, tem-se:
1,25
C5 = = 0,96nF → C 5 = 1nF (Eq. 170)
10k ⋅ 130k
7 ⋅ 10 −6 ⋅ 1
C4 = = 0,93µF → C 4 = 1µF (Eq. 171)
7,5
15
Rg 2 = = 21,42Ω → R g 2 = 22Ω (Eq. 172)
700m
6.6 Simulação
Lin Db L1
0.66mH 10uH
C1 R7 C3
Dsna 50pF 100k 100k
Dret1 Dret2 Rdiva 130nF
R4
428k Dsnb
Vin S1 Ro R6 E6 15
++ 100uF
-1 ++
- - 100k - - -15
Co 267
Rdivb
R5
Dret3 Dret4 560
1.8k
Rsh
100m PWR -1
-1
C2 47pF
Vref
-1 7.5V
R1 R3 47k
2.7k C1 1nf
-1 E5 10 E4 10
-10 0
R12 -1
1M 0.268 V3
R13
100k R14
C6 C7
220nF 18k 1uF
Na Fig. 42 mostra-se a forma de onda da corrente no indutor Lin e da tensão de saída. Nota-se
que o erro em regime é nulo, ou seja, o circuito opera no ponto de operação previsto.
Instituto de Eletrônica de Potência 74
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
40A
I
in
20A
0A
-20A
600V
V
o
400V
200V
0V
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms
Time
Na Fig. 43 mostra-se a razão cíclica para um semi-período de rede. Nota-se que seu valor
satisfaz a expressão:
Vin _ pico
D ( ωt ) = 1 − sen(ωt ) (Eq. 173)
Vo
6.0V
D(wt)
5.0V
4.0V
3.0V
2.0V
1.0V
0V
50ms 51ms 52ms 53ms 54ms 55ms 56ms 57ms 58ms
Time
6.0V
V
T
4.0V
2.0V
Vc
0V
10V
V
gate
5V
0V
53.73210ms 53.73600ms 53.74000ms 53.74400ms 53.74800ms 53.75200ms 53.75585ms
Time
6.0V
Vc
4.0V
V
T
2.0V
0V
10V
V
gate
5V
0V
50.23066ms 50.23500ms 50.24000ms 50.24500ms 50.25000ms 50.25500ms
Time
7.1 Introdução
Lin Db
B1 Sb
Vin Laux Co Ro
A B
Rb Rc
Taux
DZ1
D1 Rs
+Vcc
C1 Rs1
A B
Caux DZ2
NA
D2 C2 Relê
Pode notar claramente dois estágios distintos: o primeiro, formado por Taux, Rc, Rb e DZ1 é
responsável pelo fornecimento de tensão para acionamento do relê na partida do pré-regulador; o
segundo, que utiliza um enrolamento auxiliar ao indutor boost (Lin) é um retificador em onda
completa, que devido a sua configuração, semelhante ao dobrador de tensão, proporciona na saída
uma tensão proporcional à tensão de saída do pré-regulador (Vo).
A corrente exigida por um relê de 12V, para um contato que suporte uma corrente de 10A e
220V é de aproximadamente:
Resta então determinar a corrente do driver interno ao circuito integrado 3854 que realiza o
comando do interruptor boost. Como este interruptor já foi especificado no Cap. 05 deste trabalho,
pode-se determinar a corrente média exigida no “gate” do mesmo pelas expressões apresentadas a
seguir:
1
E Ciss = ⋅ Ciss ⋅ Vg 2 (Eq. 177)
2
Onde:
Desta forma:
1
E Ciss = ⋅ 4,2n ⋅15 2 = 0,4725µJ (Eq. 178)
2
Portanto a corrente média total que a fonte auxiliar deve fornecer é dada por:
Instituto de Eletrônica de Potência 79
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
I aux = I CI _ in + I CI _ ext + I relê + I med _ Ciss = 16m + 10m + 40m + 4,1m = 70m ≅ 80mA (Eq. 181)
Conforme se nota na (Eq. 181) especificou-se a corrente da fonte auxiliar com um valor um
pouco superior ao determinado, com função, claro, de realizar um projeto conservativo.
No entanto, para que a tensão da fonte auxiliar seja estabelecida rapidamente convém elevar
a corrente fornecida para a carga do capacitor Caux. Desta forma, usando-se uma corrente de
300mA para o estágio de partida da fonte auxiliar (Taux, Rc, Rb e Dz1) tem-se:
Esta seria a potência para operação em regime do circuito de partida da fonte auxiliar. No
entanto este estágio só entra em operação no momento da energização do pré-regulador ou quando
Instituto de Eletrônica de Potência 80
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
da operação sem carga, que não é recomendada neste caso. Desta forma, é comercialmente aceitável
usar-se uma potência menor para Rc, da ordem de:
O resistor de base pode ser dimensionado prevendo-se um ganho forçado para o transistor
regulador série Taux:
I aux 0,3
I Taux _ base = = = 30mA (Eq. 187)
β 10
A corrente de manutenção do diodo zener é pequena e pode ser desprezada a fim de facilitar
o dimensionamento, portanto:
Nota-se que foi escolhido um valor para Vzb menor do que Vaux, isto para que em regime o
transistor Taux permaneça bloqueado.
A potência do resistor de base é dada por:
Neste caso usou-se para corrente de base em regime o valor da corrente de coletor em
regime (80mA) dividido pelo ganho forçado do transistor Taux (β=10).
A potência do diodo zener (Dz1) é dada por:
estabilizar a tensão de saída Vaux. Desta forma pode-se usar os para os diodos D1 e D2 os diodos de
sinal 1N4148, que possuem as seguintes características:
N1 V 400
Rt = = o = = 13,33 (Eq. 191)
N 2 VAB 30
N1 50
N2 = = = 3,75 espiras ≅ 4 espiras (Eq. 192)
Rt 13,33
A seção do condutor deve ser escolhida para suportar uma corrente de 80mA. Desta forma,
para uma densidade de corrente de 450A/cm2 tem-se um condutor com seção de 34 AWG.
N2
Vo − Vaux 400 4 − 22
VAB − Vaux N1 50
Rs = = = = 125Ω ≅ 120Ω (Eq. 193)
I aux I aux 0,08
O diodo zener Dz é escolhido para 22V. A potência deste zener é dada por:
Devido ao fato da tensão da fonte auxiliar ser maior que a prevista para a bobina do relê
deve-se limitar a corrente da mesma através de um resistor, dimensionado por:
Vaux − Vrelê 22 − 12
Rsl = = = 250Ω ≅ 220Ω (Eq. 196)
I relê 0,04
7.4 Simulação
150V
V
o
100V
50V
V
aux
0V
0s 0.2s 0.4s 0.6s 0.8s 1.0s
Time
400V
Vo
200V
0V
40V
Vaux
20V
0V
100mA
0A
I
partida
-100mA
100mA
I
regime
0A
-100mA
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms
Time
Nota-se que à medida que a tensão de saída se aproxima de seu valor nominal (400V), a
corrente fornecida pela fonte auxiliar começa a ser solicitada mais da etapa responsável pelo
regime, e menos da etapa responsável pela partida.
Na Fig. 49 mostra-se o detalhe, para um período de rede, da corrente fornecida pela etapa de
partida (Taux e periféricos) e da corrente fornecida pela etapa de regime (Laux e periféricos).
Instituto de Eletrônica de Potência 84
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
100mA
I
partida
80mA
60mA
40mA
20mA
I
regime
0A
-20mA
50.0ms 51.0ms 52.0ms 53.0ms 54.0ms 55.0ms 56.0ms 57.0ms 58.0ms
Time
N Retificador Sb
L2
Rrede Rrede Cy Cy Vmc
N
T
T
1 π ζ sen(n ⋅ π )
Vn = Vc máx ⋅ 2 ⋅ sen n ⋅ ⋅ sen n ⋅ π ⋅ − (Eq. 198 )
n ⋅ fs ⋅ π ⋅ ζ
2
2 Ts n ⋅π
onde:
• n é a ordem da harmônica;
• fs é a freqüência de comutação;
• ζ é o tempo de bloqueio do interruptor.
São as harmônicas da tensão Vcm que provocarão, através das capacitâncias parasitas que
existem entre o encapsulamento do transistor e o terra do circuito, a circulação de correntes
parasitas assimétricas. Logo, pode-se concluir que as amplitudes das tensões parasitas dependem de
alguns fatores, tais como: tensão após o estágio de retificação, freqüência de comutação do
interruptor principal, tempos de comutação etc. Além destes fatores, alguns outros também
influenciam em tais amplitudes, tais como: capacitâncias entre fios e entre fios e terra, lay-out da
placa de circuito impresso, malhas de grande extensão pois funcionam como verdadeiras antenas
transmissoras, recuperação de diodos etc.
A seguir apresenta-se o cálculo para os componentes Cy, L1 e L2.
Sejam os dados abaixo:
• E = 240V - valor médio na saída do retificador para a tensão eficaz máxima de rede;
• fs = 130kHz - Freqüência de comutação;
• ζ = 59ns - Tempo de bloqueio do interruptor escolhido;
• Ccd = 160 pF - Capacitância parasita entre o encapsulamento do interruptor e o dissipador.
Instituto de Eletrônica de Potência 87
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
1
Xcd 3 = (Eq. 200)
2 ⋅ π ⋅ f 3 ⋅ Ccd
Corrente que circula pelo terra devido a componente de tensão de terceira harmônica:
V3
Icd 3 = (Eq. 202)
Xcd 3
R rede
V Rrede = ⋅ Icd 3 (Eq. 205)
2
Nota-se que o nível de interferência sem o filtro de EMI é maior que o permitido pelas normas
(máximo de +54dB/µV).
• Capacitor especificado:
• Tipo: Poliéster
Capacitância: 4,7nF para cada capacitor
• Tensão: 400Vac
54
Com isto, pode-se afirmar que a parcela de corrente que flui pelo terra e não é desviada
através dos capacitores Cy (que apresentam baixa impedância para esta corrente parasita) vale:
V Rrede ( norma ) ⋅ 2
I Rrede ( norma ) = (Eq. 210)
R rede
Nota-se que este valor de corrente é muitíssimo menor que a corrente que circula pela
capacitância entre o encapsulamento do interruptor e o dissipador, devido a componente de terceira
harmônica, logo é de se concluir que as correntes parasitas, sendo escolhido um bom filtro, fica
circulando dentro do próprio circuito, contribuindo para uma baixa interferência na rede elétrica.
Para se calcular o valor das indutâncias L1 e L2, pode-se considerar que, como a corrente que
circula pelas resistências da rede é muitíssimo menor que aquela que circula pelos capacitores Cy,
despreza-se as quedas de tensão nestas resistências e assume-se que a queda de tensão nos
capacitores é a mesma que nos indutores.
1
X C1 // C 2 = (Eq. 212)
2 ⋅ π ⋅ 390 ⋅ 10 3 ⋅ 2 ⋅ 4,7 ⋅ 10 −9
Para o cálculo da indutância equivalente, considera-se que por ela passa a corrente que circula
pelo resistor equivalente da rede.
V L12
L12 = (Eq. 216)
2 ⋅ π ⋅ f 3 ⋅ I Rrede ( norma )
Para a construção dos dois indutores acoplados, utilizou-se um núcleo toroidal com a seguinte
especificação:
• Fabricante: Thornton
• Tipo: Núcleo toroidal
• Código: NT 35/22/15-2790-IP6
L1
N L1 = N L 2 = (Eq. 220)
Al
N L1 = N L 2 = 49 espiras (Eq. 221)
Como L1 e L2 estão ambos em série com a rede, os condutores utilizados na fabricação destes
indutores deve suportar a corrente que circula pelo conversor. Em 5.6.2 calculou-se a bitola do
condutor do enrolamento do indutor boost. Assim, estes condutores terão bitola 12AWG.
Instituto de Eletrônica de Potência 91
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Para o projeto foi especificado um fusível do tipo rápido. Tais fusíveis são especificados
quando um tempo de queima rápido seja requerido para sobrecargas relativamente baixas e quando
um uso duradouro e confiável seja necessário sob condições de carga total.
O fusível é especificado em função da corrente máxima suportada pelos elementos do circuito
que se deseja proteger, no caso de um circuito retificador, os diodos retificadores.
Para a ponte retificadora (SKB7/08) especificada anteriormente não encontrou-se em
catálogos as informações necessárias, pois esta encontra-se fora de linha, ou seja, não é fabricada
atualmente. Desta forma, utilizou-se os dados da ponte retificadora SKB15/08, por ser similar, mas
com características elétricas um pouco diferentes. Para esta ponte tem-se:
2 2
2 I 370
i ⋅ t = FSM ⋅ t = ⋅10m = 684A 2 s (Eq. 223)
2 2
Instituto de Eletrônica de Potência 92
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Com a tensão nominal do fusível, através do ábaco da Fig. 51, determina-se a corrente
nominal do mesmo.
Portanto, aproximando a corrente do fusível escolhido para um valor comercial tem-se que o
fusível escolhido possui as seguintes características:
Como a tensão de operação do circuito é menor do que 750V, a corrente do fusível seria
maior, portanto com o fusível escolhido, o circuito opera de maneira conservativa.
Instituto de Eletrônica de Potência 93
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
A potência do resistor de partida pode ser determinada a partir da energia necessária para
carregar os capacitores de saída, tanto o capacitor C0 como o capacitor Caux:
1 1 1 1
E total = E C o + E Caux = C o ⋅ Vo 2 + C aux ⋅ Vaux 2 = 100µ ⋅100 2 + 100µ ⋅ 20 2 = 0,52J (Eq. 229)
2 2 2 2
E total 0,52
PR start = = = 5,2W (Eq. 230)
100m 0,1
Assim, são também necessários alguns dados, dentre os quais as condições de operação do
componente quando inserido no circuito:
De posse destes dados, é necessário recorrer a alguns ábacos para se obter a corrente máxima
que irá circular pelo componente, qual a sua capacidade de absorção de energia etc; informações
estas que podem ser obtidas através do catálogo do fabricante (em anexo ao relatório).
O componente escolhido possui as seguintes especificações:
• Fabricante: Schrack
• Código: RU101012
• Características: Bobina para 12V - Contatos para 10A x 250V.
Instituto de Eletrônica de Potência 97
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
O desenho da placa de circuito impresso (PCI) foi realizado usando-se o Software Tango –
Plus 2.02 e está mostrado na Fig. 52.
Entrada
Comando
e Indutor boost
Controle
Resistor
shunt
Ajuste
de Vo
Fonte auxilar
Saída Snubber
Filtro de saída
12 ENSAIOS
12.1 Introdução
Na Fig. 55 verifica-se que a potência de entrada não é constante ao longo do tempo, esta
segue a expressão dada pela (Eq. 220) e possui a forma de um seno ao quadrado, sendo máxima no
pico da tensão de entrada e mínima na sua passagem por zero.
2.652A
2.652A
O sinal de tensão sobre o resistor Shunt, que nos revela a forma de onda de corrente no
indutor Boost, é mostrado na Fig. 56.
Instituto de Eletrônica de Potência 103
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
A saída do compensador de corrente (pino 3 do CI 3854) contém o sinal a ser comparado com
a rampa e então gerar os pulsos do pré-regulador, este representa a forma da razão cíclica do pré-
regulador e pode ser observado na Fig. 57.
condução.
Os espectros harmônicos das correntes de entrada admitida pela norma e medida no conversor
estão representados na Fig. 66.
2,0 Norma
1,8
Real
1,6
1,4
1,2
In [Aef] 1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
Nota-se pela Fig. 66 que a amplitude das harmônicas de ordem superior à nona harmônica é
desprezível. Quanto ao enquadramento na norma, verifica-se que todas as harmônicas estão abaixo
do limite estabelecido pela norma, o que comprova o funcionamento do circuito quanto à taxa de
distorção harmônica.
Na Fig. 67 observa-se o espectro harmônico da tensão da rede utilizada para alimentar o
conversor.
6,0
Tensão Eficaz Real
5,0
4,0
Vn [Vef] 3,0
2,0
1,0
0,0
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
Ordem das Harmônicas
12.4 Conclusões
Vale salientar que o rendimento é apenas o do pré-regulador propriamente dito, pois durante
estas medidas o circuito de comando era alimentado por uma fonte linear de tensão externa.
Instituto de Eletrônica de Potência 112
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
13 CONCLUSÃO
Foi de grande aprendizado desenvolver este protótipo com tensão universal na entrada, já que
assim enfrentou-se um problema mais real. Verificou-se que, de modo a obedecer esta
especificação, o indutor Boost ficou com um volume bastante elevado. Por este motivo, os esforços
nos componentes também foram elevados, fazendo com que os componentes fossem especificados
para atender tanto os casos críticos de tensão e corrente.
A fonte auxiliar utilizada se mostrou bastante eficiente, apresentando uma grande perda
somente durante a partida do circuito, na qual a mesma é alimentada por uma fonte transistorizada.
Como o conversor Boost projetado opera no modo de condução contínua, foi necessário o uso
de um Snubber não dissipativo de modo a reduzir as perdas de comutação.
Instituto de Eletrônica de Potência 113
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
14 BIBLIOGRAFIA
[1] BARBI, Ivo & SOUZA, Alexandre Ferrari de – Retificador de Alto Fator de Potência –
Publicação Interna – INEP – UFSC – Florianópolis, 1996;
[2] SOUZA, Alexandre Ferrari de – Retificadores Monofásicos de Alto Fator de Potência Com
Reduzidas Perdas de Condução e Comutação Suave – Tese de Doutorado – INEP – UFSC –
Florianópolis. 1998;
[3] BATSCHAUER, Alessandro Luiz, CHEHAB Neto, Anis Cezar & PETRY, Clóvis Antônio –
Simulação e Análise Harmônica de um Retificador com Filtro Capacitivo – Publicação Interna –
Florianópolis, 2000;
[4] HELDWEIN, Marcelo Lobo – Unidade Retificadora Trifásica de Alta Potência e Alto
Desempenho Para Aplicação em Centrais de Telecomunicação – Dissertação de Mestrado –
Florianópolis, 1999;
[5] DUARTE, Cláudio Manoel da Cunha – Conversores CC-CC ZVS-PWM Com Grampeamento
Ativo – Tese de Doutorado – Florianópolis, 1996;
[7] BARBI, Ivo – Projeto de Fontes Chaveadas – Publicação Interna – Florianópolis, 1990;
[10] UC3854 Controlled Power Factor Correction Circuit Design – Aplication Note – Unitrode –
U134.
Instituto de Eletrônica de Potência 114
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
15 ANEXOS
Instituto de Eletrônica de Potência 115
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
REF
85. LEVEL
0 dB V ACTV DET: PEAK REF LVL
MEAS DET: PEAK QP AVG
MKR 15.1 0 MHz
65. 0 8 dB V
AUTO
ATTEN
LOG
1 0 REF 85. 0 dB V MAN
dB/
AUTORANG
ON OFF
WA
SC SB
FC LIN
ONCHCK
OFF
A CORR
1More
of 3
Fig. 68 - Ensaio de EMI sem indutor de modo comum conforme a norma IEN 022 - AC.
Pode-se verificar que basicamente todo o espectro harmônico se encontra fora da norma.
O mesmo ensaio foi realizado com a inserção do indutor de modo comum e o resultado é
apresentado na Fig. 69.
Instituto de Eletrônica de Potência 116
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
REF
85. LEVEL
0 dB V ACTV DET: PEAK REF LVL
MEAS DET: PEAK QP AVG
MKR 15.1 0 MHz
65.41 dB V
AUTO
ATTEN
LOG
1 0 REF 85. 0 dB V MAN
dB/
AUTORANG
ON OFF
WA
SC SB
FC LIN
ONCHCK
OFF
A CORR
1More
of 3
Fig. 69 - Ensaio de EMI com indutor de modo comum conforme a norma IEN 022 - AC.
Verifica-se que, mesmo com a inserção do indutor de modo comum, o resultado não foi
satisfatório, apesar de que para a faixa central de freqüência conseguiu-se obedecer a norma com
uma eficácia bem melhor que no caso anterior. Alguns inconvenientes que, com certeza,
prejudicaram estes resultados foram os seguintes:
O indutor projetado não possuiu o valor de indutância esperado, já que não se dispunha de
núcleo toroidal com um valor de Al suficiente para isto;
Houve ressonância entre a indutância de linha e os capacitores da entrada da fonte,
provocando um ruído em alta freqüência na crista e no vale da corrente senoidal de
entrada, ruído este que foi conduzido para a rede contribuindo com um incremento
significativo do nível de interferência;
Sabe-se que, condicionar um circuito de modo a atender toda a faixa de freqüência exigida
pela norma é uma tarefa bastante complicada, e, às vezes, é necessário se colocar várias etapas de
filtragem, cada uma com a finalidade de atenuar uma faixa de freqüência do espectro total exigido.