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A realidade

do Corpo de Cristo

          Leitura bíblica: Rm 8:4; 12:4­5; 1Co 6:17; 12:27; Ef 4:16, 21; Fp 3:10

          Senhor, Te agradecemos, obrigado por nos reunir este final de semana. Enquanto estamos aqui, sentados,
diante de Ti, queremos ouvir o Teu falar, quão gratos somos, Senhor, por Tu ainda serdes o Espírito que fala em
Tua  restauração.  Continua  a  falar  a  nós.  Te  entregamos  esta  conferência de  final  de  semana,   cada reunião,
entregamos   nas   Tuas   mãos.   Quanto   à   realidade   do   Corpo   de   Cristo,   admitimos   que   não   sabemos   o   que
deveríamos saber. Oramos pela Tua misericórdia, dá­nos misericórdia, Senhor, oramos por cada santo, oramos
por nós mesmos. Dá­nos um espírito esvaziado, faz de nós um vaso vazio e dá­nos um desejo profundo de buscar
conhecer a realidade do Corpo de Cristo. Remove todos os véus, em nosso coração, Senhor, todos os véus do nosso
entendimento natural, todos os véus da nossa filosofia e educação, todos os véus da religião. Oramos para que o
Teu Espírito da realidade nos guie à toda a realidade. Mais uma vez amarramos o Teu inimigo aqui, por dentro e
por fora, em todo este local, por amor ao Teu Corpo, e repreendemos oTeu  inimigo. Reivindicamos a Tua vitória e
proclamamos a Tua vitória. Cristo é vitorioso. Senhor, que Tu manifestes a Tua própria glória nesta conferência,
dá­nos espírito de sabedoria e de revelação, dá­nos a palavra que os homens não podem falar. Senhor, alimenta­
nos no nosso espírito mesclado, queremos receber o Teu falar, amém.

          Graças ao Senhor, está chovendo lá fora, mas todos fomos atraídos pelo Senhor para ter esta reunião alegre
nesti   final   de   semana,   e  creio   que,   embora   tenhamos   apenas   cinco   reuniões   curtas,   que   o   Senhor   nos   falará
ricamente. O tema geral desta conferência, vamos declarar: “Viver na realidade do Corpo de Cristo preservando
os princípios do Corpo”. No ano passado, na conferência de ações de graça, liberamos uma série de mensagens
sobre a realidade do Corpo  de Cristo.  Eu imagino quantos de  vocês,   irmãos,  entraram naquelas mensagens?
Depois da conferência, o Espírito ainda tem encargo de permanecermos neste tema. O Senhor sabe que, mesmo
que pareça que estamos familiarizados com este tema, o Corpo de Cristo, a realidade do Corpo de Cristo, mas o
Senhor sabe, o Senhor tem uma preocupação de que esse tema, que o nosso entendimento genérico, de que nós não
entremos tanto nessa realidade. Durante a conferência de ações de graça do ano passado, começamos a ver, o
Senhor nos abriu um assunto muito importante, que é a realidade do Corpo de Cristo

           Nesta conferência internacional de língua chinesa, nós prosseguiremos na mesma direção para ter mais
desenvolvimento   nessa   área.   O   tema   geral   nos   mostra   que,   para   vivemos   na   realidade   do   Corpo   de   Cristo
precisamos   preservar   os   princípios   do   Corpo.   Quando   falamos   dos   princípios   do   Corpo,   não   meramente   nos
referimos   a   alguns  regulamentos,   algumas  regras  na  prática   da   vida   da   igreja.   O   Corpo  de   Cristo   pode  ser
comparado com o nosso corpo humano, no qual há princípios orgânicos. Para vivermos na realidade do Corpo de
Cristo precisamos conhecer os princípios do Corpo e preservá­los. Haverá cinco mensagens nessa conferência, a
primeira   delas   pode   ser   considerada   uma  palavra   de   abertura,   de   introdução,   não   meramente   uma   palavra
introdutória, mas também uma palavra que nos mostrará um esboço geral, uma visão panorâmica da realidade
do Corpo de Cristo para nos mostrar o que é essa realidade.

          Irmãos e irmãs, não pensem que vocês, conhecendo essas palavras, conhecendo essa terminologia, você, de
fato, entende essa questão, até mesmo essa palavra “realidade”. Honestamente, eu admito que não entendo, o que é
realidade? As pessoas tê3m conceitos e pensamentos diferentes a respeito disso. Essa realidade, está tão longe do
que temos para entendermos.  Portanto precisamos usar algum tempo para termos uma visão panorâmica da
realidade do Corpo de Cristo e então as mensagens restantes nos introduzirão nos diversos princípios do Corpo.
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          O encargo dessa mensagem é pesado, portanto, peço que todos vocês, meus irmãos, continuem orando por
mim e por vocês mesmos para que, enquanto falamos,  enquanto ouvimos, o Espírito do Senhor tenha liberdade
total para descarregar totalmente Seu encargo sem reserva alguma. O Corpo de Cristo  é algo tão misterioso e
profundo, podemos nos lembrar que naqueles dias, quando o Senhor levantou o irmão Watchman Nee na China
continental em 1922, ele começou a dar­nos uma ajuda quanto à Bíblia, nos dar luz sobre a prática, o sentido
prático da vida da igreja. Para sermos cristãos precisamos ter a vida da igreja adequada sobre a base adequada
da unidade. Essa luz nos deu muita ajuda, muita ajuda aos irmãos e irmãs, de maneira que todos nós, nos
dispusemos a deixar a base da divisão e voltar à base da unidade para ter as reuniões da igreja. Depois que o
irmão Watchman Nee visitou a Europa em 1930, na década de 1930, ele estudou novamente a Bíblia quanto a
prática da vida da igreja e na palavra de Deus ele viu que a igreja é o Corpo de Cristo. A igreja não é meramente
uma congregação. A igreja é o Corpo de Cristo, é um organismo e nesse universo há unicamente um Corpo de
Cristo, embora haja milhares de igrejas locais, aos olhos de Deus há apenas um Corpode Cristo.

          Quando o irmão Watchman Nee liberou o assunto sobre as práticas das igrejas locais, os santos estavam
muito receptivos e estavam dispostos a seguir. Mas quando o irmão Watchman Nee começou a liberar a verdade
sobre o Corpo único de Cristo, pouquíssimos entraram nessa revelação. Ele disse que era como se tivesse tocando
música para vacas, ele falou isso, mas foram muito poucos, foram pouquíssimos que entraram nisso. O irmão
Watchman Nee,  contudo,  não ficou decepcionado e não  parou.   Na década de 1940,  até ele ser preso,   ele  teve
encargo de liberar a revelação sobre o Corpo de Cristo. Em 1949, durante aquela mudança política, na China
continental, ele enviou o irmão Witness Lee para o exterior. O irmão Lee seguiu fielmente o irmão Watchman Nee
e continuou a ministrar a respeito de Cristo e a igreja nessa linha do Corpo de Cristo para desenvolver ainda
mais em Taiwan e depois nos Estados Unidos continuando a ministrar aos santos mensagens como essas. No
começo da década de 1980, o irmão Witness Lee recebeu uma nova abertura do Senhor, especialmente para ver
que Deus tem uma economia eterna e essa economia é para que Deus Se dispense no Seu povo escolhido a fim de
ser sua vida e seu tudo. De maneira que através desse dispensar Ele produza um organismo que é o Corpo de
Cristo.

          Essa luz é, de fato, uma luz a mais, com relação ao que havíamos visto anteriormente. Ele viu o Corpo de
Cristo relacionado com a economia eterna de Deus, proveniente do dispensar de Deus para trabalhar Deus no
homem. Esse é um organismo gerado através do dispensar de Deus para o homem. E em 1994 ele viu que como o
pico elevado da economia eterna de Deus, esse pico elevado é Deus, Aquele que Se dispensa para o homem, Ele
tornou­Se um homem. Ele próprio tornou­Se um homem, e através do Seu dispensar Ele que tornar o homem
Deus. Fazer com que o homem se torne Deus, de maneira que o homem se torne Deus, não em Sua Deidade, mas
com a Sua vida e natureza de maneira que o homem se torne exatamente igual a Deus em vida e natureza. Deus
tornou­Se homem para tornar o homem Deus em vida e natureza. O resultado disso  é um organismo, que é o
Corpo de Cristo. O irmão Lee disse que a realidade do Corpo de Cristo é a habitação mútua de Deus e o homem.
Deus tornando­Se homem, e o homem tornando­se Deus para viverem um viver que é a incorporação mútua de
Deus e o homem. Esse é o ponto mais elevado da economia de Deus. Irmãos e irmãs, essa revelação é, de fato, o
pico mais elevado da revelação divina. Não há nada, nenhuma outra doutrina ou ensinamento, é tão elevada
quanto   essa.   Deus   tornando­Se   homem   para   fazer   com   que   o   homem   se   torne   Deus,   na   união,   mesclar   e
incorporação dos  dois,  a  fim de produzir  um organismo, que  é  o Corpo de Cristo,  esse  Corpo de Cristo  é  tal
realidade.

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              É a realidade do Corpo de Cristo. Depois que o irmão Lee viu isso, ele observou a condição de todas as
igrejas locais por toda a terra, naquela ocasião havia milhares de igrejas locais, contudo ele disse, ele perguntou
ao   Senhor,   entre   todas   essas   milhares   de   igrejas   locais,   quanto   há,   ali,   da   realidade   do   Corpo   de   Cristo?
Enquanto ele examinava essa questão, ele sentiu que devia haver muito pouco dessa realidade. É verdade que são
igrejas locais, é verdade que há o Corpo de Cristo, doutrinariamente. Contudo, havia muito pouco da realidade do
Corpo de Cristo. Naquela ocasião ele ficou muito doente e pediu ao Senhor que depois que fosse restaurado da sua
enfermidade, qual deve ser a ênfase do meu ministério? Ele perguntou ao Senhor. E ele sentiu que o Senhor falou
com ele, que ele deveria enfatizar primeiramente o Corpo de Cristo e a vida do Corpo de Cristo; em segundo lugar,
a realidade da vida do Corpo de Cristo. Isso foi em 1994, em 9 de maio ele escreveu essa nota no seu diário. Ele
tinha tanto encargo para que hoje nós, que estamos vivendo no final desta era, o que os filhos de Deus precisam,
ao máximo, é ver a realidade do Corpo de Cristo. Não meramente o Corpo de Cristo, não meramente a vida do
Corpo de Cristo, mas até mesmo a realidade do Corpo de Cristo, a realidade da vida do Corpo de Cristo. Ele foi
levado pelo Senhor em 1997, os cooperadores lembram desse encargo do nosso irmão. Vinte e cinco anos já se
passaram depois do irmão Lee ter falado aquela palavra em 1994, passaram­se vinte e cinco anos.

           Se perguntarmos a nós mesmos, se olharmos para a situação, ou a condição das igrejas locais, será que
podemos dizer que temos uma realidade adequada do Corpo de Cristo? Nós temos a vida da igreja, e temos o
serviço na igreja, temos diversos tipos de atividades exteriores, temos reuniões, temos serviço, mas o irmão Lee
perguntou quanto há da realidade do Corpo de Cristo na vida da igreja? Temos de conferir, até mesmo se nós
entendemos, de fato, aquilo que o irmão Lee quer dizer quando ele fala a realidade do Corpo de Cristo. Quando o
irmão Lee falou aquela palavra, eu admito, não entendi. Apenas recentemente, à medida em que nós, irmãos,
reunimos novamente as palavgras do irmão Lee e entramos de novo nesse falar é que vimos que há algo diferente
aqui. Falar do Corpo de Cristo, ver a realidade do Corpo de Cristo é outra coisa.

          Portanto o encargo neste final de semana é muito pesado. O meu encargo está em dois assuntos. O primeiro,
que Deus nos dê espírito de sabedoria e revelação para que vejamos e compreendamos o que é a realidade do
Corpo de Cristo. E segundo, que Deus nos dê um coração desejoso, um coração que deseja buscar entrar nessa
realidade. Sabemos que entre nós temos, durante décadas recebido mensagens sobre o Corpo de Cristo. Alguns de
nós podemos sentir que basta, já temos o suficiente, estamos sempre voltando para esse tema. Parece que você
nunca conseguem deixar esse tema do Corpo de Cristo, espero que todos vocês, irmãos e irmãs, depois deste final
de semana, se Deus nos der misericórdia, que vejamos que a palavra que é mais necessária nesta era é a palavra
sobre a realidade do Corpo de Cristo. Hoje, neste campo de batalha, da restauração do Senhor, o item mais
estratégico é esse. Se temos ou não a realidade do Corpo de Cristo, se entrarmos na realidade do Corpo de Cristo
espontaneamente haverá o novo homem e a noiva estará preparada, adornada. Essa era então poderá terminar, e
o noivo poderá voltar.

                   Estas mensagens não são meramente para satisfazer necessidade das reuniões, ou algo para falarmos
numa conferência, não. Esse tema tem uma importâncvia estratégica. Se é para o Senhor voltar, precisamos ter
essa realidade do Seu Corpo. É apenas havendo essa realidade que pode haver o novo homem, a noiva, o reino e
então chegaremos ao final desta era e o nosso Senhor poderá voltar. Que o Senhor tenha misericórdia de nós, de
maneira que tenhamos espírito de sabedoria e revelação para compreender, para vermos e também termos um
coração   desejoso   de   buscar.   Caso   contrário   podemos   falar   sobre   coisas   muito   elevadas,   e   ficar   até   mesmo
empolgados ao ouvir essas coisas, mas depois que terminar este final de semana, simplesmente deixamos isso

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para lá e voltamos para cuidar daquilo que parece ser importante para nós. Portanto precisamos orar muito uns
pelos outros.

           Esse item da realidade do Corpo de Cristo é algo que jamais devemos imitar ou negligenciar. Em nosso
conceito   podemos   considerar   a   realidade   uma   espécie   de   prática,   uma   espécie   de   expressão.   Aqui   a   palavra
realidade refere­se a algo real. O Corpo de Cristo refere­se à igreja. Sabemos que a igreja tem dois aspectos, um
aspecto exterior e um aspecto interior. Que é o aspecto exterior? Temos a vida da igreja, temos reuniões, servimos,
temos a base da unidade,  da localidade, tendo uma igreja numa cidade,  pregamos o evangelho, nutrimos os
novos,   todas   essas   coisas   são   coisas   exteriores,   nós   precisamos   delas.   Mas   estas   coisas   constituem   o   aspecto
exterior da igreja. Para que a igreja exista é necessário haja um aspecto interior, intrínseco. Esse aspecto interior
refere­se à vida, o Espírito, a natureza e o nosso testemunho. Todas essas coisas não são coisas que podem ser
vistas, que podem ser agarradas.  Pregamos o evangelho, vemos muitas pessoas, nas reuniões de profetizar vemos
muita   gente   falando.   Isso   é   algo   visível,   algo   exterior.   Contudo,   para   a   existência   da   igreja   como   Corpo   é
necessário que haja algo intrínseco, o Espírito, a vida, a natureza, o testemunho. Podemos dizer que em todas as
atividades   exteriores,   todas   estas   coisas,   devem   estar   baseadas   na   condição   intrínseca.   Se   não   tivermos   essa
condição intrínseca, todas as coisas exteriores serão meramente uma casca vazia.

          Essa é a condição do cristianismo hoje, é como uma casca de ovo, como um ovo que só tem a casca, não tem
clara nem gema. E quanto à restauração do Senhor? Será que nós temos apenas a condição exterior, temos as
reuniões,   temos   um   bom   número,   temos   a   pregação   do   evangelho,   temos   as   diversas   atividades,   e   quanto   a
realidade interior? Será que temos o aspecto interior, intrínseco? A realidade do Corpo de Cristo refere­se à essa
condição intrínseca. Temos um esboço muito pleno, o tempo é limitado, e que o Senhor, então, nos guie para
percorrermos este esboço.

          I. O pico mais elevado da economia de Deus é a realidade do Corpo de Cristo (Rm 12:4­5; 1Co
12:13,  27;  Ef  1:22­23;  4:16;  Cl 1:18; 2:19).  Essa  afirmação  simples merece muita  leitura com oração,  muita
consideração,   muita   assimilação.   A   economia   de   Deus   é   o   conteúdo   central   da   Bíblia,   toda   a   Bíblia   é,
principalmente, para revelar que Deus tem uma economia eterna. Ele quer dispensar­Se ao Seu povo escolhido e
redimido. Essa economia tem o pico mais elevado que é a realidade do Corpo de Cristo. Deus quer dispensar­Se
no homem para ser a vida, o conteúdo e tudo no homem. Com que propósito? Aqui você vê uma meta, a economia
eterna de Deus tem uma meta que é produzir um organismo. Esse organismo é a realidade do Corpo de Cristo.

           II. A realidade do Corpo de Cristo é o Espírito da realidade trabalhado e constituído em nós
(Jo 14:17; 15:26; 16:13; 1Jo 5:6; Ef 3:16­21; 4:4­6, 12, 16). Essa é a primeira definição, você pode considerar isso
uma definição. Essa é a primeira definição da realidade do Corpo de Cristo, o que é a realidade do Corpo de
Cristo? É o Espírito trabalhado e constituído em nós. Antes do Senhor ir para cruz, em João 14, 15 e 16, Ele falou
uma mensagem longa aos Seus discípulos, naqueles três capítulos foi a primeira vez em que Ele revelou aos Seus
discípulos que Ele os deixaria, que Ele iria ao Pai e enviaria outro consolador da parte do Pai, que é o Espírito da
realidade.   Na   verdade,   o   Espírito   da   realidade   é   uma   transfiguração   Dele   próprio,   que   Ele   disse   aos   Seus
discípulos: Eu vou para quê Eu volte. A Sua vinda, a Sua volta,   é Ele vir como o Consolador, o Espírito da
realidade. Em cada um desses três capítulos Ele revelou o Espírito da realidade. No capítulo 16 Ele diz: Esse
Espírito da realidade nos trará toda a realidade, os guiará a toda a realidade. Nesses capítulos Ele revelou o
Espírito   da   realidade   vindo   para   os   discípulos,   também   revelou   três   coisas   importantes,   três   assuntos
importantes. O primeiro, no capítulo 14 Ele falou da casa do Pai. No capítulo 15 Ele falou da videira do Filho.
No capítulo 16 falou do Filho nascido do Espírito. Essas três coisas são coletivas. A casa do Pai tem muitas
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moradas;   a  videira   tem  muitos   ramos;   e  o  Espírito   recém  nascido,   tem  muitos   membros.   Portanto   essas   três
coisas, esses três assuntos, cada uma delas é algo coletivo. A casa do Pai, a videira do Filho e o Filho do Espírito
são coletivos, são três aspectos que se referem ao Corpo universal de Cristo. O Corpo de Cristo é simplesmente a
casa do Pai; o Corpo de Cristo é essa videira, a videira do Filho; e o Corpo de Cristo é o Filho recém nascido do
Espírito   que  é   o  novo  homem.   A   manifestação  desses   três   aspectos   dessa   entidade   coletiva  são  o  Espírito  da
realidade. No capítulo 14:17 o Senhor diz sobre o Espírito da realidade: ...vós O conheceis, porque Ele habita
convosco   e   estará   em   vós.   Esse   Espírito   da   realidade,   quando   foi   mencionado   pela   primeira   vez   no   Novo
Testamento, o Senhor diz que Ele habita nos discípulos. Ele permanecia com os discípulos. Inicialmente o Senhor
estava apenas no meio dos discípulos, entre os discípulos, do lado de fora. Mas esse Espírito entrará em vós, diz.
Esse Deus Triúno não  é meramente Aquele  que Se encarnou  e armou  tabernáculo entre os  homens.  Hoje Ele
tornou­Se o Espírito da realidade para entrar nos crentes e constituí­los, ser constituído no ser deles. O Espírito
da realidade, especialmente os santos de lígua chinesa, antes quando nós líamos na versão união, em chinês,
quando   eu   era   jovem   eu   lia   também   naquela   versão   da   Bíblia,   naquela   versão   Union   Version,   essa   palavra
“realidade” freqüentemente era traduzido por “verdade”. Em chinês essa verdade é Zhen Li, zhen li significa mais
uma doutrina. Em João 16:13, a versão chinesa fala o Espírito da verdade os guiará a toda verdade. Portanto,
esse Espírito da verdade nos ajudará a entender todas essas verdades. Deixe­me dizer a vocês, essa realidade aqui
não se refere a nenhuma doutrina, a palavra grega é “alethéa”, que significa essa realidade. No universo há algo
chamado de “a realidade”, não é uma doutrina, não é simplesmente algo prático, algo pragmático. Também sou
chinês   e   gosto   de   usar   a   palavra   realidade   referindo­se   a   algo   pragmático.   Nós   chineses   não   gostamos   de
conversas vãs, gostamos de mais realidade, na questão de ter algo mais prático, mais pragmático. Irmãos, vocês
jamais devem aplicar esse conceito a esta realidade. Não quer dizer que o Corpo de Cristo não deve ser mais
prático, mais pragmático. Aqui a realidade é “alethéa”, que é a realidade. O Filho disse: Eu sou a realidade.
Primeira de João 5:6 diz que o Espírito é a realidade. Primeira de João 5:20 diz: Deus é o verdadeiro. O nosso
Deus Triúno é a realidade. Essa mesa não é a realidade, porque daqui a alguns anos ela se quebrará, apodrecerá.
No universo há apenas um que é sempiterno, nunca muda, que é chamado de realidade. Essa realidade hoje,
através do Espírito, que é chamado de Espírito da realidade nos guiará a toda a realidade. Não meramente para
ajudar você a entender todas as doutrinas. Ele nos guiará a toda a realidade. Essa realidade refere­se ao próprio
Deus Triúno. Aquilo que Deus Pai é e tem está corporificado no Filho, e o que o Filho é, e o que o Filho tem, tudo
isso é revelado no Espírito, o Espírito Santo como o Espírito da realidade. Quando esse Espírito da realidade
entra nos crentes, o Espírito opera toda essa realidade nos crentes, a fim de introduzi­los a toda a realidade.
Portanto essa é a realidade do Deus Triúno sendo trabalhada em nós por meio do Espírito da realidade, a fim de
habitar em nós, permanecer em nós e até mesmo ser constituído em nós. Graças ao Senhor, esse Espírito não é
meramente   o   Espírito   da   vida,   o   Espírito   de   poder,   o   Espírito   de   sabedoria,   Ele   é   o   Espírito   da   realidade.
Portanto, irmãos, vamos deixar de lado o nosso velho conceito sobre sermos práticos e pragmáticos, devemos tocar
o ser do Deus Triúno, o que o Deus Triúno é e o que Ele tem é a realidade. E isso tem de ser trabalhado em nós e
constituído em nós. Não é a toa que em Efésios 3 Paulo orou para que tivéssemos, para que orássemos ao Pai para
que Ele nos conceda, nos fortaleça com poder no homem interior mediante o Seu Espírito. O versículo 19 fala:
Para conhecer plenamente, compreender com os santos e conhecer o amor de Cristo que excede todo entendimento
para que sejamos enchidos até toda a plenitude de Deus. Nós somos aqueles que nos tornaremos a plenitude de
Deus. Colossenses 2:9 fala que Deus habita corporativamente em Cristo. Hoje, através do Espírito da realidade
ser trabalhado em nós e constituído em nós, nós os crentes podemos nos tornar toda a plenitude de Deus, assim
como Cristo é a plenitude de Deus, nós, crentes, podemos nos tornar a plenitude de Deus. Algarismo romano III,
essa é outra definição da realidade do Corpo de Cristo.

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          III. A realidade do Corpo de Cristo é “a realidade (...) em Jesus” (Ef 4:21), a condição verdadeira
da vida de Jesus,  como retratado  nos  quatro  evangelhos,  reproduzido  nos  Seus muitos  membros
como o viver coletivo do homem­Deus aperfeiçoado (Jo 14:6a; Ef 4:20­24; Gl 2:20; Fp 1:8, 19­21a; 2:19­
30): Que é a realidade do Corpo de Cristo? É a realidade em Jesus sendo duplicada nos Seus muitos membros.
Em João 14, o Senhor Jesus disse: Eu sou o caminho, a realidade, e a vida. Em Efésios 4, Paulo confirmou essa
realidade no capítulo 4:20 diz: Mas vós não aprendestes Cristo assim, se é que de fato O tendes ouvido e Nele
fostes instruídos, assim como a realidade está em Jesus. Paulo admitiu que Cristo é a realidade, que o viver que
ele vivia era um viver da realidade. Se ler os quatro evangelhos novamente, você verá ali os registros nos quais o
Senhor falou essa palavra, que o Senhor falou desse mundo é diferente do que o povo do mundo. O povo do mundo
vive para si mesmo, eles se esforçam, trabalham para si próprios, para si mesmos. Mas o nosso Senhor disse às
pessoas que as palavras que Eu vos digo não são Minhas, mas as palavras do Pai. A palavra que Eu vos falo não
é Minha, é a palavra do Pai. Eu busco a glória do Pai, Eu faço a vontade do Pai. Aqui essa pessoa cujo viver total
é para Deus, e que toma Deus como o alvo e o centro. O viver do Senhor Jesus nessa terra é um viver de realidade.
Paulo nos mostra que essa realidade é um molde, um exemplo, um modelo para aprendermos. Não meramente
imitá­Lo, nós temos de aprender esse Cristo. Precisamos ser colocados Nele, ensinados Nele, não em educação, em
ensinamento, não receber meros ensinamentos e doutrinas. Nós precisamos entrar, ser ensinados no viver, no
processo de viver de Jesus que ocorre através da nossa união com Ele. Somos ensinados Nele, para aprendê­Lo, de
maneira que a realidade que está em Jesus seja multiplicada, reproduzida nos Seus muitos membros. Sei que isso
é algo que não é tão fácil de ser entendido, eu simplesmente apresento a palavra do Senhor a vocês, não pensem
que isso é algo que eu posso entender. Eu vou simplesmente deixar isso de lado, não. Esta é a palavra de Deus, é a
revelação da Bíblia. Em Jesus de fato há um viver que é chamado de a realidade. Ele expressa essa realidade, Ele
fala essa realidade. Tudo aquilo que Ele vive, tudo aquilo que Ele faz não é para Si mesmo. Antes Ele toma Deus
como Seu centro, Ele expressa o Pai no Seu viver. João 5 fala, assim como o Pai que vive Me enviou, e Eu vivo por
causa do Pai, o viver do Senhor Jesus, Ele também vive por causa do Pai, Ele não vive por Si mesmo, Ele vive
pelo Pai, por causa do Pai. Portanto o Seu viver não é diferente do viver do Pai.

              A. Jesus viveu uma vida na qual Ele fez tudo em Deus, com Deus e para Deus; Deus estava em Seu viver
e Ele era um com Deus: essa é a realidade em Jesus (Ef 4:21).  Considerem isso, há alguma pessoa que você
conheça, algum amigo, algum parente cujo viver não toma a si mesmo como centro, mas toma Deus como centro?
Não. Ninguém. Ninguém, nem no meio do povo do mundo, nem no cristianismo. Somente Jesus Cristo  é essa
realidade. Ele viveu uma vida sendo totalmente um com Deus. Ele não tinha Seus próprios pensamentos, Suas
próprias   metas,   Seus   próprios   planos,   tudo   que   Ele   tinha,   tudo   o   que   Ele   falava,   tudo   o   que   Ele   fez   foi
simplesmente o próprio Deus, era simplesmente o próprio Deus. Deus é a única realidade no universo. Além de
Deus tudo é vão e vazio. Vazio, vaidade de vaidades. Somente Deus é realidade. Jesus viveu uma vida tomando
Deus como Seu centro e conteúdo.

               B. A única vida que é um prazer para Deus é a vida que é uma repetição da vida de Cristo vivida na
terra; estamos sendo aperfeiçoados pelo Senhor para sermos homens­Deus, vivendo a vida divina negando a
nossa vida natural segundo o exemplo de Cristo como o primeiro homem­Deus (Mt 11:29a; 17:5b; 1Pe 2:21). Deus
Se compraz somente em uma pessoa, Seu Amado Filho, Jesus, portanto no monte da transfiguração, houve essa
voz que saiu da nuvem e disse: Este é o Meu Filho, o Amado, em quem Eu Me comprazo. Entre todos os homens
havia apenas um no qual Deus Se comprazia, que é o Seu Filho amado, Senhor Jesus. Deus não Se alegra em
ninguém mais. Portanto depois de crermos no Senhor, precisamos ser aperfeiçoados pelo Senhor. O que significa
ser aperfeiçoado? Ser aperfeiçoado, aqui, significa que negamos a nossa vida natural para viver por meio da vida

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divina. Isso é o aperfeiçoamento, para colocar de lado a nossa vida, nosso velho homem, nosso velho homem
natural, nossa vida natural para vivermos pela vida divina. Esse  é o aperfeiçoamento que precisamos, assim
como   o   próprio   Senhor   Jesus.   Embora   Ele   tivesse   uma   humanidade   muito   pura,   Ele   não   viveu   pela   Sua
humanidade, Ele viveu por causa do Pai.

              C. Um viver na realidade do Corpo de Cristo é igual ao viver de Jesus; é Jesus vivendo novamente nos
membros   do   Seu   Corpo   (Ef   4:21;   5:30;   1Co   12:27).  Anteriormente   eu   via   que   o   Corpo   de   Cristo   é   algo
absolutamente igual a Cristo, igual a Cristo em vida e natureza. A igreja é o Corpo de Cristo, Cristo é a Cabeça e
nós somos o Corpo, assim como a Cabeça, o Corpo deve ser exatamente igual a Cabeça. Aqui nos é mostrado que
devemos não apenas ser iguais a Cristo em vida e natureza, mas até mesmo em nosso viver, o nosso viver deve ser
igual ao viver de Jesus. Como Ele viveu também devemos viver. Enquanto estava nesta terra o Senhor teve um
viver   que   é   a   realidade.   Efésios   4:24   fala   de   justiça   e   santidade   da   realidade.   Justiça   e   santidade   são   dois
atributos que expressam, são a realidade que expressam esses atributos para o homem  é justiça, para Deus é
santidade.   O   viver   do   Senhor   Jesus   manifesta   esses   dois   aspectos.   Por   um   lado   é   justiça,   por   outro   lado   é
santidade.   Ele   é   a   realidade.   De  acordo   com   Efésios   4   o  novo   homem  foi   criado   segundo   Deus   em   justiça   e
santidade da realidade. Portanto devemos ser iguais não apenas em vida e natureza, mas o nosso viver deve ser
exatamente   igual   ao   do   Senhor   Jesus,   como   o   Senhor   viveu   nessa   terra,   o   Seu   Corpo   deve   viver   da   mesma
maneira hoje na terra. Algarismo romano IV, outra definição da realidade do Corpo de Cristo.

          IV. A realidade do Corpo de Cristo é a união e a mescla de Deus com o homem para expressar
para expressar um homem­Deus coletivo (Ef 4:4­6, 16, 21, 23­24): A realidade expressada no viver de Jesus
é que Ele permitia que Deus estivesse mesclado com Ele. Ele é Deus tornado homem, Deus vivendo no homem e o
homem vivendo Deus. Portanto a realidade do Corpo de Cristo é uma união, um mesclar de Deus com o homem,
para viver um homem­Deus coletivo. Dois mil anos atrás havia apenas um homem­Deus, que é o Senhor Jesus,
que é a realidade. Nele está o mesclar de Deus com o homem, hoje Ele passou pela morte e ressurreição e entrou
em todos os Seus  crentes  para que todos  os crentes sejam  introduzidos  na união e o mesclar de Deus com o
homem,  para  viver  um homem­Deus  coletivo.  Irmãos  e irmãs,  isso toca uma revelação  muito básica,  central,
misteriosa na Bíblia, que é que Deus quer tornar­Se homem, Ele quis viver o viver humano em todos, a fim de
trabalhar no homem para que o homem se torne exatamente igual a Ele. Deus e o homem, o homem e Deus, de
maneira que os dois sejam exatamente iguais. Esse é o desejo de Deus, Seu propósito eterno. Ele quer tornar­Se
homem para que o homem torne­se Deus, de maneira que Deus e o homem, o homem e Deus sejam exatamente
iguais. Deus é Deus, mas Ele não quer permanecer nos céus apenas como Deus no trono, Ele veio à terra para ser
um   homem   e   viver   um   viver   humano.   Passou   pela   morte   e   ressurreição   para   levar   o   homem   ao   céu,   para
introduzir o homem em Deus para que o homem se torne Deus. Essa  é uma revelação muito básica, central e
profunda na Bíblia. Deus quer tornar­Se homem para que o homem se torne Deus, de maneira que, por fim, Deus
e o homem, o homem e Deus tornem­se um casal, um par que é compatível um com o outro, de maneira que Deus
seja expressado. Esse é o sentido do universo. Graças ao Senhor por isso ser aberto para nós pelo ministério. Nosso
Deus não quer meramente nos dar uma salvação e nos levar para o céu. Antes Ele tornou­Se homem para viver o
viver humano, a fim de nos elevar, de nos tornar Deus para que Deus e o homem, e o homem e Deus tornem­se um
casal, de maneira que os atributos divinos sejam expressados nas virtudes humanas.

                           A. A realidade do Corpo de Cristo é o viver da vida de um homem­Deus por um grupo de pessoas
redimidas por Deus junto com o homem­Deus Cristo (Fp 1:19­21a): Agradecemos ao Senhor por nos ter redimido,
fomos salvos. Sim, os crentes comuns conhecem a redenção de Deus até esse ponto. A redenção para eles é que
Deus   nos   perdoou   os   pecados   para   termos   paz,   termos   libertação.   Contudo,   não   sabem   que   depois   da   Sua
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crucificação e ressurreição Ele tornou­Se o Espírito que dá vida para entrar naqueles a quem Ele redimiu, para
mesclar­Se com eles de maneira que eles tenham um viver de homem­Deus com Cristo. Nosso conceito religioso é
que Deus está lá, e nós estamos aqui. Oh, eu sou um miserável, Deus é todo poderoso, Ele pode me libertar, pode
me salvar um pouco. Mas a revelação central da Bíblia diz que o nosso Deus veio a esta terra, tornou­Se um
homem exatamente igual a nós, para que nós sejamos trabalhados a tal ponto, a fim de nos tornar iguais a Ele. É
Deus e o homem, o homem e Deus, constituindo o mistério do universo. O sentido da vida humana é permitir que
Deus trabalhe em nós, a tal ponto que nos tornemos Deus, de maneira que Deus e o homem, o homem e Deus
tornem­se um casal.

                  1. Em Sua ressurreição, o Senhor Jesus produziu muitos irmãos, que, com Ele como o irmão mais
velho, torna­se um grande homem­Deus coletivo; esse homem universal é Deus, mas é homem; e é homem, mas é
Deus (Rm 8:29; Ef 2:15).  Romanos 8:29 fala que Deus predestinou, nosso Senhor Jesus Cristo não é apenas o
nosso Salvador, depois de nos ter redimido, Ele dispensou a vida divina a nós para nos regenerar a fim de nos
tornarmos não apenas Seus discípulos e crentes, mas nos tornarmos Seus irmãos. Nosso Senhor Jesus é nosso
irmão mais velho, somos os Seus muitos irmãos, aleluia. Muitos de nós queremos ser discípulos do Senhor para
aprender a respeito Dele, aprender Suas doutrinas, Seus ensinamentos, Suas diversas virtudes. Irmãos e irmãs,
isso não toca o desejo mais central do coração de Deus. Deus quer nos tornar os Seus muitos filhos, os muitos
filhos de Deus, muitos irmãos de Cristo. Não meramente discípulos, Ele é o nosso irmão mais velho, nós os Seus
muitos irmãos. Portanto dizemos, irmãos e irmãs, quando falamos irmãos e irmãs, o que queremos dizer é que
temos a mesma vida e a mesma natureza interiormente. Fisicamente temos parentes, temos irmãos que são mais
parecidos conosco, recebemos a mesma vida e natureza dos nossos pais. Portanto o seu irmão ou irmã é não
apenas um amigo seu, mas há um relacionamento ai. Hoje Deus enviou o Seu Filho amado, Jesus Cristo, a esta
terra e em Sua ressurreição Ele tornou­Se o Filho primogênito de Deus, que significa que todos nós que cremos
Nele seremos regenerados, para ser os muitos filhos de Deus, fomos regenerados para sermos os muitos filhos de
Deus, para sermos exatamente iguais a Ele em vida e natureza.

                 2. Após nos regenerar, o Espírito que dá vida habita em nós e está sendo mesclado com o nosso espírito
para viver uma vida de homem­Deus conosco (1Co 15:45b; 6:17). Louvado seja o Senhor, o Espírito que dá vida
hoje habita em nós.  Deus não está longe  de nós,  lá nos céus.  Quando  precisamos  de algo nós oramos a  Ele,
pedindo que nos ajude ou que nos dê algo que precisamos. Não, não é assim. Esse Deus tornou­Se o Espírito, o
Espírito que dá vida e entrou em nós e habita em nós, permanece em nós. Esse é um assunto grandioso. Hoje,
onde está Deus Irmãos? Irmãos, onde está Deus, irmãos? Vocês deveriam dizer: Ele está em mim. Vamos declarar:
Deus   está   em   mim.   Esse   Deus   glorioso,   Esse   que   é   a   única   realidade   do   universo,   tornou­Se   o   Espírito   da
realidade que habita em nós, Ele habita interiormente. O habitar Dele interiormente faz com que Ele se uma e
esteja mesclado conosco.

                  3. Esse tipo de vida resulta em um homem universal que é exatamente igual ao Senhor Jesus; um
homem vivendo uma vida de homem­Deus pela vida divina (Ef 4:21, 24; 1Jo 2:6; 3:1­2; 4:17). Primeira de João
2:6 fala que aquele que diz que permanece Nele deve andar assim como Ele andou. Não é meramente ser um em
vida e natureza, mas até mesmo andar como Ele andou. Primeira de João 4:17 fala: Nisso é aperfeiçoado em nós
o  amor,   para  que,   no  dia  do  juízo,   tenhamos   confiança,   porque,   assim   como  Ele   é,   também  nós  somos   neste
mundo. Aqui vocês vêem que Deus quer que os Seus filhos repitam o viver vivido pelo Seu Filho, Cristo. Assim
como Ele é, também somos nós neste mundo.

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                           B.  A  realidade do Corpo de Cristo  é um viver pelos homens­Deus,  que  estão unidos,  ligados e
constituídos com  Deus pelo  mesclar da humanidade com a divindade e da  divindade  com a humanidade (Jo
14:20; 15:4; Ef 4:4­6, 16, 24; Fp 1:21a). A melhor ilustração da união é o enxerto de duas árvores. As duas árvores,
uma   é   Deus   e   a   outra   é   o   homem.   Portanto   o   enxerto,   o   ramo   humano   é   enxertado   na   árvore   de   Deus.   Os
fazendeiros sabem que o enxerto é um processo maravilhoso. No enxerto a vida de uma árvore é transmitida para
outra através dessa união, junção, as duas árvores participam da mesma vida. E isso é algo muito misterioso na
esfera natural, que ilustra o relacionamento misterioso entre Deus e o homem. O mesclar da humanidade com a
divindade, da divindade com a humanidade e por fim, essas duas árvores, não é uma árvore Deus ou uma árvore
homem, é uma árvore de homem­Deus. A essência de Deus é transmitida para o homem, os elementos do homem
são transmitidos para a árvore de Deus de maneira que isso produz uma entidade híbrida, que é Deus mas é
homem, e é homem mas é Deus.

              C. A realidade do Corpo de Cristo é o viver coletivo dos homens­Deus aperfeiçoados, que não vivem pela
sua vida, mas pela vida do Deus processado, cujos atributos são expressos por meio das virtudes deles (Gl 2:20).
Gálatas 2:20 fala: Estou crucificado com Cristo, portanto agora que vive não sou mais eu, mas é Cristo quem vive
em mim. E não para ai, ele continua dizendo: Mas a vida que agora vivo na carne, vivo na fé, a fé do Filho de
Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim. Agora precisamos ser aperfeiçoados, isso significa que nós,
como a árvore humana, não vivemos mais pela vida humana, mas fomos enxertados na árvore Deus. Você não é
meramente uma árvore homem, você foi enxertado na árvore Deus, a árvore divina e a vida de Deus deve operar
em nós. Por um lado a vida humana foi terminada, por outro lado ainda vivemos, mas vivemos pela vida da
árvore   homem­Deus,   de   maneira   que   Gálatas   2   diz   que,   não   apenas   fomos   terminados,   crucificados,   mas
continuamos a viver.

          V. A realidade do Corpo de Cristo é um viver coletivo em conformidade com a morte de Cristo
(Fp 3:10; 1Co 12:12­13; 2Co 4:10­12; Rm 8:13­14; 12:4­5): Entre nós e Deus há uma união orgânica, é como o
enxerto de duas árvores que nos mostra que há a morte de Cristo, a eficácia da morte de Cristo operando ali. Eu
gosto de Romanos 6:4­5 dizem: Fomos sepultados com Ele na Sua morte pelo batismo,, para que assim como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos mediante a glória do Pai, também andemos em novidade de vida. No
versículo 5, a nota de rodapé 1 diz: “Isso denota uma união orgânica na qual ocorre o crescimento, de modo que
um participa da vida e das características do outro. Na união orgânica com Cristo, tudo aquilo por que Cristo
passou torna­se  a  nossa história.   Agora  a  Sua  morte e  ressurreição  são  nossas,   pois  estamos Nele e  estamos
organicamente unidos com Ele. Isso  é um enxerto (11:24). O enxerto (1) descarrega todos os nossos elementos
negativos, (2) ressuscita as nossas faculdades criadas por Deus, (3) eleva­as, (4) enriquece­as e (5) satura todo
nosso ser para nos transformar”. Então nessa união orgânica há a eficácia da morte operando para que tenhamos
um viver coletivo em conformidade com a morte de Cristo mediante a eficácia dessa morte.

              A. A vida de um homem­Deus que busca Cristo é uma vida de busca para morrer com Cristo por meio da
experiência da cruz (Mt 10:38; 16:24):  Cristãos comuns têm um conceito a respeito da cruz ser uma questão de
sofrimento.  Eu sofri um acidente de  carro,  foi  a cruz do Senhor tratando comigo para  que  eu não amasse o
mundo. Irmãos, tudo isso é um conceito humano religioso errado. Isso não é revelação no sentido do significado
genuíno da cruz. Na Bíblia a cruz é uma questão de matar, de terminar. Por outro lado, a cruz, não é meramente
uma terminação, é um sair. Quando o grão de trigo cai na terra, não apenas morre, ele também germina, ao
mesmo tempo. Por um lado ele morre, por outro lado ele germina. Quando experimentamos a cruz de Cristo, por
um lado morremos, por outro lado vivemos. Uma vida de buscar de morrer com Jesus é uma vida na cruz.  Em
Filipenses 3:10 Paulo fala: Para conhecê­Lo, e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos,

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sendo conformado à Sua morte. Paulo descreve a morte de Cristo como uma espécie de molde. Quando você faz
bolo, você coloca a massa num molde e ai aquela massa aprende a imagem, ou a semelhança daquele molde. A
cruz   de   Cristo   não   é   meramente   para   nos   dar   sofrimento,   nos   dar   lições.   Não,   a   cruz   de   Cristo   é   Deus   nos
colocando nesse molde para sermos conformados à morte de Cristo. Portanto a vida cristã é uma vida da cruz,
que significa que devemos permanecer na semelhança da cruz, na semelhança da morte de Cristo

                 1. A cruz deve tornar­se a nossa experiência; a cruz que entra no nosso coração é a cruz que se tornou a
nossa experiência subjetiva para vivermos Cristo (Gl 6:14; 5:24). Não é a cruz exterior, nem aquela cruz que fica
pendurada   no   seu   pescoço,   deve   ser   a   cruz   que   está   no   seu   coração,   a   cruz   que   tornou­se   a   sua   experiência
subjetiva.

                 2. Um viver sob a cruz toca as partes mais profundas do nosso ser e todos os detalhes da nossa vida
diária. A cruz não é meramente algo que experimentamos quando algo muito importante acontece conosco. Antes,
em nosso viver diário, quando o seu marido ou a sua esposa, quando vocês discutem, nesses assuntos triviais da
nossa vida, o que comer, o que vestir, mas são nessas coisas pequenas que experimentamos o molde da cruz, e aí
permanecemos na semelhança da morte de Cristo, permitindo que a morte de Cristo nos restrinja, lide conosco,
nos despoje.

              B. É pelo poder da ressurreição de Cristo que somos conformados à morte de Cristo (Fp 3:10; Jo 11:25; Ef
1:19­20; 3:16; Ct 2:8­13). Ninguém estará disposto a ser conformado à morte de Cristo com sua vontade própria.
Precisamos do poder da ressurreição.

              C. A realidade do Corpo de Cristo é um viver de sermos conformados à morte de Cristo por meio da cruz
(Fp 3:10):

                 1. A cruz (a morte de Cristo) é a centralidade e universalidade da nossa maneira de viver a vida cristã
a   fim   de   cumprir   o   propósito   de   Deus.  Cristo   é   a   centralidade   e   a   universalidade   de   Deus   ,   e   a   cruz   é   a
centralidade e a universalidade da nossa maneira de viver a vida cristã.

                 2. Como a continuação de Cristo, devemos viver uma vida crucificada todos os dias (1Co 15:31; 2Co
4:10­11).  Primeira   Coríntios   15:31   Paulo  disse,   diariamente  eu  morro.   Irmãos  e  irmãs,   vocês  querem  morrer
diariamente?   Paulo  morrer  diariamente  não  significava  que  ele  sofria   diariamente,   mas  que  diariamente   ele
permanecia no molde da morte de Cristo.

               D. Temos de ser aqueles que vivem uma vida crucificada tomando a morte de Cristo como molde da
nossa vida; é somente por meio desse tipo de viver coletivo que podemos ter a realidade co Corpo de Cristo (Fp
3:10; Rm 12:5; 1Co 2:2; 12:27).  Sem a operação da cruz nos moldando à morte de Cristo é impossível termos a
realidade do Corpo de Cristo. Portanto precisamos permanecer no molde da morte de Cristo.

          VI. Estar na realidade do Corpo de Cristo é viver no espírito mesclado (Rm 8:4; 12:4­5; 1Co 6:17;
12:12­13,   27;   Ef   2:22;   4:16,   23):  Louvado   seja   o   Senhor,   a   eficácia   da   morte   de   Cristo,   o   poder   da   Sua
ressurreição, tudo isso está mesclado no seu espírito. Portanto, por fim, como vivemos a vida do Corpo de Cristo?
Onde está a realidade de viver o Corpo de Cristo? Simplesmente está no espírito mesclado. No Novo Testamento o
Espírito é mencionado muitas vezes. Freqüentemente o Espírito refere­se, não meramente ao Espírito de Deus ou
ao espírito humano, mas refere­se aos dois espíritos mesclados como um.

              A. O único propósito de Deus é mesclar­Se conosco a fim de tornar­Se nossa vida, natureza e conteúdo e
nós nos tornarmos a Sua expressão (Jo 14:20; 15:4­5; Ef 3:16­21; 4:4­6):

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                                 1. Em Sua economia, Deus mescla­Se a nós para se tornar uma entidade conosco (1Co 6:17).
Apreciamos Primeira Coríntios 6:17, o que diz ali? Aquele que se une ao Senhor é um só Espírito com Ele. Nosso
conceito anterior era  que,  nossa  união  com o  Senhor  é  totalmente uma  questão do  Espírito.  Mas  se  lermos  o
contexto de Primeira Coríntios 6, veremos que a nossa união com o Senhor não é meramente uma história no
espírito, mas todo o nosso ser une­se ao Senhor, nosso espírito, alma e corpo unem­se ao Senhor. É claro que essa
união ocorre no nosso espírito, mas a nossa união com Deus é a união de todo o nosso ser, espírito, alma e corpo
unido e ligado a Deus. Nosso corpo é o templo do Espírito Santo. O Espírito Santo não apenas habita no nosso
espírito, mas habita em nossa alma e até mesmo no nosso corpo, de maneira que todo o nosso corpo, todo nosso ser
se une a Deus.

                 2. Podemos ser salvos ao ponto de nós e Deus sermos totalmente mesclados como um só, tendo uma só
vida e um só viver (Jo 15:4­5; Gl 2:20; Fp 1:19­21a).

              B. O foco da economia de Deus é o espírito mesclado, o Espírito divino mesclado com o Espírito humano;
tudo que Deus pretende fazer ou cumprir está relacionado a esse foco (Ef 3:9, 5; 1:17; 2:22; 4:23; 5:18; 6:18).

              C. O espírito mesclado é um espírito com Deus e é igual a Deus em Sua vida e natureza, mas não em Sua
Deidade (1Jo 5:11; 2Pe 1:4): Em nós o Espírito divino e o espírito mesclado, estão mesclados para vivermos uma
vida que é Deus, mas é homem, que é homem mas é Deus.

                 1. O espírito divino e o espírito humano estão mesclados como um só espírito em nós para podermos
viver a vida de um homem­Deus, uma vida que é Deus, mas é homem e é homem, mas é Deus (Gl 2:20; Fp 1:19­
21a).

                 2. O viver de homem­Deus é o viver de dois espíritos, o Espírito de Deus e o espírito do homem, unidos
e mesclados juntos como um só.

               D. Vivemos na realidade do Corpo de Cristo andando segundo o espírito mesclado (1rm 8:4).  Que é a
realidade do Corpo de Cristo? Hoje é viver nesse espírito mesclado. É nesse espírito mesclado que temos a morte de
Cristo para termos a comunhão orgânica e a operação do Espírito da realidade em nós, guiando­nos a toda a
realidade, para termos o viver da realidade do Corpo de Cristo. Vamos orar de dois em dois por um minuto e
então vamos compartilhar.

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