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1ª Edição — 1979 19ª Edição — 1994 30ª Edição — 2003 2ª Tiragem — 2010
2ª Edição — 1980 20ª Edição — 1995 2ª Tiragem — 2003 3ª Tiragem — 2010
3ª Edição — 1981 21ª Edição — 1996 3ª Tiragem — 2003 38ª Edição — 2011
4ª Edição — 1982 22ª Edição — 1997 31ª Edição — 2004 39ª Edição — 2012
5ª Edição — 1983 23ª Edição — 1998 2ª Tiragem — 2004
40ª Edição — 2012
6ª Edição — 1984 24ª Edição — 1999 3ª Tiragem — 2004
7ª Edição — 1984 25ª Edição — 1999 4ª Tiragem — 2004 41ª Edição — 2013
8ª Edição — 1985 2ª Tiragem — 1999 32ª Edição — 2005 42ª Edição — 2014
9ª Edição — 1985 3ª Tiragem — 1999 2ª Tiragem — 2005 43ª Edição — 2014
10ª Edição — 1985 26ª Edição — 2000 3ª Tiragem — 2005 44ª Edição — 2015
11ª Edição — 1986 27ª Edição — 2000 4ª Tiragem — 2005 45ª Edição — 2015
12ª Edição — 1987 28ª Edição — 2001 33ª Edição — 2006 46ª Edição — 2016
13ª Edição — 1988 2ª Tiragem — 2001 2ª Tiragem — 2006
47ª Edição — 2017
14ª Edição — 1989 3ª Tiragem — 2001 34ª Edição — 2007
35ª Edição — 2008 48ª Edição — 2017
15ª Edição — 1990 29ª Edição — 2002
16ª Edição — 1991 2ª Tiragem — 2002 2ª Tiragem — 2008 2ª Tiragem — 2018
17ª Edição — 1992 3ª Tiragem — 2002 36ª Edição — 2009 49ª Edição — 2018
18ª Edição — 1993 4ª Tiragem — 2002 37ª Edição — 2010 50ª Edição — 2019
ARMANDO CASIMIRO COSTA FILHO
MANOEL CASIMIRO COSTA
MELCHÍADES RODRIGUES MARTINS
SONIA REGINA DA SILVA CLARO
CONSOLIDAÇÃO
DAS LEIS
DO TRABALHO
Homenagem ao centenário de
Armando Casimiro Costa
1918-2014
Homenagem a
Armando Casimiro Costa Filho
1950-2018
50ª EDIÇÃO
2019
EDITORA LTDA.
© Todos os direitos reservados
Consolidação das Leis do Trabalho / Armando Casimiro Costa Filho... [et al.], 50. ed. —
São Paulo : LTr, 2019.
19-23225 CDU-34:331 (81) (094)
CLT
NOTA DA EDITORA
Esta edição da CLT contém na íntegra a Constituição Federal de 1988, com as alterações ocorridas até a
Emenda Constitucional n. 99, de 14.12.2017.
Tais dispositivos deverão ser consultados sempre que no texto da CLT os seus artigos ou parágrafos
estejam com a remissão graficamente assinalada.
(exemplo: Art. 7º ).
Esta compilação contém, em tipos graúdos, a Exposição de Motivos do Ministro Alexandre Marcondes
Filho e o texto da CLT, como se acha em vigor.
Quanto às alterações introduzidas por Medidas Provisórias, é importante ter presente o disposto no art. 2º
da Emenda Constitucional n. 32, de 11.9.01, DOU 12.9.01:
“As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda continuam em vigor até
que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional”.
E, por força desta norma, foram incluídos nos dispositivos da CLT e da legislação complementar as
alterações introduzidas pela edição e reedição de Medidas Provisórias, observada a data limite de 11.9.01.
Contém, ainda, precioso Índice Alfabético e Remissivo da CLT, elaborado por um dos compiladores desta
obra, Dr. Melchíades Rodrigues Martins, com remissões à Constituição Federal/88 e suas Emendas, às Súmulas
do STF inclusive as Vinculantes, do STJ, do TFR (atual STJ) e do TST, neste, compreendendo as Súmulas,
Orientações Jurisprudenciais do TST-Pleno, da SDI 1 e 2, Transitórias, e da SDC, bem como os seus Atos e
Precedentes Normativos, Instruções, Provimentos e Resoluções. Está abrangido também pelo citado Índice a
legislação complementar, inclusive a do Código Civil e do Código de Processo Civil que tem pertinência com
as relações de trabalho.
Consta desta edição a Lei n. 13.467, de 13.7.17, denominada de Reforma Trabalhista, que altera a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis
ns. 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de
adequar a legislação às novas relações de trabalho.
Também consta a Instrução Normativa n. 41, de 21.6.18, do Tribunal Superior do Trabalho que trata da
aplicação das normas processuais da Consolidação das Leis do Trabalho alteradas pela Lei n. 13.467, de 13.7.17,
bem como a Recomendação n. 3, de 24.7.18, do Corregedor Geral da Justiça do Trabalho relacionada com a
prescrição intercorrente e sua aplicação no processo do trabalho.
Ainda, necessário se faz constar desta obra a Medida Provisória n. 808/2017, DOU 14.11.17, que alterou
vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, cuja Medida Provisória produziu os seus efeitos durante
o prazo de sua vigência, ou seja, de 14.11.17 a 23.4.18, já que teve seu prazo de vigência encerrado pelo Ato
Declaratório do CN n. 22/2018, DOU 25.4.18, sem edição de Decreto Legislativo (CF, art. 62, §§ 3º e 11)
Finalmente, esta edição contém também remissões das Súmulas, Orientações Jurisprudenciais do TST-
Pleno, SDI 1 e 2, Transitórias, SDC e Precedentes Normativos referentes aos artigos da CLT, muitas das quais
serão contrariadas pelas normas advindas da Lei n. 13.467, de 13.7.17, a partir da sua vigência que se deu
em 11 de novembro de 2017. Por essa razão, destacamos com o seguinte sinal (*) nos textos das SÚMULAS
5
E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST (p. 999) que serão afetadas com a nova Lei Reformadora,
aguardando-se que o Tribunal Superior do Trabalho venha a alterá-las adequando-se a nova realidade, ou
cancelando-as ou ainda, a sua modulação, se for o caso.
ABREVIATURAS
6
CLT LTr Convenções da OIT
Convenções da OIT
(CONSTAM TAMBÉM AS DENUNCIADAS)
(Dados obtidos junto ao site da OIT, com o acrescentamentos dos
Decretos que as ratificaram) (não publicada nesta obra)
Apenas a Convenção n. 132, que trata das férias encontra-se
publicada à p. 606, as demais tem por objetivo apenas a informação
já que não estão publicadas nesta obra
Adoção Ratificação
Convenção Título Decreto Observação
OIT — Brasil
Convenção relativa ao Emprego das Mulheres Denunciada, como resultado da
3 antes e depois do parto (Proteção à Mater- 1919 423 26.04.1934 ratificação da Convenção n. 103 em
nidade) 26.07.1961.
Convenção relativa ao Trabalho Noturno das
4 1919 423 26.04.1934 Denunciada em 12.05.1937
Mulheres
Denunciada, como resultado da
Idade Mínima de Admissão nos Trabalhos
5 1919 423 26.04.1934 ratificação da Convenção n. 138 em
Industriais
28.06.2001.
6 Trabalho Noturno dos Menores na Indústria 1919 423 26.04.1934
Convenção sobre a Idade Mínima para Admis- Denunciada, como resultado da
7 são de Menores no Trabalho Marítimo (Revista 1920 1.397 08.06.1936 ratificação da Convenção n. 58 em
em 1936) 09.01.1974.
11 Direito de Sindicalização na Agricultura 1921 41.721 25.04.1957
Indenização por Acidente do Trabalho na
12 1921 41.721 25.04.1957
Agricultura
14 Repouso Semanal na Indústria 1921 41.721 25.04.1957
Exame Médico de Menores no Trabalho Ma-
16 1921 1.398 08.06.1936
rítimo
Igualdade de Tratamento (Indenização por
19 1925 41.721 25.04.1957
Acidente de Trabalho)
21 Inspeção dos Emigrantes a Bordo dos Navios 1926 58.816 18.06.1965
22 Contrato de Engajamento de Marinheiros 1926 58.817 18.06.1965
26 Métodos de Fixação de Salários Mínimos 1928 41.721 25.04.1957
29 Trabalho Forçado ou Obrigatório 1930 41.721 25.04.1957
Denunciada, como resultado da
Convenção Relativa ao Trabalho Nocturno das
41 1934 1.396 08.06.1936 ratificação da Convenção n. 89 em
Mulheres (Revista, 1934)
24.04.1957.
Indenização por Enfermidade Profissional
42 1934 1.361 08.06.1936
(revista)
Emprego de Mulheres nos Trabalhos Subterrâ-
45 1935 3.233 22.09.1938
neos das Minas
Denunciada, como resultado da
52 Férias Remuneradas 1936 3.232 22.09.1938 ratificação da Convenção n. 132 em
23.09.1998.
Certificados de Capacidade dos Oficiais da
53 1936 3.343 12.10.1938
Marinha Mercante
Denunciada, como resultado da
58 Idade Mínima no Trabalho Marítimo (Revista) 1936 1.397 12.10.1938 ratificação da Convenção n. 138 em
26.06.2001.
80 Revisão dos Artigos Finais 1946 25.596 13.04.1948
Inspeção do Trabalho na Indústria e no Co-
81 1947 41.721 11.10.1989
mércio
88 Organização do Serviço de Emprego 1948 41.721 25.04.1957
Trabalho Noturno das Mulheres na Indústria
89 1948 41.721 25.04.1957
(Revista)
Denunciada, como resultado da
91 Férias Remuneradas dos Marítimos (Revista) 1949 66.875 18.06.1965 ratificação da Convenção n. 146 em
24.09.1998.
92 Alojamento de Tripulação a Bordo (Revista) 1949 36.378 08.06.1954
Convenção sobre Salários, Duração de Trabalho
93 1949 20 18.06.1965 A Convenção não entrou em vigor.
a Bordo e Tripulação (Revista em 1949)
7
Convenções da OIT CLT LTr
Adoção Ratificação
Convenção Título Decreto Observação
OIT — Brasil
Cláusulas de Trabalho em Contratos com
94 1949 58.818 18.06.1965
Órgãos Públicos
95 Proteção do Salário 1949 41.721 25.04.1957
Concernente aos escritórios remunerados de
96 1949 21.06.1957
empregos
97 Trabalhadores Migrantes (Revista) 1949 58.819 18.06.1965
Direito de Sindicalização e de Negociação
98 1949 33.196 18.11.1952
Coletiva
Métodos de Fixação de Salário Mínimo na
99 1951 41.721 25.04.1957
Agricultura
Igualdade de Remuneração de Homens e Mu-
100 1951 41.721 25.04.1957
lheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor
Denunciada, como resultado da
101 Férias Remuneradas na Agricultura 1952 41.721 25.04.1957 ratificação da Convenção n. 132 em
23.09.1998.
102 Normas mínimas da Seguridade Social 1952 15.06.2009
103 Amparo à Maternidade (Revista) 1952 58.820 18.06.1965
Abolição das Sanções Penais no Trabalho
104 1955 58.821 18.06.1965
Indígena
105 Abolição do Trabalho Forçado 1957 58.822 18.06.1965
Repouso Semanal no Comércio e nos Escri-
106 1957 58.823 18.06.1965
tórios
Denunciada, como resultado da
107 Populações Indígenas e Tribais 1957 58.824 18.06.1965 ratificação da Convenção n. 169 em
25.07.2002.
Denunciada, como resultado da
108 Documentos de Identidade dos Marítimos 1958 58.825 05.11.1963 ratificação da Convenção n. 185, em
21.01.2010
Convenção sobre os Salários, a Duração do Tra-
109 1958 70 30.11.1966 A Convenção não entrou em vigor.
balho a Bordo e as Lotações (revista em 1958)
Convenção sobre as Condições de Emprego
110 1958 58.826 01.03.1965 Denunciada em 28.08.1970
dos Trabalhadores em Fazendas
Discriminação em Matéria de Emprego e
111 1958 62.150 26.11.1965
Ocupação
113 Exame Médico dos Pescadores 1959 58.827 01.03.1965
115 Proteção Contra as Radiações 1960 62.151 05.09.1966
116 Revisão dos Artigos Finais 1961 62.152 05.09.1966
117 Objetivos e Normas Básicas da Política Social 1962 66.496 24.03.1969
Igualdade de Tratamento entre Nacionais e
118 1962 66.497 24.03.1969
Estrangeiros em Previdência Social
119 Proteção das Máquinas 1963 1.255 16.04.1992
120 Higiene no Comércio e nos Escritórios 1964 66.498 24.03.1969
122 Política de Emprego 1964 66.499 24.03.1969
Exame Médico dos Adolescentes para o Traba-
124 1965 67.342 21.08.1970
lho Subterrâneo nas Minas
125 Certificados de Capacidade dos Pescadores 1966 67.341 21.08.1970
126 Alojamento a Bordo dos Navios de Pesca 1966 2.420 12.04.1994
127 Peso Máximo das Cargas 1967 67.339 21.08.1970
Fixação de Salários Mínimos, Especialmente
131 1970 89.686 04.05.1983
nos Países em Desenvolvimento
132 Férias Remuneradas (Revista) 1970 3.197 23.09.1998
Alojamento a Bordo de Navios (Disposições
133 1970 1.257 16.04.1992
Complementares)
Prevenção de Acidentes do Trabalho dos
134 1970 3.251 25.07.1996
Marítimos
135 Proteção de Representantes de Trabalhadores 1971 131 18.05.1990
Proteção Contra os Riscos da Intoxicação pelo
136 1971 1.253 24.03.1993
Benzeno
137 Trabalho Portuário 1973 1.574 12.08.1994
138 Idade Mínima para Admissão 1973 4.134 28.06.2001
Prevenção e Controle de Riscos Profissionais
139 Causados por Substâncias ou Agentes Can- 1974 157 27.06.1990
cerígenos
140 Licença Remunerada para Estudos 1974 1.292 16.04.1992
141 Organizações de Trabalhadores Rurais 1975 1.703 27.09.1994
142 Desenvolvimento de Recursos Humanos 1975 98.656 24.11.1981
8
CLT LTr Convenções da OIT
Adoção Ratificação
Convenção Título Decreto Observação
OIT — Brasil
Convenções da OIT
Consultas Tripartites sobre Normas Internacio-
144 1976 2.518 27.09.1994
nais do Trabalho
145 Continuidade no Emprego do Marítimo 1976 128 18.05.1990
Convenção Relativa às Férias Anuais Pagas
146 1976 3.168 24.09.1998
dos Marítimos
147 Normas Mínimas da Marinha Mercante 1976 447 17.01.1991
148 Contaminação do Ar, Ruído e Vibrações 1977 93.143 14.01.1982
Direito de Sindicalização e Relações de Traba-
151 1978 206 15.06.2010
lho na Administração Pública
152 Segurança e Higiene dos Trabalhos Portuários 1979 99.534 17.05.1990
154 Fomento à Negociação Coletiva 1981 1.256 17.09.1992
155 Segurança e Saúde dos Trabalhadores 1981 1.254 18.05.1992
Término da Relação de Trabalho por Iniciativa
158 1982 1.855 05.01.1995 Denunciada em 20.11.1996
do Empregador
Reabilitação Profissional e Emprego de Pes-
159 1983 129 18.05.1990
soas Deficientes
160 Estatísticas do Trabalho (Revista) 1985 158 02.07.1990
161 Serviços de Saúde do Trabalho 1985 127 18.05.1990
162 Utilização do Amianto com Segurança 1986 126 18.05.1990
Bem-Estar dos Trabalhadores Marítimos no
163 1987 2.669 04.03.1997
Mar e no Porto
Proteção à Saúde e Assistência Médica aos
164 1987 2.671 04.03.1997
Trabalhadores Marítimos
166 Repatriação de Trabalhadores Marítimos 1987 2.670 04.03.1997
Convenção sobre a Segurança e Saúde na
167 1988 6.271 19.05.2006
Construção
Promoção do Emprego e Proteção Contra o
168 1988 2.682 24.03.1993
Desemprego
169 Sobre Povos Indígenas e Tribais 1989 5.051 25.07.2002
170 Segurança no Trabalho com Produtos Químicos 1990 2.657 23.12.1996
171 Trabalho Noturno 1990 5.005 18.12.2002
Convenção sobre a Prevenção de Acidentes
174 1993 4.085 02.08.2001
Industriais Maiores
176 Convenção sobre segurança e saúde nas minas 1995 6.270 18.05.2006
Convenção Relativa à Inspeção das Condi-
178 ções de Vida e de Trabalho dos Trabalhadores 1996 6.766 21.12.2007
Marítimos
Convenção sobre Proibição das Piores Formas
182 de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua 1999 3.597 02.02.2000
Eliminação
Convenção sobre os Documentos de Identidade
185 2003 892 21.01.2010
da gente do mar (Revista)
151 Relações de Trabalho na Administração Pública 7.944 06.03.2013
9
Convenções da OIT CLT LTr
Adoção
Convenção Título Observação
OIT
10
CLT LTr Constituição Federal/88
PREÂMBULO........................................................................................................................................................... 13
Constituição Federal
Arts. 1º a 4º.................................................................................................................................................................... 13
11
Constituição Federal/88 CLT LTr
12
CLT LTr Constituição Federal/88
Constituição Federal
desumano ou degradante;
tinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a IV — é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade anonimato;
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social V — é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, VI — é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
BRASIL. forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII — é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistên-
TÍTULO I cia religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Dos Princípios Fundamentais
VIII — ninguém será privado de direitos por motivo de crença
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
I — a soberania; IX — é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
II — a cidadania fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
III — a dignidade da pessoa humana; X — são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
IV — os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
V — o pluralismo político. material ou moral decorrente de sua violação;
PARÁGRAFO ÚNICO. Todo o poder emana do povo, que o XI — a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
termos desta Constituição. de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. XII — é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
rativa do Brasil:
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
I — construir uma sociedade livre, justa e solidária; processual penal;
II — garantir o desenvolvimento nacional;
XIII — é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
III — erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
gualdades sociais e regionais;
XIV — é assegurado a todos o acesso à informação e resguar-
IV — promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
XV — é livre a locomoção no território nacional em tempo de
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela- paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
ções internacionais pelos seguintes princípios: permanecer ou dele sair com seus bens;
I — independência nacional; XVI — todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
II — prevalência dos direitos humanos; locais abertos ao público, independentemente de autorização,
III — autodeterminação dos povos; desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
IV — não intervenção; para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autori-
V — igualdade entre os Estados; dade competente;
VI — defesa da paz; XVII — é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
VII — solução pacífica dos conflitos; a de caráter paramilitar;
VIII — repúdio ao terrorismo e ao racismo; XVIII — a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
IX — cooperação entre os povos para o progresso da huma-
estatal em seu funcionamento;
nidade;
XIX — as associações só poderão ser compulsoriamente dis-
X — concessão de asilo político.
solvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
PARÁGRAFO ÚNICO. A República Federativa do Brasil buscará exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- XX — ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a per-
-americana de nações. manecer associado;
XXI — as entidades associativas, quando expressamente auto-
TÍTULO II rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
Dos Direitos e Garantias Fundamentais extrajudicialmente;
XXII — é garantido o direito de propriedade;
CAPÍTULO I XXIII — a propriedade atenderá a sua função social;
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
XXIV — a lei estabelecerá o procedimento para desapropria-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- ção por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, casos previstos nesta Constituição;
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXV — no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
I — homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
termos desta Constituição; proprietário indenização ulterior, se houver dano;
13
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
Sr. Presidente da República:
Tenho grande honra de apresentar a Vossa Excelência o projeto definitivo de Consolidação das Leis de Proteção ao
Trabalho, relevante cometimento jurídico e social, cuja redação última foi procedida, havendo sido escrupulosamente apreciadas
as sugestões e emendas propostas ao anteprojeto, após uma verdadeira autocrítica, que a própria Comissão efetuou, do texto
original divulgado pelo Diário Oficial de 5 de janeiro do corrente ano.
2. A Comissão cotejou e julgou cerca de dois mil reparos, observações ou comentários feitos à Consolidação.
3. Peço vênia a Vossa Excelência, preliminarmente, para ressaltar o esforço, a cultura, a inteligência com que, no desem-
penho da difícil incumbência, se houveram os signatários do Relatório incluso no aprofundado exame da matéria.
4. Durante quase um ano, em longas reuniões diárias entregaram-se à tarefa complexa e ilustre, com uma dedicação e um
espírito público que bem demonstram o patriotismo que os inspirou. Desejo, por isso, antes de mais nada, e perante V. Exa.,
patentear o meu reconhecimento e a minha admiração por esses notáveis colaboradores da obra ministerial.
5. É da mais alta significação social e merece uma referência especial o interesse suscitado pela divulgação do anteprojeto.
6. Juristas e magistrados, entidades públicas, empresas privadas e associações culturais concorreram com a judiciosa
reflexão de sua experiência para sugerir um ou outro retoque.
7. Revelando, não só a repercussão alcançada pelo monumento legal projetado, mas, principalmente, uma vigorosa
consciência sindical — prova plena de um regime social já radicado — manifestaram-se as classes de empregadores e de
empregados, através das respectivas instituições representativas. Esta foi, na realidade, a contribuição mais palpitante, trazida
à Comissão, quer pelo teor original da discussão das teses, quer pela eficiência patente do sistema paritário de equilíbrio social,
evidenciando-se, do contraste de interesses, sob a luz de um pensamento público de bem comum, a fórmula de composição
harmônica das forças do capital e do trabalho.
8. A Consolidação corresponde a um estágio no desenvolvimento do progresso jurídico.
9. Entre a compilação ou coleção de leis e um código — que são, respectivamente, os momentos extremos de um processo
de corporificação do direito — existe a consolidação, que é a fase própria da concatenação dos textos e da coordenação dos
princípios, quando já se denuncia primeiro o pensamento do sistema depois de haverem sido reguladas, de modo amplo, relações
sociais em determinado plano da vida política.
10. Projetada a ação do Estado em várias direções, para atender ao tratamento de situações especiais e constantes de
uma mesma órbita jurídica, impõe-se, desde o instante em que se surpreende a unidade interna desses problemas, perscrutar
a sua inteligência ordenadora, que será então a ratio legis do sistema normativo necessário.
11. Esse o significado da Consolidação, que não é uma coleção de leis, mas a sua coordenação sistematizada.
Não é apenas um engenho de arquitetura legislativa, mas uma recapitulação de valores coerentes, que resultaram de uma
grande expansão legislativa, anterior, em um dado ramo de direito.
12. É o diploma do idealismo excepcional do Brasil orientado pela clarividência genial de V. Exa., reajustando o imenso e
fundamental processo de sua dinâmica econômica, nas suas relações com o trabalho, aos padrões mais altos de dignidade
e de humanidade da justiça social. É incontestavelmente a síntese das instituições políticas estabelecidas por V. Exa. desde o
início de seu governo.
13. Empenhou-se, por isso, a Comissão, na articulação dos textos legais vigentes, na exata dedução dos princípios, na
concordância essencial das regras, na unidade interna do sistema. As lacunas preenchidas propuseram-se a tornar explícitas
verdades inerentes às leis anteriores. Algumas inovações aparentes não passam de necessárias consequências da Constituição. As
omissões intencionalmente ocorridas restringiram-se a excluir do conjunto as leis tipicamente transitórias e que, para atender a
situações de emergência decorrentes do estado de guerra, ficaram à margem dos postulados do nosso direito social.
14. O que importa salientar é ter havido a preocupação dominante de subordinação às leis preexistentes e não como se
procedesse à organização de um código, para o qual se permite modernamente a originalidade inicial e onde é mesmo espon-
tânea e essencial a livre criação do direito, sem qualquer dependência do regime vigente.
15. A Consolidação representa, portanto, em sua substância normativa e em seu título, neste ano de 1943, não um ponto
de partida, nem uma adesão recente a uma doutrina, mas a maturidade de uma ordem social há mais de um decênio instituída,
que já se consagrou pelos benefícios distribuídos, como também pelo julgamento da opinião pública consciente, e sob cujo
espírito de equidade confraternizaram as classes na vida econômica, instaurando nesse ambiente, antes instável e incerto, os
mesmos sentimentos de humanismo cristão que encheram de generosidade e de nobreza os anais da nossa vida pública e social.
16. No relatório elaborado pela Comissão respectiva, que corresponde a um prefácio admirável da obra monumental, e
no qual se filia a presente exposição de motivos, encontrará Vossa Excelência minucioso e brilhante estudo das doutrinas, dos
sistemas, das leis, dos regulamentos e das emendas sugeridas comprovando que a Consolidação representa um documento
resultante da instituição do gênio com que Vossa Excelência vem preparando o Brasil para uma missão universal.
17. A estrutura da Consolidação e a ordenada distribuição das matérias que lhe compõem o texto evidenciam claramente
não só um plano lógico como também um pensamento doutrinário.
18. A sucessiva disposição das matérias, nos Títulos e Capítulos, corresponde a uma racional precedência.
85
ÍNDICE SISTEMÁTICO DA CONSOLIDAÇÃO DAS
LEIS DO TRABALHO
TÍTULO I — Introdução (1º a 12) ............................................................................................................................ 95
TÍTULO II — Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho (13 a 223)
CAPÍTULO I — Da Identificação Profissional (13 a 56)
Seção I — Da Carteira de Trabalho e Previdência Social (13)................................................. 98
Seção II — Da emissão da Carteira de Trabalho e Previdência Social (14 a 24)..................... 98
Seção III — Da entrega da Carteira de Trabalho e Previdência Social (25 a 28)...................... 98
Seção IV — Das anotações (29 a 35)........................................................................................ 99
Seção V — Das reclamações por falta ou recusa de anotações (36 a 39)............................... 99
Seção VI — Do valor das anotações (40).................................................................................. 100
Seção VII — Dos livros de registro de empregados (41 a 48).................................................... 100
Seção VIII — Das penalidades (49 a 56)..................................................................................... 100
CAPÍTULO II — Da Duração do Trabalho (57 a 75)
Seção I — Disposição preliminar (57)...................................................................................... 101
Seção II — Da jornada de trabalho (58 a 65)........................................................................... 101
Seção III — Dos períodos de descanso (66 a 72)..................................................................... 103
Seção IV — Do trabalho noturno (73)........................................................................................ 103
Seção V — Do quadro de horário (74)...................................................................................... 104
Índice Sistemático
Seção VI — Das penalidades (75)............................................................................................. 104
da CLT
CAPÍTULO II-A — Do Teletrabalho (75-A a 75-E).................................................................................... 104
91
Índice Sistemático da CLT CLT LTr
92
CLT LTr Índice Sistemático da CLT
Índice Sistemático
Seção I — Da composição e funcionamento (647 a 649)........................................................ 169
Seção II — Da jurisdição e competência das Varas (650 a 653).............................................. 169
da CLT
Seção III — Dos presidentes das Varas (654 a 659)................................................................. 171
Seção IV — Dos vogais das Varas (660 a 667).......................................................................... 171
CAPÍTULO III — Dos Juízos de Direito (668 e 669)............................................................................... 172
93
Índice Sistemático da CLT CLT LTr
94
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
TÍTULO I
INTRODUÇÃO
Art. 1º Esta Consolidação estatui as normas que § 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço,
regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que
previstas. o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço
militar e por motivo de acidente do trabalho. (Renumerado pela Lei
— v. CF, art. 7º, p. 15
n. 13.467, de 13.7.2017, DOU 14.7.2017)
— v. CF, art. 22, p. 18
§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do em-
— v. Lei n. 7.064, de 6.12.1982, que dispõe sobre a situação de pregador, não será computado como período extraordinário o
trabalhadores contratados ou transferidos para prestar serviços
no exterior, p. 623 que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de
cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação,
quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção
Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. dependências da empresa para exercer atividades particulares,
88 TST: OJ SDI-1 Trans. n. 59 entre outras: (Incluído pela Lei n. 13.467, de 13.7.2017, DOU 14.7.2017)
I — práticas religiosas;
§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclu-
sivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as insti- II — descanso;
CLT
tuições de beneficência, as associações recreativas ou outras III — lazer;
instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores IV — estudo;
como empregados. V — alimentação;
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, VI — atividades de relacionamento social;
cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob VII — higiene pessoal;
a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, VIII — troca de roupa ou uniforme, quando não houver
mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. (NR) (Incisos incluídos
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações pela Lei n. 13.467, de 13.7.2017, DOU 14.7.2017)
decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei n. 13.467, de
13.7.2017, DOU 14.7.2017)
88 TST: Súm. ns. 93, 129, 239 e 331; OJ-SDI-1 ns. 185, 191, 225, Art. 5º A todo trabalho de igual valor corresponderá
261 e 411; SDI-1 Trans. n. 30 e 66; STJ: Súm. n. 554 salário igual, sem distinção de sexo.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado
de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio
a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de do empregado e o realizado a distância, desde que estejam
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. caracterizados os pressupostos da relação de emprego. (Redação
(NR) (Incluído pela Lei n. 13.467, de 13.7.2017, DOU 14.7.2017) dada pela Lei n. 12.551, de 15.12.11, DOU 16.12.11)
PARÁGRAFO ÚNICO. Os meios telemáticos e informati-
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física zados de comando, controle e supervisão se equiparam, para
que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de
sob a dependência deste e mediante salário. comando, controle e supervisão do trabalho alheio. (NR) (Redação
dada pela Lei n. 12.551, de 15.12.11, DOU 16.12.11)
88 TST: Súm. n. 386
PARÁGRAFO ÚNICO. Não haverá distinções relativas à
88 TST: Súm. ns. 6 e 428; STF: Súm. n. 202; STJ: Súm. 378;
OJ-SDI-1 n. 418
espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre
o trabalho intelectual, técnico e manual.
Art. 7º Os preceitos constantes da presente Con-
88 TST: Súm. n. 6, VII solidação, salvo quando for, em cada caso, expressamente
— v. CF, art. 7º, XXXII e XXXIV, p. 15 determinado em contrário, não se aplicam:
— v. L. n. 8.036/90, art. 15, § 2º, p. 250
a) aos empregados domésticos, assim considerados,
de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não
Art. 4º Considera-se como de serviço efetivo o período econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas;
em que o empregado esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial 88 TST: Súm. n. 377
expressamente consignada.
— v. CF, art. 7º, parágrafo único, p. 15
88 TST: Súm. ns. 85, 90, 96, 118, 269, 366, 428, 429; OJ-SDI-1 — v. Lei Complemetar n. 150, de 1.6.15, DOU 2.6.15, p. 436
Trans. n. 36; Prec. Normativo n. 31
95