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_______________________________ Francisca Ferreira da Silva & Bianca da Silva Ribeiro

OAB/RJ n º066.289 OAB/RJ n º 158.031

EXMº. SR. DR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CIVEL


DA COMARCA DA CAPITAL - RJ

JOÃO LUIZ DA ROSA ANDRADE, brasileiro, solteiro, vendedor,


inscrito sob o RG de nº. 062240635 IFP/RJ e no CPF nº 736.640.227-34,
residente e domiciliado na Rua Ferreira Leite nº 419, ap 101, fundos,
Abolição, CEP: 20.750-000, Rio de Janeiro/RJ, vem, por suas patronas,
procuração em anexo, a presença de V. Exª ajuizar a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS E MORAIS COM PEDIDO DE
TUTELA DE URGÊNCIA

em face da CEDAE inscrita no CNPJ sob o nº 33..352.394/0001-04, com


sede na Avenida Presidente Vargas nº 2655, Cidade Nova - Rio de Janeiro –
RJ, São Cristóvão, CEP: 20.210-030 nos termos dos art.s 5º, XXXII e art.
170, V da CR/88; art. 6º, IV, art. 39, I e V, art. 42, 81 e 83 do Código de
Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990), pelos
fatos e fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS

O autor é titular da prestação de serviço de água e esgotos de sua


residência, mas cuja prestação fora interrompida e não regularizada ate a
presente data, estabelecendo assim uma relação de consumo entre as partes,
conforme se verifica na documentação anexada aos autos.

Av. Dom Hélder Câmara, 6001, bl7, AP 407, Pilares – Rio de Janeiro/RJ – Tel:(0XX21) 2260-4014 / Cel.:98249-6610 -
e-mail: francisquinhajuridica@hotmail.com ou biaslaw@gmail.com
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Ocorre que na madrugada do dia 20 de dezembro de 2018, o autor tivera


seu cano de abastecimento de água quebrado e seu hidrômetro furtado,
sendo que assim que constatara o evento danoso, entrara em contato com
a central de atendimento da ré para tomar conhecimento de como proceder
e requerer o reparo que deveria ser efetuado em até 72 horas. Protocolo
nº1812201704 da solicitação nº 1812336982

Eis que a ré por sua vez o instruíra o autor a efetuar o registro do ocorrido
na delegacia e em seguida os contatarem novamente para agilizar o reparo
do cano, recolocação do hidrômetro e normalização do serviço.

Assim sendo, o autor, após realizar o registro de ocorrência no 24º


Departamento de Polícia, dirigira-se à agência da ré localizada na Rua José
Bonifácio nº 528 para apresentar o R.O e reforçar o requerimento de
urgência no restabelecimento do serviço, recebendo outro protocolo para tal
serviço, cuja matrícula foi 0295013-1, na agência 004 e documento nº
FSS:04/1636 com a atendente Joana.

Frise-se que todos os atos acima narrados aconteceram no mesmo dia do


furto, haja vista a importância que a natureza desse tipo de serviço possui
no cotidiano de qualquer família.

Cumpre salientar que dentro do prazo das 72 horas até houve a visita de um
dos agentes da ré que por sua vez limitou-se a fazer um questionário de
quantas pessoas havia na casa e quantos cômodos, saindo do local sem
solucionar ou fornecer uma data de retorno para sanar o problema.

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Salienta-se ainda que passada as 72 horas, o autor retornara a ligar para a


Ouvidoria da ré, mas fora apenas ludibriado com a informação de que
haveria um reforço na urgência do seu requerimento de restabelecimento do
serviço, mas restando mantidos o autor e sua família sem a prestação de
serviço até a presente data. Protocolo nº 1812211343..
Eis a razão para o presente litígio.

DOS FUNDAMENTOS
Primeiramente, resta evidente que o fornecimento de serviços água
encanada em áreas urbanas, é considerado serviço público essencial, assim
definido pela Lei 7.783 de 28.6.89 e como todo e qualquer serviço público,
o fornecimento de água está sujeito a cinco requisitos básicos: a) eficiência;
b) generalidade; c) cortesia; d) modicidade e finalmente e) permanência.
A permanência, principalmente no que diz respeito aos serviços públicos
essenciais, está ainda sedimentada no artigo 22 "caput - in fine" do Código
de Defesa do Consumidor: "Art. 22: Os órgão públicos, por si ou suas
empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros e, quando essenciais, contínuos" .

Assim, resta claro e evidente que o serviço de fornecimento de água,


por ser essencial, não pode ser mantido interrompido por um prazo tão
superior às 72 horas, como no caso descrito à epígrafe, haja vista que as
contas do autor se encontram em dia e em débito automático, tendo que,
portanto, a empresa concessionária ré tomar todas as medidas cabíveis e em
seu poder para restabelecer as condições necessárias para regularizar a
prestação do serviço da residência do autor.
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A ré como empresa de serviços de fornecimento de água encanada a


população, explora um serviço público essencial à dignidade humana, posto
que ligada diretamente a saúde e ao lazer, então deve atuar com maior
responsabilidade e consideração para com os clientes/ consumidores.

Ademais o autor cumpre fielmente com suas obrigações perante à


empresa concessionária ré justamente para que esta adote as providências
para assegurar a prestação do serviço em tela. Logo, não se pode admitir
nem permitir, a absurda desídia e negligenciando uma família tão
adimplente com suas obrigações como a do autor. Vide comprovante de
débito automático.

Impera também informar ao juízo de que a fatura do mês de


fevereiro/2019 já fora emitida em janeiro, bem como a conta de janeiro
veio consideravelmente alta, tendo em vista que a residência do autor está
sem hidrômetro desde o dia 20 de dezembro. E sobre esse fato o tribunal já
se pronunciou dizendo que a cobrança deve ocorrer como tarifa mínima.
Vide contas em anexo e o texto do seguinte acórdão:

ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO.


Alegação genérica DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. TARIFA. COBRANÇA
POR ESTIMATIVA DE CONSUMO. ILEGALIDADE. NO CASO DE
INEXISTÊNCIA DE HIDRÔMETRO. COBRANÇA PELA TARIFA
MÍNIMA. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de
Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o
acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2.
Considerando que a tarifa de água deve calculada com base no consumo
efetivamente medido no hidrômetro, a tarifa por estimativa de consumo é
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ilegal, por ensejar enriquecimento ilícito da Concessionária. 3. É da


Concessionária a obrigação pela instalação do hidrômetro, a cobrança, no
caso de inexistência do referido aparelho, deve ser cobrada pela tarifa
mínima. Recurso especial improvido.
(STJ - REsp: 1513218 RJ 2014/0336151-3, Relator: Ministro HUMBERTO
MARTINS, Data de Julgamento: 10/03/2015, T2 - SEGUNDA TURMA,
Data de Publicação: DJe 13/03/2015)

Deste modo, conforme visto a epígrafe, a má-fé com a qual a ré agira


ao abandonar o autor e sua família sem um serviço de necessidade básica
tão essencial para vida como a energia elétrica, por cobrar por um serviço
não prestado, por gerar a privação do serviço de água até a presente data,
por não cumprir o prazo das 72 horas de reparo, além de deixar o autor e
sua família sem qualquer previsão de resolução do problema e num
momento tão delicado do ano, afinal, todos foram forçados a ficar sem o
serviço durante as festas de fim de ano deixando o autor e sua família sem
confraternização, assim sendo, postula-se coerentemente o pedido
indenizatório caracterizado pelos fatos narrados.

Face o exposto requer:


1. Inaudita altera parte, seja deferido o pedido de liminar de
tutela específica, no sentido de que a ré seja obrigada a restabelecer a
prestação de serviço de água, no endereço de residência do autor, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de multa coercitiva e diária de RS
100,00 (cem reais) ou outro valor que V. Exa entender cabível;

2. A citação da parte ré para responder a presente ação e


comparecer à audiência de conciliação, que poderá ser convolada em
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Audiência de Instrução e julgamento, caso as partes não cheguem a um


acordo, sob pena de sofrer os efeitos da revelia;

2. A inversão do ônus da prova, com fulcro no art. 6º, VIII, lei


8.078/1990, ante a hipossuficiência da autora, bem como da
verossimilhança das alegações;

3. A restituição em dobro do valor constante na conta de


Fevereiro de 2019, no valor de 184,52 reais, tendo em vista que tal valor é
arbitrário e fictício e ao tempo da audiência tal valor já haverá sido
debitado bem como outras faturas que porventura forem cobradas no curso
da demanda, posto que a conta está em débito automático;
4. Para que seja determinado como errada a leitura da água do
mês de dezembro/2018, restituída diferença do valor pago acima da tarifa
mínima;
5. E que seja julgado procedente o pedido para condenar a ré a
pagar uma quantia, arbitrada por V. Exª, a título de danos morais,
valendo-se de critérios sugeridos pela doutrina e pela
jurisprudência, bem como vossa experiência e bom-senso,
atenda à realidade da vida e às peculiaridades do caso concreto
como o desgaste emocional sofrido pelo autor e ainda considerando o
caráter punitivo e pedagógico do instituto na reincidência da péssima
prestação de serviço, bem como a capacidade econômica da ré seja
aplicado o princípio da razoabilidade condenando num valor
que deva contribuir para desestimular o ofensor repetir o ato,
inibindo sua conduta antijurídica como medida de inteira justiça.

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DAS PROVAS

Requer como provas todas em direito admitidas, em especial as de


caráter documental, inclusive superveniente, testemunhal, depoimento
pessoal do representante legal da ré, sob pena de confissão, na amplitude
do art. 32 da lei 9.099/1995.

DO VALOR DA CAUSA: R$ 6.000,00 (seis mil reais)


Nestes termos,
Espera deferimento.
Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2019.

Bianca da Silva Ribeiro


OAB RJ nº 158.031

Francisca Ferreira da Silva


OAB RJ nº 66.289

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