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Editora
Candeia
Rua Belarmino Cardoso de Almeida, 108
Irrteriagos — São Paulo, SP
Cep.: 04009^70
Título em original:
À Lei e a Graça
Copyright © 1995
Impressão e acabamento:
Associação Religiosa Imprensa da Fé
Divisão I
3
4 A LEI E A GRAÇA
Divisão n i
dos textos que vou examinar se encontra nele, razão por que
procuro estabelecer desde já a importância do livro em relação à
tipologia bíblica. Também julgo ser importante estabelecer o valor
histórico de Levítico. Ocupa o lugar central no Pentateuco, isto é,
o terceiro dos cinco livros. O Autor do Livro é o Espírito Santo, mas
o escritor foi Moisés. Os teólogos (?) liberais procuram negar esse
fato, destruindo, assim, a sua veracidade. Contudo, o próprio
Jesus atribuiu a lavra de Levítico a Moisés quando falou, conforme
registrado em Mateus 8.4:
O Sacerdócio —
Generalidades
Não resta a menor dúvida de que a questão do sacerdócio ê
o assunto mais importante deste livro. De tão significativo, jamais
poderei fazer jus a todos os detalhes e simbolismos decorrentes
dele. Todavia, desejo oferecer ao leitor algumas das lições revela
das a mim pela Palavra de Deus, e de muitos dos Seus servos, pela
graça infinita de Deus, desejando que lhes sejam igualmente
edificantes.
O Sacerdócio Levítíco
O termo "sumo sacerdote" refere-se muitas vezes à pessoa de
O Sacerdócio — Generalidades 15
Arftu; portanto, seria conveniente examinar Êxodo 27.21 e 28.1,
Onde se encontra o registro da escolha dele e de seus filhos (isto é,
sua descendência) para exercerem respectivamente os ministérios
de Sumo Sacerdote e sacerdotes. Vejamos:
A Escolha
do Sumo Sacerdote
Nosso objetivo, ao estud armas sobre o sumo sacerdotie, é ver
a plena revelarão da Pessoa d e Cristo, A Palavra de Deus nos
fornece muitos detalhes do minstério, a posição espirituai, as
vestes, as obrigações, os direitos, etc., do sumo sacerdote do culto
judaico. Em muitas dessas áreas há tipos e símbolos significantes
da pessoa do nosso Eterno Sumo Sacerdote, Não obstante, reco
nhecemoí que não existem tipos perfeitos. Portanto, nem Arão, ou
qualquer descendente dele, poderia representar um quadro per
feito de Cristo. Apesar disso, é sobremaneira impressionante o
quanto Deus revela das características e ministério do Seu Filho
pela figura do sumo sacerdote- Arão tommi-se a figura de Cristo
ao receber essa posição do próprio Deus,
Até a consagraçâ o de Arão como sumo sacerdote em Israel,
nâo há nenhuma referência bíblica da existência desse ofício. No
entanto, conduímos,. por Gênesis 14,18; Hebreus 5.9-10 e 7.14, que
Melquisedeque era um sumo sacerdote mui to antes do estabeleci
mento da ordem levítfca, Leiamos:
21
22 A LEI EA GRAÇA
A CONSAGRAÇÃO DIVINA
É notável que Arão não se consagrou a si mesmo como sumo
sacerdote. Deus o escolheu pessoalmente, ordenou que Seu servo
Moisés o ungisse. Foi em plena obediência às instruções que Deus
lhe dera, ao se encontrar com o SENHOR no cume do Monte Sinai.
Deus não somente instruiu a Moisés como construir o Tabernáculo,
mas como instituir o sacerdócio para ministrar nele.
Novamente, examinando Hebreus 5.10, citado acima, verifi
camos que, semelhantemente, Cristo não se consagrou Sumo
Sacerdote. Ele recebeu aquele ministério por determinação do
mesmo Deus Pai que ordenou ungir Arão. Hebreus 5.4-6 e
Filipenses 2,6-11 confirmam isto:
A CONSAGRAÇÃO PÚBLICA
As Vestes
Sagradas do
Sumo Sacerdote
Deus especificou exatamente como todos os sacerdotes teri
am que se vestir para se apresentarem ao serviço dEIe. Este
capítulo tratará apenas das vestes de baixo do sumo sacerdote
por serem importantíssimas. Cada detalhe merece nossa aten
ção, Creio que há aqui muito simbolismo apresentado que
nos ajudará a conhecer melhor a pessoa do nosso Sumo Sacerdo
te como Ele aparece no Velho Testamento, Não alego que todas
as vestes tenham significado tipológico, mas creio que ao menos
oferecem, aplicações de grande relevância.
No entanto, é aconselhável observar que nem todos os
eruditos no estudo da Palavra de Deus concordariam com alguns
dos símbolos que serão sugeridos. Basicamente, existem três
escolas de pensamento diferentes quanto à interpretação de tipos
ou simbolismos nas Escrituras. Um grupo simplesmente ignora
ou nega quase totalmente o simbolismo. Para estes, tudo tem
apenas valor histórico. Eles, creio, são os maiores perdedores, pois
existem tantas lições bíblicas apresentadas através de tipos. Outro
grupo interpreta quase tudo em tomo de tipos, muitas vezes
chegando ao ponto do exagero, sem que haja bases sólidas na
31
32 A LEI E A GRAÇA
A S VESTES DE BAIXO
A Túnica
O G nto
A tmiuiíi era segura na cintura por um cinto de linho» A
palavra hebraica é abnet. Esse cinto sempre faz par tu das vestes
dos sacerdotes levíticos nas Escrituras, com a exceção de Isaías
22.20,21, que se refere à faixa de Eliaquim, um dos antecessores
de Cristo na Unha davídica. Há outras palavras hebraicas empre^
gadas nos demais lugares onde a palavra "cinto" aparece nas
nossas traduções. Até hoje, muitos povos do Oriente Médio se
vestem com túnicas e cintos ct >ma mesma finalidade. Por essas
peças serem totalmente brancas, sugerem que não as vestiam
apenas como símbolns de santidade e pureza, mas cingiam-se
também com essas virtudes como um ato de segurança. Simulta
neamente, havia uma terceira peça que completava a vesti dura de
baixo para cobrir a nudez*
O s Calções
As Cores das
Vestes de Fora
Examinarei as cores do restante das vestes de tecidos do
sumo sacerdote. Há mais nove peças, contando as duas ombreiras
individualmente, completando nossa lista de doze. Essas peças
eram todas expostas à congregação^ Havia ocasiões em que era
exigido o uso de todas elas. Não farei aqui comentários sobre as
peças ornamentais, feitas de substâncias minerais.
Pretendo examinar cada peça separadamente, mas antes
desejo apontar aquilo que todas tinham em comum. Refiro-me às
cores e ao material empregado e não à finalidade ou função de
cada uma,
A lista de materiais fundamentais a serem empregados en
contra-se em Êxodo 28.5:
"Tomarão ouro, estofo azul, púrpura, carmesim, £ linho
fino."
A tipologia de ouro será tratada j u nto com os outros materiais
fora os tecidos; no momento, desejo apontar como foi aplicado no
feitio dessa vestidura sagrada. Verificamos isto em êxodo 39.3:
"De ouro batido fizeram, lâminas delgadas-, c as cortaram
em hos, para permearem entre o estofo azul, a púrpura, o
carmesim e o linho fino da obra de desenhista."
41
42 A LEI E A GRAÇA
Azul
Para adquirirmos uma noção do significado e importância
da cor azul é essencial verificar alguns textos bíblicos onde essa
cor aparece ou é sugerida. Observaremos a ocasião, as afirmações
e o contexto. Antes, porém, desejo lembrá-los de que muitas
características de Deus nos são reveladas, ou confirmadas, pela
natureza. Jesus transmitiu ao povo muitas lições importantíssi
mas fazendo referências a objetos da natureza como os lírios, os
pássaros, a colheita, etc. Por isso, creio ser perfeitamente válido
tirarmos certas conclusões lógicas por meio da obra de criação
universalmente conhecida.
Quem entre nós nunca observou que os céus parecem azuis?
Igualmente, a Palavra de Deus declara muitas vezes que os céus
representam a habitação de Deus e de todos aqueles que Lhe
pertencem, Foi aos céus que Cristo voltou ao terminar Seu minis
tério de redenção, Atosl.9-10:
"Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista
deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olSShos; e esta nd o eles
com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois
varões vestidos de branco se puseram ao lado deles/'
A palavra céu, ou céus, aparece mais de trezentas vezes no
Velho Testamentoe mais de duzentas e trinta no Novo Testamen
to. Refere-se, quase todas as vezes, à habitação de Deus, ou ao
lugar de onde veio alguma manifestação ou provisão dEIe. Um
verso muito expressivo, que confirma essa alegação, encontra-se
em Salmo 19.1:
44 A LEI E A GRAÇA
"Os ccus proclamam a glória de Deus e o firmamento
anuncia as obras das suas mãos."
Púrpura
Essa não é uma cor primária. É o produto da combinação de
azul com vermelho. As referências bíblicas à púrpura sugerem
que simboliza a realeza terrena. É mencionada entre as riquezas
descritas no palácio do rei Assuero (Ester 1,5). Consta, em Juizes
8.26, que os reis midianitas vestiam-se de púrpura. Belsazar
prometeu vestir de púrpura e entregar a terça parte do seu reino
a qualquer pessoa que pudesse interpretar o sonho dele (Dn 5).
Essa cor é mencionada 37 vezes no Velho Testamento, das quais 26
são relacionadas com o Tabernáculo ou o Sumo Sacerdote. Tanto
um como o outro eram representantes do reino de Deus entre Seu
As Cores tios Ve$tt$ de Font 45
Carmesim
A terceira cor estipulada para a confecção da vestimenta
daquele que representaria Cristo diante do povo e diante Deus no
Santo dos Santos era o carmesim. O corante era obtido de uma
maneira extremamente interessante. Aliás, até o dia de ho^e, o
mesmo processo é utilizado para certos fins, principalmente cos
méticos, medicamento®, produtos alimentícios, etc. A própria
palavra carmesim designa um inseto cujo nome cientifico é iíex
0occifera. A cor está presente apenas nos ovos da fêmea, e neces
sita-se dos ovos de aproximadamente 150 mil fêmeas para a
produção de um quilo de corante.
Portanto, é de extrema importância buscar, na Palavra de
Deus, o significado dessa cor. E não é nada difícil descobrir!
Contrário ao ensino tradicional de que o pecado é pre to, 1saias 1,18
declara:
46 ALEI EA GRAÇA
Resumo
Ao encerrar o estudo sobre as cores das vestes, importa levar
em conta certos fatos científicos com relação a elas, isto é, cores (e
toda ciência verdadeira é de origem divina),
As milhares de tonalidades reconhecidas pelos olhos huma
nos são produzidas pela mistura de azul, amarelo e vermelho.
Deus exigiu o emprego do azul, púrpura e carmesim para vestir o
sumo sacerdote. O verde, uma cor binária (composta de dois
elementos), é obtida pela mistura de amarelo com azul; não é
mencionado especificamente, mas esta implícito pelo fato mencio
nado adma. Poressa razão, desejo fazer uma observação parentética
em relação à cor verde.
Há um verso clássico em Salmo 23*2:
48 A LEI E A GRAÇA
"Ele me fiz; repousar em pastos verdejantes/'
Na sua relação bíblica com o povo de Deus, trata-se de
prosperidade, tranqüilidade e frutificação; manifestações da gra
ça e da misericórdia de Deus, Olhemos o Salmo 52.8, Oséias 14.S
e Jeremias 17.7,8;
" Quanto a mim, porem, sou como a. oliveira verdejante na
casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para tendo o
sempre."
"Ó Efraim, que lenho eu com os ídolos? Eu le ouvirei e
cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim se acha o teu
fruto/'
"Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é
o Senhor. Porque ele ê como a árvore plantada junto às águas,
que estende as suas raízes para o ribeiro c não receia quando
vem o calor, mas a sua folha fíçíi vende; e no ano de secjuidão
não se perturba nem deixa de dar fruto."
As Vestes
Sagradas Visíveis
Agora estamos prontos para considerar as vestes d o su m o
Sacerdote visíveis à congregação na maioria das ocasiões em que ele
exercia o seu ministério representativo de Cristo. Levítico 2&2-4.
TÚNICA BORDADA
CAMPAINHA
Encontramos a palavra campainha apenas cinco vezes no
Velho Testamento; mas em Zacarias 14.20 a palavra hebraica é
diferente das outras quatro. Indiscutivelmente, Deus podia ter
ordenado a Moisés que empregasse a palavra meçillâ {um objeto
que emitia um tinido ou clangor), e seria a conclusão lógica, por
significar pequenos sinos presos nos arreios dos cavalos. Porém,
não é a palavra empregada para sobrepeliz.
Essa palavra traduzida campainhas aparece apenas quatro
vezes, sempre relacionada com sobrepeliz. No entanto, outras
palavras oriundas da mesma raiz são: bigorna, em Isafas 41.7;
cantos, em Êxodo 25.12; 37:3; pés, em 1 Reis 7.30;enquanto, Salmo
17.5 fala dos passos de Davi. Que essas palavras têm em comum?
A bigorna é um instrumento muito sólido que ao bater dá um
Bonido. Os cantos, mencionados em Êxodo e os pés de que 1 Reis
fala, eram bases sólidas para a construção dos móveis do
Tabernáculo e do Templo, enquanto Davi dizia de sua fé que Deus
daria firmeza ao seu andar,
Essas campainhas, por serem feitas de ouro, revelam a base
sólida e divina de todos que colocam a sua confiança e esperança
em Cristo. Afinal, o sumo sacerdote representava a único porta-
voz de Deus para oferecer a Israel a esperança de perdão dos seus
pecados no dia de expiação. A tipologia náo é clara, mas há lições
preciosas nesse quadro.
Não ignoramos a necessidade de essas campainhas emitirem
um sonido, e de que seu uso na sobrepeliz era obrigatório cada vez
que o sumo sacerdote ministrava no Santo dos Santos. Êxodo 29.35:
"Esta sobrepeliz estará sobre Arão quando ministrar, para
que se ouça o seu sonido, quando entrar no santuário diante do
54 A LEI E A GRAÇA
SENHOR, e quando sair para que não morra."
Era tuna declaração pública de que o sumo sacerdote estaria
intercedendo pela congregação diante do próprio Deus. A pena
por não obedecer fielmente às ordens de Deus de maneira que
representasse o Filho de Deus resultaria em morte.
Por cima dessa sobrepeliz Deus ordenou que fossem vestidos
CINTO BORDADO
"E o cinto de obra esmerada, que estará sobre a estola
As VesfesSagrados Visíveis 55
sacerdotal, será de obra igual, da mesma obra de ouro, estofo
azul, púrpura, carmesim e linho fino retorcido." Êxodo 28,8
Os Ornamentos das
Vestes Sagradas
Além da beleza das vestes em si, havia diversas peças t raba
lhadas em ouro e pedras preciosas. Cada uma das peças se
prestava a um fim específico no vestuário do sumo sacerdote. .Mão
há dúvida de que ornavam aquelas vestes e serviam como mais
um meio de identificação do sumo sacerdote. Não obstante, é
muito duvidoso terem sido essas as razões principais por que
Deus ordenou a confecção e emprego delas no vestüario do que
era o advogado apontado por Deus como intermediário. Obvia
mente, há simbolismo e lições importantes que não devem ser
ignoradas, mas que são aplicadas ao nosso Senhor Jesus na Sua
advocacia atual por nós, o Seu povo, (1 João 2.1).
Diversos objetos eram trabalhados em ouro. Desejo examinar
cada um deles; mas, no momento, concentremos nossa atenção no
simbolismo do próprio ouro nas Escrituras. Existem muitas refe
rências a esse metal. Algumas vezes refere-se apenas ao seu valor
aquisitivo. No entanto, na grande maioria das vezes é citado em
relação ao Tabernáculo, ao Templo, ao sumo sacerdote, ou à
habitação de Deus- Isso nos leva a concluir, bíblica e logicamente,
sobre a sua importância tipológica.
Há uma bela descrição, em Apocalipse 21, da Nova Jerusa
lém, o lugar da eterna habitação de Deus e dos salvos. Desejo
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60 A LEI E A GRAÇA
As Pedras Preciosas
Nas ombreiras havia duas pedras de ônix, montadas em
de ouro, nas quais eram gravados os nomes dos doze
julhos de Jacó, como sinal da glori fícação desse povo em forma de
n£morial. Foram colocados os nomes de seis filhos de cada lado,
fbbre os ombros do sumo sacerdote. Êxodo 28.9-12:
"Tomaras duas pedras de ônix, e gravarás nelas os nomes
dos filhos de Israel: seis de seus nomes numa pedra, e os outros
seis na outra pedra, segundo a ordem do seu nascimento.
Conforme a obra de Japidad or, como Iavores de sinete gravarás
as duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel: engastadas
ao redor em ouro as farás. E porás as d uas pedras nas ombreiras
da estola sacerdotal por pedras de memória aos filhos de Israel;
e Arão levará os seus nomes sobre os seus ombros, para
memória diante do Senhor." Êxodo 28.9*12.
O significado da palavra ônix é branquear, alvejar, referindo-
se a algo precioso. A pedra conhecida por ónix hoje é outra, sendo
de camadas de cores diferentes. Retrate este quadro comigo:
pedras alvas, guarnecidas com ouro e gravadas com os nomes dos
doze filhos de Israe) (Jacó). Branco — pureza esantificação; ouro
— glorificação; nomes pessoais, carregados nos ombros do sumo
sacerdote. A história de Israel deixa bem claro que -entre esses
filhos não havia nem um perfeito. Todos reclamaram de Deus no
deserto, Todos participaram da orgia ao fundirem o bezerro de
Qj^ro, Todos se prostituíram diante de outros deuses. O quadro
não é nada diferente com os crentes hoje. Não há um crente sequer
que se apresente diante de Deus perfeito e glori ficado. Mas Deus
nos revela como Ele via Israel, Seu povo escolhido, e como Ele nos
vê em Cristo-
66 A LHE A GRAÇA
"Porque a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte
da Sua herança. Achou-o numa terra deserta, e num ermo
solitário povoado de uivos, rodeou-o e cuidou dele, guardou-
o como a menina dos seus olhos/' Dt 32.9-10
" Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus. .. e aos que chamou, a esses também justificou;
e aos que justificou, a esses também glorificou." Rm 6.1, 30b
Voltando nossa atenção ao texto em Êxodo, notamos que os
nomes eram gravados naquelas pedras "como lavoresde sinete".
Significa que tornaram um selo da graça de Deus diante de todo
o povo. O sinete era a gravura no anel, identificando a autoridade
e autenticidade das pessoas. Era usado pelos reis para selarem e
tomarem invioláveis os seus decretos. O caso mais impressionan
te foi o do rei Dario, que selou o decreto pelo qual Daniel teve que
ser lançado na cova dos leões (Daniel 6.17),
Um outro texto que emprega essa mesma palavra na língua
hebraica, reforçando esse princípio, é Ageu 2,23:
"Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, tomar-te-ei, ó
Zorobabel, filho de Sealtiel, servo meu, diz o SENHOR, e te
farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o SENHOR
dos Exércitos."
Deus havia escolhido Abraão, Isaque, Jacó, e seus filhos como
objetos da Sua bênção. Essa determinação de Deus era irrevogável,
da mesma forma que o sinete atestava o caráter inviolável dos
documentos. Portanto, as pedras de Ônix, com os nomes dos filhos
de Jacó gravados nelas, eram um testemunho da parte de Deus da
Sua imutabilidade em relação a Israel. O Novo Testamento atesta
a validade dessa premissa.
Não é diferente com os crentes. Deus declara que todos os
salvos estão seguros nEle. Ele tem-nos dado o selo do Seu Espírito,
a garantia de que, imperfeitos como somos, ainda estamos escon
didos nAqueíe que é perfeito. Isso jamais pode ser alterado por
ninguém, João 10-28-30:
"E eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente,
e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo qfue meu Pai me
deué maior do que tudo; e da mão do meu Pai ninguém pode
arrebatar. Eu e o Pai somos um."
Nossos nomes estão no Livro da Vida, louvado seja Deus! Ele
Os Ornamentos das Vestes Sagradas 67
dedarou a respeito das gravuras nas ombreiras que todos os
«alvos são para memória diante do Senhor, uma demonstração
perpétua dã eficácia do sacrifício do nosso Sumo Sacerdote.
A instrução era para gravar os nomes dos filh o s de Israel,
c on fo rm e a ordem do seu nasci mento, seis em cada pedra. A
ordem, então, eta a seguinte: na primeira pedra apareciam os
nomes de Rüben, Simeão, Levi, Judá, Dã e Naftali. Na segunda
pedra foram gravados os nomes de Gade, Aser, Issacar, Zebulom,
José e Benjamim. Ao dividir a terra prometida, nem todos esses
ganharam heranças. No entanto, cada vez que o sumo sacerdote
se apresentava diante do propiciatòrio, eram esses os nomes
jfapresentados, Apesar de Deus fazer certas distinções entre as
raibos quanto à herança e ao ministério delas, nenhuma era prefe
rida acima das demais na sua representação pelo sumo sacerdote.
Eram consideradas como uma unidade, um todo. Sabemos que há
grande diferença de capacidades, dons e ministérios entre os
salvos, mas nenhum dele? é preferido aos olhos de Deus- A ênfase
do quadro é a uniao em Cristo.
Os mesmos nomes eram gravados em pedras separadas,
mostrando sua individualidade. Deus viu Israel como uma única
nação, mas ao mesmo tempo contemplava cada tribo em particu
lar.
O mesmo princípio rege a Igreja, Há apenas "um corpo"
{Efésios 4.4), mas cada crente é objeto especial do amor, da graça
eda misericórdia do Senhor. Diante dEIe cada um tem valor igual
por ter sido comprado pelo mesmo preço, o sacrifício de Cristo.
As pedras eram de cores variadas, mas todas de grande valor,
Há quem procure um tipo em cada pedra relacionando com o
caráter da tribo. Isso é difícil, uma vez que a Bíblia não nos oferece
muita informação sobre o caráter de cada filho de Jacó. A descrição
mais completa é a bênção do próprio Jacó registrada em Gênesis
49, que nos parece insuficiente para formular qualquer premissa
a respeito.
As pedras que foram utilizadas, as pessoas que cada uma
delas representava e as suas cores são estas: (1) Sárdio {Rúben},
Vermelha; (2) Topázio (Simeão), amarela; (3) Carbúnculo (Levi),
Verde; (4) Esmeralda {Judá}, verde; (5) Safira |Dã}, azul-escuro
com manchas douradas; (6) Diamante {Naftalij, cristalina
durissi ma, (7) Jacinto JGade |,a zut -água -marinha; (8) Ágáta fAser},
translúcida com camadas de cores diferentes, <9) Ametista (tssacarj.
68 A LEI E A GRAÇA
O Urim e o Tumim
Arão e Cristo —
Comparações
e Contrastes
Examinamos, com atenção, todas as vestes do sumo sacerdo
te e o simbolismo ou aplicação de cada uma delas ao ministério de
Jesus. E patente que o próprio Jesus nunca Se vestiu com elas;
porém, isso, em si, confirma a importância tipológica das vestes de
Arão. Aliás, um dos maiores contrastes entre Arão e Jesus era
exatamente neste ponto: nosso Senhor, ao andar entre os homens,
TiSo aparentava nada diferente do que os demais. Esafas 53.2b,3
declara:
^Não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo mag ne
nhuma beleza havia que nos agradasse, Era desprezado, e o
mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o
que é pâd&cer; * como um do quem os homens escondem o
rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso."
Este capítulo tem como finalidade verificar o ministério do
ftutno sacerdote e quai s eram as funções semelhantes no ministério
de Cristo* Ao mesmo tempo, por ser Arão um mero mortal,
pecador, necessitamos verificar como seu ministério diverge do
ministério do Senhor.
71
72 A LEI E A GRAÇA
Os Sumos Sacerdotes
dos Dois Concertos
Segue aqui um resumo das maneiras pelas quais o ministério
de Arão revelava a Pessoa de Cristo e, por outro lado, alguns
contrastes mostrando ser impossível que qualquer homem fosse
um tipo (aliás, sabemos que nenhum tipo é perfeito) do grande
Antítipo, Jesus Cristo.
Voltando nossa atenção ao capítulo oito de Levítico, desco-
"brimos diversos fatos impressionantes- For exemplo, apesar de
tJeus ter escolhido Arão como sumo sacerdote, exigiu um espírito
Voluntário e obediente para trazer tudo aquilo que lhes foi orde
nado, colocando-se "perante o Senhor". Essa pequena frase é
muito importante, porque é indicativa da expressão da vontade
própria de Arão e seus filhos. Observamos esse mesmo princípio
em ação na vida de Jesus, através de alguns textos da Palavra de
í)eus: João 5.30; 10.15; Hebreus 5.8; 1 Pedro 1.19,20:
"Eu nada posso fazer de mim mesmo, na forma queeu ouço,
julgo. O meu juízo é justo, porque n ã o procuro a minha
vontade, e sim, a daquele que me enviou Assim como o Pai me
conhece a mim e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas
ovelhas. ...embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas
cousas que sofreu. ...(resgatados) pelo precioso sangue, como
cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhe-
82 A LEI EA GRAÇA
cido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifes
tado no fim dos tempos, por amor de vós."
Consideremos a necessidade dos sacrifícios diários para os
pecados, incluindo os do próprio Arão e seus sucessores. Exigia-
se o derramamento do sangue de substitutos diariamente. Assim,
eram santificados os sacerdotes para exercerem seu ministério
diante da congregação. O ministério de cada um deles cessava
com a sua própria morte. Por outro lado, Jesus tomou-se o nosso
Sumo Sacerdote somente depois da Sua morte e ressurreição. Ele
dispensou de uma vez para sempre a necessidade de outros
substitutos, porque o sangue dEIe fica apresentado eternamente
diante do Pai em pagamento pelo pecado do mundo. Arão não
somente era obrigado a ser consagrado através do sangue por ser
pecador, mas era necessário que ele se alimentasse dos animais
sacrificados. Ele apresentava o sangue diante do altar e do
propiciatório não somente pelos pecados do povo, mas também
por seus próprios pecados.
Jesus não teve que oferecer Seu sangue para si próprio por
não ser pecador, nem se alimentar dos animais sacrificados, por
Ele mesmo ser o "pão da vida" e a alimentação do sacerdócio de
hoje, Le-, os crentes. Notem Hebreus 7.24-28, 8.1,2:
"Este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu
sacerdócio imútavel, por isso também pode salvar totalmente
os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interce
der por eles. Com efeito nos convinha um sumo sacerdote,
assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores, e feito mais alto do que os céus, que não tem
necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os
dias sacrifícios, primeiro por seus próprios pecados, depois
pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si
mesmo ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a
homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra de juramento, que
foi posterior à lei, constitui o Filho perfeito para sempre. Ora,
o essencial das cousas que temos dito é que possuímos tal sumo
sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos
céus como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo
que o Senhor erigiu, não o homem."
Havia uma promessa, na realidade indipensável, feita a Arão
após ter completado todas as exigências para sua a consagração;
Os Sumos Sacerdotes dos Dois Concertos 83
ele havia feito tudo, no tocante àquilo que era humanamente
■oorível, mas ainda não era qualificado para ministrar diante do
Penhor. A promessa divina e o seu cumprimento estão registrados
em Levítico 9.6,22b-24:
Os Dois Sacerdócios
Apesar de a tipologia do sumo sacerdócio ser exclusivamente
de Cristo, os outros sacerdotes são típicos dos crentes em diversos
sentidos. Verifica-se isso pelo ministério deles, suas limitações,
restrições, e por sua disciplina.
Queridos leitores, desejo que cada um de nós compreenda a
importância desse simbolismo, especialmente em relação à nossa
vida diária com Cristo e nosso ministério para Ele. Além dos tipos
apresentados, haverá muitas aplicações práticas às nossas vidas,
para a glorificação do nosso Senhor. Continuo reconhecendo que
muitas pessoas interpretam esses textos pura e simplesmente no
sentido histórico, deixando de enxergar como Deus deseja aplicar
esses princípios à vida do crente, O resultado é um prejuteo
espiritual e uma grande falta de compreensão do valor espiritual
do Velho Testamento. Por outro lado, se algum leitor não concor
dar com o simbolismo aqui apresentado, ao menos não deixe de
pedir que Deus efetue essas aplicações pessoais para que experi
mente uma comunhão mais íntima com Ele.
Notamos que Deus escolheu uma tribo inteira para servi-lO,
a tribo deLevi. Também verificamos que apenas os descendentes
de Arão teriam o direito de exercer o sacerdócio. Todo o Israel era
chamado povo de Deus, sendo objeto das mesmas promessas
feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Todos estes haviam sido agraciados
igualmente pela libertação da escravidão no Egito. Todos recebe
ram o mesmo cuidado, provisão e direção de Deus cm sua jornada
91
92 A LEI E A GRAÇA
A Tipologia
do Sacerdócio
Ao iniciar este capítulo, é necessário fazer uma breve re toma
da dos capítulos anteriores para fixar claramente em nossas men
tes o plano de Deus em relação ao sacerdócio.
A palavra hebraica para sacerdote é kohen. Pode ser definida
nos seguintes termos: alguém que toma o lugar de outro para o
defender e para fazer mediação por ele. Em outras palavras, ele faz
intercessão com o intuito de manter ou restabelecer comunhão,
seja qual for a religião. Esse foi o propósito de Deus para o
sacerdócio levítico e o é para os salvos também. É claro que não
somos mediadores entre o homem e Deus Pai. Nossa mediação é
a favor dos outros em oração junto ao nosso Advogado Celeste.
Ele, então, exerce Sua mediação diante do Pai. Não exageramos se
:concluirmos que o sacerdócio levítico era totalmente simbólico e
típico do ministério confiado por Deus a cada filho dEIe na Igreja.
Justifica-se essa alegação pelo fato de que todo o concerto judaico
iapontava a obra redentora de Cristo. Uma das melhores confirma
ções dessa proposta de Deus encontra-se em Números 18.20:
"Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra herança
nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás: eu sou
a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel",
(cf. DeuteronÔmio 10.9,18,2; Josué 18,7a).
99
\
"B end ito o D eus e Pai de nosso Senhor Jesus C risto que,
segundo a sua m isericórdia, nos regenerou para um a viva
esperança m ediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os
m ortos, para um a herança incorruptível, sem m ácula, im ar-
cescível, reservada nos céus para vós outros. " 1 Pedro 1.3-4
"D an d o graças ao Pai que vos fez idôneos à parte que vos
cabe da herança dos santos na lu z ." C olossenses 1.12
"B en d ito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que tem
nos abençoado com toda sorte de bênção nas regiões celestiais
em Cristo/' E fé sio s l.3 (cf. H ebreus 11.13,16; 2 Coríntios 5.1, 2).
desde Arão, até que Cristo "aboliu na sua carne a lei dos manda
mentos na forma de ordenanças" (Efésios 2.15), tornando-se o
Sumo Sacerdote Eterno. Por isso as Escrituras O declaram como
o primogênito entre muitos irmãos (Romanos 8.29). Já pensaram?
Por meio da nossa filiação com Deus, tornamo-nos irmãos de
Cristo. Portanto, Deus nos tem concedido todas as regalias do
sacerdócio. Ele nos vê de modo como vê a Seu Filho Jesus, com
uma grande excessão: apenas Cristo é eternamente o Sumo Sacer
dote. No entanto, nosso sacerdócio é tão inalterável quanto o sumo
Sacerdócio de Cristo, porque a nossa filiação é eterna. E importan
te esclarecer que, ao se estabelecer o novo concerto, mudou a
família sacerdotal. O sacerdócio levítico era típico — do antítipo,
Cristo, e da Sua Igreja. Que privilégio! Porém, que responsabilida
de! Como estamos exercendo nosso sacerdócio? Estamos repre
sentando fielmente o nosso Senhor diante do mundo? Deus está
dependendo dos Seus sacerdotes para esse fim.
Moisés descreve as exigências que qualificam os sacerdotes
do período da lei. Muitos detalhes são idênticos àqueles que foram
feitos para a consagração de Arão como sumo sacerdote. Deus
procura as mesmas qualidades e faz as mesmas exigências hoje
aos Seus sacerdotes, não para que sejam sacerdotes, mas para que
possam representá-lO de modo digno. Examinemos novamente
algumas daquelas exigências, aplicando-as prática e tipicamente
a nós filhos de Deus. Nosso texto inicial é Levítico 8.5, 6:
Equipados Para
o Serviço do
Sacerdócio
Todos os sacerdotes necessitam de u m bom entendimento do
seu serviço e de como fazê-lo. Possivelmente, a falta de entendi
mento entre os crentes hoje seja uma das principais razões pela
qual a obra de Deus tem sido tão negligenciada. Um estudo por
menorizado das obrigações dos sacerdotes, tanto no culto judaico
quanto entre nós crentes, merece ser incluído neste ponto do livro.
Iniciarei tal estudo relembrando o significado da palavra
sacerdote no Velho Testamento, incluindo, também, o significado
no Novo Concerto que Deus fez com o homem por meio da morte
e ressurreição de Cristo. A palavra kohén, na língua hebraica,
significa alguém que oficia diante de Deus em prol de si mesmo e
dos outros. A mesma palavra é empregada seja qual for a religião
sob consideração. Em grego, a palavra sacerdote é Ititreus (relacio
nada com a palavra Itieros— sagrada), referindo-se às pessoas que
oferecem sacrifícios e que são responsáveis por tudo aquilo que
pertence as mesmas pessoas e sacrifícios, Da mesma forma, como
observamos no Velho Testamento, a palavra é empregada no
Novo Testamento para referir-se não somente ao Cristianismo,
mas a servos de religiões pagas (Atos 14,13, referindo-se a Júpiter).
113
114 A LEI E A GRAÇA
Os Sacrifícios
dos Sacerdotes
O livro de Levítico é repleto de instruções sobre o ministério
e a conduta dos sacerdotes levitas. Logo nos primeiros sete capí
tulos, Deus ensina o povo sobre os sacrifícios e ofertes a serem
oferecidos. Instrui, também, como os sacerdotes deveriam alimen
tar-se. O capítulo 21 daquele livro 6 importantíssimo. Não preten
do fazer um análise dos sacrifícios e ofertas nesse capítulo por
serem o assunto principal da segunda parte deste livro. No entan
to, para que hafa uma comparação objetiva da tipolgia apresenta
da, será necessário notar alguns detalhes sobre os diversos minis
térios e responsabilidades dos sacerdotes.
OS SACERDOTES E O SANGUE
Há muitas seitas e falsas religiões no mundo que fazem
sacrifícios de animais, e até de humanos, porque crêem que é
necessário derramar sangue para obter favores dos seus deuses.
Há outras seitas que cultuam o próprio Satanás. Estas oferecem
sangue de gatos, cachorros, aves, porcos, e até de humanos, entre
outros animais, como sacrifícios a ele. Satanás tenta duplicar, ou
imitar, todas as exigências de Deus com o intuito de manter seus
adeptos nas trevas. Mas qualquer exame cuidadoso, feito através
da Palavra de Deus, revelará como Deus zelava pela santidade e
123
124 A LEI E A GRAÇA
pureza de todos os animais sacrificados,, por representarem Seu
Filho. Nós precisamos zelar pela santidade do sangue do Senhor
da mesma maneira. Infelizmente, há muitos, chamando-se pasto
res, que negam totalmente a eficácia do sangue de Cristo. Chegam
a dizer que isto é a religião do açougue. Não há nenhuma maneira
de os sacerdotes reaís manterem comunhão com eles. Estes, na
realidade, nada têm a oferecer para purificar e perdoar o pecador.
Portanto, o ecumenismo pregado hoje é uma artimanha para
desviar os verdadeiros servos de Deus da mensagem de salvação
através do sacrifício de Cristo. Temos que defender, de corpo e
alma, a autenticidade de todas as Escrituras como sendo a revela
ção completa e perfeita da vontade de Deus. Diversos capítulos de
Levítico ensinam oa rituais necessários para a purificação por
várias transgressões à lei de Deus. Apesar de tratarem de casos
específicos, muitos dos princípios envolvidos representam para
lelos na vida do salvo. No caso do sangue perdido durante o parto
da mulher (cap. 12), ou no derramamento de sangue por qualquer
motivo, que não fosse oferecido ao Senhor, havia necessidade de
purificação. Isso tinha que ser feito pelo sacerdote. Exigia o sacri
fício de um animal. Deus havia ensinado a Seu povo que o sangue
era sagrado porque "a vida de toda carne é o seu sangue"(Lv
17.14). Nenhum tipo de sangue podia ser consumido. Simbolizava
o sangue que o Cordeiro de Deus derramaria. Portanto, cada vez
que sangue era derramado além dos sacri fidos e ofertas ao Senhor,
Deus exigia um sacrifído compensatório, não importava quantas
vezes isso ocorresse. O sacerdote servia de intermediário para que
o culpado recebesse a purificação.
Nós, como sacerdotes de Deus, precisamos estar sempre
prontos para ensinar aos "impuros" que o sangue do Cordeiro
purifica de toda a impureza. O sacerdote, em si, não possuía
nenhum poder para perdoar o culpado, nem substituí-lo, fazendo
sacrifícios no lugar dele. Da mesma forma, nós não podemos
perdoar nenhum pecado contra os mandamentos do Senhor, nem
praticar nenhum ato para perdoá-los no lugar de Deus. Mas
podemos servir de instrumentos de justiça, apontando aos neces
sitados o sangue purificador de Cristo. Não exige novo derrama
mento de sangue, mas confiança na eficácia do supremo sacrifído
através do derramamento de sangue do Filho de Deus. Nem o
sacerdote judaico e muito menos nós temos qualquer outra men
sagem para o pecador além do sangue remidor e purificador: "...
Os Sacrifícios dos Sacerdotes 125
Sem o d erram am ento d e sangue não h á rem issão".
Os capítulas 13 e 14 de Levítico tratam das Iras de purificação
dos leprosos. A lepra, além de ser uma doença muito comum no
Oriente Médio no tempo em que a Bíblia foi escrita, é simbólica do
pecado e da impureza. Contaminava todo o corpo da vítima.
Somente o sacerdote podia declarar se alguém era leproso, apesar
da possibilidade de o leproso pessoalmente reconhecer sua afli
ção. Somente o sacerdote podia declará-lo limpo. Paralelamente,
quanto à salvação, apenas nosso Sumo Sacerdote tem o direito de
determinar se alguém é salvo ou nSo. Todavia, quando se trata de
pecado óbvio e persistente na vida de um crente, que contamina
o Corpo de Cristo, temos quecortara comunhão com o ofensor- Ao
mesmo tempo, tomamos todas as providências ao nosso alcance
para ver a pessoa restaurada à comunhão, assim como tomavam
todas as medidas possíveis para a recuperação do leproso. Mas
eles eram obrigados a ficar fora do arraial até que fossem curados.
Se fôssemos mais fiéis em aplicar a disciplina, estabelecida por
Deus, a ser exercida na Igreja, outros não seriam contaminados. A
lepra é muito contagiosa. O pecado na Igreja também o é. Obser
vemos como o sacerdote agia no caso do leproso; Levítico 14.1 -2a:
Os Sacerdotes Desqualificados
Sacrifícios e Ofertas
Considerações
Gerais
Temos visto o cuidado exercido por Deus na escolha daque
les que O serviriam para que a Sua Santidade fosse revelada diante
do Seu povo. Mas todo esse cuidado seria sem valor se esses servos
não soubessem como e com o que Deus desejaria que O servissem.
Imaginem alguém sendo escolhido com tanto cuidado para exer
cer um cargo sem que soubesse o que seu supervisor desejaria que
ele fizesse. Portanto, ao instruir Moisés sobre as exigêndas da
santa lei, Deus induíu instruções específicas sobre os sacrifícios e
ofertas que seriam aceitos por Ele como declarações de arrependi
mento, de restauração de comunhão e de expressões de louvor. O
estudo da importância das festas religiosas ficará para a última
divisão deste livro.
O mesmo zelo por detalhes que o Senhor exerceu ao escolher
os sacerdotes c o sumo sacerdote é exercido por Ele ao determinar
e descrever os diversos sacrifícios e ofertas aprovados para cultuá-
-ÍO de uma maneira aceitável. Os Seus sacerdotes e Seu povo
seriam aceitos na presença dEIe apenas na medida em que obser
vassem aqueles detalhes. Por quê? Simplesmente porque esses
detalhes tinham significados tipológicos, representando algo rela
cionado com o Antítipo e a Sua obra expiatória e intercessória.
137
138 A LEI E A GRAÇA
A Oferta Queimada
O Holocausto
(Levítico 1.1-17)
Por ser o texto extenso, em vez de introduzi-lo todo aqui,
pretendo fazer referências aos versos na medida em que estudar
mos cada detalhe. A análise será feita verso por verso com o
intuito específico de descobrir de que maneira o simbolismo
apresenta quadros preciosíssimos à Igreja. Vejamos Levítico 1.1,2:
^Chamou o SENHOR a Moisés- e, da tenda da congregação,
lhe disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum
de vós trouxer oferta (corbã) ao SENHOR, trareis a vossa oferta
de gado, de rebanho ou de gado miúdo."
Destacamos, em primeiro lugar, o fato de que Deus está
tomando a iniciativa. Nem Moisés nem Israel procuraram essas
instruções do Senhor. Deus fez essa comunicação da "tenda da
congregação". O tabemáculo havia sido montado no deserto em
perfeito acordo e em plena obediência às ordens que Deus
transmitira a Moisés no Monte Sinai. A Shekinah havia enchido o
Santo dos Santos. Deus havia estabelecido a Sua residência ali. Ele
Xião teria outra habitação entre os israelitas, enquanto não fosse
Construído o Templo de Salomão.
Deus não mais habita em construções feitas por mãos huma-
145
146 A LEI E A GRAÇA
deiros filhos de Deus e jamais gozar das bênçãos que Ele tem
reservado para cadíi um de nós. E necesário que cheguemos
continuamente diante do Trono da Graça, confessando nossos
pecados, confiando na óbra expiatória de Cristo. Ao recebermos
a Cristo como Salvador recebemos a santificação posicionai,, isto é,
toma m onos santos filhos de Deus, Mas santificação prática, na
vida diária, depende da submissão ao Espírito Santo e da purifi
cação d os nossos pecados por Eiieio d.i confissão pela confiança no
Expiador. Necessitamos perguntar a nós mesmos diariamente: "
Será que a minha vida está sendo aceitável diante do Senhor?"
Prossigamos no estudo do contexto de Levítico, capítulo 1:
com fogo. Ele tem um lago de fogo onde Satanás, seus anjos, e
todos os que rejeitam Seu Filho Jesus serão lançados. Há muitos
outros exemplos desse aspecto de fogo divino nas Escrituras.
Vejamos o ministério do Espírito Santo para a purificação da vida
cristã. Ele deseja "purificar nossa fé" (1 Pedro 1.7); e para que
"sirvamos a Deus de modo agaradável" é "fogo consumidor"
(Hebreus 12.28,29). Em 1 Coríntios 3,11-15 há o relato do que vai
acontecer diante do tribunal de Cristo* Deus nos instrui que todas
as obras dos cristãos serão provadas por fogo naquela ocasião.
Nada impuro pode perdurar na presença do Santíssimo.
Lenha! Em nosso estudo sobre o Sumo Sacerdote Jesus Cristo,
observamos a importância da humanidade dEIe. A madeira é
simbólica daquela humanidade. Foi o perfeito homem Jesus que
morreu na cruz. Ele é chamado "a raiz de Jessé" ( Isaias 11,10); o
"rebento, o Renovo" ( Isaías 11.1; Jeremias 23.5; Zacarias 3.8,); a
"videira"( João 15.1). A arca de Noé, construída de madeira,
simbolizava Cristo, o único lugar de segurança durante o dilúvio
que Deus mandara para julgar o mundo, Era aquela "lenha" que
consumia as ofertas colocadas no altar.
O capítulo seis de Levítico declara que aquele fogo no altar
de bronze era perpétuo. Levítico 6.12,13:
A Oferta de
Manjares
(Levítico 2.1 -18)
Nesta e nas demais ofertas e sacrifícios encontraremos muitas
semelhanças com o holocausto. No entanto, cada sacrifício se
destaca pelos detalhes diferentes e pelas finalidades mesmo de
cada uma. Todos merecem nossa atenção pelas valiosas lições
simbólicas neles contidas. Importa sempre lembrar que todo o
sistema mosaico é declarado figurativo, sendo apenas uma som
bra do Novo Concerto (Hebreus 10.1).
Essa oferta é denominada "oferta de manjares", talvez pelo
fato de todos os elementos serem comestíveis. Não tem nenhum
simbolismo redentor por não apresentar sangue. Recordamos que
"sem o derramento de sangue não há redenção" *De fato, esse é o
único dos sacrifícios que não envolve a morte de um animal.
Portanto, é evidente que há muita diferença na tipologia. Por todas
as ofertas e sacrifícios refletirem a imagem de Cristo de alguma
maneira, Deus tem algo de suprema importância a nos ensinar por
meio dessa oferta e dos elementos empregados.
Encontramos vários textosbíblicos indicando que o holocausto
e a oferta de manjares seriam oferecidos juntos. As instruções
divinas sobre as festas solenes, registradas em Números 29, sem
pre ordenam que a apresentação dos dois sacrifícios fossem em
157
158 A LEE E A GRAÇA
conjunto. Segue uma lista de referências, representando vários
períodos na história israelita, onde o holocausto e a oferta de
manjares são apresentados juntos. Verifiquem; Josué22,29; Juí2es
13,23; 2 Reis 16,15; 2 Crônicas 7.7; Jeremias 17.26; Ezequiel 46,15
e Amós 5.22.
Então, quais são as lições que ei oferta de manjares apresenta
para a noas» edificação? O primeiro ponto que se destaca nessa
oferta é sua natureza vegetsJ.IssoédefimdonaprimeiroYtir&odo
Capítulo dois:
Azeite
O segundo ingrediente na composição da oferta de mahjares
A Oferta de Manjares 161
Os Sacrifícios Pacíficos
— A Oferta de Paz
(Levltflco 3 . 1 - 1 7 )
167
168 A LEI E A GRAÇA
"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de
que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar
a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e , então,
voltando, faze a tua oferta*" Mateus 5.23,24
A Gordura
Os Rins e Entranhas
Que se pode dizer a respeito das entranhas queimadas? Além
Os Sacrifícios Pacíficos — A Oferta de Paz 171
da gordura, dois membros intemos são mencionados especifica
mente: os rins (keluyoth) e o redenho sobre o fígado (yothereth,
literalmente,, o diafragma). Essas duas palavras hebraicas apare
cem nas Escrituras unicamente em referência aos sacrifícios. Por
essa razão não existem bases bíblicas para estabelecer qualquer
simbolismo. É claro que são membros essenciais para sustentar a
vida, mas não existe meios para determinar por que Deus exigia
que fossem oferecidos. Por outro lado, há muitas referências às
entranhas no Velho Testamento como sendo o centro das emo
ções. A palavra traduzida coração em Lamentações 1.20, 2.11 e
jeremias 31.20 são alguns exemplos por serem a palavra meim
(entranhas) no original. Nossa aplicação: todas as emoções preci
sam ser entregues ao Senhor de maneira que a paz , considerada"
nessa oferta, seja divina e não natural.
Agora, para obtermos mais informação sobre esse sacrifício,
é necessário examinar o capítulo 7.15-21, 29-35. Aprende-se,
nesses versos o que seria feito com o restante do animal, isto é, as
partes que não eram queimados no altar. O verso 15 nos informa
que aquela carne seria comida. O contexto indica que os partici
pantes seriam o Senhor Deus, o ofertante e os sacerdotes de Deus.
Todos festejavam juntos; era uma oferta festiva. Portanto, havia
diversas exigências para que a oferta fosse aceita por Deus, Pelo
menos algumas das ofertas pacíficas eram oferecidas com bolos
asmos e pão levedado. Nos versos 11-14 do capítulo sete, Deus
descreve em detalhes como seriam preparadas e oferecidas. Ape
sar de termos considerado o simbolismo dos pães asmos e do
azeite de oliva nos capítulos anteriores, recordamos aqui que esses
pães (oubolos) são representativos do Pão Celeste, o único alimen
to para o crescimento espiritual do ofertante e de todos os servos
de Deus, totalmente sem "fermento". O verso 13 nos ensina que
uma parte desses pães era levedada. Como se refere ao fermento,
tipo de algo maléfico, somos obrigados a concluir que o ofertante
não está apenas fazendo uma oferta daquilo que tipificava o
Senhor, mas estava oferecendo-se a si mesmo ao Senhor, A Igreja
nunca estará livre do "fermento" até o arrebatamento. Os pães
levedados não eram queimados no altar; serviam de alimentação
para o ofertante e os sacerdotes. Na realidade, não há outro meio
para o filho de Deus experimentar a perfeita paz, a alegria, a
Comunhão com Deus e com os outros sem que ofereça a si mesmo
em sacrifício ao Senhor. Esses versos indicam que havia diversos
172 A LEI E A GRAÇA
O Peito
A tradução hebraica para a palavra "peito" em relação aos
sacrifícios écherez. Refere-se a todo o membro corporal, Há muitas
referencias bíblicas, para o mesmo membro com outra palavra
hebraica, relacionadas com a função desse membro. Tratam de
lugar de alimento e de bênçãos. A primeira referência nesse
sentido se encontra nas bÊnçãos proféticas de Jacó sobre José,
Gênesis 49.25:
" . . . .Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-
podenoso, o qual te abençoará, com bênçãos dos altos céus, com
bênçãos das profundezas, com bênçãos dos seios e da madre."
Há diversas referências aos peitos como o lugar de bênçãos no
Livro alegórico deCantares de Salomão, onde as figuras principais
são simbólicos de Cristo e Sua Igreja. No Novo Testamento,
encontramos a cena do apóstolo João reclinando sobre o peito de
Jesus (sinal de aconchego e intimidade, João 13.25; 21.20). Na
mensagem profética da Nova Jerusalém, e da promessa do futuro
Os Sacrifícios Pacíficos — A Oferta de Paz 173
glorioso de Israel, registrada em Isaías 60.16, Deus faz a seguinte
promessa:
A Coxa Direita
"Também a coxa direita dareis ao sacerdote por oferta dos
sacrifícios pacíficos/'
Restrições
Como foi dito, havia certas outras restrições entre os detalhes
sobre a apresentação dessa oferta. De fato, havia duas ocasiões
diferentes em que a oferta de paz era oferecida, Além do que já
examinamos, a oferta podia ser feita como um voto diante do
Senhor, (7,16-21 )■Era muito comum os israelitas oferecerem votos,
Havia o voto do nazlreado (Números 6.1-5); o voto de Jacó
(Gênesis 28.20); o voto da Ana em prometer entregar seu filho ao
Senhor (1 Samuel 1.11), e muitos outros registrados no Velho
Testamento. O voto era sempre alguma promessa solene feita ao
Senhor para entregar algo ou fazer algo a Ele, Salomão, no livro de
Edesiastes S.4-5, faz a seguinte observação sobre os votos:
"Eu, porém* vos digo: De modo al gum jureis: Nem pelo céu,
por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus
pés; nem por Jerusaíém, por ser cidade do grande Rei; nem
jures pela tua cabeça^ porque não podes tomar um cabelo
branco ou preto. Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não.
O que disto passar, vem do maligno." Mateus 5,34-37,(cf.Tiago
5.12)
O Sacrifício
Pelos Pecados
(Levítico 4.1 -35)
Entre os sacrifícios, o apresentado no capítulo quatro era, na
realidade, o primeiro a ser oferecido; isso pode ser confirmado,
examinando-se a ordem dos sacrifícios enumerados nos capítulos
oito, nove e catorze de Levítico. E porque nenhuma das ofertas de
holocaustos, de manjares e de paz trata de confissão de pecados;
todas estão relacionadas com a comunhão entre o ofertante e
Deus. Os capítulos quatro e cinco relatam como o ofertante en
frentaria o problama do pecado em sua vida, Como é necessário
tratar do pecado antes que existam bases para comunhão, esses
dois sacrifícios eram apresentados inicialmente*
Este capítulo é dividido em quatro partes; cada uma será
tratada individualmente, onde aparecem detalhes diferentes.
Aquilo que é igual em todos os sacrifícios será considerado em
conjunto. Esses sacrifícios pelos pecados têm algumas semelhan
ças com os sacrifícios anteriores:
Os animais oferecidos teriam que ser sem defeito, símbolo
de Cristo, sem pecado.
O animal era trazido diante da porta da tenda da congrega
ção, perante o Senhor, para ser oferecido, simbólico do sacrifí
cio de Cristo.
179
180 A LEI E A GRAÇA
O ofertante colocava a sua mão sobre a cabeça do animal a
ser sacrificado, declarando, assim, que o animal era represen
tativo dele mesmo, tomando o seu lugar.
Toda a gordura, rins e o redenho sobre o fígado pertenciam
ao Senhor e eram queimados no altar.
Havia a participação de um sacerdote ungido em cada caso.
Os Sacerdotes
A Congregação
"Mas, se toda a congregação de Israel pecar por ignorância,
e isso for oculto aos olhos da coletividade, c se fizerem contra
algum dos mandamentos do Senhor aquilo que se não deve
fazer, e forem culpados, e o pecado que cometerem for notório,
então a coletividade trará um novilho como oferta pelo pecado,
e o apresentará diante da tenda da congregação", Levítico
4.13,14
O processo para o sacrifício desse animal e para a disposição
do sangue, da gordura e da carne dele é idêntico ao sacrifício feito
pelos sacerdotes. O valor do animal aceito para o sacrifício é o
mesmo. A única diferença é para quem está sendo oferecido. Para
que houvesse a identificação dos ofertantes com o animal sendo
oferecido, os líderes civis na vida cotidiana eram responsáveis por
impor as mãos na cabeça do animal, "Os anciãos da congregação
porão as mãos sobre a cabeça do novilho perante o Senhor",
(v. 15a)
A palavra ancião na língua hebraica é zaquen. O significado
principal da palavra é "velho, idoso, barbudo". Ainda assim, a
primeira referência dessa palavra nas Escrituras se encontra em
Gênesis 50.7, que diz: "subiram com ele todos os oficiais de Faraó,
os principais da sua casa, e todos os principais da terra do Egito,"
Foi na ocasião de José levar os ossos de Jacó para serem sepultados
em Canaã. Conforme a regra de interpretação bíblica chamada "a
188 ALEI EA GRAÇA
Os Príncipes
Qualquer Pessoa
Há sempre uma tendência de o ser humano culpar ou tros por
suas falhas. Deus não permite que ninguém escape por essas
desculpas. Os líderes religiosos, os líderes civis, os líderes famili
ares teriam maior responsabilidade. Por conseguinte, eram obri
gados a oferecer animais de maior valor* Mas cada indivíduo era
obrigado a assumir a responsabilidade sobre si mesmo. Não é
diferente em nossos dias. Nenhum de nós pode escapar da culpa
bilidade por pecados individuais não confessados e sem depositá-
los sobre o Expiador. Lembramos que esse sacrifício não é simbó
lico de salvação; trata-se da renovação da comunhão- Apesar de o
animal sacrificado nesse caso ser uma cabra, continua represen
tando o Senhor Jesus que tomou sobre Si nossos pecados —
passados, presentes e futuros* A solução para a restauração em
cada instância ê a volta a cruz do Calvário. Como está a sua
comunhão pessoal com Deus hoje? Há coisas na sua vida que não
têm sido reconhecidas como pecado, seja por ignorância, por
descuido, por omissão, ou por qualquer outro motivo? Quando
Deus o revela por meio da Sua Palavra ou por alguma outra
pessoa, é hora de agir. Confesse-os a Cristo. A comunhão com
Deus é preciosa demais para ficarmos agarrados em qualquer
coisa que a possa interromper.
"Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e
salva os de espírito oprimido."
Capítulo Seis
O Sacrifício Pelos
Pecados Ocultos
(Levítico 5.1-19)
E o quinto entre os sacrifícios e ofertas. Abrange um campo
vasto de pecados, Apesar de ser chamado "sacrifício para pecados
ocultos", parece que nem todas as^ireas mencionadas seriam
ocultas ao culpado,
Há muitas divergências entre esse sacrifício e aqueles que
estudamos até aqui. Não obstante, Deus insiste no reconhecimen
to e restituição do culpado porque não há outros meios de preser
var uma vida de santidade diante de um Deus Santo. É impossível
enfatizar demais que todos os desvios das ordens e exigências de
Deus O ofendem. Notamos as diversas categorias de pecado
enumerados nesse capítulo; qualquer um desses pecados é decla
rado de mesma importância diante do Senhor; teria que ser
tratado com igual seriedade. Isso é muito importante, porque
pecado é pecado, seja ou não aparente ao pecador. Vejamos as
categorias mencionadas nesse contexto. A primeira é destacada
em Levítico 5.1:
191
192 A LEI E A GRAÇA
Cordeiras e Cabritas
", -, sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho
homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não
sirvamos o pecado como escravos."
Flor de Farinha
Os Sacrifícios Pelos
Pecados Voluntários —
As Libações
(Levftico 6.1-7)
Adenda — As Libações
Aparecem novas instruções para a expiação dos pecados trata
dos nesse sacrifício. É muito natural perguntarmos a nós mesmos por
que tantas categorias de pecados foram mencionadas individual
mente. Por que todos os pecados não poderiam ser expiados por um
único tipo de sacrifício? Cremos que, na maioriados casos, os detalhes
apresentam aspectos tipolégicos que servem para estabelecer a im
portância das variações* Nesse caso, encontramos certos detalhes
novos que se destacam, tomando certas atitudes e ações essenciais
para que o problema da comunhão quuebrada seja sanado. Os
pecados enumerados nesses versos sempre afetam a comunhão
espiritual, tanto vertical, entre o homem e Deus, como horizontal
mente, entre o homem e seu próximo.
Repetimos! Não existe pecado que não atinja a Deus, Obser
vemos a declaração de Davi, após haver adulterado com Bate-
Seba, sendo também o responsável pela morte do marido dela.
Vejamos o que ele disse:
201
202 A LEI EA GRAÇA
A Oferta Exigida
Adenda — A s Libações
Cada festa apontava algo que Deus desejava que Seu povo
relembrasse quartto à maneira de Se manifestar a eles. Eram
verdadeiros exercícios de fé. A observação não era voluntária; a
ordem era cronológica, não sendo aceitável a modificação das
datas ou a ordem da observação.
As festas exerciam várias influências sobre Israel, além da sua
importância religiosa. Serviam para unir o povo,, evitando, assim,
a criação de clãs sociais e religiosas. Tinham, também, um efeito
político e comercial entre eles. Um dos grandes efeitos, era
conserva-los separados das nações pagãs ao seu redor.
A Igreja não é uma extensão do judaísmo. Um estudo cuida
doso, sem opiniões pré-determinadas, confirmará essa premissa.
As diferenças entre a primeira aliança (com Israel) e a segunda
(com a Igreja) são enormes. Não serão examinadas neste livro, O
objetivo atual é comparar cada festa com algum evento que revela
a manifestação de Deus para com Seu povo, desde a morte do Seu
Filho até a eternidade futura» Deus traça todo o Seu plano de
redenção da humanidade por meio delas.
Pela falta de percepção das lições simbólicas na primeira
aliança, incluindo as festas judaicas, a grande maioria dos cristãos
deixou de colher as bênçãos espirituais contidas nelas. É muito
comum encontrar irmãos na fé qua admitem não achar nada
interessante no livro de Levítico,
O capítulo vinte e três de Levítico destaca sete festas: a da
Páscoa, a dos Pães Asmos, a das Primícias, a de Pentecostes, a das
Trombetas, a da Expiação e a dos Tabernãculos, nessa ordem.
Algumas delas são tratadas em outras passagens bíblicas também,
Com exceção da primeira e da segunda das festas mencionadas,
todas as demais são independentes umas das outras, Existe uma
relação entre as duas primeiras que as tornam inseparáveis, ape
sar de representarem dois quadros diferentes.
O primeiro assunto tratado em Levítico vinte e três é o
sábado. Na vida do povo de Deus, desde a criação de Adão e Eva,
Deus estabeleceu a importância do sábado por ser simbólico do
dia em que Ele mesmo descansou da Sua obra de criação. Ao
entregar os dez mandamentos a Moisés, no Monte Sinai, Ele
declarou sagrado o sétimo dia de cada semana. Esse assunto será
examinado ao olharmos outras atividades importantes na vida
dos israelitas, pois isso não faz parte do calendário que está sob
consideração aqui»
As Sete Festas Fixas segunda o Calendário de Israel 213
A Festa da Páscoa
Levítico 2 3 .4 ,5
(Ex 2 3 .1 4 ,1 5 ; 3 4 .1 8 ; Dt 16.1-8)
"São estas as festas fixas do Senhor, as santas convocações,
no seu tempo determinado. No mês primeiro, aos catorze do
mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do Senhor,"
A primeira fe^ta fixa no calendário remissório de Deus foi a
Páscoa, Fora estabelecida na noite e m que os israelitas saíram do
Egito; a festa comemorava a libertação de sua escravidão, Do
ponto de vista humano, marcava o início de uma nova relação co m
Deus; simboliza a redenção no programa de Deus. Os israelitas
haviam estado quatrocentos e trinta anos no Egito. Apôs a morte
de José, foram escravizados durante séculos. Porém, a libertação
aconteceu exatamente de acordo com o tempo pré-determinado
por Deus. Houve muitas tentativas, da parte de Israel, de sair antes
da noite da Páscoa, sem conseguir resultados positivos. Deus
mesmo interviu, endurecendo o coração de Faraó. Mas agora
vamos ver a maneira pela qual Deus os libertou, no estudo sobre
a festa da Páscoa.
Os pormenores se encontram em Êxodo 12. Os únicos detalhes
fornecidos sobre a Páscoa, em tjevíticn 23 são a ocasião em que seria
realizada e a quem seria oferecida, Olhemos o verso de novo:
"No mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da
tarde, é a Páscoa do Senhor/'
215
216 A LEI EA GRAÇA
A Festa dos
Paes Asmos
(Lv 2 3 .6-8; Dt 16.8;
Êx 12.15-20; 1 3 3 -7 )
A festa dos pães asmos sempre estava associada à festa da
Páscoa- Iniciava-se no dia posterior à Páscoa e se estendia por sete
dias. Os detalhes da festa não aparecem nos livros de Levítico e
DeuteronÔmio; porém, a ocasião da observação é estabelecida nos
doislivros. Vamos introduzir o assunto com versos emLevítico23:
" E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães asmos do
Senhor: sete dias comereis pães asmos- No primeiro dia tereis
santa convocação; nenhuma obra servil fareis; mas sete dias
oferecereis oferta queimada ao Senhor: ao sétimodia haverá
santa convocação; nenhuma obra servil fareis/' (w. 6-B)
227
228 A LEI E A GRAÇA
A Festa das
Primícias
(Levítico 23.9-14;
Êxodo 23*16; 34*22,26)
O terceiro evento significante no calendário de Deus era a
Festa das Primícias; estava associada às duas primeiras. As instru
ções iniciais a respeito dela são:
"Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrares na
terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então trareis um
molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; este moverá
o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos; no dia
imediato ao sábado o sacerdote o moverá." Levítico 23.10~12a.
233
234 A LEI E A GRAÇA
corresponde ao dia em que o cordeiro ou cabrito, sem mancha,
seria separado para a imolação no dia da Páscoa; seria o primeiro
aniversário da observação no Egito. O texto indica que "as
primícias" seriam observadas no primeiro domingo depois da
Páscoa. Portanto, a primeira comemoração da terceira festa acon
teceu poucos dias após a entrada na nova terra.
Voltando nossa atenção aos versos acima, concluímos que a
primeira messe oferecida pelos israelitas seria dos produtos já
existentes na terra, não plantados por eles. Que lição importante!
Deus havia prometido a Israel uma terra que "manava leite e mel".
Ele mesmo providenciou os produtos para que eles oferecessem
como Primícias. Não dependia de nenhum esforço ou trabalho
deles. À medida que examinarmos o antítipo dessa comemoração,
a importância figurativa tornará mais evidente.
Deus inicia Suas instruções sobre a festa das Primícias com as
palavras "quando entrardes na terra que vos dou". Israel não
conquistou essa terra. Ela lhes foi presenteada por Deus mesmo.
É um quadro perfeito da graça manifestada a nós em nossa
entrada para as abundâncias que temos em Cristo Jesus. Alguns
teólogos procuram estabelecer que Canaã é um tipo dos céus. Há
até hinos evangélicos que apresentam esse tema. Um estudo
cuidadoso da tipologia explode esse mito. Canaã é claramente
simbólica da vida farta que temos em Cristo. A abundância da
nova vida de Israel era experimentada somente pela graça de
Deus. Logo que a nação entrou em Canaã havi a fartura . Da mesma
maneira, o crente recebe do Senhor uma vida que inclui "toda a
sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo Jesus"
Efésios 1.3b. Temos fartura em Cristo. É uma pena não haver mais
reconhecimento do fato entre os filhos de Deus, porque Ele deseja
que vivamos vidas "abundantes". Paulo exorta e instrui os coríntios
sobre essa nova vida com estas palavras:
A Festa de
Pentecostes
(Lv 2 3 .1 5 -2 2 ; Dt 1 6 .9 -1 2 ;
Êx 2 3 .1 6 ; 34.22)
A Festa de Pentecostes nunca leva esse nome no Velho
Testamento. Encontramos, pela primeira vez, essa terminologia
em Atos 2.1. A palavra "pentecoste” é grega, significa o qüínqua-
gésimo dia. Portanto, refere-se à festa realizada cinqüenta dias
após a festa das Primícias. No Velho Testamento, todas as referên
cias à festa simplesmente determinam quando ela seda observa»
da. Por exemplo, em Levítico 23.15,16:
"Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado,
desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida
(primícias); sete semanas inteiras serão. Até ao dia imediato ao
sétimo sábado, conta reis cinqüenta dias, então trareis no\Ta
oferta ao Senhor,"
Sabem o que aconteceu cinqüenta dias após o cumprimento
da tipologia da festa das Primícias, isto é, daressureição de Cristo?
A Festa de Pentecostes foi cumprida tipologicamente pelo nasci
mento da Igreja. O capítulo 2 de Atos descreve detalhadamente a
maneira como o antítipo foi estabelecido. Porém, antes de consi
derarmos aquela ocasião gloriosa, convém considerarmos algu-
239
240 ALEI E A GRAÇA
A Festa das
Trombetas
(Levítico 2 3 .2 3 -2 5 ; Números 2 9 .1 -6 )
A maioria dos estudos feitos sribre as festas de Israel leva em
consideração apenas três. Esses estudos, em geral, concentram-se
apenas no aspecto histórico. Ignoram, ou tratam superficialmente,
o seu sentido figurativo. Porém, a Festa das Trombetas, realizada
no primeiro dia do sétimo més do calendário judaico, apresenta
mais uma figura de grande importância no programa de Deus, No
último capítulo, notamos que Pentecostes é a última festa já
consumada pelo antítipo. Portanto, estamos aguardando ainda o
soar das trombetas.
Esse dia, descrito em Levítico 23.23-25, apresenta várias
particularidades que têm sentido tipológico pertencentes à Igreja,
Examinemos o texto:
'"Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel,
dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, fcereis descanso
solene, memorial, com sonídos de trombetas, santa convoca
ção. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada
ao Senhor"
O ano novo dos judeus ínicíava-se, na realidade, no mês
Abib (Nisan), conforme obeservamos no estudo sobre a festa da
Páscoa. No entanto, Tishri, o sétimo mês, marcava o início do ano
245
246 A LH E A GRAÇA
A Festa das
Expiações
(Levítico 23.26-32; Levítico 16)
Entre todas as festas anuais de Israel, Deus deu mais instru
ções sobre a realização desta do que de qualquer outra. O capítulo
16 de Levítico descreve todos os pormenores a serem observados
nesse dia. A palavra-chave que melhor descreve a festa é "afligir".
A palavra traduzida para "expiação" é kafar, significa, literalmen
te, "cobrir". Os pecados de Israel e dos santos do Velho Testamen
to foram “encobertos", esperando a morte de Cristo para sua
redenção. Na observação dos requisitos da Festa da Expiação,
Deus prometeu encobrir os pecados coletivos e individuais de
Israel.
Era um dia de grande penitência. Com isso em mente, procu
raremos descobrir onde a festa se encaixa no calendário tipológico
de Deus.
Introduziremos o estudo, observando que ao sumo sacerdote
era permitido entrar no Santo dos Santos apenas neste Dia da
Expiação. Uma vez por ano vestia-se com as roupas sagradas para
apresentar o sangue do sacrifício diante do Senhor sobre a Arca da
Propidação. O sumo sacerdote era sempre re p re se n ta tiv o de Jesus
Cristo.^Revejam os comentários dos primeiros capítulos de$te,
livro. (OTivro "A Pessoa de Cristo no Tabernáculo'^este_ãutor,
251
252 A LEI E A GRAÇA
descreve a importância da Arca).
O ministério do sumo sacerdote não simbolizava a obra
redentora de Cristo; era um ato de contrição pelos pecados come
tidos durante o ano passado e a sua purificação. O antítipo do
ministério do sumo sacerdote se encontra esboçado em Hebreus
4.15, 16. Portanto, esta oferta nada tem a ver com a salvação de
Israel. A Festa da Páscoa serviu para simbolizar aquele evento.
Esta representa restauração. O verso 9 de 1 João 1 é o equivalente
para o crente. A chave, então, para compreendermos o verdadeiro
significado da festa, gira em tomo das duas palavras "aflição" e
"restauração".
Surge a pergunta: quando será cumprida a Festa da Expiação
pelo antítipo? Os profetas de Israel proferiram muitas profecias
sobre esse tempo vindouro. Cremos que nos oferecem uma res
posta; são as palavras de Zacarias 12.10,11a e Daniel 12.1:
"Esta é a aliança que farei com cies depois daqueles dias, diz
o Senhor: Porei nos seus corações as minhas Ieis,e sobre as suas
mentes as inscreverei. Acrescenta: Também de nenhum modo
me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para
sempre.”
Capítulo Oito
A Festa dos
Tabernáculos
(Levítico 23,39-44)
A última festa anual a ser realizada pelos israelitas eia a Festa
dos Tabernáculos, Tinha uma aplicação muito prática na vida
deles. Servia, literalmente, como um memorial dos anos em que
Israel morou em tendas na sua peregrinação pelo deserto, antes de
entrarem em Canaã. Portanto, o objetivo deste estudo é determi
nar o que a Festa prefigurava no calendário de Deus* Procurare
mos estabelecer alguns aspectos paralelos entre as particularida
des da Festa e a maneira que será cumprida no quadro geral do
programa divino.
Essa última Festa era observada logo após a realização da
Festa da Expiação, aquele tempo de grande aflição descrito no
capítulo anterior. Aquela havia terminado no dia nono do sétimo
mês. O número nove, sendo o último dos dígitos, significa o
número completo, o fim. Além da meia tribo de Manassés, havia
nove tribos completas que herdaram a terra de Canaã. Nove
décimos dos seus bens pertenciam ao povo. Um décimo era do
Senhor. Foi à hora nona que Jesus, na cruz, exclamou: "Eloi, Eloi,
lamá sabactâni" e jrEstá consumado!", entregando Seu Espírito,
As aflições de Cristo haviam terminado, e a redenção para o
pecado, completada.
257
258 A LEI E A GRAÇA
" ,.. virá a praga com que o Senhor ferirá as nações que não
subirem a celebrar a festa dos tabemáculos."
Sábados — O Sábado
Deus estabeleceu o sábado como um día de descanso para a
nação de Israel; um dia de comemoração do descanso do Senhor
no sétimo dia da criação. Novamente o número sete representa
algo perfeito no conceito divino. A palavra shabbath significa
"cessação". A primeira vez que encontramos alguma instrução da
parte de Deus sobre esse día, foi quando Deus começou a alimen
tar Seu povo no deserto com maná (Êxodo 16,23), O dia é denomi
nado "o santo sábado". Vejamos algumas referências ao sábado
naquela ocasião:
" ,., o sábado é do Senhor... Ate quando recusareis guardar
os meus mandamentos e as minhas leis? . . . ninguém saia do
seu lugar no sétimo dia. Assim descansou o povo no sétimo
dia." Exodo 16.25-30
263
264 A LEI BA GRAÇA
dia; E descansou Deus, no sétimo dia de todas as suas obras que
fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu
descanso. Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele, e
que,, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos
quais anteriormente foram anunciadas as boas novas."
Digitalização:
Roberto Oliveira.
Tipo e Antítipo
Este livro tem por finalidade ampliar o estudo
| sobre figuras e tipos do Velho Testamento apre-
È-p sentados no livro "A Pessoa de Cristo no
Tabernáculo.fl Examina as figuras da Igreja,
comparando-as com os ensinos sobre o sacerdó-
:,4 do, os sacrifícios e ofertas levitas, e as festas
judaicas. Levítico é o livro bíblico que apresenta
o maior número de figuras e símbolos. Por isso,
não há outro livro igual para se conhecer o Deus
Jeová de Israel, e a Santidade Pessoal dEle, tanto nas vidas daqueles
que desejavam, como também nos que desejam hoje, uma vida
condigna de filhos de Deus.
Este livro tem por finalidade ampliar o estudo sobre as figuras e
O Pastor Floyd L. Gilbert (B.D.; M. Div.; D. Min.) serviu como
missionário no Brasil quarenta anos com a Missão Novas Tribos do
Brasil.
Trabalhou entre os índios Kaingang em Santa Catarina e Rio
Grande do Sul e a tribo Kariri-Xocó em Alagoas. Lecionou matérias
bíblicas durante muitos anos no Instituto José Manoel da Conceição,
Jandira, SP, no Instituto Bíblico Peniel, Jacutinga, MGt e no Instituto
Missionário Shekinah, Rio Brilhante, MS, Dr, Gilbert é o autor do
livro, flA Pessoa de Cristo no Tabernáculo.” Atualmente continua se
dedicando ao preparo de literatura evangélica para o público cristão
do Brasil.
ES
Editora
Candeia L.v-00111