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1. Introdução.
Neste sentido, este guia pretende apresentar-se como uma referência e/ou
ferramenta de trabalho orientadora na produção de conteúdos acessíveis. Além das
principais regras para a produção de documentos, serão também apresentadas algumas
sugestões de procedimentos que visam facilitar a navegação e compreensão da
informação.
2. Porquê e Para Quem Criar Conteúdos Acessíveis.
• Robusto: o conteúdo tem de ser robusto o suficiente para poder ser interpretado de
forma clara e concisa por diversos agentes do usuário, incluindo os recursos de
TA.
Mais sobre as WCAG 2.0
• WCAG 2.0;
• Lista com todas as técnicas da WCAG 2.0;
• Especificação WAI-ARIA.
3.2. e-MAG.
• O e-MAG;
• Alguns resultados do e-Mag.
4. Requisitos e Preocupações Comuns.
Nesta parte do text o são listadas as recomendações gerais, que devem ser
observadas para a criação de qualquer tipo de conteúdo. A implementação destas
recomendações eventualmente evitará interpretações errôneas da informação ou uma
perda de tempo na procura de soluções para transpor dificuldades.
Largura da página. A largura da página não deve ter Linhas de texto muito extensas
mais de 80 caracteres. Por dificultam a fixação da posição no
exemplo, uma página A4, vertical texto e a passagem para a linha
com margens de 2,5 cm, tamanho seguinte por parte de pessoas
de letra 12 e tipo de letra com algumas incapacidades de
Verdana, permite leitura ou de visão.
aproximadamente 75 caracteres
por linha.
Tamanho de Letra. Para corpo de texto: tamanho 12 O tamanho de letra deve estar
ou 11, de acordo com o tipo da adequado com a finalidade do
letra usada. Para apresentações: documento e/ou do espaço físico
tamanho 24 ou 22, de acordo onde é apresentado.
com o tipo da letra. Os títulos
devem ter um tamanho igual ou
superior ao corpo de texto.
Quebra de página. Inserir Quebra de Página na linha As linhas em branco são lidas por
posterior ao fim do texto e deixar TAs, como leitores de vídeo. Se
uma linha em branco antes de deixar uma linha em branco após
inserir a quebra de página. Não o fim de texto, esta torna-se útil
deve ser usado a sequencia de para perceber que o texto
linhas em branco para passar terminou. Muitas linhas em
para a página seguinte. branco seguidas dificultam a
navegação.
Destaques e referências. Devem ser usados vários meios O uso exclusivo da cor para
para [destacar, corrigir ou transmitir informações, corrigir
comentar]. Além da cor, devem texto ou utilizar como referência
ser usados colchetes [ ], não é perceptível por pessoas
sublinhado ou negrito. Deve com incapacidade visual.
indicar antes do destaque o
motivo do mesmo (e.g.
Comentário; Correção; Atenção;
Observação, etc.).
É sabido que uma das aplicações mais usadas para processamento de texto é o
Microsoft Word, que disponibiliza seus documentos em formatos como DOC, DOCX, RTF
e outros. Mesmo sabendo das limitações e de algumas incompatibilidades com outros
editores, aconselha-se ouso do formato DTF, pois pode ser lido por qualquer processador
de texto. Outro formato aconselhado é o ODT, que é de código aberto. A tabela a seguir
lista as recomendações e seus respectivos elemento motivadores, para o
desenvolvimento deste tipo de documento.
Numeração automática. Não deve ser usada a Muitas das numerações geradas
funcionalidade de numeração automaticamente não são
automática para listas e outros reconhecidos pela maioria das
elementos. TAs, como leitores de vídeo.
Caixas de texto. Não devem ser usadas. Ao invés TAs, como leitores de vídeo,
disso, digita-se normalmente o ignoram caixas de texto, fazendo
texto e depois é inserida uma com que o usuário da ferramenta
borda ao redor do texto digitado. não tenha acesso ao conteúdo
inserido desta forma.
Tabulações no início dos Defina (inicie) parágrafos, através Facilita a identificação do início
parágrafos. de tabulação. dos um parágrafos, tanto para as
TAs, como leitores de vídeo,
quanto para pessoas com baixa
visão.
Nome das folhas. Cada folha de cálculo deve ser As folhas identificadas com os
identificada com um nome nomes pré-definidos (Folha 1,
significativo e representativo da Folha 2, ...) eventualmente
informação. podem ocasionar má
compreensão ao leitor.
Layout. Deve ser feita uma descrição As TAs, como leitores de vídeo,
Geral do layout, deixando claro a fazem leitura linear de cima para
direção do fluxo do texto (de cima baixo. Caso a estrutura do
para baixo, da esquerda para a documento estiver em um fluxo
direita, ...). diferente (p.ex. da esquerda para
a direita) o usuário necessita
desta informação para melhor
compreender o documento.
Células mescladas. Não devem ser usadas. Tabelas TAs, como leitores de vídeo,
são para dados e não para realizam a leitura de forma linear,
modificar layout. sem agrupar linhas ou colunas.
Gráficos e outras simbologias. Como qualquer elemento de Esta tarefa pode ser feita tanto no
leitura visual, estes devem ser próprio gráfico, através da
devidamente identificados e inclusão de títulos claros e
descritos (ter um equivalente concisos; assim como pela
textual). descrição textual para outros
símbolos, diagramas e imagens.
Título Recomendação Motivo
Tamanho da fonte e quantidade Deve ser evitado colocar muito Usuários com baixa visão
de texto. conteúdo em um único slide. Isso poderão não conseguir ampliar
é feito selecionando um tamanho suficientemente um texto
razoável para a fonte. originalmente muito pequeno.
Formas automáticas. Não devem ser usadas caixas de O texto pode até ser lido, mas
texto embutidas. não na ordem que aparece. As
caixas de texto normalmente são
lidas por último em TAs.
Transição entre slides. Podem ser usadas, mas devem As transições são ignoradas por
ser evitadas. algumas TAs, assim como podem
ocasionar confusão para pessoas
com dificuldades cognitivas.
8. Criando um Documento PDF Acessível.
Os documento neste formato também são populares por poder conter diversos
elementos, entre eles texto, imagens, links, tabelas, formulários, etc. Além dos elementos
formadores do conteúdo, um documento PDF pode conter uma estrutura representativa
do conjunto de instruções que definem a lógica que engloba todos os elementos.
Ordem de Leitura. Sempre que possível, uma ordem Quando esta opção é
de leitura deve ser explicitada ao selecionada, o leitor Adobe
documento. Nos leitores usar a determina a ordem de leitura de
opção ordem de leitura "Infer documentos não marcados
reading order from document". usando um método avançado de
análise de layout. Esta opção é
recomendada pois retorna
resultados mais precisos no uso
de TAs, como leitores de vídeo.
9. Criando uma Página Web Acessível.
Em primeiro lugar o desenvolvedor deve ter em mente que o mais importante para
a acessibilidade é o código HTML (HyperText Markup Language). Leitores de tela e outros
recursos de Tecnologia Assistiva interpretam o código HTML e seus elementos
semânticos.
Sumário para conteúdos longos. Para conteúdos muito extensos, o Para quem usa o mouse para
ideal é que seja fornecido um navegar, parece uma tarefa
sumário com âncoras para as simples rolar a tela e chegar até o
seções do conteúdo. Ao final de conteúdo desejado. No entanto,
cada seção, é preciso haver um para quem utiliza o teclado ou
link que permita retornar ao outros dispositivos diferentes do
sumário. mouse, navegar por conteúdos
extensos acaba sendo uma tarefa
lenta e difícil.
Imagens. Deve ter descrição e/ou Pessoas cegas não terão acesso
contextualização. Minimizar ou ao conteúdo transmitido por uma
eliminar o uso de imagens imagem caso não tenha sido
decorativas. fornecida uma descrição para ela.
Dessa forma, é preciso descrever
de maneira apropriada todas as
imagens que transmitem
conteúdo.
Utilização da cor ou outros As informações não podem ser Uma pessoa com dificuldade de
elementos visuais. transmitidas unicamente por meio visualização ou daltonismo teria
de características sensoriais, tais problemas para identificar, por
como cor, forma, tamanho, exemplo, um item de uma lista de
localização visual, orientação ou produtos, "marcado em vermelho"
som. para indicar uma diferenciação
como "indisponibilidade
momentânea".
Com o intuito de exemplificar o processo, segue uma lista de passos para avaliar
um site Web.
Outra característica deste guia é o seu caracter normativo, não pretendendo impor
qualquer tipo de procedimentos, pretendendo apenas listar recomendações e boas
práticas, assim como conscientizar quanto ao uso destas numa perspectiva operacional
aplicada aos formatos de conteúdo mais veiculados.
Documentos que Nortearam o Desenvolvimento deste Guia.
• GONZÁLEZ, J.; MONTALVO, E,; LÓPEZ, E. & CABOT, A. Guide for creating
accessible digital content: Documents, presentations, videos, audios and web
pages. Publications Office of the University of Alcalá, 2015.
• RANALDI, F. & NISBET, P. Accessible Text: Guidelines for Good Practice. CALL
Scotland. The University of Edinburgh, 2010.
• SBIDM. Guia para P rodução de Conteúdos Digitais Acessíveis: Breve tutorial com
um conjunto de orientações técnicas para a produção e disponibilização de
conteúdos digitais acessíveis. Serviços de Biblioteca, informação documental e
museologia. Universidade de Aveiro, 2015.
• UNESCO. Guidelines for Inclusion: Ensuring Access to Education for All. United
Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, 2005.