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ESTUDOS EM DIREITO PRIVADO UMA HOMENAGEM AO PROF, LUIZ CARLOS SOUZA DE OLIVEIRA Ml wzeaues AROS AGRADECIMENTO ‘Quando procurado pelo professor Sérpia Said Staut Jnlor par con- versar sobre uma homenager 20 meu querido pa, professor Lua Cals S. de (vel, no imaginava que ta seria um lura de tamanha adesbo, So prolessores e exprofesores qu, em conjunto,chegoram 3 um enominador de expresso nacional Ccabe 3 nim poucaspalavas, nfo por falta de conteudo, mas que 2 ‘obra ems completa qualquer iniciatva minha -Aaradego zelo do professor Sérgio, que além de professor do Curso, sem divide nenhume, ur dog responsivels peo tamaihu suuessa du Ca Prot uit Carios £m 1983 era uma sala, hoje, estamos presentes em todo teeirio nacional por inermédo das aulas online. qualidade edeservoltura da equi pe docent por anos fo atribicd exclusiva do profesor Lui Carlos, mas jd no jnicio do neva mini, a protestor Sérgio fo seu brago delta, deforma impressionante,o que js era timo, concepui @ superar como flecimento do Prof Luis Carlos em 2007, © professor Sérgio assumiu toda acoordenacio cinta do Curso e implementau todos 05 ens ‘amentos do professor Lulz Carlos renovado com sua juvertude, Te ahonra ‘0 privigio de cv espaco 20 lado do nob professor a quem considera {enorme amigo. como emigo, ueropeszoaimente agradecer ao Sérgo pla lliatva de homenagear meu pai com uma obra repleta de verdadeiros Fu: "es com expresso internacional Teno ceteza de que do céu ele contempla mas esta aba, que 20 lado do “Dette Processo Penal: Entre aida ea prac’, ealtece de for ma mais viva toes os ensinanents uridicos e humanos devados pelo Dr © Prof Luiz Carlos Souza de Oliveira, SUIEITO E SUBJETIVIDADE JURIDICA: ALGUMAS CENAS SETECENTISTAS NA FORMAGAO DA MODERNIDADE largo Marcelo Fons! ‘umdri: 1, Delimitando o tema modernidade,subjetvidade eDiel- tana época das Luzes;2.Um epigono do Setecento: Kant ea feral agi da subjetidade; 3. luminismo, sujlto eo “projet” madera; 4A formagéo do moderne oarsanaljurdiea do suet; §.Conside- ‘aes ras 6. Rofertnciasbiliogéficas. 1 Delimitando o tema: modernidade, subjetividade e direlto na roca das luzes Se tomas de modo generalzante, creo que se pode der que os Iuritas (antoopdteo quanto, requenterente também oteérca) tm uma tendéncia 2 ‘aturalizar” conoetes, retré-os de seus contetos de suas contingénciss profundament temporas. Ou sea, tendem a retried his tra, De fat, € muta comum ~ como bem nos lemibre Anténio Hespanhs que alguns juries (e mesma alguns Nstoladres, udidos pla siitude ‘morflegce dae palzras (obigatio~ oboe; famul~ fail; status ~ Es {ado}, alam na armadina da falas conruidedes” dos insttuosjrisios, imaginando que no houve uma profunda tansformagBo da sua seméntca€ {que nade mudov, deamos (poi xo &0 que equentement sf, desde Mas o tempo ¢ transformador ecorosvo, Na temporaidade ~ desde que se he dé a devidaatengio~ pode-sepercebe, 3s vetes de mado muito (aro, = eistncia de contextos bem demareados de nascimento ou de cor- ‘upolo de algun cancelts, eas vere se pode até notar 0 mamento de seu etaparecmento. Nag €infenso 3 historicdade {esse €0 cata também do coneeite de sujaoe de sjito de arto Emborasejam categoras to centrae no manelo que hoje faxemos ra deta {como também na flosofa, na tear palsea ens dlénlashumanas demmodo ‘aera, a panto de As vetes até nos sentirmas tentados a naturals, como ieee cenatemceas ee ce nent aa se fznssem pate de uma essénca trans temporal do exitr humana, 0 fto & {ue elas 0, como todo o resto, absalutamentecontingantes SH0 nogSee que io exstem desde sempre, jj que tm contertas de formartoe de exressio muito prbaros. Osujeitoe as nogbes de sujet de crite de nogBo de sub- jevidade juries) 30, enfin, progugBes hist. ‘Mas apontar a exstncia da historidace das categoria ( em part cular destas) ndo basta; ¢ necesivo colocar mos & obra proceder 20 r= do © complex trabalho de compreensio diacronica dos conceit. No caso das categris do sujeito ou sujet de iret, o trabalho de recuperasS0 dos contextosisitucionaseteéricas nos quai iia de sujeltoe de sete de gba de leiidadee de centraizar3o" Enecesséia,por eo, fazer uma dst (Bo importante a prépria oro de moderidade: seo século XVI pode 3° Exnsderade modern no plano de algumas das importantes teorizagBes que Siocorrem Descartes, Hobbes, Gréco, dene vias outas), a modernidade tomada em seu planospaitca, insttuconal e stérica social, poré, $8 ecb inauguraca com os eventasrevoluconaios que abrem as portas para 9 soci: fade burguesa entre o final do seul Xl inc do sei XX. Ser a partie. te enti (vite as DeclaragSes de Dieta ede Independéncia revoluconstas, or exemple) & que sugirde nocbes como Estado-naclo enquanto resultado fa "Vontade gra” e como fonte exclusiva de pode, nogbes como Consstui- to, Cédigo,princiio da legadade, triparicso de poderes, et. Nesse plano fenereto (endo 6 vedic a modernidade ters seu lugar somente em plano seul XX Eagulo tema dess texto val endo delimitado: 560 século XI Se cent) € 9 romente de maturdade teorica da modernidade, das nogBes de theta e desujeto de det, e seo século HX o Otocento), da Sua parte, ¢ ‘© momentoda efetva realzacohstrca (no ambito da poltica, do dete a sociedade) da madernidede, das nogdes de sujeoe de sujet de dire, fentdo qual 0 pape do séclo XVI 0 Setecento)nesse eri processo? Tra ele sido somente um hiato entre dois capitulo cuca 6a Nistea da moderidacee a subjetvidade? Cerimente que nor sero sdculo Xl que, na antessala das revo- lugs buruesas eda eetvaimplementardo de um pojeto que fac tbula rata do antiga reeime, tomar 3idela de subjtvidade e raconalisade com ‘mismo econfanc, transtormando-as em armas afadasnaimplentacto de uma nova oem =a ordem burguess, 0 sécul XV (conhecido com o's Calo das Lae asad 0 refinamentoflosseo do nogSo de sujito (em par 1 Nio fo a as de ngemar ao deb (gece, is supe pel mec stig) inop ama ninieetrrereences epee ene nt ste nett Seatac cece eeemne Sabres nemocremens eee coer Screen at nce Poets cenetnatnannoe cnorsee ‘euler, pra of que aqui nos interess, na obra de Kant) 0século XV ass. ‘rd também a Sua instrumentalacso revolucioniia, é que a afrmacSo dos ‘éreitos nates’ do homer e das facetas da subjetvidade~ todes de inegive Insprato jusnaturalista ~ sero colocadas como instrumento de superardo da sociedad velhae mate para a construgo da sodedade do port, por fim, 0 direito que emerge desse contest (um creito que busce tomar mati, ‘acinal e moderne) tomaré contornos especiicas a ponto de se constuir aquila que see a order juries burguess esse sfculo crucial n formaclo da modemidade e da modernidade Iuritica, ete keulo que antecede de modo imedata a eftva implantag30 insttucionl e juridica do mundo moderno (dente tantos outros que pode Flam ser examinados nessa complexa aventura dacrénica sobre a nocHo de ‘subjetvidade esubjetvidade urdca, que seré objeto desse texto. tarela ¢atar desse momento que, nosso ver constituu-se nam capitulo decsvo para que nds ns tordssemos aqulo que somos e para que adel de sul te dedlretotvesse o destino que teve para nossa vida jure, 2. Um epigono do settecento: Kant e a formalizagSo da subjetividade Se, do ponto de vita fos6fico, Descartes, no séulo XV pode sr to- ‘mado como fundador da pespectva fosétca modems, eguramente Ema- vel Kan, no século XVI serdaquele que marcars esta flosofi moderna ~ que éa fsofa da subjtvidade ~com tts muito proprias, fortes epere nes. As suas reflexes em torn da rando seguramenteastriam grande pare a Rlosofis ocidental madera, dando-he os principals contornos. € que se Descartes trae &reflendoflosdea 0 “eu pensante’, que inaugura a sujet dade floséfica moderna, é Kant que tra a dei de uma subetvidede formal (que tant id influenciar na eflexdo juris, como se vers). De fato, Kant onvpoua dr grandes quesSes tarica qu Ine enfrentavam,formulodes nas seguintes pergunas: como & posivelconhecer?(cuja resposa € dada pea metafiica— que para ele tinh o sentido de investigagio sobre a possi laade do conhecimento);o que devo fate? (cj rexposta 6 cada pela aval, ‘que poss esperar? (cua resposta ~ que diz respeito 3 esperanca ~ ¢ dada la religdo); eo que €o homer? (resposta dade pela artropologa)* mal KANT (724100, prio de Konig a enon ino (pane RUSSEL fen Hn se Posen Ocoee at ‘re ScericoaWiegenin Rin Se nr our 2001, pe 1) O°MARCONDES Dana Ic Sd ge do sean & Wing, i ‘As duas primeirasindogacdes& que serdo esquematicamente analsa- asa segue nasua “rtica da Rezo Pura’? de 1782, que Kant empreende a sua fiosofia vanscendertal ou Sea, a invesigaczo que "em geal se ecupa me: nos dos objtes, do que do modo de os conhecer"* 4 agi na problema de Como conhecer © mundo} que ele opera uma verdadeira“revolusSo oper. hicara" na fosofa, moldando 3 ila Ga subjesvdode cognta. Assim se Copérnicoinvertev o modelo de cosmo tredconal segundo o qual osol grave ‘emtorn da terra, Kant adutia que no € 0 aujeito ques orienta pele objeto, tras objeto que é determinado pel sujet, ou dito de outro mode, 20 ‘20a Faculdade de conhecer ser regulada pele objeto, & na verdade oabeto ‘08 & regulado pels faculdade de conhecer Por isto a Hosoi, segundo ete utr, deveria se ocupar da existénia de certosprncpios a prior que seiam responsive pela sintese dos dados empiios! Tas princiis, por sua ver, Gemonstram que todo conhecimento € consttuide por interes de d3doe ‘ordenados pala inulo sensivelespaco-temporal, medante as eategorias spriorsteas do enteneimento™ So rejetadas as nocbes de intl intel {val extents na metafisc adiconal) js. que a intugSo sempre sersiel, {6.0 modo como os abjetos se apresentam a nds no espago ¢ no tempo, € 9 condo de possbiidade para que sejam objets. Asim, 0 ue conhecermos ‘lo 0 realoua “coisa ems, mas sempre oreal em relagdo como syjeto do Conhecimenta Tal forma de conhecer, todavia, difere do “eu penso” de Descartes ave ra “puro” e incondcionado peas experéncas da consiécia.O “eu perso” de Kent ndo & anterior 35 experénias da conscinci, mas ¢ precsamente 0 ‘ue hes da unidade nfo pode se consideade independente delas Como se pode perceber, 0 ato de conhecer est estreltamente vinculado Bs con- ‘ies do connecimento presentes no set, @ rea 3 ¢apreendido em telagdo 20 suete do conheciment, aaa og tO pe wT TN emma Cie a ao Lab: Pde Clue Gein 94 1 KANT Emma Cane ape pig 3 5) MARCONDES Dulin a la pp 20 to "CHAGL sem, ice, le KANT. Emon Crd Or Penson Sofa Non aaa 1 og 11 CHAUE Nie ie he KANT, Ean Ca iin pi 12 SARCONDES Bus sone hn epg 3/10, 13 NARCONDES Dune nas ane aug fa 212 Se a rao tdsicaincide de tl maneira no campo do conhecimento| {ando-s a respostapergunt: “coma épossivelconhecer?"),€necessi _vancare buscar a dimens¥o pica da razdo, que determina 0 seu objeto ‘mesiante a ago Passe, pos, &tentativa de responder 3inéagatSo: “0 que ‘evo faver?”Seréna"Fundamentardo da Metafsics dos Costumes (1785) © ‘a “Crtca da Rando Prati" (2788) que Kant enfrentard a questo na busca 6e respostas. Para ele a ato deve apenas seguir uma lei moral~ lei moral esta que eve ser despda de tudo o que empiric, de todos os impulse tendéncias ‘naturais. lel moral somente é possivelna medida em que ¢estabelecida pela ‘ratio; a razio define opostulado necessirio da vida mera indica aqulo ‘que se deva obedecer no campo da conduta™Portant, em Kan, temas que ‘os princpios cos sao dervados da racionaldade humana e precsamente no domino da razio pric (na ence © também no direto) que se coleca 3 ‘questio da liberdade eda moralsade. Alei moral, portato, ¢estabelecida segundo princiiosuniversais Imutivese se impde a todos os seresracionals. Eso sentido do imperativa categérico Kantano que pode ser sintetizad segundo 2 mama “age de tal forme que sua aco poss ser consderada coma norma universal” A rao, cama seve, €0gula da acionaldade praia, ds formas Ge agi. Importante destacar a centralidade da nordo de autonomia da von: tage na elaboracto desta fundamentacio para 2 230. Como lz Bobbio, & autonomia deve ser entendda como a faculdade de dar leis i mesmo —e 2 vontade moral ser por sso vontade suténoma por exceléncia. € por so ‘ue, coma colocado acim, a apo &o terreno daliberdade~ esta ests por sua ver calcada na vontade auténoma. Como dia Manlena Chal, "oimperat- ‘vocategrioafima a autonamla da vontade como o Unico princplo de todas {sles mors esa autonomia consist naindependénca em relagio a toda Imatérla d le ena determinacto do lve arbitrio mediante a simples forma legsltva universal de que uma mama deve ser capaz™ abe destacar apenas que tal condo de possibidade da conscéncia rol, que #2 le mora 0 Imperative categrico) se cevete deur conted= > formal ~rano pela qua Kant & frequentemente acvsado de “ormalismo {e0" Def, de acordo com aquela maxima toda ago exige a antecipat3o 4 um fim, sto €,o ser humana deve ag camo se este fm fosse reali. Nose estatelee o que se deve ecu nto se deve ater, mas tio somente ut Cntvo instrumental e procedimental para 9 ago!” rate, portant, de Lim entie forma e a0 material de conduta (como os crtéroe relics, porevemal, oso). Coma seve, em sums, Kant substitu oconceto substanil de arb0 pertencente tradicio metasica por um conceito de rado cinco nos seus fromentos. uniade da ratfo no € mais do que formal, pos saparads 2 {aoulade de raz prtica da rardo tedcca, assentando cada uma dels em fundamentes proprio sa nogSo kantiana (que formals a subjetvidade) ir orentar em tyande medda a elaborao juridea moderna. O século XK que fnalmente Ve lmplemestado o projet police burguts~ ise nsprarabertamente, na onstruto da subjetvidadejurdca—nesseprojeto Mosaic 3. lluminismo,sujlto eo “projeto” moderno Falar de século Xv fla também de Huminsmo @ lutragSo. € & conhecida a diferenciacSo que Rovanet faz dos termos Hustacioe lumii ‘m0 enguanto o uminismo é uma tendéncia intelectual (que nfo pode ser liitada com preciso a uma épocaespectica apart do século Xl, e que, no dizer do autor referdo, “une transversamente a histéa") que combate ‘omit eo goder pela ratio, a lvstragio & um movimento eulurl que N- resceu no século ll ~ tendo como grandes nomes Diderot, DAlambert & \Volaie~ cue, especicaments no contort francs pré-evoluciondi, foram personagen: do combate contre as “twevas" do antigo regime. Assim, enquan- se cracternvia de um modo geal pela lua conta as formas de opreso e la crenca na frea emancipadors darazio humana, lstacao serie apenas uma realizaiohistéica do luminsmo(etalver a sua mais important). TNARGONDES Dunia gis i df 215 HABERIUS Jue doa Son ene ite Dome Quo, 190 1B ROUSE Sg Pd. nti So Pd: i Neste contexto aqui delimitado poderiamos colcar uma enorme dk versidade de pensadores dentro da tradgfo mista, Desde, éclro,os en. ‘lopedsta de ustracto, até posits liberaise marta. Pr este criteria hem todos eles um cere male ou menos comum: uma busca incessante de utoromia com eac30 a todas a utls [a dis do luminsmo sera frase de Kat, “sapere aude” ~ “ousa saber™), a busca da lberdade do individu, bem como a procura de su9 realagio nos mais dversos &mbtos (como & Feldade e 2 gualdade, por exemplo, malgado a profunda divesdade de reaposta encontrades em eae corentel etl realaagbes para todos, 4 que ‘ideliluminita€univera. Tudo isto, ¢ aro, possibiltad pela aro eman- ‘ipadora que tat lune frente a um mundo de abseurantsme, peeconceitos « tutelas € 2 6p0c, assim, da realzarao da eubjetvcade,€ 0 asim chamaco “projeto" moderno, na sua forma mass ormista, 2té aqui, 20 falar sobre nosso tema, mencionou-se sobre moderida- e, subjtvidade, iberdade, reconaldade,indhicualidade,autonomi, uni- versalidade. €hora de tenta captar estes elementos — um tanto embaralha- os até aqui ~e dares um certo sentido. (camino desert até este momento mastra a pracessa de frmacio ‘erdade il fntend esta como a capacidade do homem de agir no espago prado em interferéncasleptmas) eda iberdade politica (entendda esta fom 3 capacidade do homem agrno espago pablo). Ha nalmente a auto romia econo, querendo signin o lve aireito de parSlparao nas exe (anda produio, da crelarioe do consume. sto 0 homem tem autonamia ‘Ronémica quando pode produit, consume fazer ccular bens © sergas Assim, a autonomia pode se resumidamenteesquematizads como 3) o poder de agr de modo # nao sofrer qualsquerinterfetncas fore dos pa ‘ies dens pela esfera public, bo dete de participa da constitu ‘esa elea publica (aque Rousseau chamari de "vontade gra’, que deve- fa, em stagio idea, concer com a vontade de todos), ca fauldade de tsar a ratio de modo ne ede produ a cultura eg} 0 dvelto de paricpar do processo de produrdo e consumo dos bens e servgos. Assim, 0 sujet, Untersszado enquanto ser dotado de prerogativasindependentemente de ‘as condi particles ,nBoobstate, considerado apart de su ind ‘idualidade, tem coma pressuposta inderrogvel desu subjetsidade a cape ‘dade de autonomia em seus diversas Sngulos ste , sem civids, 0 projtocolocado na Era das lanes para o suet Tomé: enquanto um ser guado pela rao ~0 que Ihe garante autonomia ara ver, entender e edeseabrio mundo, qu pode orpanizar suas rlagbes de poder naesfra publica eprivadae que pode air sem embaragos de val ‘quer ordem na estera econdmica ~€ a suma conan nas potencialdades de saber e air do suete. Tomo como detado de ume esséncia humana fenéiea—6 que garante of do estabelecimento de quasquerhierarauas auras ~¢ apostar na possbiidade do Invduo organizar a vida de um ‘modo ibertrie emancgedo. Tomo na sua mals iredutvel ndvidal- dade 0 que he fax como destnatirio privlegiado de todas 2s prerogatas juridcas Signa atribuic theo centro do mundo das faculdades, inkiatvase Dicom “Se, ui po scent em elo em i Sex quer oman ence span en Se ue fe ene + Trot hal pauses attncin ptt pleat cae we do Spine ROUSEAL en ucurs Ds ea ta (Os Pend Sto Pau: no" também das ralidades:osujao& a causa de ser 0 motor dofunconaments 2 inalidade ultima da moderidade, Tudo iso explicar,enfim, 0 modo coma o dete maderno tomars ‘seus contornos. € precamente 3 partir dessa premisas que aidela de sv jito de dreto(eveu correlate, direto suber) € caro que trata tem segunte, 4. formagio do moderno e o arsenal jurdico do sujet. Polo que aqul se assantou fica claro que o procesto de formagéo da ‘moderidade é ugar privlegiaco de ascensio do direto sujet, portant <0 direito com um syjeito que o eects, consequenterente, 0 lugar eo tempo do sujelto de deta Este conclto, até ent into (auto somente leshorade) no arsenal teric dos justas, pasta a ocupar o centro das cone: twupbes dogmétcas Os ates so vslmbrados como ligados 9 uma dads petsonalidade e si extens6es do uso de uma racionalidade que ¢inerente 230 homem. Vis, come a autonomia constit-se em ur atributo impor {antssimo do homem moderne (como a5 reflexes de Kant e Hegel f2em no taf). ia bastante lar, asim, 2 homologiaeacontinudadeenstente entre > ‘oti de subjetvidacefrjada na moderndade ea subetividade ui, al come nés 3 conhecemes, Progresshamente os direitos ido sendo relaconades, vinculados © sprisionados ao sueito. No combate 3s multpas‘socledades intermédas! Aue compéem o arguipéago juice alee do antigo rewime, busca uma ‘smplificagdo em que as elas de poder ( a relagbes juries) dever ‘edutr 20s polos Estado-sueto. Hs, deur ado, referent do poder (2g0- ‘com matiz moderna) que val se formando e, de outro lado, 0 referente ‘monédico(invidual,racinal, auténomo} que &0sujeito moderno. NBO se concebe que haa dterminade dreito sem apresenga de um sueto que sea Seu titular ou poss exerci. Nota-se, assim, que de um direte que n inicio da era moderna era sind fundamentaimentebareado em uma cancepG30 0 ‘denamental que torava em conta a eisténea de mitipasesers de poder ‘de comvénciae que vislumérava o invduo como algo diigo apenas pertencente um determinado grup (ou ordem) de onde proviaha sua lder- ‘icagio enquanto pessoa, chegamos 2 um dito que no pode se conce- bide Sendo como vinculado a um sujito Indhigusimente considerado, Antes, its reerdes as milpas oréens sodas profsionis oureligons, ago ‘HESPANTI, Amino Mana Hs ini foc mete mag 3 TT roto reteids suites. Evdentemente que esta nocio desueto de dirt eva outa nog ito cara 0s jusstas ~e que |é hava sido esbocada no inicio da moderida rere por Guilherme de Ockham, quer pela Segunda Escoirbca expanhols (do steulo XV1- que € 2 de dito subjetvo Como se pode perceber 2s nogSes centrale ne defingbo do sujeto de eto, do direito subjervo e também de contrato so poder, faculdade de Serr vonade, interese, autonomia, gualdade e indviduo,nozSes que s80 poses Ntérieas dests tempos de formagzo 62 mederidade. Quer se Cer aqui que estas premssasteéricas que embasam 2 nog corrente de firetosubjetvo S50 as mesmas que lastreiam o pensamento moderna. Os Fidsfos do subjtvidade moderna (sbretudo Kant e Hegel s lumina franceses tam coma substrata de toda a sua teria polite e social precsa- Inente aquele Insuma tain que fo rabalhado pelos jrstas modernos na {labore e aperflgoamenta de ideia de sueto de dreto.Note-se, como timeaso exemplar, que o grande flésafo do drelto Norberto Bobbio, 2 aal- S312 nego de contrat presente er Kant. acaba por praticamente enumerar ‘made de funcionamento gerade contrato mederno a partir das remissas Fiowshcaskantianas: "A dieuldade de cancebero cotrato ests exatamente ra nacestdade em que 90s encontrames de consderar as vontades que © fonsituem nfo coma separadas, mas como reunidas num ato siulténeo. [Cia regio juriiea entra mim @ 0 auto é uma relaco intelgivel, ou sea, derivado das condgBes da prépria vaidade, nfo dofato empirico ou do acor to das vontades, mas d8 deduclo da vontade lgladora universal, em que 4 mina vontae a do outro 580 inserdas, e que portant toma possivel sua Simultaneidade se no emptica, pelo menos seguramente ideal" Esite,como se pode notarfacmente, uma contnuidade tedrca (uma homalega, portant) entre 9 nogio de suet, tl como antes referida, © 3 rnogto de sujeto de deta, tal como sere ratada especialmente apart do ‘hevlo XI, Assim como a flosofia da medernidade serd por excelncia 2 fr lost do sujet, 0 dete moderna sed cetrado no sujet, anal en- tender a formagio do deta moderno (ea subjetvidadejuraica moderna) ma apergao intelectual que ndo pode ser descolads das wlsstudes da formags0 histria moderna. ‘F-WORRTE Nate Da Enso m pan Ens oi 5. Consideragées finals CO proceso de gstardo do sujeito foi ent, mas frm # decisid0, Com rates na Segunds dade Média, val amacurecendo gradatvamente na medida fem que a moderndade val despontando,Proceszo istic sacle hist {do pensamento aqui vio cortendoparalelas, mas ocsionalmenteinterigan. dose. Desde a reflec francscana até sécla de Hobbes, Descartes Gr. 20 [lo sjeto esis ese arma. No século de Kant (Vo sujito se etabelce ee coloc come arma em fae do antigo regime. Os atibutos da subjetvidade 580 dls dos como inaendves, dades, naturals. € tls deltor do sujet 850 colocados como valores, como programas, como promesss,sendoutlzados com vigor no process revoluconério burgués que entre os séculos XV e XK imple. ‘mentam fortemente (80 menos na Europa continental) dissolugbo do antigo regime e a instauragio da moderidade burguesa A pari de entlo, 05 va- lors e ideas lentamente encetados vao se tornando realdade Instcionl 3 poltea moderna eo ireito modern que, fnalmente, vo se instar no ‘mundo otocentet, [No 0 caso, pelos limites dest txt, de destinchar 0 mode come isto val ocorer. Tal seri tarefa para outro texto com ervergaduraprépi, I ‘ue os séculos XX € sero préigos, crates elneligentes na apiagl0 Dratca de uma sri de insttuts econcets que até hoje nos SB famlares {como Estado de Det, relago jure, aeriagso 60s cbigos, et) "Mas alg fica muito claro: aera juries burguesa ir, no Smbito pe ‘o,funconara part da lapidar30 de um sueto polio que ters uma eg sempre tensa problemésca com a unidade politica centralzada Que agors asta a sero referent do poder «dos dietor~ 0 Estado-nagto.” A reaga0 Ge pertencimenta dos indicus sua civta er objeto de un jogo arasa- 4a, longo e pesado, no qual o resultado é, também. excusfo de uma série 4e ndviduos que, na compleraelaboracio conceal juris acabam ocu- ‘anda o papel de ‘go sujet’ (como mulheres, escraves,indigenas, etc). Wes wap COSTA, au. Eads de Duan wn iso nin" COSTA, en 2000 De i ns Fat Ely cw Dc So ds an 20 pp 95/0. 23 Ye rapt o ease eo Rana Nuies HERNANDEZ, qe cnr t ‘soe no po Se mera mo evo me dein ean at SA STE TT Eno Smt privad, confgura-se proressivamente a frmacSo de um sui te orietro, vez Que a india codicacZo da leislgBo pevada que entS0, {2 deste, emBora verha 8 luz sob 0 signo de um “projto”universalzante, ‘esva-e caarente como uma lepslagbo que serge a ua espe mult om determinada de sueto-o ropcetro. AS lacbesjuriicaspivagas 30 Fem tecidae pla dogmaia do sculoXDvoltan-se,sobretudo, lar io dos omens com os bens e,obviarente as protepbes urdeas que deve evo fara exe dato “sagrado’, para usar as palavas da ‘Declarago dos Diretos otlomer eda gad’ de 1785) e das relages entre homens de negécos {ou see: a dciplina juries dos contatos), que vai permitr um transito de tens jurcicamente protegidoeassegurado pelo Estado.” [No se est, com esse quacro, querendo fazer um dscuso antimo- derno¢ muito menos despretar todos ox avangoe ae 9 er Burguesa troure ho sentido de dear para tr iguidedese rvs muitas vere ares. Mos oe mites pretends press esto sobre aformacio do subjeividade juris, € importante deixar aro que o que habitualmente se chamam de ‘promessas" modernas (ou, mais espeifeamente,promessas de realizayd0 de subjetvdade moderna, inclusive do ponto de vista juriic) em verdade tio mereas na complexidage ena cotrad30 do passado edo presente ‘Nina a modernidade no pose ser vista como um process Nistrico harm rica, pleno de uma candida generosdade, que a posteridade acata (enesse (so esto 0s *mocinhos” com a conecénca apacada) ou entSo nfo cata ‘sauela bon carga congénita que fl “prometiéa” A modernidad 6, so sim, Um procesto que desde o ino se masta contradtro,posuindoa vital dade de ofereceremancipagao, mas também regulacto (par usar 35 palavas de Boaventura de Souza Santos)” Ea “realzao" dessas‘promessos" depen de 6s condgbes histrease das utas que se apresentam em cada momen- to. A realagso 69 subjetidae, deserhada em contornos completamente 5S Gama Silo Gro" ign alsin, gin pe Macey etme on hime pepectantoe nse) aug GROSS at Miler demir Ta Av Dale Pad. ote nae Bae 2004p SY SASeTS ome Sn Cie dng ie pi 15 sstrtos(universalidade, autonomia, ndviduadede) 56 toma forme, cor ¢ helo na concretuse da histéria ede sua dndmica.€ assim ¢ com 2 subj widade jurcea (camo & também cam o prépio projeto moderna) a hista ‘ooea as pecas do jog. Asrearasaserem obedecidas, as exatéia erem adotadas eos lances seem realtados dependem da coneetude hstria esse cenério que osjeto pode, efetvamente, se apossor do seus dees, «6. Referencias 08810, Norberto, Dirsto «Estado no pensamento de Emanuel Kant. 2c, Bras: UNB, 1992, ‘qual Manena Vida e Obra, n: KANT, Emmanuel. Critea dara pur (Co (Pensedores), io Palo: Nova Cultura, 1981, COSTA Pleo. 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