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Preconceito

Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um “juízo” preconcebido, manifestado geralmente na forma


de uma atitude “discriminatória” perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou
“estranhos”. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que
lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, “racial” e “sexual”.
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De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada
"estereótipo".
Exemplos:
- "todos os alemães são prepotentes“
- "todos os norte-americanos são arrogantes“
- "todos os ingleses são frios".
Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando entrarem
para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar em características sociais,
culturais ou mesmo de ordem física por si só não representam preconceito, elas podem estar
denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de
determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
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Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro.
Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele
tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento
ou raciocínio.
Os sentimentos negativos em relação a um grupo fundamentam a questão afetiva do
preconceito, e as ações, o fator comportamental. Segundo Max Weber (1864-1920), o indivíduo é
responsável pelas ações que toma. Uma atitude hostil ou negativa em relação a um determinado
grupo, pode ser classificada como preconceito.

Racismo
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande
importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde
existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e
determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros.
O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a
principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns
acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças
superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de
determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da
humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como sendo inferiores aos
europeus.

O Apartheid
O apartheid foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos
governos do Partido Nacional na África, no qual os direitos da grande maioria dos habitantes foram
cerceados pelo governo formado pela minoria branca.
A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi
introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação dividia os
habitantes em grupos raciais ("negros", "brancos", “de cor", e “indianos"), segregando as áreas
residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas. A partir de 1958, os negros foram privados
de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas
chamadas de bantusões, quatro das quais se tornariam estados saúde, a educação e outros serviços
públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.
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Cartaz na África do Sul com indicação “Somente para brancos”.
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A Lei de Reserva dos Benefícios Sociais de 1953 possibilitou a divisão de locais públicos por raça.
Esta placa encontrada numa praia de Durban, em 1989, indica – em inglês, africâner e zulu – se
tratar de uma "área de banho reservada para uso exclusivo por integrantes do grupo racial branco".

Internet
Valendo-se, ao mesmo tempo, da possibilidade de anonimato e do alcance a milhões de
internautas, o racismo tem se espalhado de maneira intensa pelo mundo digital. Com discursos
racistas, revisionistas ou neonazistas, milhares de sites, blogs, comunidades virtuais do Orkut e
MySpace, disseminam o ódio racial e a intolerância.
A mulher negra
É evidente a distinção entre mulheres e homens no mercado de trabalho, principalmente em
relação a mulher negra. Esse preconceito tem suas raízes na escravidão, que, apesar de ter sido
abolida há décadas, ainda tem influência nas relações sociais, no modo de pensar e de ver o outro e a
si mesmo.
O preconceito contra a mulher sempre foi tão incutido na sociedade, que gerou nelas mesmas
uma visão auto-depreciativa de sua posição nas relações sociais e como tal no mercado de trabalho.
Com a criação do movimento feminista e depois de muitas lutas, as mulheres conquistaram
alguns direitos e de certa forma algumas barreiras sociais foram quebradas. Porém, a atual situação
das mulheres não sofreu muitas alterações.
No mercado de trabalho as mulheres ainda ocupam cargos inferiores em relação aos homens,
isto se comprova através de estudos recentes, revelando que para elas alcançarem os mesmos
cargos que os homens, em empregos formais, necessitam de uma vantagem de cinco anos de
escolaridade. Esses dados agravam-se quando relacionados à mulheres negras, que necessitam de
oito a onze anos de estudo a mais em relação aos homens.

Racismo e xenofobia
Muitas vezes o racismo e a xenofobia, embora fenômenos distintos, podem ser considerados
paralelos e de mesma raiz, isto é, ocorre quando um determinado grupo social começa a hostilizar
outro por motivos torpes. Esta antipatia gera um movimento onde o grupo mais poderoso e
homogêneo hostiliza o grupo mais fraco, ou diferente, pois o segundo não aceita seguir as mesmas
regras e princípios ditados pelo primeiro. Muitas vezes, com a justificativa da diferença física, que
acaba se tornando a base do comportamento racista.

Leis racistas têm sido feitas em diversos países com a intenção de punir racismo contra os
negros. Leis antiracistas existem apesar da cientistas da área de Biologia atualmente dizerem que
não existem raças.

Escravidão
A escravidão é a prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre
outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força.
Em algumas sociedades desde os tempos mais remotos os escravos eram legalmente definidos
como uma mercadoria. Os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais,
sexo, a idade, a procedência e o destino.
Escravidão no Brasil
A escravidão, também conhecida como escravismo ou escravatura, foi a forma de relação
social de produção adotada, de uma forma geral, no Brasil desde o Período colonial até o final do
Império. A escravidão no Brasil é marcada principalmente pelo uso de escravos vindos do continente
africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas também foram vítimas desse processo. A
escravidão indígena foi abolida oficialmente por Marquês do Pombal , no final do século XVIII.
Os escravos foram utilizados principalmente na agricultura– com destaque para a atividade
açucareira– e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles
desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e/ou urbanos.
A escravidão só foi oficialmente abolida no Brasil com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de
maio de 1888. No entanto, o trabalho compulsório e o tráfico de pessoas permanecem existindo no
Brasil atual, a chamada escravidão moderna, que difere substancialmente da anterior.

O trabalho dos escravos


Os índios que foram assimilados e escravizados pelos colonos portugueses mostraram-se mais
eficientes na execução de tarefas a que já estavam adaptados no seu modo de vida, como a extração
e o transporte de madeira, do que nas atividades agrícolas . Esses trabalhadores eram
superexplorados e muitos morriam em decorrência dos castigos físicos aplicados pelos seus
senhores. O uso de indígenas como escravos perdurou até o século XVIII.
Diante das dificuldades indígenas, os colonos encontram como alternativa a utilização de
escravos africanos, obtidos através do tráfico negreiro. Os escravos africanos poderiam ser
designados pelos seus senhores para o desenvolvimento dos mais diversos tipos de
atividades,destacando-se as atividades agrícolas ,lavoura, sendo a extração da cana-de-açúcar
encontradas no processo de escravização dos a principal, a mineração e os serviços domésticos.

Os escravos domésticos
Como indica o próprio nome - trabalhavam nas casas de seus senhores, realizando serviços
como cozinhar e costurar. Existiram ainda casos de escravos que prestavam serviços remunerados e
deveriam pagar parcela de sua renda ao seu proprietário, os chamados “escravos ao ganho”, além de
escravos que eram alugados pelos seus senhores para desenvolver algum ofício (pedreiro ,
carpinteiro , cozinheiro, ama de leite) a um terceiro, sendo assim “escravos de aluguel”. Estes dois
últimos tipos de escravos desenvolviam suas tarefas geralmente nos espaços urbanos.

Abolição da Escravatura
A abolição da escravatura foi processada de forma gradual e decorreu de toda uma situação formada
com a sucessão do processo histórico, sendo ocasionada por uma série de pressões exercidas tanto
por fatores externos quanto internos.
Em 5 de maio de 1888, o Papa Leão XIII, na encíclica In Plurimis, dirigida aos bispos do Brasil,
pede-lhes apoio ao Imperador, e a sua filha, na luta que estão a travar pela abolição definitiva da
escravidão. No dia 13 de maio, a Lei Áurea é assinada pela Princesa Isabel, extinguindo oficialmente a
escravidão no Brasil.
A abolição da escravidão, apesar de garantir a liberdade, não alterou em nada as condições sócio-
econômicas dos ex-escravos, que continuaram a viver, de uma forma geral, na pobreza, sem
escolaridade e sofrendo com a discriminação. Não impediu também que a superexploração de mão
de obra em regime de escravidão e o tráfico de pessoas continuassem sendo praticados até os dias
atuais.
Convém ressaltar que, enquanto relação social de trabalho predominante no território brasileiro, a
escravidão foi substituída pela mão-de-obra imigrante assalariada.

A herança dos escravos


Tanto os indígenas quanto os escravos africanos foram elementos essenciais para a formação não
somente da população, mas também da cultura brasileira. A diversidade étnica verificada no Brasil
decorre do processo de miscigenação entre colonos europeus (portugueses), indígenas e africanos. A
cultura brasileira, por sua vez, apresenta fortes traços tanto da cultura indígena quanto da cultura
africana. Desde a culinária, onde se verificam o vatapá, o caruru e chegando até a língua portuguesa,
é impossível não perceber a influência da cultura dos povos que foram escravizados no Brasil.

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